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O acesso a água potável no semiárido piauiense através da energia solar fotovoltaica


O semiárido brasileiro estende-se por 969.589,4 km², englobando todos os Estado do Nordeste (com exceção do Maranhão) e a parte norte de Minas Gerais, totalizando 1.133 municípios. A população estimada é de 26 milhões de habitantes, dos quais 11 milhões vivem no campo, sendo considerada uma das regiões semiáridas mais povoadas entre todas as terras secas existentes nos trópicos ou entre os trópicos. 

Dentre as principais características desta região estão: Precipitações médias anuais iguais ou inferiores 800 mm; Regime de chuvas marcada pela irregularidade (espaço/tempo) e domínio do ecossistema Caatinga. Essas condições climatológicas impõem que a cobertura vegetal esteja adaptada a tais circunstancias e, por sua vez, os seres humanos também se encontrem sujeitos a essas características geográficas.

Um dos fundamentais problemas que enfrentam essas populações é o não acesso à água potável, principalmente nos períodos de estiagem. Os rios ali existentes são em geral intermitentes sazonários e as fontes de água disponíveis em superfície diminuem (quantidade e qualidade) drasticamente nos períodos de pouca precipitação. É habitual, como formas tradicionais de obter esse precioso líquido o uso da tração animal e a captação da água da chuva através de cisternas.

Segundo a Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Estado do Piauí (FETAG-PI) em outubro de 2009 cerca de 110 municípios piauienses passavam por racionamento de água provocado pela falta de chuvas, em alguns casos esse precioso líquido é comercializado. Enquanto isso, para amenizar os efeitos da falta de água o Ministério da Integração Nacional destinou R$ 20 milhões ao exército e à Defesa Civil do Piauí para a operação “carro-pipa”.

Paradoxalmente, o subsolo piauiense é rico em águas subterrâneas, apresentando em alguns pontos poços jorrantes, como é o caso do município de Cristino Castro no vale do Rio Gurguéia. Nesta região, existem cadastrados mais de 300 poços jorrantes. Os principais aquíferos do Estado são o Poti-Piauí, Serra Grande e Cabeças. Só o aquífero Poti-Piauí possui disponibilidade hídrica (reserva explorável) estimada em 130,0 m³/s. Ademais, na região semiárida do Piauí existem aproximadamente 860 poços cadastrados (218 paralisados, 396 não instalados e 246 abandonados), que por falta de infraestrutura e manutenção não estão em operação.

Dessa forma, com o objetivo de extrair água a população apela a diversos métodos de gerar eletricidade. É o caso do uso de geradores de energia elétrica que utilizam combustíveis fósseis (principalmente óleo diesel). Mas também, utiliza-se de tecnologias baseadas em energias renováveis como a eólica e a solar, além de alternativas manuais. Nesse contexto, tal como o demonstra algumas instalações existentes no semiárido piauiense, a tecnologia solar fotovoltaica pode ser um meio para poder solucionar o gravíssimo problema do acesso à água potável.
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Um bom exemplo disso é encontrado no Território Serra da Capivara. Lá a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), além de apoiar o trabalho científico, também realiza ações de apoio às comunidades localizadas no entorno do parque. Assim, no âmbito do projeto “Água no Berço do Homem Americano” (ABHA), esta instituição com apoio do programa “Petrobrás Ambiental” instalou seis sistemas de bombeamento fotovoltaico comunitário, sendo cinco para equipar poços tubulares e os outros dois para bombear água de uma lagoa e de uma gruta, respectivamente.

Fonte Jornal Meio Norte, por Albemerc Moura de Moraes.