Mostrando postagens com marcador AL. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador AL. Mostrar todas as postagens

Estudantes instalam placas solares de energia em barracas de praia de Maceió

Estudantes instalam placas solares de energia em barracas de praia de Maceió

Dia de sol, praia e o mar convidando para um mergulho em Maceió. O cenário perfeito para uma foto. Mas se você fica sem bateria no celular no meio da praia, o que fazer? Foi pensando em aproveitar o sol de Maceió que alunos do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) estão instalando placas de energia solar nos guarda-sóis que ficam na areia da praia.

A solução para evitar que o celular descarregue está bem do lado e não precisa nem levantar da cadeira.

"Pra mim, foi uma surpresa! Eu não esperava nunca chegar aqui em uma barraca e encontrar uma tecnologia que permite carregar o celular. Foi excelente", diz o jornalista Silvio Teles.

A energia limpa vem de painéis solares de 20 centímetros, que ficam grudados na parte de cima do guarda-sol. Dá pra ligar a caixinha de som também e curtir música na praia.

"Todo conforto que puder ser oferecido pra gente, é muito bom. Então imagina só você vir à praia, aí o seu som, por algum motivo, acaba e o seu celular acaba, aí você tem mais esse conforto", afirma o gastrônomo Marcos Vieira.


A ideia de gerar energia na praia de forma sustentável surgiu no laboratório do curso de eletrônica do Ifal. O projeto foi desenvolvido por quatro alunos em parceria com um prestador de serviço que aluga cadeiras e sombreiros na orla de Maceió.

"Inicialmente, enxergamos as necessidades dos barraqueiros, dos prestadores de serviço da orla e nós tentamos fazer pesquisas e dimensionamos a placa de acordo com as necessidades deles. Constatamos que a placa era viável e elaboramos também os cabos, compramos também alguns materiais", diz o estudante de eletrtécnica, Jarllan Ferreia.

O projeto ainda está no começo. As plaquinhas estão em testes há apenas dois meses, mas já dá pra dizer que em um dia de sol que faz em Maceió, elas conseguem produzir a capacidade máxima de energia. O suficiente pra manter carregada a caixinha de som ou o celular o tempo inteiro na praia.

"Eu preciso colocar de manhã e retirar de tarde as placas. Pra funcionar 100%, é a partir das 9 horas da manhã, onde a radiação está mais forte, até umas 15 horas, ai eu consigo mantê-la aí 100%", afirma Erisvaldo Nascimento, comerciante.

E os estudantes já pensam em ampliar o projeto. "A gente está querendo saber o que pode melhorar ainda no projeto pra gente poder agregar pra daqui pra dezembro estar com esse protótipo pronto pra poder expandir por toda a praia e quem sabe até por todas as praias do Nordeste", diz o estudante Rinaldo Matheus.

FONTE: G1 Alagoas

Sustentável e limpa, energia solar ainda é pouco utilizada no estado de Alagoas

Embora investimento seja alto, retorno econômico e ambiental são bastante consideráveis.Painéis fotovoltaicos estão instalados na entrada de empreendimento. FOTO: ASSESSORIA/HIBISCUS

Alagoas é rico em belezas naturais que encantam tanto quem vive por aqui, como quem vem conhecer o lugar. A região de terra fértil, onde o sol brilha forte e prevalece na maior parte do ano, pode ser explorada não apenas pelo turismo. É um dos estados do país com grande potencial para geração de energia limpa através da luz solar e dos painéis fotovoltaicos.

Por aqui, essa alternativa ainda é pouco utilizada. Em parte pela falta de conhecimento técnico, em outra pelo valor alto de investimento. No entanto, quem já aderiu à produção e consumo consciente por meio deste sistema gerador de energia, afirma que vale a pena e que o bolso agradece, já que a curto prazo a economia é garantida, e o meio ambiente, por ser o sol uma matéria-prima inesgotável, fica preservado.

O empresário Vanderlei Turatti está à frente da administração do Hibiscus Beach Club, em Ipioca, no Litoral Norte do estado há pouco mais de cinco anos. Durante este período, o consumo de energia sempre foi alto e um dos seus maiores desafios, já que quando passou a comandar o empreendimento tinha como missão tornar o local 100% sustentável.

