Mostrando postagens com marcador ENERGIA HIDROGÊNIO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ENERGIA HIDROGÊNIO. Mostrar todas as postagens

O fluxo de hidrogênio: pesquisadores de Harvard dizem que os custos do H2 estão subestimados, entenda mais!

 


Pesquisadores da Universidade de Harvard dizem que os custos do hidrogênio estão subestimados devido à variabilidade não contabilizada de armazenamento e distribuição entre os setores, enquanto a Kore Infrastructure que pretende atingir um custo nivelado de hidrogênio (LCOH) entre US$ 1/kg e US$ 2/kg.

Pesquisadores da Universidade de Harvard determinaram que os custos prospectivos do hidrogênio são significativamente subestimados porque a maioria dos cenários não leva em conta os custos de armazenamento e distribuição e sua variabilidade entre os setores. “Aos preços atuais entregues, o hidrogênio verde é uma estratégia de redução proibitivamente cara, com custos de redução de carbono de US$ 500 a US$ 1.250 por tonelada de CO2 entre os setores”, disseram os pesquisadores em seu estudo , que foi publicado na Joule . “Mesmo que os custos de produção caiam para US$ 2/kg, as oportunidades de redução de carbono de baixo custo permanecerão limitadas aos setores que já usam hidrogênio, como amônia, a menos que os custos de armazenamento e distribuição também diminuam.”

A Kore Infrastructure que pretende produzir 20.000 toneladas métricas de hidrogênio até 2030 e espera que seu LCOH varie entre US$ 1/kg e US$ 2/kg. A tecnologia de pirólise lenta da Kore aquece a biomassa a 1.000 F (537,8 C) sem oxigênio, permitindo que o hidrogênio, o oxigênio e o carbono na biomassa reajam e formem um biogás. Este biogás consiste principalmente de hidrogênio, metano, monóxido de carbono e dióxido de carbono, com um valor calorífico cerca de metade do gás natural. A empresa planeja lançar sua primeira instalação comercial de produção de hidrogênio em 2024, usando resíduos orgânicos como matéria-prima em um processo de circuito fechado.

A Masdar assinou acordos com três empresas norueguesas para explorar oportunidades de hidrogênio verde.Ela assinou um acordo com a ICP Infrastructure, uma gestora de fundos de infraestrutura apoiada pelo Aker Group, para explorar oportunidades de parceria e investimento eminfraestrutura de energia verde na Europa, incluindo potenciais colaborações em energias renováveis ​​nos países nórdicos.Um segundo acordo, assinado com a Aker Horizons Asset Development, explorará oportunidades de desenvolvimento e investimento conjunto ao longo da cadeia de valor “power-to-green-hydrogen”. A Masdar também assinou um acordo com a Yara para explorar oportunidades de colaboração e investimento ao longo da cadeia de valor “power-to-green-ammonia”.


A Korea Hydro & Nuclear Power (KHNP) assinou um acordo coma CzechHydrogen Technology Platform (HYTEP) para “nuclear e cooperação empresarial, desenvolvimento de tecnologia e suporte empresarial em outros campos de hidrogênio; e melhoria da política e regulamentações de hidrogênio e troca de informações”. As duas empresas também concordaram em construir conjuntamente infraestrutura de hidrogênio limpo e desenvolver tecnologia de hidrogênio na Europa.

A Uniper e a Sasol teriam cancelado seu projeto de combustível de aviação sustentável (SAF) baseado em hidrogênio de 200 MW na Suécia. Da mesma forma, a McPhy também recentemente descartou um projeto de hidrogênio verde de 24 MW, apenas sete dias após anunciá-lo, de acordo com relatos da mídia.


Pesquisa em hidrogênio verde avança no Rio Grande do Sul

A casca de arroz e os resíduos de madeira estão entre os materiais utilizados no RS para a produção de biomassa. Foto: Alina Souza

Outra potencialmente importante é o hidrogênio verde, cuja tecnologia está em desenvolvimento, com avanços acontecendo a olhos vistos. O governo do Estado assinou em março, com as empresas Enerfin, integrante do Grupo Elecnor, e White Martins, um memorando de entendimento para aplicação de projeto relacionado ao tema no Porto de Rio Grande, no sul gaúcho. O local concentra o maior distrito industrial do Rio Grande do Sul, o que por si representa ganhos em economia e especialmente na logística.

O hidrogênio é o elemento químico mais abundante do universo, ou seja, a sua disponibilidade é praticamente infinita. “Existe uma expectativa de que a Europa poderá adquirir hidrogênio verde do Brasil, o qual será produzido em grande escala e baixo custo a partir de energia renovável de fonte eólica e solar”, afirma Felipe Ostermeyer, diretor da Enerfin do Brasil. Conforme ele, a tecnologia de uso do hidrogênio verde segue em desenvolvimento, necessitando ainda superar barreiras de competitividade, entre outras.

Esta fonte pode ser essencialmente útil para as empresas de fertilizantes e demais companhias ligadas ao agronegócio, que têm grande demanda. Para produzir hidrogênio verde, cujo nome se dá pela emissão de poluentes ser praticamente nula, há um processo de eletrólise da água, que é decomposta. Os elementos oxigênio e hidrogênio são separados e este último é armazenado para gerar energia por meio de células de combustível. Ele pode, em seguida, ser utilizado como insumo para indústrias petroquímicas, de bebidas e química, por exemplo.

Há interesse da Europa no desenvolvimento desta tecnologia, considerando a necessidade de substituição do gás importado da Rússia a partir do recente impacto sobre a oferta de energia no continente europeu em razão da guerra na Ucrânia, diz Ostermeyer. Recentemente, o presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), Paulo Emílio Valadão, disse ainda que este combustível poderia se tornar uma “nova commodity energética”.

“Existe a oportunidade de se chegar a uma autossuficiência e depois de uma exportação de projetos renováveis, sobretudo eólicos, que vão dar respaldo para o atendimento do mercado de hidrogênio”, diz Guilherme Sari, presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia RS), que participou do fórum em Porto Alegre. As estruturas no mar podem auxiliar na produção deste combustível, e a exportação do hidrogênio verde pode ser feita por dutos ou caminhões em terra, ou através de embarcações marítimas.

No entanto, sua produção ainda requer muita energia. Atualmente, de acordo com a ABH2, a produção de hidrogênio a partir de combustíveis fósseis requer o gasto de 1,4 dólar para cada quilo gerado. A eletrólise que gera o rótulo “verde” tem custo variável entre 5 dólares e 7 dólares por quilo. Para reduzir o custo, a biomassa está sendo vista como possibilidade para produção do combustível “a custo competitivo”, disse Valadão no Simpósio Global sobre Soluções Sustentáveis em Água e Energia, realizado no último mês de junho, em Foz do Iguaçu (PR).


