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Busca de incentivos federais para o RS será debatida no Fórum de Energias Renováveis

Evento, realizado pelo Correio do Povo junto ao Sindienergia-RS, acontecerá em 17 de agosto, em Porto Alegre
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Kyane Sutelo

Deputado estadual Frederico Antunes (PP) preside a Frente Parlamentar Pró-Energias Renováveis. | Foto: Felipe Dalla Valle / Divulgação / CP


A mudança nas matrizes energéticas será pauta de debate em solo gaúcho no próximo mês. O 3º Fórum de Energias Renováveis, realizado pelo Correio do Povo em conjunto com o Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), acontecerá em 17 de agosto, no Centro de Eventos do CIEEE RS, em Porto Alegre.

A programação contará com painéis sobre a capacitação para a transição energética, energias hídricas, bioenergias, energia solar e as energias eólicas e o hidrogênio verde. Entre os convidados para abordar as energias renováveis está o deputado Frederico Antunes (PP), presidente da Frente Parlamentar Pró‑Energias Renováveis na Assembleia Legislativa.

O parlamentar destaca que, no Legislativo, foram ouvidos diversos interessados no tema e confeccionado um documento com os principais pontos que devem balizar a ação conjunta das partes. Entre elas, está o equilíbrio de financiamentos federais entre as regiões do país, foco de esforços da Frente Parlamentar, segundo o deputado. “As regiões Norte e Nordeste têm, através daquele fundo de incentivo, custos diferenciados para financiamentos de investidores. E a gente quer ver se consegue trazer também para o Rio Grande do Sul”, projeta ele.

Outros pontos também considerados relevantes no estímulo às energias renováveis, conforme Antunes, são a defesa do sinal locacional, que equaciona a transmissão de energia e as tarifas aplicadas, e a ampliação da possibilidade de exportação a países vizinhos, devido à localização do Estado, que o parlamentar considera privilegiada. “O Estado tem capacidade de transmitir e transportar energia. Ele só aguarda a irrigação, vamos dizer, do sistema de transmissão de transporte de energia das novas fontes”, avalia.

Segundo o presidente da Frente Parlamentar, o Litoral, a Campanha e a Fronteira Oeste, são as regiões que têm demonstrado maior potencial em energias renováveis. Ele destaca a importância de investimentos privados para ampliar e reativar a infraestrutura existente e de adequar custos logísticos para atrair a cadeia produtiva e montadoras de equipamentos.

Inscrições e cobertura

Ainda estão confirmados painelistas do Executivo gaúcho e do setor empresarial. Haverá transmissão pelo canal do Correio do Povo no Youtube e ainda contarão com cobertura da Rádio Guaíba e da Record TV. O credenciamento começará às 8h30 e os debates a partir das 9h.

Potencial a ser explorado na energia eólica


O Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, produzido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), de 2014, aponta grande potencial de usinas onshore e offshore. Foto: Alina Souza

As usinas eólicas são realidade há tempos no Rio Grande do Sul e, dadas suas características de instalação, são offshores, dentro do mar, nearshores, em lagoas, ou em terra firme, as onshores. De acordo com o Sindienergia-RS, a capacidade de abastecimento de uma usina do gênero está na base de 40 GW no mar e 10 GW em lagos. Para reduzir o impacto ambiental e nas comunidades, um grupo de trabalho integrado pelo sindicato está em contato permanente com a população de onde potencialmente pode haver usinas instaladas, bem como órgãos ambientais, como Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e Ibama, a fim de buscar soluções conjuntas e que minimizem ao máximo os riscos.

Atualmente, 13 entidades integram o GT e há pelo menos dois grandes projetos do tipo sendo estudados no litoral gaúcho, por parte da empresa Ocean Winds, cujo memorando foi assinado com o governo gaúcho no mês passado. No trecho norte, a Marinha de Tramandaí tem potencial de gerar até 700 MW e, no Litoral Sul, o Ventos do Sul poderá gerar até 6,5 GW. A intenção é replicar no Estado as iniciativas que deram certo em outros países e, para isso, o Sindienergia-RS esteve na Europa e presenciou complexos similares que também utilizam a força dos ventos para a geração energética.

