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Projetos renováveis, eólicos e solares, ganham mais espaços com o crescimento socioeconômico da América Latina

Segundo a Agência Internacional de Energia Renovável, a América Latina pode aumentar sua capacidade de energia solar, instalada, em um fator de 40 vezes até 2050. Foto: DINO / DINO


O mercado de energias renováveis latino-americano passou por fortes transformações, nos últimos anos, com fatores de risco político, tendências de investimento, avanços tecnológicos e os impactos econômicos devido à pandemia da covid-19, segundo a BloombergNEF (BNEF), empresa de consultoria de mercados de energia atuais. De acordo com os dados da empresa, em 2019, o Brasil elevou o investimento na capacidade de energia renovável em 74%, US$ 6,5 bilhões, enquanto o México comprometeu US$ 4,3 bilhões, 17% acima, e o Chile US$ 4,9 bilhões, quatro vezes mais. Somente a Argentina conseguiu conter a tendência, com uma queda de 18%.

As economias da América Latina e do Caribe estão passando por um ponto de inflexão, após cerca de seis anos de desaceleração, incluindo dois anos de recessão, a região volta a mostrar sinais de crescimento, informa Diogo Martignago Mariath, graduado em economia (PUC-RS) e mestre em finanças e investimentos pela escola britânica Cass Business School.

"A região passou por uma grande tendência de desaceleração entre 2010 a 2016, movendo o crescimento em média de aproximadamente 6% em 2010, para território negativo entre 2015 e 2016. Essa mudança no padrão de crescimento da América Latina se deve, principalmente, à fragilidade econômica de dois de seus principais mercados, Brasil e Argentina, que sofreram durante esse período os efeitos de uma profunda crise política e econômica", explica Diogo, com mais de 10 anos de experiência em energias renováveis atuando no Brasil, América Latina, Europa e África.

A partir do ano de 2016, diz o especialista, as reformas econômicas e políticas implementadas no Brasil e na Argentina, aliadas ao bom desempenho de outros países da região, contribuíram para a retomada da trajetória de crescimento da América Latina. "Com cerca de 366 GW de capacidade instalada e abrangendo mais de 20 países, a América Latina continua na vanguarda do desenvolvimento de energia limpa. Mas, mandatos ambiciosos de energia limpa e leilões agressivos estão impulsionando o desenvolvimento na região e permitindo que projetos eólicos e solares alcancem preços baixos recordes", declara Mariath.

Segundo a International Energy Agency (IEA), o custo da produção de energia solar caiu 82% desde 2010, e o Brasil ocupa a sétima colocação global em capacidade instalada de energia eólica, um a cada 10 GWh consumidos no país vem do vento. A energia solar cresceu 212% em 2019 e, mesmo com a crise, outros 25% em 2020, hoje ela responde aproximadamente por 1,7% da matriz energética brasileira.

Conforme o mestre em finanças, que foi painelista em Londres pela Conferência de Energia Renovável na América Latina 2019, o México, a Colômbia, o Peru, o Brasil, o Uruguai, a Argentina e o Chile respondem por cerca de 80% da capacidade instalada da América Latina, e são os focos de investidores internacionais em energia limpa. E lembra que o Brasil e o México são os maiores mercados, atraindo maior atenção e foco dos investidores.

No Brasil, a energia eólica atinge a marca de 18 GW de capacidade instalada, 10,3% da matriz elétrica nacional, de acordo com dados apresentados pela Associação Brasileira da Energia Eólica, são 695 parques e mais de 8.300 aerogeradores. Uma década atrás o segmento ainda contava com menos de 1 GW de capacidade e hoje é a segunda maior, ficando atrás apenas da hidrelétrica que possui 58,7% do parque instalado no país.

"Os mercados estão se abrindo para novas oportunidades e compromissos com o setor privado. O investimento está atingindo novos recordes e, como resultado, os mercados estão adotando instrumentos financeiros inovadores, como títulos verdes e títulos de construção para preencher a lacuna no financiamento. E os investimentos em energia limpa na região também estão abrindo novas fronteiras para prestadores de serviços e fabricantes de equipamentos, ampliando, assim, o alcance da indústria e aumentando a riqueza", acrescenta Diogo Mariath, com experiência em análise de investimentos, desenvolvimento de projetos renováveis greenfield para participação em leilões de energia, projectfinance e aquisições

Dados da BNEF comprovam que o investimento na capacidade de energia renovável no mundo subiu para US$ 282,2 bilhões, em 2019, 1% acima dos US$ 280,2 bilhões de 2018, mesmo com um cenário de investimentos globais limitados. Durante a COP25 da Conferência Climática das Nações Unidas em Madri, uma nova iniciativa regional coordenada pela Organização Latino-Americana de Energias - OLADE, estabeleceu planos para atingir pelo menos 70% de energia renovável em eletricidade até 2030.