Alemanha anuncia € 34 milhões para desenvolver mercado de hidrogênio verde no Brasil

Foto: Divulgação Complexo do Pecém

A Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) anunciou nesta quarta (27) o investimento de 34 milhões de euros para o desenvolvimento de projetos de produção de hidrogênio verde no Brasil (H2V), durante evento organizado pela Câmara Brasil-Alemanha (AHK).

A inciativa chamada H2 Brasil prevê a disponibilização dos recursos ao longo dos próximos dois anos para a construção de uma planta piloto de eletrólise com capacidade de 5 MW.

Além disso, o governo alemão espera colaborar na instituição de um marco regulatório de H2V no país, dando prosseguimento ao Programa Nacional de Hidrogênio do Ministério de Minas e Energia (MME).

O ministro de Economia e Energia da Alemanha, Thomas Bareiss, destacou durante o evento que o Brasil possui enorme potencial de energia renovável para produção de hidrogênio vede. E que o combustível produzido no país será essencial para abastecer a demanda alemã na transição energética.

“A Alemanha sozinha não é capaz de dar conta das suas necessidades”, disse. “Temos bilhões de euros investidos para avançar com isso, que em parte será investido na parceria Brasil–Alemanha”.

Segundo o ministro, o Brasil abriga o maior parque industrial alemão fora da Alemanha, representando cerca de 12% do PIB brasileiro.

Consórcio europeu quer investir US$ 2 bilhões na produção de hidrogênio verde no Ceará

O compromisso de reduzir suas emissões de carbono em 55% nos próximos cinco anos e ser neutra até 2045 tem levado o país europeu a investir pesado no desenvolvimento do mercado de H2V, com interesse especial pelo Brasil.

O plano prevê destinar € 9 bilhões para desenvolvimento de tecnologias ligadas ao H2V. Desse total, € 2 bi serão para parcerias internacionais.

“Para que nosso mercado seja abastecido. estamos trabalhando em soluções conjuntas. Toda a estrutura de incentivo que estamos gerando para incentivar a produção de H2V (…) Queremos garantir o abastecimento estável. Essa é uma responsabilidade que vamos preservar na transição”, explicou o ministro.

Cluster para estudar viabilidade econômica de projetos

Para Petra Schmidt, representante do Ministério Federal de Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha (BMZ) no Brasil, outro objetivo da iniciativa H2 Brasil é gerar um cluster de projetos pilotos na cadeia de H2V, que permita estudar a viabilidade econômica desses projetos.

“Se por uma lado a Alemanha trabalha para ser mais verde a cada ano, por outro, o Brasil tem o potencial de ser uma grande exportador de H2V”, disse Petra.

“Queremos melhorar as condições legais, institucionais e tecnológicas para o desenvolvimento de uma economia verde de hidrogênio no Brasil expandindo o mercado nacional”, completou.

Cinco componentes do Projeto H2 Brasil:
  1. Melhoria da estrutura regulatória nacional
  2. Disseminação de informações e conhecimentos sobre o hidrogênio verde
  3. Capacitação e formação profissional (com vagas destinadas especificamente a mulheres)
  4. Fomento a projetos inovadores relacionados ao hidrogênio verde no país
  5. Expansão do mercado – com a previsão da construção de uma planta piloto de eletrólise com 5 MW.

Ceará ganhará a maior usina de hidrogênio verde do mundo, será player global na produção, armazenamento, distribuição e exportação de H2V e milhares de empregos serão gerados no estado

Nordeste – Porto do Pecém – Ceará / Imagem: Divulgação Google
Milhares de vagas de emprego no Ceará! US$ 10 bi serão investidos no Pecém para produção, armazenamento, distribuição e exportação de hidrogênio verde

O estado do Ceará receberá um investimento de US$ 5,4 bilhões da multinacional australiana Enegix Energy. Será construído, em conjunto com o governo do estado do Ceará, o projeto de hidrogênio verde Base One, o qual será implantado a maior usina de hidrogênio verde do mundo e milhares de empregos serão gerados na região. Além disso, uma das líderes globais da indústria de minério de ferro, a mineradora australiana Fortescue Metals Group, também deverá assinar um memorando de entendimento para a construção de um planta de hidrogênio verde no estado. Somados, serão injetados 10 bilhões de dólares em investimentos em H2V, no Nordeste.

O HUB no Ceará tem potencial de ser um dos maiores players de H2V (hidrogênio verde) no mundo, competindo com outros países, que também já iniciaram a implantação, como o Japão, os Estados Unidos, Portugal e Holanda.

Essa é a avaliação de Monica Saraiva Panik, diretora de relações institucionais da ABH2 (Associação Brasileira do Hidrogênio), em relação ao projeto de H2V que o estado do Ceará está implantando – considerado, pelo governo cearense, como o primeiro do Brasil.

A iniciativa, anunciada durante reunião realizada virtualmente na semana passada, tem como objetivo fazer do Ceará um player global na produção, armazenamento, distribuição e exportação de energia renovável.

Milhares de empregos serão gerados no Ceará com as usinas de H2V

De acordo com comunicado da empresa, o Base One criará milhares de empregos durante a construção e empregará centenas de funcionários operacionais, em tempo integral, para gerenciar suas instalações, com benefícios sociais positivos e de longo alcance para a comunidade local e também do estado.

A nova usina terá um potencial de reduzir as emissões anuais de CO2 em 10 milhões de toneladas por ano e se tornará o maior projeto de redução de emissões de carbono do mundo.

“O HUB contribuirá para o desenvolvimento social, econômico, tecnológico e do meio ambiente do estado”, destacou Roseane, acrescentando que as reuniões com empresas globais e locais já se iniciaram.

Porto do Pecém é considerado um ponto estratégico

O Complexo do Pecém é considerado um ponto estratégico, por exemplo, para produção e exportação do hidrogênio verde, uma vez que no local já se encontra um grande número de indústrias que podem consumi-lo.

Duna Gondim Uribe, diretora-executiva Comercial na CIPP (Complexo Industrial e Portuário do Pecém), explicou que o porto possui como vantagens competitivas sua infraestrutura e os benefícios fiscais.

A executiva enfatizou que a estrutura vai funcionar como mobilizador de toda a cadeia de valor, recebendo componentes para plantas de energia eólica offshore, além de propiciar a instalação de painéis solares, usinas de eletrólise, armazenamento de H2, planta de dessalinização e linhas de transmissão de energia.

O intuito, de acordo ela, é que o H2V possa ser consumido não apenas pelas indústrias, mas também usado nos diversos serviços logísticos e na mobilidade urbana.

Exportação do hidrogênio verde no Nordeste

No que diz respeito à exportação, o governo do Ceará afirmou que o Porto de Roterdã tem uma participação no capital do Pecém, além de ser parceiro neste projeto.

A diretora-executiva Comercial na CIPP comentou, ainda, que ideia é que o Porto de Pecém se torne a porta de saída para o hidrogênio verde produzido no Brasil e o de Roterdã seja a porta de entrada na Europa.

