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Lixo urbano pode gerar energia em Belém/PA


Estudo mostra que área metropolitana e seus 2,5 milhões de habitantes, com geração diária de 2,2 mil toneladas por dia, permitiria a geração de 53 MW ao ano, através de usinas

Catadores atuam na capital: com usinas adequadas, Belém poderia gerar energia para ajudar a abastecer a cidade (Thiago Gomes/O Liberal)

Belém reúne um grande potencial para transformar lixo urbano em energia, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social regional e para proteção ambiental na capital paraense. Esse assunto pode, inclusive, contribuir com o debate entre os municípios da RMB, sobre como ficará a armazenagem dos detritos urbanos com o término do aterro sanitário em Marituba. Uma tecnologia de transformação do lixo urbano bem utilizada é a recuperação energética, por meio do tratamento térmico dos resíduos (waste-to-energy – WTE). De acordo com a Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren), “a região metropolitana de Belém tem uma população de 2,5 milhões de habitantes, com uma geração anual de 803 mil toneladas de lixo urbano, e uma geração diária de 2,2 mil toneladas por dia”. Segundo a Abren, isso permitiria a geração de 53 MW de potência instalada, por meio de usinas waste-to-energy (WTE).

No entanto, esses 53 MW potenciais seriam reduzidos de sete a dez vezes, caso se decida utilizar aterro sanitário com captura de gás. Isso aconteceria porque uma tonelada de lixo gera de 450 a 600kW/h em usina waste-to-energy, ao passo que, em usina de captura de gás de aterro, o desempenho é de 65kw/h por tonelada de lixo. Na operação da usina, estima-se uma economia de R$ 990 milhões no atendimento médico decorrente do contato inadequado com o lixo urbano, R$ 1,4 bilhões em danos ambientais, que serão evitados, e R$ 128 milhões no transporte do lixo urbano, já que as usinas WTE geralmente ficam mais próximo à geração do lixo, quando comparado com os aterros sanitários.

“O 5º Relatório do IPCC (ONU, 2011) – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – aponta que as usinas WTE reduzem em oito vezes as emissões de gases de efeito estufa, quando comparado com aterro sanitário com captura de metano. Com isso, estima-se que serão evitadas emissões de 43 milhões de toneladas por ano de CO2 equivalente, o que representa 130 milhões de árvores plantadas ou 234 mil veículos a gasolina eliminados por ano das ruas”, destacou o presidente da Abren, Yuri Schmitke Almeida Belchior Tisi, à redação integrada de O Liberal.

“As usinas WTE também irão reciclar 4 milhões de toneladas de minerais como agregado por ano, e recuperar 838 mil toneladas de metais ferrosos e não ferrosos por ano. Por fim, estima-se que Belém poderá demandar R$ 1,9 bilhões em investimentos iniciais para usinas WTE (CAPEX), e R$ 442 milhões em receita bruta anual, aumentando significativamente a arrecadação tributária nos Municípios e no Estado do Pará”, calcula Belchior Tisi.

Material coletado por catadores por semana, em Belém, é de 12 toneladas (divulgação)

Desafio é separar o lixo na fonte

Na avaliação do professor universitário e doutor em Engenharia Ambiental Paulo Pinho, em Belém, a implantação de um projeto nesse sentido abrange um programa de segregação dos resíduos na fonte, seja em uma casa, seja em um comércio, uma feira livre. Isso porque é decisivo se colocar no gerador de energia somente o material específico, a fim de se evitar perda de energia.

“Uma condição preliminar é nós termos uma boa coleta seletiva na cidade, e toda uma população sabendo o que fazer: separar os seus resíduos sólidos urbanos por classe, seja reciclado, seja compostado seja ela também incinerável (tratado termicamente-grifo nosso)”, ressaltou.

Pinho considera que Belém pode aproveitar o lixo urbano para geração de energia, mas o desafio são os custos de implantação e operação do projeto, o que tem de ser considerado em um estudo de viabilidade.

Transformação em riqueza

A recuperação energética por meio do tratamento térmico dos resíduos (WTE), mediante processo de combustão, reduz em 99% o volume do rejeito destinado ao aterro, sendo que de 12% a 18% são escórias que podem servir para a pavimentação e construção civil, e de 3% a 5% são metais ferrosos e não ferrosos, que retornam para a indústria. O vapor gerado também pode ser utilizado. Ele serve ao aquecimento ou resfriamento de residências ou edifícios, e para a gerar energia elétrica limpa e renovável.

Outra tecnologia relevante, como destaca Yuri Tisi, é a separação e preparação (blendagem) do Combustível Derivado de Resíduos (CDR) do lixo urbano, que poderá ser utilizado em processos industriais na forma de coprocessamento. O CDR contribui para a redução dos gases de efeito estufa.

Segundo estudo da Abren, “o Brasil tem o potencial de fazer a recuperação energética (WTE) de 48% da população brasileira, situada nas 28 regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes”. A Abren diz ainda que o tratamento térmico do lixo urbano ocorre somente com a fração não reciclável, e que a reciclagem ocorre nas residências e nas centrais de triagem e separação, que existem em praticamente todas as 28 regiões metropolitanas. Assim, os catadores de recicláveis podem separar previamente os resíduos, sem impacto para tais atividades, avalia a entidade.

FONTE: O LIBERAL

Marabá: Guseiras começam a operar com potencial de ampliação da produção

Após amargar longa crise com paralisações e demissões em massa por problemas ambientais, o polo siderúrgico retoma a produção de ferro gusa no Distrito Industrial de Marabá


Após amargar longa crise com paralisações e demissões em massa por problemas ambientais, alto preço de produção, escassez de mercado, dentre outras dificuldades, o polo siderúrgico de Marabá retoma, aos poucos, a produção de ferro gusa no Distrito Industrial de Marabá (DIM).

No auge da produção, por volta de 2003/2004, o complexo do polo siderúrgico instalado no DIM chegou a ter 12 siderúrgicas produzindo ferro gusa 24 horas em três turnos, operacionalizando 22 alto fornos à plena produção.

Simara, Cosipar, Sinobras, Sidepar, Ferrogusa Carajás, Brasil Novo, Usimar, Da Terra, Sidenorte, Ibérica e Maragusa/Âncora compravam a matéria-prima básica da Vale, que a transportava por sua ferrovia que liga Parauapebas (PA) ao porto de Ponta da Madeira, em São Luís (MA), com ramal em Marabá.

Um dos maiores desafios dessas empresas é equacionar a autossuficiência florestal ao longo do funcionamento da Siderúrgica, visto que a disponibilidade de florestas próprias para produção de carvão vegetal é uma condição necessária para o seu funcionamento regular e duradouro. A pressão de órgãos ambientais como Ibama e ICMBio, que aplicaram pesadas multas por conta da origem do carvão vegetal (matéria prima do gusa) é um desafio a ser superado.

