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Voluntários constroem escola 100% sustentável na periferia de SP com 2.5 milhões de embalagens recicladas


A iniciativa é impressionante e reúne tudo o que tem de melhor de conceitos sobre uma sociedade desenvolvida. A ação reúne voluntariado, sustentabilidade e educação inovadora para quem mais precisa.

Foi em um complexo da periferia de São Paulo que nasceu a escola construída pela ONG Mangalô, com a mão de obra de 600 voluntários. O complexo envolve as comunidades Morro do sabão, Parque das Flores, Jardim Santo André, Comunidade do Rodoanel e Jardim São Francisco, que têm juntas um total de 150 mil habitantes.

Foram utilizados 2.5 milhões de embalagens plásticas e caixas longa vida recicladas, doadas por empresas e pessoas físicas. A escola é 100% sustentável.“A escola foi construída desde sua fundação até o teto, com materiais provenientes da reciclagem, embalagens que certamente poluiriam os rios, mares e aterros“, disse Fernando Teles, fundador e CEO da Mangalô.

A escola tem capacidade para atender 100 crianças e terá ensino bilíngue e sistema educacional montessoriano, o mesmo utilizado nos países que estão no topo do ranking de desenvolvimento educacional e humano. Tudo isso será acessível para famílias de baixa renda.

“A construção dessa plataforma educacional é a realização de um grande sonho. Sonho de mudar a realidade do nosso país através de uma educação de qualidade, eficiente, inovadora e transformadora”, disse Fernando, que inclusive vem da periferia.

“Sei o quanto precisam, afinal, eu sou cria da comunidade, nasci e fui criado em um cortiço na periferia e sempre estudei em escola pública da quebrada. E conseguir unir isso tudo à sustentabilidade ambiental é muito inovador”, disse.

Método Montessoriano foca no desenvolvimento integral da criança

O método que será adotado pela escola é baseado no modelo de uma estudiosa italiana que foca a educação no desenvolvimento integral da criança a partir do estímulo para a criatividade, as formas de aprendizagem independentes e correlacionadas com o meio da criança, respeitando o seu tempo, o seu ritmo, entre muitas outras características.

E a Mangalô oferecerá, ainda esse ano, através da sua plataforma digital, cursos online de capacitação, aperfeiçoamento e atualização focado no método Montessori para educadores, principalmente para os professores/profissionais da rede pública de ensino. Tudo em formato de plataforma digital e online no estilo Netflix.

“Só a educação tem o poder de acabar com a desigualdade social e todas as mazelas sociais que criamos. Se não começarmos já, ficará cada vez mais difícil de reverter a situação, até um dia entrar em um colapso social. Depende de todos nós não permitir que isso aconteça”, finalizou Fernando.

16 detalhes construtivos de revestimentos em tijolos


Habitualmente, os tijolos têm sido usados na arquitetura para cumprir uma dupla função: estrutural e estética. Enquanto atuam como uma solução modular eficaz e resistente nas estruturas dos edifícios, suas faces podem ser visíveis para constituir sua imagem arquitetônica, gerando fachadas ricas em textura e cor, graças ao ferro presente na argila que os compõe. 

Atualmente, há produtos que permitem mesclar a aparência atraente dos tijolos com outros sistemas estruturais, separando suas funções e entregando a liberdade necessária para que as fachadas possam mover-se criativamente em favor das condições de cada projeto e dos requisitos de seus usuários. 

Os tijolos de revestimento, em inglês chamados de "Face Bricks", podem ser especificados em uma grande quantidade de cores e texturas, e em sua soma e variação - graças às suas diferentes formas e tamanhos - eles podem criar fachadas de enorme complexidade e beleza. 

Veja abaixo uma série de detalhes didáticos construtivos e axonométricos de revestimento de tijolos, criados pelos nossos parceiros da Endicott. 

Estrutura de alvenaria de concreto 


Detalhes típicos de fundação 



Parede resistente ao fogo 






Lareira 


Tampa de chaminé 


Lintel 


 


Batentes 



Beiral 


Revestimentos aplicados

CAROÇO DE AÇAÍ VIRA FONTE DE ENERGIA DESCOBERTA POR ESTUDANTES DA ESCOLA PÚBLICA


Dá um baita orgulho da educação pública quando sabemos de notícias como esta: três estudantes e um professor do Curso Técnico em Florestas do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) - Campus Imperatriz - desenvolveram uma solução para o uso do caroço de açaí descartado em pontos de venda do produto na cidade.

O açaí é uma fruta bastante abundante nessa região amazônica, assim como, claro, o seu caroço. Pensando numa solução viável para o amontoado de caroços espalhados por Imperatriz, o grupo de pesquisadores testou o uso do material no lugar da lenha como fonte de energia na queima para a produção de tijolos de cerâmica.

A pesquisa “Caroço de açaí como fonte de energia alternativa na produção de tijolos nas olarias da cidade de Imperatriz-MA” foi liderada pelo professor e químico Roberto Peres da Silva e desenvolvida pelos estudantes Daniele Barros, Higor de Amorim e Karollyne Lima.

Os caroços de açaí, em Imperatriz, são armazenados em sacolas recolhidas pela coleta de lixo. O destino desse material é o aterro ou o descarte irregular em terrenos baldios. Cientes do problema ambiental, o grupo decidiu testar os caroços na fabricação de tijolos de cerâmica, já que Imperatriz é um polo de fabricação do produto.

Os resultados da pesquisa foram satisfatórios, já que o caroço de açaí teve um desempenho 20% mais eficiente do que a lenha. Segundo Daniele Barros:

“O poder calorífico dele é bem maior. Conseguimos produzir um milheiro de tijolos com apenas 0,82m³ de caroço de açaí, enquanto que para produzir a mesma quantidade de tijolos, gastamos mais, 1m³ de lenha”.

Outra descoberta resultante do trabalho de investigação foi a incorporação das cinzas da queima do caroço de açaí aos próprios tijolos.


“O tijolo com cinza de caroço de açaí se mostrou mais resistente em testes de prensa. Acreditamos na viabilidade, pois a produção artesanal poderia garantir a absorção dos caroços descartados e ainda baratear o custo da fabricação”, explica Higor de Amorim.

A pesquisa dos estudantes do Instituto Federal do Maranhão mostra a importância de serem desenvolvidas soluções para a conservação do ecossistema, bem como a valorização da pesquisa e da educação pública para o país.

