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Busca de incentivos federais para o RS será debatida no Fórum de Energias Renováveis

Evento, realizado pelo Correio do Povo junto ao Sindienergia-RS, acontecerá em 17 de agosto, em Porto Alegre
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Kyane Sutelo

Deputado estadual Frederico Antunes (PP) preside a Frente Parlamentar Pró-Energias Renováveis. | Foto: Felipe Dalla Valle / Divulgação / CP


A mudança nas matrizes energéticas será pauta de debate em solo gaúcho no próximo mês. O 3º Fórum de Energias Renováveis, realizado pelo Correio do Povo em conjunto com o Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), acontecerá em 17 de agosto, no Centro de Eventos do CIEEE RS, em Porto Alegre.

A programação contará com painéis sobre a capacitação para a transição energética, energias hídricas, bioenergias, energia solar e as energias eólicas e o hidrogênio verde. Entre os convidados para abordar as energias renováveis está o deputado Frederico Antunes (PP), presidente da Frente Parlamentar Pró‑Energias Renováveis na Assembleia Legislativa.

O parlamentar destaca que, no Legislativo, foram ouvidos diversos interessados no tema e confeccionado um documento com os principais pontos que devem balizar a ação conjunta das partes. Entre elas, está o equilíbrio de financiamentos federais entre as regiões do país, foco de esforços da Frente Parlamentar, segundo o deputado. “As regiões Norte e Nordeste têm, através daquele fundo de incentivo, custos diferenciados para financiamentos de investidores. E a gente quer ver se consegue trazer também para o Rio Grande do Sul”, projeta ele.

Outros pontos também considerados relevantes no estímulo às energias renováveis, conforme Antunes, são a defesa do sinal locacional, que equaciona a transmissão de energia e as tarifas aplicadas, e a ampliação da possibilidade de exportação a países vizinhos, devido à localização do Estado, que o parlamentar considera privilegiada. “O Estado tem capacidade de transmitir e transportar energia. Ele só aguarda a irrigação, vamos dizer, do sistema de transmissão de transporte de energia das novas fontes”, avalia.

Segundo o presidente da Frente Parlamentar, o Litoral, a Campanha e a Fronteira Oeste, são as regiões que têm demonstrado maior potencial em energias renováveis. Ele destaca a importância de investimentos privados para ampliar e reativar a infraestrutura existente e de adequar custos logísticos para atrair a cadeia produtiva e montadoras de equipamentos.

Inscrições e cobertura

Ainda estão confirmados painelistas do Executivo gaúcho e do setor empresarial. Haverá transmissão pelo canal do Correio do Povo no Youtube e ainda contarão com cobertura da Rádio Guaíba e da Record TV. O credenciamento começará às 8h30 e os debates a partir das 9h.

Potencial a ser explorado na energia eólica


O Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, produzido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), de 2014, aponta grande potencial de usinas onshore e offshore. Foto: Alina Souza

As usinas eólicas são realidade há tempos no Rio Grande do Sul e, dadas suas características de instalação, são offshores, dentro do mar, nearshores, em lagoas, ou em terra firme, as onshores. De acordo com o Sindienergia-RS, a capacidade de abastecimento de uma usina do gênero está na base de 40 GW no mar e 10 GW em lagos. Para reduzir o impacto ambiental e nas comunidades, um grupo de trabalho integrado pelo sindicato está em contato permanente com a população de onde potencialmente pode haver usinas instaladas, bem como órgãos ambientais, como Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e Ibama, a fim de buscar soluções conjuntas e que minimizem ao máximo os riscos.

Atualmente, 13 entidades integram o GT e há pelo menos dois grandes projetos do tipo sendo estudados no litoral gaúcho, por parte da empresa Ocean Winds, cujo memorando foi assinado com o governo gaúcho no mês passado. No trecho norte, a Marinha de Tramandaí tem potencial de gerar até 700 MW e, no Litoral Sul, o Ventos do Sul poderá gerar até 6,5 GW. A intenção é replicar no Estado as iniciativas que deram certo em outros países e, para isso, o Sindienergia-RS esteve na Europa e presenciou complexos similares que também utilizam a força dos ventos para a geração energética.

“O ideal é que consigamos atrair a indústria associada a estas usinas, porque otimizamos bastante em termos de tempo, composição financeira e no meio ambiente. Além do ganho sustentável, há um ganho de geração de energia, pois passamos a exportar energia limpa”, afirma a diretora de Operações e Sustentabilidade do Sindienergia RS, Daniela Cardeal, que integrou o fórum promovido pelo Correio.

O Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, produzido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e publicado em 2014, apontava que havia “um grande potencial a ser explorado”, tanto de usinas onshore quanto offshore, com 103 GW a 100 metros de altura, em locais com velocidades de vento superiores a 7 metros por segundo, equivalente a 25,2 quilômetros por hora. Estas localizações cobriam, segundo o Atlas, 39 mil km² do Estado. Já no caso das offshores, são mais de 600 quilômetros de extensão de litoral e uma zona econômica exclusiva que cobre mais de 200 mil quilômetros quadrados de área do Oceano Atlântico.

A capacidade instalável no mar gaúcho é estimada em 80 GW a 100 metros de altura, com mesma velocidade do vento. Ainda segundo o Atlas, as usinas onshore no RS têm potencial energético de produção de 382 terawatts-hora (TWh) por ano e as offshore 305 terawatts-hora (TWh) por ano no mar e 124,9 TWh nas três principais lagoas (dos Patos, Mirim e Mangueira). “Temos uma capacidade energética de produção no mar equivalente a 50 usinas hidrelétricas de Itaipu”, disse no evento o oceanólogo Henrique Ilha, chamando este modelo de “nova revolução”. A eletricidade gerada no Brasil todo em 2020 foi de 621 TWh, de acordo com o Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2021, divulgado pelo EPE.

Pesquisa em hidrogênio verde avança no Rio Grande do Sul

A casca de arroz e os resíduos de madeira estão entre os materiais utilizados no RS para a produção de biomassa. Foto: Alina Souza

Outra potencialmente importante é o hidrogênio verde, cuja tecnologia está em desenvolvimento, com avanços acontecendo a olhos vistos. O governo do Estado assinou em março, com as empresas Enerfin, integrante do Grupo Elecnor, e White Martins, um memorando de entendimento para aplicação de projeto relacionado ao tema no Porto de Rio Grande, no sul gaúcho. O local concentra o maior distrito industrial do Rio Grande do Sul, o que por si representa ganhos em economia e especialmente na logística.

O hidrogênio é o elemento químico mais abundante do universo, ou seja, a sua disponibilidade é praticamente infinita. “Existe uma expectativa de que a Europa poderá adquirir hidrogênio verde do Brasil, o qual será produzido em grande escala e baixo custo a partir de energia renovável de fonte eólica e solar”, afirma Felipe Ostermeyer, diretor da Enerfin do Brasil. Conforme ele, a tecnologia de uso do hidrogênio verde segue em desenvolvimento, necessitando ainda superar barreiras de competitividade, entre outras.

