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A diferença entre lixo, resíduo e rejeito e como é feito o seu gerenciamento


Saber a diferença entre lixo, rejeito e resíduo proporciona uma gestão eficiente e de qualidade. O lixo é tudo aquilo que não se quer mais e joga fora. Já o resíduo é aquilo que não serve para você, mas para outros pode se tornar matéria-prima de um novo produto ou processo. O rejeito é um tipo específico de resíduo, onde foram esgotados todas as possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem. Neste artigo vamos entender melhor qual é esta diferença. Confira!

Lixo, resíduo e rejeito são palavras normalmente usadas como sinônimos. Porém existem diferenças entre elas. Saber diferenciar três simples palavras pode mudar a visão que do seu empreendimento sobre o que sobra dos processos e atividades organizacionais.

Você pode estar jogando dinheiro fora se não souber a diferença entre lixo, rejeito e resíduo. No mercado, há fornecedores e compradores dos mais diversos tipos de materiais, e aquele seu coproduto, pode ser muito valioso para outra organização.

Veja abaixo o que abordaremos neste artigo: diferença entre lixo, resíduo e rejeito para onde destinar corretamente o lixo, rejeito e resíduo qual é a situação do Brasil nos dias atuais em relação aos resíduos e rejeitos.


Qual a diferença entre lixo, resíduo e rejeito?

Saber a diferença entre os termos proporciona uma gestão eficiente e de qualidade,

Vamos, então, às explicações sobre as diferença entre lixo, resíduo e rejeito.


O que é lixo?

A palavra lixo vem do latim lix que significa “cinza”. De acordo com o dicionário, lixo significa tudo àquilo que não se quer mais e se joga fora, sendo consideradas coisas inúteis, velhas e sem valor.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define o lixo como os restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo se apresentar no estado sólido e líquido, desde que não seja passível de tratamento.

O termo lixo no âmbito técnico não é utilizado e com todo conhecimento e tecnologia disponíveis hoje, grande parte do que é gerada em processos produtivos e afins pode ser de alguma forma reaproveitada ou reciclada, sendo considerado como resíduo e, quando isso não é possível, considera-se como rejeito.


O que é resíduo?


A definição de lixo tem haver com tudo aquilo que não apresenta nenhuma serventia para quem o descarta. Por outro lado, o que não serve para você pode se tornar para o outro, matéria-prima de um novo produto ou processo, ou seja, resíduo sólido.

Resíduo então é tudo aquilo que pode ser reutilizado e reciclado e, para isto, este material precisa ser separado por tipo, o que permite a sua destinação para outros fins. Podem ser encontrados nas formas sólida (resíduos sólidos), líquida (efluentes) e gasosa (gases e vapores).

Segundo a ABNT, NBR 10.004:2004, resíduos sólidos são aqueles que “resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções, técnica e economicamente, inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.”

Os resíduos são complexos e diversos e, para efeitos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), são classificados quanto:

**I - quanto à origem: **
  • resíduos domiciliares: originados de atividades domésticas em residências urbanas;
  • resíduos de limpeza urbana: originados da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
  • resíduos sólidos urbanos: resíduos domiciliares e de limpeza urbana;
  • resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades. Não incluem nessa categoria os resíduos de limpeza urbana, os de serviço de saneamento básico, os de saúde, construção civil e de transporte;
  • resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, exceto os sólidos urbanos;
  • resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;
  • resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;
  • resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis;
  • resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
  • resíduos de serviços de transportes: originados em portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
  • resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios;

**II - quanto à periculosidade: **
  • resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica;
  • resíduos não perigosos.

O que é rejeito?

O rejeito é um tipo específico de resíduo, onde quando todas as possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem já tiverem sido esgotadas e não houver solução final para o item ou parte dele e, portanto, as únicas destinações plausíveis são encaminhá-lo para um aterro sanitário licenciado ambientalmente ou incineração, que devem ser feitas de modo que não prejudique o meio ambiente.


Para onde destinar corretamente o lixo, rejeito e resíduo?

Com a tecnologia atual disponível, é possível tratar os mais diversos tipos de resíduos das mais diversas formas. As formas de destinação adequadas que ocorrem no país são:

  • Compostagem
É um tipo de destinação, que ocorre por meio de um processo controlado de decomposição microbiana que transforma matéria orgânica em adubo ou ainda ração animal, reduzindo o envio de resíduos para aterros.

Muito utilizado quando os resíduos são compostos por grande quantidade de matéria orgânica, como por exemplo, restos de alimentos.

  • Co-processamento em fornos de cimento
É um tipo de destinação por meio da queima de resíduos em fornos de cimento com temperaturas acima de 1.200 °C, para reaproveitamento de energia, em que o material é utilizado como substituto ao combustível. Ou ainda para reaproveitamento como substituto da matéria-prima, em que os resíduos a serem eliminados apresentem características similares às dos componentes normalmente empregados na produção de clínquer.

Esta alta temperatura permite a destruição de quase toda a carga orgânica.

Este método não é permitido para queima de organoclorados, resíduos urbanos, radioativos e hospitalares.

  • Reciclagem
Uma das formas de destinar corretamente os resíduos é pela reciclagem, que é o processo de transformação dos resíduos sólidos, que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos.

  • Incineração
É conhecida como uma forma de destinação adequada, sendo basicamente uma decomposição térmica dos resíduos, com o objetivo de reduzir o volume e a sua toxicidade.

Por meio da incineração, é possível obter a redução de resíduos em até 5% do volume e 15% do peso original e ainda é possível recuperar a energia contida nos resíduos.

Por outro lado, o investimento é elevado, já que possui um alto custo de operação e manutenção, além de mão de obra especializada.

Para conhecer mais sobre tipos de tratamento de resíduos, leia o estudo sobre o setor no site da ABETRE.

Agora veja algumas formas de disposição final:

  • Aterro comum ou lixão
É uma forma de disposição final inadequada dos resíduos sólidos, visto que se caracteriza pela disposição de resíduos sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública.

Apesar de ainda existirem muitos lixões em todo país, esta forma de dispor não é recomendada.

  • Aterro controlado
É o aterro comum, porém com pequenas adaptações. O solo não é protegido contra a decomposição dos resíduos e não há controle dos gases, faz-se apenas um recobrimento dos resíduos com material inerte diariamente. Esta forma de disposição final também é considerada inadequada.

  • Aterro Sanitário
É a principal forma de disposição final adequada existente hoje, visto que é uma técnica que não causa danos ou riscos à saúde pública e à segurança.

É uma solução economicamente viável e que causa menos impactos ao meio ambiente, porém possui vida útil de curta duração, exige grandes extensões de terra e controle e manutenção constantes.

Os aterros sanitários recebem resíduos de classe II A e II B, não inertes e inertes, respectivamente. Os resíduos perigosos, classe I, são encaminhados para aterros industriais, que possuem formas de disposição final mais específicas devido as características dessa classe de resíduos.


Qual é a situação do Brasil nos dias atuais em relação aos resíduos e rejeitos?

Mais de 80% do material que vai para aterros poderia ter outra destinação, como por exemplo, a reciclagem e a compostagem. Isso quer dizer que a maior parte daquele material que convencionamos chamar de “lixo”, na verdade poderia ter outros usos, transformando um passivo ambiental em geração de receita, reciclando e reaproveitando itens.

Mesmo com a Política Nacional de Resíduos sólidos em vigência desde 2010, com prazo para aplicação vencido em 2014, a situação do destino dos resíduos no Brasil pouco mudou. Cerca de 40% de todo resíduo gerado no país ainda é depositado em locais considerados inadequados, como lixões e aterros controlados. Ainda no ano de 2014, 1.559 municípios brasileiros tinham lixões.


E como reverter essa situação?

Um caminho para a solução dos problemas relacionados com os resíduos é apontado pelo Princípio dos 5 R’s. São nada mais do que a adoção de atitudes práticas no dia a dia para termos um mundo mais sustentável. Vejamos o que significa cada R:

1º Repensar

A responsabilidade ambiental nos faz refletir sobre os nossos hábitos de consumo. Isso não é muito diferente dentro de uma empresa que busca alcançar a sustentabilidade ambiental.