Outra questão é obter um preço diferenciado da matéria-prima fornecida pela Vale, conforme atesta Zeferino de Abreu Neto, executivo do setor e presidente do Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa.

Outra opção, mais cara e complexa, e de alto custo, seria alimentar as siderúrgicas com gás, construindo dutos para abastecer as plantas industriais de Marabá, solução que na opinião do ex-Presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá, Ítalo Ipojucan daria condição de competitividade, abandonando o carvão vegetal, o maior gargalo da produção do setor.

ACIM

Por telefone, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá (ACIM), empresário e advogado Raimundo Nonato Araujo Junior, disse que a entidade está trabalhando em três eixos que garantam condições essenciais para que o setor volte a operar o polo siderúrgico do DIM.

“A ACIM vem, ao longo do tempo, envidando esforços junto às autoridades constituídas do Executivo e do Legislativo estadual e federal no tocante à possibilidade de uma modernização da legislação ambiental vigente, nos termos em que hoje acontece no vizinho estado do Tocantins”, explicou Araujo Junior.


O presidente da ACIM destacou que a entidade tem todo o interesse que o setor volte a produzir, gerando empregos, renda e avanços para toda a sociedade marabaense e paraense. “Com fazendas licenciadas, um bom manejo florestal e tributação diferenciada, aos moldes do que é praticado para o fornecimento de madeira para a produção da indústria de celulose, criaremos condições de competitividade de preço de produção e responsabilidade ambiental”, detalhou.

Araujo Junior revelou que a ACIM tem articulado junto ao governo e à mineradora Vale um preço de minério diferenciado para as plantas industriais de ferro gusa no DIM. “Defendemos que haja a participação do poder público e da Vale como indutores desse setor, a partir de fornecimento de minério de ferro com preço diferenciado às empresas. A produção das minas da Vale são próximas ao DIM e não há porque a Vale não participe desse processo de retomada do setor guseiro”, defendeu.

No auge da produção de 12 plantas industriais de ferro gusa, a Vale fornecia ao DIM apenas 1% do total de sua produção para abastecer as indústrias em Marabá.

Derrocada

A partir de 2008 ruíram como um castelo de cartas, uma guseira estabelecidas no DIM após a outra, encerrando um ciclo econômico industrial que gerava mais de 20 mil empregos diretos, produzia riquezas, salários, compras no comércio local, incrementava o setor imobiliário e gerava dezenas de milhões de dólares com a venda da produção, toda ela exportada para o exterior; agora, surgem novos investimentos resultando na abertura de algumas siderúrgicas.

Logística

Os investidores consideram que o DIM é bem servido do ponto de vista da logística, com acesso por aeroporto, três rodovias federais, ferrovia e uma hidrovia a ser concluída com a obra de derrocamento do Pedral do Lourenço, que permitirá a navegabilidade do Rio Tocantins, prevista para iniciar no final de 2020.

O acesso ao Distrito Industrial de Marabá se dá por meio da rodovia federal BR-155 (antiga PA-150), pista simples de sentido duplo, que tornou-se uma via perigosa para o tráfego (não é de hoje) intenso de veículos de passeio, caminhões e carretas. Um caminhão que sai do DIM para acessar a BR passa por uma atividade de risco, sujeito a grave acidente. “Essa rodovia precisa de atenção das autoridades, e o ideal seria sua duplicação, com acostamentos planejados para a demanda que já havia e torna a ressurgir”, disse Francisco Arnilson de Assis, empresário e ex-gerente do Distrito Industrial de Marabá (2008 a 2010).

Na entrada do DIM caberia também um trevo, com rotatória, para não atrapalhar o intenso fluxo de veículos que passa diariamente no local.

Nas vias internas de acessos às siderúrgicas há problemas de conservação que ocasionaram vários pontos de erosão, causando riscos ao tráfego das pesadas carretas e caminhões que transportam a matéria-prima e o carvão vegetal que alimenta os alto fornos.

Novas siderúrgicas estão surgindo no DIM

Aos poucos, novas empresas ou antigas estão retomando a produção. Confira quais as empresas estão ativas e as que têm planos de operar no DIM.

Siderúrgica Âncora

Após o fechamento de todas as guseiras, eram mais de uma dezena, gerando milhares de empregos diretos e indiretos e fortalecendo uma cadeia produtiva enorme, beneficiando municípios e estados, em junho de 2018 ressurgiu a Maragusa, com o nome de Siderúrgica Âncora. Investidores mineiros arrendaram a planta industrial e hoje empregam mais de 160 funcionários, com um leque enorme de negócios envolvidos, desde o transporte de trabalhadores por uma empresa terceirizada com vários ônibus a circular em três turnos de trabalho. A Maragusa era de propriedade do Leonildo Rocha que edificou um projeto moderno de produção de ferro gusa, e ganhou vida e está produzindo normalmente.

No fechamento dessa reportagem recebemos a notícia de que a Âncora foi obrigada a suspender suas atividades na última semana por falta de matéria-prima (minério de ferro) para alimentar o seu alto forno.

Gusa Brasil


Com um novo quadro administrativo à frente, a antiga siderúrgica Sidepar. que no passado funcionava com três fornos e três turnos, com quadro de mais de 800 funcionários, ressurge como a Gusa Brasil. O forno foi reativado em 18 de dezembro de 2019 e já responde por 160 empregos diretos. Nem precisa ser um grande observador para ver nos rostos dos trabalhadores uma grande satisfação ao voltar para o mercado de trabalho, poder, com o fruto de seu suor, garantir uma melhor condição de vida para suas famílias. O brasileiro se transforma quando volta a trabalhar e essa expressão está visível, daí todos os esforços empresariais se revestem de grande importância.

Sidepar

Quando operava, a Sidepar (Siderúrgica do Pará) detinha mina própria para extração de minério de ferro, chegando a operar quatro alto fornos em sua planta no DIM sem depender da Vale para comprar minério de Ferro. Sua mina, em Floresta do Araguaia abastecia sua grande necessidade de matéria-prima. Tragada pelo efeito dominó que iniciou em 2008, o DIM viu uma a uma as guseiras fecharem as portas. Nove empresas do setor não suportaram o tranco em função da crise mundial que fez despencar o preço do minério de ferro e também do gusa.