Esta fonte pode ser essencialmente útil para as empresas de fertilizantes e demais companhias ligadas ao agronegócio, que têm grande demanda. Para produzir hidrogênio verde, cujo nome se dá pela emissão de poluentes ser praticamente nula, há um processo de eletrólise da água, que é decomposta. Os elementos oxigênio e hidrogênio são separados e este último é armazenado para gerar energia por meio de células de combustível. Ele pode, em seguida, ser utilizado como insumo para indústrias petroquímicas, de bebidas e química, por exemplo.

Há interesse da Europa no desenvolvimento desta tecnologia, considerando a necessidade de substituição do gás importado da Rússia a partir do recente impacto sobre a oferta de energia no continente europeu em razão da guerra na Ucrânia, diz Ostermeyer. Recentemente, o presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), Paulo Emílio Valadão, disse ainda que este combustível poderia se tornar uma “nova commodity energética”.

“Existe a oportunidade de se chegar a uma autossuficiência e depois de uma exportação de projetos renováveis, sobretudo eólicos, que vão dar respaldo para o atendimento do mercado de hidrogênio”, diz Guilherme Sari, presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia RS), que participou do fórum em Porto Alegre. As estruturas no mar podem auxiliar na produção deste combustível, e a exportação do hidrogênio verde pode ser feita por dutos ou caminhões em terra, ou através de embarcações marítimas.

No entanto, sua produção ainda requer muita energia. Atualmente, de acordo com a ABH2, a produção de hidrogênio a partir de combustíveis fósseis requer o gasto de 1,4 dólar para cada quilo gerado. A eletrólise que gera o rótulo “verde” tem custo variável entre 5 dólares e 7 dólares por quilo. Para reduzir o custo, a biomassa está sendo vista como possibilidade para produção do combustível “a custo competitivo”, disse Valadão no Simpósio Global sobre Soluções Sustentáveis em Água e Energia, realizado no último mês de junho, em Foz do Iguaçu (PR).


Fontes hídricas: mais baratas aos consumidores


As fontes hídricas são as que geram a energia mais barata para os consumidores, segundo aponta o presidente da Associação Gaúcha de Fomento às Pequenas Centrais Hidrelétricas (AgPCH), Roberto Zuch. De acordo com ele, além de pioneiro na área, o RS é exportador de conhecimento e tecnologia para todo o planeta. “Elas não dependem de grandes estruturas de linhas de transmissão, se posicionam próximas do centro de carga, têm pouca perda no transporte e a vida útil mais longa entre todas as fontes”, comenta o presidente da AgPCH.

A AgPCH, utilizando informações divulgadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), afirma que o Rio Grande do Sul tem 5.972 MW de fontes hídricas e é o terceiro estado da federação com maior potencial deste tipo de energia, se posicionando atrás apenas de Mato Grosso e Minas Gerais. O RS tem, atualmente, 150 usinas hídricas em operação, das quais 77 são PCHs, e que geram, no total, 913 MW. “O potencial operatório apenas das PCHs no Estado é capaz de abastecer em torno de 1,8 milhão de residências”, afirma Zuch.

A instalação de uma usina do gênero requer diversos trâmites, especialmente ambientais. O caminho é longo e a demora no licenciamento preocupa permanentemente o setor. Conforme a associação, a lentidão nos processos de implantação das PCHs e CGHs gera um atraso em investimentos que superariam R$ 4 bilhões apenas no Rio Grande do Sul. “O potencial de PCHs em licenciamento atualmente na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) teria a capacidade de dobrar a potência instalada atualmente em operação no RS”, salienta o presidente da AgPCH.

A vantagem desta tecnologia, aponta ele, é que elas não dependem de grandes estruturas de linhas de transmissão, além de estarem posicionadas próximas dos centros de carga, têm pouca perda no transporte e logística e vida útil mais longa entre todas as fontes. “Usinas hídricas instaladas aumentam o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município onde estão situadas”, afirma Zuch. Há um círculo virtuoso relacionado a esta instalação, que gera, reforça a AgPCH, incentivo ao turismo, criação de empregos, atração de indústrias, melhoria na infraestrutura local e melhores oportunidades de negócios para toda a cadeia produtiva.

Energia para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul

Consideradas estratégicas, a situação atual e o potencial futuro das fontes renováveis estão em debate no Estado


Em 2010, o Rio Grande do Sul tinha instalado em seu território um parque de geração de energia que, contando todas as fontes, renováveis ou não, somava 6.244 megawatts (MW). Dez anos mais tarde, este número havia crescido 37,4%, para 8.583 MW, fora os sistemas de mini e microgeração energética, que totalizam 573 MW. As informações, divulgadas pelo Atlas Socioeconômico do Estado, elaborado pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), mostram que este aumento está sustentado, em grande parte, pela diversificação das fontes de energia, especialmente aquelas que podem ser naturalmente renovadas.

Conforme a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a capacidade instalada no RS representava, também em 2020, 5% do total do Brasil. Também no Rio Grande do Sul, 52% da matriz geradora correspondia a hidreletricidade, desde usinas, pequenas centrais (PCHs) e centrais geradoras (CGHs), 23% a termelétricas movidas a combustível fóssil ou biomassa, 23% a energia eólica e 2% a energia solar. Esta diversificação, afirma o Atlas, “tem assegurado melhorias na relação entre produção, importação e consumo no Estado”. Matrizes renováveis já são responsáveis por 80% da energia do Estado, sendo aproximadamente 20% delas energia eólica, de acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

O Correio do Povo realizou, na quinta-feira, o Fórum de Energias Renováveis, na sede do Imed, em Porto Alegre, reunindo especialistas dos setores público e privado. Na pauta principal, a situação atual e potenciais futuros das fontes renováveis no Estado, consideradas estratégicas e cuja importância se faz verificar pelo caráter de preservação do meio ambiente. Neste momento, mais do que nunca, aspectos como o aquecimento global e as mudanças climáticas já estão claramente presentes no cotidiano da população.

Foto: Alina Souza
PorFelipe Faleiro

UEPB aprova criação de curso tecnólogo em energias renováveis

Decisão foi do Conselho Universitário (Consuni) da instituição.

UEPB aprova criação de curso superior em energias renováveis Foto: Divulgação

A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) aprovou a proposta de criação do Curso Superior Tecnólogo em Sistemas de Energias Renováveis. A decisão do Conselho Universitário (Consuni) da instituição foi unânime. A reunião ordinária aconteceu na sexta-feira (27), por videoconferência.

O curso fará parte do Centro de Ciências Humanas e Agrárias (CCHA), do campus de Catolé do Rocha. Nesse primeiro momento, funcionará na cidade de Sousa, em um espaço do Instituto Federal da Paraíba (IFPB).

A graduação, que propõe aproveitar os recursos naturais do Sertão, deve começar a partir do próximo semestre. A realização do curso acontece em parceria com o Governo Estado.

A reitora, Célia Regina Diniz, presidiu a reunião do Consuni. Participaram a vice-reitora, professora Ivonildes Fonseca, e o secretário de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Cláudio Furtado.

Energias renováveis mantêm crescimento e abrem vagas durante a pandemia

O projeto de geração de energia dentro de área urbana é um retrato do crescimento do mercado de energias renováveis no país

Foto: Arthur de Souza

No terreno que um dia abrigou as Cavalariças Imperiais, perto da Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio de Janeiro, hoje se constrói uma usina solar para abastecer o Museu Nacional, que passa por um processo de reconstrução após o incêndio de 2018.