A ação repensar busca a reflexão sobre os processos socioambientais de produção, desde a aquisição da matéria prima, passando pelos processos e condições de trabalho (ou seja, modo de produzir), pela distribuição dos produtos, até o descarte dos resíduos. É necessário, também, repensar como o seu cliente descartará o produto no fim de seu ciclo de vida.

2º Recusar

Recusar na política dos 5R’s consiste na etapa de não aceitar produtos ou tratamento de resíduos que tenham um significativo impacto ambiental. A empresa deve dá preferência por adquirir produtos e serviços que não agridam o meio ambiente.

O ato de recusar incentiva os fornecedores a buscar tecnologia que melhore seus processos, tornando-os menos agressivos ao meio ambiente.

3º Reduzir

Quando reduzimos o consumo, consequentemente, reduzimos a geração de resíduos. O ponto chave ao reduzir os resíduos é identificar nas etapas do processo de fabricação os pontos de desperdício ou melhorias que aumente a eficiência.

Outro meio de reduzir é comprar somente aquilo que é necessário, verificando seu estoque e necessidade.

4º Reutilizar

A ação de reutilizar na política dos 5Rs permite a empresa diminuir seus custos de aquisição e de destinação, uma vez que não será necessário adquirir a matéria prima para fabricação ou pagar pelo tratamento e disposição em aterros sanitários.

Contribui para o desenvolvimento tecnológico, uma vez que será desenvolvido meios de reaproveitar essas sobras sem diminuir a qualidade dos produtos.

5º Reciclar

Na política dos 5 R’s o ato de reciclar deve ser o último procedimento adotado pelas empresas. O importante é diminuir o máximo de resíduos gerados.


Onde minha empresa se encaixa nesse cenário?

Com o agravamento da atual crise econômica, problemas relacionados à má gestão de resíduos acarretam em aumento da poluição, riscos de saúde pública e aumento nos gastos públicos de saneamento básico.

Mesmo diante deste cenário, o mercado é exigente frente às obrigações legais que precisam ser cumpridas e o empresário, que quer ter um diferencial competitivo para conseguir fornecer para grandes organizações, precisa reduzir custos, criar novas oportunidades e evitar problemas como multas e perda de clientes, além de está em dia com a legislação ambiental vigente e buscar métodos eficazes para uma correta e adequada gestão de resíduos.

As ações de preservação ou de redução dos resíduos e rejeitos, bem como os demais impactos ao meio ambiente devem ser realizadas com uma política sustentável de modo que não prejudiquem o crescimento econômico da empresa e possam impulsionar sua competitividade frente ao mercado atual.

A implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) vinculado à certificação ambiental favorece não apenas um ambiente mais sustentável, mas também as empresas certificadas, os fornecedores, os clientes e os órgãos ambientais, ou seja, todas as partes interessadas se beneficiam de um sistema como esse.

E para colocar um sistema de gestão ambiental nas empresas, utiliza-se a norma internacional ISO 14001, que foi projetada para ajudar na adequação de responsabilidades ambientais aos seus processos internos e dar continuidade ao crescimento das empresas, mantendo-as bem-sucedidas comercialmente.


O que é ISO 14001?

Esta norma é baseada no ciclo PDCA do inglês “plan-do-check-act” - planejar, fazer, checar e agir - e utiliza terminologia e linguagem de gestão conhecida, apresentando uma série de benefícios para a organização.

A estrutura de um sistema como este permite realizar uma correta e adequada gestão dos resíduos gerados nos processos, atendendo às expectativas de responsabilidades corporativas cada vez mais elevadas dos clientes, assim como aos requisitos legais ou regulamentares.

No Brasil, esta norma é conhecida como NBR ISO 14001 e, recentemente, teve sua versão atualizada, e a ABNT disponibilizou um arquivo sobre a nova versão, intitulado como Introdução à ISO 14001 2015 pdf.

A norma evoluiu ao longo dos anos para atender as necessidades do mercado, veja a evolução até a última lançada NBR ISO 14001:2015:

1996 – Primeira versão da norma, com o objetivo de definir critérios para implantação do Sistema de Gestão Ambiental e gerenciamento dos impactos ambientais das atividades das organizações;

2004 – Revisão e atualização de conceitos e definições. O grande destaque dessa versão é o conceito de desempenho ambiental.

2015 – A nova versão da ISO 14001 2015, publicada em setembro de 2015, tem como destaques: o alinhamento da Gestão Ambiental à estratégia da empresa, a gestão de riscos e a busca pela maior compatibilidade com as demais normas ISO.

Empresas certificadas ISO 14001 atendem as suas necessidades socioeconômicas em equilíbrio com a proteção do meio ambiente, veja quais são os objetivos dessa norma:

proteger o meio ambiente com a prevenção ou mitigação dos impactos ambientais adversos; mitigar os potenciais efeitos adversos das condições ambientais na organização; auxiliar a organização no atendimento aos requisitos legais e outros requisitos; aumentar o desempenho ambiental; controlar ou influenciar o modo que os produtos e serviços da organização são projetados, fabricados, distribuídos, consumidos e descartados, utilizando uma perspectiva de ciclo de vida que possa prevenir o deslocamento involuntário dos impactos ambientais dentro do ciclo de vida; alcançar benefícios financeiros e operacionais que resultem na implementação de alternativas ambientais que reforçam a posição da organização no mercado; comunicar as informações ambientais para as partes interessadas pertinentes, conhecidos como steakholders.



O que é tratamento de resíduos sólidos? Como a Política Nacional de Resíduos Sólidos trata esse assunto? Quais são as formas de tratamento? Como se tornar um especialista na área e se destacar no mercado?

Resíduos sólidos, um dos maiores problemas enfrentados na atualidade. A falta de conscientização e a escassez de profissionais especializados intensifica a problemática. A consequência do inadequado tratamento dos resíduos traz a deterioração da qualidade das águas e dos solos. Por outro lado, para os profissionais que têm a visão holística do segmento, o mercado é promissor e está cada vez mais aquecido, o que soa como música para os especialistas em tratamento de resíduos sólidos.

A busca por soluções na área dos resíduos é crescente. Se gerenciado de forma adequada, os resíduos adquirem valor comercial, desta forma podem ser introduzidos no mercado como matéria-prima para geração de novos produtos. Além disso, trará resultados satisfatórios no âmbito social, ambiental e econômico.

“Você tem o que é preciso para mudar essa realidade, mesmo que esteja começando”

Você se imagina atuando no mercado de resíduos sólidos? Se esse assunto lhe chama a atenção, conheça um pouco mais sobre o mercado de resíduos sólidos.


O que é Tratamento de Resíduos Sólidos?

Consiste em um conjunto de métodos, operações e uso de tecnologias apropriadas, aplicáveis aos resíduos, desde sua produção até o destino final, com o objetivo de mitigar o impacto negativo sobre a saúde humana e o meio ambiente e transformá-los em um fator de geração de renda como a produção de matéria prima secundária. Dessa forma podemos denominar de tratamento de resíduos as várias tecnologias existentes.


Como a Política Nacional de Resíduos Sólidos trata esse assunto?

De acordo com o Art. 9° da Lei 12.305/2010, o Tratamento de Resíduos Sólidos tem a quinta prioridade na gestão e gerenciamento de resíduos a ser aplicada no Brasil. Veja:

“Lei 12.305/2010 Art. 9 Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

1° Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.

2° A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as Políticas de Resíduos Sólidos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão compatíveis com o disposto no caput e no § 1o deste artigo e com as demais diretrizes estabelecidas nesta Lei. “

Quais são as formas de tratamento?