“O ideal é que consigamos atrair a indústria associada a estas usinas, porque otimizamos bastante em termos de tempo, composição financeira e no meio ambiente. Além do ganho sustentável, há um ganho de geração de energia, pois passamos a exportar energia limpa”, afirma a diretora de Operações e Sustentabilidade do Sindienergia RS, Daniela Cardeal, que integrou o fórum promovido pelo Correio.

O Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, produzido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e publicado em 2014, apontava que havia “um grande potencial a ser explorado”, tanto de usinas onshore quanto offshore, com 103 GW a 100 metros de altura, em locais com velocidades de vento superiores a 7 metros por segundo, equivalente a 25,2 quilômetros por hora. Estas localizações cobriam, segundo o Atlas, 39 mil km² do Estado. Já no caso das offshores, são mais de 600 quilômetros de extensão de litoral e uma zona econômica exclusiva que cobre mais de 200 mil quilômetros quadrados de área do Oceano Atlântico.

A capacidade instalável no mar gaúcho é estimada em 80 GW a 100 metros de altura, com mesma velocidade do vento. Ainda segundo o Atlas, as usinas onshore no RS têm potencial energético de produção de 382 terawatts-hora (TWh) por ano e as offshore 305 terawatts-hora (TWh) por ano no mar e 124,9 TWh nas três principais lagoas (dos Patos, Mirim e Mangueira). “Temos uma capacidade energética de produção no mar equivalente a 50 usinas hidrelétricas de Itaipu”, disse no evento o oceanólogo Henrique Ilha, chamando este modelo de “nova revolução”. A eletricidade gerada no Brasil todo em 2020 foi de 621 TWh, de acordo com o Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2021, divulgado pelo EPE.

A versatilidade das tradicionais fontes orgânicas

 

A bioenergia também foi objeto de discussão no Fórum de Energias Renováveis. Gerada por meio de fontes como matérias orgânicas de origem vegetal ou animal, ela tem a versatilidade como uma das principais características, já que é igualmente útil na produção de combustíveis, eletricidade e calor.

Em dezembro do ano passado, o governo gaúcho assinou contrato de suprimento de biometano após estudos de viabilidade feitos pela Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), com a pretensão de instalar a central de tratamento integrado de resíduos em Triunfo, na região metropolitana. Em 2016, o Estado tinha capacidade de produzir 2,7 milhões de metros cúbicos (m³) por dia de biogás, 1,5 milhão de m³ por dia de biometano e gerar 2,4 gigawatts (GW) de energia elétrica a partir da biomassa agrossilvopastoril.

Os dados são do Atlas das Biomassas, estudo encomendado pela Sulgás junto à Universidade do Vale do Taquari (Univates) e concluído no ano de 2016. De acordo com a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), o Brasil tem potencial de produção de 120 milhões de m³ diários do biogás, que poderiam suprir 40% da demanda por energia elétrica e 70% do consumo de diesel. 

A biomassa residual produzida no Rio Grande do Sul tem origem em cinco diferentes fontes, ainda conforme o documento: pecuária, especialmente dejetos de bovinos, suínos, aves, equinos e ovinos, agroindustrial, este subdividido em abate bovino, suíno, avícola e laticínios, e ainda resíduos de vinícolas, Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e aterros por meio do reúso dos resíduos sólidos urbanos. “Temos matéria-prima para utilização de biogás infinito. O Brasil produz diariamente 220 mil toneladas de resíduos domiciliares. No mínimo, 110 missão orgânicos”, disse no evento Pedro Rudimar, professor do IMED em Passo Fundo.

De acordo com a Aneel, a biomassa utilizada no Estado também provém de materiais como casca de arroz e resíduos de madeira. Os maiores índices de geração, conforme o Atlas das Biomassas, estavam na Fronteira-Oeste, detendo 16,4% do total. Na sequência, vêm o sul gaúcho, Campanha, Vale do Taquari e Serra. O potencial da biomassa está no radar de grandes empresas como a Braskem e a BSBIOS, que participaram do Fórum e expuseram suas experiências de produção.