O projeto de geração de energia dentro de área urbana é um retrato do crescimento do mercado de energias renováveis no país, que passou quase sem sentir os efeitos da pandemia e prevê aceleração após a aprovação de marco regulatório em discussão no Congresso.

O texto estabelece regras para o funcionamento da chamada geração distribuída, negócio que permite a compra de participação em usinas renováveis por indústrias, comércio e até residências.

"É importante porque vai estabelecer em lei, pela primeira vez no Brasil, o direito do consumidor gerar sua energia renovável", diz o presidente-executivo da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), Rodrigo Sauaia.

Mesmo antes da aprovação do texto, porém, o segmento já vem se aproveitando da busca por alternativas à escalada no preço da energia e pela crescente pressão por descarbonização das atividades econômicas.

Em 2020, o setor de energia solar recebeu investimentos de R$ 12,1 bilhões, alta de 50% em relação ao ano anterior. Na semana passada, a Absolar comemorou a marca de 10 GW (gigawatts) instalados, o que põe o Brasil na décima-quarta posição do ranking global.

O ano de 2021 começou acelerado. "Nosso faturamento cresceu 67% de janeiro a junho", diz Artur Cantador Bernardo, presidente da Dinâmica Energia Solar, empresa que atua na construção e montagem de fazendas solares, com braços em outras etapas da cadeia, como importação de equipamentos.

A Dinâmica começou com uma empresa de projeto de aquecimento de água e diversificou as operações quando o barateamento da tecnologia de geração de energia solar começou a viabilizar os primeiros projetos no país.

"Atualmente, a gente está com cerca de 60 funcionários, mas a tendência é crescer", conta Artur. "Nesse momento, temos obras em praticamente todo o Brasil, de Porto Alegre até Brasília."

"Além da energia estar cada vez mais cara, as empresas estão olhando a questão da sustentabilidade, implantando metas agressivas de redução de carbono", analisa André Castro, presidente-executivo do grupo Gera, que opera fazendas e condomínios solares -e o projeto do Museu Nacional, no Rio.

Com 140 funcionários administrativos e cerca de 200 pessoas trabalhando em campo, a empresa já vê gargalos de mão de obra especializada e iniciou um programa próprio de qualificação para dar conta dos próximos projetos, que somam hoje 25 MW (megawatts), quase o dobro dos 30 MW que já opera.

Mais antigas e difundidas no país, as eólicas viveram um período de retração no final da década passada por causa da falta de leilões do governo, mas já se beneficiam também da migração de consumidores em busca de preços baixos e energia limpa.

Em 2020, o Brasil recebeu R$ 20,6 bilhões em investimentos na fonte, que segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), será o principal motor do crescimento da oferta de energia no país nos próximos anos.

Essa perspectiva levou a fabricante de pás para torres de geração de energia eólica Aeris a lançar ações em Bolsa em novembro de 2020, captando R$ 1,1 bilhão para investimento em ampliação de suas instalações no porto de Pecém, no Ceará.

O dinheiro está sendo usado em um novo edifício industrial e em máquinas para ampliar a produção da empresa, que em 2020 teve um terço de suas vendas no exterior. Desde o início de 2020, a empresa contratou cerca de 2.000 novos funcionários, elevando o quadro de pessoal para cerca de 5.200 pessoas.

A criação de vagas de trabalho no setor segue tendência global. Em relatório sobre o impacto dos investimentos públicos do mercado de trabalho, lançado em maio, o FMI (Fundo Monetário Internacional) diz que os investimentos "verdes" tendem a criar mais empregos do que os tradicionais.

O documento destaca que os projetos e energia renováveis abrem oportunidades para trabalhadores locais e não requerem elevada qualificação. Para cada US$ 1 milhão (R$ 5,2 milhões) investidos em energia renovável, diz, são abertas entre 5 e 10 vagas.

Em seu último planejamento de dez anos, a EPE estima que os investimentos em geração distribuída de energia somarão R$ 93 bilhões até 2030.

"A cada ano que passa, sabemos que podemos confiar menos nas chuvas e, quando olhamos as alternativas, ou é energia fóssil ou é renovável", diz o diretor de Planejamento e Relações com Investidores da Aeris, Bruno Lollis.

Criador de uma startup de gestão energética de empresas, a Fohat, Igor Ferreira lembra que a disseminação do conceito ESG deve levar cada vez mais os empresários a apostarem em renováveis.

"O ESG está acelerando o desembolso de capital mais barato para empresas que atendam a esses requisitos", diz. "Não tem mais como esconder os efeitos climáticos, é visível que o planeta está se deteriorando."

Repasse integral de custo de energia deve elevar conta de luz em 15%

Assessores do Palácio do Planalto avaliam que a adoção de um racionamento no momento prejudicaria ainda mais Jair Bolsonaro em sua campanha pela reeleição.

Iluminação pública - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Representantes de distribuidoras, associações de consumidores e analistas de mercado estimam que a bandeira 2 vermelha -a mais cara na conta de luz- terá de dobrar de valor em setembro para cobrir a alta dos custos de geração de energia.

Se a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) adotar medida nesse sentido, a conta de luz passará por um reajuste médio de 15,2%.

Com a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, as hidrelétricas perderam espaço na oferta, enquanto o governo se viu obrigado a acionar térmicas -fonte mais cara, cujo custo é repassado ao consumidor.

As bandeiras -verde, amarela e vermelha- constam da conta de luz e servem para indicar a necessidade de se reduzir o consumo. Caso contrário, o cliente paga mais.

Questionado, o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) afirmou à reportagem que, embora a "atualização" das bandeiras seja competência da Aneel, ela "contempla o valor necessário para a cobertura de custos de GSF [risco hidrológico] e de despacho termelétrico adicional, dentre outros [fatores]".

"Na atual conjuntura, esses custos estão aumentando. Os custos adicionais ou serão considerados na bandeira ou serão considerados na tarifa", disse o ministro.

Distribuidores e grandes consumidores, no entanto, aguardam um impacto mais forte via bandeira tarifária, o que acarretaria um aumento de até 15,2% caso passe de R$ 94,90 para cerca de R$ 190 o MWh (megawatt-hora).

A projeção desse aumento nas contas de luz foi feita pelo diretor de regulação da TR Soluções, Hélder Sousa. A empresa desenvolveu um sistema que simula as condições de projeção das tarifas consideradas pela Aneel.

Segundo Sousa, a tarifa média hoje sem impostos nem bandeiras é de R$ 532 por MWh (megawatt-hora). Com a bandeira vermelha 2 a R$ 94,92, o valor passa para R$ 627. Se a bandeira for para R$ 190, a tarifa saltará para R$ 722 -um aumento de 15,2%. O cálculo não considera impostos.

Com o agravamento da crise hídrica, que fez secar rios que abastecem os reservatórios das hidrelétricas, o país passou a importar energia da Argentina e do Uruguai e a acionar termelétricas por, em média, R$ 2.000 o MWh.

Muitas empresas, particularmente indústrias intensivas de energia, passaram a buscar o insumo no mercado livre para tentar amenizar seus custos.

Nesse mercado, o preço de referência (o chamado PLD) passou de R$ 213, em janeiro deste ano, R$ 583, em agosto. A bandeira é um sistema que reflete justamente o aumento de custo variável da energia sempre que há fenômenos adversos, como uma seca muito intensa.

