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Tribunal de Justiça do Maranhão implanta usina de energia solar com 12.500 placas fotovoltaicas

Energia Solar Fotovoltaica | Suntag Energy do Brasil
Voltado para a sustentabilidade do país e do estado, o Tribunal de justiça irá instalar uma usina de energia solar com 12.500 placas fotovoltaicas em uma área de 70 mil metros quadrados, disponibilizada pelo Governo do Estado do Maranhão.

Com foco na sustentabilidade, o Tribunal de Justiça do Maranhão irá instalar uma Usina de energia solar, que irá garantir uma economia significativa dos custos com energia elétrica com seu funcionamento, fazendo com que a utilização de recursos públicos seja mais eficaz. A usina fotovoltaica terá sua instalação em uma área na estrada que faz ligação a cidade de São Luís ao município de São José de Ribamar. A área foi cedida pelo Governo do Estado do Maranhão e possui um extensão de 70 mil metros quadrados.

A área cedida pelo governo do Estado do Maranhão recebeu uma visita do desembargador Lourival Serejo, presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, e também do desembargador Jorge Rachid, presidente da Comissão Gestora do Plano de Logística Sustentável do Tribunal de Justiça do Maranhão, de Simplício Araújo, secretário estadual de Indústria, Comércio e Energia, de Mario Lobão, diretor-geral do TJMA, de Patryckson Santos e assessores do Judiciário.

Palavras das autoridades durante a visita
Energia Solar no Maranhão


Simplício Araújo, secretário estadual de indústria, Comércio e Energia, durante a visita, afirmou o apoio do Governo do Estado do Maranhão em relação à iniciativa da usina de energia solar do Tribunal de Justiça.

Segundo Lourival Serejo, presidente do Tribunal de Justiça, a energia solar fotovoltaica é a melhor fonte de energia limpa e renovável, quando se trata de sustentabilidade, pois a usina solar não traz nenhum tipo de poluição ou degradação ao meio ambiente.

A área do tem um tamanho suficiente para portar a grandeza do projeto fotovoltaico e possui características ideais para a absorção de energia solar, afirmou o desembargador Jorge Rachid, presidente da Comissão Gestora do Plano de Logística Sustentável do TJMA.
Sobre o projeto das 12.500 placas fotovoltaicas

Segundo Patryckson Santos, engenheiro do Tribunal de Justiça do Maranhão, o estimado é que a Usina de energia solar seja de 5 megawatts e contará com cerca de 12.500 placas fotovoltaicas, contribuindo, de forma significante, para que o Brasil cumpra a Agenda 2030, que é focado no desenvolvimento Sustentável.

O projeto global da usina prevê uma parceria institucional com o Governo do Maranhão e a Prefeitura de São Luís, além do fornecimento de energia solar. Isso irá possibilitar, aos alunos de escolas públicas, tanto do ensino fundamental quanto do ensino médio, o acesso às instalações da usina para compreender sobre sustentabilidade e geração de energia.

Energia solar no Maranhão

O estado possui 2.825 unidades consumidoras com potência de 34MW de energia elétrica com o uso da energia solar, de acordo com a ANEEL. Em comparação com outros estados, ainda há muito a se trabalhar em energia fotovoltaica.

O estado possui 161 sistemas fotovoltaicos para cada 100 mil consumidores de energia. Outro fato importante é que cerca de 138, de um total de 217, já foram atingidos pela energia fotovoltaica, isto é, mais de 60% dos municípios.

CAROÇO DE AÇAÍ VIRA FONTE DE ENERGIA DESCOBERTA POR ESTUDANTES DA ESCOLA PÚBLICA


Dá um baita orgulho da educação pública quando sabemos de notícias como esta: três estudantes e um professor do Curso Técnico em Florestas do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) - Campus Imperatriz - desenvolveram uma solução para o uso do caroço de açaí descartado em pontos de venda do produto na cidade.

O açaí é uma fruta bastante abundante nessa região amazônica, assim como, claro, o seu caroço. Pensando numa solução viável para o amontoado de caroços espalhados por Imperatriz, o grupo de pesquisadores testou o uso do material no lugar da lenha como fonte de energia na queima para a produção de tijolos de cerâmica.