A estudante Daniele destacou, em entrevista para a Rádio EBC, a importância do curso técnicopara a sua vida e para a pesquisa ambiental:

“Está tendo muito desmatamento, então, [o curso] é muito importante que a gente tenha esse conhecimento, para a gente poder utilizar melhor os recursos florestais, que estão sendo usados de maneira muito inapropriada”.

Já Higor de Amorim disse que a maior experiência do curso foi ter-lhe despertado a conscientização e a sensibilização ambiental.

Que mais jovens tenham a oportunidade de estudar em uma escola pública de qualidade e antenada às necessidades contemporâneas de nossa sociedade!

Estudantes mexicanos criam concreto fotovoltaico que gera energia elétrica


Estudantes de doutorado do Instituto Politécnico Nacional (IPN), no México, desenvolveram um concreto fotovoltaico que tem a capacidade de gerar eletricidade quando irradiado com energia solar.

O projeto surgiu da necessidade de usar materiais de construção mais inteligentes e ecologicamente corretos, informou o IPN em um comunicado.

Na radiação solar, o México está localizado em uma posição privilegiada, assim que estados como Chihuahua, Sonora, Durango e Baja California tem mais radiação solar do que à média internacional.

Tal situação, no futuro, poderia facilitar o uso desta tecnologia na área de concreto inteligente.

Orlando Gutiérrez e Euxis Kismet Sierra Márquez trabalharam no projeto de um concreto que atende a todos os critérios estruturais para uso na construção de calçadas, pontes, lajes e muito mais.

Mas, ao mesmo tempo, esse material tem a capacidade de utilizar energia elétrica armazenada de forma ecológica e sustentável para eletrodomésticos, carregamento de dispositivos móveis, iluminação arquitetônica, entre outros.

O protótipo é um pedaço sólido de concreto misturado com elementos orgânicos, que permite a captação da radiação solar e gera corrente elétrica.

Orlando Gutiérrez explicou que a obtenção de nanopartículas de concreto é obtida por uma técnica chamada “moagem de alta energia”, que busca atingir partículas abaixo de 100 nanômetros.

O cimento foi misturado com outros óxidos e compostos orgânicos (perovskita) para geração fotovoltaica.

Enquanto isso, Kismet Serra materiais sintetizados para criar perovskita, subsequentemente, juntou-se com óxido de titânio usados ​​na fabricação de células Grätzel, que o utilizou como uma matriz para absorver a radiação solar.

Nesse sentido, o pesquisador e orientador dos alunos, Felipe de Jesús Carrillo Romo, afirmou que os materiais fotovoltaicos têm a capacidade de absorver energia solar e transformá-la em eletricidade.

fonte: EngenhariaE

NANOTECNOLOGIA A SERVIÇO DA SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO


A revolucionária ciência da nanotecnologia, que permite a manipulação da matéria numa escala atômica e molecular, tem proporcionado avanços importantes no desenvolvimento de soluções nas mais diversas áreas. Um nanômetro é equivalente a um bilionésimo de metro. Devido ao seu pequeno tamanho, os nanomateriais geralmente possuem novas propriedades ópticas, magnéticas, mecânicas, químicas e biológicas. A concepção de materiais a partir do manuseio na escala nano ampliou as possibilidades científicas, permitindo a construção de estruturas mais complexas e a criação de inovações incríveis com novas funcionalidades e propriedades especiais.

Esse avanço já chegou à indústria da construção com o desenvolvimento de novos químicos para melhora do concreto: aditivos que atuam na estrutura molecular do cimento, garantindo benefícios efetivos de produtividade, performance e de sustentabilidade, por reduzir consumo de água, emissões de gases e até mesmo o emprego de recursos financeiros.

Podemos citar como exemplo, um aditivo avançado que trabalha como acelerador para o endurecimento do concreto na fase inicial da sua cura, que usa uma nova nanotecnologia de cristais de CSH (Silicato de cálcio hidratado). A solução única, Master X-Seed, baseada em tecnologia inovadora, pode duplicar o desempenho da resistência inicial e garante aumento da produtividade, sem afetar as características de performance do concreto. Promove também uma significativa redução nos custos globais de produção.

São importantes os ganhos em sustentabilidade: há redução do consumo de água; diminuição nas emissões de CO2 ao evitar o uso de combustível nas operações de cura a vapor; melhora a eficiência energética com a redução no consumo de eletricidade nas instalações de pré-moldados, além de permitir a substituição dos cimentos com alta composição de clínquer por cimentos misturados com reduzidas emissões de CO2 durante a fase de produção. Esses ganhos são possíveis porque o aditivo diminui o tempo de desmoldagem, evita a cura a vapor em pré-moldados e garante uma melhora significativa da durabilidade, normalmente prejudicada pela cura a vapor. Como um plus, o aditivo é inibidor de corrosão para concreto armado.

Também já existem no mercado grautes cimentícios de ultra resistência MasterFlow, especialmente desenvolvidos a partir de nanotecnologia aplicada, que conferem desempenho técnico superior. Ideal para a ancoragem das torres para produção de energia eólica, esses grautes proporcionam uma maior resistência a cargas dinâmicas e repetitivas (movimentos). A elevada resistência à compressão, ao impacto e à fadiga, a elasticidade e a retração compensada garantem que a ancoragem das torres com essa tecnologia ocorra de maneira segura, rápida e econômica. Essas características asseguram um aumento significativo na vida útil do parque, reduzindo custos de manutenção.

Além de soluções para concreto, já foi desenvolvido também um novo material de isolamento de alto desempenho que pode ser aplicado no setor de construção em edifícios novos ou antigos. O aerogelrespirável produzido como um painel de poliuretano sólido tem características únicas: até 90% do volume do aerogel orgânico consiste em poros cheios de ar que têm um diâmetro de apenas 50 a 100 nanômetros. O novo material ocupa metade do espaço se comparado aos materiais tradicionais, oferecendo o mesmo desempenho de isolamento, e garantindo versatilidade de design e menor consumo de energia.

Dimensões pequenas com um enorme potencial, a nanotecnologia é uma grande impulsionadora de inovação, especialmente no desenvolvimento de soluções sustentáveis para enfrentar os desafios do futuro. Prevê-se que a população global chegue a nove bilhões até 2050 e todos precisarão de um espaço de vida adequado, de abastecimento de energia seguro, entre tantos outros recursos. A nanotecnologia trará contribuições indispensáveis para esse futuro, ao mesmo tempo em que protege o meio ambiente.

