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Por Que Quase Metade das Empresas Ainda Não Usa Energias Renováveis?

Hoje vamos falar sobre As energias renováveis são essenciais para o futuro sustentável do planeta. Mas, surpreendentemente, um estudo recente da CDP revelou que quase metade das grandes empresas globais ainda não utiliza eletricidade proveniente de fontes limpas, como solar e eólica. Vamos entender os motivos por trás desse atraso e o que pode ser feito para acelerar a transição.



Fundado em 2000, o CDP é uma organização global sem fins lucrativos que administra o sistema mundial de divulgação ambiental para empresas, cidades, estados e regiões. A entidade é membro fundador da iniciativa Science Based Targets, We Mean Business Coalition, The Investor Agenda e da iniciativa Net Zero Asset Manager


De mais de 900 empresas avaliadas pela CDP, apenas 53% afirmaram incorporar energias renováveis em seus processos produtivos. Isso significa que quase metade dessas empresas ainda depende exclusivamente de fontes de energia convencionais, como combustíveis fósseis.


"A eficiência energética ainda é uma alavanca pouco explorada para o progresso, com menos de 5% das empresas estabelecendo metas de eficiência." — Amir Sokolowski, CDP.


Segundo Amir Sokolowski, diretor de mudanças climáticas da CDP, mesmo metas simples, como melhorias na eficiência energética, ainda não são exploradas por muitas empresas. Apenas 5% das corporações estabeleceram metas concretas nessa área.


Na COP 28, os países estabeleceram metas ambiciosas para triplicar a capacidade renovável até 2030 e dobrar a eficiência energética. Mas o novo relatório da CDP mostra que o setor corporativo está avançando muito lentamente para alcançar essas metas.


Outro dado preocupante é que somente 10% das empresas analisadas se comprometeram com a neutralidade de carbono. Esse número é muito baixo, considerando os compromissos globais para conter o aquecimento global em 1,5°C até 2050.

 

A transparência é outro desafio importante. Apenas uma em cada quatro empresas avaliadas pela CDP possui verificação de terceiros para suas emissões relacionadas à energia. Sem essa transparência, é difícil criar mercados eficazes e projetar novos projetos de energias renováveis.


"O progresso em transparência é essencial para aumentar a ambição e projetar mercados eficazes." — Relatório da CDP.


Mas por que tantas empresas ainda não adotaram renováveis? Alguns dos principais motivos incluem:

  • Custos iniciais altos: A implementação de sistemas de energia renovável pode exigir investimentos significativos.
  • Complexidade regulatória: Em muitos países, a falta de incentivos e a burocracia dificultam a transição.
  • Falta de conhecimento: Algumas corporações não reconhecem os benefícios comerciais e ambientais de adotar fontes renováveis.


No entanto, as empresas que adotaram energias renováveis relatam benefícios claros, como:

  • Redução de custos operacionais a longo prazo.
  • Melhora da reputação corporativa e atração de investidores preocupados com ESG.
  • Cumprimento das regulamentações futuras, evitando penalidades.


Para acelerar essa transição, algumas ações são essenciais:

  • Estabelecer metas claras: As empresas devem definir objetivos para eficiência energética e uso de renováveis.
  • Incentivar parcerias: Governos e setor privado precisam colaborar para oferecer incentivos financeiros e tecnológicos.
  • Priorizar a transparência: Verificar e divulgar as emissões de carbono é fundamental para conquistar a confiança de stakeholders.


Estamos em um momento crítico na luta contra a crise climática. O setor corporativo desempenha um papel central nesse desafio. Adotar energias renováveis não é apenas uma obrigação ambiental, mas também uma estratégia inteligente para garantir a sustentabilidade e a competitividade das empresas no futuro.


"Juntos, podemos transformar desafios em oportunidades!"

 
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China Impulsa Energias Renováveis no Brasil com 72% dos Investimentos

A crescente influência das companhias chinesas de energia no Brasil, com destaque para um dado impressionante: 72% dos projetos desenvolvidos por esses investidores no país estão focados em fontes renováveis e sustentabilidade. Vamos explorar o que isso significa para o setor energético brasileiro e como isso impacta o futuro da transição energética.

 


O Cenário Atual da Energia no Brasil


O Brasil tem uma matriz energética já considerada uma das mais limpas do mundo, com destaque para a energia hidrelétrica, eólica e solar. Entretanto, para atender à crescente demanda por energia e cumprir metas climáticas, o país precisa expandir ainda mais seu uso de fontes renováveis.

 

É nesse contexto que os investidores chineses entram em cena, trazendo capital, tecnologia e experiência para impulsionar projetos de energia limpa em solo brasileiro.


A Presença Chinesa no Setor Energético Brasileiro

Nos últimos anos, empresas chinesas têm se destacado como players importantes no mercado de energia brasileiro. Elas atuam em diversas frentes, como:

  • Energia Solar: Implantação de grandes usinas fotovoltaicas em regiões com alta incidência solar, como o Nordeste.
  • Energia Eólica: Desenvolvimento de parques eólicos, especialmente no litoral brasileiro, aproveitando os fortes ventos da região.
  • Transmissão de Energia: Construção e operação de linhas de transmissão para integrar as novas fontes renováveis ao sistema elétrico nacional.

Essas empresas não apenas investem, mas também transferem tecnologia e geram empregos locais, contribuindo para o desenvolvimento econômico.

 

Por que 72% dos Projetos são Renováveis?

Esse número impressionante, 72% dos projetos focados em energias renováveis e sustentabilidade, reflete uma estratégia alinhada com tendências globais e necessidades locais.

  1. A Demanda por Energia Limpa no Brasil:
    • O Brasil é um mercado atraente para investidores, devido ao seu enorme potencial para energias renováveis, especialmente solar e eólica.
    • Além disso, a demanda por energia sustentável é impulsionada por consumidores mais conscientes e por políticas climáticas globais.

 

  1. A Estratégia Sustentável da China:
    • A China tem investido fortemente em energia limpa como parte de seu compromisso com a redução de emissões de carbono.
    • Os investimentos no Brasil fazem parte dessa estratégia global, ampliando sua liderança no setor energético renovável.