Embora também tenha sido afetada pela queda do preço do aço, a Sinobras não entra na conta das nanicas guseiras porque sua produção é comercializada no mercado nacional e alcançou autossuficiência na produção de carvão vegetal por ter investido de forma correta e de acordo com a legislação vigente no plantio de eucalipto em dez fazendas no vizinho estado do Tocantins, mas, mesmo assim fechou. Na época dos problemas, um dos fatores que desmotivaram os diretores da Sidepar foi o baixo preço do ferro gusa que a China estava praticando no mercado internacional, vendendo o produto por US$ 200 dólares a tonelada, num famoso caso de dumping —expediente utilizado para a venda produtos a um preço inferior ao do mercado, especialmente o mercado internacional —, prática condenada pela Organização Mundial do Comércio (OMC). O custo para produção no DIM à época era de US$ 350 dólares. “Temos uma carga tributária muito alta. Apesar de toda a estrutura logística que possui e ainda uma mineração própria, a Sidepar também não aguentou e encerrou suas atividades”, disse Neiba Nunes que presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos de Marabá.

Ferrogusa Carajás

A antiga siderúrgica Terra Norte funcionou por muitos anos com dois fornos. Foi vendida bem antes da crise do mercado mundial, tornou-se a Cikel, empreendimento dos mais organizados dentro do DIM. Com projeto moderno, o seu conjunto industrial, ambiental e de trabalho está adequado aos novos tempos, mas, foi obrigada a fechar as portas e ressurge novamente, com previsão de voltar a funcionar a partir de julho de 2020, informou um funcionário da administração com uma alegria sem tamanho. Para tanto, já foi recuperado um forno de grande capacidade produtiva. As cores estão voltando nas instalações, estruturas sendo recuperadas, renovadas. No seu momento de consolidação de produção, quando tinha dois fornos funcionando, gerou mais de 500 empregos diretos.

Carvopar

Empresa estabelecida em São Luís do Maranhão, tendo a logística como sua atividade principal, mudou-se para o DIM e está implantada ao lado da grande Gusa Brasil. Veio agregar valores à produção e gerar mais empregos. O seu proprietário está muito entusiasmado e confiante na retomada do setor.

Novos Negócios

Um ex-guseiro que pediu para não ter o seu nome revelado disse que está com suas atividades bastante avançadas na extração de minério de ferro, extração e flotação do minério de cobre. “Novos negócios começam a agitar o setor após a crise de 2008 e o governo tinha que dar uma atenção especial para esses empreendimentos”, comentou.

“A tristeza não é apenas pelo fechamento das siderúrgicas, mas por falta de uma política pública para que o Brasil não viva apenas de exportar matéria prima e depois comprar produtos industrializados lá de fora”, lamentou Neiba Nunes.

VENDEDOR DE COCO CRIA CANUDO DE BAMBU E EVITA DESCARTE DE 8 MIL CANUDINHOS DE PLÁSTICO POR MÊS


O produto é artesanal e ainda pode virar adubo após utilizado. A novidade aumentou em 60% as vendas na barraca, segundo o vendedor.

Com proibição do uso de canudos de plástico em diversas cidades do Brasil, uma ideia inusitada e ecológica surgiu no centro de Belém. Trabalhando com a venda de cocos na praça Batista Campos há quase 30 anos, Said Trindade criou novos canudos feitos de bambu. O produto é artesanal e ainda pode virar adubo após utilizado. A novidade aumentou em 60% as vendas na barraca, segundo o vendedor.

“Eu pensei no canudinho de bambu num momento de desespero. Eu trabalho vendendo coco aqui na praça há mais de 30 anos. Eu só sei vender coco, não sei fazer mais nada e estava preocupado com a possível proibição dos canudinhos de plástico, como acontece em outras cidades. Nesse momento eu me lembrei do bambu. Eu sou de Concórdia do Pará e lá tem muito bambu”, relata o vendedor.

Segundo Said, o sucesso dos canudos veio pelas redes sociais. Ele conta que uma cliente gostou da ideia e fez uma postagem divulgando o produto. A repercussão foi rápida e deixou a barraca conhecida na praça. O sucesso foi tanto que as vendas cresceram mesmo em período de baixa temporada.

“Eu comecei a fazer os canudos em julho, mas ninguém tinha dado muita importância. Até que veio uma cliente aqui, gostou da ideia e postou nas redes sociais. No dia seguinte o canudo já era um sucesso. Em menos de seis horas, todos os canudos que eu tinha terminaram. Por conta disso, voltei pro interior e produzi mais canudos. Minhas vendas cresceram em 60% justo no período de chuvas aqui na região, quando eu vendo menos coco”, explica.

Fabricação

Said garante que o processo de fabricação dos canudos é simples. Após o corte do bambu, os canudos passam por um processo de higienização para eliminar possíveis bactérias. De acordo com o vendedor, isso tudo é feito em casa.

“Eu corto a junta do bambu em dois lugares, dispenso a junta e aparece o canudinho. Depois disso eu escaldo os canudos e coloco eles no álcool. Então eu lavo com água e sabão, eles são lixados e colocados na barraca”, conta.

Ao contrário de outros canudos reutilizáveis como os de inox ou papel, o canudo de bambu deve retornar à natureza. Cada cliente ganha o canudo de presente, mas os que não são levados são transformados em adubo no sítio do vendedor, em Concórdia do Pará, nordeste do Estado.

“Nós jamais lavamos os canudos. Eu acho que lavar o canudinho é muita falta de higiene. O canudo é uma coisa individual e descartável. Uma barraca que vende vários cocos por dia não pode fazer isso. Nós costumamos dar os canudos para os clientes. Os que sobrarem nós vamos guardar, triturar e transformar em adubo para o meu terreno em Concórdia. A nossa intenção é levar o mínimo de canudos para o lixo”, declarou.

Sustentável

Vendas na barraca aumentaram mais de 60% depois dos canudos de bambu — Foto: Reprodução/TV Liberal

Said diz que os canudos estão abrindo novas portas. Ele já recebeu um convite da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) para falar sobre a invenção. Além disso, o vendedor já está comercializando os canudos para outras barracas na praça.

“A procura pelo canudo é muito grande, e as outras barracas se sentem pressionadas a fazer algo parecido. Eu vou aproveitar isso é deixar a praça mais sustentável. Vou cobrar um valor simbólico de cada barraca para a produção do canudo, só envolvendo a mão de obra. Futuramente eu penso em vender para outras empresas fora da praça”.

O comerciante também tem noção de como sua iniciativa é importante para a preservação ambiental. O uso de canudos de bambu representa cerca de 8 mil canudinhos a menos no lixo em cada mês, somente na barraca de Said.

G1

EDP ​​vai construir usina fotovoltaica de 5 MW para abastecer Banco do Brasil

A instalação de energia fotovoltaica, localizada na cidade de Januaria, deverá estar em funcionamento em 2019. Sua produção irá para a potência 58 dos escritórios do banco no estado.

A EDP Energias do Brasil SA (B3: ENBR3) e o banco nacional Banco do Brasil assinaram nesta quarta-feira um contrato para o desenvolvimento de um projeto fotovoltaico (PV) de 5 MWp no estado de Minas Gerais.

A instalação de energia fotovoltaica, localizada na cidade de Januaria, deverá estar em funcionamento em 2019. Sua produção irá para a potência 58 dos escritórios do banco no estado.