*Eduardo Machado Coelho, gerente do laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Químicos para Construção da BASF

Por Ligia Cerdeira

Quais outras pesquisas estão mais avançadas em relação às nanoestruturas?


O desenvolvimento de telhas que buscam a substituição do amianto pelos materiais nanotecnológicos tem feito parte de muitas pesquisas. Tudo voltado para o fim do risco de doenças pulmonares. Um material resistente e com menor quantidade de amianto já foi alcançado.

Nos Estados Unidos, um grupo de investigadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) desenvolveu uma técnica que permite a obtenção de nano estruturas treliçadas com geometria fractal. Essa descoberta permitirá que esse material seja incorporado na fabricação de materiais estruturais para serem utilizados em obras de engenharia.

Apesar de constituídas em 85% a 99% por ar e de serem muito leves, estas nano treliças podem ser fabricadas para serem mais fortes que o aço. Isso graças ao total controle que a técnica desenvolvida oferece sobre a posição de cada nano elemento.

Já o Laboratório Nacional de Engenharia Civil de Portugal vem desenvolvendo uma pesquisa com nanopartículas que penetram nas paredes dos edifícios e promovem uma profunda limpeza. O objetivo desse estudo visa garantir o futuro de prédios históricos.

Essas nanopartículas incorporadas nas paredes eliminariam fungos, bactérias e outros agentes agressivos. A descontaminação biológica decompõe microrganismos que estimulam as patologias em estruturas.

As nanopartículas, acionadas pela luz solar, têm o poder de reagir e matar as células de organismos vivos nocivos às estruturas e que estão infiltradas nas paredes.

E caso você ainda tenha dúvidas sobre nanotecnologia na construção civil e suas aplicações, ou queira nos ajudar com outros conhecimentos, compartilhe com a gente seus comentários. E continue seguindo nossas publicações para ficar ainda mais por dentro dos assuntos relacionados a construção civil.

Para que serve a Nanosílica?


O uso da nanotecnologia na construção civil carrega consigo ainda a utilização da nanosílica na produção dos concretos. A eficiência da nanosílica diz respeito ao aumento da resistência e da durabilidade, densificando, assim, a microestrutura do concreto.

A diminuição dos poros e de cristais de hidróxido de cálcio, além de conferir maior resistência, diminui os poros e os distribui mais, fazendo com que se diminua a permeabilidade.

Isso ocorre já que sua adição envolve partículas menores e, por consequência, maior superfície específica, reagindo mais rápido e podendo ser utilizada em menor quantidade. Sua obtenção acontece a partir de um processo químico, tendo sua composição química semelhante a do quartzo.

Para facilitar sua utilização e melhorar sua dispersão no concreto, a nanosílica pode ser fornecida em forma líquida, dispersa em aditivos superplastificantes à base de policarboxilatos de última geração.

O uso de nanosílica, quando comparado à sílica ativa, tem um desempenho mecânico, físico e químico melhor. O que confirma a teoria que relaciona a reação pozolânica com a superfície de contato.


Alguns estudos mostram que o concreto dosado com aditivo sem nanosílica, pode apresentar maior tempo disponível para manuseio, bem como maiores valores de abatimento durante todo o ensaio. No entanto, o concreto com aditivo de nanosílica apresenta melhor desempenho no estado endurecido, atingindo maior valor de resistência mecânica.

Sua utilização vem sendo aplicada em alguns países em concretos autoadensáveis para a construção de viadutos, plataformas de extração de petróleo e em túneis. Seu uso em prédios residenciais e estruturas convencionais ainda é restrita.

Qual a relação entre a nanotecnologia e a nova revolução do concreto?


O surgimento do concreto protendido em 1928 revolucionou o mundo, pois o material permitiu criar obras para a posteridade. A partir daí, o concreto se transformou no segundo material mais consumido no planeta, depois apenas da água.

Atualmente, estamos vivendo uma nova revolução no concreto com a chegada da nanotecnologia. Afinal, os nanotubos de carbono podem desempenhar papel parecido com o dos cabos de aço, atuando como elemento de protensão do concreto em escala nanoscópica.

A produção de nanotubo de carbono é realizada na UFMG, sendo coordenada pelo professor Luiz Orlando Ladeira. O trabalho conduzido no Laboratório de Nanomateriais atende a demandas de grupos de pesquisa em nanociências de todo o país desde o ano de 2000.

Apresentando estrutura cilíndrica formada por átomos de carbono, o diâmetro dos nanotubos não ultrapassa a bilionésima fração do metro (um nanômetro). Essa característica está associada a uma série de propriedades apresentadas pela molécula, como resistência mecânica e condutividade elétrica e térmica consideradas excepcionais.

Por esse motivo, seu uso em pesquisa e na confecção de dispositivos industriais tem crescido desde a última década.

Quais as aplicações (e suas consequências) da nanotecnologia na construção civil?


A nanotecnologia possibilita a fabricação de produtos com características diferenciadas ao manipular a estrutura molecular, alterando a geometria ou “arquitetura” da composição das moléculas dos materiais.

A partir desta modificação geométrica, os elementos adquirem características físico-químicas diferentes das tradicionais, digamos. Ou seja, diferentes daquelas conhecidas no tamanho em que aparecem na natureza.

Sendo assim, vamos conhecer agora algumas aplicações da nanotecnologia na construção civil e o que a ela impõe quanto as suas consequências.


Aplicação em concreto


Algumas pesquisas já realizadas comprovaram o bom desempenho das nanopartículas quando adicionadas a argamassas de cimento e a concretos. Devido ao seu tamanho minúsculo, tais partículas contribuem para o preenchimento de vazios. E, por consequência, para a melhoria de diversas propriedades desses materiais.

O desenvolvimento da nanociência em concretos é necessário. Isso porque as propriedades como baixa retração, resistência a temperaturas acima de 600ºC, compatibilidade com tipos diversos de fibras e capacidade de reação com nanomateriais, como a nanosílica e sem características tóxicas, podem ser usadas para a criação de novos produtos com bom desempenho.