Há um ano, ele resolveu investir e aderiu à produção de energia solar através dos painéis fotovoltaicos. O custo foi alto. Girou em torno de R$ 400 mil, mas o retorno vem em uma proporção ainda maior. “Atualmente 60% da energia que consumimos aqui é produzida por nós mesmos. É um investimento que traz resultados muito positivos. Para se ter uma ideia, passamos a economizar mensalmente cerca de R$ 13 mil, ou seja, daqui a pouco mais de 2 anos eu vou conseguir pagar o que gastei somente com o que temos economizado na redução do preço da conta de luz”, observa.

Ele conta que a energia solar apareceu para ele como uma solução às frequentes quedas de energia e o consequente uso do gerador para manter o lugar em pleno funcionamento. “Eu me lembro que chegou a faltar aqui 25 vezes em um único dia. Depois disso, decidi que algo precisava ser feito. Contratamos uma empresa. Ela fez o projeto e apresentamos à Eletrobras, que aprovou o material. Daí em diante passamos a utilizar essa fonte e nos livramos de um custo muito alto com eletricidade”, disse.

Inversor solar mostra quantidade de CO² 
que não foi jogada na atmosfera. 
FOTO: MADYSSON WESLLEY
E se a economia pode ser vista nas cifras, no meio ambiente a redução de gás carbônico foi notada de uma maneira bastante significativa. De acordo com o inversor solar – aparelho utilizado para inverter a energia elétrica produzida pelos painéis de uma corrente contínua para uma corrente alternada e garantir a segurança do sistema, além de medir a energia produzida – desde o período em que os painéis passaram a ser utilizados, mais de 48 toneladas de CO² deixaram de ser jogadas na atmosfera. O aparelho aponta também que já foram produzidos mais de 68 mil kWh de energia em um total de 5.576 horas trabalhadas.

Filipe Duarte, dono da loja Ipanema Construções, no bairro do Poço, na capital, também decidiu investir no segmento. Ele conta que sempre foi muito curioso e se interessava pelo assunto, até que um dia, um vendedor chegou até o estabelecimento distribuindo um material de propaganda sobre os painéis. Ele entrou em contato e pouco tempo depois instalou o recurso.

“Hoje, 100% da eletricidade que consumimos na loja e na casa que moramos é gerada através da energia solar. Precisei investir cerca de R$ 100 mil, mas o resultado foi tão positivo, que em novembro, após concluir o financiamento no banco, já pretendo aumentar o sistema. Antes, pagávamos uma média de R$ 2.800,00 na conta de luz. Agora, o valor caiu para R$ 300. Além do dinheiro, também é importante para nossa empresa, pois isso mostra o quanto somos preocupados com a questão ambiental”, fala.

O ecólogo Mateus Gonzalez, da empresa de consultoria Teia Serviços Ambientais, afirma que a energia proveniente do sol é altamente viável e bastante positiva. Ele analisa, que embora o custo ainda seja alto, há uma tendência natural que ano após ano, esse valor diminua e muito mais pessoas passem a consumir eletricidade produzida por meio da luz solar.

“Diferente das hidrelétricas, que usam a água – um recurso que pode chegar ao fim – e causam muitos danos ambientais nas regiões onde as usinas são instaladas, os painéis geram energia através do sol, fonte inesgotável e renovável. Eles não causam impactos ambientais e são uma solução para o grave problema enfrentado pelo país de tempos em tempos com as crises hídricas”, fala.

No ano passado, o município de Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió, encerrou as atividades no lixão da cidade. Gonzalez, que também é secretário de meio ambiente de lá, informou que existe um projeto para o lugar, antes tomado por dejetos e entulhos, que deverá se tornar um parque de produção de energia solar.

“Caso o projeto dê certo e seja viabilizado, a energia produzida lá será redirecionada para os órgãos públicos municipais. Isso vai gerar uma economia considerável para o município com as contas de luz e o dinheiro poderá ser revertido para outras ações”, explica.

Na ilustração abaixo, é possível entender de uma maneira mais eficaz como funciona a geração e o consumo de energia através dos painéis, mas o ambientalista também exemplifica. “Se uma estação gera 100 kWh e eles são lançados na rede elétrica – é importante dizer que a energia dos painéis não vai direto para as tomadas ou aparelhos eletrônicos, ela vai para a rede e depois volta para o consumidor – e ele consome 120 kWh, isso significa que ele tem um crédito de 100 kWh, ou seja, ele só pagará o excedente dos 20 kWh, que não conseguiu produzir”, fala.

lustração mostra como funciona a geração e consumo de energia solar. FOTO: REPRODUÇÃO

Além disso, de acordo com regras criadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), quem instala o sistema em casa ou em empreendimento e conecta à rede elétrica local, passa a integrar o sistema de compensação de energia, os chamados créditos. O governo também passa a isentar o ICMS sobre a energia gerada.