 

Benefícios para o Brasil

Os investimentos chineses trazem uma série de benefícios para o Brasil:

  • Aumento da Capacidade Energética:
    Com novos parques eólicos e usinas solares, o Brasil pode expandir sua oferta de energia limpa, garantindo mais segurança energética.

 

  • Transferência de Tecnologia:
    As empresas chinesas compartilham tecnologias avançadas, acelerando o desenvolvimento do setor energético brasileiro.

 

  • Desenvolvimento Sustentável:
    Ao focar em energias renováveis, os projetos contribuem para a redução de emissões de gases de efeito estufa e para a preservação ambiental.

 

  • Geração de Empregos:
    Desde a construção até a operação, esses projetos criam oportunidades de trabalho em diversas regiões do país, muitas vezes em áreas que carecem de investimentos.


Embora os benefícios sejam claros, existem desafios que precisam ser enfrentados:

 

  • Integração ao Sistema Elétrico:
    Com a expansão de fontes renováveis, é essencial garantir que a infraestrutura de transmissão e distribuição acompanhe esse crescimento.

 

  • Regulamentação e Burocracia:
    A atração de mais investimentos depende de um ambiente regulatório estável e ágil, algo que ainda precisa ser aprimorado no Brasil.

 

  • Independência Energética:
    Embora os investimentos estrangeiros sejam bem-vindos, é importante que o Brasil continue fortalecendo sua própria capacidade de inovação e produção tecnológica.

 

O Futuro da Energia no Brasil com Investimentos Chineses

O futuro é promissor. Com o apoio das companhias chinesas, o Brasil pode não apenas atender à crescente demanda por energia, mas também se posicionar como líder global na transição energética.

Ao mesmo tempo, esses investimentos ajudam o país a cumprir metas climáticas, como o compromisso de zerar as emissões líquidas até 2050.

A presença das companhias chinesas no setor de energias renováveis do Brasil é um exemplo claro de como parcerias globais podem impulsionar a transição para um futuro mais limpo e sustentável.

Se gostou desse tema, não se esqueça de curtir este vídeo, compartilhar com amigos e se inscrever no canal para mais conteúdos sobre energias renováveis e sustentabilidade.

 

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Entenda os problemas das turbinas eólicas da Siemens Gamesa no Brasil

Defeito nos aerogeradores da fabricante hispano-alemã já tiveram impacto em dois parques no país; em todo o mundo, prejuízo é estimado em mais de 1 bilhão de euros.


Conjunto Eólico Santo Agostinho, da Engie, no Rio Grande do Norte (Foto: Divulgação)


A Siemens Energy já perdeu um terço do valor de mercado desde que admitiu a descoberta de componentes defeituosos nas turbinas eólicas fabricadas pela subsidiária Siemens Gamesa. As falhas têm um custo estimado pela empresa em pelo menos 1 bilhão de euros (R$ 5,4 bilhões) e levarão anos para serem corrigidos em todo o mundo.

As turbinas defeituosas também afetaram o mercado brasileiro. AES Brasil e Engie estão analisando as causas de avarias em turbinas eólicas em seus parques no Ceará e Rio Grande do Norte, respectivamente. Os incidentes ocorreram em momentos diferentes – na AES em maio, na Engie em 5 de julho –, mas em comum têm a fornecedora dos equipamentos, a Siemens Gamesa.


Quais são os defeitos nas turbinas?

A Siemens encontrou problemas de qualidade em componentes como as pás e os rolamentos de seus aerogeradores onshore, especialmente nas plataformas mais novas, como o modelo 5X.

A empresa tem 108 GW de turbinas onshore em operação e instalação e estima que entre 15% e 30% podem ser afetadas.

As falhas foram percebidas durante uma revisão que detectou uma “vibração anormal de alguns componentes” e problemas no design dos produtos, que não foram especificados, segundo a Reuters.
Qual o prejuízo estimado para a Siemens Gamesa?

As falhas têm um custo estimado pela empresa em pelo menos 1 bilhão de euros (R$ 5,4 bilhões) e levarão anos para serem corrigidos em todo o mundo.
Que empresas foram afetadas no Brasil?

Até o momento, a AES Brasil e a Engie confirmaram avarias em turbinas eólicas da Siemens Gamesa no país.


Quais parques eólicos tiveram problemas?

Conjunto Eólico Santo Agostinho, no Rio Grande do Norte, e eólica Santos, no Complexo Eólico Mandacaru, no Ceará.


Quais problemas ocorreram?

O caso mais recente foi da Engie, em 5 de julho, revelado pela Mover. A avaria ocorreu em uma das pás de um aerogerador de 6,2 MW de potência recém-comissionado e em fase de testes no Conjunto Eólico Santo Agostinho.

O complexo em construção desde 2021 nos municípios de Lajes e Pedro Avelino, no Rio Grande do Norte, está parcialmente em operação, com 13 turbinas. Com investimentos de R$ 2,3 bilhões, quando o complexo estiver concluído, terá capacidade instalada de 434MW, com 14 parques eólicos e um total de 70 aerogeradores.

O incidente da AES Brasil aconteceu em maio, em uma das turbinas do parque eólico Santos, que faz parte do Complexo Eólico Mandacaru, no Ceará. Uma turbina teria pegado fogo.


Complexo Eólico Mandacaru, da AES Brasil no Ceará, com 108,1 MW de capacidade (Foto: Divulgação)


As empresas vão trocar de fornecedor?

A Engie afirmou que está avaliando as causas do incidente, mas não estuda trocar de fornecedor.

Em nota, a companhia informou que está conduzindo, preventivamente, uma avaliação detalhada em 13 turbinas em operação e outras cinco em comissionamento – total de aerogeradores que possuem o mesmo fornecedor da pá sinistrada.

“As causas do incidente, com danos apenas materiais, estão em criteriosa investigação técnica junto ao fornecedor do equipamento. A área onde os aerogeradores são instalados é rigorosamente isolada, sem oferecer riscos às equipes de trabalho”.