Por Flavia Marinho
Fonte: Click Petróleo e Gás

Fuel Cell com etanol: no Brasil, é sopa no mel

O Fuel Cell tem tudo para dar muito certo no Brasil. Para ajudar, existe uma maneira de simplificar ainda mais seu sistema de funcionamento Fuel Cell pode dar certo no Brasil
(Foto: Reprodução | H2 View)

Besaliel Botelho, presidente da Bosch para a América do Sul, quer incentivar, ampliar o uso do etanol nos automóveis e defende o carro elétrico movido com o Fuel Cell, a célula a combustível que é alimentada por hidrogênio, mas obtendo esse hidrogênio a partir do etanol.


Então, a ideia é abastecer no posto com o etanol e um equipamento no carro extrair o hidrogênio do etanol que está no tanque.

Mas existe uma ideia melhor e que elimina a necessidade desse equipamento no carro para tirar o hidrogênio do etanol, pois ele é grande, pesado e caro. A ideia é do próprio posto ter esse equipamento, tirar o hidrogênio do etanol que está na bomba e já abastecer o tanque do carro com hidrogênio.

Hidrogênio verde, uma corrida em todos os continentes


Um local de armazenamento de hidrogênio em Prenzlau, Alemanha, em 2011 - AFP/Arquivos


Estados e grupos industriais dos quatro pontos cardeais estão competindo em anúncios de projetos e de investimentos na corrida pelo hidrogênio verde, embora todos estejam de olho na China.

Visto como o elo que falta para a transição ecológica, este gás, ainda produzido com combustíveis fósseis, contribuiria para reduzir as emissões da indústria e dos transportes pesados e ofereceria um meio para o armazenamento da energia renovável – desde que seja “ecológico”.

Embora ainda seja cara, essa perspectiva é um sonho dourado especialmente na Europa, que perdeu o bonde dos componentes solares e das baterias, praticamente monopolizado pela China. O objetivo é controlar toda cadeia, ou pelo menos parte dela.

Obtido pela eletrólise da água com eletricidade renovável, o hidrogênio “verde” precisa desenvolver tanto a demanda quanto as aplicações, ou as infraestruturas de transporte.

Vários planos nacionais já foram anunciados para relançá-lo, combinando cooperação e estratégias, às vezes diferentes, do hidrogênio 100% verde com o nuclear, ou mesmo o gás.

Os Estados Unidos têm um novo roteiro nesta área. A Alemanha espera investir US$ 9 bilhões de euros (US$ 10,6 bilhões) até 2030; França e Portugal, 7 bilhões de euros cada (ou US$ 8,25 bilhões); Reino Unido, 12 bilhões de libras (ou US$ 16,5 bilhões); e Japão e China, US$ 3 bilhões e US$ 16 bilhões, respectivamente, para deixar sua produção mais ecológica. Os números são da consultoria Accenture.

No total, “estão em projeto 76 gigawatts de capacidade de produção, 40 deles anunciados no ano passado”, afirmou Gero Farruggio, da consultoria Rystad Energy, acrescentando que a Austrália concentra “metade dos principais projetos”.

– Domínio asiático? –

O norte da Ásia se posicionou: Japão, que tem grandes necessidades e está trabalhando no projeto de navios para transporte de hidrogênio, Coreia do Sul e, principalmente, China.

“Dadas as suas necessidades, (a China) vai com tudo, incluindo hidrogênio, especialmente para a mobilidade”, diz Nicolas Mazzucchi, da Fundação para Pesquisa Estratégica.

A China desenvolve um modo de produção ligado a reatores nucleares, embora sua produção atual seja procedente do carvão. Atrai atores de todo mundo: fabricantes de células de combustível para veículos (a canadense Ballard, a francesa Symbio) e estações de recarga (Air Liquide), por exemplo.

“Com sua vontade de descarbonizar (sua economia) e sua capacidade de fazer os preços baixarem, a China pode dominar o fornecimento de eletrolisadores, como ocorre com os módulos solares? Parece provável”, diz Gero Farruggio.

Adiante, a Europa está-se preparando.

“Três países se destacam”, afirma diz Charlotte de Lorgeril, da consultoria da Sia Partners, que cita Alemanha, “adiantada em relação aos transporte”; França, “mais avançada na produção”; e Holanda, que tem infraestruturas importantes de gás.

A União Europeia (UE) espera, até 2050, ter seu leque de oferta de energia composto por 12% a 14% de hidrogênio, contra atuais 2%. Para isso, estimula a cooperação.

O que não impede a Alemanha de se tornar o “primeiro fornecedor” do mundo, afirma seu ministro da Economia, Peter Altmaier.

Menos otimista, Nicolas Mazzucchi teme que a UE compense sua “falta de estratégia energética global”, transformando o hidrogênio na panaceia do momento.

No setor industrial, os produtores tentam se impor comprando, principalmente start-ups, ou consórcios. É o caso da Total e da Engie, parceiros para desenvolver a maior planta, na França, de produção de hidrogênio verde.

Se essa euforia persistir e se concretizar, o hidrogênio pode contribuir para subverter o mapa mundial de energia. Acordos e interdependências já estão sendo criados nesse sentido.

Equinor, Ørsted e Boskalis aderem a consórcio de eólica offshore para hidrogênio verde


Equinor, Ørsted, Boskalis e outras sete empresas se juntaram ao projeto de hidrogênio verde do AquaVentus. O consórcio está desenvolvendo um projeto para produção de hidrogênio alimentado por 10 GW de energia eólica offshore instalada no Mar do Norte, e agora conta com 50 empresas e organizações.

Segundo o portal Offshore Wind, de janeiro até meados de março, oito empresas se juntaram ao consórcio, incluindo a desenvolvedora eólica offshore EnBW e a Linde — empresa de produção, transporte, armazenamento e distribuição de hidrogênio.

A Hynamics, subsidiária da EDF voltada para o hidrogênio, Brunsbüttel Ports, e o provedor de serviços marítimos EMS também fazem parte do consórcio AquaVentus desde o início deste ano.

Os projetos vão desde a produção de hidrogênio no Mar do Norte até o transporte para clientes no continente.

Incluem o desenvolvimento de parques eólicos offshore com geração integrada de hidrogênio, um parque offshore de hidrogênio em grande escala, um gasoduto central de abastecimento, infraestruturas portuárias, plataforma de pesquisa e aplicações marítimas.

O consórcio planeja instalar, até 2025, duas turbinas eólicas de 14 MW, cada uma com uma planta de eletrolisador em sua plataforma de fundação.

Em abril, Shell, RWE, GASCADE e Gasunie assinaram uma declaração de intenções para intensificar sua colaboração no gasoduto, com um estudo de viabilidade planejado como a próxima etapa do projeto.

Exportação de hidrogênio atrai plano de investimento de US$ 5 bi para o Ceará

No início de março, a Enegix Energy anunciou plano de investimento de US$ 5,4 bilhões no projeto Base One para produzir mais de 600 mil toneladas de hidrogênio verde no Porto do Pecém, no Ceará.