Segundo dados fornecidos pela gerência de recursos energéticos da superintendência de Energia e Mineração da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), mais de 140 consumidores, entre residências, estabelecimentos comerciais, indústrias e imóveis na Zona Rural, já produzem juntos um total de 1,4 Megawatts de eletricidade, de acordo com informações da Eletrobras e da Aneel.

Produção em Alagoas 

Instalada em Marechal Deodoro, a Pure Energy é a única fabricante de placas de energia solar de Alagoas e que deve iniciar o processo de comercialização de painéis fotovoltaicos até o final deste ano. Por trabalhar com a fabricação de peças altamente tecnológicas, o processo precisa passar por diversos testes e receber várias certificações. Por isso, mesmo o primeiro painel tendo sido produzido em fevereiro do ano passado, eles ainda não estão sendo vendidos.

De acordo com o diretor presidente da empresa, Gelson Cerutti, a energia solar é um segmento, que tende a crescer muito nos próximos anos. “Existe uma pesquisa internacional que aponta que, até 2040, o Brasil terá cerca de 31% da sua matriz energética proveniente da energia solar. Deste total, 27% será produzido em pequena escala, em locais como comércios, residências, indústrias e negócios de pequeno e médio porte”, ressalta.

Em Alagoas, ele conta que existem diversos projetos funcionando e outros em fase de implantação. Cerutti fala também que uma das principais vantagens para a aquisição dos painéis é o fato de instituições como o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) estarem financiando a compra dos equipamentos.

“É interessante dizer que os bancos só financiam os painéis produzidos no Brasil, justamente para incentivar e fortalecer a indústria no país. Nossa ideia para Alagoas é investir em funcionários capacitados e transformar a indústria em uma referência na produção deste tipo de material”, diz.

O empresário compara a situação do Brasil a de outros países. “Na Alemanha, a incidência dos raios solares é infinitamente menor que a nossa, mas a energia solar já representa 70% do total produzido lá. Imagina aqui, com todo esse sol. É sucesso garantido. Fora isso, tem o custo com manutenção, que é muito pequeno, já que os painéis têm vida útil de 25 anos, em média”, finaliza.

Fonte: Gazetaweb.com

Com energia solar, Parque Infantil Sustentável é inaugurado na orla da Ponta Verde

Crédito: Victor Leahy/Alagoas 24 Horas

Por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Semds), o Prefeito Rui Palmeira entregou, nesta terça-feira (3), o terceiro Parque Infantil Sustentável de Maceió-AL, que foi instalado na orla da Ponta Verde. A população já conta com outros dois parques, um também na Ponta Verde e outro na Pajuçara.

A estruturação do espaço, que servirá de lazer para as crianças, também foi viabilizada por meio de uma parceria entre a Prefeitura de Maceió com o Hotel Ponta Verde e Maceió Mar Hotel, que também financiaram a iniciativa. O parque conta com brinquedos de madeira de eucalipto, que, segundo especialistas, possuem durabilidade de cerca de 10 anos, se bem cuidadas.

O prefeito Rui Palmeira destacou a parceria público-privada como um dos pontos fundamentais para a existência do parque. “A prefeitura apenas cedeu o espaço, sem custos, e é um empreendimento público que queremos levar para outras partes da cidade, e para isso queremos o apoio do empresariado maceioense para que possamos ter mais espaços como esse em outros pontos de Maceió”, pontuou. “Minhas filhas mesmo, já estiveram aqui e agora estão chorando em casa querendo vir”, brincou o prefeito.

Como de costume, Palmeira fez apelo para que a população também cuide do parque para garantir a durabilidade do local. “Infelizmente ainda sofremos muito com o vandalismo que acontece em diversos pontos, como praças e outras áreas públicas da cidade. Nós pedimos para que a população, além de cuidar, denuncie as ações de depredação que forem presenciadas”, concluiu.

Crédito: Victor Leahy/Alagoas 24 Horas

A empresária Ely Simone elogiou a iniciativa e contou que já frequentava o parque com os netos mesmo durante o período de instalação. “Eu moro um pouco distante e lá não tem esse espaço. Faz muita falta ter um local e nosso prédio não oferece isso para a gente. É um lugar onde a gente vem para esse momento deles, para que eles não fiquem apenas dentro do apartamento”, vibrou.