Já a AES informou, também em nota, que faz parte da sua estratégia “realizar o turnaround dos ativos adquiridos, o que implica em um momento de reestruturação e retomada, visando melhorar significativamente o desempenho da empresa, especialmente após uma nova aquisição, como foi o caso do Complexo Eólico Mandacaru”.

A companhia destacou que é responsável pela operação e manutenção dos aerogeradores do complexo, contando com o suporte técnico da Siemens Gamesa, “que não tem sido afetada pelas declarações mencionadas anteriormente”.


O que diz a Siemens?

O presidente-executivo da divisão Siemens Gamesa, Jochen Eickholt, disse a jornalistas em uma teleconferência no final do mês passado que “Este é um revés decepcionante e severo”. A companhia admitiu os problemas e afirmou que está tomando as medidas necessárias para consertar os defeitos.

Procurada pela agência epbr, a Siemens Gamesa confirmou que uma das pás da turbina eólica do parque Santo Agostinho quebrou no dia 5 de julho.

“Não houve feridos e uma zona de segurança ao redor da turbina foi estabelecida. A Siemens Gamesa imediatamente iniciou uma investigação interna para determinar a causa raiz deste incidente. Até que a análise seja concluída, não podemos especular sobre a causa do incidente”, diz a nota.


O Rio Grande do Sul é o segundo estado do Brasil com a maior potência fotovoltaica instalada e o terceiro do país em número de instalações de geração distribuída.


O governo do Rio Grande do Sul salienta que tem investimentos em energia previstos na ordem de R$ 52 milhões dentro do programa Avançar na Sustentabilidade. Este valor é destinado para o fomento da transição energética de fontes poluentes para alternativas sustentáveis, bem como expansão da energia elétrica em zonas rurais. O governo afirma que haverá a criação de um plano setorial de hidrogênio verde e ainda um projeto de transição para regiões com vocação atual para a exploração de carvão mineral, considerando os impactos sociais e econômicos.

O Atlas das Biomassas do Rio Grande do Sul, um dos documentos com potencial para fomentar políticas públicas relacionadas ao setor energético, observa ainda que “a mudança para energias renováveis é essencial” a partir dos estudos realizados e posteriormente publicados nos diferentes anos. Embora este não seja o único documento que aponte esta necessidade de investimentos contínuos, é possível perceber que há uma convergência de ideias que levam a uma realidade mais sustentável em um futuro imediato.

Em geral, há um clima de júbilo e expectativas crescentes entre os profissionais envolvidos em todas as etapas da cadeia produtiva e de distribuição. Neste contexto, existe uma grande possibilidade de que, não muito longe no futuro, a energia elétrica que chega até a residência dos consumidores, ou o combustível abastecido em um automóvel, apenas para citar alguns exemplos, seja proveniente de uma fonte renovável cuja tecnologia ainda hoje esteja em desenvolvimento. “A transformação será enorme e atingirá muitas atividades da economia tradicional, incluindo os processos industriais e as cadeias de transporte e serviços”, afirma Felipe Ostermeyer, da Enerfin, um dos desenvolvedores do projeto de hidrogênio verde no Rio Grande do Sul.

Energia solar cada vez mais popularizada e com instalação menos burocrática


O Rio Grande do Sul é o segundo estado do Brasil com a maior potência fotovoltaica instalada e o terceiro do país em número de instalações de geração distribuída. Foto: Guilherme Almeida

A energia solar é uma das mais difundidas no Brasil e este fato não é diferente no Rio Grande do Sul. Painéis solares são largamente vistos em residências, comércios, indústrias e edifícios públicos, denotando que a tecnologia associada às instalações não apenas está mais popularizada, como sua instalação está cada vez menos burocrática. Parte desta afirmação vem de uma maior facilidade para a aquisição de financiamentos, liberados por bancos privados e especialmente instituições financeiras cooperativadas, que estão visualizando o potencial deste mercado, principalmente em comunidades do interior gaúcho.

“Quanto mais se utiliza a tecnologia, mais ela acaba sendo barateada. Isso é um fenômeno mundial que chegou ao nosso país”, afirma Frederico Boschin, conselheiro nacional da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), além de diretor técnico e conselheiro do Sindienergia-RS. A ABGD afirma que o país ultrapassou, em março deste ano, a marca de 10 gigawatts (GW) de geração distribuída, como é chamada a energia gerada a partir de fontes próprias e deve superar a barreira dos 15 GW até o final de 2022. É um salto considerável: conforme a associação, o país passou de 9 para 10 GW instalados em apenas 67 dias.

Existe, no Brasil, mais de 1,1 milhão de conexões totais deste tipo de fonte, também segundo a ABGD, 43,6% delas para consumo residencial, o maior contingente entre as classes aferidas. O comércio vem na sequência, com 33,2%. Em seguida, aparecem os segmentos rural (13,9%) e industrial (7,9%). A energia solar é a dominante entre as fontes de mini e microgeração de eletricidade, respondendo por 97,7% do total. “Acrescentar cerca de 8 GW em um ano significa entregar o equivalente a meia Itaipu”, ressalta o presidente da Associação, Guilherme Chrispim. O Rio Grande do Sul responde por 118 mi unidades consumidoras e 1.128 GW de potência instalada, segundo o deputado estadual Zé Nunes, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Microgeração e Minigeração de Energia Renovável, participante do evento.

O conselheiro Frederico Boschin aponta ainda que a energia solar se tornou a “grande vedete do Brasil”. Na opinião dele, esta fonte é benéfica em períodos e regiões mais secas. “Se não chove, tem sol. E o preço da energia dispara porque não é possível gerar energia a partir de fontes hidrelétricas e precisamos fazer o acionamento de usinas térmicas. De um lado, temos comparativamente um tipo de energia mais caro, mas o custo da solar caindo”. Ainda segundo o conselheiro, a regulamentação é “bastante preferencial” às instalações de energia solar e o caráter modular dos próprios painéis, que podem ser instalados de um até milhares por vez, facilita esta personalização dos projetos.

Conforme o Atlas Solarimétrico do Rio Grande do Sul, em “qualquer região do território gaúcho” é viável à implantação de projetos de aproveitamento da luz do sol dentro dos limites de inserção no Sistema Elétrico Regional ou ainda em sistemas isolados. De maneira geral, Dom Pedrito, na região da Campanha, é o município, dentre 34 grandes e médios do Estado aferidos pelo projeto, incluindo Porto Alegre, com o maior índice de radiação solar no ano, com 5,042 quilowatt-hora por metro quadrado (kWh/m²).