A ideia, segundo a empresa, é transformar o estado em um importante exportador do combustível.

A empresa contratou 4,5 GW de energia eólica e 3,5 GW de solar fotovoltaica para o projeto e espera que o período de construção leve de três a quatro anos para ser concluído, mas a operação pode começar um pouco antes.

Drone movido a energia solar e células de hidrogênio é capaz de voar por 24h


O Laboratório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos (US Naval Research Laboratory) está prestes a finalizar o projeto do drone Hybrid Tiger, uma aeronave não-tripulada com motor híbrido movido a energia solar e células de hidrogênio. Os testes mais recentes desse aparelho, feitos em novembro, revelaram que ele é capaz de voar por até 24 horas, tornando-se muito útil para operações militares táticas.

O Hybrid Tiger é alimentado por um tanque de combustível de hidrogênio de alta pressão e sistema de célula de combustível durante a noite e painéis solares fotovoltaicos de alta eficiência durante o dia. Isso explica sua alta eficiência energética e autonomia elevada — mas que ainda pode melhorar, já que os testes foram feitos em condições extremamente negativas.


“O voo foi um teste de desempenho nas piores condições: temperaturas caindo abaixo de zero, ventos soprando a 37km/h e relativamente pouca energia solar quando nos aproximamos do solstício de 21 de dezembro”, disse Richard Stroman, engenheiro mecânico da Divisão de Química do Laboratório de Pesquisa Naval.

Imagem: Exército dos Estados Unidos

Como o Hybrid Tiger teve um bom desempenho em más condições, os engenheiros do laboratório esperam que ele possa voar por mais de dois dias continuamente com clima e luz solar melhores, algo que deve ser realizado no auge da primavera no hemisfério norte.
Comandos autônomos por meio de algorítmos

Além de poder ser controlado a distância, o Hybrid Tiger também reúne tecnologias para condução autônoma. Segundo o laboratório, os pesquisadores estão desenvolvendo algorítimos de gerenciamento de energia que variam os modos operacionais do drone e geram uma estratégia de navegação com base em previsões do tempo e oportunidades observadas localmente para a captação de energia.


Um exemplo dado pelos desenvolvedores aborda quando o Hybrid Tiger quer ganhar altitude. Para isso, seus sistemas buscam correntes ascendentes térmicas, quando disponíveis, de modo a combinar várias fontes de energia com diferentes vantagens para alcançar a resistência extrema.

O Laboratório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos não informou se pretende levar esse drone a níveis comerciais de produção e desenvolvimento.




Fonte: Flight Global, Military Leak

Ministério de Minas e Energia mira maior participação do Brasil no mercado de energias renováveis

Durante os últimos dias, o Ministério participou de eventos com a União Europeia e com autoridades latino-americanas para discutir o tema

O hidrogênio, um dos combustíveis buscados pelo Ministério de Minas e Energia, pode ser usado como combustível de foguetes. Foto: ROSCOSMOS

Ministério de Minas e Energia (MME) participou, na última quarta-feira (14/4), do evento Diálogo de Alto Nível União Europeia-Brasil sobre as Mudanças Climáticas, a Biodiversidade e o Desenvolvimento Sustentável. A reunião foi promovida pela Delegação da União Europeia (UE) no Brasil e pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro, no âmbito da Parceria Estratégica Brasil-UE.

A conferência debateu energia limpa, biodiversidade e implementação da agenda 2030 – planejamento da Organização das Nações Unidas (ONU) para, entre outros temas, reduzir o desmatamento global.

O MME participou do painel “Transição para uma Energia Limpa”, com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético, Paulo Cesar Domingues, que apresentou os avanços do Brasil no campo da energia limpa, sustentável e acessível.

Cesar Domingues defendeu a utilização de soluções híbridas para a transição energética. De acordo com o secretário, as tecnologias mistas combinam as vantagens da bioenergia sustentável, da hidroeletricidade, das energias solar e eólica, além da energia nuclear, em conjunto com fontes fósseis de menor emissão de CO2, como o gás natural.

“Além dos recursos tradicionais, o Brasil pode contribuir com a transição energética de outros países na produção de hidrogênio, aproveitando a abundância de recursos energéticos e das tecnologias já desenvolvidas”, afirmou Paulo Cesar.

Mercado de hidrogênio

Com o objetivo de aumentar o uso de energias renováveis no país, além do evento com a União Europeia, o Ministério de Minas e Energia participou, entre os dias 14 e 15/4, do 1º Congresso do Hidrogênio para a América Latina e Caribe (H2LAC 2021). A conferência, cuja organização foi feita pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo grupo New Energy, teve por intuito acelerar o desenvolvimento do mercado de hidrogênio (fonte de energia que pode ser usada como combustível de carros, foguetes, entre outros) na América Latina e Caribe.

Entre outros convidados para os dois dias de conferencia, o Ministro Bento Albuquerque participou de um painel de discussão com os ministros do Chile, Colômbia, Costa Rica e Uruguai sobre a oportunidade de posicionar a região da América Latina e Caribe como líder mundial em hidrogênio.

Bento ressaltou que o Brasil, com 83% de renováveis na matriz elétrica, tem potencial para gerar hidrogênio verde (H2V) – obtido a partir de fontes renováveis, em um processo no qual não haja a emissão de carbono – de forma “altamente competitiva”. O ministro ainda pontuou que submeterá ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) uma resolução determinando que se estabeleçam as diretrizes para um Programa Nacional de Hidrogênio (visando aumentar essa fonte de energia no país).

O evento também contou com a presença da secretária-executiva da Indústria do Governo do Ceará, Roseane Medeiros, que integrou painel sobre criação de um mercado de hidrogênio na América Latina e Caribe. A secretária apresentou o projeto do Governo do Ceará, lançado em fevereiro de 2021, que lançou um programa de produção de hidrogênio verde no estado.

Medeiros ainda assinou um memorando de entendimento – primeiro passo para a formalização de um documento jurídico mais elaborado como um contrato social – com a empresa australiana Enegix Energy, que pretende instalar uma usina para produzir H2V no Complexo do Pecém, com investimentos estimados em US$ 5,4 bilhões.

Biocombustíveis

Nesta quinta-feira (22), será realizada uma mesa redonda com autoridades de governos da América Latina e Caribe. O diretor do Departamento de Biocombustíveis, da Secretaria de Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, discutirá o hidrogênio como meio de descarbonização, com foco na cadeia de combustíveis.
Por Pedro Costa Teodoro
Fonte O Brasilianista

Governo Federal prevê lançar Política Nacional do Hidrogênio até o fim do ano

As diretrizes do programa para regulamentar o desenvolvimento da cadeia de produção do hidrogênio no País devem ser publicadas até o fim de junho, se aprovada hoje resolução pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)

Legenda: Conselho já colocou o hidrogênio no topo das prioridades para a pesquisa e desenvolvimento no Brasil voltados a energia Foto: Shutterstock


Com memorandos de entendimento já firmados para a produção de hidrogênio verde no Ceará, grande aposta do Estado para o desenvolvimento da região, o Governo Federal tem o desafio de criar um arcabouço legal e regulatório para a cadeia produtiva do setor, o que envolve muito mais que a pasta e os órgãos de energia.