Para aprofundar um pouco mais sobre o assunto podemos separar as formas de tratamento de resíduos em 3 grupos: Tratamento Mecânico, Tratamento Bioquímico, Tratamento Térmico. Aprofunde um pouco mais sua visão, veja:

Tratamento Mecânico

No tratamento mecânico são realizados processos físicos geralmente no intuito de separar (usinas de triagem) ou alterar (reciclagem) o tamanho físico dos resíduos. Neste processo não ocorrem reações químicas entre os componentes como nos muitos casos do tratamento térmico.

Os maiores exemplos de tratamento mecânico de resíduos são encontrados no setor de reciclagem. Muitas vezes, o processo de reciclagem de produtos são divididas em várias etapas que agem de maneira interdependente. Em alguns casos como na reciclagem de resíduos eletrônicos, os processos mecânicos costumam ser complexos.

De uma forma geral, podemos classificar as formas de tratamento mecânico de resíduos de acordo com sua finalidade. Vejamos alguns exemplos abaixo:

Diminuição do tamanho das partículas: 
  • Quebra, trituração, moinhos;
  • Aumento do tamanho das partículas: aglomeração, briquetagem, peletagem;
  • Separação da fração física: Classificação;
  • Separação pelo tipo de substância;
  • Mistura de substâncias: extrusão, compactação;
  • Separação de fases físicas: sedimentação, decantação, filtração, centrifugação, floculação;
  • Mudança de estados físicos: condensação, evaporação, sublimação.

Tratamento Bioquímico

O tratamento bioquímico ocorre através da ação de grupos de seres vivos, (em sua maioria micro-organismos como bactérias e fungos mas também organismos maiores como lesmas e minhocas), que ao se alimentarem dos resíduos, quebram suas moléculas grandes transformando-as em uma mistura de substâncias e moléculas menores. Dependendo de alguns fatores como por exemplo a temperatura, pressão e acidez dessa mistura de substâncias (moléculas), as substâncias resultantes desse processo podem reagir entre si quimicamente, caracterizando assim o processo bioquímico.

Em alguns casos só ocorre o processo biológico, em outros somente o químico. Isso vai depender da tecnologia e metodologia utilizada.

Os processos de tratamento bioquímico mais conhecidos são:

Biodigestão: 

Decomposição da matéria orgânica na ausência de oxigênio nos chamados Biodigestores ou Centrais de Biogás.
  • Biodigestor para resíduos sólidos orgânicos urbanos
  • Biodigestor para resíduos sólidos orgânicos rurais
  • Biodigestor para resíduos com alto teor de celulose

Compostagem: 

Decomposição da matéria orgânica na presença de oxigênio em Usinas de Compostagem.
  • Usina de compostagem de Salerno na Itália
  • Usina de Compostagem de Bremen na Alemanha

Tratamento Térmico

No tratamento térmico, os resíduos recebem uma grande quantidade de energia em forma de calor a uma temperatura mínima que varia de acordo com a tecnologia aplicada (Temperatura de reação) durante uma certa quantidade de tempo (Tempo de reação) tendo como resultado uma mudança nas suas características como por exemplo a redução de volume, devido a diversos processos físico-químicos que acontecem durante o processo.

Podemos diferenciar 5 principais processos de tratamento térmicos separados em função da temperatura de operação e o meio onde ocorre o processo. São eles:

Secagem: Retirada de umidade dos resíduos com uso de correntes de ar. Ocorre na presença do ar atmosférico e temperatura ambiente.

Pirólise: Decomposição da matéria orgânica a altas temperaturas e na ausência total ou quase total de oxigênio. As temperaturas do processo podem variar de 200 a 900°C.

Gaseificação: Transformação de matéria orgânica em uma mistura combustível de gases (gás de síntese). Na maioria dos processos não ocorre uma oxidação total da matéria orgânica em temperaturas variando entre 800 e 1600°C.

Incineração: Oxidação total da matéria orgânica com auxílio de outros combustíveis a temperaturas variando entre 850 e 1300°C

Plasma: Desintegração da matéria para a formação de gases.


Conheça algumas tecnologias para tratamento de resíduos sólidos

Comumente no Brasil, as tecnologias para tratamento de resíduos sólidos mais utilizados são: o tratamento mecânico, bioquímico e térmico. O objetivo maior das tecnologias de tratamento de resíduos é diminuir o impacto negativo no meio ambiente e para a saúde humana, além de, em alguns casos, gerar retorno financeiro para as organizações. Neste artigo você conhecerá algumas tecnologias para tratamento de resíduos sólidos.

Para cumprir com as leis vigentes e aplicáveis aos resíduos sólidos (Lei nº 12.305/10), deve-se analisar e pesquisar o melhor método para tratar seus resíduos.

Sendo a quinta prioridade no gerenciamento de resíduos, as tecnologias podem consistir em: disposição final ou tratamento intermediário, para diminuir a periculosidade dos mesmos, possibilitando a sua reutilização ou reciclagem.


O que diz a Lei 12.305/2010 sobre tratamento de resíduos?

De acordo com a Lei dos resíduos sólidos, as prioridades da gestão e gerenciamento dos resíduos tem a seguinte ordem de prioridade:
  • não geração;
  • redução;
  • reutilização;
  • tratamento;
  • disposição final.

Sendo a quinta prioridade no gerenciamento de resíduos, o tratamento utiliza tecnologias apropriadas para neutralizar a periculosidade do resíduo, possibilitando muitas vezes a reutilização e reciclagem.

A Lei 12305/2010 define que para o tratamento de resíduos sólidos:

“§ 1o Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.

Portanto, tendo em vista o cumprimento da Lei, o tratamento dos resíduos é uma atividade essencial para que uma empresa esteja de acordo com a legislação, além de estar construindo uma boa imagem perante os clientes e público em geral.

Caso a empresa não cumpra com a legislação, sofrerá com implicações que geram prejuízos financeiros e desgaste na imagem de seus serviços e produtos e consumidores.


Tecnologias para tratamento de resíduos sólidos

As tecnologias para tratamento de resíduos sólidos mais utilizadas pode ser separado em 3 grupos: tratamento mecânico; tratamento bioquímico; e tratamento térmico.

Geralmente todos os bens de consumo são resíduos sólidos em potencial. Tudo que é produzido pela atividade humana e consumido em residências, comércios e indústrias, após não ter mais utilidade, pode ser separado, selecionado e processado, resultando em resíduo sólido.

E esses resíduos devem ter seu tratamento ambiental correto, vejamos os tipos de tratamento: reciclagem: consiste na reintrodução dos resíduos no processo de produtos. Gera economia de energia nos processos de produção, e diminui a utilização de matéria-prima.

A reciclagem é o processo de reaproveitamento do resíduo que não serve mais para o processo, com mudanças em seus estados físico, físico-químico ou biológico, de modo a atribuir características para que se torne novamente matéria-prima ou produto;

biodigestores: consiste na decomposição da matéria orgânica na ausência de oxigênio nos Biodigestores. Esse processo tem várias tecnologias;

compostagem: realizado através de processo biológico de decomposição da matéria orgânica, o resultado final é um composto orgânico, podendo ser utilizado no solo sem ocasionar riscos ao meio ambiente.

Muito utilizado na zona rural. Mas no meio urbano, deve ser realizado uma triagem e livrar o componente orgânico de componentes tóxicos ou perigosos;

aterro sanitário: forma de disposição final dos resíduos sólidos no solo, em local estratégico e com técnicas de engenharia, seguindo normas operacionais para evitar danos à saúde público e impactos ambientais;

incineração: processo que consiste redução de peso e volume do lixo pela combustão controlada. Esse método ainda é mais utilizado para o tratamento dos resíduos hospitalares e industriais, no caso do Brasil;

Há tecnologias para tratamento de resíduos sólidos capazes de realizar a gestão de resíduos com ecoeficiência as etapas desde: coleta, seleção, tratamento, reintrodução nas cadeias produtivas e destinação final dos rejeitos. Vejamos: combustíveis derivados de resíduos: o tratamento térmico dos resíduos gera energia térmica em duas fases: logo no início da separação dos materiais recicláveis, matéria orgânica e resíduos não recicláveis, serão encaminhados para a incineração.