O Rio Grande do Sul é o segundo estado do Brasil com a maior potência fotovoltaica instalada e o terceiro do país em número de instalações de geração distribuída. “Todos os cenários apresentados atualmente mostram a energia solar como a fonte energética que mais crescerá no mundo até 2050”, diz o Atlas. O documento aponta ainda que, ao utilizar apenas 2% da área não urbana do RS, apta para instalação de projetos fotovoltaicos, é possível instalar uma potência total de 23 GW de energia e produzir, anualmente, cerca de 34 TWh de eletricidade. O número, descreve o documento, é equivalente à média do consumo gaúcho de energia elétrica registrada nos últimos sete anos, incluindo as perdas do sistema.

De maneira geral, os debates sobre energias renováveis têm como norteador a transição energética. O Rio Grande do Sul e o Brasil se comprometeram a reduzir a emissão de poluentes em até 50% até o ano de 2030 a partir das metas assumidas no Acordo de Paris. O diálogo contínuo entre o poder público e a iniciativa privada são vistas como igualmente fundamentais, tanto na parte de regulação destas tecnologias quanto na própria implantação e acompanhamento dos projetos ao mercado consumidor. Desta forma, os painéis do Fórum de Energias Renováveis buscaram ouvir todos os segmentos relacionados e se posicionar como uma importante arena de debates no Estado.

Bahia ganha nova fábrica de pás eólicas de uma das maiores fabricantes renováveis do mundo, com previsão de gerar 1.700 empregos nos próximos anos

Torres de energia eólica - crédito: RenewableNEws

Com o fim da missão internacional, governador da Bahia garante novo empreendimento de pás eólicas que promete gerar novos empregos e renda ao estado

Após o encerramento de sua missão internacional pelos países como Alemanha, Cazaquistão e República Tcheca, o governador do estado da Bahia, Rui Costa, na última quinta-feira (28), esteve em uma reunião com a Sinoma, uma grande empresa chinesa que é líder mundial nos segmentos de material de construção e vidros, além de ser uma das maiores fabricantes de equipamentos destinados à produção de energia eólica do mundo. Durante a reunião, foram discutidos diversos detalhes sobre a implantação de uma fábrica de pás para turbinas eólicas na Bahia. As pás eólicas são as principais responsáveis pela geração de energia elétrica limpa e renovável, a partir da rotação oriunda dos ventos.

Proposta inicial contempla parque eólico de 35 mil metros quadrados

De acordo com o governador da Bahia, a proposta primária é a implantação de uma unidade com cerca de 35 mil metros quadrados, além da instalação de quatro linhas de produção de pás, em Camaçari, para que atenda a demanda nacional e internacional.

A princípio, estima-se que sejam gerados em torno de 500 empregos podendo chegar a 1.200, de acordo com a expansão e ampliação que será realizada três anos após o início do funcionamento da fábrica de pás eólicas. Rui Costa participou de uma videoconferência com os executivos da empresa na sede chinesa e também no escritório do Brasil, em São Paulo.

O governador da Bahia se colocou à disposição e ofereceu todo apoio necessário para que o projeto seja implementado. Rui afirmou que é de extremo interesse ter a fábrica de pás eólicas implantada na Bahia e que só faltam apenas alguns detalhes para que o projeto se concretize. Rui concluiu dizendo que o Estado dará total apoio para que tudo aconteça o mais rápido possível.

Parceria entre Bahia e China promete impulsionar ainda mais o mercado de energias renováveis no Brasil

A fábrica de pás eólicas em Camaçari, região metropolitana de Salvador, será a primeira do ramo que a empresa implantará fora da China. E a Bahia foi escolhida por possuir todas as condições necessárias para a instalação de uma unidade tão importante como esta, tais como o terreno adequado, a estrutura logística de estradas e também de portos. Já existem diversos parques eólicos no estado da Bahia, algo que tem gerado uma alta nos empregos e na movimentação da economia do estado.

Outras parcerias importantes entre a Bahia e países estrangeiros

Rui Costa também conseguiu firmar algumas parcerias científicas com um instituto de tratamento de Câncer e a Universidade Técnica da Tchéquia, com o intuito de fazer uma interligação entre profissionais da saúde, para uma troca de experiências e formação. Após 12 dias de missão internacional, o governador da Bahia considerou positiva sua jornada em busca de mais parcerias para o estado.

Segundo Rui, a missão internacional foi um período muito trabalhoso em que literalmente venderam o potencial da Bahia, com o intuito de conseguir novos investimentos.

Além disso, o governador concluiu dizendo que conseguiu mostrar que o estado baiano possui as melhores condições e os melhores trabalhadores do Brasil para operar esse tipo de empreendimento e que o estado está totalmente aberto a iniciativas produtivas que possam gerar novos empregos e renda, melhorando a qualidade de vida do povo baiano.

Alemanha anuncia € 34 milhões para desenvolver mercado de hidrogênio verde no Brasil

Foto: Divulgação Complexo do Pecém

A Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) anunciou nesta quarta (27) o investimento de 34 milhões de euros para o desenvolvimento de projetos de produção de hidrogênio verde no Brasil (H2V), durante evento organizado pela Câmara Brasil-Alemanha (AHK).

A inciativa chamada H2 Brasil prevê a disponibilização dos recursos ao longo dos próximos dois anos para a construção de uma planta piloto de eletrólise com capacidade de 5 MW.

Além disso, o governo alemão espera colaborar na instituição de um marco regulatório de H2V no país, dando prosseguimento ao Programa Nacional de Hidrogênio do Ministério de Minas e Energia (MME).

O ministro de Economia e Energia da Alemanha, Thomas Bareiss, destacou durante o evento que o Brasil possui enorme potencial de energia renovável para produção de hidrogênio vede. E que o combustível produzido no país será essencial para abastecer a demanda alemã na transição energética.