As concessionárias trabalham com tarifas reguladas sobre as quais incide o valor da bandeira vigente. A pressão pelo repasse integral dos custos atuais para o sistema de bandeiras vem desde a última reunião da Aneel, no final de junho.

Naquele momento, a área técnica da agência recomendou que o país continuasse consumindo energia com bandeira vermelha patamar 2 (a mais cara) e propôs um aumento para R$ 115 o MWh -ou R$ 11,50 a cada 100 kWh (quilowatt-hora).

Naquele momento, se o reajuste da bandeira vermelha nível 2 fosse de R$ 11,50, o aumento previsto nas contas dos consumidores seria entre 10% e 15%, movimento que exerceria ainda mais pressão sobre a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

No acumulado dos últimos 12 meses até agosto, o IPCA-15 atingiu 9,3% -e um dos maiores impactos foi o da energia elétrica, que subiu 5% no mês, segundo o IBGE.

Por isso, o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, preferiu uma proposta intermediária. Impor um reajuste de 52% na bandeira vermelha 2, o que daria R$ 94,90 o MWh. Esta foi a decisão do conselho diretor, no final de junho deste ano.

Com a decisão, a diretoria da agência optou por parcelar o reajuste, postergando cerca de R$ 3 bilhões para as tarifas em outro momento.

Para isso, realizou uma consulta pública para que os consumidores decidam se preferem que esse repasse seja feito ainda neste ano. A expectativa no mercado é que a decisão saia nos próximos dias.

Desde então, a situação das geradoras ficou ainda pior diante do agravamento da seca. O diretor-geral do ONS (Operadora Nacional do Sistema), Luiz Carlos Ciocchi, afirmou nesta quarta-feira (25) que havia previsão de chuvas na região Sul entre julho e agosto, mas elas foram frustradas, o que levou o grupo de monitoramento emergencial da crise a tomar medidas mais drásticas de preservação da água no sistema e partir para um pacote de incentivo à redução de consumo por consumidores do mercado regulado (residencial e empresas de menor) e para grandes consumidores.

O programa de redução de consumo de consumidores residenciais foi anunciado no Ministério de Minas e Energia também na quarta, sem os detalhes mais importantes. Durante o evento, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, rechaçou racionamento.

Assessores do Palácio do Planalto avaliam que a adoção de um racionamento no momento prejudicaria ainda mais Jair Bolsonaro em sua campanha pela reeleição. O presidente vê sua popularidade despencar diante de medidas contra a pandemia e da degradação do cenário econômico. Para eles, palavras como racionamento e reajustes de preços precisam ser evitadas diante do custo político.

O ministro e sua equipe de secretários e até o diretor da Aneel se esquivaram de comentar sobre futuros reajustes das tarifas, algo dado como certo pelo mercado.

Pepitone, da Aneel, não explicou se o programa de descontos para os consumidores residenciais será capaz de amenizar as contas diante de um provável aumento da bandeira vermelha 2. Ele disse apenas que a agência está "estudando", mas não explicou o quê.

Consultada, a Aneel não respondeu até a publicação desta reportagem.

Por Julio Wiziack (Folhapress)

R$ 7 milhões serão investidos na construção de uma nova fábrica para atender o mercado de geração de energia solar, no Espírito Santo

Fábrica da Brametal/ Fonte: Divulgação Brametal
A nova fábrica com produção focada em equipamentos de energia solar, será construída pela Brametal, em Linhares, no estado do Espírito Santo

A Brametal irá realizar um investimento de R$ 7 milhões para a construção de uma nova fábrica no complexo de Linhares, no estado do Espírito Santo. A nova unidade terá como foco a linha de produção para atender o mercado de geração de energia solar fotovoltaica. A empresa já possui uma fábrica na cidade do norte do estado, além de outra unidade em Criciúma, Santa Catarina, totalizando uma capacidade produtiva de até 200.000 toneladas/ano. 

Investimentos na nova fábrica, no estado do Espírito Santo

Além da construção da nova fábrica dedicada à produção de itens para o mercado de geração de energia solar fotovoltaica, a companhia ampliou seu portfólio e está lançando dois novos produtos: o Brafix 3.0 e o Tracker bifileira (estruturas para geração de energia solar).

Marcos Bercht, diretor industrial da Brametal, diz que além do investimento na nova fábrica, serão aplicados mais R$ 5 milhões para o desenvolvimento do setor de engenharia e novos produtos, ampliando assim nossa capacidade produtiva com a nova planta. Com isso, conseguiremos reduzir o tempo de entrega, teremos estoque de matéria-prima e produtos acabados de toda a linha para atender as demandas do mercado, diz o diretor.

A empresa já tem projetos no segmento de energia solar

Recentemente, a EDP entregou uma das maiores usinas solares do Espírito Santo – localizada em Linhares (onde será construída a nova fábrica), para a Brametal. A usina solar é composta por 3.780 módulos fotovoltaicos distribuídos em uma área de cerca de 40 mil metros quadrados, aproximadamente o tamanho de seis campos de futebol, e conta com tecnologia de tracking, na qual os módulos se movem de acordo com as mudanças no ângulo dos raios solares para um maior aproveitamento da irradiação.

Após a assinatura de um memorando de entendimento com o Governo do Ceará, a empresa catarinense Renovigi Energia Solar espera iniciar as operações de sua nova fábrica no estado até o final deste ano. Segundo Gustavo Martins, presidente da Renovigi, o investimento total é de R$ 150 milhões, valor que inclui a instalação da linha de montagem (R$ 12,5 milhões), além da aquisição da matéria-prima, capital de giro, equipamentos, investimentos na distribuição, dentre outros.

A Renovigi promete realizar investimentos de R$ 12 milhões na construção ou locação de dois galpões industriais – para abrigar a fábrica de montagem dos painéis de energia solar e outro para um Centro de Distribuição dos produtos. Os imóveis estão sendo locados pela Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A), que administra o chamado Complexo do Pecém, incluindo o porto marítimo e a ZPE.

O investimento para a implantação de sua fábrica montadora de painéis de energia solar e de seu centro de distribuição é, aparentemente, pequeno, mas a Renovigi Energia Solar estima que mobilizará R$ 250 milhões em capital de giro e que seu faturamento anual, que a partir de 2022 chegará a R$ 2 bilhões.

Prefeito de Ribeirão das Neves pede ajuda a Zema para abrir aterro e receber o lixo de 40 cidades

Romeu Zema (Novo) e Junynho Martins (DEM) | Crédito: Gil Leonardi/Imprensa MG

Dia 21 de maio, data em que o prefeito de Ribeirão das Neves, Junynho Martins (DEM), publicou nas redes sociais a imagem de uma carta entregue ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), para solicitar “atenção no tocante à liberação do novo aterro sanitário, situado na BR 040 – KM 505, divisa de Ribeirão das Neves com Esmeraldas, que aguarda licenciamento”.

O pedido de “autorização para o início das operações” do aterro sanitário que beneficiaria 40 cidades, feito pelo prefeito, indignou o movimento social “Acorda Neves”, o qual foi criado para a fiscalização do trabalho do executivo e do legislativo do município.