De acordo com o diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Carlos Alexandre Pires, a expectativa do governo é entregar ao menos parte desse arcabouço, a Política Nacional do Hidrogênio, até o fim deste ano. Hoje, a pasta entrega ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) resolução para publicar em até 60 dias as diretrizes do programa.

O documento deverá incluir direcionamentos para a normatização do uso, transporte, qualidade, segurança, armazenamento e abastecimento do hidrogênio no País, entre outras definições. "É um desafio gigante, porque nós estaremos partindo praticamente do zero. Mas é um desafio que é problema em todos os países porque, sendo uma tecnologia disruptiva, tem pouco ou quase nada de arcabouço regulatório no mundo".

Fonte: Diário do Nordeste

Ceará receberá investimentos de US$ 5,4 bilhões para implantação de usina de hidrogênio verde no Pecém

Também será criado um grupo de trabalho para desenvolver políticas públicas de energias renováveis e para fomentar o desenvolvimento sustentável a fim de criar um hub de hidrogênio verde no Estado.

Obtenção do hidrogênio verde.

O Ceará assinou nesta sexta-feira, 19, um memorando de entendimento com a empresa australiana Enegix Energy para implantação de uma usina de hidrogênio verde no Complexo Portuário e Industrial do Porto do Pecém (Cipp). O valor do investimento é da ordem de US$ 5,4 bilhões. O anúncio foi feito na manhã de hoje pelo governador Camilo Santana.

Também será criado um grupo de trabalho para desenvolver políticas públicas de energias renováveis e para fomentar o desenvolvimento sustentável a fim de criar um hub de hidrogênio verde no Estado. A iniciativa terá apoio da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) e da UFC.

“O empreendimento busca a produção de energias renovável, representa a eliminação de CO2. É uma ação extremamente importante, não somente econômico, mas também tecnológico”, disse o reitor da UFC, Cândido Albuquerque.

De acordo com o titular da Sedet, Maia Júnior, o Ceará vai estar alinhado a “uma economia voltada ao meio ambiente e vai proporcionar os cearenses não somente riquezas, mas sobretudo oportunidades de emprego ao Estado”.

A obtenção do hidrogênio se dá por meio da eletrólise da água, retirando o H2 do solvente e inserindo o CO2 do ar para fazer a fusão. Ele pode ser destinado à geração de energia.

O combustível renovável pode ajudar a reduzir as emissões líquidas de dióxido de carbono (CO2) em setores que consomem muita energia e difíceis de descarbonizar, como aço, produtos químicos, transporte de longa distância, navegação e aviação.

Usina de querosene verde

Além da usina de hidrogênio verde, o Estado busca parceiros para financiar um projeto para produção do chamado “querosene verde”. A unidade será implantada no Aeroporto de Fortaleza.

De acordo com o secretário executivo de Comércio, Serviço e Inovação da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Júlio Cavalcante, há tratativas com a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ Alemanha) e com um engenheiro cearense com projetos na área. As conversas estão sendo retomadas após a “pausa” ocasionada pela pandemia.

Hidrogênio verde: os 6 países que lideram a produção do 'combustível do futuro'


O hidrogênio (H2) é o elemento mais abundante do universo e pode ser a chave para 'descarbonizar' o planeta.

Os cientistas deixaram claro: se quisermos evitar os piores impactos das mudanças climáticas, devemos encontrar uma maneira de impedir que as temperaturas globais continuem subindo.

O desafio é imenso. As temperaturas já estão 1°C acima dos níveis pré-industriais e, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), uma alta adicional de apenas 0,5 °C é suficiente para que os efeitos sejam devastadores.

Diante deste cenário, muitos países estão buscando urgentemente formas de suprir suas demandas energéticas sem continuar prejudicando o meio ambiente.

Uma das soluções que algumas nações estão desenvolvendo é o hidrogênio verde, também conhecido como hidrogênio renovável.

Recentemente, o fundador da Microsoft, Bill Gates — que lançou um livro intitulado Como evitar um desastre climático —, classificou esse combustível como a melhor inovação dos últimos tempos para combater o efeito estufa.

"Não sei se vamos conseguir (produzir hidrogênio verde a um preço acessível), mas, se conseguirmos, isso resolveria muitos problemas", disse ele no podcast Armchair Expert.

"Me anima que se fale muito sobre como alcançar isso. Isso não acontecia há três ou quatro anos", acrescentou.

O que é hidrogênio verde?

O hidrogênio é o elemento químico mais abundante do universo. As estrelas, como o nosso Sol, são formadas principalmente por esse gás, que também pode assumir o estado líquido.

O hidrogênio é muito poderoso: tem três vezes mais energia do que a gasolina.

Mas, ao contrário dela, é uma fonte de energia limpa, uma vez que só libera água (H2O), na forma de vapor, e não produz dióxido de carbono (CO2).

O hidrogênio tem três vezes mais energia do que a gasolina e não libera gases poluentes

No entanto, embora existam há muitos anos tecnologias que permitem usar o hidrogênio como combustível, há várias razões pelas quais até agora ele só foi usado em ocasiões especiais (como para impulsionar as espaçonaves da Nasa, a agência espacial americana).

Uma delas é que é considerado perigoso por ser altamente inflamável — por isso, transportá-lo e armazená-lo com segurança é um grande desafio.

Mas um obstáculo ainda maior tem a ver com as dificuldades para produzi-lo.

Na Terra, o hidrogênio só existe em combinação com outros elementos. Ele está na água, junto ao oxigênio, e se combina com o carbono para formar hidrocarbonetos, como gás, carvão e petróleo. Portanto, o hidrogênio precisa ser separado de outras moléculas para ser usado como combustível.

E conseguir isso requer grandes quantidades de energia, além de ser muito caro.

Até agora, os hidrocarbonetos eram usados ​​para gerar essa energia, então a produção de hidrogênio continuava a poluir o meio ambiente com CO2.

Há alguns anos, contudo, o hidrogênio começou a ser produzido a partir de energias renováveis, ​​como solar e eólica, por meio de um processo chamado eletrólise.

A eletrólise usa uma corrente elétrica para dividir a água em hidrogênio e oxigênio em um dispositivo chamado eletrolisador.

O resultado é o chamado hidrogênio verde, que é 100% sustentável, mas muito mais caro de se produzir do que o hidrogênio tradicional.

No entanto, muitos acreditam que ele pode oferecer uma solução ecológica para algumas das indústrias mais poluentes, incluindo a de transportes, química, siderúrgica e de geração de energia.