Futuro

"O futuro é verde. O meio ambiente é a pauta". A expert em Estudos de Futuros e Neo Humanista e CEO da W Futurismo, Jaqueline Weigel, foi a palestrante de abertura do Fórum de Energias Renováveis. Segundo ela, o futuro deve instigar os líderes, nas empresas e no poder público, a pensarem a longo prazo. “Não vamos mudar o planeta em cinco anos. E é preciso saber aonde se quer chegar. Ninguém pega um avião sem saber o destino.”

Pesquisa em hidrogênio verde avança no Rio Grande do Sul

A casca de arroz e os resíduos de madeira estão entre os materiais utilizados no RS para a produção de biomassa. Foto: Alina Souza

Outra potencialmente importante é o hidrogênio verde, cuja tecnologia está em desenvolvimento, com avanços acontecendo a olhos vistos. O governo do Estado assinou em março, com as empresas Enerfin, integrante do Grupo Elecnor, e White Martins, um memorando de entendimento para aplicação de projeto relacionado ao tema no Porto de Rio Grande, no sul gaúcho. O local concentra o maior distrito industrial do Rio Grande do Sul, o que por si representa ganhos em economia e especialmente na logística.

O hidrogênio é o elemento químico mais abundante do universo, ou seja, a sua disponibilidade é praticamente infinita. “Existe uma expectativa de que a Europa poderá adquirir hidrogênio verde do Brasil, o qual será produzido em grande escala e baixo custo a partir de energia renovável de fonte eólica e solar”, afirma Felipe Ostermeyer, diretor da Enerfin do Brasil. Conforme ele, a tecnologia de uso do hidrogênio verde segue em desenvolvimento, necessitando ainda superar barreiras de competitividade, entre outras.

Esta fonte pode ser essencialmente útil para as empresas de fertilizantes e demais companhias ligadas ao agronegócio, que têm grande demanda. Para produzir hidrogênio verde, cujo nome se dá pela emissão de poluentes ser praticamente nula, há um processo de eletrólise da água, que é decomposta. Os elementos oxigênio e hidrogênio são separados e este último é armazenado para gerar energia por meio de células de combustível. Ele pode, em seguida, ser utilizado como insumo para indústrias petroquímicas, de bebidas e química, por exemplo.

Há interesse da Europa no desenvolvimento desta tecnologia, considerando a necessidade de substituição do gás importado da Rússia a partir do recente impacto sobre a oferta de energia no continente europeu em razão da guerra na Ucrânia, diz Ostermeyer. Recentemente, o presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), Paulo Emílio Valadão, disse ainda que este combustível poderia se tornar uma “nova commodity energética”.

“Existe a oportunidade de se chegar a uma autossuficiência e depois de uma exportação de projetos renováveis, sobretudo eólicos, que vão dar respaldo para o atendimento do mercado de hidrogênio”, diz Guilherme Sari, presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia RS), que participou do fórum em Porto Alegre. As estruturas no mar podem auxiliar na produção deste combustível, e a exportação do hidrogênio verde pode ser feita por dutos ou caminhões em terra, ou através de embarcações marítimas.

No entanto, sua produção ainda requer muita energia. Atualmente, de acordo com a ABH2, a produção de hidrogênio a partir de combustíveis fósseis requer o gasto de 1,4 dólar para cada quilo gerado. A eletrólise que gera o rótulo “verde” tem custo variável entre 5 dólares e 7 dólares por quilo. Para reduzir o custo, a biomassa está sendo vista como possibilidade para produção do combustível “a custo competitivo”, disse Valadão no Simpósio Global sobre Soluções Sustentáveis em Água e Energia, realizado no último mês de junho, em Foz do Iguaçu (PR).


Fontes hídricas: mais baratas aos consumidores


As fontes hídricas são as que geram a energia mais barata para os consumidores, segundo aponta o presidente da Associação Gaúcha de Fomento às Pequenas Centrais Hidrelétricas (AgPCH), Roberto Zuch. De acordo com ele, além de pioneiro na área, o RS é exportador de conhecimento e tecnologia para todo o planeta. “Elas não dependem de grandes estruturas de linhas de transmissão, se posicionam próximas do centro de carga, têm pouca perda no transporte e a vida útil mais longa entre todas as fontes”, comenta o presidente da AgPCH.