Carta postada nas redes sociais do Prefeito de Ribeirão das Neves | Fonte: Instagram

De acordo com um dos advogados do “Acorda Neves”, Gabriel Wirz, o movimento reconhece a necessidade de que cada município precisa dar destinação adequada a seus resíduos e que a possibilidade de um aterro controlado, dentro de todos os parâmetros, é útil.

Porém, quando o prefeito dá o aceite na carta para que o novo empreendimento de Parceria Público-Privada (PPP) seja responsável por receber o lixo de 40 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a pauta foge do interesse do cidadão.

Na postagem das redes sociais, o prefeito Junynho Martins (DEM) informa que “fazer de Ribeirão das Neves a cidade do desenvolvimento é a minha missão, e todas as oportunidades de buscar visibilidade e investimentos para a cidade, serão aproveitadas. Assim, vamos construindo um futuro promissor para o nosso município“.

Histórico de luta contra o aterro de Ribeirão das Neves

Desde 2014, a população, inspirada pelo movimento “Acorda Neves”, luta contra a possibilidade de um novo aterro nessas proporções, situado na divisa com a cidade de Esmeraldas. À época, houve o veto da ex-prefeita Daniela Corrêa ao Projeto de Lei 039-C/2015, de autoria do ex-vereador Juarez Carvalho, o qual autorizava o empreendimento.

Projeto de Lei do ex-vereador Juarez Carvalho | Fonte: Acorda Neves

Contudo, em março de 2016, os vereadores ativos da casa derrubaram o veto da ex-prefeita, o que abriu a oportunidade do município receber o lixo de estabelecimentos privados de gerenciamento de resíduos sólidos, desde que em local fora da região urbana e licenciado.

Antes das eleições de 2016, o próprio prefeito Junynho Martins (DEM) se dizia contrário em trazer o lixo de outros municípios para a cidade, e que somente entenderia como viável caso existisse alguma compensação do Estado.

Em 02 de maio de 2016, a prefeita Daniela Corrêa revogou e deu outras providências sobre a Lei Municipal 3.748, que dispunha sobre os resíduos sólidos no município de Ribeirão das Neves.

Uma dessas providências foi reestabelecer o vigor da Lei Municipal 3.106/2008 (efeito repristinatório), que proibia o “recebimento de resíduos de natureza domiciliar e/ou residencial proveniente de outros Municípios”.

Em 2019, o aterro controlado do Bairro Viena, em Justinópolis, foi desativado e o prefeito Junynho (DEM) ainda dizia, em entrevista a uma rádio local (Sintonia Neves), que não pretendia receber em um novo aterro o lixo de 30 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Entretanto, na última carta entregue à assessoria do governador Romeu Zema (Novo), o prefeito de Ribeirão das Neves assina que “com essa mudança, mais de 40 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte serão beneficiadas”.
O que mudou sobre o aterro de Ribeirão das Neves?

As justificativas do prefeito de Neves para o pedido de celeridade na liberação do empreendimento, que é proveniente da Parceria Público-Privada (PPP), são a redução dos custos aos cofres públicos (em torno de R$ 800 mil mensais) e o fomento de um meio ambiente mais sustentável e equilibrado para o município.

Conforme documento disponibilizado pelo advogado do movimento “Acorda Neves” e presente no portal de parcerias do governo, a concessionária envolvida no PPP, mediante contrato, é a Empresa Metropolitana de Tratamento de Resíduos S/A – EMTR.

A concessionária teria 30 anos de “concessão administrativa para a exploração dos serviços de transbordo, tratamento e disposição final de resíduos sólidos urbanos nos municípios convenentes da Região Metropolitana de Belo Horizonte e colar metropolitano, em conformidade com o disposto no edital de concorrência nº 02/2013 – Sedru”.

O Jornal Norte Livre buscou informações com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) sobre o processo de licenciamento na pasta, mas obteve a seguinte resposta:

“A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informa que não há processo de licenciamento protocolado para o município de Ribeirão das Neves na Superintendência de Meio Ambiente Central metropolitana (Supram Central) para a atividade indicada. A carta indica uma Parceria Público-Privada (PPP), porém sem nome de empreendedor ou outra referência que nos permita melhor avaliação.
Assim, sendo disponibilizadas outras informações, a demanda poderá ser atendida de forma mais adequada”.

A demanda foi detalhada e reenviada para a Semad, a qual ainda apura informações sobre os dados do contrato fornecido.

A matéria será atualizada com a nova resposta assim que entregue pela pasta.

EM TEMPO (23/06/2021): Nota enviada pela Semad

“Consta, no Sistema Integrado de Informação Ambiental (Siam), processo para a Empresa Metropolitana de Tratamento de Resíduos S/A – EMTR, com licença de operação concedida (LO) para o empreendimento operar o aterro com validade até 24/01/2029, conforme arquivo em anexo. Há, nos processos, documentos que comprovam a entrega de relatórios de atendimento às condicionantes impostas”.

O Jornal Norte Livre questionou, também, a Prefeitura de Ribeirão das Neves. Porém, desde o envio do e-mail, no dia 15 de junho, e sucessivas ligações, não obteve resposta para a demanda.

A assessoria da prefeitura retornou uma das ligações no dia 21 de junho e informou a tentativa de retorno na mesma data. Contudo, ainda não enviou respostas

Aurora investirá R$ 3 bilhões em geração solar no Norte de Minas

Por Magali Simone

A Aurora Energia vem investindo em vários projetos para a instalação de agrupamentos de painéis geradores de energia solar em Minas Gerais | Crédito: Divulgação

A produção de energia fotovoltaica em Minas Gerais ganhou um incremento de peso na sexta-feira (18). A Aurora Energia, empresa mineira com maior licença ambiental do País, responsável  por mais de 6.000 MWp, vai investir R$ 3 bilhões no cluster 3 “Sertão Veredas”, que faz parte da usina de Arinos, no Norte de Minas.

O cluster é um agrupamento de painéis geradores de energia solar. E de acordo com o CEO da Aurora, Fabrício Lopes, o cluster 3 “Sertão Veredas” é 100% desta empresa. Com o investimento espera-se que o parque de produção fotovoltaica da usina de Arinos seja implantado já em 2022 e passe a operar a partir de 2023.

Leia mais: Aurora investirá R$ 3 bilhões em geração solar no Norte de Minas - Diário do Comércio Em: https://diariodocomercio.com.br/economia/aurora-investira-r-3-bilhoes-em-geracao-solar-no-norte-de-minas

Preço vai determinar contratação de projetos de resíduos sólidos


Empreeendimentos de geração da fonte poderão participar do leilão de energia nova A-5

O Ministério de Minas e Energia sinalizou que pretende manter projetos de geração a partir de resíduos sólidos urbanos nos leilões de energia, mas a contratação de volumes mais significativos vai depender essencialmente do preço apresentado pela fonte nos certames. O custo da energia dessas usinas é pelo menos o dobro do que que tem sido contratado nos leilões, e mesmo com a criação de um produto próprio em que os projetos competirão apenas entre si o incentivo pode não ser suficiente, explicou o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Paulo Cesar Domingues.

O secretário reconheceu que os contratos de comercialização de energia elétrica são fundamentais para a disseminação de empreendimentos de recuperação energética de resíduos, mas destacou que a atividade requer sustentabilidade econômica.