A pesquisa “Caroço de açaí como fonte de energia alternativa na produção de tijolos nas olarias da cidade de Imperatriz-MA” foi liderada pelo professor e químico Roberto Peres da Silva e desenvolvida pelos estudantes Daniele Barros, Higor de Amorim e Karollyne Lima.

Os caroços de açaí, em Imperatriz, são armazenados em sacolas recolhidas pela coleta de lixo. O destino desse material é o aterro ou o descarte irregular em terrenos baldios. Cientes do problema ambiental, o grupo decidiu testar os caroços na fabricação de tijolos de cerâmica, já que Imperatriz é um polo de fabricação do produto.

Os resultados da pesquisa foram satisfatórios, já que o caroço de açaí teve um desempenho 20% mais eficiente do que a lenha. Segundo Daniele Barros:

“O poder calorífico dele é bem maior. Conseguimos produzir um milheiro de tijolos com apenas 0,82m³ de caroço de açaí, enquanto que para produzir a mesma quantidade de tijolos, gastamos mais, 1m³ de lenha”.

Outra descoberta resultante do trabalho de investigação foi a incorporação das cinzas da queima do caroço de açaí aos próprios tijolos.


“O tijolo com cinza de caroço de açaí se mostrou mais resistente em testes de prensa. Acreditamos na viabilidade, pois a produção artesanal poderia garantir a absorção dos caroços descartados e ainda baratear o custo da fabricação”, explica Higor de Amorim.

A pesquisa dos estudantes do Instituto Federal do Maranhão mostra a importância de serem desenvolvidas soluções para a conservação do ecossistema, bem como a valorização da pesquisa e da educação pública para o país.

A estudante Daniele destacou, em entrevista para a Rádio EBC, a importância do curso técnicopara a sua vida e para a pesquisa ambiental:

“Está tendo muito desmatamento, então, [o curso] é muito importante que a gente tenha esse conhecimento, para a gente poder utilizar melhor os recursos florestais, que estão sendo usados de maneira muito inapropriada”.

Já Higor de Amorim disse que a maior experiência do curso foi ter-lhe despertado a conscientização e a sensibilização ambiental.

Que mais jovens tenham a oportunidade de estudar em uma escola pública de qualidade e antenada às necessidades contemporâneas de nossa sociedade!

EDP ​​vai construir usina fotovoltaica de 5 MW para abastecer Banco do Brasil

A instalação de energia fotovoltaica, localizada na cidade de Januaria, deverá estar em funcionamento em 2019. Sua produção irá para a potência 58 dos escritórios do banco no estado.

A EDP Energias do Brasil SA (B3: ENBR3) e o banco nacional Banco do Brasil assinaram nesta quarta-feira um contrato para o desenvolvimento de um projeto fotovoltaico (PV) de 5 MWp no estado de Minas Gerais.

A instalação de energia fotovoltaica, localizada na cidade de Januaria, deverá estar em funcionamento em 2019. Sua produção irá para a potência 58 dos escritórios do banco no estado.

Composta por 15.000 painéis solares, a usina solar deve gerar cerca de 11 GWh por ano, o que seria suficiente para atender à demanda anual de 4.500 residências locais e compensar cerca de 1.000 toneladas de emissões de dióxido de carbono (CO2). O banco estima que economizará aproximadamente R $ 82 milhões (US $ 21,3 milhões / EUR 18,5 milhões) em sua conta de eletricidade ao longo de um período de 15 anos, graças ao contrato de energia solar.

O Banco do Brasil tem planos para, nos próximos anos, construir duas outras fazendas PV em Minas Gerais, assim como nos estados de Goiás, Distrito Federal, Pará, Maranhão e Bahia.

Maranhão na rota global da sustentabilidade.


Um dos grandes diferenciais do empreendimento está em aproveitar a riqueza natural dos ventos maranhenses para produzir energia elétrica renovável e limpa.

O aproveitamento da força dos ventos para a geração de energia elétrica limpa (que não causa emissões de gases poluentes na atmosfera) já é uma realidade no Maranhão. Na semana passada, a Omega Energia, empresa responsável pela construção do primeiro Complexo Eólico do estado, entrou na fase final de instalação do projeto, que já tem mais de 60% das obras concluídas e previsão para estar 100% em operação nos próximos três meses. 

A etapa de conclusão do Complexo Eólico Delta 3 foi marcada pela visita do governador Flávio Dino à área do projeto, onde, ao lado dos executivos da empresa, foi acionado o primeiro dos 96 aerogeradores que integram o empreendimento. A ação foi acompanhada por gestores e técnicos da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Energia (Seinc).

