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BSBIOS estabelece meta de carbono neutro para biodiesel até 2030

BSBIOS encerrou o ano passado com a marca de 755 milhões de litros de biodiesel produzido, (BSBIOS Paraguai/Assessoria de imprensa)

Na semana em que a BSBIOS completa 16 anos, a empresa do ECB Group, divulgou a quinta edição do Relatório de Sustentabilidade BSBIOS 2020 com destaque para as práticas exercidas nas dimensões sociais, econômicas ambientais e de governança e ética.

O documento apresenta estudos sobre o impacto ambiental, com destaque para o resultado estimativo do valor do carbono sobre as emissões evitadas pela empresa.

E um outro estudo que atualiza sobre o impacto econômico da BSBIOS nos municípios nos quais a empresa está inserida.

O relatório segue as diretrizes da Global Reporting Initiative (Organização Internacional de Padrões Independente), adotando o modelo ESG (Environmental, Social and Governance) e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Segundo o levantamento, que compreende de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2020, ficou evidenciado o comprometimento da BSBIOS com a geração de valor sustentável.

Nesse período, a empresa modificou sua estrutura societária adquirindo 50% das ações que pertenciam a Petrobras (PETR3; PETR4) Biocombustível e, assim, tornou-se detentora de 100% do negócio.

Somado a isso, a BSBIOS encerrou o ano passado com a marca de 755 milhões de litros de biodiesel produzido, seguindo assim pelo terceiro ano consecutivo como a maior produtora de biodiesel do mercado brasileiro.

Em 2020, a empresa realizou investimentos em infraestrutura, tecnologia e inovação de mais de R$ 45 milhões em suas unidades.

A indústria de biodiesel de Passo Fundo(RS) foi ampliada em 43,5%, alcançado a capacidade de produzir 414 milhões de litros de biodiesel por ano (BSBIOS Passo Fundo – RS)

No começo de 2021, a empresa realizou novas ampliações na unidade de Passo Fundo (RS) e de Marialva (PR), que agora tem capacidade para fabricar 468 milhões de litros de biodiesel por ano. Ou seja, a companhia está com uma capacidade total de 936 milhões de litros de biodiesel por ano.

Além disso, a empresa alcançou em 2020 um faturamento de R$ 5,3 bilhões (57,5% superior ao ano anterior), lucro líquido de R$ 311,6 milhões e EBITDA de R$ 574,4 milhões, o que significa o melhor resultado financeiro da história da companhia.

O impacto da BSBIOS nos municípios de Passo Fundo e Marialva também são expressivos.

A companhia foi responsável por 19,6% do PIB de Passo Fundo e 29,8% do PIB de Marialva, contribuindo com impostos na soma de R$ 1 bilhão superior devido à atividade da BSBIOS no município gaúcho e de R$ 470 milhões para o município paranaense.

Em 2020, a empresa também investiu R$ 3,4 milhões em projetos sociais alinhados com seu negócio e seu propósito, tendo como responsabilidade apoiar ações que beneficiem a comunidade, entre eles iniciativas que contribuíram para a prevenção do coronavírus.

“Esse resultado reflete nosso compromisso de crescer de forma orgânica, com um portfólio de investimentos em constante renovação. A excelência operacional, os cuidados com a preservação ambiental e a cooperação com as comunidades nas quais estamos inseridos, são valores sustentados e difundidos pela companhia desde a sua criação”, afirma Erasmo Carlos Battistella, presidente da BSBIOS.

A empresa possui certificações nacionais e internacionais de seus produtos, que atestam a qualidade, a sustentabilidade e sua conformidade. Entre elas, destacam-se a certificação ISCC – International Sustainability and Carbon Certification EU (Certificação Internacional em Sustentabilidade e Carbono) e o Renovabio.

A ISCC atesta que o biodiesel produzido pela BSBIOS, desde a produção da matéria-prima sustentável (gorduras animais) até a sua industrialização, reduz de 86% à 90% a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), se comparado ao diesel fóssil, colaborando para a redução de emissões de CO2 na atmosfera.

Já o Renovabio, à credencia participar do mercado de CBIOS (Créditos de Descarbonização), com a produção de biodiesel a partir de gorduras animais.

A companhia atua no setor de energias renováveis a favor da economia de baixo carbono e, desde 2018, faz a gestão das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de suas operações.

Após três anos dessas ações, é possível verificar os efeitos da gestão, ou seja, mesmo com o aumento de 38% na produção, a intensidade de emissões de GEE sofreu uma redução de 9,1%, passando de 30,6 para 27,8 kgCO2e/m3 de biodiesel B100.