Ritmo de expansão em energia renovável deve cair pela 1ª vez em 20 anos, diz IEA


O ritmo de crescimento da capacidade global em energia renovável deve ver o primeiro recuo anual em 20 anos em 2020, em meio a impactos da pandemia de coronavírus, mas a expectativa é de retomada no próximo ano, disse a Agência Internacional de Energia (IEA) nesta quarta-feira.

O mundo deve construir menos parques eólicos, solares e outras instalações que produzem energia limpa neste ano devido à retração na demanda dos setores comerciais e industrial e a problemas logísticos que devem atrasar projetos.

“Os países continuam a construir novas turbinas eólicas e parques solares, mas em um ritmo bem mais lento”, disse o diretor-excutivo da IEA, Fatih Birol.

“Mesmo antes do impacto da pandemia de Covid-19, o mundo precisava acelerar significativamente o desenvolvimento de renováveis para ter chances de atingir suas metas de energia e climáticas”, acrescentou ele.

A capacidade instalada em renováveis neste ano deve crescer em um total de 167 gigawatts, ou 13% a menos que no ano passado, segundo relatório da IEA sobre o setor.

Mas a capacidade global em renováveis ainda terá uma expansão, com crescimento estimado de 6% em 2020.

A expansão mais lenta neste ano reflete atrasos em construções devido a problemas na cadeia de suprimentos, medidas de isolamento e de distanciamento social e também desafios de financiamento.

No próximo ano, o ritmo de crescimento deve voltar ao nível visto em 2019, com a entrada em operação de projetos atrasados e levando em conta uma continuidade de políticas governamentais de apoio ao setor.

Ainda assim, a expansão combinada em 2020 e 2021 deverá ser 10% menor que a prevista pela IEA antes da pandemia.

Quase todos mercados maduros foram afetados por revisões da expansão prevista, exceto os Estados Unidos, onde investidores estão correndo para terminar projetos antes do vencimento de créditos fiscais.

Uso de energia renovável cresce, mas não impede recorde histórico de emissão de CO2

Energia solar apresenta as maiores taxas de crescimento, mas ainda representa uma fatia muito pequena da geração global de eletricidade.

USINA À BASE DE CARVÃO. MATERIAL RESPONDE POR CERCA DE 30% DAS EMISSÕES DE CO2 RELACIONADAS À PRODUÇÃO DE ENERGIA, SEGUNDO A IEA (FOTO: PEXELS)


O uso de fontes renováveis de energia cresceu 7% em 2018, segundo o relatório anual da Agência Internacional de Energia (IEA) recém-divulgado. O aumento da demanda global por essas fontes foi equivalente a todo o consumo de energia elétrica no Brasil, na casa dos 450 TWh (terawatt-hora, ou a mil vezes um gigawatt-hora).

As fontes solar fotovoltaica, eólica e hídrica de energia representaram, cada uma, algo próximo de um terço do crescimento da energia renovável no ano passado. A bioenergia, gerada a partir de materiais orgânicos, representou os cerca de 5% restantes.

Mas, apesar da maior demanda pela energia renovável, esta ainda respondeu por uma parte menor (45%) do aumento da oferta energética global no ano passado. O restante é gerado por queima de carvão, outros combustíveis fósseis e gás natural.

A energia solar fotovoltaica foi a modalidade cuja demanda mais cresceu (em termos proporcionais) em 2018, segundo a IEA. Com alta de 31% no ano passado, ela dobrou sua capacidade instalada em apenas três anos, chegando agora a 534 GW. Deste total, 44 GW foram adicionados só pela China ano passado. O Brasil tem, ao todo, 2 GW de capacidade instalada para produção de energia solar fotovoltaica, e vem aumentando rapidamente sua participação nesse mercado.

Crescendo menos aceleradamente (12% em 2018), a energia eólica manteve ritmo semelhante ao visto no ano anterior, segundo a IEA. Mais popular no Brasil, que tem 14 GW de capacidade instalada em turbinas movidas pelo vento, essa fonte de energia também foi impulsionada pela China, que instalou mais 5 GW de capacidade de produção, chegando a 20 GW.