Energia Solar

Apesar de ser o terceiro Parque Infantil Sustentável, esta é a primeira iniciativa que conta com uma placa de energia solar, localizada no topo de um dos brinquedos. A placa, junto a uma bateria, garantirá que as pessoas possam carregar os telefones móveis no espaço público, tanto de dia, quanto à noite. A manutenção de todo o espaço fica sob responsabilidade da Prefeitura de Maceió.

Fonte: Alagoas 24 horas

No Nordeste, cresce investimento em energia renovável

Da Bahia ao Maranhão, projetos de fontes alternativas de energia elétrica ganham espaço e investimentos.

por Roberto Rockmann 

Foto: Stuckert
Parque de energia eólica
Parque eólico em Marcolândia, no Piauí. O Nordeste concentra a maior capacidade eólica do Brasil
Centenas de operários trabalham em ritmo acelerado para colocar em operação o primeiro complexo eólico do Maranhão. Localizado entre os municípios de Barreirinhas e Paulino Neves, com investimento de 1,5 bilhão de reais da Ômega Energia, os 96 aerogeradores, com potência de 220 megawatts, deverão marcar o início de uma série de projetos do setor no estado.
Outros dois complexos eólicos deverão ser erguidos em breve no Maranhão, cujo governo busca atrair fornecedores de equipamentos, com destaque para a montagem de painéis fotovoltaicos, de olho no interesse de investidores em potencial.
Para aproveitar a linha de transmissão construída para escoar a energia do parque eólico, em área de 100 hectares, várias empresas têm estudado a instalação do primeiro parque solar do estado, que poderá somar mais de 500 milhões de reais em investimentos, destaca o secretário maranhense de Indústria, Comércio e Energia, Simplício Araújo.
Em um momento de crise aguda, o investimento pode responder por mais de mil empregos.
Quem percorre de carro o interior e o litoral dos estados nordestinos depara-se com dezenas de parques eólicos e solares.
Energia
Parque de energia solar na Bahia (Foto: Carla Ornelas/GovBA)
Juntos, eles vão representar mais de 30 bilhões de reais em investimentos até o fim da década e posicionarão o Brasil entre os dez maiores geradores eólicos do mundo. A força dos ventos e do sol tem criado empregos, se convertido no maior vetor de investimentos da região e ampliado a segurança no abastecimento energético, essencial em decorrência da seca prolongada.
Em julho, a produção eólica respondeu por 12,6% de toda a energia demandada ao Sistema Interligado Nacional. No Nordeste, bateu-se um recorde: 64,2% da energia consumida na região, no último dia 30 de julho, foi proveniente dos ventos. Até 2008 e 2009, o suprimento energético era feito pelas fontes hidrelétricas, oriundas de usinas localizadas na Bacia do Rio São Francisco.
“O resultado tem sido excepcional, até porque a região é atingida por ventos excepcionais e razoavelmente constantes, o que proporciona capacidade de geração que se situa entre as melhores do mundo”, destaca Luiz Eduardo Barata, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema.