Isso significa que o processo de produção de biodiesel está sendo mais eficiente quanto à redução de GEE na atmosfera.

“Planejamos está entre as três maiores produtoras de biocombustíveis do mundo, além de nos tornarmos Carbono Neutro até 2030” (Presidente da BSBIOS/imagem cedida)

“Buscamos inovação e avanços tecnológicos, reconhecendo o nosso papel no contexto do desenvolvimento sustentável de nossas atividades, estando absolutamente comprometidos com os temas socioambientais e de governança (ESG)”, conclui Battistella.

Ômega Green no Paraguai

Visando atingir os objetivos do seu novo Planejamento Estratégico, no qual está projetando o seu desenvolvimento até 2030, a BSBIOS entra definitivamente no mercado de Biocombustíveis Avançados ou de segunda geração.

Por meio de capitalização da ECB holding na BSBIOS, a Companhia passou a ter o controle da empresa ECB Paraguai, assumindo a liderança do projeto da Biorefinaria Omega Green.

Com isso, a empresa passou a ser denominada BSBIOS Paraguai e em seu portfólio de produtos irá produzir biocombustíveis avançados (Diesel Renovável – HVO, Bioquerosene – SPK e Naphtha).

O Ômega Green está em fase de finalização de projeto de engenharia executiva, com obras de construção previstas para iniciar no segundo semestre de 2021, na cidade de Villeta, no Paraguai.

Com capacidade para produzir 20 mil barris de biocombustíveis avançados por dia, a partir de fontes renováveis (soja, pongâmia, carinata, óleo reciclado – UCO e gorduras animais), sua produção está 90% vendida para grandes empresas, como a BP e a Shell (RDSA34).

Biogás representa a nova revolução no setor de bioenergia


Os cenários envolvendo a produção e o mercado de biogás representam uma nova revolução para o setor de bioenergia. Essa perspectiva e os desafios da nova economia foram a tônica no primeiro evento do ciclo de webinar da área de bioenergia promovido pela FENASUCRO & AGROCANA com o patrocínio da Dassault Systèmes.

O setor de produção de biogás no Brasil, até 2019, contava com 524 plantas de usinas em operação produzindo 1,3 bilhão de m³. No entanto, especialistas advertem que o uso do biocombustível é subdimensionado, já que existe um potencial de produção de biogás de 84,6 bilhões de Nm³/ano, sendo que o setor sucroenergético tem capacidade para gerar o correspondente a 41,4 bilhões Nm³/ano e o setor da agroindústria a 37,4 bilhões Nm³/ano.

O biocombustível também apresenta condições para ser associado à produção de energia elétrica com potencial de produção de 190 mil GWh/ano, equivalente a 20% do consumo nacional, ou para ser adotado como substituto para 45 bilhões de litros de diesel, cerca de 35% do consumo brasileiro.

O presidente da ABiogás (Associação Brasileira de Biogás), Alessandro Gardemann, ressalta que o grande desafio do setor é colocar toda produção no mercado, aproveitando o que já é produzido e desperdiçado.

“As expectativas são boas. Atualmente, existe a tecnologia para o uso do biogás como combustível em veículos pesados. A Scania e alguns modelos chineses já oferecem essa tecnologia no mercado. Além disso, em vistas do RenovaBio, programa que valorizará a produção com menores emissões de gases de efeito estufa, o biogás contribui para aumentar a nota de eficiência da usina por meio da emissão de um número maior de créditos, os CBios, e aumentar a receita advinda do programa”, observa Gardemann.

O gerente de bioeletricidade da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Zilmar de Souza, também destaca o grande potencial que está sendo desperdiçado. Ele ressalta que a expectativa é de aumento no consumo de energia, com um crescimento médio de 4% ao ano entre 2021 e 2024, e que esse cenário pode ser explorado pelo setor.

“Se os resíduos fossem aproveitados apenas nas usinas sucroenergéticas do Estado de São Paulo, o potencial de geração de eletricidade somente com biogás atingiria quase 32 mil GWh, o que significa atender 16,5 milhões de residências durante o ano inteiro. Por outro lado, um levantamento recente da UNICA, mostra que a geração de energia elétrica para a rede, utilizando o biogás na agroindústria, foi de apenas 18,5 GWh em 2019”, afirma Souza.

Processo de revolução

De acordo com Daniel Rossi, o mercado oferece possibilidades para o gás natural e para o biogás, sendo que este último tem um grande potencial e representa uma fonte nobre por ser renovável.