Composta por 15.000 painéis solares, a usina solar deve gerar cerca de 11 GWh por ano, o que seria suficiente para atender à demanda anual de 4.500 residências locais e compensar cerca de 1.000 toneladas de emissões de dióxido de carbono (CO2). O banco estima que economizará aproximadamente R $ 82 milhões (US $ 21,3 milhões / EUR 18,5 milhões) em sua conta de eletricidade ao longo de um período de 15 anos, graças ao contrato de energia solar.

O Banco do Brasil tem planos para, nos próximos anos, construir duas outras fazendas PV em Minas Gerais, assim como nos estados de Goiás, Distrito Federal, Pará, Maranhão e Bahia.

Nove cidades brasileiras aderiram ao Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia em Brasília

Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia em colaboração com ICLEI América do Sul.

Nove cidades brasileiras assinaram, em Brasília (Brasil), a adesão ao Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia (GCoM), a maior aliança global de cidades comprometidas com o combate ao aquecimento global e que já conta com 9.149 cidades.

Itacoatiara (AM), Nova Santa Rita (RS), Alexânia (GO), Indiaroba (SE), Serra Talhada (PE), São Cristóvão (SE), Lauro de Freitas (BA), Camocim (CE) e Juruti (PA) foram as localidades que se comprometeram a promover ações locais diante do fenômeno e a estar presentes nas discussões internacionais sobre sustentabilidade.

Cidades durante a cerimônia de comprometimento com o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia

A prefeita de Camocim, Mônica Gomes Aguiar, assegurou que “fazer parte do Pacto significa poder trocar experiências com os municípios mais avançados nas discussões sobre desenvolvimento sustentável” e convidou diferentes atores a “investir para que as cidades possam se desenvolver de maneira sustentável”.

Prefeita Moema Gramacho, de Lauro de Freitas/BA

Como parte desse movimento global, as cidades devem agora seguir um roteiro para implementar ações em seu município nos próximos 3 anos, como a preparação de inventários de gases de efeito estufa, análise de vulnerabilidade e planos de ação climática e de energia. Para isso, as cidades terão acesso a treinamento e apoio técnico de organizações como o ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, a Associação Brasileira de Municípios, a Frente Nacional de Prefeitos, a Confederação Nacional de Municípios e o GCom-LAC, para desenvolver essas etapas o próximo ano.

Prefeito Alysson Silva, de Alexânia/GO

A cerimônia de assinatura das 9 cidades aconteceu durante o Painel sobre os ODS nos municípios, promovido pela Associação Brasileira de Municípios (ABM), no dia 27 de novembro, na capital do Brasil. A mesa foi composta pelo Ministro Conselheiro da União Européia no Brasil, Thierry Dudermel, o Diretor Executivo da ABM, Eduardo Tadeu Pereira, e a Coordenadora de Relações Institucionais e Comunicação do ICLEI América do Sul, organização que preside o Comitê Consultivo Nacional do Pacto no Brasil, Daniela Ades.

Prefeito Henrique Gomes Costa, de Juruti/PA

O prefeito de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, e Presidente da Associação Brasileira de Municípios, Ary Vanazzi, garantiu que “estamos trabalhando para ajudar os municípios a se prepararem melhor, se conhecerem melhor e buscarem a aplicação de políticas relacionadas aos ODS em suas populações”. Vanazzi acrescentou, além disso, que a ABM assumiu o “compromisso com nossos prefeitos, para que eles sejam incluídos, se capacitem, e também defendam o Pacto de Prefeitos, o que contribui para uma melhor convivência na construção de nossas cidades”.

Daniela Ades, coordenadora de Relações Institucionais e Comunicação do ICLEI América do Sul, durante sua intervenção na cerimônia

O painel abordou a implementação dos ODS nos municípios, que se concentraram na experiência do projeto Parceria pelo Desenvolvimento Sustentável.

Sobre o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia

O Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia reúne formalmente o Compacto de Prefeitos e o Pacto de Prefeitos da União Europeia, as duas principais iniciativas de cidades para ajudar as cidades e os governos locais em sua transição para uma economia de baixo carbono demonstrar seu impacto global. Liderados pelo enviado especial do Secretário-Geral das Cidades e Mudanças Climáticas das Nações Unidas, Michael R. Bloomberg, e o Vice-Presidente da Comissão Europeia, Maroš Šefčovič, a coalizão compreende mais de 9.149 cidades em 6 continentes e 120 países, representando mais de 700 milhões de pessoas ou 10% da população mundial. Obtenha mais informações em http://pactodealcaldes-la.eu. O Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia na América Latina e no Caribe é o capítulo da América Latina e do Caribe que trabalha para estabelecer o Pacto Global na região.

Empresa chinesa tem interesse em investir em fábrica de placas solares


O presidente da Agência de Fomento do Estado de Mato Grosso, José Adolpho Vieira e o diretor de Prospecção e Projetos, João Alexandre Gebara, receberam nesta quarta-feira (21), os representantes da empresa chinesa de energia, Corona Energy Technology. A Corona tem interesse em investir na fabricação de placas de energia solar setor em Mato Grosso.

A vinda da empresa chinesa a Mato Grosso é resultado do fórum promovido pelo Governo do Estado no país asiático em novembro de 2017. A comitiva liderada pelo governador Pedro Taques apresentou diversos potenciais para o setor de infraestrutura e agronegócio, visando parcerias e investimentos no estado. À época, o objetivo principal do estado era alavancar em infraestrutura e logística, educação, inovação tecnológica, agroindústria, indústria têxtil, mineração, turismo e energia renovável (energia solar).

A empresa fez uma doação de placas e luminárias de energia solar para o estado o município. “Somos capazes de realizar projetos, mas, com parcerias, a gente caminha e faz a diferença. Eu penso que as placas solares que recebemos, devem serem instaladas nas escolas da zona rural ou até mesmo nos parques”, afirmou o presidente da Desenvolve MT.

O gerente geral da empresa chinesa, Lawrence Liu, falou do planejamento em investir em uma indústria no estado. “Estamos entusiasmados em trazer para Mato Grosso uma indústria de iluminação gerada pela energia solar. Aqui tem grande potencial para a produção de energia eólica e fotovoltaica. O nosso planejamento, é exportar para todo o Centro Oeste, Bolívia e toda a América do Sul. Temos grandes interesses na região”, destacou Liu.

Ainda conforme Liu, em 2017, a Corona abriu um escritório de vendas para organizar estratégias para o mercado externo e Brasil se tornou um dos pontos de interesse devido à eficiência energética e ao mercado doméstico de energia. No ano passado, a Corona Technology instalou em São Paulo uma filial brasileira e já começa a fechar negócios, como por exemplo, em Rondônia e Pará onde conseguiu montar um sistema de irrigação solar voltada para a agricultura.