Esses materiais são triturados e depois incinerados a temperatura de aproximadamente 1000°C.

Os gases emitidos são neutralizados pelo processo de filtragem, sendo lavados com água alcalina. Esses gases limpos são lançados na atmosfera e os resíduos inertes são levados para um decantador e podem ser aproveitados na produção de material de construção civil. tecnologias de separação e classificação de resíduos: utilizam tecnologias de sensores óticos para diferenciar os tipos de materiais e acelerar a separação dos materiais recicláveis. Esta tecnologia pode ser utilizada para resíduos domésticos, industriais, comerciais, limpeza urbana e construção civil.

Esta tecnologia pode ser utilizada na aplicação da eliminação dos resíduos clorados e metais e na homogeneização do valor calorífico do combustível; plasma térmico: é uma tecnologia que pode ser utilizada para o processamento de resíduos perigosos como: lama, cinzas de incineração, lixo hospitalar, sucatas metálicas, resíduos de produção de alumínio e outros metais.

Uma chama é lançada diretamente sobre os resíduos, produzindo a dissociação das ligações moleculares dos resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, orgânicos ou inorgânicos, perigosos ou não, alterando a composição química original para compostos mais simples.

No processo das duas câmaras, os resíduos são inseridos em uma primeira câmara onde a parte orgânica é gaseificada e parte inorgânica é fundida.

Os gases e líquidos são lançados em uma segunda câmara através do reator de plasma. Os gases são lavados e os metais voláteis e gases ácidos são incinerados; produção de adubos orgânicos: os adubos são muito eficientes na recomposição dos solos e pastagens e na melhoria da fertilidade da agricultura. Esta é uma tecnologia muito versátil que pode ser aplicada para a produção independente.

A importância da classificação dos resíduos para a escolha da tecnologia para tratamento


Para descobrir qual o melhor tratamento para o seu resíduo, deve-se primeiramente classificá-lo de acordo com a NBR 10004, para identificar se são: perigosos, resíduos inertes ou não inertes, sendo as classificações: Classe I, II A e II B, respectivamente.

E, para classificar os resíduos deve-se fazer uma amostra representativa (NBR 10.007) e realizar os procedimentos para classificação (NBRs: 10.005 e 10.006). A norma NBR 10.004, divide os resíduos nas classes abaixo:
  • Classe I – resíduos perigosos
  • Classe II A – resíduos não inertes
  • Classe II B – resíduos inertes

Os resíduos perigosos deverão ter tratamento especial, devido às suas características. E os resíduos não inertes, mesmo tendo esse nome sugestivo, não devem ser descartados de qualquer forma, pois podem causar impactos ambientais negativos.

É importante destacar que as empresas devem classificar os resíduos corretamente, para não sofrerem punições legais junto aos órgãos ambientais por destiná-los de forma incorreta. E, também uma forma de cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

As instituições que classificam corretamente seus resíduos possuem mais rentabilidade nos seus negócios, pois assim conseguem identificar os resíduos que podem ser vendidos e os que não podem ser vendidos, além de realizarem o tratamento correto.

Para a venda dos resíduos, o empreendedor pode utilizar a plataforma Mercado de Resíduos, que é um software criado para estabelecer o encontro entre as empresas geradoras de resíduos e os compradores de resíduos.

Prefeitura do Rio recebe 400 lixeiras de plástico reciclado da Ambev

Papeleiras foram produzidas a partir de resíduos coletados durante Carnaval de rua / Divulgação (Prefeitura)

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente recebeu da Ambev, em ação simbólica no Parque Madureira, nesta sexta-feira (20/8), 400 lixeiras sustentáveis produzidas com os resíduos coletados durante o Carnaval de 2020. O projeto é resultado de uma parceria da Ambev com a Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT), para que a coleta do lixo produzido durante os festejos carnavalescos ganhassem uma destinação ecológica. Foram doados 3 tipos de equipamentos para usos específicos: lixo comum, orgânico e material reciclável. As novas lixeiras serão distribuídos pelos parques municipais, para estimular os frequentadores a fazerem o descarte correto de seus resíduos e incentivar a cadeia da reciclagem.

Para Eduardo Cavaliere, secretário de Meio Ambiente da cidade do Rio de Janeiro, a parceria com a Ambev ressalta e reforça a importância dos cuidados com o meio ambiente, além de trazer dividendos econômicos para as populações de baixa renda. “Esta parceria com a Ambev reforça a potência do Rio de Janeiro em liderar a pauta de economia circular e criativa. Projetos inéditos como este colaboram para as metas do Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática,” afirmou Cavaliere.

A Ambev coletou o lixo produzido pelos principais blocos de rua do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Recife, com a finalidade de reciclar os resíduos recolhidos e transformá-los em lixeiras para as prefeituras. A ação contou com participação de 2.800 catadores, que receberam uma renda fixa por dia de trabalho, além de remuneração extra pela quantidade e tipo de materiais recolhidos. Ao todo, 324 toneladas de lixo foram coletadas nas ruas das cinco capitais.

Na cidade do Rio, metade das 30 toneladas de lixo recolhidas era de plásticos descartados. O material foi separado e transformado nas lixeiras que foram entregues ao município. Para fazer a reciclagem e transformação desses resíduos, a Ambev estabeleceu uma parceria com empresa Lar Plásticos, fabricante e fornecedora de lixeiras e outros produtos de plástico feitos 100% a partir de matéria-prima reciclada.

O presidente da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), Flávio Lopes, ressaltou a importância da doação dos equipamentos para o descarte adequado dos rejeitos, além de lembrar que a Companhia sofre prejuízos diários com o vandalismo. “A doação das lixeiras é muito bem-vinda para a Comlurb. A Companhia sofre com o vandalismo e o furto de papeleiras, que são aquelas nossas pequenas lixeiras laranjas instaladas em postes na cidade. O prejuízo é enorme para a cidade. Precisamos sempre instalar novas e consertar outras. Toda colaboração é muito importante. São equipamentos que serão muito úteis. Além disso, as doações de hoje seguem a filosofia dos três R ‘s (reciclar, reutilizar e reduzir) que a Companhia quer difundir cada vez mais. Agradecemos muito a iniciativa da Ambev”, disse o presidente da Comlurb.

A gerente executiva de relações institucionais da Ambev, Larissa Menezes, por sua vez, reafirmou o compromisso da empresa com ações que beneficiam a sociedade não somente com retorno financeiro, mas também em qualidade de vida gerada por um ambiente ordenado e limpo. “É uma honra participar de um projeto inédito como esse. Queremos ter um Carnaval cada vez mais sustentável, e ajudar na conscientização dos foliões. Depende de todos nós – empresas, associações, foliões, sociedade e governo. Queremos lembrar que juntos podemos construir um mundo melhor. A ação mostra também à sociedade a importância da logística reversa e dos catadores no ciclo da reciclagem”, afirmou Larissa Menezes.


A recuperação de energia é essencial no tratamento de resíduos não recicláveis

Por ocasião da publicação do pacote climático “Fit for 55”, a ESWET reafirmou a contribuição essencial da recuperação de energia para a gestão de resíduos


Por ocasião da publicação do pacote climático “Fit for 55” , a ESWET reafirmou a contribuição essencial da recuperação de energia (Waste-to-Energy) para a gestão de resíduos na Europa. A Waste-to-Energy já contribui para a descarbonização do setor, desviando os resíduos não recicláveis ​​dos aterros e recuperando energia e matérias-primas secundárias.

Reduzir aterros sanitários significa, antes de tudo, reduzir as emissões de metano, um gás até 84 vezes mais potente que o CO2 em 20 anos. Além disso, a recuperação de energia (eletricidade, calor e vapor) e de matérias-primas secundárias economiza recursos virgens e melhora o consumo de energia e materiais na Europa.