Com relação as propriedades mecânicas em argamassas de cimento com nanomateriais, pode-se afirmar que a resistência à compressão dessas argamassas aumenta significativamente com a incorporação de nanopartículas.

O uso de nano-SiO2 é um exemplo disso, apresentando valores superiores ao da argamassa com cimento comum. Além de melhorar a distribuição de tamanho dos poros, preenchendo-os entre as grandes cinzas volantes e partículas de cimento em escala nano.

Esse aumento de resistência pode ser explicado por três motivos:
  • As nanopartículas agem como um núcleo de ligação forte ao cimento hidratado quando uma pequena quantidade de nanopartículas é uniformemente dispersa na pasta de cimento. Além disso, as nanopartículas contribuem para a hidratação do cimento devido a sua alta atividade, favorecendo a resistência mecânica;
  • As nanopartículas presentes entre os produtos hidratados irão impedir o crescimento de cristais, tais como o Ca(OH)2 (hidróxido de cálcio), o que favorece a resistência mecânica;
  • As nanopartículas preencherão os poros da pasta de cimento, tornando-a mais densa. A partir daí, aumenta-se a resistência de modo similar ao efeito da sílica ativa.
A nanotecnologia está entre as mais recentes inovações no desenvolvimento de aditivos para concreto.


Aplicação em Aço


Já sabemos que o uso do aço proporcionou uma revolução nos padrões arquitetônicos. Não só pelo tamanho das estruturas que agora são possíveis, mas principalmente pelo melhor aproveitamento do espaço.

A capacidade de ser bastante flexível quanto a sua utilização também faz do aço um produto em destaque no cenário mundial. Além de propriedades como força, resistência a corrosão e capacidade de solda.

Mas o importante nesse tópico é entendermos que o sistema de tratamento do aço tem sido utilizado com o objetivo de aumentar a resistência à corrosão e melhorar a adesão da tinta sobre o substrato.

Esse aço de alta performance possui baixo consumo de carbono, oferecendo resistência a corrosão e capacidade superior de solda, incorporando as nanopartículas de cobre nos contornos das partículas de aço.


Aplicação em revestimento


A aplicação da nanotecnologia em revestimento é uma das principais quando o assunto é construção. Podemos citar um exemplo super interessante relacionado ao dióxido de titânio (TiO2), que é utilizado para vidraças de revestimento devido a sua esterilização e propriedades anti-incrustantes.

O TiO2 em nanopartículas tem sua utilização na purificação do ar, da água e em superfícies autolimpantes. Assim, o produto vai quebrar e desintegrar sujeira orgânica através de uma poderosa reação catalítica. Por ser hidrófilo, ele fará com que a água se espalhe uniformemente sobre a superfície e lave a sujeira quebrada.

Outros revestimentos especiais como anti-grafite, controle térmico, economia de energia e anti-reflexo também foram desenvolvidos.


Aplicação em vidro


O vidro anti-fogo é uma aplicação da nanotecnologia relacionada ao revestimento. Isto é conseguido usando uma camada intumescente clara intercalada entre os painéis de vidro formada por nanopartículas de dióxido de silício (SiO2), que se transforma em um escudo de fogo rígido e opaco quando aquecido.

Os revestimentos eletrocrômicos em desenvolvimento reagem às mudanças na tensão aplicada usando uma camada de óxido de tungstênio, tornando-se mais opaco com o toque de um botão. Devido às propriedades hidrofóbicas do TiO2, pode ser aplicado em janelas autolimpantes.


Nanosensores

O dióxido de titânio nanoestruturado mantém a cor branca brilhante da Jubilee Church, em Roma

A utilização dos nanosensores na construção civil tem ocorrido devido a necessidade de se monitorar ou controlar a condição ambiente e o desempenho de materiais e estruturas. Tais sensores possuem o papel de incorporação durante o processo de construção, tendo como vantagem a sua dimensão (10 -9m to 10-5m).

Um dispositivo multi-funcional baseado em piezo-cerâmico de baixo custo tem sido aplicado para controlar as propriedades do concreto de pouca idade. Dentre essas propriedades podemos citar a umidade, temperatura, umidade relativa e o desenvolvimento precoce da resistência.

Outras funções desse agregado inteligente são:
  • Monitorar a corrosão e rompimento do concreto;
  • Monitorar a saúde da estrutura;
  • Fornecer uma indicação precoce da saúde da estrutura antes que uma falha possa ocorrer;
  • Monitorar as tensões internas, rachaduras e outras forças físicas nas estruturas ao longo de suas vidas.

Outras aplicações

Alguns materiais voltados para o mercado da construção civil já estão sendo comercializados mundialmente com a aplicação da nanotecnologia. São eles:
  • Capeamento de vidros e aplicações antierosão a metais;
  • Filtros de proteção solar;
  • Material para proteção contra raios ultravioleta;
  • Nano-cola capaz de unir qualquer material a outro;
  • Produtos para limpar materiais tóxicos;
  • Produtos de limpeza, remoção e proteção de superfícies;
  • Sistemas de filtração do ar e de água.

Nanotecnologia na construção civil: quais as principais aplicações (e consequências)?


A nanotecnologia na construção civil é algo que realmente soa um pouco diferente para aqueles que não fazem parte desse ramo profissional. Afinal, a nanotecnologia em si já é algo não comum ao nosso conhecimento.

Sendo assim, precisamos entender que nanotecnologia é a capacidade de criar objetos de qualidade superior aos existentes hoje, a partir da organização dos átomos e moléculas da forma desejada. Essa qualidade diz respeito a maior resistência, segurança e um baixo custo de produção.

Já as nanopartículas são sistemas nos quais a matéria se encontra com no mínimo uma dimensão em escala nanométrica. Ou seja, entre 1 e 100nm, apresentando quantidades de átomos e moléculas suficientemente elevadas.

Hoje, a nanotecnologia engloba muitas áreas de pesquisa, dos diversos setores da indústria e das áreas estratégicas. E seu mercado ainda irá mudar bastante nos próximos anos. Ela é aplicada em mais de 800 produtos atualmente. Contudo, vamos nos ater apenas ao que nos interessa, que é sua aplicação na construção civil.

Para os especialistas, estamos vivendo a segunda revolução do concreto, justamente a partir da descoberta da nanotecnologia e das experiências bem sucedidas de acrescentar nanotubos de carbono ao cimento.