Um aspecto importante é que os custos operacionais das usinas não poderão ser cobertos exclusivamente pela venda de energia no mercado, e os contratos de energia elétrica não suficientes muitas vezes para cobrir todos os custos. Por isso, a necessidade de que sejam estabelecidas tarifas adicionais e outras formas de receitas para cobrir os custos totais.

“Mesmo na Europa, onde em alguns países o preço da energia elétrica é maior que no Brasil, eles não são suficientes para cobrir todos esses custos. Então, é importante que sejam buscadas outras formas de receita para cobrir todos os custos”, completou Domingues, ao participar de um painel em evento promovido pela Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos.

O MME espera contratar uma certa quantidade de projetos no leilão de energia nova A-5, que está previsto para 30 de setembro. Empreendimentos de resíduos sólidos urbanos poderão concorrer no certame fora do produto biomassa, mas a contratação de grandes montantes de energia de RSU estará condicionada ao impacto tarifário. Mesmo com um produto próprio, há fontes mais competitivas no certame, especialmente eólica e solar que poder atuar como um elemento inibidor para contratação de projetos da fonte.

Paulo César Domingues lembrou que no A-6 de 2019, último realizado pelo governo, o maior preço negociado foi de pequenas centrais hidrelétricas, de R$ 232/MWh. Projetos solar fotovoltaicos e eólicos fecharam contratos por, no máximo, R$ 100/MWh.

A solução para contornar o problema inclui a cobrança de uma taxa ou tarifa pelos municípios pela coleta de lixo. Praticamente a metade dos mais de 5.700 municípios brasileiros não cobra pela coleta de resíduos sólidos, disse o secretário.

O presidente executivo da Abren, Yuri Schmitke, afirmou durante o evento que para cumprir a meta do Plano Nacional de Resíduos Sólidos em relação à capacidade de recuperação energética por meio de tecnologias WTE (Waste-to-Energy) seria necessária uma taxa de de R$ 11 por tonelada de resíduos enviada a aterro a partir de 2024, com incremento gradual anual de 11 R$/t RSU, além de uma tarifa de energia que começaria em R$ 670/MWh e teria redução média de 2,6% ao ano (R$17,30/MWh), chegando a 250 R$/MWh. A tarifa média de energia até 2040 seria de 329 R$/MWh.

Schmitke disse que o potencial de recuperação energética de resíduos nas 28 regiões metropolitanas é de 46 milhões de toneladas/ano, o que poderia ser feito por 274 plantas, com investimento de R$ 78,4 bilhões. Somente 4% desses resíduos iriam para o aterro após tratamento.

O secretário nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional, Pedro Maranhão, também defendeu a manutenção das usinas de resíduos sólidos nos leilões regulados. Ele explicou que a recente revisão do marco legal do saneamento básico estabelece que a prestação do serviço público de manejo de resíduos sólidos deve levar em conta sua sustentabilidade econômico-financeira, assegurada pela cobrança de taxa ou tarifa pelas prefeituras.

A lei estabelece que os prefeitos terão até 15 de julho desse ano para aprovar essa taxa ou tarifa nas câmaras municipais, deixando de subsidiar a coleta de resíduos sólidos, sob pena de incorrer em crime de responsabilidade.

Para o secretário do MDR, a recuperação energética é uma alternativa de gerenciamento dos resíduos produzidos pelas cidades. “Hoje nos temos uma série de regiões metropolitanas com os aterros chegando ao seu final. Não tem mais como prorrogar. Então, com o aproveitamento dos resíduo sólidos, você diminui o volume, da mais longevidade a esse aterros.”

O ministério tem trabalhado na orientação aos municípios para a formação de consórcios. Maranhão acredita que se conseguir transportar os benefícios da recuperação de resíduos para a planilha de custos será possível reduzir o preço da energia gerada. Ele contou que o MDR assinou um acordo de cooperação técnica com uma organização não governamental inglesa, para o enquadramento da recuperação energética de resíduos em ESG. Enquanto isso não acontece, o secretário defende que haja nesse momento um subsidio à fonte.

A tese de que os projetos de geração de energia tem que ser subsidiados por um período limitado também foi apoiada pelos deputados Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) e Lafayette de Andrada (Republicanos-MG). Para Jardim, assim como aconteceu como Proalcool e o Proinfa, a criação de um subsidio por um período específico seria aceitável para que a fonte atinja a maturidade. Andrada também considerou o subsídio necessário como política pública.

Por Sueli Montenegro, 
Fonte: Agência CanalEnergia, de Brasília

Ceará abrirá nova fábrica de painéis de energia solar e muitos empregos serão gerados

Complexo de energia solar – Foto: Divulgação ABSOLAR
Para reerguer a economia gerando novos empregos, o Governo do Ceará fechou um novo contrato com uma montadora de usinas de energia solar

O Governo do Estado do Ceará fechou acordo com uma empresa brasileira para a instalação de uma linha de montagem de sistemas e placas fotovoltaicas, para a geração de energia, através de usinas de energia solar, fortalecendo, ainda mais, o setor de energia renovável no Ceará e gerando muito mais empregos no estado.

Complexo do Pecém ganha novos investimentos

De acordo com Maia Júnior, o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho no Ceará, o acordo entre a empresa e o estado está finalizado e esperando apenas a divulgação oficial, que acontecerá nos próximos dias, pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT). A linha de montagem de usinas de energia solar fotovoltaicas ocorrerá no Complexo do Pecém.

O nome da empresa que construirá a linha de montagem de usinas, que promete gerar diversos empregos, não pode ser revelado devido ao compromisso de confidencialidade feito na negociação, mas Maia afirma que é uma empresa com grande atuação no Sudeste. Segundo ele, o acordo atrairá novos investimentos, mas não é só em função disso, já que o estado também depende da logística que possui hoje.

Ceará ganha destaque no mercado de energia solar

Com a chegada da montadora de placas para usinas de energia solar fotovoltaica, o Governo espera transformar o Ceará em um polo industrial no setor de energia fotovoltaica no sistema de Geração Distribuída. A geração distribuída é uma modalidade em que os cidadãos produzem energia por conta própria. A montadora irá comprar os insumos para as placas de usinas de energia solar fotovoltaica e montar no Estado para que sejam distribuídos.

O acordo para a instalação da linha de montagem de painéis solares que promete movimentar a economia, e gerar diversos empregos no Pecém, faz parte do plano estadual da criação de um hub completo com atividades importantes na exploração de energia renovável.

“Com o hidrogênio verde e mais esse acordo finalizado, nós fechamos o ciclo, proporcionando uma futura riqueza muito importante para o estado do Ceará” afirma Maia.

Mercado de energia solar destrava empregos no Brasil

As ações do governo do Ceará também fazem parte do plano de se reerguer a atividade econômica do estado, que investirá mais para atrair investimentos com uma forte base tecnológica e que possa demandar uma mão-de-obra mais qualificada no país, fazendo com que os talentos locais apareçam e que vários empregos com salários mais elevados sejam gerados.

A verdade científica sobre o desperdício em energia

Um novo relatório do The City College de Nova York afirma que o desperdício em energia desempenha um papel fundamental na redução dos gases de efeito estufa e complementa os esforços de reciclagem.