Um dos grandes diferenciais do empreendimento está em aproveitar a riqueza natural dos ventos maranhenses para produzir energia elétrica renovável e limpa. A energia eólica tem se consolidado em todo o mundo como uma sólida alternativa para a produção de energia e tem substituído fontes dependentes de combustíveis fósseis com grande sucesso. A fonte eólica não gera resíduos, tem custo competitivo, baixo impacto ambiental e, portanto, papel fundamental no desenvolvimento e construção de uma sociedade sustentável.

Além do meio ambiente, o conceito de desenvolvimento sustentável também inclui os benefícios para o desenvolvimento social e econômico. Essas outras duas frentes estão também contempladas como benefícios do Complexo Eólico, que contou com investimentos totais da ordem de R$ 1,5 bilhão no estado. “O empreendimento trará benefícios em cadeia à comunidade que habita no entorno. Do fornecimento de energia aos royalties distribuídos aos moradores, a energia dos novos moinhos trará bons ventos a centenas de maranhenses, mudando a realidade da região”, explicou Simplicio Araújo, secretário de Indústria, Comércio e Energia (Seinc).

No Nordeste, cresce investimento em energia renovável

Da Bahia ao Maranhão, projetos de fontes alternativas de energia elétrica ganham espaço e investimentos.

por Roberto Rockmann 

Foto: Stuckert
Parque de energia eólica
Parque eólico em Marcolândia, no Piauí. O Nordeste concentra a maior capacidade eólica do Brasil
Centenas de operários trabalham em ritmo acelerado para colocar em operação o primeiro complexo eólico do Maranhão. Localizado entre os municípios de Barreirinhas e Paulino Neves, com investimento de 1,5 bilhão de reais da Ômega Energia, os 96 aerogeradores, com potência de 220 megawatts, deverão marcar o início de uma série de projetos do setor no estado.
Outros dois complexos eólicos deverão ser erguidos em breve no Maranhão, cujo governo busca atrair fornecedores de equipamentos, com destaque para a montagem de painéis fotovoltaicos, de olho no interesse de investidores em potencial.
Para aproveitar a linha de transmissão construída para escoar a energia do parque eólico, em área de 100 hectares, várias empresas têm estudado a instalação do primeiro parque solar do estado, que poderá somar mais de 500 milhões de reais em investimentos, destaca o secretário maranhense de Indústria, Comércio e Energia, Simplício Araújo.
Em um momento de crise aguda, o investimento pode responder por mais de mil empregos.
Quem percorre de carro o interior e o litoral dos estados nordestinos depara-se com dezenas de parques eólicos e solares.
Energia
Parque de energia solar na Bahia (Foto: Carla Ornelas/GovBA)
Juntos, eles vão representar mais de 30 bilhões de reais em investimentos até o fim da década e posicionarão o Brasil entre os dez maiores geradores eólicos do mundo. A força dos ventos e do sol tem criado empregos, se convertido no maior vetor de investimentos da região e ampliado a segurança no abastecimento energético, essencial em decorrência da seca prolongada.
Em julho, a produção eólica respondeu por 12,6% de toda a energia demandada ao Sistema Interligado Nacional. No Nordeste, bateu-se um recorde: 64,2% da energia consumida na região, no último dia 30 de julho, foi proveniente dos ventos. Até 2008 e 2009, o suprimento energético era feito pelas fontes hidrelétricas, oriundas de usinas localizadas na Bacia do Rio São Francisco.
“O resultado tem sido excepcional, até porque a região é atingida por ventos excepcionais e razoavelmente constantes, o que proporciona capacidade de geração que se situa entre as melhores do mundo”, destaca Luiz Eduardo Barata, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema.