Nanotubos de carbono são cilindros ou tubos ocos formados por alótropos do carbono com proporções nanométricas. Um nanômetro é igual à bilionésima parte de um metro. Esses materiais podem ser feitos por um só desses cilindros, sendo classificados como nanotubos de parede única. Mas existem também os nanotubos de paredes múltiplas, que são formados por vários cilindros.

Os nanotubos de carbono possuem as seguintes características:
  • Estruturas cilíndricas formadas por uma ou mais camadas de carbono;
  • Cinco vezes mais forte que o aço;
  • Leves e flexíveis;
  • Capacidade de armazenamento de hidrogênio;
  • Condutores elétricos ou semicondutores.

Seu resultado é justamente a oferta de um concreto com altíssima resistência. Para se ter uma ideia, revestimentos, argamassas e concretos são materiais que já são desenvolvidos em nível molecular, na escala nanométrica.

Os materiais nanoestruturados apresentam grandes promessas e oportunidades para uma nova geração de materiais com propriedades controladas e otimizadas, para diferentes aplicações.

Na construção civil, os nanotubos de carbonos podem ser utilizados de modo bem sucedidos como é o caso do cimento. Frente ao custo de reparação de pontes e de outras obras, atrai, agora, consideravelmente a atenção dos cientistas.

Vantagens da Madeira Plástica


O que é a madeira plástica?

A madeira plástica, também conhecida como madeira sustentável ou ecológica, é um tipo de material oriundo de processos de reciclagem, feito com composto de fibra de madeira/serragem de madeira e resíduos plásticos.

10 Vantagens da Madeira Plástica:

1 – Preservação do meio ambiente. Em números aproximados, para cada 30m2 de Madeira Sustentável produzida, uma árvore grande adulta é preservada e 180 mil sacolas plásticas são retiradas da natureza.

2 – Material reciclado e reciclável.

3 – Durabilidade.

4 – Baixa manutenção. 

5 – Fácil limpeza. Pode ser feita com água e sabão.

6 – Resistência as intempéries, umidade e maresia.

7 – Resistência à corrosão.

8 – Imunidade as pragas.

9 – Não solta farpas e tem baixíssima dilatação.

10 – Baixo custo a médio e longo prazo. O custo inicial do produto, em média 30% superior ao da madeira natural, é rapidamente compensado pela ausência de gastos com manutenção e pelos extensos certificados de garantia fornecidos pelos melhores fabricantes do mercado. O retorno se dá em aproximadamente 12 meses. 

Confira no gráfico abaixo o comparativo entre a madeira natural e a madeira plástica:

Crédito da imagem: Intacta

As inúmeras vantagens da madeira plástica fazem do produto um grande aliado do mercado da construção sustentável, por ser ambientalmente correto e economicamente viável.


Novas técnicas de fabricação vêm permitindo que as réguas de Madeira Sustentável estejam visualmente cada vez mais próximas às madeiras convencionais, o que é fundamental para que a estética final dos ambientes fique exatamente como o desejado.


Indianos criam tijolo ecológico, o Eco BLAC


Milhões de tijolos são usados para construir edifícios na Índia e em toda parte do mundo. Os tijolos comuns apesar de serem feitos com matéria prima natural, na sua fabricação consomem muita energia. Pensando nisso, uma equipe de pesquisadores da empresa indiana Tata, que funciona dentro do Massachusetts Institute of Technology (MIT), criou um tijolo que promete ser ambientalmente amigável, além de ser mais barato.

Tijolo Eco Blac x Tijolo convêncional

Na Índia 800 fábricas de papel queimam suas matérias-primas para fabricar energia, e podem gerar até 80 mil toneladas de cinzas por dia. Grande parte destes resíduos são inutilizáveis e enviados para aterros sanitários. Assim começou o estudo, utilizando as cinzas industriais para desenvolver um material de construção alternativo para o tijolo de barro convencional.

O Eco BLAC possui em sua composição 70% de cinzas de caldeiras, que são misturadas com hidróxido de sódio, cal e uma pequena porção de argila. Enquanto os tijolos tradicionais vão a 1000 ° C no forno, consumindo grande quantidade de combustível, o tijolo ecológico Eco BLAC pode ser curados à temperatura ambiente, anulando as necessidades energéticas, não emitindo gases nocivos ao meio ambiente.

Michael Laracy (esquerda) e Thomas Poinot segurando a invenção do tijolo eco-Blac, na frente de pilhas de tijolos de argila queimada no forno.

“Nós não precisamos de qualquer disparo ou fonte de energia para curar os tijolos”, diz Poinot, um dos criadores.

Uma vez aquecidas, estas cinzas podem ser facilmente moldadas no formato de tijolo de construção. Além de não poluir o ar, o projeto dos alunos do MIT, resolveu também outra questão ambiental, pois evitam que estas cinzas sejam descartadas em aterros, o que é considerado uma prática poluente.

Fornos de Olaria

Feito de barro cozido, o tijolo convencional tem predominado nas construções da Índia durante séculos, apesar de seu processo de fabricação ser considerado poluente e causar impactos sociais, como a má condição de trabalho imposta pelas olarias.

O Eco BLAC é mais barato para produzir, não polui, evita desperdícios em aterros sanitários, mas ainda deve passar por testes de durabilidade a longo prazo.

O tijolo ecológico criado pelos indianos segue uma tendência de produção mais sustentável, com a reinserção de resíduos como matéria-prima no produto. No nosso Guia de Materiais é possível encontrar vários tipos de tijolos ecológicos, como; os feitos da reciclagem de pneus e os fabricados com o rejeito de obra de construção civil triturado, além dos tradicionais em solo cimento.

Imagens: Michael Laracy and Ben Miller

BAGAÇO DE CANA VIRA AREIA PARA CONSTRUÇÃO CIVIL


Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram um estudo que poderá mudar a destinação da areia de cinzas do bagaço de cana-de-açúcar no descarte, que provoca grandes danos ao meio ambiente, para o uso na construção civil. Os estudos têm duas importantes inovações: a simplificação do processo de transformação do bagaço em areia de cinzas, e seu uso para substituir parcialmente a areia retirada do meio ambiente para a produção de concreto.

