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Por Que Quase Metade das Empresas Ainda Não Usa Energias Renováveis?

Hoje vamos falar sobre As energias renováveis são essenciais para o futuro sustentável do planeta. Mas, surpreendentemente, um estudo recente da CDP revelou que quase metade das grandes empresas globais ainda não utiliza eletricidade proveniente de fontes limpas, como solar e eólica. Vamos entender os motivos por trás desse atraso e o que pode ser feito para acelerar a transição.



Fundado em 2000, o CDP é uma organização global sem fins lucrativos que administra o sistema mundial de divulgação ambiental para empresas, cidades, estados e regiões. A entidade é membro fundador da iniciativa Science Based Targets, We Mean Business Coalition, The Investor Agenda e da iniciativa Net Zero Asset Manager


De mais de 900 empresas avaliadas pela CDP, apenas 53% afirmaram incorporar energias renováveis em seus processos produtivos. Isso significa que quase metade dessas empresas ainda depende exclusivamente de fontes de energia convencionais, como combustíveis fósseis.


"A eficiência energética ainda é uma alavanca pouco explorada para o progresso, com menos de 5% das empresas estabelecendo metas de eficiência." — Amir Sokolowski, CDP.


Segundo Amir Sokolowski, diretor de mudanças climáticas da CDP, mesmo metas simples, como melhorias na eficiência energética, ainda não são exploradas por muitas empresas. Apenas 5% das corporações estabeleceram metas concretas nessa área.


Na COP 28, os países estabeleceram metas ambiciosas para triplicar a capacidade renovável até 2030 e dobrar a eficiência energética. Mas o novo relatório da CDP mostra que o setor corporativo está avançando muito lentamente para alcançar essas metas.


Outro dado preocupante é que somente 10% das empresas analisadas se comprometeram com a neutralidade de carbono. Esse número é muito baixo, considerando os compromissos globais para conter o aquecimento global em 1,5°C até 2050.

 

A transparência é outro desafio importante. Apenas uma em cada quatro empresas avaliadas pela CDP possui verificação de terceiros para suas emissões relacionadas à energia. Sem essa transparência, é difícil criar mercados eficazes e projetar novos projetos de energias renováveis.


"O progresso em transparência é essencial para aumentar a ambição e projetar mercados eficazes." — Relatório da CDP.


Mas por que tantas empresas ainda não adotaram renováveis? Alguns dos principais motivos incluem:

  • Custos iniciais altos: A implementação de sistemas de energia renovável pode exigir investimentos significativos.
  • Complexidade regulatória: Em muitos países, a falta de incentivos e a burocracia dificultam a transição.
  • Falta de conhecimento: Algumas corporações não reconhecem os benefícios comerciais e ambientais de adotar fontes renováveis.


No entanto, as empresas que adotaram energias renováveis relatam benefícios claros, como:

  • Redução de custos operacionais a longo prazo.
  • Melhora da reputação corporativa e atração de investidores preocupados com ESG.
  • Cumprimento das regulamentações futuras, evitando penalidades.


Para acelerar essa transição, algumas ações são essenciais:

  • Estabelecer metas claras: As empresas devem definir objetivos para eficiência energética e uso de renováveis.
  • Incentivar parcerias: Governos e setor privado precisam colaborar para oferecer incentivos financeiros e tecnológicos.
  • Priorizar a transparência: Verificar e divulgar as emissões de carbono é fundamental para conquistar a confiança de stakeholders.


Estamos em um momento crítico na luta contra a crise climática. O setor corporativo desempenha um papel central nesse desafio. Adotar energias renováveis não é apenas uma obrigação ambiental, mas também uma estratégia inteligente para garantir a sustentabilidade e a competitividade das empresas no futuro.


"Juntos, podemos transformar desafios em oportunidades!"

 
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Plano Nacional Impulsiona Ônibus Elétricos no Brasil

Um tema de extrema relevância para o Brasil e o mundo: a transição para a eletromobilidade no transporte urbano. Mais especificamente, vamos explorar o Plano Nacional de Ônibus Elétricos, lançado recentemente pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

 


Esse plano traz 100 recomendações que podem transformar o setor de transporte público brasileiro e impulsionar o país na liderança da eletrificação veicular. Vamos entender por que esse documento é tão importante e quais são seus principais pontos.

