Calor do corpo como fonte de energia
Enquanto na trilogia Matrix o calor do corpo dos seres humanos fornecia energia para suas grandes inimigas - as máquinas - na realidade menos distópica ele pode fornecer eletricidade para o deleite dos próprios humanos.
Com os eletrônicos portáteis e de vestir ganhando em popularidade, várias formas de suprir-lhes a energia que precisam para funcionar têm sido pesquisadas. Nesse conceito, conhecido como "colheita de energia", nanogeradores geralmente aproveitam o movimento do corpo, da respiração, dos batimentos cardíacos e por aí vai.
O calor do corpo também é um candidato natural a essa exploração, mas os materiais termoelétricos disponíveis precisam de grandes diferenças de temperatura, maiores do que as normalmente encontradas entre nossa pele e o ar circundante.
Termocélula
Uma solução acaba de ser encontrada por Peihua Yang e seus colegas da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, na China.
Eles desenvolveram uma termocélula flexível - essencial para equipamentos de vestir - feita com dois eletrodos gelatinosos, que gera eletricidade a partir de uma diferença de temperatura que já é factível para ambientes mais frios.
A termocélula explora o efeito termogalvânico, que gera uma diferença de potencial quando dois eletrodos em contato com um eletrólito líquido - ou gelatinoso - são submetidos a uma diferença de temperatura.
A uma temperatura ambiente de 5ºC, a termocélula gera 0,3 microwatts a uma tensão de 0,7 volts, o que já é suficiente para alimentar pequenos sensores ou ajudar a recarregar uma bateria.
Com a demonstração de que o conceito funciona, a equipe afirma que já está trabalhando em busca de materiais que ofereçam um melhor rendimento e que funcionem também no verão.