© electriceye - stock.adobe.com

Instalações de transformação de resíduos em energia oferecem proteção ambiental significativa, reduzem as emissões de gases de efeito estufa e desempenham um papel complementar importante nos esforços de reciclagem, de acordo com um novo relatório do City College of New York que revisou os estudos científicos mais atualizados da indústria .

O relatório, "The Scientific Truth about Waste-to-Energy", do professor CCNY e engenheiro químico Dr. Marco J. Castaldi, apela a dezenas de análises científicas independentes para oferecer uma avaliação abrangente da influência do lixo para energia na sustentabilidade ambiental e saúde pública.
"Minha esperança são decisões políticas baseadas em fatos comprovados, ao invés de alegações infundadas"

"Nos últimos anos, tornou-se evidente que os formuladores de políticas locais que lutam para administrar os desafios assustadores da gestão de resíduos estão fazendo isso com informações desatualizadas ou errôneas", disse Castaldi. "Este relatório é um esforço para fornecer aos funcionários uma única fonte de informações confiáveis ​​que tire suas conclusões de uma ampla gama de pesquisas e tenha sido submetido a rigorosos exames por especialistas no assunto de diversas origens e organizações. Minha esperança é que, no futuro, os funcionários estará bem posicionada para tomar decisões políticas com base em fatos comprovados, em vez de alegações infundadas. "

O mundo atualmente tem mais lixo do que em qualquer momento da história - com os EUA gerando quase 300 milhões de toneladas por ano, de acordo com os números mais recentes da EPA. As instalações de transformação de resíduos em energia geram energia renovável a partir de resíduos não recicláveis ​​e não compostáveis ​​que, de outra forma, seriam depositados em aterro. O relatório de Castaldi observa que a quantidade de resíduos a serem depositados em aterro pode ser reduzida em até 90% ao empregar resíduos para energia.

O relatório destaca os principais benefícios do uso de tecnologia de transformação de resíduos em energia, incluindo reduções significativas nas emissões de gases de efeito estufa (GEE), a compatibilidade da indústria com a reciclagem e forte correlação com o aumento da reciclagem nos EUA e uma redução significativa na vasta extensão de terra dos EUA que está sendo consumido por aterros, que são uma fonte significativa de metano, um poderoso GEE. Também inclui estudos científicos revisados ​​por pares que mostram que as instalações de transformação de resíduos em energia não afetam adversamente a saúde humana e que o processo de conversão altamente regulamentado tem um impacto insignificante na qualidade do ar em comparação com as emissões de caminhões e outros tipos de poluição do ar relacionados ao tráfego.

O relatório chega em um momento crítico, com novos compromissos federais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e uma compreensão crescente das limitações de contar apenas com programas de redução, reutilização e reciclagem. Além disso, as Nações Unidas divulgaram um relatório este mês destacando a importância de reduzir as emissões de metano para desacelerar o aquecimento global.

Uma pesquisa independente conduzida em todo o mundo estabeleceu que a tecnologia moderna de controle de emissões e padrões regulatórios rígidos garantem que o processo de conversão de resíduos em energia seja realizado de uma forma que proteja efetivamente a saúde pública e o meio ambiente, concluiu o relatório.

"Até que as práticas globais de fabricação e embalagem mudem drasticamente, teremos que lidar com quantidades significativas de resíduos não recicláveis. Nesse ínterim, existem apenas duas maneiras de gerenciar os resíduos não reciclados que nossa sociedade produz: aterro ou usá-los para gerar energia com segurança, "disse o professor Ashwani Gupta da Universidade de Maryland, membro do painel de revisão por pares. "Todos os estudos confiáveis ​​conduzidos sobre este assunto concluíram que a conversão de resíduos em energia é preferível a deposição em aterro."

Votação do marco legal solar volta a ser adiada

Foto: Agência Câmara

A votação projeto de lei (PL) 5829, que cria um marco legal para a geração distribuída fotovoltaica no País, seguiu sendo adiada pela terceira semana consecutiva no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília.

Nesta semana, ela voltou a constar da pauta das discussões, mas não chegou a ser apreciada devido a outras prioridades - como a Medida Provisória 1031/21, aprovada nesta quarta-feira (19) e que viabiliza a desestatização da Eletrobras, estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia.

Enquanto a votação não ocorre, o movimento em defesa do PL, continuou recebendo adesões. Desta vez do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), que aderiu ao manifesto pela aprovação do marco legal, assinado por diversas entidades do segmento de energia renovável.

Há duas semanas, o presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), garantiu o encaminhamento da proposta para o plenário, após acordos entre líderes partidários. O novo texto prevê, por exemplo, limite de potência máxima para projetos de geração distribuída em 3 MW e período de transição para taxação do setor de oito anos (antes eram dez). Agentes ligados ao mercado de energia elétrica trabalham contra a manutenção de isenções para compartilhamento na rede de geração solar excedente, alegando que usuários comuns seriam penalizados por não ter benefícios. 

O setor rejeita a tese, já que os investimentos das empresas da área trazem milhares de empregos e segurança energética ao País. Segundo movimento pela aprovação do PL, permitir que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) crie taxações neste momento seria uma forma de barrar o avanço da energia solar. Em vídeo, representantes do Movimento Solar Livre que estão em Brasília dizem que deputados favoráveis ao setor - o relator Lafayette de Andrada (Republicanos/MG), Beto Pereira (PSD-MS) e Evandro Roman (PSD-RS) - garantem que o texto não será mais alterado. As entidades se mantêm mobilizadas em Brasília cobrando a votação.

Cidades de Minas vão receber R$ 100 milhões da União para acabar com lixões

Acordo entre governo Zema e Ministério do Meio Ambiente, firmado nesta segunda-feira (17), vai contemplar municípios com equipamentos para triagem de resíduos.


Por Guilherme Peixoto

O governo de Minas Gerais e o Ministério do Meio Ambiente firmaram, nesta segunda-feira (17/5), acordo para repassar R$ 100 milhões a municípios do estado que pretendem desativar lixões a céu aberto.

O governador Romeu Zema (Novo) e o ministro Ricardo Salles oficializaram o acordo por meio de edital que faz avançar o Programa Lixão Zero. O trato foi assinado na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte.

A concorrência vai premiar as melhores iniciativas sugeridas por cidades e consórcios de municípios. A ideia é substituir os lixões por centros de triagem mecanizada de recursos.

Os R$ 100 milhões a serem aplicados são fruto de acordo por multa ambiental paga pela mineradora Vale ao Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Ambientais (Ibama).

A sanção financeira foi estabelecida por causa do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, pouco mais de dois anos atrás. Outros montantes da multa estão previstos para financiar outras iniciativas, como o investimento em parques nacionais cravados em solo mineiro.

"É aquela separação de resíduos para que se possa, de um lado, dar valor ao que pode ser reinserido. E, por outro, diminuir o volume de lixo que vai para os aterros", disse o ministro Salles, ao explicar a proposta.

A estimativa é de que 400 cidades mineiras sejam beneficiadas com a verba. O edital estabelece um sistema de pontos para determinar as localidades que serão contempladas com os recursos.

Zema espera fôlego financeiro

O governador mineiro celebrou o acordo com a União. Além das vantagens ambientais, Romeu Zema projeta ganhos financeiros e renda a mais cidadãos.