O bagaço é um dos principais resíduos do processamento da cana-de-açúcar e torna-se poluente ambiental, quando descartado de modo inadequado na terra ou próximo a rios. Uma das maneiras mais comuns de reúso deste material é a queima em caldeiras, gerando energia para a própria usina. Porém, essa queima gera outro resíduo, conhecido como areia de cinzas do bagaço de cana-de-açúcar (ACBC). Por não possuir nutrientes, esse resíduo também configura um sério problema ambiental. A estimativa é que cerca de 4 milhões de toneladas de ACBC sejam descartadas anualmente pelas usinas no Brasil.

Um dos reúsos pesquisados atualmente é a transformação deste material em cimento. Porém, o processo implica em longos períodos de moagem e altas temperaturas para queima (calcinação), o que o torna demorado e de alto custo. Na pesquisa da UFSCar, foi utilizado um processo simples e de menor custo. Nele, a ACBC passa por uma etapa de peneiramento, que pode ser manual, e uma moagem de apenas três minutos, visando a padronização granulométrica das partículas, ou seja, para que elas fiquem com tamanho próximo ao da areia natural. Esse processo transforma a ACBC em areia, de uma forma que possa ser utilizada na construção civil, especificamente na composição de concretos. A areia resultante deste processo pode substituir em até 30% a areia retirada da natureza. 

Outras vantagens em relação à areia natural estão na composição química e na granulometria (tamanho dos grãos de areia). Por ser mais fina, a nova areia permite “fechar” os pequenos poros (abaixo de 150 micrômetros), o que diminui a porosidade do concreto, quando comparado ao material convencional. “Com menos poros e menos vazios, menor é a possibilidade de degradação do material”, explica Fernando do Couto Rosa Almeida, mestre em Estruturas e Construção Civil pela UFSCar e responsável pelos estudos. Testes também mostraram maior resistência do concreto em “ataques” de cloretos em ferros de construção.

O trabalho foi o vencedor do Prêmio Capes-Natura Campus de Excelência em Pesquisa 2015, no tema Sustentabilidade: novos materiais e tecnologias. A pesquisa de mestrado foi orientada por Almir Sales, docente do Departamento de Engenharia Civil (DECiv) da UFSCar, e realizada no âmbito do Grupo de Estudos em Sustentabilidade e Ecoeficiência em Construção Civil e Urbana (GESEC), liderado por Sales, que estuda o tema há 10 anos.

Fernando do Couto Rosa Almeida, mestre em estruturas e construção civil pela UFSCAR e responsável pelos estudos (à esquerda), e professor Almir Sales (à direita)

5 Vantagens do Telhado Branco


O telhado branco, é uma solução prática e de baixo custo, para diminuir a temperatura nos ambientes, segundo o pesquisador Akbari Hashem, do Lawrence Berkley National Laboratory, dos Estados Unidos.

Estudos comprovam que pintar um telhado de branco pode reduzir entre 40% à 70% a temperatura nos ambientes, com capacidade de reduzir também em até 96% os raios UV, e refletir mais 80% os raios solares, no qual pode gerar uma economia de energia elétrica em torno de 30% nas edificações.

Para conscientizar a todos sobre a importância de combater o aquecimento global e incentivar as pessoas a pintarem seus telhados de branco foi lançado em 2009 a Campanha One Degree Less (Um Grau a Menos) pela ONG Green Building Council que é entidade sem fins lucrativos, que auxilia o desenvolvimento da construção sustentável. Outra medida de incentivo foi aplicada na Califórnia, Estados Unidos, onde existe uma lei que exige que os prédios comerciais tenham os telhados pintados de branco.

Imagem: obviousmag.org

Conheça as 5 Vantagens do telhado branco:

1. Diminuição das ilhas de calor

Ilhas de calor é o nome que se dá a um fenômeno climático que ocorre principalmente nas cidades com elevado grau de urbanização. Nessas áreas urbanas as temperaturas podem variar de 1 a 6ºC a mais em comparação as áreas rurais próximas.

2. Diminuição da emissão de CO2

CO2 é a representação química do dióxido de carbono (também conhecido como gás carbônico), é um composto químico constituído por dois átomos de oxigênio e um átomo de carbono. Atualmente é um dos grandes problemas da sociedade moderna em função da queima de combustíveis fósseis (diesel, gasolina, querosene, carvão mineral e vegetal). A grande quantidade de dióxido de carbono na atmosfera é prejudicial ao planeta, pois ocasiona o efeito estufa e, por consequência, o aquecimento global.

3. Reduz o consumo de energia

Os ambientes ficam menos quentes com o uso de telhado branco, refletindo a radiação solar, há uma menor necessidade do uso de aparelhos de ar condicionado, ventiladores e condicionadores de ar. Em média, gasta-se de 20 a 70% a menos de energia do que anteriormente para esfriar o ambiente.

4. Ajuda a refletir os raios solares

A cor branca reflete a radiação solar, reduzindo a absorção de calor. Quanto mais escura a tinta, mais a superfície absorve os raios solares e mais quente o ambiente fica.

5. Maior vida útil para os telhados

A aplicação é fácil, e logo após a aplicação pode sentir o efeito da diferença de temperatura. As tintas específicas impermeabilizam e protegem os telhados, evitando a proliferação de fungos. Normalmente a manutenção é aplicar a cada 5 anos.


Importante: Não esqueça de utilizar uma tinta de boa qualidade e adequada ao uso, pois a cobertura está sempre sujeita à intemperes. Tintas não apropriadas são suscetíveis ao aparecimento de fungos escuros, necessitando frequente manutenção, o que deixa de ser sustentável.

Pintar o telhado branco é uma boa opção, mas procure sempre um especialista para analisar o seu caso. Para quem vai construir, pode escolher um modelo de telha com alto índice de refletância solar (SRI acima de 78), ou se tem uma laje, outra opção seria o telhado verde.

Vantagens dos tijolos ecológicos


O que é um tijolo ecológico?

Os tijolos ecológicos mais conhecidos são os feitos com uma mistura de solo, cimento e água, e são sobre eles que vamos comentar. Os elementos são misturados de forma homogenia e compactados por prensas manuais ou hidráulicas, recebendo até 6 toneladas de pressão.

Também são chamados de tijolo modular ou tijolo de solo-cimento. Diferentemente do tijolo convencional não precisa ser cozido em fornos, eliminando assim a utilização de lenha e a emissão de gases de efeito estufa pela queima. Por norma técnica, os tijolos devem ter, no mínimo, resistência de 2.0 mpa.