Com ventos contínuos e intensos, as usinas eólicas nordestinas chegam a operar em boa parte do tempo com fator de capacidade superior a 60%, o dobro da média mundial. Por várias décadas, o Ceará importava energia do sistema interligado. Com a construção de usinas eólicas nos últimos anos, o segmento passou a responder por um terço da matriz elétrica estadual e possibilitou ao estado exportar energia. Mas não é um caso isolado.
A capacidade instalada em energia eólica no Brasil alcança, atualmente, 11,7 gigawatts, perto de 7,5% da matriz nacional. Pouco mais de 80% dessa potência (9,6 gigas) está localizada em projetos no Nordeste. O Rio Grande do Norte, a Bahia e o Ceará produzem 7 gigawatts por meio de usinas instaladas. O volume só tende a crescer.
No momento, os parques em construção ou contratados no Brasil somam 6,31 gigas, e mais de 90% dessa carga sairá de projetos nordestinos, com destaque para a Bahia, com 3,4 gigas de usinas a serem instaladas nos próximos anos. Até 2020, o estado se tornará o mais produtor de energia eólica do País.
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Zorzoli, da Enel. Transferência de tecnologia é um caminho a seguir
Uma das maiores empresas do setor, a CPFL Renováveis tem 2,1 gigawatts de capacidade instalada em projetos de energia elétrica. Desse total, 1,3 giga provém de usinas eólicas com mais de 85% instalados no Ceará e Rio Grande do Norte. Em carteira são outros 2 gigas no Rio Grande do Norte, em Pernambuco e na Bahia. Cerca de 600 megawatts em projetos solares na Bahia também estão em carteira.
A empresa aguarda os detalhes do leilão de energia solar para analisar sua participação. Hoje, a concessionária tem um projeto piloto de 1 megawatt instalado em São Paulo. “Há mais incertezas em energia solar do que na eólica.
Temos um fabricante de painéis fotovoltaicos no Brasil, então precisamos estudar o financiamento, se é feito aqui ou no exterior, e como reduzir a volatilidade cambial”, aponta Gustavo Sousa,  diretor-presidente da companhia.
O novo cenário de aperto fiscal e a nova política de financiamento do BNDES deverão levar as empresas a buscar outras opções de crédito. Um dos instrumentos podem ser as debêntures de infraestrutura. A CPFL Renováveis emitiu 250 milhões de reais em julho, pela primeira vez, com prazo de cinco anos, voltadas para investidores qualificados. “O mercado de capitais terá de ser mais acionado”, destaca Sousa.
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Araújo, secretário de Indústria do Maranhão. Estado deve ter em breve seu primeiro parque solar
A empresa também conversa com bancos sobre a emissão de debêntures incentivadas no mercado solar, preparando-se para quando ingressar com mais firmeza no segmento, mas ainda há pouco conhecimento sobre a fonte.“Falta o histórico de desempenho, qual o fator de capacidade dos projetos, pois a energia solar dá os primeiros passos, enquanto as usinas eólicas têm conhecimento extenso entre os financiadores.”
A Casa dos Ventos cadastrou 214 projetos eólicos para os leilões de energia nova “A-4” e “A-6”, com perto de 6,2 gigawatts em empreendimentos situados nos estados da Bahia, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, onde estão os recursos eólicos mais competitivos, de acordo com a companhia.
A empresa atuará como desenvolvedora, por meio de parcerias com investidores, para a maioria dos projetos cadastrados, bem como analisa a sua participação isoladamente em um empreendimento. “Continuamos fornecendo projetos competitivos para os principais players do mercado, ao mesmo tempo que buscamos expandir a nossa base de ativos operacionais por meio de investimentos proprietários”, afirma Lucas Araripe, diretor de Novos Negócios.
O potencial ainda é grande. Até 2026, segundo projeções da Empresa de Pesquisas Energéticas, órgão estatal de planejamento do setor elétrico, essa matriz terá expansão de 41 gigawatts, com predomínio das usinas eólicas e solares, que deverão responder por quase 19 gigas.
No início da década passada, um estudo apontou que o Brasil poderia chegar à potência instalada de 143 gigawatts em energia eólica, dez vezes mais do que a capacidade da usina de Itaipu, uma das maiores do mundo. Mas a medição baseava-se no uso de aerogeradores com altura inferior a 50 metros. Hoje são empregados equipamentos com mais de 100 metros. Quanto maior a altura, maior a velocidade dos ventos, o que amplia as possibilidades de exploração.