 

Num Contexto do Plano Nacional de Ônibus Elétricos, temo que O Brasil é um dos maiores produtores globais de ônibus, com forte presença no mercado latino-americano. Apesar disso, enfrentamos um grande desafio: a transição para veículos elétricos. Por que isso é importante?

 

Primeiro, a eletrificação do transporte urbano é essencial para reduzir emissões de gases de efeito estufa e combater as mudanças climáticas. Além disso, a ausência de um plano nacional dificultava a atração de investimentos, atrasando a introdução de ônibus elétricos em nossas cidades.

 

Agora, com este plano, temos uma estratégia clara que promete nortear políticas públicas para eletrificação do transporte público nos próximos anos.

 

O Plano Nacional de Ônibus Elétricos apresenta 100 recomendações detalhadas. Mas quais são os principais objetivos?

 

  1. Incentivar a Indústria Nacional:

 

    • Uma das metas mais ambiciosas é alcançar um índice de nacionalização de 80% nos ônibus elétricos em até 10 anos. Isso significa fortalecer a produção local e reduzir a dependência de importações.
    • Entre os itens mais relevantes está a nacionalização progressiva de baterias e a padronização de plugues e conectores, essenciais para garantir eficiência e compatibilidade no mercado interno.

 

  1. Fomentar a Inovação e Pesquisa:

 

    • O plano destaca a necessidade de desenvolver novas competências tecnológicas, adaptar processos produtivos e intensificar as atividades de pesquisa e desenvolvimento. 
    • Isso permitirá que o Brasil não apenas acompanhe a transição global, mas lidere o mercado latino-americano de eletromobilidade.

 

  1. Promover Sustentabilidade e Economia Circular:

    • A reciclagem de baterias é um dos pilares do plano, pois garante que a transição para veículos elétricos não venha acompanhada de impactos ambientais indesejados.

 

  1. Capacitar Trabalhadores e Modernizar o Transporte Público:

 

    • Para viabilizar a transição, será necessário qualificar profissionais para trabalhar com novas tecnologias, desde a fabricação até a manutenção.

 

    • Além disso, o plano busca melhorar o transporte público como um todo, proporcionando um serviço mais eficiente e sustentável para os usuários.

 

Incentivos e Atração de Investimentos


Um ponto central do plano é a criação de um ambiente favorável para investimentos. Para isso, o documento propõe:

 

  • Incentivos Fiscais: Empresas que decidirem fabricar componentes localmente, como baterias e motores elétricos, poderão contar com benefícios fiscais que reduzem custos e tornam o Brasil um mercado atrativo para a produção.

 

  • Linhas de Crédito Favoráveis: Condições especiais de financiamento serão oferecidas às companhias interessadas em se estabelecer no país ou expandir suas operações para atender à demanda por ônibus elétricos.

 

  • Parcerias Internacionais: O plano também prevê a criação de uma plataforma de exportação, incentivando o Brasil a se tornar um fornecedor global de veículos elétricos e componentes.

 

Metas para o Futuro


O plano se organiza em horizontes de 5, 10 e 15 anos, considerando o grau de maturidade tecnológica de cada componente do ônibus elétrico.

 

  • Nos primeiros 5 anos:
    • Implementação de programas de fiscalização de emissões para garantir que a frota atenda aos padrões ambientais.
    • Início da nacionalização de componentes estratégicos e padronização de conectores.
    • Capacitação de trabalhadores para lidar com novas tecnologias.

 

  • Em 10 anos:
    • Alcançar a meta de 80% de nacionalização dos componentes dos ônibus elétricos.
    • Estabelecimento de um ecossistema sólido de pesquisa e inovação no setor.
    • Ampliação significativa da frota elétrica nas grandes cidades.

 

  • Em 15 anos:
    • Consolidar o Brasil como um dos líderes mundiais na produção e exportação de ônibus elétricos.