Dois arquivos incluídos no pacote climático “Fit for 55” estão diretamente relacionados às operações de transformação de resíduos em energia: a Diretiva de Energia Renovável (RED) e o Sistema de Comércio de Emissões (ETS). Em ambos os casos, as revisões propostas pela Comissão Europeia preservam a contribuição positiva de Waste-to-Energy para o tratamento seguro de resíduos não recicláveis.

Em primeiro lugar, a revisão proposta da Diretiva de Energia Renovável (RED) aborda precisamente a urgência de aproveitar todas as fontes de energia renováveis ​​disponíveis , incluindo eletricidade, vapor, aquecimento e resfriamento gerados a partir de não-resíduos. Na verdade, cerca de 50% da produção de energia das usinas de transformação de resíduos em energia é renovável, pois provém da fração biodegradável dos resíduos.

No que diz respeito à revisão do ETS, a decisão de manter todo o setor de gestão de resíduos sob o Regulamento de Compartilhamento de Esforços é uma avaliação cuidadosa. Incluir a incineração de resíduos municipais apenas no ETS da UE, sem qualquer avaliação de impacto inicial anterior, causaria efeitos colaterais, como maior custo de reciclagem, taxas adicionais para os municípios e um aumento de resíduos não recicláveis ​​enviados para aterros legais e ilegais.

O próximo passo para reduzir ainda mais as emissões de GEE de resíduos não recicláveis ​​é apoiar a implementação de captura e armazenamento de carbono (CCS) em usinas de transformação de resíduos em energia . O setor pode se tornar neutro em carbono ou mesmo negativo em carbono, como demonstrado por vários projetos-piloto na Europa.

"A Comissão Europeia estabeleceu um ambicioso conjunto de medidas para reduzir drasticamente as emissões das indústrias europeias", disse Patrick Clerens, Secretário Geral da ESWET . "Os fornecedores de transformação de resíduos em energia estão empenhados em tomar as medidas necessárias para alcançar a neutralidade de carbono com o apoio da União Europeia."

Devido à complexidade da questão, a ESWET acredita que as reformas que abrangem o setor de gestão de resíduos devem sempre avaliar cuidadosamente as consequências ambientais e econômicas , levando em consideração o amplo impacto em toda a cadeia de gestão de resíduos e fornecimento de energia.

Volumes comerciais de produtos químicos básicos reciclados quimicamente e poliolefinas ativadas

A Borealis assinou um acordo com a Renasci para adquirir toda a produção de matéria-prima reciclada quimicamente de seu centro de reciclagem de alta tecnologia em Oostende.

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A Borealis assinou um acordo com a Renasci para adquirir toda a produção de matéria-prima reciclada quimicamente de seu centro de reciclagem de alta tecnologia em Oostende, Bélgica. Com a produção projetada de 20kT / ano entregue à Borealis, este acordo permitirá que a Borealis se torne um dos principais fornecedores globais de produtos químicos de base reciclada quimicamente e poliolefinas.

Como complemento da reciclagem mecânica, a reciclagem química tem um papel importante a desempenhar no fechamento do ciclo do material na circularidade do plástico. Isso ocorre porque os fluxos de resíduos de plástico de qualidade inferior podem ser reciclados quimicamente em material de alta qualidade. Na verdade, os produtos fabricados com matéria-prima reciclada quimicamente oferecem os mesmos níveis de desempenho que os produtos produzidos com matéria-prima fóssil. Isso permite a produção de aplicações baseadas em poliolefinas de alta tecnologia, incluindo materiais de embalagem de alimentos e saúde sujeitos a normas rigorosas de qualidade e segurança que nem sempre podem ser atendidas com materiais reciclados mecanicamente.

Os resíduos de matéria-prima processados ​​no centro de reciclagem com certificação ISCC PLUS da Renasci são derivados principalmente de resíduos domésticos secos e alguns resíduos industriais. Em uma primeira etapa, os resíduos são separados várias vezes para extrair o material plástico de melhor valor para a reciclagem mecânica. A matéria-prima residual que não pode ser reciclada mecanicamente é então reciclada quimicamente; essa matéria-prima reciclada quimicamente será posteriormente processada nos crackers a vapor Borealis, inicialmente em seu local de produção em Porvoo, Finlândia. A recente certificação ISCC PLUS do local da Borealis Porvoo - o padrão global para materiais reciclados e de base biológica certificados - permite a produção de equilíbrio de massa de produtos renováveis ​​e reciclados quimicamente.

“Este acordo com a Borealis nos permitirá fechar completa e verdadeiramente o ciclo circular dos plásticos”, comenta Kristof Beuren, COO da Renasci. “O desafio era encontrar uma solução de fechamento para esse tipo de resíduo e juntos conseguimos.”

“Aceleramos a ação em direção à circularidade dos plásticos por meio da colaboração”, afirma Lucrèce Foufopoulos, Vice-Presidente Executivo da Borealis para Poliolefinas, Inovação e Tecnologia e Soluções de Economia Circular. “A cooperação com a Renasci nos permite oferecer aos nossos clientes e parceiros poliolefinas virgens a partir de resíduos pós-consumo quimicamente reciclados em quantidades de materiais a partir deste trimestre.”

Fonte: /waste-management-world.com

Fortum Expande Instalação de Reciclagem de Baterias

Investimento de 24 milhões de euros para aumentar a capacidade de reciclagem hidrometalúrgica da Fortum e permitir a produção de produtos químicos sustentáveis ​​para baterias.

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A Fortum tomou a decisão de investimento para expandir sua capacidade de reciclagem de baterias de íon-lítio, construindo uma nova planta hidrometalúrgica de última geração em Harjavalta, Finlândia. O investimento, marcado em ca. 24 milhões de euros, será um passo importante para aumentar a capacidade de reciclagem hidrometalúrgica da Fortum e permitir a produção de produtos químicos para baterias sustentáveis. A nova instalação será capaz de recuperar com eficiência metais escassos de velhas baterias de íon-lítio de veículos elétricos, ao mesmo tempo em que reciclará várias frações de resíduos derivadas de toda a cadeia de abastecimento da bateria.

As baterias de íon-lítio desempenham um papel fundamental ao permitir a transição para a energia limpa e o crescimento da mobilidade eletrônica. Com a rápida eletrificação do transporte e a mudança para fontes de energia renováveis, espera-se que a demanda por baterias de íon-lítio cresça mais de dez vezes até 2030, aumentando significativamente a necessidade de metais essenciais usados ​​na produção de baterias de íon-lítio. A nova instalação de Harjavalta da Fortum ajudará a atender à crescente demanda por materiais reciclados de baterias e permitirá a recuperação sustentável de lítio, níquel, cobalto e manganês, que são essenciais na fabricação de novas baterias de veículos elétricos.

“A Fortum está investindo em um futuro mais verde, investindo ainda mais em suas instalações de reciclagem hidrometalúrgica. A nova instalação em Harjavalta criará aproximadamente trinta empregos em um futuro próximo, mas seu impacto será sentido em toda a Europa, pois será a maior instalação no mercado de seu tipo, uma vez concluída ”, disse Kalle Saarimaa, vice-presidente, Fortum Recycling & Desperdício. “Nossa oferta sólida cobre vários segmentos-chave da cadeia de valor da bateria e esperamos nossa colaboração com os principais participantes nessas áreas. À medida que a eletrificação do transporte ganha velocidade, a lacuna de matéria-prima enfrentada pela indústria automotiva se torna cada vez mais um sério desafio. Nossa nova instalação apoiará fortemente os ecossistemas de fabricação de baterias finlandeses e europeus existentes,

Fortum usa uma combinação de tecnologias mecânicas e hidrometalúrgicas de baixo CO2 para reciclar as baterias da forma mais sustentável possível e com a menor pegada de carbono. As baterias de íon-lítio são primeiro desmontadas e tratadas durante um processo mecânico na fábrica da Fortum em Ikaalinen. A massa negra da bateria, contendo metais essenciais, é coletada e levada para Harjavalta para processamento hidrometalúrgico.