FONTE EÓLICA CRESCE, MAS AINDA REPRESENTA APENAS 5% DA GERAÇÃO GLOBAL DE ENERGIA (FOTO: THINKSTOCK)

Já a energia hidrelétrica, a mais utilizada por aqui, teve crescimento bem mais modesto no mundo todo — de apenas 3%. Ainda assim, trata-se da maior fonte de energia renovável, responsável por 60% de toda energia gerada a partir desses recursos.

Emissões de CO2 atingem recorde

Apesar dos números aparentemente favoráveis, a energia renovável ainda representa apenas um quarto de todo o consumo global. Considerado por ambientalistas o meio mais poluente de geração de energia, o carvãoainda é responsável pela maior parte da eletricidade gerada, e seu uso continuou crescendo em 2018.

Também por isso, apesar da adoção cada vez maior de fontes renováveis de energia, as emissões de CO2 relacionadas ao setor energético atingiram em 2018 o recorde histórico de 33,1 Gigatoneladas (GT) de dióxido de carbono — composto cuja presença no ar é considerada um dos maiores causadores do aquecimento global.

Tais emissões cresceram 1,7% no ano passado, a maior taxa vista desde 2013. Somente o CO2 adicionado no período, em relação a 2017, equivale a toda poluição gerada pela aviação internacional.

O uso das termelétricas cresceu 0,7% no ano passado, segundo a IEA, e fez com que o carvão respondesse por mais de 10 GT das emissões de CO2 — quase um terço do total.

Enquanto Estados Unidos e Europa reduziram sua dependência do carvão, a China, apesar de ter intensificado a sua troca por fontes de energia mais sustentáveis, ainda aumentou o uso das usinas à base de carvão em 5,3%. 

Somadas todas as fontes geradoras, o consumo de energia subiu 2,3% em 2018, impulsionado por um crescimento econômico mais robusto que o visto nos anos anteriores.

Ranking

Veja abaixo o ranking das fontes de energia mais usadas para a geração de eletricidade em 2018:

1 - Carvão (38% do total)
2 - Gás (23%)
3 - Hídrica (16%)
4 - Nuclear (10%)
5 - Vento/energia eólica (5%)
6 - Bioenergia e petróleo (3%)
7 - Solar fotovoltaica (2%)

FONTE: ÉPOCA NEGÓCIOS

O potencial de armazenamento para enfrentar os desafios da geração distribuída


Cenários de desenvolvimento e tecnologias do setor

No setor de energia, que vê o crescente desenvolvimento de fontes renováveis, será a capacidade de recusar a questão da flexibilidade da maneira apropriada de desempenhar um papel fundamental. Para realizar esses modelos distribuídos e descentralizados, será necessário focar cada vez mais no armazenamento, uma verdadeira "pedra angular" do setor elétrico. Para traçar esta fotografia é um artigo publicado no site da IEA (Agência Internacional de Energia), que destaca como até 2040 o setor de acumulação vai crescer mais e mais rapidamente.

Custos decrescentes

As instalações desses sistemas triplicaram em menos de três anos e têm um papel principal nas baterias de íon de lítio. Esses dispositivos funcionam no curto prazo e atualmente representam mais de 80% da capacidade instalada. Para aplicações mais duradouras, utilizam-se sistemas de fluxo de sódio e enxofre, que registram um interesse crescente.

Combinação com vento e PV

Entre os produtos emparelhados com maior potencial, dentro do setor FER, há aqueles com energia solar fotovoltaica e aquela com parques eólicos. Aplicativos que se encaixam em uma perspectiva de expansão de serviços auxiliares para a rede.

A escolha do utilitário americano Aps

As concessionárias também aproveitam o potencial do setor. Este é o caso da American Aps-Arizona service co. A empresa anunciou que quer se concentrar nas acumulações nos próximos seis anos, chegando a instalar cerca de 850 MW . Estes são números importantes que são iguais à quantidade de instalações realizadas nos Estados Unidos até 2018.

Um projeto promovido por um utilitário

Para sublinhar a importância do projeto Mike O'Boyle , diretor da política de inovação de energia elétrica da Energy Innovation , um think tank para energia limpa que explicou como é um " ponto de virada" para o setor de armazenamento precisamente porque o promoter é um utilitário.