O Papel da Sustentabilidade na Transição


Um dos pontos mais interessantes do plano é o foco na sustentabilidade, indo além da simples eletrificação.

 

  • Redução de Emissões:
    A substituição dos ônibus movidos a combustíveis fósseis por elétricos tem potencial para reduzir drasticamente as emissões de gases poluentes nas cidades, melhorando a qualidade do ar e a saúde pública.

 

  • Economia Circular:
    A reciclagem de baterias é essencial para evitar o acúmulo de resíduos e garantir o reaproveitamento de materiais valiosos, como lítio e cobalto.


Os Benefícios para o Usuário Final e a Sociedade condiz com o impacto da transição para ônibus elétricos vai muito além da tecnologia. Ele afeta diretamente a vida das pessoas.

 

  • Transporte Público Melhorado:
    Ônibus elétricos são mais silenciosos e têm menor custo operacional, o que pode levar a serviços mais eficientes e confortáveis para os passageiros.

 

  • Inclusão Social:
    A modernização do transporte público também contribui para a inclusão social, ao tornar as cidades mais conectadas e acessíveis.


O Plano Nacional de Ônibus Elétricos é um marco na transição energética do Brasil. Ele nos mostra que, com planejamento e políticas públicas eficazes, é possível liderar a eletrificação do transporte urbano, promovendo inovação, sustentabilidade e benefícios sociais.

Se o Brasil conseguir implementar essas 100 recomendações, estaremos no caminho certo para consolidar nossa posição como referência global em eletromobilidade.

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China Impulsa Energias Renováveis no Brasil com 72% dos Investimentos

A crescente influência das companhias chinesas de energia no Brasil, com destaque para um dado impressionante: 72% dos projetos desenvolvidos por esses investidores no país estão focados em fontes renováveis e sustentabilidade. Vamos explorar o que isso significa para o setor energético brasileiro e como isso impacta o futuro da transição energética.

 


O Cenário Atual da Energia no Brasil


O Brasil tem uma matriz energética já considerada uma das mais limpas do mundo, com destaque para a energia hidrelétrica, eólica e solar. Entretanto, para atender à crescente demanda por energia e cumprir metas climáticas, o país precisa expandir ainda mais seu uso de fontes renováveis.

 

É nesse contexto que os investidores chineses entram em cena, trazendo capital, tecnologia e experiência para impulsionar projetos de energia limpa em solo brasileiro.


A Presença Chinesa no Setor Energético Brasileiro

Nos últimos anos, empresas chinesas têm se destacado como players importantes no mercado de energia brasileiro. Elas atuam em diversas frentes, como:

  • Energia Solar: Implantação de grandes usinas fotovoltaicas em regiões com alta incidência solar, como o Nordeste.
  • Energia Eólica: Desenvolvimento de parques eólicos, especialmente no litoral brasileiro, aproveitando os fortes ventos da região.
  • Transmissão de Energia: Construção e operação de linhas de transmissão para integrar as novas fontes renováveis ao sistema elétrico nacional.

Essas empresas não apenas investem, mas também transferem tecnologia e geram empregos locais, contribuindo para o desenvolvimento econômico.

 

Por que 72% dos Projetos são Renováveis?

Esse número impressionante, 72% dos projetos focados em energias renováveis e sustentabilidade, reflete uma estratégia alinhada com tendências globais e necessidades locais.

  1. A Demanda por Energia Limpa no Brasil:
    • O Brasil é um mercado atraente para investidores, devido ao seu enorme potencial para energias renováveis, especialmente solar e eólica.
    • Além disso, a demanda por energia sustentável é impulsionada por consumidores mais conscientes e por políticas climáticas globais.

 

  1. A Estratégia Sustentável da China:
    • A China tem investido fortemente em energia limpa como parte de seu compromisso com a redução de emissões de carbono.
    • Os investimentos no Brasil fazem parte dessa estratégia global, ampliando sua liderança no setor energético renovável.