A AgPCH, utilizando informações divulgadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), afirma que o Rio Grande do Sul tem 5.972 MW de fontes hídricas e é o terceiro estado da federação com maior potencial deste tipo de energia, se posicionando atrás apenas de Mato Grosso e Minas Gerais. O RS tem, atualmente, 150 usinas hídricas em operação, das quais 77 são PCHs, e que geram, no total, 913 MW. “O potencial operatório apenas das PCHs no Estado é capaz de abastecer em torno de 1,8 milhão de residências”, afirma Zuch.

A instalação de uma usina do gênero requer diversos trâmites, especialmente ambientais. O caminho é longo e a demora no licenciamento preocupa permanentemente o setor. Conforme a associação, a lentidão nos processos de implantação das PCHs e CGHs gera um atraso em investimentos que superariam R$ 4 bilhões apenas no Rio Grande do Sul. “O potencial de PCHs em licenciamento atualmente na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) teria a capacidade de dobrar a potência instalada atualmente em operação no RS”, salienta o presidente da AgPCH.

A vantagem desta tecnologia, aponta ele, é que elas não dependem de grandes estruturas de linhas de transmissão, além de estarem posicionadas próximas dos centros de carga, têm pouca perda no transporte e logística e vida útil mais longa entre todas as fontes. “Usinas hídricas instaladas aumentam o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município onde estão situadas”, afirma Zuch. Há um círculo virtuoso relacionado a esta instalação, que gera, reforça a AgPCH, incentivo ao turismo, criação de empregos, atração de indústrias, melhoria na infraestrutura local e melhores oportunidades de negócios para toda a cadeia produtiva.

Energia para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul

Consideradas estratégicas, a situação atual e o potencial futuro das fontes renováveis estão em debate no Estado


Em 2010, o Rio Grande do Sul tinha instalado em seu território um parque de geração de energia que, contando todas as fontes, renováveis ou não, somava 6.244 megawatts (MW). Dez anos mais tarde, este número havia crescido 37,4%, para 8.583 MW, fora os sistemas de mini e microgeração energética, que totalizam 573 MW. As informações, divulgadas pelo Atlas Socioeconômico do Estado, elaborado pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), mostram que este aumento está sustentado, em grande parte, pela diversificação das fontes de energia, especialmente aquelas que podem ser naturalmente renovadas.

Conforme a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a capacidade instalada no RS representava, também em 2020, 5% do total do Brasil. Também no Rio Grande do Sul, 52% da matriz geradora correspondia a hidreletricidade, desde usinas, pequenas centrais (PCHs) e centrais geradoras (CGHs), 23% a termelétricas movidas a combustível fóssil ou biomassa, 23% a energia eólica e 2% a energia solar. Esta diversificação, afirma o Atlas, “tem assegurado melhorias na relação entre produção, importação e consumo no Estado”. Matrizes renováveis já são responsáveis por 80% da energia do Estado, sendo aproximadamente 20% delas energia eólica, de acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

O Correio do Povo realizou, na quinta-feira, o Fórum de Energias Renováveis, na sede do Imed, em Porto Alegre, reunindo especialistas dos setores público e privado. Na pauta principal, a situação atual e potenciais futuros das fontes renováveis no Estado, consideradas estratégicas e cuja importância se faz verificar pelo caráter de preservação do meio ambiente. Neste momento, mais do que nunca, aspectos como o aquecimento global e as mudanças climáticas já estão claramente presentes no cotidiano da população.

Foto: Alina Souza
PorFelipe Faleiro

Infralobo reforça aposta nas energias renováveis


A Infralobo - Empresa de Infraestruturas de Vale do Lobo, E.M., informa em comunicado que concluiu a instalação de mais um conjunto de painéis fotovoltaicos, agora nos depósitos de água e respetiva estação de bombagem, os quais irão permitir que os consumos desta estrutura fundamental para a atividade da empresa, seja fornecida por energia solar, reforçando assim a sua aposta nas energias renováveis.