Armazenamento de ar comprimido

O armazenamento também é o fulcro do projeto de inicialização Hydrostor, que está trabalhando na construção de um sistema avançado de armazenamento de energia de ar comprimido na Austrália chamado A-Caes. A solução usará uma mina de zinco subterrânea que não é mais usada como recipiente para ar comprimido.

Como funciona

O armazenamento de energia de ar comprimido (Caes) usa o excesso de eletricidade para comprimir o ar. Uma vez comprimido, o ar é armazenado em um tanque ou em uma caverna subterrânea. Quando mais eletricidade é necessária , o ar comprimido é aquecido pela operação da turbina no processo de expansão.


Acesso universal a energia: muito mais que eletricidade

Ainda há muito a ser feito para fornecer à população mundial combustíveis limpos, fontes renováveis ​​modernas e tecnologias de eficiência energética.

Estação de metro impulsionada por energia solar em Brasília, Brasil. PAULO BARROS (METRO-D)

Você tem acesso a eletricidade confiável em casa a um preço acessível? E como é o forno que você usa? É elétrico ou usa carvão, gerando fumaça toda vez que você cozinha?

Um bilhão de pessoas (13% da população mundial) ainda vivem sem eletricidade e mais de 3 bilhões (41%) usam combustíveis poluentes para cozinhar, o que afeta sua saúde, produtividade e qualidade de vida. É por isso que as Nações Unidas incluíram o acesso universal à eletrificação e às tecnologias limpas de cozinha entre os objetivos relacionados a energia a serem alcançados dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030.

O ODS número 7 também requer um aumento substancial na participação de fontes renováveis modernas (solar, eólica, hidrelétrica e geotérmica, por exemplo) no mix energético global, além de um uso mais eficiente da energia.

O novo estudo Monitorando o ODS 7: Relatório de Progresso Energético 2018 revela como o mundo está avançando nos objetivos de acesso a eletricidade, combustíveis limpos para cozinhar, energia renovável e eficiência energética.

E embora o documento mostre que o mundo não está fazendo o suficiente para cumprir essas metas até 2030, ele destaca experiências recentes que trazem esperança, principalmente na Ásia e na África subsaariana, mas também na América Latina.

O relatório é um esforço coletivo da Agência Internacional de Energia (IEA), da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), da Divisão de Estatísticas das Nações Unidas (UNSD), do Banco Mundial e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Acendendo a luz

Até 2030, espera-se que a América Latina e o Caribe alcancem acesso quase universal a energia. Em toda a região, o Haiti deve o único país em que menos de 90% da população estará conectada.

Outra boa notícia vem da África, onde nos últimos anos a eletrificação ultrapassou o crescimento populacional pela primeira vez. Entre 2010 e 2016, Etiópia, Quênia e Tanzânia conseguiram aumentar em 3% ao ano a parcela da população com acesso a eletricidade. No mesmo período, na Índia, 30 milhões de pessoas conquistavam acesso a eletricidade a cada ano. Nenhum outro país fez isso.

No entanto, ainda há muito trabalho pela frente: se as tendências atuais de acesso continuarem, 8% da população mundial ainda estará às escuras até 2030.

“A experiência de países que aumentaram substancialmente o número de pessoas com eletricidade em um curto espaço de tempo oferece uma esperança real de que conseguiremos alcançar o bilhão de pessoas que ainda vivem sem eletricidade”, diz Riccardo Puliti, diretor de Energia e Indústrias Extrativas do Banco Mundial.

“Com as políticas certas, investimentos em eletrificação dentro e fora da rede (como nos sistemas de energia solar para as casas), estruturas de financiamento bem adaptadas e mobilização do setor privado, é possível fazer grandes conquistas em alguns anos. Isso, por sua vez, terá impactos reais e positivos nas perspectivas de desenvolvimento e na qualidade de vida de milhões de pessoas”, acrescenta.

Combustíveis limpos para cozinhar

Dentre os ODS para o setor de energia, o acesso a tecnologias limpas de cozinha é o mais atrasado: se a atual trajetória de progresso continuar, 2.3 bilhões de pessoas continuarão a queimar madeira, carvão e outros tipos de biomassa em 2030.

Esses métodos tradicionais causam poluição dentro de casa, provocando cerca de 4 milhões de mortes por ano, mais do que o HIV e a tuberculose juntos. Mulheres e crianças correm os maiores riscos.