 

Benefícios para o Brasil

Os investimentos chineses trazem uma série de benefícios para o Brasil:

  • Aumento da Capacidade Energética:
    Com novos parques eólicos e usinas solares, o Brasil pode expandir sua oferta de energia limpa, garantindo mais segurança energética.

 

  • Transferência de Tecnologia:
    As empresas chinesas compartilham tecnologias avançadas, acelerando o desenvolvimento do setor energético brasileiro.

 

  • Desenvolvimento Sustentável:
    Ao focar em energias renováveis, os projetos contribuem para a redução de emissões de gases de efeito estufa e para a preservação ambiental.

 

  • Geração de Empregos:
    Desde a construção até a operação, esses projetos criam oportunidades de trabalho em diversas regiões do país, muitas vezes em áreas que carecem de investimentos.


Embora os benefícios sejam claros, existem desafios que precisam ser enfrentados:

 

  • Integração ao Sistema Elétrico:
    Com a expansão de fontes renováveis, é essencial garantir que a infraestrutura de transmissão e distribuição acompanhe esse crescimento.

 

  • Regulamentação e Burocracia:
    A atração de mais investimentos depende de um ambiente regulatório estável e ágil, algo que ainda precisa ser aprimorado no Brasil.

 

  • Independência Energética:
    Embora os investimentos estrangeiros sejam bem-vindos, é importante que o Brasil continue fortalecendo sua própria capacidade de inovação e produção tecnológica.

 

O Futuro da Energia no Brasil com Investimentos Chineses

O futuro é promissor. Com o apoio das companhias chinesas, o Brasil pode não apenas atender à crescente demanda por energia, mas também se posicionar como líder global na transição energética.

Ao mesmo tempo, esses investimentos ajudam o país a cumprir metas climáticas, como o compromisso de zerar as emissões líquidas até 2050.

A presença das companhias chinesas no setor de energias renováveis do Brasil é um exemplo claro de como parcerias globais podem impulsionar a transição para um futuro mais limpo e sustentável.

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Painéis Solares para 4.000 famílias de pequenos agricultores de 60 cidades

Olá, pessoal! Sou Raoni Pinheiro, engenheiro especialista em Energias Renováveis e Sustentabilidade. Hoje quero conversar sobre uma iniciativa incrível que está transformando vidas no Nordeste do Brasil. Trata-se de um projeto que leva energia solar para pequenos agricultores, promovendo inclusão, sustentabilidade e economia para milhares de famílias. Vamos entender como isso funciona e por que é tão importante.



O Nordeste brasileiro tem características únicas: é uma região com altos índices de radiação solar e, ao mesmo tempo, desafios econômicos para muitas famílias de pequenos agricultores. Nesse cenário, surge um programa inovador que busca instalar painéis solares em propriedades rurais, beneficiando diretamente cerca de 4.000 famílias em 60 cidades.


Essa iniciativa não só melhora o acesso à energia, mas também reduz custos para os agricultores, permitindo que eles utilizem o dinheiro economizado para investir em suas produções, em educação ou na qualidade de vida.


O Nordeste é uma das regiões com maior potencial para geração de energia solar no mundo. A abundância de sol praticamente o ano todo faz com que essa tecnologia seja uma solução natural para os desafios locais.


Mas o que diferencia essa iniciativa é o foco na democratização. Enquanto grandes empreendimentos de energia solar frequentemente beneficiam grandes corporações, este projeto direciona os benefícios diretamente às famílias de agricultores, tornando a energia uma ferramenta de empoderamento social.


Vamos falar de números. A instalação de painéis solares pode reduzir significativamente os gastos com energia elétrica. Isso é especialmente importante para agricultores que dependem de bombas de irrigação e outros equipamentos para suas plantações.


Além disso, o impacto ambiental é notável. Ao optar pela energia solar, essas famílias contribuem para a redução das emissões de carbono, ajudando na luta contra as mudanças climáticas e promovendo um modelo de desenvolvimento mais sustentável.


Apesar dos avanços, é importante mencionar as críticas que surgiram em torno do que algumas entidades chamam de “modelo predatório” da energia solar. Esse modelo refere-se a práticas que priorizam lucros corporativos em detrimento do benefício real para comunidades locais.