Com ventos contínuos e intensos, as usinas eólicas nordestinas chegam a operar em boa parte do tempo com fator de capacidade superior a 60%, o dobro da média mundial. Por várias décadas, o Ceará importava energia do sistema interligado. Com a construção de usinas eólicas nos últimos anos, o segmento passou a responder por um terço da matriz elétrica estadual e possibilitou ao estado exportar energia. Mas não é um caso isolado.
A capacidade instalada em energia eólica no Brasil alcança, atualmente, 11,7 gigawatts, perto de 7,5% da matriz nacional. Pouco mais de 80% dessa potência (9,6 gigas) está localizada em projetos no Nordeste. O Rio Grande do Norte, a Bahia e o Ceará produzem 7 gigawatts por meio de usinas instaladas. O volume só tende a crescer.
No momento, os parques em construção ou contratados no Brasil somam 6,31 gigas, e mais de 90% dessa carga sairá de projetos nordestinos, com destaque para a Bahia, com 3,4 gigas de usinas a serem instaladas nos próximos anos. Até 2020, o estado se tornará o mais produtor de energia eólica do País.
1491916620589.jpg
Zorzoli, da Enel. Transferência de tecnologia é um caminho a seguir
Uma das maiores empresas do setor, a CPFL Renováveis tem 2,1 gigawatts de capacidade instalada em projetos de energia elétrica. Desse total, 1,3 giga provém de usinas eólicas com mais de 85% instalados no Ceará e Rio Grande do Norte. Em carteira são outros 2 gigas no Rio Grande do Norte, em Pernambuco e na Bahia. Cerca de 600 megawatts em projetos solares na Bahia também estão em carteira.
A empresa aguarda os detalhes do leilão de energia solar para analisar sua participação. Hoje, a concessionária tem um projeto piloto de 1 megawatt instalado em São Paulo. “Há mais incertezas em energia solar do que na eólica.
Temos um fabricante de painéis fotovoltaicos no Brasil, então precisamos estudar o financiamento, se é feito aqui ou no exterior, e como reduzir a volatilidade cambial”, aponta Gustavo Sousa,  diretor-presidente da companhia.
O novo cenário de aperto fiscal e a nova política de financiamento do BNDES deverão levar as empresas a buscar outras opções de crédito. Um dos instrumentos podem ser as debêntures de infraestrutura. A CPFL Renováveis emitiu 250 milhões de reais em julho, pela primeira vez, com prazo de cinco anos, voltadas para investidores qualificados. “O mercado de capitais terá de ser mais acionado”, destaca Sousa.
SIMPLICIO-ARAUJO.jpg
Araújo, secretário de Indústria do Maranhão. Estado deve ter em breve seu primeiro parque solar
A empresa também conversa com bancos sobre a emissão de debêntures incentivadas no mercado solar, preparando-se para quando ingressar com mais firmeza no segmento, mas ainda há pouco conhecimento sobre a fonte.“Falta o histórico de desempenho, qual o fator de capacidade dos projetos, pois a energia solar dá os primeiros passos, enquanto as usinas eólicas têm conhecimento extenso entre os financiadores.”
A Casa dos Ventos cadastrou 214 projetos eólicos para os leilões de energia nova “A-4” e “A-6”, com perto de 6,2 gigawatts em empreendimentos situados nos estados da Bahia, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, onde estão os recursos eólicos mais competitivos, de acordo com a companhia.
A empresa atuará como desenvolvedora, por meio de parcerias com investidores, para a maioria dos projetos cadastrados, bem como analisa a sua participação isoladamente em um empreendimento. “Continuamos fornecendo projetos competitivos para os principais players do mercado, ao mesmo tempo que buscamos expandir a nossa base de ativos operacionais por meio de investimentos proprietários”, afirma Lucas Araripe, diretor de Novos Negócios.
O potencial ainda é grande. Até 2026, segundo projeções da Empresa de Pesquisas Energéticas, órgão estatal de planejamento do setor elétrico, essa matriz terá expansão de 41 gigawatts, com predomínio das usinas eólicas e solares, que deverão responder por quase 19 gigas.
No início da década passada, um estudo apontou que o Brasil poderia chegar à potência instalada de 143 gigawatts em energia eólica, dez vezes mais do que a capacidade da usina de Itaipu, uma das maiores do mundo. Mas a medição baseava-se no uso de aerogeradores com altura inferior a 50 metros. Hoje são empregados equipamentos com mais de 100 metros. Quanto maior a altura, maior a velocidade dos ventos, o que amplia as possibilidades de exploração.
Novas tecnologias têm transformado o interior do Nordeste. Em setembro de 2015, em Tacaratu, no sertão de Pernambuco, um projeto pioneiro começou a gerar energia por meio da combinação de vários fatores: um parque híbrido explora turbinas eólicas, que podem gerar 80 megawatts, e placas fotovoltaicas, com potência instalada de 11 megawatts, o maior em operação no País. Juntas, as usinas, que consumiram mais de 600 milhões de reais, são capazes de gerar energia suficiente para abastecer 250 mil residências.
Gustavo Henrique Santos de Souza 5.JPG
Sousa, da CPFL Renováveis. Volatilidade do câmbio afeta energia solar