A Fortum está operando atualmente uma planta piloto hidrometalúrgica em escala industrial em Harjavalta. A nova instalação a ser construída, que deverá estar operando em 2023, permitirá um aumento significativo na capacidade de processamento e reciclagem da Fortum. A nova fábrica permitirá à Fortum reciclar a maior parte das baterias EV que estão chegando ao fim de sua vida útil na Europa ”.

Em março, as operações de reciclagem de baterias hidrometalúrgicas da Fortum foram identificadas como um dos quatro projetos da Fortum a serem selecionados para o Fundo de Inovação da UE para tecnologias de baixo carbono. Os quatro projetos Fortum chegaram a uma lista restrita de 70 candidatos para financiamento do primeiro Fundo de Inovação da UE de 1 bilhão de euros. A Fortum também recebeu doações do IPCEI (Projeto Importante de Interesse Europeu Comum) da Business Finland em conjunto com o projeto European Battery Innovation da Comissão Europeia. As bolsas foram concedidas em conjunto com o desenvolvimento da planta de reciclagem mecânica da Fortum em Ikaalinen, Finlândia, e a planta de reciclagem hidrometalúrgica em Harjavalta.

Nova instalação de classificação PMD para aumentar a capacidade de reciclagem

A Indaver investiu em uma nova instalação de triagem PMD para aumentar a capacidade de reciclagem com a introdução da nova coleção reciclável "bolsa azul" para 3 milhões de residentes belgas.

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A empresa de tratamento de resíduos Indaver concluiu a construção de uma nova instalação de triagem PMD em Willebroek, Bélgica, na semana passada. A empresa já tinha uma instalação de triagem PMD naquele local. No entanto, com a introdução da 'Nova Bolsa Azul', que será implementada em fases em toda a Bélgica, cada cidadão estará fornecendo 8 kg a mais de PMD a cada ano do que antes. Para poder tratar esta quantidade maior e poder separar mais materiais, foi necessário investir em uma nova unidade. A nova instalação é três vezes maior que a anterior e tratará os resíduos PMD de cerca de 3 milhões de residentes a cada ano.

A Indaver é um player europeu no setor de resíduos domésticos e industriais e, desde 1995, classifica os resíduos PMD em Willebroek em 8 fluxos de material puro, prontos para reciclagem. Com a introdução da Nova Bolsa Azul, o número de diferentes tipos de plástico que podem ser fornecidos na bolsa foi ampliado. De 'garrafas e recipientes de plástico' a 'todas as embalagens de plástico para uso doméstico'. Como resultado, cada residente fornecerá em média 7 a 8 kg a mais de resíduos PMD do que antes.

Em setembro de 2019, a Indaver iniciou a construção de uma instalação completamente nova para poder tratar essas grandes quantidades de resíduos de PMD em 14 fluxos de material puro. A nova instalação é três vezes maior que a anterior e, nos próximos 9 anos, tratará 60.000 toneladas de resíduos PMD a cada ano, de cerca de 3 milhões de residentes. A capacidade pode ser ampliada ainda mais, se necessário.

A construção da sala de triagem e a instalação das máquinas foram concluídas há algumas semanas, mas na semana passada a instalação fez seu primeiro teste com resíduos de PMD. Nessa fase, que vai até o final de fevereiro, todas as máquinas serão testadas e ajustadas. Esta é uma fase vital do processo. Cada uma das máquinas deve ser ajustada meticulosamente para atingir o grau de pureza particularmente alto esperado pela Fost Plus, uma iniciativa do setor privado belga que promove, coordena e financia a coleta seletiva, triagem e reciclagem de resíduos de embalagens domésticas, e que faz parte deste projeto . Fornecer mono-fluxos puros é a única maneira de possibilitar a reciclagem de alta qualidade na próxima etapa. Na nova instalação de classificação, o PMD será classificado em 14 fluxos separados e com o tempo, talvez até mais.

Com a introdução do Novo Saco Azul em 2019, a Fost Plus lançou uma convocação para projetos de cinco novos centros de triagem de alta tecnologia para tratar os resíduos PMD adicionais, aproximadamente 90.000 toneladas extras por ano. As instalações da Indaver são as primeiras a funcionar e a iniciar os testes de tratamento do Novo Saco Azul. Esta construção representa um investimento de 35 milhões de euros.

“Os fabricantes na economia circular querem reutilizar as matérias-primas com a condição de que sejam tão boas e seguras quanto o material original. Estamos tornando isso possível e queremos ditar o ritmo do setor ”. diz o CEO da Indaver, Paul De Bruycker. Nesta nova instalação, estamos criando valor a partir dos resíduos de embalagens que nos são fornecidos e protegendo o ciclo de materiais contra contaminação. Estamos, portanto, fazendo a mudança necessária de uma economia linear para uma economia circular. Esta instalação moderna e de alta tecnologia se encaixa perfeitamente em nosso portfólio de tratamento para conseguir isso.”

Na New Blue Bag, embalagens como sacos de salada, recipientes de cogumelos ou a folha de plástico em volta dos pacotes múltiplos de água e leite agora podem ser reciclados. As frações classificadas são então retiradas para reciclagem na Bélgica e países vizinhos. Hoje, 75% dos resíduos de embalagens domésticas que a Fost Plus coleta são reciclados na Bélgica. Com o anúncio de que três novos contratos de reciclagem estão sendo introduzidos em nosso próprio solo, esse número só aumentará ainda mais nos próximos anos.

“Uma boa reciclagem começa com uma boa classificação, diz Patrick Laevers, diretor administrativo da Fost Plus. “Graças a um sistema de coleta uniforme, com mensagens de triagem uniforme para os moradores, tornamos isso o mais fácil possível para os cidadãos. Dessa forma, eles podem dar uma contribuição concreta para a criação de uma economia de embalagens circulares. A inauguração desta nova central de triagem é a prova de nosso ecossistema altamente eficaz. As novas tecnologias que estão sendo integradas, também nos permitem olhar para o futuro mix de embalagens. Esta é uma grande conquista da qual temos muito orgulho de fazer parte."


Fonte: /waste-management-world.com 

Retorno sobre os investimentos no negócio de coleta de lixo

Sólido crescimento a curto prazo previsto pela Zacks Investement Research Firm para empresas de gestão de resíduos de capital aberto

© Blocktexx

A Zacks Investment Research é uma empresa americana dedicada à produção de pesquisa independente e conteúdo relacionado a investimentos. Uma publicação recente deles enfoca a indústria de resíduos, os desenvolvimentos atuais e a atratividade para investir em empresas de capital aberto no negócio de resíduos.

A publicação explica para o mercado americano: O surto de coronavírus exigiu o descarte adequado de resíduos. Na verdade, as empresas de gerenciamento de resíduos estão em vantagem em situações como a pandemia contínua, já que os funcionários da área de saúde precisam descartar as máscaras, luvas, roupas, seringas e outros equipamentos médicos usados ​​de maneira adequada para conter a disseminação da infecção. Iniciativas governamentais, bem como regras e regulamentos rígidos para promover mecanismos sustentáveis ​​de gestão de resíduos e controlar o despejo ilegal de lixo, também devem ajudar a indústria.

A crescente adoção de técnicas de reciclagem e o desenvolvimento de tecnologias e soluções avançadas de coleta de lixo são tendências-chave na indústria. A reciclagem continua sendo uma área de grande crescimento, com a maioria dos participantes do setor tomando medidas de reciclagem de resíduos sólidos urbanos e de resíduos industriais não perigosos. As crescentes preocupações ambientais, a rápida industrialização, o aumento da população e um aumento esperado de resíduos não perigosos como resultado do rápido crescimento econômico devem aumentar as oportunidades de negócios para as empresas de gerenciamento de resíduos.

O portfólio „Zacks Waste Removal Services Industry“ atualmente carrega um Zacks Industry Rank # 124, o que o coloca entre os 49% melhores entre mais de 250 setores Zacks e indica perspectivas de crescimento sólido a curto prazo.