A Desenvolve MT atua no fomento à política de investimento e tem por objetivo social contribuir para a atração de empresas e modernização das estruturas produtivas, com aumento da competitividade estadual.

Fonte: Cenário MT

Com energia solar empresa fornece eletricidade para comunidade no Pará


Localizado no interior da Floresta Amazônica, no Pará, o município de Porto de Moz é habitado por uma comunidade extrativista, cuja atividade econômica se baseia no extrativismo e agricultura de subsistência. A Órigo Energia, antiga EBES, que desde 2010 desenvolve e implanta sistemas de energia elétrica solar no país, anuncia projeto para levar energia solar fotovoltaica e iluminação para mais de 2.250 famílias.

A construção e instalação de sistemas solares que começou em outubro de 2017 é pioneira e a maior do país em escala, potência instalada e quantidade de pessoas beneficiadas. Ao todo serão dispostos 2.334 sistemas off-grid de energia fotovoltaica em residências, centros comunitários, igrejas, escolas públicas, e postos de saúde para beneficiar os moradores que antes sem acesso à energia ou dependentes da geração à diesel.

“Adquirimos bagagem e expertise ao executar um projeto similar na Praia do Bonete, em Ilhabela (SP), em que proporcionamos o acesso à energia limpa para 180 famílias. Agora em Porto de Moz, teremos aproximadamente 3.200 kWp de capacidade instalada. É uma iniciativa muito importante que prevemos estender para outras localidades, permitindo que mais pessoas possam ter acesso à energia e o primordial, de maneira sustentável”, explica Surya Mendonça, CEO da Órigo Energia.

Atualmente, a empresa opera com três modelos de negócio: Telhado Solar, para empreendimentos residenciais e comerciais; Fazenda Solar, iniciativa inovadora que oferece planos de assinatura mensal para geração de energia solar, voltada para empresários de Minas Gerais e Projetos Especiais Offgrid, como é o caso do Projeto Porto de Moz. Para o próximo ano, a Órigo Energia tem expectativa de aumentar o investimento nesse último modelo, com o objetivo de massificar a produção e consumo de energia renovável, principalmente para as localidades mais afastadas.

FONTE: Envolverde

COM ENERGIA SOLAR EMPRESA FORNECE ELETRICIDADE PARA COMUNIDADE NO PARÁ

Localizado no interior da Floresta Amazônica, no Pará, o município de Porto de Moz é habitado por uma comunidade extrativista, cuja atividade econômica se baseia no extrativismo e agricultura de subsistência. A Órigo Energia, antiga EBES, que desde 2010 desenvolve e implanta sistemas de energia elétrica solar no país, anuncia projeto para levar energia solar fotovoltaica e iluminação para mais de 2.250 famílias.
A construção e instalação de sistemas solares que começou em outubro de 2017 é pioneira e a maior do país em escala, potência instalada e quantidade de pessoas beneficiadas. Ao todo serão dispostos 2.334 sistemas off-grid de energia fotovoltaica em residências, centros comunitários, igrejas, escolas públicas, e postos de saúde para beneficiar os moradores que antes sem acesso à energia ou dependentes da geração à diesel.
“Adquirimos bagagem e expertise ao executar um projeto similar na Praia do Bonete, em Ilhabela (SP), em que proporcionamos o acesso à energia limpa para 180 famílias. Agora em Porto de Moz, teremos aproximadamente 3.200 kWp de capacidade instalada. É uma iniciativa muito importante que prevemos estender para outras localidades, permitindo que mais pessoas possam ter acesso à energia e o primordial, de maneira sustentável”, explica Surya Mendonça, CEO da Órigo Energia.
Atualmente, a empresa opera com três modelos de negócio: Telhado Solar, para empreendimentos residenciais e comerciais; Fazenda Solar, iniciativa inovadora que oferece planos de assinatura mensal para geração de energia solar, voltada para empresários de Minas Gerais e Projetos Especiais Offgrid, como é o caso do Projeto Porto de Moz. Para o próximo ano, a Órigo Energia tem expectativa de aumentar o investimento nesse último modelo, com o objetivo de massificar a produção e consumo de energia renovável, principalmente para as localidades mais afastadas.
FONTE: Envolverde

Fase de grandes hidrelétricas chega ao fim

Com privatização da Eletrobras e restrição ambiental, pequenas usinas, energia eólica e solar devem ganhar espaço.

Afase de construção das grandes hidrelétricas no país parece ter chegado ao fim. A privatização da Eletrobras — aliada a maiores restrições ambientais e de licenciamento em terras indígenas — significa uma virada de página na expansão da geração de energia no Brasil. Isso porque, além de a liberação de licenças e autorizações para instalações de grande porte estar cada vez mais difícil, haverá menos recursos públicos para tirar os empreendimentos do papel. Esse movimento deve provocar uma mudança na matriz energética nacional, com entrada de mais usinas eólicas e solares, hidrelétricas de pequeno porte e a descentralização da geração.

Historicamente, as principais hidrelétricas do país foram construídas integralmente pela Eletrobras ou tiveram a empresa em todos os consórcios, sendo que as estatais estaduais participaram em menor grau desse processo. Agora, na avaliação de agentes do setor e de autoridades do próprio governo, com a conclusão da venda do controle da Eletrobras para o setor privado, a tendência é reduzir a construção das grandes usinas.

Oficialmente, o governo já deixou grandes hidrelétricas fora do radar. O Plano Decenal de Expansão de Energia, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), lista 15 usinas que podem entrar em operação até 2026, sendo as maiores delas com pouco mais de 700 megawatts (MW).

O documento aponta que o aproveitamento hidrelétrico ainda representa um vetor importante de ampliação de oferta de energia elétrica. Mas ressalta que a maior parte do potencial ainda a aproveitar se encontra na Região Norte e traz com ele uma série de desafios, principalmente de caráter ambiental, para seu uso na expansão da oferta de energia elétrica.

“Nós, na EPE, resolvemos dar um passo para trás para estruturar o processo nas grandes hidrelétricas. Existe um paradigma de que toda hidrelétrica é boa e barata. Estamos estudando para ver se todos os projetos são certos. Não é fazer qualquer hidrelétrica de qualquer forma”, explicou o presidente da EPE, Luiz Augusto Barroso.

Financiamento em xeque

Executivo responsável por planejar a expansão energética do Brasil, Barroso disse que o potencial do país até 2050 é gerar 50 gigawatts por meio da construção de hidrelétricas. Desse total, apenas 23% seriam empreendimentos que não interferem em terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação.

“Não temos nenhum preconceito contra os grandes projetos. Mas tem que respeitar uma visão da sociedade, que é restrita a esses projetos. Não estamos dispostos a fazer movimentos que mascarem os custos e os riscos”, disse ao jornal O Globo o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Paulo Pedrosa.