A lentidão se deve à baixa conscientização dos consumidores, ao pouco financiamento para o setor, ao baixo progresso tecnológico e à falta de infraestrutura para a produção e distribuição de combustíveis limpos, de acordo com o relatório. Entre as raras histórias de sucesso em todo o mundo, estão as da Indonésia e do Vietnã, que proporcionaram acesso a mais 3% de suas populações ao ano entre 2010 e 2016.

O relatório também destaca que, dos 20 países que mais avançaram entre 2010 e 2016, quatro deles estão na América Latina: Guiana, Peru, El Salvador e Paraguai.

Energia renovável

Em 2015, o mundo obteve 17,5% do seu consumo total de energia final a partir de fontes renováveis, dos quais 9,6% corresponderam a formas modernas de energia renovável, como energia geotérmica, hidroelétrica, solar e eólica. O resto são usos tradicionais de biomassa (como lenha e carvão).

Embora o ODS 7 não defina uma meta fixa para energia renovável, clama por um “aumento substancial” na proporção de fontes renováveis no mix energético global. Com base nas tendências atuais, espera-se que a participação das renováveis chegue a apenas 21% até 2030 (ante 16,7% em 2010), sem alcançar o aumento defendido pelas Nações Unidas.

Transporte e aquecimento, que respondem por 80% do consumo global de energia, ainda precisam se tornar mais sustentáveis. No transporte, por exemplo, apenas 2,8% do consumo energético veio de fontes renováveis em 2015.

As principais áreas de preocupação continuam sendo o transporte aéreo, ferroviário e marítimo, onde os percentuais de uso de biocombustíveis (como etanol e biodiesel) são insignificantes no momento. Já para aquecimento, o uso tradicional de lenha e carvão (entre outros tipos de biomassa) ainda representa 65% da cota de energia renovável.

A eletricidade representa os 20% restantes do consumo global e obteve melhores resultados graças aos custos decrescentes das energias eólica e solar. Nesse tema, em particular, a participação de fontes renováveis chegou a 22,8% em 2015. A energia hidrelétrica continua a ser a principal fonte de eletricidade renovável, mas a eólica cresceu mais rapidamente de 2010 a 2015.

Na América Latina, o Brasil se destaca por usar mais que o dobro da média global de fontes renováveis em eletricidade, aquecimento e transporte.

Eficiência energética

Melhorar a eficiência energética significa ser capaz de produzir mais com menos energia. E as evidências mostram que o crescimento econômico e o uso de energia estão cada vez mais dissociados. Entre 2010 e 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial cresceu quase duas vezes mais rápido que o fornecimento de energia primária. O crescimento econômico excedeu o avanço no uso de energia em todas as regiões, exceto na Ásia Ocidental.

Uma das métricas mais importantes para essa meta dos ODS é a intensidade energética – a proporção de energia usada por unidade do PIB, que caiu 2,8% em 2015, a queda mais rápida desde 2010. No entanto, ainda é preciso avançar mais para dobrar a taxa global de melhoria na eficiência energética até 2030.

A indústria, o maior setor de consumo de energia, também fez o progresso mais rápido, reduzindo a intensidade de energia em 2,7% ao ano.

Fonte: EL PAÍS

Como é que os painéis solares funcionam?


A tecnologia para a captura da energia do sol tem evoluído bastante, ao ponto de muitos proprietários instalarem painéis solares por conseguirem obter energia elétrica de forma mais barata.

Se à alguns anos atrás dissesse a alguém que um painel deixado ao sol poderia produzir energia elétrica para abastecer habitações e empresas, a reação mais provável seria um sorriso condescendente.

A primeira célula solar foi construída por Charles Fritts na década de 1880 e teve uma eficiência de conversão na ordem dos 1%. Hoje, os painéis solares disponíveis no mercado são mais eficientes e, os melhores, têm índices de eficiência na ordem dos 23%, enquanto que a maioria dos painéis varia entre os 12% e os 16%. Contudo, a eficiência dos painéis solares pode subir para valores de até 46%, no caso das células fotovoltaicas com múltiplas junções que captam energia de múltiplos espectros.

Se tudo isto lhe parece familiar é porque as plantas têm aproveitado a energia do sol há centenas de milhões de anos. Mas, embora ambos os processos coletem energia do sol, eles usam essa energia de forma diferente. As plantas convertem a energia do sol em energia química, enquanto as células solares produzem a eletricidade. Isto leva-nos a uma questão interessante: como funcionam os painéis solares?