Por isso, projetos como este se destacam ao colocar as pessoas no centro das decisões. É um exemplo de como podemos avançar na transição energética de forma justa e inclusiva, garantindo que os benefícios alcancem quem realmente precisa.


Essa iniciativa é apenas o começo. O sucesso desse projeto no Nordeste pode servir como inspiração para outras regiões do Brasil e até do mundo. Imagine o impacto se mais comunidades rurais tivessem acesso a tecnologias limpas e acessíveis. Seria um grande passo para reduzir desigualdades e promover a sustentabilidade em escala global.


A transição energética é um desafio e uma oportunidade. Projetos como esse, que leva energia solar para pequenos agricultores no Nordeste, mostram que é possível unir inovação tecnológica, sustentabilidade e justiça social.


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Busca de incentivos federais para o RS será debatida no Fórum de Energias Renováveis

Evento, realizado pelo Correio do Povo junto ao Sindienergia-RS, acontecerá em 17 de agosto, em Porto Alegre
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Kyane Sutelo

Deputado estadual Frederico Antunes (PP) preside a Frente Parlamentar Pró-Energias Renováveis. | Foto: Felipe Dalla Valle / Divulgação / CP


A mudança nas matrizes energéticas será pauta de debate em solo gaúcho no próximo mês. O 3º Fórum de Energias Renováveis, realizado pelo Correio do Povo em conjunto com o Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), acontecerá em 17 de agosto, no Centro de Eventos do CIEEE RS, em Porto Alegre.

A programação contará com painéis sobre a capacitação para a transição energética, energias hídricas, bioenergias, energia solar e as energias eólicas e o hidrogênio verde. Entre os convidados para abordar as energias renováveis está o deputado Frederico Antunes (PP), presidente da Frente Parlamentar Pró‑Energias Renováveis na Assembleia Legislativa.

O parlamentar destaca que, no Legislativo, foram ouvidos diversos interessados no tema e confeccionado um documento com os principais pontos que devem balizar a ação conjunta das partes. Entre elas, está o equilíbrio de financiamentos federais entre as regiões do país, foco de esforços da Frente Parlamentar, segundo o deputado. “As regiões Norte e Nordeste têm, através daquele fundo de incentivo, custos diferenciados para financiamentos de investidores. E a gente quer ver se consegue trazer também para o Rio Grande do Sul”, projeta ele.

Outros pontos também considerados relevantes no estímulo às energias renováveis, conforme Antunes, são a defesa do sinal locacional, que equaciona a transmissão de energia e as tarifas aplicadas, e a ampliação da possibilidade de exportação a países vizinhos, devido à localização do Estado, que o parlamentar considera privilegiada. “O Estado tem capacidade de transmitir e transportar energia. Ele só aguarda a irrigação, vamos dizer, do sistema de transmissão de transporte de energia das novas fontes”, avalia.

Segundo o presidente da Frente Parlamentar, o Litoral, a Campanha e a Fronteira Oeste, são as regiões que têm demonstrado maior potencial em energias renováveis. Ele destaca a importância de investimentos privados para ampliar e reativar a infraestrutura existente e de adequar custos logísticos para atrair a cadeia produtiva e montadoras de equipamentos.

Inscrições e cobertura

Ainda estão confirmados painelistas do Executivo gaúcho e do setor empresarial. Haverá transmissão pelo canal do Correio do Povo no Youtube e ainda contarão com cobertura da Rádio Guaíba e da Record TV. O credenciamento começará às 8h30 e os debates a partir das 9h.

Potencial a ser explorado na energia eólica


O Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, produzido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), de 2014, aponta grande potencial de usinas onshore e offshore. Foto: Alina Souza

As usinas eólicas são realidade há tempos no Rio Grande do Sul e, dadas suas características de instalação, são offshores, dentro do mar, nearshores, em lagoas, ou em terra firme, as onshores. De acordo com o Sindienergia-RS, a capacidade de abastecimento de uma usina do gênero está na base de 40 GW no mar e 10 GW em lagos. Para reduzir o impacto ambiental e nas comunidades, um grupo de trabalho integrado pelo sindicato está em contato permanente com a população de onde potencialmente pode haver usinas instaladas, bem como órgãos ambientais, como Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e Ibama, a fim de buscar soluções conjuntas e que minimizem ao máximo os riscos.