O governo de Pernambuco, que firmou convênios com a concessionária local e o Banco do Nordeste, pretende estimular a microgeração distribuída a pequenos negócios, selecionando fornecedores de equipamentos para as empresas interessadas em investir em painéis fotovoltaicos, que, por sua vez, poderão abater sua própria geração da conta de luz emitida pela companhia elétrica estadual. “Isso é uma garantia que reduz o risco de crédito e abre um enorme potencial”, acredita Luiz Cardoso Ayres Filho, secretário-executivo de Energia de Pernambuco.
O maior projeto brasileiro de energia solar é tocado pela italiana Enel, responsável por três parques solares na região. Em junho, o grupo deu início à operação do parque solar Lapa, na Bahia, com dois meses de antecipação em relação ao prazo estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica. O empreendimento, que soma 158 megawatts de potência, é o maior em operação. No leilão de energia de reserva de 2015, foram contratados os projetos Horizonte (103 megas) e Nova Olinda (292 megas), atualmente em fase final de construção.
“Apoiamos a transferência de tecnologia de parceiros europeus com fabricantes nacionais para desenvolvermos alguns equipamentos que não existiam aqui, impusionando a cadeia de suprimento, antes incipiente. No médio prazo, com o mercado crescendo, esses fabricantes poderão vir aqui e isso contribuirá para a queda dos preços dos equipamentos”, explica Carlo Zorzoli, presidente da Enel.
A partir de 2020, prevê-se a instalação de mil megawatts-pico, potência usada para a fonte, por ano. Em 2026, o País poderia deter 10 gigawatts-pico de centrais solares e 3,5 gigas de geração distribuída solar, de acordo com estimativas do Plano Decenal, ainda em fase de elaboração. “O Brasil tem um potencial muito grande em energia solar. Mas países como Alemanha e China têm mais de 10 gigawatts instalados e aqui não chega a 10% desse total”, observa Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira da Energia Solar.
No início de agosto, os empresários do setor receberam boa notícia de Brasília. O governo estuda criar uma portaria para que as unidades a serem lançadas no programa Minha Casa Minha Vida nos próximos anos incorporem sistemas de energia solar. A expectativa é de que a portaria seja divulgada em breve.
Com entrega prevista de 400 mil unidades por ano de imóveis para a baixa renda, um mercado anual de 1,6 bilhão de reais poderá ser criado e contribuir para o adensamento da cadeia do segmento. “O Brasil tem capacidade para produzir inversores e módulos, mas microinversores ainda são importados e estão centrados nos Estados Unidos, Ásia e Israel. Assim, esses investimentos poderão contribuir para a atração de investimentos”, afirma Sauaia.
O País, que hoje tem pouco mais de 10 mil ligações de microgeração em residências e comércio, deverá ter mais de 800 mil daqui a uma década. O crescimento está no radar da SolarGrid, que tem participado de concorrências privadas de redes de educação e saúde interessadas em investir na instalação de painéis fotovoltaicos para produzir sua própria energia e reduzir a conta de luz.
No primeiro semestre de 2018, a empresa deve concluir 25 milhões de reais em investimentos para construir três plantas solares no norte de Minas Gerais, para abastecer cerca de 90 farmácias de uma rede de drogarias.
“Há outras concorrências que começam a surgir, como a de agências bancárias, e esse movimento deve se acelerar. Temos algumas concorrências de empresas no Nordeste”, diz Diogo Zaverucha, sócio da empresa. Se neste ano a movimentação do mercado corporativo ficar em 10 megawatts-hora-pico, em 2018 a capacidade pode ser dez vezes maior. O avanço das fontes eólica e solar, intermitentes, coincide com a mudança da matriz elétrica.
Enquanto isso, o governo sugere a privatização da Eletrobras, com destaque para a Chesf, que atua no Nordeste. Entre 2013 e 2018, é prevista a entrada de 20 mil megawatts de capacidade hídrica no sistema. Desses, 99% serão produzidos em usinas sem reservatórios. Os benefícios de investimentos do setor para outros segmentos, como navegação de rios, a captação de água ou a irrigação em bacias, ficarão mais restritos.

Empresa produz primeiro painel fotovoltaico do Nordeste



A Pure Energy, empresa instalada em Alagoas, produziu na última semana, o primeiro painel fotovoltaico do Nordeste. A fábrica, voltada para o mercado sustentável, fica localizada no Polo Industrial de Marechal Deodoro e planeja figurar entre as maiores indústrias de energias limpas do mundo.

A unidade fabril possui capacidade de produção de 30 placas por hora, cada painel produzido pode armazenar a voltagem de 265 watts a 315 watts, podendo ser utilizado em pequenas residências e até em grandes indústrias.

“Estamos entrando em um mercado novo pouco explorado no Brasil, e aos poucos, vamos atendendo ao público consumidor. Com essa produção partindo de Alagoas, vamos atender desde pequenas residências a grandes indústrias”, afirmou Gelson Cerutti, diretor da Pure Energy no Brasil.

Fonte: AmbienteEnergia