Como funcionam os painéis solares?

Os painéis solares produzem eletricidade quando os fotões destroem os eletrões do material. Na verdade, um painel solar é composto por uma série de unidades menores chamadas células fotovoltaicas, que são o que realmente converte a energia solar em energia elétrica. O painel solar típico é composto por uma armação de metal, um vidro e vários fios que permite que a corrente flua das células de silício. Como os painéis solares produzem energia elétrica em corrente contínua, é necessário um inversor para transformar a corrente em alternada, que é a que utilizamos nas nossas casas.

Em termos de física, a energia solar é baseada no efeito fotovoltaico, em que dois materiais diferentes, em contacto próximo, produzem uma voltagem elétrica quando entram em contacto com a luz. Na energia solar, os materiais pertencem a uma classe chamada semicondutores – nem condutores nem isoladores elétricos que permitam os eletrões flutuar em certas condições. O semicondutor mais comum usado na indústria solar é o silício.

Os semicondutores podem ser de dois tipos: P e N. Cada célula impregna dois desses semicondutores, uma camada do tipo P e uma camada do tipo N (que se assemelha a uma bateria).

Os semicondutores do tipo P tendem a captar uma pequena carga positiva, enquanto que os do tipo N têm uma carga negativa. Tipicamente, o material semicondutor é dotado com impurezas que os tornam mais suscetíveis a dar ou a receber eletrões, porque cristais, como o silício e o germânio, não permitem que os eletrões se movam livremente de átomo para átomo. É muito semelhante às baterias quando um dos eletrodos tem uma carga negativa em relação ao outro.

É a combinação P-N, onde os eletrões conseguem atravessar de um lado para o outro, mas apenas num sentido. Imagine uma montanha, os eletrões conseguem facilmente descer (sentido do N), mas não conseguem subir (sentido do P).

Cada fotão com energia suficiente consegue libertar um eletrão, dando origem a um “buraco”. O campo elétrico fará com que o eletrão migre para o lado N e o “buraco” para o lado P.

Isso acontece quando um eletrão é excitado consumindo a energia recebida da luz solar. Se não fosse o material formado da combinação, muito provavelmente os eletrões teriam voltado ao seu estado fundamental. E, como os eletrões só podem circular numa única direção, de N para P, o efeito fotovoltaico produz uma corrente contínua. Essa corrente, em conjunto com a voltagem das células, defina a potência que o painel solar irá produzir.

Funcionamento dos painéis solares

O futuro

Segundo a International Energy Association (IEA), a energia solar fotovoltaica cresceu mais rápido do que qualquer outra fonte de energia no ano de 2016. A organização estima que a capacidade solar aumente, nos próximos quatro anos, mais que qualquer outra fonte de energia renovável.

Grande parte desta procura vem da China, que deverá construir 40% dos novos parques solares que irão ser construídos em todo o mundo até 2022. Junto com a evolução de outros países, como a Índia, Japão e EUA, a IEA estima que até 2022 o mundo triplique a capacidade solar instalada para 880GW. Isso equivale metade da capacidade instalada de centrais a carvão, que levaram mais de 80 anos a serem construídas. Para além de tudo isso, esta evolução dos próximos cinco anos, levará a que sejam instalados mais de 70.000 painéis solares por hora, o suficiente para cobrir 1.000 campos de futebol todos os dias.

Para além da redução da dependência dos combustíveis fósseis, grandes parques solares podem também provocar efeitos benéficos nos locais onde são instalados.

Energia verde e digital para todos


Para garantir o acesso universal à energia até 2030, é necessário um plano de ação mais rápido e eficaz . Nos últimos dois anos, o progresso alcançado para alcançar o SDG7, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, que visa assegurar que toda a população mundial possa ter acesso a energia acessível, confiável, sustentável e moderna, não foi suficiente.

De acordo com o Global Tracking Framework , o estudo realizado pelo Banco Mundial e pela IEA (Agência Internacional de Energia) em colaboração com o Centro de Conhecimento Energia Sustentável para Todos, 9% da população mundial ainda não terá acesso à eletricidade até 2030 .

O relatório foi apresentado no dia 3 de abril, em Nova York, por Rachel Kyte , CEO da Sustainable Energy for All e Representante Especial do Secretário Geral das Nações Unidas, na abertura do evento de três dias SEforALLForum 2017. O evento também contou com a presença do CEO da Enel, Francesco Starace .