10 Vantagens dos tijolos ecológicos:

1 – Não polui o meio ambiente. Não precisa ser cozido em fornos, eliminando assim a utilização de lenha e a emissão de gases de efeito estufa pela queima.

2 – Obra limpa. A construção modular favorece a limpeza e diminui a geração de entulho.

3 – Economia. Permite um melhor aproveitamento dos materiais evitando desperdícios. No custo final pode gerar uma economia de até 50% com relação a alvenaria convencional.

4 – Resistência. Pode ser até 6 x mais resistente do que o tijolo comum.

5 – Isolamento termoacústico. Os furos no meio dos tijolos formam câmaras de ar que auxiliam no isolamento térmico, regulando a temperatura interna e no isolamento acústico, diminuindo os ruídos externos.

6 – Diminuição do tempo de construção. Os encaixes favorecem o alinhamento e prumo da parede, podendo reduzir o tempo da construção em até 30% com relação a alvenaria convencional.

7 – Melhor acabamento. Suas faces lisas, dispensam acabamentos, pode ser utilizado apenas com um impermeabilizante. O assentamento dos azulejos também pode ser feito diretamente sobre os tijolos. Caso seja desejado algum acabamento, permite a redução da espessura da camada de reboco.

8- Maior segurança. As colunas são embutidas em seus furos, distribuindo melhor a carga de peso sobre as paredes.

9 – Facilitam as instalações elétricas e hidráulicas. Toda a tubulação é embutida em seus furos dispensando o quebra- qubra de paredes.

10 – Diminui a utilização de cimento e de madeira. No caso do cimento a economia pode ser de até 80% Da madeira de até 100% no uso das caixarias dos pilares, vergas e contra-vergas. 

Imagem: Ecoprodução


Cuidados a serem tomados na utilização dos tijolos ecológicos:

– Tanto o projetista, quanto o executor devem ter conhecimento básico do sistema modular e da sua técnica de aplicação e montagem. O projeto deve levar em conta as dimensões modulares do tijolo e ter especificações hidráulicas e elétricas bem planejadas.

– Ao escolher o fornecedor, certifique-se que o produto segue as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e passou por testes de compressão e absorção de umidade. Verifique também as dimensões.

– Assim como todos os materiais construtivos, deve-se analisar a adequação do uso em cada caso especifíco, e sempre contar com a consultoria de um arquiteto e engenheiro.

A EXPERIÊNCIA EM CONSTRUIR A PRÓPRIA CASA SUSTENTÁVEL

MESMO SEM SER ARQUITETO OU ENGENHEIRO, LAMBERTO RICARTE ASSUMIU O CONTROLE DA CONSTRUÇÃO DE SUA CASA SUSTENTÁVEL EM BRASÍLIA, PROJETADA PELO ARQUITETO RUTHERFORD O CAMPO, A TAL PONTO QUE ELE PRÓPRIO PARTICIPOU DA CONFERÊNCIA DO GBC PARA CONTAR A SUA EXPERIÊNCIA.


A proposta para inscrição do projeto no Referencial GBC Brasil Casa, da seção nacional do Green Building Council, veio do arquiteto Rutherford Ocampo, da Zárya Arquitetura & Engenharia, autor da proposta arquitetônico, que desde o início vinha discutindo com Lamberto Ricarte, o proprietário, a construção de uma residência onde não haveria ambientes inúteis ou ociosos e o conforto deveria estar associado ao uso racional dos recursos e ao bom aproveitamento dos espaços. 

Assim, o projeto arquitetônico nasceu com o objetivo de ser sustentável. Mas Ricarte decidiu ir adiante. “Se eu construísse de acordo com o projetado, poderia alcançar a pontuação mínima para a certificação. Mas minha meta é obter uma pontuação suficiente para o nível Gold [do Leed]”, afirma.

Pouco familiarizado com os meandros da construção sustentável, Ricarte, que trabalha com planejamento e gestão estratégica na Câmara dos Deputados, passou a pesquisar alternativas do mercado para atender às recomendações do referencial, visitou feiras do setor e buscou informações junto a consultores e fornecedores de materiais e equipamentos de ponta para a construção civil residencial. “Neste último ano, participei das principais feiras de construção civil que ocorreram em São Paulo. Além disso, venho recebendo o apoio do engenheiro Marcus Eduardo, proprietário da empresa MEPS, que está executando a obra”, afirma Ricarte, que assumiu a negociação com os fornecedores, decisões e riscos.

Ao ser selecionado para testar o modelo de certificação de casa sustentável do GBC, Ricarte concluiu que seu maior investimento deveria ser em um projeto bem detalhado, em que cada aspecto da casa pudesse contribuir para sua integração ao espaço urbano, oferecendo conforto aos usuários e causando o menor impacto ambiental. Diante disso, sua primeira decisão foi mudar o local de construção. Encontrou, então, um terreno em um condomínio localizado a 25 quilômetros do centro de Brasília, próximo à cachoeira do Tororó, uma queda d’água de mais de 30 metros de altura, procurada para atividades de lazer e esportes radicais.


O Reserva Santa Mônica estava em acordo com aquilo que Ricarte buscava. “É um condomínio licenciado pelos órgãos ambientais, que mantém mais da metade de sua área com vegetação nativa em reserva particular”, diz ele. Cada um dos 716 lotes que compõem o condomínio tem que preservar pelo menos 15% da vegetação existente. A parte suprimida foi compensada com o plantio de mais de 40 mil árvores nativas do cerrado em um parque que está sendo criado na cabeceira do córrego Pau de Caixeta, que dá origem à cachoeira do Tororó.

Ricarte conta que, como as linhas arquitetônicas já estavam definidas, a busca pelo terreno levou em consideração o posicionamento da casa em relação à insolação e à aplicação da carta solar. Como resultado, foi escolhido um lote de mil metros quadrados com a frente para o nordeste. A face oeste, de maior radiação solar, é a que possui menos aberturas. Nessa parte estão dispostos as áreas e o quarto de serviço e depósitos. A porção da residência com pé-direito duplo, que integra as salas de estar, jantar e varanda, conta com amplas janelas e panos de vidro, que receberão luz natural. Os quartos estão voltados para sudoeste, posição que garante boa iluminação e conforto térmico. Esses ambientes terão persianas externas automatizadas, embutidas nas esquadrias, para controle da incidência solar.