“À medida que ocorra a redução do desconhecimento do produto, o biogás pode ser utilizado na produção de energia, reduzindo em 95% a emissão de C0² em relação ao diesel e de 70% em comparação com o gás natural. Uma das soluções é orientar sobre a produção in loco. A região do centro-oeste, por exemplo, tem uma vocação para ser um grande produtor de gás. Temos um mapeamento com potenciais postos de produção de gás no interior e acredito que estamos próximos a um processo de revolução como foi a utilização do bagaço de cana para a produção de energia elétrica”, revela Rossi.

Em relação aos canais de distribuição para estimular o consumo e a capacidade da rede, o CEO da GasBrasiliano, Alex Gasparetto, diz que existe uma infraestrutura preparada para atender a produção e programas em operação visando o estímulo do uso pelas indústrias e consumidores.

“Contamos com uma rede de distribuição de 1.100 km, que pode ser conectada rapidamente a algo em torno de 50 a 60 usinas com potencial de produção, o que viabilizará o consumo em larga escala”, diz. “Além disso, existem projetos em operação como o uso da tecnologia diesel-gás para frotas pesadas, o uso do gás para alavancar a geração de energia elétrica, denominado usina híbrida, e o projeto Cidades Sustentáveis, que deve entrar em operação até o final de 2021 e permitirá atender as cidades Pirapozinho e Presidente Prudente com o biometano proveniente da vinhaça”, completa Gasparetto.

Maior eficiência

O consultor de processos de negócios sênior da Dassault Systèmes, João Vicente Ribeiro Ferreira, afirma que os projetos contribuem para uma maior eficiência das usinas, principalmente, em relação às paradas de produção.

“As empresas devem se adaptar a essa nova realidade para serem competitivas. O investimento em tecnologia vem para habilitar essa transformação de forma sustentável. É essencial para a sociedade não depender de uma única fonte e a energia renovável é um diferencial. Em países como a Alemanha, China e Estados Unidos existem várias iniciativas buscando alternativas. A grande vantagem é que no Brasil temos uma capacidade de diversificação única em relação a outros países”, comenta Ferreira.

Ciclo de webinar FENASUCRO & AGROCANA

O primeiro debate, realizado na última quinta-feira (04/06), abordou o tema “Como o mercado de biogás está se preparando para os desafios da nova economia?”, e contou com a participação de dirigentes de associações, CEO e representantes de grandes empresas do setor, e mais de 1,5 mil inscritos.

De acordo com Paulo Montabone, diretor do portfólio de combustíveis da Reed Exhibitions Brasil, o biogás representa um dos segmentos estratégicos do biocombustível e possui um grande potencial de crescimento e de oportunidade de negócios. “O webinar alcançou o objetivo ao estimular o debate sobre as perspectivas envolvendo o cenário, já que o biogás apresenta um enorme potencial para toda cadeia produtiva e empresas envolvidas no setor de bioenergia, além de ser destaque no RenovaBio”, afirma.

O ciclo de encontros faz parte das ações de interação em formato digital direcionada aos expositores e visitantes da FENASUCRO & AGROCANA, que teve a edição de 2020 adiada para o período de 17 a 20 de agosto de 2021, em virtude dos efeitos da pandemia da Covid-19 (novo Coronavírus).

A FENASUCRO & AGROCANA é o único evento da América Latina a reunir inovações e conteúdo de alto nível técnico voltados às indústrias de alimentos e bebidas, papel e celulose, biodiesel, usinas de etanol/açúcar, usinas de etanol de milho, distribuidora e comercializadora de energia e agrícola.

PETROBRAS ANUNCIA PRODUÇÃO DE BIODIESEL FEITO DE ÓLEO DE PEIXE


Na contramão dos problemas que a Petrobras atravessa, a empresa continua batendo recordes de extração de petróleo e também foca em outras formas de desenvolver combustível, algo fundamental para o meio ambiente que não suporta tantos gases nocivos à atmosfera, gerados pela queima de combustíveis fósseis. A novidade agora é a produção de biodiesel a partir do óleo de peixe. Em nota divulgada, a estatal informou que a produção do biodiesel de óleo de peixe irá beneficiar, a princípio, 300 piscicultores cearenses ao garantir a compra de 15 toneladas de resíduos de gordura de peixe todos os meses.

Mas antes de continuarmos, você sabe o que é biodiesel? Trata-se de combustível formado por esteres de ácidos graxos, esteres alquila (metila, etila ou propila) de ácidos carboxílicos de cadeia longa. É um combustível renovável e biodegradável, obtido comumente a partir da reação química de lipídios, óleos ou gorduras, de origem animal ou vegetal, com um álcool na presença de um catalisador (reação conhecida como transesterificação). Pode ser obtido também pelos processos de craqueamento e esterificação.