Apesar de não terem sido construídas apenas com estatais, as últimas grandes hidrelétricas no Brasil tiveram participação forte da Eletrobras. As usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira (RO), e Belo Monte (PA) foram uma parceria entre a estatal e o setor privado. Junto com suas subsidiárias, a Eletrobras é dona de 49,98% de Belo Monte. Por meio de Furnas, a estatal controla 39% de Santo Antônio e, também por subsidiárias, tem 40% de Jirau.

Para o ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Edvaldo Santana, não haverá mais grandes hidrelétricas de agora em diante. Segundo ele, há incertezas regulatórias e de financiamento que inviabilizam esses projetos.

“A privatização da Eletrobras é um fator relevante. Não existiriam ou atrasariam muito as obras de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte. É por meio da Eletrobras que o governo consegue interferir na liberação de licenças ambientais em prazos razoáveis. Sem ela, tudo isso ficará mais difícil. Ainda assim, compensa a privatização, pois as obras acabam custando bem mais, apesar das licenças”, disse Santana.

Os recursos hídricos hoje no país que podem ser aproveitados para a construção dessas usinas estão concentrados, em sua maior parte, na região da Amazônia. Esses projetos enfrentam grandes resistências de ambientalistas e indígenas. No ano passado, o Ibama arquivou o projeto de licenciamento da usina de Tapajós, no Pará, com potencial de cerca de 8 mil (MW). O Ministério de Minas e Energia já anunciou que não tem intenção de brigar pelo projeto.

“Não acredito que haja espaço para financiamento público envolvendo grandes hidrelétricas, em razão do problema fiscal e da questão ambiental e indígena. Há barreiras que não existiam antigamente. Isso torna complexo o investimento em energia nova. Não acredito que novas grandes hidrelétricas sejam construídas”, disse o professor do departamento de Energia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB) Mauro Moura Severino.

Mais geração distribuída

Com menos empreendimentos gigantescos e a necessidade de ampliar a geração de energia no país, o Brasil deve caminhar para projetos de energia limpa — como solar e eólica. Além disso, o movimento deve favorecer a geração distribuída, quando a eletricidade é produzida junto ou próxima do consumidor.

“A tendência é geração mais próxima da carga distribuída. O futuro são as renováveis, como eólicas e usinas menores. O caminho vai ser esse. A tendência é muito mais sistemas menores do que as hidrelétricas”, disse João Carlos Mello, da consultoria Thymos Energia.

Fonte: Época

Escolas das aldeias indígenas Munduruku, no Pará, recebem energia solar


Duas escolas da Terra Indígena Munduruku, localizada município de Jacareacanga, na região oeste do Pará, terão energia elétrica nas salas de aula geradas a partir de placas solares. Com isso, deixarão de utilizar energia elétrica a partir da geração de motores a base de combustível fóssil.

A liderança do Movimento Munduruku Ipereg Ayu, Maria Leusa Kaba Munduruku, diz, em entrevista ao Brasil de Fato, que a iniciativa faz parte da luta do povo indígena contra a instalação de hidrelétricas próximas ao seu território e é um exemplo de que é possível gerar energia limpa sem precisar barrar os rios da Amazônia.

“O governo acha que gerar energia é só através das hidrelétricas, então é para mostrar também para o governo que eles podem gerar energia para as comunidades, tanto para o governo quanto para o mundo”, argumenta Maria Leusa.

Ela conta que existem sete projetos de construções de hidrelétricas na região do Baixo Amazonas. Mesmo com a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós cancelada, ainda é forte a ameaça de construções de barragens no rio Tapajós e seus afluentes.

Combustível fóssil

As escolas da Terra Indígena Munduruku que receberam as placas são das aldeias Piquiarana e Boca do Rio das Tropas, sendo que esta última tem aulas noturnas. Leusa conta que, antes da instalação, para garantir que os alunos pudessem estudar, era necessário utilizar o gerador à base de óleo diesel. Ela diz ainda que em aldeias mais distantes o gasto é alto na compra do combustível.

“A comunidade da Missão Cururu gasta dois mil reais por mês para comprar óleo diesel. São mais de 600 litros de óleo, é uma aldeia muito distante. Além disso, tem o combustível da embarcação, então devem gastar em torno de três mil, por aí”, estima.

O gasto poderia ser revertido para a melhoria das escolas se prefeituras investissem na geração de energia solar, afirma Danicley de Aguiar, ativista da ONG Greenpeace na Campanha da Amazônia. “Com a economia desse diesel, você pode reverter para a escola, então você pode ter aulas à noite, turmas para adultos… A escola fica equipada para receber aulas com data show, com computador”, justifica.

A instalação das placas solares ou fotovoltaicas nas escolas foi resultado da parceria do Movimento Munduruku Ipereg Ayu com a organização não governamental. Aguiar assinala que a projeto é uma forma de sinalizar aos gestores municipais que podem acessar recursos do governo para instalação delas nas escolas.

“A gente espera que os prefeitos, prefeito de Jacareacanga e outros, tomem esse exemplo e possam procurar os fundos de educação recursos para ampliar essa ideia e colocar energia solar nas escolas das aldeias. Em média custa 25 a 30 mil reais, um custo pequeno diante do benefício que ele traz”, avalia.

Recurso público

Desde 2015 o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) disponibiliza linha de financiamento, por meio de emendas parlamentares, para a instalação de painéis de energia solar em escolas e creches.

Aguiar ainda pontua que a proposta é demonstrar que é possível gerar energia em qualquer lugar, não somente nas cidades e o objetivo é propagar a tecnologia. “O que a gente quer fazer é difundir essa tecnologia e esse é um dos objetivos da instalação nas aldeias: promover tecnologia, promover energia solar, dizer para essas pessoas que elas podem ser geradoras”, conclui.

Veja o vídeo sobre a instalação solar (Greenpeace):


O estado do Pará não cobrará imposto de energia solar

O Pará deu um passo importante em favor da sustentabilidade na geração de energia elétrica. O Estado aderiu ao Convênio ICMS 16/2015 do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que isenta o pagamento de tributo estadual (ICMS) sobre o excedente de energia gerada por sistemas de micro ou minigeração distribuída, como a solar fotovoltaica, eólica ou através de biomassa. A adesão foi publicada na edição do dia 25 de agosto 2016 do Diário Oficial da União e ratificada nessa sexta-feira (27), no Decreto 1.687 publicado no Diário Oficial do Pará, assinado pelo Governador Simão Jatene. A ação foi coordenada entre as secretarias estaduais de Desenvolvimento Econômico (Sedeme) e da Fazenda (Sefa). Nessa modalidade, quem instalar um sistema de painéis solares fotovoltaicos, por exemplo, não pagará o tributo de ICMS pela eletricidade devolvida para a rede da CELPA. Somente pagando o tributo sobre a diferença a mais que a Concessionária fornecer à sua unidade consumidora.