O hidrogênio verde pode transformar o setor de transportes e outras indústrias poluentes

Uma aposta para o futuro

Atualmente, 99% do hidrogênio usado como combustível é produzido a partir de fontes não-renováveis.

E menos de 0,1% é produzido por meio da eletrólise da água, de acordo com a Agência Internacional de Energia.

No entanto, muitos especialistas em energia preveem que isso mudará em breve.

As pressões para reduzir a poluição ambiental têm levado uma série de países e empresas a apostar nesta nova forma de energia limpa, que muitos acreditam ser essencial para "descarbonizar" o planeta.

Companhias de petróleo como Repsol, BP e Shell estão entre as que lançaram projetos de hidrogênio verde.

E vários países anunciaram planos de produção nacional deste combustível renovável.

Isso inclui a União Europeia (UE) que, em meados de 2020, se comprometeu a investir US$ 430 bilhões em hidrogênio verde até 2030.

A intenção da UE é instalar eletrolisadores de hidrogênio renovável de 40 gigawatts (GW) na próxima década, para alcançar sua meta de ter impacto neutro no clima até 2050.

Por sua vez, o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu em seu plano energético que vai garantir "que o mercado possa ter acesso ao hidrogênio verde ao mesmo custo do hidrogênio convencional em uma década, proporcionando uma nova fonte de combustível limpo para algumas centrais elétricas existentes. "

Joe Biden prometeu tentar reduzir o preço do hidrogênio verde

Queda de preços

No fim de 2020, sete empresas internacionais que desenvolvem projetos de hidrogênio verde lançaram a iniciativa Green Hydrogen Catapult (Catapulta de Hidrogênio Verde), como parte da campanha Race to Zero (Corrida por Zero Emissões) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

Esta coalizão global — formada pelo grupo saudita de energia limpa ACWA Power, a desenvolvedora australiana CWP Renewables, a fabricante chinesa de turbinas eólicas Envision, as gigantes europeias de energia Iberdrola e Ørsted, o grupo de gás italiano Snam e a produtora norueguesa de fertilizantes Yara — quer que a indústria seja multiplicada por 50 nos próximos seis anos.

E também pretende reduzir o custo atual do hidrogênio renovável pela metade, para menos de US$ 2 por quilo.

Um relatório publicado em agosto de 2020 pela consultoria de energia Wood Mackenzie sugere que eles estão no caminho certo: o documento estima que os custos cairão até 64% na próxima década.

Enquanto isso, o banco de investimento Goldman Sachs estimou em setembro do ano passado que o mercado de hidrogênio verde ultrapassará US$ 11 trilhões em 2050.

Os países líderes

Todo esse otimismo em torno do que a revista Forbes chamou de "a energia do futuro" está relacionado a uma série de megaprojetos que estão sendo planejados ao redor do mundo.

Essas obras — que já foram anunciadas, mas na maioria dos casos estão em fase de planejamento — representariam uma grande expansão do mercado de hidrogênio verde, ampliando a capacidade atual de cerca de 80 GW para mais de 140 GW.

A seguir, confira quais são os seis países que estão desenvolvendo os maiores projetos de produção de hidrogênio verde.

A Austrália planeja aproveitar seus vastos recursos de energia renovável para produzir hidrogênio verde

Austrália

O maior país da Oceania lidera os planos de produção deste novo combustível limpo com propostas para a construção de 5 megaprojetos em seu território, graças aos seus vastos recursos energéticos renováveis, especialmente energia eólica e solar.

O maior projeto — do país e do mundo — é o Asian Renewable Energy Hub, em Pilbara, na Austrália Ocidental, onde está prevista a construção de uma série de eletrolisadores com capacidade total de 14 GW.

A previsão é de que o projeto de US$ 36 bilhões esteja pronto até 2027-28.

Os outros quatro projetos — dois na Austrália Ocidental e dois em Queensland, no leste — ainda estão na fase de planejamento inicial, mas acrescentariam outros 13,1 GW se aprovados.

Por tudo isso, alguns estão chamando a Austrália de "a Arábia Saudita do hidrogênio verde".

Holanda

A petrolífera anglo-holandesa Shell lidera junto a outros desenvolvedores o projeto NortH2 no Porto do Ems, no norte da Holanda, que prevê a construção de pelo menos 10 GW de eletrolisadores.

A meta é ter 1GW até 2027 e 4GW até 2030, utilizando a energia eólica offshore.

O estudo de viabilidade do projeto, cujo custo não foi divulgado, será concluído em meados deste ano.

A ideia é utilizar o hidrogênio gerado para abastecer a indústria pesada tanto na Holanda quanto na Alemanha.

Alemanha

Os alemães também têm seus próprios projetos de hidrogênio verde em território nacional. O maior é o AquaVentus, na pequena ilha de Heligoland, no Mar do Norte.

O plano é construir ali 10 GW de capacidade até 2035.

Um consórcio de 27 empresas, instituições de pesquisa e organizações — incluindo a Shell — está promovendo o projeto, que usará os fortes ventos da região como fonte de energia.

Um segundo projeto menor está sendo planejado em Rostock, na costa norte da Alemanha, onde um consórcio liderado pela empresa de energia local RWE pretende construir mais 1 GW de energia verde.

A China é o principal produtor mundial de hidrogênio, mas a partir de fontes poluentes. Agora, planeja se aventurar no mercado de H2 renovável

China

O gigante asiático é o maior produtor mundial de hidrogênio, mas até agora usou hidrocarbonetos para gerar quase toda essa energia.

No entanto, o país está dando agora os primeiros passos no mercado de hidrogênio verde com a construção de um megaprojeto na Mongólia Interior (região autônoma da China), no norte do país.

O projeto é liderado pela concessionária estatal Beijing Jingneng, que investirá US$ 3 bilhões para gerar 5 GW a partir de energia eólica e solar.

A previsão é que o projeto fique pronto ainda neste ano.

Arábia Saudita

O país árabe com as maiores reservas de petróleo também planeja entrar no mercado de hidrogênio verde, com o projeto Helios Green Fuels.

Ele será baseado na "cidade inteligente" futurística de Neom, às margens do Mar Vermelho, na província de Tabuk, no noroeste do país.

A previsão é de que o projeto de US$ 5 bilhões instale 4 GW de eletrolisadores até 2025.

O Chile planeja aproveitar seus recursos naturais para produzir hidrogênio verde

Chile

O país sul-americano, considerado uma das mecas da energia solar, foi o primeiro da região a apresentar uma "Estratégia Nacional de Hidrogênio Verde" em novembro de 2020.

É também a única nação latino-americana com dois projetos em desenvolvimento: o HyEx, da empresa francesa de energia Engie e da empresa chilena de serviços de mineração Enaex; e o Highly Innovative Fuels (HIF), da AME, Enap, Enel Green Power, Porsche e Siemens Energy.

O primeiro, com sede em Antofagasta, no norte do Chile, usará energia solar para abastecer eletrolisadores de 1,6 GW. E o hidrogênio verde gerado será usado na mineração.