“Esses números são um alerta para os líderes mundiais adotarem um plano de ação sobre o acesso à energia, promovendo a eficiência energética e o uso de fontes de energia renováveis”, enfatizou Kyte.
“Nós nos comprometemos a agir, e cada dia de atraso se torna mais doloroso e mais caro. Precisamos construir um caminho, precisamos contar essa história. Energia sustentável para todos significa dignidade para todos ” - Rachel Kyte, CEO da Sustainable Energy for All

Digitalização e renováveis ​​para energia possível

A eficiência energética oferece uma das maiores oportunidades para garantir o acesso a energia confiável, sustentável e justa, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em rápido crescimento. O objetivo é apoiar uma transição energética para modelos que dependam da descarbonização e eficiência, reduzindo o desperdício e aumentando o uso de renováveis.

A eletrificação e, portanto, o uso da eletricidade como vetor privilegiado também no transporte e em todos os usos finais de energia, juntamente com o desenvolvimento de fontes renováveis ​​e a digitalização de redes e usinas elétricas, são os pilares que impulsionam a estratégia de crescimento da Enel. , em 2015, assumiu um compromisso formal para alcançar o SDG7.


“Há 6 ou 7 anos, começamos a desenvolver nosso pipeline de energias renováveis ​​de diferentes tecnologias, solar, eólica, hidráulica e geo, e, ao fazer isso, tentamos evitar incentivos e subsídios”, explicou Starace falando no Fórum. Ele acrescentou: “Agora estamos basicamente adicionando mais de 2.000 MW de nova capacidade verde a cada ano em todo o mundo. À medida que sairmos da térmica e entrarmos em fase de energias renováveis, vamos descarbonizar progressivamente. No final do período, teremos um mix de geração completamente diferente do que hoje ”.

“Para conseguir atingir a meta de descarbonização completa da geração, o fator discriminante real é a digitalização das redes” - Francesco Starace, CEO da Enel

A digitalização favorece uma maior penetração das energias renováveis: redes inteligentes, medidores inteligentes, Big Data, sensores e a Internet das coisas nos permitem não apenas prever a produção diária de fontes como a solar e a eólica, mas também estimar a demanda de energia e equilibrar oferta e procura.

Levar a tecnologia digital à produção de energia e às redes significa encorajar o desenvolvimento de cidades inteligentes, o uso eficiente da energia nos espaços urbanos e a mobilidade elétrica.


Starace também explicou que ao espalhar medidores inteligentes e medidores digitais e sistemas de controle digital , os usuários finais também se tornarão um fator-chave de eficiência, já que o gerenciamento de energia será cada vez mais inteligente. Graças aos medidores de última geração, é possível oferecer serviços inovadores e colocar energia nas mãos de clientes que podem - por meio de aplicativos e dispositivos inteligentes - programar e gerenciar o consumo remotamente.
O acordo do Acelerador de Eletrificação

No âmbito do fórum de Nova York, a fim de apoiar e acelerar a realização da meta de desenvolvimento sustentável da ONU # 7 (SDG7), a Enel e a Sustainable Energy for All das Nações Unidas assinaram um acordo de parceria para criar um "Acelerador de Eletrificação " . "

A iniciativa levará a Enel a liderar um grupo de trabalho para incentivar a eletrificação, capaz de apoiar o acesso a serviços de energia disponíveis, confiáveis ​​e modernos em nível global.

Rachel Kyte, CEO da Sustainable Energy for All e Francesco Starace, CEO da Enel

“A Enel fornecerá ao Secretário-Geral da ONU e à SEforALL sua experiência, liderando o desenvolvimento de micro-redes, mobilidade sustentável e redes digitalizadas” - Francesco Starace, CEO da Enel

Nesse cenário, Paul Simons , vice-diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), falando no painel “Marshalling the Evidence”, destacou que um dos grandes desafios para os governos, serviços públicos e indústria é a “descarbonização da eletricidade”. com foco em novas tecnologias capazes de equilibrar, possibilitar e disseminar o uso de energias renováveis. Uma condição prévia é ampliar o horizonte de eficiência energética no setor de transportes, com o objetivo de reduzir as emissões de fontes fósseis.

“A eletrificação da frota global de carros é a chave para a descarbonização do transporte” - Paul Simons, diretor executivo adjunto da Agência Internacional de Energia