Fonte: /waste-management-world.com

A solução inovadora contra a montanha de lixo plástico que produzimos

A maneira como o plástico normalmente é reciclado é uma espiral descendente de resíduos, mas há outra opção — desfazer o processo e transformar o plástico novamente em óleo.





Existe um material feito pelo homem que você pode encontrar na terra, no ar e nas profundezas do oceano.

É tão durável que a maior parte do que foi criado ainda está presente em nosso ecossistema.

Uma vez na cadeia alimentar, ele permeia nossos corpos, fluindo do nosso sangue para nossos órgãos, chegando até mesmo à placenta humana.

Estamos falando do plástico, e essa durabilidade é também o que faz dele um material tão útil. Cabos que se estendem pelo fundo do oceano, tubulações de água subterrâneas e embalagens que mantêm os alimentos frescos, tudo depende dessa propriedade.

A reciclagem eficiente do plástico por meios convencionais ainda é difícil, e apenas 9% de todo o plástico já produzido foi reciclado em plásticos novos.

Mas e se houvesse uma maneira de transformar o plástico de volta no material do qual foi feito?

O "próximo grande desafio" para a química de polímeros — área responsável pela criação dos plásticos — é aprender a desfazer o processo e transformar o plástico novamente em óleo.

Este processo — conhecido como reciclagem química — tem sido explorado como uma alternativa viável à reciclagem convencional por décadas.

Até agora, o obstáculo tem sido a grande quantidade de energia necessária.

Isso, combinado ao preço volátil do petróleo bruto, às vezes torna mais barato produzir novos produtos de plástico do que reciclar o plástico existente.

Todos os anos, mais de 380 milhões de toneladas de plástico são produzidas em todo o mundo.

Conheça os desafios enfrentados com a reciclagem do plástico no Brasil

A título de comparação, isso equivale a quase o mesmo que 2,7 milhões de baleias azuis — ou mais de 100 vezes o peso de toda a população de baleias azuis.

Apenas 16% dos resíduos plásticos são reciclados para fazer novos plásticos, enquanto 40% são enviados para aterros sanitários, 25% para incineração e 19% são descartados no meio ambiente.

Grande parte do plástico que poderia ser reciclado — como o polietileno tereftalato (PET), usado em garrafas de refrigerante e outras embalagens — vai parar em aterros sanitários.

Muitas vezes, isso se deve à confusão sobre o que pode ou não ser reciclado e à contaminação com alimentos ou outros tipos de resíduos.

Outros plásticos — como sacos de salada e outros recipientes de comida — vão parar no aterro porque são feitos de uma combinação de diferentes plásticos que não podem ser facilmente separados em uma usina de reciclagem.

O lixo jogado na rua e os plásticos leves deixados em aterros sanitários ou despejados ilegalmente podem ser levados pelo vento ou arrastados pela chuva para os rios, acabando no oceano.

A reciclagem química é uma tentativa de reciclar o que não é reciclável.

Em vez de um sistema em que alguns plásticos são rejeitados porque são da cor errada ou feitos de compósitos, a reciclagem química poderia permitir que todos os tipos de plástico alimentem um sistema de reciclagem "infinito", que transforma os plásticos de volta em óleo, para que possam ser usados ​​na fabricação de plástico novamente.

A forma como o plástico é reciclado atualmente é mais uma espiral descendente do que um loop infinito.

Os plásticos são geralmente reciclados mecanicamente: são separados, limpos, triturados, derretidos e remodelados. Cada vez que o plástico é reciclado dessa forma, sua qualidade diminui.

Alguns plásticos que poderiam ser reciclados acabam em aterros sanitários devido a instalações precárias ou confusão sobre o que é ou não reciclável. — Foto: Alamy via BBC

Alguns plásticos que poderiam ser reciclados acabam em aterros sanitários devido a instalações precárias ou confusão sobre o que é ou não reciclável. — Foto: Alamy via BBC

Quando o plástico é derretido, as cadeias poliméricas são parcialmente quebradas, diminuindo sua resistência à tração e viscosidade, tornando-o mais difícil de processar.

O plástico reciclado, de qualidade inferior, muitas vezes se torna inadequado para uso em embalagens de alimentos, e a maioria dos plásticos pode ser reciclada um número bastante limitado de vezes antes de se degradar a ponto de se tornar inutilizável.

A indústria emergente de reciclagem química tem como objetivo evitar esse problema, fragmentando o plástico em seus blocos de construção químicos, que podem então ser usados ​​como combustíveis ou para fabricar novos plásticos.

A versão mais versátil da reciclagem química é a "reciclagem da matéria-prima".

Também conhecida como conversão térmica, a reciclagem de matéria-prima é qualquer processo que quebre os polímeros em moléculas mais simples usando calor.

O processo é bastante simples — vejamos o que acontece com uma garrafa de plástico.

Você a joga fora junto com o lixo reciclável para coleta. Ela é levada, junto com todos os outros resíduos, para uma unidade de triagem. Lá, o lixo é separado, mecanicamente ou manualmente, em diferentes tipos de materiais e diferentes tipos de plásticos.

Sua garrafa é lavada, triturada e empacotada em fardos, pronta para ser transportada até a central de reciclagem — até agora, igual ao processo convencional.

Em seguida, vem a reciclagem química: o plástico que antes compunha sua garrafa pode ser levado para um centro de pirólise, onde é derretido.

Na sequência, é colocado em um reator de pirólise, onde é aquecido a temperaturas extremas.

Este processo transforma o plástico em um gás que é então resfriado para condensar em um líquido semelhante ao óleo e, finalmente, destilado em frações que podem ser utilizadas para diferentes fins.

As técnicas de reciclagem química estão sendo testadas em todo o mundo. A empresa Recycling Technologies, do Reino Unido, desenvolveu uma máquina de pirólise que transforma plásticos difíceis de reciclar, como filmes, sacolas e plásticos laminados, em Plaxx (tipo de óleo).

Esta matéria-prima de hidrocarboneto líquido pode ser usada para fabricar plásticos virgens de qualidade. A primeira unidade em escala comercial foi instalada em Perth, na Escócia, em 2020.

Já a empresa Plastic Energy possui duas usinas de pirólise em escala comercial na Espanha e planeja expandir para a França, Holanda e Reino Unido.

Essas usinas transformam resíduos plásticos difíceis de reciclar, como embalagens de confeitaria, sacos de ração e de cereais matinais em uma substância chamada "TACOIL".

Esta matéria-prima pode ser usada para fazer plásticos próprios para alimentos.

Nos EUA, a empresa química Ineos se tornou a primeira a usar uma técnica chamada despolimerização em escala comercial para produzir polietileno reciclado, que vai para sacolas e plástico filme.

A Ineos também tem planos de construir várias usinas de reciclagem de pirólise novas.

No Reino Unido, a Mura Technology iniciou a construção da primeira fábrica em escala comercial do mundo capaz de reciclar todos os tipos de plástico.

A usina pode tratar plásticos mistos, plásticos coloridos, plásticos de todas as composições, em todos os estágios de decomposição, até mesmo plásticos contaminados com alimentos ou outros tipos de resíduos.

A técnica "hidrotérmica" da Mura é um tipo de reciclagem de matéria-prima que usa água dentro da câmara do reator para propagar o calor uniformemente. Aquecida a temperaturas extremas, mas pressurizada para impedir a evaporação, a água se torna "supercrítica" — um estado que não é sólido, líquido nem gasoso.

É o uso de água supercrítica, evitando a necessidade de aquecer as câmaras pelo lado de fora, que Mura diz que torna a técnica inerentemente escalonável.

"Se você aquecer o reator por fora, é muito difícil manter uma distribuição uniforme da temperatura. Quanto maior, mais difícil fica. É um pouco como cozinhar", explica o presidente-executivo da Mura, Steve Mahon.

"É difícil fritar um bife grande por completo, mas se você ferver, é fácil ter certeza de que está cozido uniformemente."