Atualmente, 13 entidades integram o GT e há pelo menos dois grandes projetos do tipo sendo estudados no litoral gaúcho, por parte da empresa Ocean Winds, cujo memorando foi assinado com o governo gaúcho no mês passado. No trecho norte, a Marinha de Tramandaí tem potencial de gerar até 700 MW e, no Litoral Sul, o Ventos do Sul poderá gerar até 6,5 GW. A intenção é replicar no Estado as iniciativas que deram certo em outros países e, para isso, o Sindienergia-RS esteve na Europa e presenciou complexos similares que também utilizam a força dos ventos para a geração energética.

“O ideal é que consigamos atrair a indústria associada a estas usinas, porque otimizamos bastante em termos de tempo, composição financeira e no meio ambiente. Além do ganho sustentável, há um ganho de geração de energia, pois passamos a exportar energia limpa”, afirma a diretora de Operações e Sustentabilidade do Sindienergia RS, Daniela Cardeal, que integrou o fórum promovido pelo Correio.

O Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, produzido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e publicado em 2014, apontava que havia “um grande potencial a ser explorado”, tanto de usinas onshore quanto offshore, com 103 GW a 100 metros de altura, em locais com velocidades de vento superiores a 7 metros por segundo, equivalente a 25,2 quilômetros por hora. Estas localizações cobriam, segundo o Atlas, 39 mil km² do Estado. Já no caso das offshores, são mais de 600 quilômetros de extensão de litoral e uma zona econômica exclusiva que cobre mais de 200 mil quilômetros quadrados de área do Oceano Atlântico.

A capacidade instalável no mar gaúcho é estimada em 80 GW a 100 metros de altura, com mesma velocidade do vento. Ainda segundo o Atlas, as usinas onshore no RS têm potencial energético de produção de 382 terawatts-hora (TWh) por ano e as offshore 305 terawatts-hora (TWh) por ano no mar e 124,9 TWh nas três principais lagoas (dos Patos, Mirim e Mangueira). “Temos uma capacidade energética de produção no mar equivalente a 50 usinas hidrelétricas de Itaipu”, disse no evento o oceanólogo Henrique Ilha, chamando este modelo de “nova revolução”. A eletricidade gerada no Brasil todo em 2020 foi de 621 TWh, de acordo com o Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2021, divulgado pelo EPE.

Pesquisa em hidrogênio verde avança no Rio Grande do Sul

A casca de arroz e os resíduos de madeira estão entre os materiais utilizados no RS para a produção de biomassa. Foto: Alina Souza

Outra potencialmente importante é o hidrogênio verde, cuja tecnologia está em desenvolvimento, com avanços acontecendo a olhos vistos. O governo do Estado assinou em março, com as empresas Enerfin, integrante do Grupo Elecnor, e White Martins, um memorando de entendimento para aplicação de projeto relacionado ao tema no Porto de Rio Grande, no sul gaúcho. O local concentra o maior distrito industrial do Rio Grande do Sul, o que por si representa ganhos em economia e especialmente na logística.

O hidrogênio é o elemento químico mais abundante do universo, ou seja, a sua disponibilidade é praticamente infinita. “Existe uma expectativa de que a Europa poderá adquirir hidrogênio verde do Brasil, o qual será produzido em grande escala e baixo custo a partir de energia renovável de fonte eólica e solar”, afirma Felipe Ostermeyer, diretor da Enerfin do Brasil. Conforme ele, a tecnologia de uso do hidrogênio verde segue em desenvolvimento, necessitando ainda superar barreiras de competitividade, entre outras.