Um teste piloto inicial planeja instalar 16 MW até 2024.

O projeto HIF, no extremo oposto do Chile, na Região de Magalhães e da Antártida Chilena, usará energia eólica para gerar combustíveis à base de hidrogênio.

Segundo informações da empresa AME, "o projeto piloto utilizará um eletrolisador de 1,25 MW e nas fases comerciais será superior a 1 GW".

O ministro da Energia do Chile, Juan Carlos Jobet, destacou que o país não busca apenas gerar hidrogênio verde para cumprir sua meta de atingir a neutralidade de carbono até 2050, mas também deseja exportar esse combustível limpo no futuro.

"Se fizermos as coisas direito, a indústria do hidrogênio verde no Chile pode ser tão importante quanto a mineração, a silvicultura ou como o salmão já foi", disse ele à revista Electricidad.

O combustível do futuro - Hidrogênio

O hidrogênio verde (H2V) vai mudar por completo a produção, o consumo e a distribuição de energia no mundo. O Brasil tem potencial para liderar esse mercado bilionário

Usinas eólicas e solares são utilizadas no processo de separação do hidrogênio da água: revolução energética (Crédito: Divulgação)

A ideia de descarbonização do Planeta não tem volta. O compromisso que grande parte da humanidade assumiu em abolir o uso de energia proveniente de uma matriz fóssil, que dispersa carbono na atmosfera e impacta o clima causando aquecimento global, está posta. Para realizar essa mudança, governos e empresas pretendem progredir na utilização do hidrogênio como armazenador de energia e como combustível. Mas como se dá a produção do hidrogênio? Há vários métodos, mas a solução sustentável é quando se utiliza a técnica conhecida por eletrólise. 

Nesse processo, separa-se o hidrogênio da água utilizando fontes renováveis de energia, como a eólica ou solar. Na sequência, o hidrogênio é colocado em um compartimento para uso posterior. Com essa forma de produção, o gás ganha o nome de hidrogênio verde (H2V). E o Brasil tem imensas vantagens competitivas neste novo negócio bilionário.


O advento do hidrogênio verde permite dizer que passamos por um momento de transição energética, e, ao passo que esse elemento for se consolidando como o combustível substituto das velhas fontes fósseis de energia, todos os setores da sociedade serão modificados: indústria, transportes, empresas que são grandes consumidoras de energia elétrica, e até mesmo o consumo doméstico. 

No que o mundo depender de fontes de energia renováveis, o Brasil tem o potencial para liderar o mercado de produção do hidrogênio verde, dado a disponibilidade de áreas para construção de parques eólicos e geração de energia solar, essenciais para a eletrólise. No caso da indústria automotiva o ganho é incomensurável. No futuro, além de abastecer o carro com o hidrogênio verde, esse mesmo veículo poderá servir como armazenador de energia e suprir a casa do dono. 

No Japão, carros à gasolina serão eliminados até 2050. O economista e empresário Roberto Giannetti da Fonseca, que estuda o assunto a fundo e tem atuado como consultor de empresas interessadas na tecnologia, conta que foram feitos testes com carros da montadora Toyota, abastecidos com hidrogênio verde, que se mostraram promissores. “O veículo não faz barulho, tem autonomia de 700 km e poluição zero”, diz. Em relação à capacidade do Brasil de liderar a produção mundial de hidrogênio verde, ele diz que “o País está para o hidrogênio verde assim como a Arábia Saudita está para o petróleo”.

O dono poderá usar o veículo abastecido com H2V como armazenador de energia e para suprir suas necessidades domésticas (Crédito:Divulgação)

No Brasil, empresas estrangeiras querem instalar um pólo de produção de H2V no Porto de Pecém, no Ceará. com investimentos de U$ 5,4 bilhões. O hidrogênio é o primeiro elemento da tabela periódica e o mais abundante do mundo, mas ele não está disponível em sua forma molecular isoladamente, só junto a outros elementos: biomassa, metano e água. A principal forma de produção ainda é a partir da utilização de combustíveis fósseis. Nesse processo, o hidrogênio é chamado de “marrom”. O desafio é substituir esse gás sujo pelo H2V. A União Europeia promete criar uma cadeia de valor para fornecer o hidrogênio 100% verde até 2030.

“A utilização do elemento foi a rota energética escolhida pela Europa e vai crescer no Brasil”, afirma Luiz Piauhylino, sócio-diretor da KWP Sunlution, empresa participante de um grupo internacional que quer desenvolver a tecnologia no País. O futuro do H2V é promissor.

Veículos movidos a hidrogênio têm motores elétricos, grande autonomia, não fazem barulho e não poluem.

Por Fernando Lavieri

Combustível do Futuro: Plano do governo para descarbonização vai de etanol a hidrogênio

Aprovado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) este mês, o programa Combustível do Futuro traz uma sinalização ao mercado sobre o planejamento energético do governo federal para a descarbonização do setor de transportes. É também uma resposta à tendência mundial de eletrificação da frota.

“Nós não podemos ser arrastados por uma tendência global e não aproveitar aquilo que o Brasil tem de grande expertise e grande tecnologia, que são os biocombustíveis e biotecnologia”, disse o secretário de petróleo, gás natural e biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), José Mauro Coelho.

Coelho participou do programa EPBR Entrevista na quinta, 29, ao lado do diretor de biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, para detalhar o novo programa do governo, que será dividido em eixos temáticos e buscará integração de políticas já estabelecidas para o setor, como RenovaBio e Rota 2030.

Uma das apostas é ampliar a análise do ciclo de vida dos combustíveis, que já ocorre no RenovaBio, para considerar a pegada de carbono desde a produção até o consumo final, em uma avaliação “do poço à roda”.

“Se você considerar a fonte da energia, você tem emissões sim. Se você não dá a correta indicação para indústria automotiva, parece que a única solução para veículos leves é a eletrificação. É uma sinalização aos investidores”, explicou Pietro Mendes.

“É um programa bastante abrangente. Um eixo só sobre o ciclo Otto, um eixo de diesel, outro é captura e armazenagem de carbono de biocombustível e hidrogênio, outro só sobre bioQAV, combustíveis marítimos de baixa emissão e incentivar que operadores de petróleo usem parte do P&D para objetivos do Combustível do Futuro”, completou José Mauro.

Segundo o secretário, o grupo de trabalho do programa tem 180 dias para entregar os resultados de uma série de estudos com os diferentes eixos temáticos. “O que vai sair daí vamos encaminhar para o CNPE propostas de política pública”, disse.

A seguir, conheça alguns eixos temáticos e o que está em jogo em cada um deles.

Ciclo Otto (motores a gasolina e etanol)

Segundo o MME, estudos indicam que a gasolina do futuro tem que ter octanagem de 102. Um dos objetivos será verificar junto à refinaria o que precisa ser feito para isso. Hoje, a octanagem no Brasil é 92.