“A Alemanha sozinha não é capaz de dar conta das suas necessidades”, disse. “Temos bilhões de euros investidos para avançar com isso, que em parte será investido na parceria Brasil–Alemanha”.

Segundo o ministro, o Brasil abriga o maior parque industrial alemão fora da Alemanha, representando cerca de 12% do PIB brasileiro.

Consórcio europeu quer investir US$ 2 bilhões na produção de hidrogênio verde no Ceará

O compromisso de reduzir suas emissões de carbono em 55% nos próximos cinco anos e ser neutra até 2045 tem levado o país europeu a investir pesado no desenvolvimento do mercado de H2V, com interesse especial pelo Brasil.

O plano prevê destinar € 9 bilhões para desenvolvimento de tecnologias ligadas ao H2V. Desse total, € 2 bi serão para parcerias internacionais.

“Para que nosso mercado seja abastecido. estamos trabalhando em soluções conjuntas. Toda a estrutura de incentivo que estamos gerando para incentivar a produção de H2V (…) Queremos garantir o abastecimento estável. Essa é uma responsabilidade que vamos preservar na transição”, explicou o ministro.

Cluster para estudar viabilidade econômica de projetos

Para Petra Schmidt, representante do Ministério Federal de Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha (BMZ) no Brasil, outro objetivo da iniciativa H2 Brasil é gerar um cluster de projetos pilotos na cadeia de H2V, que permita estudar a viabilidade econômica desses projetos.

“Se por uma lado a Alemanha trabalha para ser mais verde a cada ano, por outro, o Brasil tem o potencial de ser uma grande exportador de H2V”, disse Petra.

“Queremos melhorar as condições legais, institucionais e tecnológicas para o desenvolvimento de uma economia verde de hidrogênio no Brasil expandindo o mercado nacional”, completou.

Cinco componentes do Projeto H2 Brasil:
  1. Melhoria da estrutura regulatória nacional
  2. Disseminação de informações e conhecimentos sobre o hidrogênio verde
  3. Capacitação e formação profissional (com vagas destinadas especificamente a mulheres)
  4. Fomento a projetos inovadores relacionados ao hidrogênio verde no país
  5. Expansão do mercado – com a previsão da construção de uma planta piloto de eletrólise com 5 MW.

Novo complexo de energia solar de R$ 782 milhões será construído no Ceará. Local gerará mais de 2,8 mil empregos


Usina de energia solar/ Fonte: Diário do Nordeste

No total serão 5 usinas de geração de energia solar, localizados no interior do estado do Ceará, no município de Abaiara.

A cidade de Abaiara, na região do Cariri, será centro de novo investimento em produção de energia elétrica a partir da luz do sol. Ao todo, serão investidos R$ 728,6 milhões para construção do complexo fotovoltaico com cinco parques de geração de energia solar. A capacidade total de geração de energia é estimada acima dos 163 megawatts (MW). Para construção do empreendimento, espera-se a criação de 2.800 novos empregos no estado do Ceará. 

Geração de empregos

A maior parte dos postos de trabalho serão gerados durante a fase de construção dos cinco parques de energia solar. Estima-se a criação de 800 empregos diretos e outras 2 mil vagas indiretas na fase de implantação do projeto.

Quando estiver em operação, a empregabilidade do investimento declina e projeta-se que serão alocados 10 trabalhadores em postos de trabalho direto, e outros 30 em vagas indiretas, para manutenção dos parques de energia solar no estado do Ceará.

Mais detalhes sobre o complexo de energia solar

O empreendimento será composto de quatro plantas solares semelhantes denominadas de Lightsource Milagres I, II, III, IV com proporções e capacidade de geração de energia semelhante. Nestes, o aporte estimado é de R$ 145,2 milhões para implementação de cada parque.

Do total gasto em cada parque de energia solar, R$ 77, 8 milhões serão financiados pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e o restante pela iniciativa privada. A última planta a ser instalada, a Lightsource Milagres Geração de Energia Ltda, será a maior do complexo solar com investimento estimado em R$ 201,7 milhões, sendo R$ 111,7 milhões patrocinado pelo financiamento do FNDE. O fundo gerenciado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), será responsável por financiar R$ 422,9 milhões do total a ser aplicado no complexo solar de Abaiara. A primeira liberação de recursos para construção do empreendimento irá ocorrer ainda este ano, conforme a Sudene.

Utilização de fontes renováveis

Além da geração massiva de postos de trabalho durante a implementação, a construção do complexo solar se interliga com o fortalecimento do hub de energias renováveis no Ceará. Além disso, intensifica as prospecções de venda de energia para os projetos de hidrogênio verde que estão sendo implementados no Estado.

O projeto também vai proporcionar “a geração de renda por meio do arrendamento de terras onde será implantado”, conforme destaca a Coordenação-Geral de Fundos de Desenvolvimento e de Financiamento da Sudene. Empreendimentos de energia solar tem sido fortalecidos pela Sudene na tentativa de atenuar a crise energética vivenciada pelo Brasil. Em 2020, de acordo com balanço da Sudene, foram liberados cerca de R$ 8 bilhões em financiamento para projetos de energias renováveis em toda região Nordeste.

A empresa Solar Newen Bahia Energia assinou um protocolo de intenções com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), para a construção de uma nova usina fotovoltaica destinada a geração de energia solar, no município de Barreiras. Para a execução do projeto, a empresa estima investir R$ 1,080 bilhão. O empreendimento irá contratar 990 operários para a sua construção e gerar 135 empregos na fase de operação.

O secretário de desenvolvimento econômico, Nelson Leal, disse que em julho deste ano, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica registrou, que a Bahia ficou em segundo lugar dentre os estados geradores de energia solar no país. E esse protocolo que assinaram é um indicativo que o setor só tende a crescer no estado, completa. De acordo com o site Bahiade Valor, os empreendimentos para geração de energia solar na Bahia já geraram 13 mil empregos diretos, na fase de construção dos que já estão em operação, e a SDE estima que sejam criados mais 47,4 mil empregos diretos na fase de construção para os parques que estão em construção ou ainda serão iniciados.