Novas tecnologias têm transformado o interior do Nordeste. Em setembro de 2015, em Tacaratu, no sertão de Pernambuco, um projeto pioneiro começou a gerar energia por meio da combinação de vários fatores: um parque híbrido explora turbinas eólicas, que podem gerar 80 megawatts, e placas fotovoltaicas, com potência instalada de 11 megawatts, o maior em operação no País. Juntas, as usinas, que consumiram mais de 600 milhões de reais, são capazes de gerar energia suficiente para abastecer 250 mil residências.
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Sousa, da CPFL Renováveis. Volatilidade do câmbio afeta energia solar
O governo de Pernambuco, que firmou convênios com a concessionária local e o Banco do Nordeste, pretende estimular a microgeração distribuída a pequenos negócios, selecionando fornecedores de equipamentos para as empresas interessadas em investir em painéis fotovoltaicos, que, por sua vez, poderão abater sua própria geração da conta de luz emitida pela companhia elétrica estadual. “Isso é uma garantia que reduz o risco de crédito e abre um enorme potencial”, acredita Luiz Cardoso Ayres Filho, secretário-executivo de Energia de Pernambuco.
O maior projeto brasileiro de energia solar é tocado pela italiana Enel, responsável por três parques solares na região. Em junho, o grupo deu início à operação do parque solar Lapa, na Bahia, com dois meses de antecipação em relação ao prazo estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica. O empreendimento, que soma 158 megawatts de potência, é o maior em operação. No leilão de energia de reserva de 2015, foram contratados os projetos Horizonte (103 megas) e Nova Olinda (292 megas), atualmente em fase final de construção.
“Apoiamos a transferência de tecnologia de parceiros europeus com fabricantes nacionais para desenvolvermos alguns equipamentos que não existiam aqui, impusionando a cadeia de suprimento, antes incipiente. No médio prazo, com o mercado crescendo, esses fabricantes poderão vir aqui e isso contribuirá para a queda dos preços dos equipamentos”, explica Carlo Zorzoli, presidente da Enel.
A partir de 2020, prevê-se a instalação de mil megawatts-pico, potência usada para a fonte, por ano. Em 2026, o País poderia deter 10 gigawatts-pico de centrais solares e 3,5 gigas de geração distribuída solar, de acordo com estimativas do Plano Decenal, ainda em fase de elaboração. “O Brasil tem um potencial muito grande em energia solar. Mas países como Alemanha e China têm mais de 10 gigawatts instalados e aqui não chega a 10% desse total”, observa Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira da Energia Solar.
No início de agosto, os empresários do setor receberam boa notícia de Brasília. O governo estuda criar uma portaria para que as unidades a serem lançadas no programa Minha Casa Minha Vida nos próximos anos incorporem sistemas de energia solar. A expectativa é de que a portaria seja divulgada em breve.
Com entrega prevista de 400 mil unidades por ano de imóveis para a baixa renda, um mercado anual de 1,6 bilhão de reais poderá ser criado e contribuir para o adensamento da cadeia do segmento. “O Brasil tem capacidade para produzir inversores e módulos, mas microinversores ainda são importados e estão centrados nos Estados Unidos, Ásia e Israel. Assim, esses investimentos poderão contribuir para a atração de investimentos”, afirma Sauaia.
O País, que hoje tem pouco mais de 10 mil ligações de microgeração em residências e comércio, deverá ter mais de 800 mil daqui a uma década. O crescimento está no radar da SolarGrid, que tem participado de concorrências privadas de redes de educação e saúde interessadas em investir na instalação de painéis fotovoltaicos para produzir sua própria energia e reduzir a conta de luz.
No primeiro semestre de 2018, a empresa deve concluir 25 milhões de reais em investimentos para construir três plantas solares no norte de Minas Gerais, para abastecer cerca de 90 farmácias de uma rede de drogarias.
“Há outras concorrências que começam a surgir, como a de agências bancárias, e esse movimento deve se acelerar. Temos algumas concorrências de empresas no Nordeste”, diz Diogo Zaverucha, sócio da empresa. Se neste ano a movimentação do mercado corporativo ficar em 10 megawatts-hora-pico, em 2018 a capacidade pode ser dez vezes maior. O avanço das fontes eólica e solar, intermitentes, coincide com a mudança da matriz elétrica.
Enquanto isso, o governo sugere a privatização da Eletrobras, com destaque para a Chesf, que atua no Nordeste. Entre 2013 e 2018, é prevista a entrada de 20 mil megawatts de capacidade hídrica no sistema. Desses, 99% serão produzidos em usinas sem reservatórios. Os benefícios de investimentos do setor para outros segmentos, como navegação de rios, a captação de água ou a irrigação em bacias, ficarão mais restritos.