"Isso significa movimentação econômica, geração de empregos e menos danos ambientais. Tudo isso contribui para um estado como o nosso, que enfrenta sérias dificuldades", vislumbrou, em menção aos problemas fiscais que acometem Minas.

Apoio a prefeitos

A ajuda federal deve facilitar a ação de prefeitos que querem extinguir os lixões. O senador Carlos Viana (PSD-MG), participante da solenidade, lembrou que a união de gestões locais em consórcios podem fazer engrenar os projetos de triagem mecânica.

"É uma situação calamitosa. Sozinhas, as cidades não conseguem dar atendimento à questão do lixo. Daí a necessidade dos consórcios e do apoio dos governos federal e estadual", sustentou.

Em parte do estado o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Ambiental do Norte de Minas Gerais (Codanorte) trabalha para acelerar iniciativas do tipo. A coalizão é vista como exemplo a ser seguido por outras regiões mineiras.

Em troca dos recursos, prefeituras e consórcios precisam entregar contrapartidas. Para receber o equipamento capaz da triagem de resíduos, é preciso ter um terreno para abrigar a máquina e treinar equipes para manusear o sistema..

O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, também celebrou o acordo. "Estamos transformando lixo em geração de renda e produtos para a sociedade".

Deputados federais e estaduais mineiros também estiveram na comitiva que acompanhou a visita de Ricardo Salles.

Visita recente

Em dezembro do ano passado, Ricardo Salles esteve em Minas para encerrar uma série de lixões localizados no Norte do estado. O ato simbólico ocorreu em Francisco Dumont, cidade de pouco mais de 5 mil habitantes, que também encerrou o espaço público para depósito a céu aberto de rejeitos.

A área foi trocada por uma Unidade de Triagem e Compostagem (UTC), onde ocorre a separação dos detritos entre itens recicláveis, rejeitos e matéria orgânica.

O Programa Lixão Zero foi implantado pela pasta de Meio Ambiente em 2019.

Fonte: Estado de Minas

Dia da Energia é comemorado com programação online e gratuita

Fundação Energia e Saneamento promove ações especiais programadas por suas três unidades: São Paulo, Itu e Salesópolis

O Museu da Energia de Salesópolis abordará o tema por meio de questionamentos e reflexões
Foto: divulgação

Para comemorar o Dia Mundial da Energia, celebrado em 29 de maio, a Fundação Energia e Saneamento, instituição responsável pela gestão dos Museus da Energia de São Paulo, Itu e Salesópolis, preparou uma programação on-line e gratuita para debater e trazer conscientização sobre o tema energia no Brasil. Entre as ações previstas, estão lives, vídeos, atividades e outros conteúdos que serão publicados nas redes sociais do Museu da Energia.

A unidade de Itu preparou uma live para o dia 28 de maio, a partir das 16h, com o tema "Energia Renovável: Vantagens e Desvantagens". A transmissão ao vivo será pelo canal do YouTube (https://www.youtube.com/c/MuseudaEnergia) e pelo Facebook (https://www.facebook.com/museudaenergia), com a participação de representantes da Unicamp Energy Club, a primeira organização estudantil brasileira com foco em energia renovável.

Os convidados, Joniel Alves e João Pedro, cofundador e atual vice-diretor e diretor do setor de eventos da Unicamp Energy Club, respectivamente, serão mediados por Ana Luísa Vieira, Educadora do Museu da Energia de Itu. "Essa parceria é importante para a aproximação da universidade junto ao museu, visando a difusão das instituições envolvidas e a oferta de conteúdo para o público", relata Ana Sbrissa, Coordenadora do Museu da Energia de Itu.

Ainda de acordo com Ana, o objetivo da live é apresentar as fontes de energia renováveis e a importância da conscientização de incorporá-las ao cotidiano, tendo em vista a preservação dos recursos naturais. "Resolvemos trazer ao público uma conversa descontraída e didática para esclarecer o uso desse tipo de energia na rotina. O Dia da Energia também nos remete a um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), 'Energia Limpa e Acessível', que prevê até 2030 aumentar substancialmente a participação de energias renováveis na matriz energética global", conta.

Quanto ao Museu da Energia de Salesópolis, abordará o tema por meio de questionamentos e reflexões. Alguns colaboradores foram convidados a responder a questão: "Qual energia que te move a trabalhar no Museu?". Já os visitantes, selecionados pelas equipes de educativos, responderam à pergunta: "Qual energia que o Museu te proporciona?". As respostas serão publicadas nas redes sociais do Museu da Energia, em formatos de vídeos, textos e fotos.

"A ideia esse ano é falar do tema energia de uma forma mais poética. A equipe elaborou essas questões para que a pessoa tivesse um momento de reflexão a respeito da palavra energia, porém em outros sentidos", explica Simone Villegas, Coordenadora do Museu da Energia de Salesópolis.

Como o Dia da Energia é uma das datas mais importantes na realização das atividades da Fundação, assim como o Dia da Água, a proposta é repensar a relevância da energia em todas as suas formas e possibilidades. "Não só a energia elétrica, mas todos os desdobramentos de energia. Como estamos trabalhando essa questão poética, nos perguntamos: como anda a nossa energia? Como é a energia dos locais que a gente vai? O tema energia é de extrema importância para nós, não à toa somos o Museu da Energia", completa Simone.

Por fim, o Museu da Energia de São Paulo está preparando um vídeo especial, que será disponibilizado no YouTube e no Instagram da instituição, apresentando o experimento da pilha de batata ou limão. Segundo Suelen Barcelos, Educadora do Museu da Energia de São Paulo, essa ação tem como objetivo conscientizar sobre o uso racional da energia, incentivar o uso de fontes renováveis e apresentar de forma lúdica os conceitos envolvidos por meio do experimento realizado.

"O experimento será sobre o funcionamento da pilha de ponte salina, onde explicamos o funcionamento da pilha e levamos nosso público a reproduzir em casa sua pilha com batata ou limão. No Instagram e YouTube do Museu temos outros vídeos e publicações que abordam a temática com experiências envolvendo energia, como alguns experimentos que os nossos visitantes podem tentar fazer em casa", acrescenta Suelen.

O Dia Mundial da Energia foi criado em 29 de maio de 1981, uma iniciativa da Direção Geral de Energia de Portugal. O surgimento da Fundação Energia e Saneamento está atrelado à história da energia elétrica no Brasil, a partir da criação de empresas que passaram a fornecer energia, de forma sistemática, para a iluminação pública e transportes, e, mais tarde, para as casas no final do século XIX. A instituição foi criada em 1998, com a proposta de preservar o rico acervo histórico da história da energia, da tecnologia e do desenvolvimento urbano e industrial do Estado de São Paulo.

"As unidades do Museus da Energia oferecem aos visitantes atividades culturais voltadas para todas as idades, e que reforçam conceitos de cidadania e incentivam o uso responsável de recursos naturais, explorando tais questões por abordagens históricas, científicas e sociais. Promover o debate sobre como serão as cidades do futuro, sempre olhando para as experiências do passado, é um dos objetivos da Fundação, que vê a necessidade de que a sociedade e comunidades locais participem desses diálogos, contribuindo de forma ativa nas decisões sobre o mundo que desejamos deixar para as próximas gerações", finaliza Mariana de Andrade, Coordenadora de Projetos e Produção Editorial da Fundação Energia e Saneamento.
Fonte O Diário