Consumidor pode economizar com energia solar mesmo sem ter placas

Moradores de apartamento ou casa sem espaço no telhado para painéis podem contratar usina e pagar até 20% menos na conta


Rio de Janeiro – O investimento em energia solar não é apenas uma boa ação ambiental, é também a certeza de economia para todos os consumidores que buscarem empresas confiáveis do setor. Além de reduzir em até 95% a conta de luz, a despesa para instalação, bem menos salgada que no passado, é abatida em cinco anos em média.

Mesmo quem não tem telhado com bom espaço livre ou mora em apartamento pode se beneficiar da energia solar alugando a eletricidade de uma usina local.

Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil atingiu a marca de 10 gigawatts de capacidade operacional em usinas de grande porte e em pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos do país. O número, difícil de entender, representa 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, segunda maior do mundo.

Hoje, 700 mil consumidores do país usam o sol para gerar sua própria eletricidade (com 6,3 gigawatts produzidos). É gente que ajuda o meio ambiente com uma matriz limpa e ainda pagava pouco todo mês na conta de luz.

A opção, não à toa, teve um boom em 2021, com a queda nas chuvas, o temor de racionamento e o encarecimento da energia, com as sucessivas bandeiras tarifárias. A Absolar, em levantamento de julho de 2021, apontava um aumento de 117% na procura por projetos de energia solar.


Nem telhado eu tenho

Quem não tem telhado para pôr as placas ou não quer pagar o valor inicial da montagem, pode ainda dar uma mão à natureza contratando empresas que captam a luz solar e a colocam no sistema da distribuidora local.

Como fazer? Procure uma produtora próxima e a contrate pelo período que desejar. A redução na conta, nesse caso, fica entre 10% e 15%, mas o estímulo à energia renovável é o mesmo.

Alexandre Bueno, um historiador formado na USP (Universidade de São Paulo) que se interessou pela causa, investiu com alguns sócios na criação de uma usina com placas fotovoltaicas no interior de São Paulo, em 2017.

Quatro anos depois a Sun Mobi tem duas usinas, uma em Porto Feliz e outra em Araçoiaba da Serra, cidade próxima a Sorocaba. Hoje, 80% dos clientes são residenciais e 20%, corporativos, Na quantidade de eletricidade entregue, o percentual se inverte: quatro quintos vão para as empresas.

Bueno observa que 75% das edificações não têm como instalar os painéis e algumas residências não possuem as condições mínimas para gerar energia. Sombra demais e locais com muita chuva são itens que pesam contra a capacidade de produção, mas não a inviabilizam .

“Com o custo atual da energia elétrica, não há porque descartar essa opção, por meio da instalação do sistema ou por contrato. Esse cliente vai ter um produto mais barato e ficar fora das bandeiras tarifárias, que estão levando as contas às alturas”, diz o empresário.

Segundo ele, quem fecha com sua companhia garante redução de pelo menos 10% na conta mensal e pode encerrar o fornecimento a qualquer momento, sem taxa de adesão ou prazo de fidelidade. “Nosso objetivo é fornecer um serviço similar ao da TV a cabo. Você assina, acompanha o monitoramente em tempo real de todos os gastos e sai quando quiser. Tudo bem prático e positivo não só para o cliente como para o meio ambiente.”


Ok, mas eu quero pôr placas no meu telhado. Como faço?

João Albino, de 58 anos, instalou há seis meses as placas no teto de sua casa, na cidade de São Paulo. E só tem elogios ao sistema.

Ele é um gaúcho — “gremista”, enfatiza — que atuou 40 anos no setor bancário e hoje é sócio de uma empresa de investimentos.

E como alguém do frio Rio Grande do Sul que mora em São Paulo, acostumado ao tradicional setor de finanças, poderia pensar em energia solar? A culpa é da nova geração, que já nasce preocupada com questões ambientais.

“Foi meu filho, que tinha 13 anos e agora está com 14, que me cobrou. Fico muito orgulhoso de ver que os mais novos têm essa mentalidade”, comenta.

Albino pensou mais na natureza do que no seu bolso, mas não tem do que reclamar em relação a nenhum desses aspectos.

“Eu pagava R$ 1.200 em média na conta de luz e hoje vem só a tarifa mínima, de menos de R$ 200. Para mim, não tem o que pensar. Nos meses em que gasto menos do que produzo, esse excesso vira crédito e posso aproveitar em um período que, por algum motivo, precise usar mais.”

O crédito também é utilizado no período noturno, todos os dias. Assim, se os paineis geram 10 kilowatts de manhã e à tarde e o morador usa apenas 7, o restante (3) fica para o gasto à noite. No fim do mês, calcula-se quanto foi fabricado e o quanto foi utilizado: se houver sobra, ela pode ser usada em meses posteriores; se se gastou mais do que produziu, a diferença é paga com a tarifa normal da concessionária.

O que convenceu João Albino definitivamente a colocar os equipamentos no alto de sua casa, em um condomínio da zona sul da capital paulista, foi a seriedade dos técnicos da empresa escolhida, a Portal Solar.

“Eles vieram aqui, definiram quantas placas seriam necessárias e disseram exatamente os custos que eu teria. Um vizinho meu também quis fazer, mas, no caso dele, havia bastante árvore fazendo sombra no telhado e não foi possível. Achei isso muito correto, não queriam apenas vender o sistema.”

A análise inicial é feita em cima dos gastos dos últimos doze meses na casa e inclui um questionamento sobre o que o consumidor pretende fazer futuramente e que pode ter impacto no uso de energia. Se quer ter um filho, por exemplo, ou comprar outros equipamentos, talvez seja aconselhado a ampliar a geração.

Rodolfo Meyer é proprietário da Portal Solar. Além de empresário do setor é um ativista. “Se for contratar alguém procure empresas confiáveis, que vão tirar todas as dúvidas e garantir que, se for bem feito, o projeto só tem pontos positivos.”

“Todo consumidor pode aproveitar a energia solar de alguma forma. É certamente a melhor maneira e mais rápida de reduzir o consumo de energia no país”, comenta Meyer.

Ele explica que o preço para instalar as placas caiu muito nos últimos anos e mesmo os valores atuais podem ser obtidos via financiamento bancário.