Esta fonte pode ser essencialmente útil para as empresas de fertilizantes e demais companhias ligadas ao agronegócio, que têm grande demanda. Para produzir hidrogênio verde, cujo nome se dá pela emissão de poluentes ser praticamente nula, há um processo de eletrólise da água, que é decomposta. Os elementos oxigênio e hidrogênio são separados e este último é armazenado para gerar energia por meio de células de combustível. Ele pode, em seguida, ser utilizado como insumo para indústrias petroquímicas, de bebidas e química, por exemplo.

Há interesse da Europa no desenvolvimento desta tecnologia, considerando a necessidade de substituição do gás importado da Rússia a partir do recente impacto sobre a oferta de energia no continente europeu em razão da guerra na Ucrânia, diz Ostermeyer. Recentemente, o presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), Paulo Emílio Valadão, disse ainda que este combustível poderia se tornar uma “nova commodity energética”.

“Existe a oportunidade de se chegar a uma autossuficiência e depois de uma exportação de projetos renováveis, sobretudo eólicos, que vão dar respaldo para o atendimento do mercado de hidrogênio”, diz Guilherme Sari, presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia RS), que participou do fórum em Porto Alegre. As estruturas no mar podem auxiliar na produção deste combustível, e a exportação do hidrogênio verde pode ser feita por dutos ou caminhões em terra, ou através de embarcações marítimas.

No entanto, sua produção ainda requer muita energia. Atualmente, de acordo com a ABH2, a produção de hidrogênio a partir de combustíveis fósseis requer o gasto de 1,4 dólar para cada quilo gerado. A eletrólise que gera o rótulo “verde” tem custo variável entre 5 dólares e 7 dólares por quilo. Para reduzir o custo, a biomassa está sendo vista como possibilidade para produção do combustível “a custo competitivo”, disse Valadão no Simpósio Global sobre Soluções Sustentáveis em Água e Energia, realizado no último mês de junho, em Foz do Iguaçu (PR).


Fontes hídricas: mais baratas aos consumidores


As fontes hídricas são as que geram a energia mais barata para os consumidores, segundo aponta o presidente da Associação Gaúcha de Fomento às Pequenas Centrais Hidrelétricas (AgPCH), Roberto Zuch. De acordo com ele, além de pioneiro na área, o RS é exportador de conhecimento e tecnologia para todo o planeta. “Elas não dependem de grandes estruturas de linhas de transmissão, se posicionam próximas do centro de carga, têm pouca perda no transporte e a vida útil mais longa entre todas as fontes”, comenta o presidente da AgPCH.

A AgPCH, utilizando informações divulgadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), afirma que o Rio Grande do Sul tem 5.972 MW de fontes hídricas e é o terceiro estado da federação com maior potencial deste tipo de energia, se posicionando atrás apenas de Mato Grosso e Minas Gerais. O RS tem, atualmente, 150 usinas hídricas em operação, das quais 77 são PCHs, e que geram, no total, 913 MW. “O potencial operatório apenas das PCHs no Estado é capaz de abastecer em torno de 1,8 milhão de residências”, afirma Zuch.

A instalação de uma usina do gênero requer diversos trâmites, especialmente ambientais. O caminho é longo e a demora no licenciamento preocupa permanentemente o setor. Conforme a associação, a lentidão nos processos de implantação das PCHs e CGHs gera um atraso em investimentos que superariam R$ 4 bilhões apenas no Rio Grande do Sul. “O potencial de PCHs em licenciamento atualmente na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) teria a capacidade de dobrar a potência instalada atualmente em operação no RS”, salienta o presidente da AgPCH.

A vantagem desta tecnologia, aponta ele, é que elas não dependem de grandes estruturas de linhas de transmissão, além de estarem posicionadas próximas dos centros de carga, têm pouca perda no transporte e logística e vida útil mais longa entre todas as fontes. “Usinas hídricas instaladas aumentam o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município onde estão situadas”, afirma Zuch. Há um círculo virtuoso relacionado a esta instalação, que gera, reforça a AgPCH, incentivo ao turismo, criação de empregos, atração de indústrias, melhoria na infraestrutura local e melhores oportunidades de negócios para toda a cadeia produtiva.