Mostrando postagens com marcador ENERGIA ATÔMICA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ENERGIA ATÔMICA. Mostrar todas as postagens

Gaseificação da biomassa: vem aí a "reforma a vapor!"

Materiais orgânicos tais como a madeira, quando submetidos a uma temperatura de aproximadamente 900°C, com a ajuda do vapor de água se transformam em uma mistura gasosa, contendo principalmente monóxido de carbono (CO) e hidrogênio.

Gaseificador de madeira.
Créditos: Schmitt-Enertec
A partir dessas duas pequenas moléculas é possível produzir combustíveis de síntese, tipo óleo diesel. O único inconveniente, porém, está na presença, na mistura gasosa produzida a partir da biomassa, de metano, de dióxido de carbono, de alcatrões voláteis, de partículas de outros compostos oriundos das cinzas da biomassa e, também, de moléculas prejudiciais ao processo químico de síntese do biodiesel.

A utilização de um procedimento catalítico, certamente, permitiria purificar o gás. Contudo, este, em escala industrial, esbarraria em restrições de custo e de confiabilidade. Considerando isso, uma equipe de pesquisadores do CEA (Comissariado de Energia Atômica), de Grenoble (França), teve a ideia de explorar uma solução, térmica, consistindo em acoplar ao reator de gaseificação uma instalação, por eles denominada "estágio de alta temperatura".

A uma temperatura entre 1300°C e 1500°C, e em presença de vapor de água, tal instalação permite "quebrar" as moléculas de alcatrões e de metano, para recuperar apenas o CO e o H2. O aporte de energia sobre as duas etapas é feito por alimentação elétrica.

Os pesquisadores de Grenoble acabam de realizar, em laboratório, essa demonstração de "reforma a vapor". Para esse primeiro teste, o estágio de alta temperatura funciona de modo autônomo. Contudo, a partir do início de 2007, a colocação de uma ligação a 900°C, entre a saída do reator de gaseificação e o estágio de alta temperatura, permitirá à equipe prosseguir com as experimentações complementares e indispensáveis ao estudo da confiabilidade técnico-econômica do conjunto desses procedimentos, os quais apresentam a grande vantagem da não gerar gás de efeito estufa.

FONTE: CEA