“Além de haver várias linhas de crédito dos bancos para energia solar, o consumidor tem que pensar que o retorno é rápido e que em pelo menos 80% dos casos, a parcela do financiamento sai mais barata do que a conta de luz que ele paga.”

Meyer diz que o projeto mais comum no país é o de clientes que pensam em instalar os paineis para fugir de contas de R$ 500 menais. “Nesse caso, sai em torno de R$ 25 mil a instalação e o consumidor pode parcelar esse preço em até 60 vezes.”

O empresário acrescenta que a cada ano a energia fica mais cara no Brasil, o que serve como um estímulo à produção solar. “Depois de cinco, seis anos, esse sistema é seu. Ele já se pagou e você vai ter eletricidade praticamente de graça por até 21 a 25 anos, quando é preciso trocar as placas.”

A conta de luz só não é totalmente zerada porque as distribuidoras cobram pequenas tarifas de todos os consumidores, como a de uso da rede ou de iluminação pública.

Rodolfo Meyer reforça a necessidade de difusão dessa alternativa para a matriz energética nacional.

“A queda no preço do equipamento por causa do desenvolvimento tecnológico foi de 90% nos últimos dez anos e a eficiência média por metro quadrado aumentou quase 50%. Não há mais razão para não aderir”, afirma.


Ele aproveita para desfazer um equívoco que serve para desestimular moradores de regiões frias do país. “Mesmo em locais como a região Sul é viável a instalação. Existe uma lenda urbana de que o painel solar só funciona com a luz do sol. Não é verdade, ele produz com a radiação. Assim com quem vai à praia e sai queimado, a placa capta a energia mesmo sem a luminosidade.”


UEPB aprova criação de curso tecnólogo em energias renováveis

Decisão foi do Conselho Universitário (Consuni) da instituição.

UEPB aprova criação de curso superior em energias renováveis Foto: Divulgação

A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) aprovou a proposta de criação do Curso Superior Tecnólogo em Sistemas de Energias Renováveis. A decisão do Conselho Universitário (Consuni) da instituição foi unânime. A reunião ordinária aconteceu na sexta-feira (27), por videoconferência.

O curso fará parte do Centro de Ciências Humanas e Agrárias (CCHA), do campus de Catolé do Rocha. Nesse primeiro momento, funcionará na cidade de Sousa, em um espaço do Instituto Federal da Paraíba (IFPB).

A graduação, que propõe aproveitar os recursos naturais do Sertão, deve começar a partir do próximo semestre. A realização do curso acontece em parceria com o Governo Estado.

A reitora, Célia Regina Diniz, presidiu a reunião do Consuni. Participaram a vice-reitora, professora Ivonildes Fonseca, e o secretário de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Cláudio Furtado.

SEMINÁRIO FINAL DO PROJETO MERCADOS DE CARBONO COM O LANÇAMENTO DO MARCO REGULATÓRIO RESPECTIVO


 O evento, tem como objetivo apresentar e discutir o cenário atual e os desafios para a pauta da precificação das emissões de gases de efeito estufa.

Energias renováveis mantêm crescimento e abrem vagas durante a pandemia

O projeto de geração de energia dentro de área urbana é um retrato do crescimento do mercado de energias renováveis no país

Foto: Arthur de Souza

No terreno que um dia abrigou as Cavalariças Imperiais, perto da Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio de Janeiro, hoje se constrói uma usina solar para abastecer o Museu Nacional, que passa por um processo de reconstrução após o incêndio de 2018.

O projeto de geração de energia dentro de área urbana é um retrato do crescimento do mercado de energias renováveis no país, que passou quase sem sentir os efeitos da pandemia e prevê aceleração após a aprovação de marco regulatório em discussão no Congresso.

O texto estabelece regras para o funcionamento da chamada geração distribuída, negócio que permite a compra de participação em usinas renováveis por indústrias, comércio e até residências.

"É importante porque vai estabelecer em lei, pela primeira vez no Brasil, o direito do consumidor gerar sua energia renovável", diz o presidente-executivo da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), Rodrigo Sauaia.

Mesmo antes da aprovação do texto, porém, o segmento já vem se aproveitando da busca por alternativas à escalada no preço da energia e pela crescente pressão por descarbonização das atividades econômicas.

Em 2020, o setor de energia solar recebeu investimentos de R$ 12,1 bilhões, alta de 50% em relação ao ano anterior. Na semana passada, a Absolar comemorou a marca de 10 GW (gigawatts) instalados, o que põe o Brasil na décima-quarta posição do ranking global.

O ano de 2021 começou acelerado. "Nosso faturamento cresceu 67% de janeiro a junho", diz Artur Cantador Bernardo, presidente da Dinâmica Energia Solar, empresa que atua na construção e montagem de fazendas solares, com braços em outras etapas da cadeia, como importação de equipamentos.

A Dinâmica começou com uma empresa de projeto de aquecimento de água e diversificou as operações quando o barateamento da tecnologia de geração de energia solar começou a viabilizar os primeiros projetos no país.

"Atualmente, a gente está com cerca de 60 funcionários, mas a tendência é crescer", conta Artur. "Nesse momento, temos obras em praticamente todo o Brasil, de Porto Alegre até Brasília."

"Além da energia estar cada vez mais cara, as empresas estão olhando a questão da sustentabilidade, implantando metas agressivas de redução de carbono", analisa André Castro, presidente-executivo do grupo Gera, que opera fazendas e condomínios solares -e o projeto do Museu Nacional, no Rio.

Com 140 funcionários administrativos e cerca de 200 pessoas trabalhando em campo, a empresa já vê gargalos de mão de obra especializada e iniciou um programa próprio de qualificação para dar conta dos próximos projetos, que somam hoje 25 MW (megawatts), quase o dobro dos 30 MW que já opera.

Mais antigas e difundidas no país, as eólicas viveram um período de retração no final da década passada por causa da falta de leilões do governo, mas já se beneficiam também da migração de consumidores em busca de preços baixos e energia limpa.

Em 2020, o Brasil recebeu R$ 20,6 bilhões em investimentos na fonte, que segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), será o principal motor do crescimento da oferta de energia no país nos próximos anos.