“Na prática, o convênio do Confaz faz com que o consumidor seja tributado pelo ICMS apenas no excedente consumido. Por exemplo, uma casa ou comércio que consome 200 kWh da dede da CELPA ao mês e que produza 120 kWh para a Rede da CELPA, recolherá ICMS apenas sobre 80 kWh. Isso torna a geração distribuída mais viável para os consumidores, que pagam imposto somente sobre a energia que não devolverem ao sistema”, expica o Secretário da Sedeme, Adnan Demachki.

Este incentivo melhora ainda mais a posição do Estado em relação à sustentabilidade, visto que Belém foi considerada a melhor cidade entre as capitais brasileiras para se investir em um sistema fotovoltaico para a geração de energia em casas, segundo a Comerc Energia, maior gestora de energia do País, responsável pela gestão de 15% de toda energia consumida no mercado livre brasileiro. 

”Considerando fatores como a grande incidência solar, tarifa e certamente, agora com a contribuição da adesão do Estado do Pará ao Confaz, Belém se torna, de fato, a melhor opção entre as demais capitais na hora da tomada de decisão”, analisou o diretor de Energia, da Sedeme, Cláudio Conde, que observa que a adesão ao Confaz garantirá ao investidor pequeno (residências, pequenas fazendas e comércios e até indústrias) um retorno mais rápido do investimento na implantação de micro e mini sistemas de geração com destaque para os painéis solar-fotovoltaicos, que deverão ser os mais aplicados.

O Pará continua a avançar na geração de energia solar. O Governo do Estado desenvolve em parceria com a Celpa o projeto solar fotovoltaico de 900 kVA para o Hangar Centro de Convenções, com previsão de ser implantado até julho/2017. Com a conclusão do projeto, o Hangar se tornará o maior sistema da Amazônia e um dos maiores do Brasil nesta categoria.

O Estado iniciou um rápido desenvolvimento neste setor, como a implantação do sistema solar-fotovoltaico da 1ª Cooperativa de Energia do Brasil, a Coober, inaugurada no município de Paragominas, em agosto do ano passado. O empreendimento tem capacidade para gerar até 75 kVA, e até então é o maior sistema em operação no Norte.

ENERGIA SOLAR CHEGA AO XINGU


A Terra Indígena do Xingu está desenvolvendo um projeto muito interessante para a redução do uso de combustível fóssil.

Para quem não sabe, gasolina, óleo diesel e carvão mineral são combustíveis fósseis, os quais têm alto potencial poluente. Onde não chega a energia gerada por hidrelétricas, no Brasil, como é o caso das terras do Xingu, ela é gerada por geradores movidos a óleo diesel.

O Programa Ponto de Encontro, na Rádio Nacional da Amazônia, conversou com Paulo Junqueira, coordenador do ISA - , sobre o projeto que vai implantar placas de energia solar nas 83 aldeias da Terra Indígena do Xingu e reduzir em 75% o consumo do combustível fóssil.

O projeto de levar energia solar para os 6 mil indígenas que vivem no Xingu nasceu de um estudo feito desde 2008 para saber qual é a vocação energética da região. Chegou-se à conclusão, óbvia, de que no Xingu há sol o ano inteiro, logo a principal e melhor fonte energética é o sol, cuja energia é captada por um sistema de placas.

Implementação do projeto

No início do estudo, o Xingu tinha 74 aldeias e, hoje, elas já são 83, o que fez com que o projeto fosse revisto para atender a todas as comunidades. A execução do projeto agora tem previsão de 3 anos.

Primeiramente, a ideia é fazer com que os prédio comunitários funcionem com a energia solar. O primeiro passo do projeto foi formativo, para que os próprios indígenas tenham condições de instalar e fazer a manutenção do sistema. No momento, 20 aldeias já foram atendidas.

Benefícios para as comunidades indígenas

A energia solar vai levar mais desenvolvimento socioeconômico para os povos indígenas do Xingu. Nas aldeias, é produzido mel, são vendidas sementes para projetos de recuperação ambiental e processados pimenta e óleos. Os produtos do Xingu já têm grande aceitação no mercado e com a energia solar a produção vai poder ser expandida.

Outra melhoria será para a saúde da população da região, pois as Unidades Básicas de Saúde (UBS) atendem muitos casos de problemas respiratórios, decorrentes da poluição gerada pelo óleo diesel.

O Parque do Xingu agrega 16 povos diferentes, falantes de 14 línguas.



Conheça a 1ª usina solar compartilhada no Pará

A COOBER (COOPERATIVA BRASILEIRA DE ENERGIA RENOVÁVEL) LOCALIZADA EM PARAGOMINAS, NO PARÁ, NASCEU COM O OBJETIVO DE GERAR ENERGIA LIMPA E DE MODO CONSCIENTE, ATRAVÉS DE PLACAS FOTOVOLTAICAS, DENTRO DE UM MUNICÍPIO QUE JÁ GANHOU VISIBILIDADE TAL COMO SENDO UM "MUNICÍPIO VERDE".


Contando com a participação de 23 membros (empresários, empreendedores e profissionais liberais), com idade média de 41 anos, chamados de sócios-fundadores. O projeto atraiu também simpatizantes em diversos os setores, atraiu a atenção dos estudantes da região recebeu auxílio da Prefeitura de Paragominas e do governo do Pará, além de entidades como a Confederação Alemã das Cooperativas (DGRV).

Segundo informações de Raphael Sampaio Vale, presidente da Coober, a fundação ocorreu pautada na Resolução 687/2015 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que aprimorou a Resolução Normativa 482, de 2012, incentivando a geração compartilhada de energia renovável.

"Se fôssemos produtores individuais, iríamos necessitar de muito mais investimentos e ter maior trabalho, além de precisar lidar com diversas questões burocráticas e tributárias. Na Coober, são 23 pessoas que produzirão e consumirão a própria energia gerada, transformando cada uma em 'prosumidor' (expressão utilizada para denominar as pessoas que produzem e consomem seus produtos)", afirma Raphael.

"Todos nós estamos sendo consultados por pessoas de outras partes do país, que perguntam o motivo pela qual nos lançamos nessa empreitada. A resposta é simples: queremos gerar a própria energia elétrica que consumimos", enfatiza o advogado Raphael. "Nosso maior desafio é o pioneirismo da união de dois universos no Brasil: o cooperativismo e a produção de energia renovável. Nossa influência têm sido as usinas de energia renovável de outros países, em especial da Alemanha, que possui mais de 700 cooperativas de energia instaladas".