Outro ponto é a bioeletrificação. “A eletrificação da mobilidade é irreversível, mas que tipo de eletrificação nós estamos falando? No caso do Brasil, precisamos ter uma bioeletrificação, eletrificação com biocombustíveis”, indica Coelho.

Para o secretário, a bioeletrificação, junto com os veículos híbridos, pode alavancar também a tecnologia de veículos movidos a hidrogênio a partir de célula combustível de etanol.

“Quando a gente olha custo de veículo e vê os programas de eletrificação, eles estão baseados fortemente em subsídios estatais. Tem estudos que apontam a redução do custo de bateria, mas é fato que hoje o Brasil fazer uma opção para uma eletrificação puramente elétrico seria extremamente custoso”, comenta Pietro Mendes.

Para Mendes, é preciso avaliar a eficiência antes de pensar um subsídio.

Uma das propostas é que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) fique com a coordenação de pesquisa e desenvolvimento e que sejam criados incentivos para que operadoras de óleo e gás invistam em estudos de célula de combustível a etanol como uma fonte de hidrogênio onboard.

Por sua vez, o etanol líquido lignocelulósico, ou etanol de segunda geração, é visto como estratégico para tornar o biocombustível uma commodity. “Muitos países não produzem etanol porque não tem áreas agricultáveis em tamanho suficiente para produzir cana ou outra cultura. Mas se eu tenho tecnologia para produzir o etanol através de material celulósico isso muda completamente”, explica Coelho.

Ele acredita que a ampliação do mercado pode dar sustentabilidade a outros combustíveis renováveis, que ainda não alcançaram competitividade em relação aos fósseis.

Ciclo diesel (veículos pesados)

O futuro do biodiesel e a inserção do diesel verde na matriz de combustíveis são temas que já vêm sendo discutidos dentro do MME. Mas o gás natural também está na mira do governo como uma tendência para os veículos pesados – ônibus e caminhões.

“Agora com a sanção da nova Lei do Gás, a gente vai ter um avanço no mercado de gás natural do Brasil. Estamos trabalhando no decreto regulamentador da lei do gás, esperamos ter esse decreto publicado até início de maio”, disse Coelho.

De acordo com o secretário, isso vai dar mais clareza e alavancar investimentos. “É claro que vai continuar tendo diesel, não tenha dúvida disso, mas eu acho que grande parte pode ser ocupada pelo gás natural, afirmou.

Coelho também lembrou a dependência externa de diesel de petróleo em um patamar “importamos”, representando cerca de 23% do consumo.

Além disso, o MME também vê um grande potencial no uso de biogás e biometano e formação de corredores verdes de abastecimento, que incentivariam também a expansão da infraestrutura de gasodutos.

“A gente quer identificar medidas e políticas públicas para que a gente possa, no médio prazo ter corredores verdes, com veículos transitando a gás natural e postos de abastecimento”, explicou Coelho.

De acordo com Pietro Mendes, o Ministério da Economia tem feito reuniões para verificar quais são as condições para que esses corredores existam. “O biometano tem um papel fundamental na interiorização das rotas onde os gasodutos ainda não chegam e podem até servir como um estímulo para construção de gasodutos no futuro”, completou o diretor.

Combustível Sustentável de Aviação (SAF)

A aviação civil internacional tem um acordo equivalente ao Acordo do Clima de Paris – o Corsia (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation). Nele, mais de 70 países, representando cerca de 85% da atividade de aviação internacional, se onde se comprometeram a reduzir suas emissões, com metas obrigatórias a partir de 2027.

Dentre as soluções para a descarbonização desse setor, os biocombustíveis de aviação são apontados como a solução mais eficiente. “Temos que ter uma solução ‘drop in’ para esse caso. Não tem como ter solução de motor elétrico, tem que ser ou um biocombustível ou um combustível sintético. Se o governo não der vetores nesse momento para que essa indústria comece a crescer no Brasil vamos chegar em 2027 sem nada”, destacou Coelho.

Um dos principais entraves para o uso em larga escala do bioquerosene é o preço, já que o combustível de aviação representa em média, 24% do custo de operação das companhias aéreas globalmente. No Brasil, chega a 36%.

Neste cenário, o MME vê na produção de SAF uma oportunidade para o Brasil. Tanto em termos de reduzir custos para as companhias que atuam no país, quanto para ser um exportador global.

“Dada as condições que temos hoje, acho que faz todo sentido que o Brasil se torne um dos maiores produtores de SAF no mundo. Agora a gente tem que aprofundar os estudos com relação a quanto vai ser esse preço em 2027, para que a gente consiga ter um debate tanto com os agentes, mas também com o Ministério da Infraestrutura e Economia e fazer um estudo comparativo com o preço do crédito de carbono”, sinalizou Pietro Mendes.

“[Um hub de produção aqui] pode atrair abastecimento de aeronaves de outros países para cumprir as metas, melhorar a questão de rotas, são muitas vantagens que vislumbramos, mas é um aprofundamento que vamos fazer no âmbito do grupo”, completou.

Hidrogênio e Probioccs

Um dos subprogramas do Combustível do Futuro, o probioccs vai estudar captura e estocagem de CO2 na produção de biocombustíveis (BioCCS).

“Se a gente consegue fazer essa captura, o produtor de biocombustível pode até aumentar em 20% a sua nota de eficiência energética ambiental e ela entra no cálculo para emitir CBios”, estima Coelho.

A proposta é criar um arcabouço legal e regulatório para o BioCCS. A demanda veio de produtores de etanol de milho do Centro-Oeste que querem fazer injeção de CO2, mas não encontram amparo na regulação.

A regulamentação também deve se estender a outras formas de captura e armazenamento de carbono, para viabilizar o hidrogênio azul – quando a fonte é fóssil, mas o carbono emitido é capturado para neutralizar as emissões.

O CNPE aprovou na semana passada a elaboração de um programa nacional para o hidrogênio.

Na avaliação de Pietro Mendes, pode-se esperar um ‘hidrogênio arco-íris’. “O Brasil não tem por que escolher uma determinada rota. Com o aumento da produção de gás natural faz todo sentido ter hidrogênio azul. Como a gente tem energia eólica e solar, ter o hidrogênio verde”, explica.

Combustível marítimo

A Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês) tem meta de reduzir em até 70% as emissões do setor marítimo até 2050.

De acordo com Pietro Mendes, o Brasil ainda não tem uma estratégia de descarbonização no transporte marítimo e o Combustível do Futuro pretende preencher também esta lacuna.

“Qual é a estratégia brasileira com a IMO? Vamos ser simplesmente atraídos pelo que a União Europeia e os EUA estão colocando? Que tipo de combustível para transporte marítimo o Brasil vai defender? Hoje a gente não tem essa resposta, então a ideia é trabalhar em conjunto com a autoridade marítima brasileira e com atores que estão representando Brasil na IMO para ter uma estratégia de descarbonização”, destacou.

Nayara Machado e Larissa Fafá