Os resíduos de plástico chegam ao local em fardos — várias camadas de plástico contaminado, como filmes flexíveis e bandejas rígidas que, de outra forma, teriam ido para incineração ou usinas que geram energia a partir de resíduos.

Borra de café vira adubo poderoso depois de reciclagem de cápsulas de alumínio

Os fardos são colocados na instalação de triagem inicial para remover quaisquer contaminantes inorgânicos, como vidro e metal.

Contaminantes orgânicos, como resíduos de alimentos ou do solo, podem passar pelo processo. O plástico é então triturado e limpo, antes de ser misturado com a água supercrítica.

Uma vez que este sistema de alta pressão é despressurizado e os resíduos saem dos reatores, a maior parte do líquido evapora.

Este vapor é resfriado em uma coluna de destilação, e os líquidos condensados ​​são separados em diferentes pontos de ebulição para produzir quatro hidrocarbonetos líquidos e óleos: nafta, gasóleo destilado, gasóleo pesado e resíduo de cera pesada, semelhante ao betume.

Estes produtos são então transportados para a indústria petroquímica.

Assim como acontece com outras técnicas de matéria-prima, não há ciclo descendente, uma vez que as ligações de polímero podem ser formadas novamente, o que significa que os plásticos podem ser reciclados infinitamente.

Com uma taxa de conversão de mais de 99%, quase todo o plástico se transforma em um produto útil.

"O elemento hidrocarboneto da matéria-prima será convertido em novos produtos de hidrocarbonetos estáveis ​​para uso na fabricação de novos plásticos e outros produtos químicos", diz Mahon.

Mesmo os materiais de preenchimento usados ​​em alguns plásticos — como calcário, corantes e plastificantes — não são um problema.

"Eles caem em nosso produto mais pesado de hidrocarboneto, o resíduo pesado de cera, que é um aglutinante do tipo betume para uso na indústria de construção."

Os gases quentes e excedentes gerados durante o processo serão usados ​​para aquecer a água, aumentando sua eficiência energética, e a usina será abastecida com 40% de energia renovável.

"Queremos usar o máximo de energia renovável possível e buscaremos, sempre que possível, chegar a 100%", diz Mahon.

A usina de Teesside da Mura, com conclusão prevista para 2022, tem como objetivo processar 80 mil toneladas de resíduos de plástico que até então não eram reciclados ​​todos os anos — e servirá de modelo para implementação global, com instalações planejadas na Alemanha e nos Estados Unidos.

Em 2025, a empresa pretende fornecer 1 milhão de toneladas de capacidade de reciclagem em operação ou desenvolvimento no mundo.

"[Nossa] reciclagem de resíduos plásticos em matérias-primas virgens equivalentes oferece os ingredientes para criar plásticos 100% reciclados, sem limite para o número de vezes que o mesmo material pode ser reciclado — desvinculando a produção de plástico dos recursos fósseis e inserindo o plástico em uma economia circular", explica Mahon.

Cientistas como Sharon George, professora de Ciências Ambientais na Universidade de Keele, no Reino Unido, veem com bons olhos a iniciativa da Mura.

"Isso supera o desafio da qualidade ao 'desfazer' o polímero plástico para nos oferecer os blocos de construção químicos brutos para começarmos de novo", diz George.

"Esta é a verdadeira reciclagem circular."

Ainda assim, nos últimos 30 anos, a reciclagem química revelou sérias limitações. Consome muita energia, tem enfrentado desafios técnicos e é difícil de expandir para níveis industriais.

Em 2020, um relatório da Aliança Global para Alternativas à Incineração (Gaia, na sigla em inglês), um grupo de organizações e indivíduos que promove movimentos sociais para reduzir o desperdício e a poluição, concluiu que a reciclagem química é poluente, consome muita energia e está sujeita a falhas técnicas.

O relatório apontou que a reciclagem química não era uma solução viável para o problema do plástico, sobretudo no ritmo e na escala necessários.

Além disso, se o produto final da reciclagem química for um óleo usado como combustível, o processo não reduzirá a necessidade de plástico virgem, e a queima desses combustíveis liberaria gases de efeito estufa, exatamente como os combustíveis fósseis comuns fazem.

"As ONGs ambientais estão de olho nos métodos de reciclagem emergentes", diz Paula Chin, especialista em materiais sustentáveis ​​da WWF, ONG de preservação ambiental.

"Estas tecnologias estão numa fase inicial e não são de forma alguma a solução mágica para o problema dos resíduos plásticos. Devemos nos concentrar em aumentar a eficiência dos recursos como uma forma de minimizar o desperdício por meio de uma maior reutilização, refis e sistemas de reparo — e não dependendo da reciclagem como salvador."

Mas a Mura argumenta que sua usina preencherá um nicho muito necessário.

"A reciclagem [química] é um setor novo, mas a escala em que está se desenvolvendo, especificamente na Mura, mostra a necessidade urgente de novas tecnologias para enfrentar o problema crescente de resíduos de plástico e vazamento ambiental, e uma oportunidade para reciclar um recurso disponível valioso, que atualmente vai ser desperdiçado", afirma Mahon.

O processo da Mura visa complementar a infraestrutura e os processos mecânicos existentes, e não competir com eles, reciclando materiais que de outra forma iriam parar em aterros, incineradores ou no meio ambiente.

Todos os resíduos plásticos que a empresa processa serão transformados em plásticos novos ou em outros materiais, nenhum será queimado como combustível.

A Mura diz esperar que o uso de água supercrítica para transferência eficiente de calor permita à companhia expandir para níveis industriais, reduzindo o uso de energia e os custos.

Pode ser um fator crucial para o sucesso numa área em que houve tanto fracasso.

Um dos principais motivos pelos quais a reciclagem química não decolou até agora foi o colapso financeiro.

Em um relatório de 2017, a Gaia citou vários projetos que fracassaram, incluindo a instalação da Thermoselect, na Alemanha, que perdeu mais de US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) em cinco anos; a Interserve, no Reino Unido, que perdeu US$ 100 milhões (R$ 506 milhões) em vários projetos de reciclagem química; e muitas outras empresas que faliram.

A dificuldade financeira é algo que tem impedido não apenas a reciclagem química, mas todos os tipos de reciclagem de plástico.

"Não faz sentido do ponto de vista econômico. Coletar, fazer a triagem e reciclar embalagens é simplesmente mais caro do que produzir embalagens virgens", explica Sara Wingstrand, gerente de projetos de economia de novos plásticos na Fundação Ellen MacArthur, ONG estabelecida em 2010 com a missão de acelerar a transição rumo a uma economia circular.

Segundo ela, o único caminho para o "financiamento dedicado, contínuo e suficiente em larga escala" da reciclagem é por meio de esquemas de Responsabilidade Estendida do Produtor (REP) baseados em taxas. A REP uma estratégia de mercado destinada a promover a integração dos custos ambientais associados com os produtos ao longo da sua vida, segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Todas as indústrias que introduzem o plástico contribuiriam com fundos para coletar e processar suas embalagens após o uso.

"Sem isso, é muito improvável que a reciclagem de embalagens seja escalonada na medida necessária", diz Wingstrand.

Mas Mahon acredita que um sistema como o da Mura é outra forma de tornar a reciclagem de plástico viável economicamente, produzindo um óleo que pode ser vendido com lucro.

A Mura anunciou recentemente parcerias com as fabricantes de plástico Dow e Igus GmbH, além da construtora KBR.

"O interessante aqui é que a Mura pode encontrar valor em plásticos que geralmente não são economicamente viáveis para reciclar mecanicamente", avalia Taylor Uekert, pesquisadora do Cambridge Creative Circular Plastics Centre, instituto de pesquisa para a eliminação de resíduos plásticos ligado à Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Mesmo com a capacidade de "desfazer" todos os tipos de plástico para que possam ser reutilizados novamente, é improvável que todos os problemas relativos à poluição por plástico desapareçam.

Enquanto continuar parando em aterros sanitários e no meio ambiente, o plástico seguirá cumprindo a missão para o qual foi criado: durar

Por BBC News/G1