A presidente da Coober enumera os benefícios em gerar energia limpa através de condomínios compartilhados:
  • menor valor investido individualmente, uma vez que são 23 investidores;
  • mobilidade na produção, pode-se modificar de endereço sem se preocupar em efetuar mudança dos equipamentos;
  • desenvolvimento de uma cultura de colaboração;
  • melhor escolha/avaliação das opções - maior numero de pessoas pensando com o mesmo objetivo;
  • melhor relação com a concessionária;
  • tratativas mais adequadas de benefícios e isenções fiscais.
De acordo com informação presente no site da Prefeitura de Paragominas, o investimento inicial da Coober é R$ 700 mil a R$ 1 milhão. Na primeira fase, a geração de energia, através da usina de fonte solar fotovoltaica, ficará entre 12.000 e 17.000kWh/ mês, que serão injetados na rede de distribuição da concessionária local (CELPA).


Então a concessionária será informada para creditar determinado percentual da energia gerada na unidade consumidora e conceder os devidos descontos na conta de luz dos cooperados, o crédito é baseado segundo a média de consumo de cada cooperado. A usina está instalada no distrito industrial do município, em área de aproximadamente 17.000m².


Tá vendo como o condomínio solar já é realidade hoje no nosso país? Não perca tempo e comece também a utilizar energia limpa mais barata e acessível. 

Fonte: EasyCOOP

Sudam: crédito para renováveis deve trazer mais investimentos para região Norte

Uso de financiamento do FNO e FDA vai gerar empregos e melhorar PIB regional.


Por Pedro Aurélio Teixeira

A decisão do Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia de incluir o financiamento de pequenas centrais hidrelétricas, parques eólicos e centrais fotovoltaicas, pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Norte, e o investimento em projetos de infraestrutura urbana, pelo Fundo de Desenvolvimento da Amazônia pode trazer um novo ciclo de investimentos para a região. 

De acordo com o Superintendente da Sudam, Paulo Roberto Correia da Silva, as condições oferecidas pelo FNO e FDA vão propiciar que um número maior de empresas se instalem na região, contribuindo para a geração de renda e aquecendo a economia. "O aumento da demanda pelos recursos dos Fundos vai permitir a otimização do uso desses recursos, principalmente no caso do FDA, que por ser um Fundo orçamentário, os recursos não utilizados no exercício retornam para o Tesouro Nacional", explica.

O veto a projetos de energia vigorava desde 2012. Correa da Silva acredita que a linha vai resultar na atração de outras melhorias para os estados da região, uma vez que a implantação dessas usinas traz a reboque mais investimentos. "Sendo o setor energético de capital intensivo, não gera por si só grande número de empregos, a não ser na implantação, porém gera outras externalidades, dentre as quais a atração de novos investimentos geradores de emprego e renda e o aumento do PIB regional", avisa.

As usinas movidas a biomassa e as pequenas centrais hidrelétricas tendem a ser as fontes que mais vão demandar pedidos de acesso às linhas de crédito.

Segundo Correia da Silva, a Sudam tem recebido várias consultas não oficiais para essas fontes. As linhas já estão disponíveis para 2016. Os empreendedores que quiserem ter acesso ao crédito do FDA deverão apresentar consulta prévia à Sudam. Caso a consulta seja aprovada, o investidor vai receber um Termo de Enquadramento e vai negociar com os agentes operadores a apresentação para análise do projeto definitivo. Se o projeto for aprovado pelo agente operador, a Sudam decidirá a participação do FDA no projeto. Para o FNO, o interessado deve ir até a agência mais próxima para receber orientações para elaboração de projeto de viabilidade técnico econômico financeiro e se há enquadramento nos limites institucionais.

O superintendente conta que o financiamento já está disponível. Para acesso ao financiamento do FDA, os recursos deverão ser de no mínimo 20% e o fundo entra com 50% a 60% do investimento total do projeto, sendo 50% se ele estiver em áreas não prioritárias e 60% se forem prioritárias. As áreas prioritárias são as microrregiões de baixa renda, estagnada e dinâmicas definidas pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional. Os encargos financeiros serão de 9,5% ao ano para projetos localizados em áreas prioritárias e 10,5% ao ano para áreas não prioritárias. A carência é de até um ano após o projeto entrar em operação.

Já no caso do financiamento pelo FNO, a participação dele deve chagar até 60% do investimento total do projeto e os juros serão de 11,18% para projetos de pequeno e médio porte e de 12,95% para os de grande porte. O financiado tem até 20 anos para pagar, incluída a carência de até 4 anos, por se tratar de financiamento destinado a empreendimentos de infraestrutura. O crédito das linhas está disponível apenas para projeto de geração de energia. Segundo o superintendente, há a intenção de incluir a transmissão de energia.

Fonte: Investimentos e Finanças

Sistema de energia solar é instalado em aldeias Munduruku, no Pará

Greenpeace instalou placas solares que garantem eletricidade autônoma. Placas abastecem freezers, lâmpadas de escola e rádio de comunicação.

Cacique Munduruku observa a instalação das placas solares. (Foto: Divulgação/ Otávio Almeida/ Greenpeace)

Uma novidade tecnológica tem mudado a rotina em duas aldeias da Terra Indígena Sawré Muybu, em Itaituba, no sudoeste do Pará. Os indígenas receberam sistemas de energia solar para garantir a eletricidade de forma autônoma.

As placas fotovoltaicas foram instaladas por ativistas do Greenpeace e fornecem energia para lâmpadas de espaços comunitários, para uma escola e para freezers, que antes só ficavam ligados seis horas por dia. Há uma placa também para o sistema de transmissão de rádio, usado pelos caciques para se comunicar entre as aldeias.

Antes das placas, a energia na aldeia era limitada, funcionava algumas horas por dia através de um gerador abastecido a diesel.

Ativistas fizeram oficina sobre energia solar na aldeia. (Foto: Divulgação/ Otávio Almeida/ Greenpeace)

Sustentabilidade

Os Munduruku lutam contra a construção da usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, na região onde vivem. Para eles, a instalação das placas mostra que existem alternativas sustentáveis para garantir a energia.

“Não precisamos da barragem aqui. O governo vai ver que existe outra solução e que não carece destruir o nosso rio para ter energia no país”, disse o cacique da aldeia Dace Watpu, Valto Datie Munduruku.

Aprendizado

Durante o período de instalação do sistema, ativistas promoveram workshops com os indígenas, que se mostraram muito felizes e curiosos com a novidade. “Foi muito bem recebida. O cacique disse que já havia visto fotos de energia eólica, mas não da placa. Ele ficou emocionado, disse que o freezer vai poder ficar ligado 24h”, conta Thiago Almeida, da Campanha de Clima e Energia.

No workshop, os indígenas aprenderam como funciona o sistema, que eles mesmos vão poder fazer a manutenção. “Eles são muito curiosos e aprendem muito rápido. Eles aprenderam sobre o assunto e agora querem ver mais disso não só na aldeia deles, mas nas outras”, diz ainda Thiago Almeida.