O sistema de ônibus de São Paulo terá, pelo menos, 15 veículos movidos à eletricidade gerada por energia solar. E a carga para abastecer os veículos sairá de Araçatuba. Assim, a energia solar beneficia não só o transporte coletivo, como diversos setores da sociedade.
Na última semana, o prefeito em exercício e presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, e secretários da gestão do prefeito Bruno Covas estiveram na planta da empresa BYD, produtora de ônibus elétricos e de placas de energia fotovoltaicas, em Campinas (SP).
Durante a reunião, Milton Leite disse ao Diário do Transporte que a BYD comprou uma fazenda em Araçatuba, que fará a geração de energia elétrica por meio de placas de captação da luz solar para abastecer os veículos.
Esta energia, totalmente limpa, será disponibilizada ao Operador Nacional do Sistema, o que vai gerar crédito para abater do consumo da cidade de São Paulo.
“É um grande avanço porque há um ciclo completo. A geração de eletricidade é totalmente limpa, por meio da energia solar. O sistema estará livre das oscilações de fornecimento e das bandeiras tarifárias que encarecem a energia. O custo será mais baixo para o transporte coletivo” – disse Leite ao Diário.
IMPLEMENTAÇÃO
Entre esta e a outra semana, segundo Milton Leite, a Secretaria de Municipal de Mobilidade e Transportes e a SPTrans – São Paulo Transporte vão definir a garagem de uma das empresas do sistema que vão receber estes primeiros 15 ônibus.
Nas garagens, será necessária apenas a estrutura de recarga dos ônibus, que também será fornecida pela BYD.
“Também será necessária uma subestação na garagem ligada ao Operador do Sistema, que vai consumir o crédito gerado em Araçatuba. A subestação ligada ao Sistema Nacional de Energia vai evitar que a garagem fique desabastecida e sofra com oscilações e quedas de energia que possam vir a prejudicar o carregamento das baterias dos ônibus”, explica a reportagem.
CUSTO
Conforme a prefeitura informa, os custos com os ônibus elétricos serão iguais ou menores que o gasto com o diesel. Porém, de forma natural.
“Fixamos um limitador. Os custos máximos da locação destas baterias [dos ônibus] que vão ser fornecidas junto com os chassis e as carrocerias não podem ser maiores do que a cidade já gasta com óleo diesel. Vai ser estipulado um teto de acordo com o que já pagamos com o diesel. Assim, os combustíveis fósseis estarão sendo gradativamente eliminados para que tenhamos um transporte sem emissões” – disse.
Desde janeiro deste ano, foi sancionada a lei 16.802 que estipula novas metas de redução de poluição pelos ônibus municipais.
As reduções de emissões de poluição pelos ônibus de São Paulo devem ser de acordo com o tipo de poluente. Conforme prazos de 10 anos e 20 anos.
Em 10 anos, as reduções de CO2 (gás carbônico) devem ser de 50% e de 100%, em 20 anos. Já as reduções de MP (materiais particulados) devem ser de 90%, em 10 anos, e de 95%, em 20 anos. As emissões de Óxidos de Nitrogênio devem ser de 80%, em 10 anos, e de 95%, em 20 anos.
As metas devem estar nos editais de licitação do sistema de ônibus da cidade, que estão barrados pelo TCM – Tribunal de Contas do Município. (Com informações do Diário dos Transportes).
Fonte: SBT Notícia.