O investimento que rondou os 62 Mil Euros, consiste num sistema fotovoltaico de 92 painéis fotovoltaicos com um pico de energia de 28,5 Kwp e um banco de baterias reforçado com capacidade de armazenamento de 77 Kwp.


Saliente-se que atualmente a Infralobo já tem os seus principais equipamentos fornecidos por energia solar, nomeadamente os depósitos de água e estação de bombagem, as estações elevatórias e o edifício sede da empresa, tendo assim passado de uma taxa de autonomia de 2% em 2020, para 25% de autonomia em 2021.

Realça a Infralobo na sua missiva que, estes investimentos fazem parte do Plano de Descarbonização INFRALOBO 2021, aprovado no início do ano e que enumera uma série de medidas concretas na sua atividade diária e no Plano de Investimentos com vista a reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera, aumentando o recurso a fontes de energia limpa.


É um dado adquirido que a estas ações, enquadradas na Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Município de Loulé (EMAAC), somam-se outros projetos que têm permitido alcançar resultados positivos em termos de poupança de recursos naturais e redução de emissões poluentes.

Em suma, de acordo com a Infralobo, a meta é conseguir, até final de 2021, reduzir o consumo de combustíveis fósseis em 30% e, também, o número de viaturas afetas à sua atividade em 15% tendo em conta o início do plano de descarbonização.

Fonte: Diário Online RS

Transformação de dejetos das granjas em energia limpa no Rio Grande do Sul

Crescimento do número de granjas que transformam dejetos em energia limpa vem ganhando velocidade nos anos mais recentes, empurrado pela maior segurança oferecida pelo marco regulatório e disponibilidade de financiamentos.


A transformação de dejetos das granjas em energia limpa tem atraído cada vez mais a atenção do setor agropecuário no Rio Grande do Sul. Segundo dados do Centro Internacional de Energias Renováveis - Biogás (CIBiogás), o Rio Grande do Sul conta atualmente com 31 plantas de biogás em atividade, sendo que a maioria delas (16) entrou em operação a partir de 2016. Além de contribuir com a redução de gastos com combustível e com energia elétrica e térmica, o biogás tem sido apontado como fundamental para ajudar o Brasil a alcançar as metas relacionadas à redução de gases do efeito estufa.

Em 2020, segundo a Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), a produção nacional de biometano (biogás purificado) ficou em 365 mil metros cúbicos por dia. A entidade calcula que o país tenha um potencial de produzir 120 milhões de metros cúbicos por dia. Para contribuir com a redução da pegada de carbono até 2030, a meta traçada pelo setor é avançar para 32 milhões de metros cúbicos por dia ao final desta década.

Segundo o vice-presidente da ABiogás, Gabriel Kropsch, o marco regulatório do segmento avançou ao longo dos últimos anos, trazendo segurança para investidores e consumidores, mas ainda há questões de ordem tributária a serem resolvidas. “Não queremos subsídios, mas condições de competição com outras energias”, explica, ressaltando que, em alguns estados, o ICMS do biogás é maior do que o do diesel.

Apesar do avanço registrado nos últimos anos, é consenso no setor que a produção de biogás encontra-se muito abaixo do potencial, tendo em vista a grande produção de aves, suínos e gado presente no Rio Grande do Sul e, consequentemente, o grande volume de matéria orgânica disponível. O Paraná, por exemplo, conta com 146 plantas. “Estamos enterrando energia”, resume a professora Suelen Paesi, do Laboratório de Diagnóstico Molecular da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Na avaliação dela, falta fazer com que a informação chegue aos interessados, pois os financiamentos estão disponíveis, inclusive por meio de recursos internacionais. Suelen coordenou, no final de março, o 3º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, realizado em formato on-line com o objetivo de discutir o desenvolvimento da cadeia.