Carta sobre perda de desconto na luz chegará para 6 milhões só após eleição

Sem nenhum alarde, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) poupou quase 6 milhões de famílias de receberem um comunicado desagradável às vésperas das eleições presidenciais. No dia 1º de agosto, elas deveriam ter começado a abrir suas caixas de correio com um alerta preocupante: se não tomassem providências rapidamente, corriam o risco de perder o benefício da tarifa social de energia, que oferece subsídio do governo de até 65% nas contas de luz para os consumidores de baixa renda.

O prazo, no entanto, foi oficialmente adiado pela agência reguladora 48 horas antes do início das notificações. Em vez de receberem um comunicado das distribuidoras de energia na data originalmente prevista, essas famílias serão advertidas do problema somente a partir de 1º de novembro, menos de uma semana após o segundo turno das eleições presidenciais. A Aneel nega que o adiamento tenha qualquer motivação política ou relação com o calendário eleitoral. Para reforçar esse argumento, afirma que sua decisão apenas atende - parcialmente - um pedido das próprias companhias do setor.

A maior concentração do benefício, em termos proporcionais, está justamente no Maranhão - Estado do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e onde seu filho, Edison Lobão Filho, concorre ao cargo de governador pelo PMDB. Quase 57% das residências atendidas pela Companhia Energética do Maranhão (Cemar) têm descontos nas suas contas de luz bancados pela tarifa social. Em nenhum outro lugar o peso do subsídio é tão grande.

No país como um todo, cerca de 8,5 milhões das 12,9 milhões de famílias beneficiados estão no Norte e no Nordeste, regiões em que a presidente Dilma Rousseff obteve vitória folgada nas eleições de 2010 e lidera as pesquisas de intenção de voto neste ano.

Em 2013, segundo dados da Aneel, a tarifa social consumiu R$ 2 bilhões da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) - o "superfundo", bancado com recursos do Tesouro Nacional, para manter subsídios e arcar com encargos retirados das tarifas de energia. Em 2014, até março (último dado disponível), foram gastos mais R$ 871,9 milhões.

A tarifa social dá um subsídio de 10% a 65% nas contas de luz residenciais, dependendo da faixa de consumo. Para receber o benefício, é preciso que a família esteja no Cadastro Único para programas sociais do Ministério do Desenvolvimento Social, com renda per capita igual ou inferior a um salário mínimo por mês.

Também estão aptas a ganhar o subsídio famílias com renda mensal até três salários mínimos, mas com portadores de doenças que exijam o uso de aparelhos ou equipamentos elétricos, e pensionistas que recebem o benefício de prestação continuada de assistência social - idosos em condições de pobreza ou portadores de necessidades especiais.

Ao fazer um cruzamento dos bancos de dados, a Aneel verificou que 5,8 milhões de residências continuam recebendo o benefício, mas podem não estar mais no cadastro único do governo. Por isso, as distribuidoras de energia vão notificar essas famílias para que atualizem ou regularizem suas informações cadastrais, a fim de não perderem o subsídio. Elas vão ter de 30 a 60 dias, depois da notificação, para tomar todas as providências.

O superintendente de regulação dos serviços comerciais da Aneel, Marcos Bragatto, diz que a agência seguiu "critérios estritamente técnicos" para adiar o envio do comunicado e rejeita insinuações de que teria deixado se influenciar pelo calendário eleitoral. "Podemos assegurar que não houve esse viés [político]."

Bragatto afirma que as próprias distribuidoras, por meio de correspondência encaminhada à diretoria da Aneel, pediram a postergação do início das notificações. Segundo ele, a data solicitada pela Abradee, associação das empresas do setor, era 1º de janeiro de 2015 - um adiamento de 150 dias. A agência acatou parcialmente o pedido e permitiu o envio das cartas a partir de 1º de novembro, seis dias após o segundo turno das eleições.

De acordo com Bragatto, uma das maiores preocupações da Aneel era com a infraestrutura das prefeituras, que poderia não ser suficiente para atender adequadamente às demandas de atualização do cadastro surgidas com as notificações. Para amenizar o problema, a agência dividiu o envio dos comunicados em três etapas diferentes, de forma a não criar gargalos no atendimento.

Fonte: VALOR ECONÔMICO por Daniel Rittner