Segundo a Petrobras a produção do biodiesel ocorrerá pela Petrobras Biocombustíveis na Usina de Quixadá, localizada no Ceará. A matéria-prima essencial do combustível será o óleo extraído das vísceras de peixe de nome OGR, sigla para óleos e gorduras residuais de peixe. Em dezembro de 2014 a companhia recebeu 4,5 toneladas do produto para a criação de biodiesel.

Este volume é devido ao contrato firmado com a Cooperativa dos Produtores do Curupati, no município de Jaguaribara no centro-sul do Ceará. Na data de 18 de dezembro último, foi assinado convênio com a Secretaria da Pesca e Agricultura do Ceará para assistência técnica aos piscicultores dos açudes do Castanhão e de Orós.

A intenção do projeto é alcançar 300 piscicultores, metade de todos os profissionais da região, o Castanhão, que tem áreas produtivas nos municípios de Jaguaribara, Jaguaretama e Alto Santo; e o Orós, nos municípios de Orós e Quixelô, ambos na bacia hidrográfica do Rio Jaguaribe até o final do ano.

Além de gerar trabalho e valor de mercado, as ações da Petrobras estão conectadas com o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, necessário para conseguir o Selo Combustível Social do Ministério do Desenvolvimento Agrário. E também uma parceria da estatal com o Ministério da Pesca e Aquicultura, da Secretaria da Pesca e Aquicultura do Estado do Ceará, da Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec), do Núcleo Tecnológico da Universidade do Ceará, do Banco do Nordeste, do Banco do Brasil, do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) e das prefeituras de Jaguaribara e de Orós.

POR UMA PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS LIMPA

A sustentabilidade dos biocombustíveis como fonte de energia renovável tem sido impulsionada com o desenvolvimento de um novo processo que não utiliza água na produção de biodiesel, e vem da reutilização de óleos vegetais usados na cozinha.


A produção global de biocombustíveis - como o etanol e o biodiesel - aumentou em mais de 600% em uma década para mais de 100 bilhões de litros em 2011. Biocombustíveis são amplamente utilizados no setor de transportes e representam 3% do total de combustíveis usados em transportes rodoviários em todo o mundo (dados do International Energy Agency).

No entanto, a produção de biocombustíveis tem sido criticada por causar desmatamento, aumentando a pressão sobre as terras agrícolas necessárias para a produção de alimentos, além do impacto ambiental causado pelo desperdício d'água durante a sua produção.

Os métodos tradicionais de produção de biodiesel utilizam grandes volumes d'água para remover as impurezas e atender aos rigorosos padrões de qualidade. Para a produção do óleo de palma, 50% da água utilizada, acaba chegando aos rios cheia de óleo da fábrica, a maior causa da poluição dos rios na Malásia.

No entanto, pesquisadores da Universidade do Porto, Portugal, estão testando métodos que não utilizam água para purificar os biocombustíveis, incluindo aqueles feitos de óleos alimentares usados, gorduras animais e outros resíduos graxos derivados de atividades industriais.

Em vez de água, pesquisadores utilizaram catalisadores de pré-tratamento e impurezas, como purificadores no biodiesel. As impurezas foram absorvidas por resinas ou por membranas de cerâmica.

Os pesquisadores foram capazes de produzir biodiesel de boa qualidade, tanto do óleo vegetal virgem mas, o mais importante, da sobra dos óleos utilizados para fritar. O novo processo poderia proporcionar benefícios econômicos e ambientais significativos em comparação com outros métodos mais intensivos de produção de energia que utilizam água em suas produções.

O Executivo-chefe da Instituição de Engenheiros Químicos (IChemE), o Dr. David Brown, disse: "Em alguns países como o Brasil, os biocombustíveis representam quase um quarto do total de combustível usado em transportes rodoviários. Na União Europeia, as negociações estão em andamento para aumentar biocombustíveis nos transportes em 10% e a Indonésia - maior produtor mundial de óleo de palma - anunciou planos para aumentar a produção de biodiesel para reduzir sua dependência das importações de petróleo bruto.

"No entanto, os processos atuais de produção de biocombustíveis nem sempre atingem todo o seu potencial verde na redução das emissões de gases de efeito estufa, e ainda existem muitos desafios pela frente, incluindo econômicos e ambientais.

"Mas a demanda por biocombustíveis está visivelmente aumentando e o avanço nos processos de engenharia química, tais como o uso de catalisadores heterogêneos e métodos water-free utilizando membranas, são muito bem-vindos para consolidar os biocombustíveis como globalmente aceitos como fonte sustentável de energia renovável."