Essa perspectiva levou a fabricante de pás para torres de geração de energia eólica Aeris a lançar ações em Bolsa em novembro de 2020, captando R$ 1,1 bilhão para investimento em ampliação de suas instalações no porto de Pecém, no Ceará.

O dinheiro está sendo usado em um novo edifício industrial e em máquinas para ampliar a produção da empresa, que em 2020 teve um terço de suas vendas no exterior. Desde o início de 2020, a empresa contratou cerca de 2.000 novos funcionários, elevando o quadro de pessoal para cerca de 5.200 pessoas.

A criação de vagas de trabalho no setor segue tendência global. Em relatório sobre o impacto dos investimentos públicos do mercado de trabalho, lançado em maio, o FMI (Fundo Monetário Internacional) diz que os investimentos "verdes" tendem a criar mais empregos do que os tradicionais.

O documento destaca que os projetos e energia renováveis abrem oportunidades para trabalhadores locais e não requerem elevada qualificação. Para cada US$ 1 milhão (R$ 5,2 milhões) investidos em energia renovável, diz, são abertas entre 5 e 10 vagas.

Em seu último planejamento de dez anos, a EPE estima que os investimentos em geração distribuída de energia somarão R$ 93 bilhões até 2030.

"A cada ano que passa, sabemos que podemos confiar menos nas chuvas e, quando olhamos as alternativas, ou é energia fóssil ou é renovável", diz o diretor de Planejamento e Relações com Investidores da Aeris, Bruno Lollis.

Criador de uma startup de gestão energética de empresas, a Fohat, Igor Ferreira lembra que a disseminação do conceito ESG deve levar cada vez mais os empresários a apostarem em renováveis.

"O ESG está acelerando o desembolso de capital mais barato para empresas que atendam a esses requisitos", diz. "Não tem mais como esconder os efeitos climáticos, é visível que o planeta está se deteriorando."

Leilão de Energia Nova A-5 é aprovado pela ANEEL e será realizado em 30/9

A Diretoria Colegiada da ANEEL aprovou nesta terça-feira (24/8) o edital do Leilão de Geração nº 8/2021-ANEEL, ou Leilão A-5 de 2021

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL aprovou nesta terça-feira (24/8) o edital do Leilão de Geração nº 8/2021-ANEEL, ou Leilão A-5 de 2021. O certame visa à contratação de energia elétrica gerada por novos empreendimentos a partir de fontes hidrelétrica, eólica, solar fotovoltaica, termelétrica a biomassa, a carvão mineral nacional, a gás natural e de tratamento de resíduos sólidos urbanos. A realização do leilão está prevista para 30 de setembro de 2021, com transmissão ao vivo no portal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cadastrou 1.694 empreendimentos, com 93.859 megawatts (MW) de potência cadastrada. Um dos destaques deste leilão será o tratamento dado às usinas termelétricas a partir de resíduos sólidos urbanos, ou seja, de lixo. Foram cadastrados 12 projetos com total de 315 MW para esse produto, que será licitado na modalidade por disponibilidade, com período de suprimento de 20 anos. “A geração por resíduos sólidos urbanos traz valor econômico para os aterros sanitários e agrega receita para as prefeituras que podem vender o biogás ou gerar energia para ser comercializada ou utilizada em edificações públicas do município. Ela transforma o que era antes um passivo ambiental em ativo energético”, avalia o diretor-geral da ANEEL, André Pepitone.

“Entendo que foi absolutamente acertada a decisão do MME de criar um produto diferenciado para essa fonte, considerando que, até essa data, o Brasil dispõe de cinco empreendimentos termelétricos a resíduos sólidos urbanos, totalizando 19,6 MW”, destacou o diretor Hélvio Guerra, relator do certame. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apontam que o país gerou, em 2018, 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos.


O leilão segue as premissas da Portaria MME n° 10/2021 e contratará oferta de geração na modalidade por quantidade para empreendimentos eólicos e solares fotovoltaicos, com prazo de suprimento de 15 anos, e hidrelétricos (centrais geradoras hidrelétricas, pequenas centrais hidrelétricas, usinas hidrelétricas e ampliação de usinas existentes), com prazo de 25 anos. Para empreendimentos termelétricos, serão negociados contratos por disponibilidade, com prazo de 20 anos. O início do suprimento, para todos os contratos, é 1/1/2026.

O custo Marginal de Referência do Leilão de Energia Nova A-5/2021 estabelecido pelo MME foi de R$ 639,00/MWh, e os preços iniciais são os relacionados a seguir:
  • Preços iniciais para novos empreendimentos e para os empreendimentos com outorga sem contrato:
  • Produto por quantidade (fonte hidrelétrica): R$ 320,00/MWh (trezentos e vinte Reais por megawatt-hora);
  • Produto por quantidade (fonte eólica): R$ 191,00/MWh (cento e noventa e um Reais por megawatt-hora);
  • Produto por quantidade (fonte solar fotovoltaica): R$ 191,00/MWh (cento e noventa e um Reais por megawatt-hora);
  • Produto por disponibilidade (fonte termelétrica): R$ 365,00/MWh (trezentos e sessenta e cinco Reais por megawatt-hora); e
  • Produto Disponibilidade a partir da recuperação energética de resíduos sólidos urbanos: R$ 639,00/MWh (seiscentos e trinta e nove Reais por megawatt-hora.

Preços para empreendimentos com outorga e com contratos regulados celebrados anteriormente, vigentes ou não:
  • Preço de Referência para PCHs e CGHs: R$ 249,22/MWh (duzentos e quarenta e nove Reais e vinte e dois centavos por megawatt-hora);
  • Preço de Referência para UTE: R$ 266,86/MWh (duzentos e sessenta e seis Reais e oitenta e seis centavos por megawatt-hora); e
  • Preço de Referência para UHE: R$ 174,27/MWh (cento e setenta e quatro Reais e vinte e sete centavos por megawatt-hora).

A Consulta Pública nº 035/2021, que debateu com a sociedade o conteúdo do edital do leilão, recebeu 62 contribuições de 21 participantes. O aviso de licitação, o edital e os anexos serão publicados na quinta-feira 26/8.