O projeto arquitetônico da casa já indicava o aço estrutural leve (light steel frame) como técnica construtiva mais adequada. Nesse sistema, a estrutura com perfis de aço galvanizado é montada sobre laje de concreto armado, chamada radier, na qual são estruturados os cômodos e pavimentos. Para o fechamento das paredes optou‑se por placa cimentícia com lã de rocha para o isolamento térmico. 

Por dentro, o acabamento delas será dado por painéis de gesso acartonado. “Além de ter um tempo de execução extremamente reduzido, em relação ao método tradicional, este sistema não gera desperdício nem resíduos, já que dispensa quebrar as paredes para a passagem das instalações. E também colabora para uma envoltória eficiente do ponto de vista térmico e acústico”, acrescenta Ricarte.


Em suas pesquisas, Ricarte também concluiu que os vidros e as esquadrias desempenham importante papel para o conforto ambiental da casa, uma vez que devem, ao mesmo tempo, permitir a passagem de luz e barrar o calor e ruídos excessivos. “Assim, quanto mais eficiente for a envoltória, menor o gasto energético com climatização e condicionamento do ar”, observa. Para controle de luminosidade serão utilizadas persianas horizontais externas, de alumínio ou PVC. Quando acionadas, evitarão a incidência direta do sol no período da tarde e darão privacidade e conforto durante a noite.

SISTEMA INTEGRADO

Desde o início, a meta de Ricarte era a construção de uma casa que dispensasse o uso de ar-condicionado. Ele pensou em instalar um telhado verde, mas depois de pesquisar optou por uma solução que integra essa cobertura a um sistema de tratamento de esgoto e armazenamento de água. Com isso se resolve também outra questão relacionada ao clima de Brasília: a falta de água para irrigação e lavagem externa no período de seca prolongada, que ocorre anualmente de maio a setembro. 

Além de armazenar cerca de 35 mil litros de água da chuva no telhado, o sistema integrado fará o tratamento de 100% do esgoto da residência com o uso de um vermifiltro (leia reportagem nesta edição, na seção Tecnologia). “Isso significa cerca de mil litros de água tratada por dia, que poderá ser utilizada na irrigação do jardim, lavagem das áreas externas e nos vasos sanitários”, conta Ricarte.

Para o paisagismo, o referencial orienta que sejam evitadas plantas invasoras e que se dê preferência à vegetação nativa. O projeto da empresa BSB Jardins conciliou a utilização de espécies do cerrado com uma proposta estética e de baixo consumo de água. Serão adotadas espécies nativas e plantas com floração em períodos diversos para propiciar a presença constante de insetos polinizadores. 

Haverá poucas áreas de gramado, que, assim como os arbustos, terão irrigação por gotejamento, por meio de tubulação enterrada, para evitar o desperdício de água por evaporação. As árvores serão irrigadas por borbulhamento nas áreas próximas aos troncos. Em locais específicos haverá aspersores escamoteáveis direcionais e microsprays. Um sensor evitará que o sistema seja ligado em períodos chuvosos.

Para facilitar o escoamento do excesso de água das chuvas, nos períodos de outubro a abril, quando é comum a ocorrência de trombas d’água, e reduzir os riscos de inundação e sobrecarga do sistema de águas pluviais do condomínio, serão instaladas trincheiras de infiltração, nas saídas de água do telhado verde. Trata-se de reservatórios temporários formados por vazios subterrâneos revestidos por mantas permeáveis que dispersam a água no solo em ritmo mais lento durante e após os períodos chuvosos.


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

A energia elétrica será proveniente do sistema de microgeração por usina solar fotovoltaica, interligada ao sistema de distribuição da concessionária. As placas de captação solar serão posicionadas com a face voltada para o norte, potencializando a produção de energia durante o período do inverno. O aquecimento de água do chuveiro e piscina será por placas solares em circuito fechado, com o uso de trocadores de calor.

Recentemente, Ricarte contratou a empresa Sustentech para refazer a simulação de eficiência energética e avaliar se ele está no caminho certo. “A partir dos dados gerados pela Sustentech, percebi que o uso de leds era um fator importante para a pontuação no critério de Desempenho Energético Aprimorado e procurei um fornecedor para esse item. Inicialmente, o projeto de iluminação havia considerado apenas o uso de lâmpada fluorescente compacta”, explica. 

A primeira simulação indicou que a casa seria 28% mais eficiente que uma moradia construída para atender ao nível A de eficiência do Procel. Após algumas melhorias no projeto e uma segunda simulação, o indicador subiu para 39%. “Como minha meta é chegar a 50%, estou trabalhando para reduzir o gasto energético com iluminação interna e externa, apontada como um dos aspectos com potencial para melhoria”, diz.

GÁS RADÔNIO

Uma das surpresas que Lamberto Ricarte teve ao estudar o Referencial GBC Brasil Casa foi a exigência do controle da exposição dos moradores ao gás radônio e a outros gases contaminantes provenientes do subsolo. “Gás radônio? O que é isso? Foi a pergunta que fiz quando li esse item no referencial. Mas depois de alguma pesquisa descobri que esse gás, resultado do decaimento do urânio, é a segunda maior causa de morte por câncer de pulmão nos Estados Unidos, atrás apenas do cigarro”, explica Ricarte.

Segundo ele, o gás radônio está presente em quase metade dos estados americanos, sendo controlado e monitorado por um grande número de moradores dessas regiões. No Brasil, o tema é pouco conhecido. “Para resolver isso, vamos importar e instalar um equipamento para monitorar a presença de gás radônio na edificação e, caso seja necessário, será instalada uma torre de exaustão em área acima do telhado”, revela Ricarte.

SELO PROCEL

Ricarte acredita que o acompanhamento do desempenho da casa, ao longo dos anos, permitirá a avaliação dos resultados do projeto e a comprovação de que os investimentos realizados serão amortizados ao longo do tempo, pela redução dos gastos com manutenção e pelo aumento de satisfação dos moradores. Atendendo às recomendações do GBC, os principais eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos da casa serão trocados por produtos com o selo A do Procel. “Espero no futuro, ao ser perguntado se valeu a pena o esforço, poder relatar os benefícios de morar em uma casa sustentável. De qualquer modo, estarei com a consciência tranquila de ter contribuído para um meio ambiente melhor e um planeta mais saudável”, conclui.






Texto de Cida Paiva