Fonte: Stock.Xchng

Células de hidrogênio para substituir o diesel

Empresas e governo dos Estados Unidos querem expandir a participação das células de combustível na matriz energética do país



Governo e empresas americanas estão investindo em células de hidrogênio para substituir o consumo de diesel em unidades de refrigeração a reboque, nos Estados Unidos. Essas unidades são usadas em caminhões e constituem um motor extra e menor que queima mais de 37 litros de diesel por dia e emite 100 quilogramas de dióxido de carbono. Os "motorezinhos" são utilizados para esfriar o interior dos veículos e para preservar produtos para entrega, como saladas, comida congelada e bebidas. Diminuir o consumo de diesel é importante porque além de poluir o ambiente, esse combustível integra o grupo de substâncias cancerígenas para seres humanos.

A iniciativa é fruto da parceria entre o Departamento de Energia Americano e fabricantes de células de combustível, como a Nuvera e a Plug Power, para produzir a primeira unidade de refrigeração que funciona à base de células de hidrogênio. O programa terá duração de dois anos e é parte de iniciativas de expansão de células de combustível na matriz energética dos Estados Unidos por parte do governo. As células de combustível também estão sendo empregadas em aeroportos, em empilhadeiras e para carregar geradores de energia de emergência.

Período de testes

Os engenheiros estão medindo e calibrando a utilização desse novo motor, para adequá-lo às necessidades e às condições de estrada que os motoristas encontram. Dentre as características que estão sendo levadas em consideração estão: a distância percorrida nas viagens, o tempo gasto dirigindo e o número de paradas que o motorista faz. Além disso, o posicionamento do motor no veículo precisa ser estudado, porque o aparelho carrega combustível altamente inflamável.

Os engenheiros esperam que essa iniciativa demonstre a viabilidade técnica e econômica das células de hidrogênio, e sirva de incentivo para que empresas e o governo façam planos de inserir esse tipo de combustível nos planos de construção de infraestrutura do país.

Veículos movidos a diesel poluem sete vezes mais o meio ambiente e são nocivos à saúde

Pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia mostra que os veículos movidos por este combustível são responsáveis por 80% da poluição no país

A frota de veículos movida a diesel em São Francisco, no estado americano da Califórnia, é de apenas 10%, número muito inferior aos automóveis que utilizam gasolina. Esses 10% são responsáveis por cerca de 60% da produção de aerossóis orgânicos secundários (AOS), partículas nocivas à saúde humana.

Em uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia em Berkeley, em todo país, o diesel é responsável por 80% da emissão dessas partículas. Os estudos foram os primeiros a comparar a produção de AOS na atmosfera proveniente de automóveis movidos a diesel e gasolina.

Os AOS são responsáveis por 90% dos danos causados à saúde humana provenientes de poluentes de escapamentos de carros. Elas são formadas na atmosfera a partir de gases que são emitidos por veículos automotores e também ajudam agravar o aquecimento global, além de possuírem um efeito a longo prazo semelhante ao do cigarro.


O diesel já era conhecido por ser altamente poluente por emitir carbono negro e aerossóis primários, além de óxido de nitrogênio. De acordo com as pesquisas, o diesel é poluente e tem o potencial 6,7 vezes maior de formar aerossóis secundários que a gasolina. Em junho de 2012 a International Agency for Research on Cancer - Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer, tradução livre - (IARC), ligada à ONU, já havia classificado as emissões de motores a diesel como cancerígenas para seres humanos (veja mais na matéria "Alta exposição a emissões de diesel causa câncer de pulmão, avalia agência").

Brasil

No Brasil, professores da USP, em parceria com profissionais da PUC-RJ e da Petrobras, também realizaram estudos e experimentos semelhantes aos feitos nos EUA para identificar emissões de aerossóis secundários nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Segundo especialistas entrevistados pela revista Veja, trata-se de um assunto de saúde pública. Estudos realizados pela Faculdade de Medicina da USP revelam que em São Paulo ocorrem cerca de quatro mil mortes precoces por ano provenientes de doenças causadas por aerossóis secundários e primários.


A pesquisa irá direcionar a atenção para fiscalização de veículos movidos a diesel e reforçar a necessidade de novos projetos e soluções para este problema. Os combustíveis brasileiros são mais concentrados em enxofre e hidrocarbonetos, diferente dos modelos europeus. Recentemente, o Brasil lançou normas para reduzir a quantidade destas substancias, mas a adoção de combustíveis mais limpos ainda pode demorar alguns anos.