Conforme a ABiogás, o Rio Grande do Sul conta com um potencial de geração de energia elétrica a partir do biogás na ordem de 8.271 GWh por ano. “No Brasil, o que é explorado representa menos de 2% do potencial. Temos muito chão para crescer ainda”, calcula Kropsch. Diferente do que ocorre com os combustíveis fósseis, o biogás é produzido pela decomposição da matéria orgânica, o que é um processo natural. Esse processo pode ocorrer de forma descontrolada, na natureza – gerando um passivo ambiental –, ou dentro de um ambiente controlado, aproveitando o produto para a geração de energia. De acordo com Kropsch, se todo o biogás gerado no Brasil fosse aproveitado, haveria produção suficiente para substituir cerca de 25% da energia elétrica no país, ou 70% do consumo de óleo diesel.


No meio rural, a instalação de biodigestores – reatores onde ocorrem os processos biológicos que geram o biogás – cresceu nos últimos anos, favorecida pelo surgimento de novas tecnologias, linhas de financiamento e oportunidades de negócios. “Os bancos são sensíveis a isso de uma maneira muito positiva. Eles têm interesse em financiar projetos que sejam amigáveis ao meio ambiente”, ressalta o pesquisador Airton Kunz, da Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia (SC).

O equipamento tem sido utilizado por produtores rurais principalmente para a geração de energia elétrica. Porém, o sistema também possibilita a geração de energia térmica, que pode ser utilizada, por exemplo, em sistemas de secagem de grãos ou no aquecimento de aviários. A matéria orgânica utilizada para a produção do biogás é composta por dejetos da produção agropecuária, em especial da avicultura, suinocultura e bovinocultura de leite. “As fezes dos animais são materiais de excelente biodegradabilidade”, complementa Kunz.

Com a sustentabilidade na ordem do dia, a busca por energias renováveis envolve cada vez mais esforços, em especial nos países desenvolvidos. A preocupação dos consumidores com a busca de energias mais limpas abre espaço, inclusive, para a valorização comercial da carne e ovos. “Os produtos de suínos e aves que têm biodigestão nas suas granjas vão, logo mais, ter uma valorização extra, porque o consumidor vai exigir esse nível de certificação”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.

FONTE: Suinocultura Industrial

Para acabar com lixões e gerar energia sustentável, Bento Gonçalves vai construir usina até dezembro


Mudança representará uma economia de aproximadamente R$ 300 mil mensais aos cofres públicos

Com usina em Bento Gonçalves, resíduos orgânicos do município não serão mais levados para o aterro em Minas do Leão - Foto: Léo Cardoso/Agencia RBS


As centenas de toneladas diárias de lixo orgânico geradas pela população de Bento Gonçalves devem ter, até o final deste ano, um destino tecnológico capaz de eliminar, aos poucos, a necessidade de aterros sanitários para o descarte dos resíduos. O projeto, que ocorre via parceira público-privada, pretende construir a primeira usina do Rio Grande do Sul que irá transformar o lixo doméstico em energia. Sem a necessidade de passarem pelo aterro, os resíduos serão direcionados diretamente para uma estrutura modular, evitando que a longa decomposição do lixo gere resíduos e prejudique o meio ambiente. Além disso, o processo permitirá a comercialização da energia gerada, com a transformação do material em gás, combustível e outras substâncias industrializadas.

A viabilidade do empreendimento já está adiantada: nesta semana, terminou a primeira etapa do chamamento público. Sete empresas — quatro gaúchas, além uma de Minas Gerais e outras de São Paulo e Santa Catarina — foram credenciadas pela prefeitura para montar e administrar a estrutura. Na próxima segunda-feira, o comitê gestor do município deve se reunir para validar quais são as propostas que seguem para a próxima etapa. No passo seguinte, então, as empresas selecionadas terão 90 dias para apresentar o modelo de usina que pretendem construir. Conforme o projeto, o município cederá o terreno e destinará os resíduos. Caberá à empresa construir e administrar a usina, que dará destino energético a 1,3 milhões de toneladas de resíduos produzidos no município anualmente. O contrato será de 25 anos.

Quando a usina entrar em funcionamento, os resíduos orgânicos não serão mais levados para o aterro sanitário no município de Minas do Leão, distante cerca de 210 quilômetros de Bento Gonçalves, o que representará uma economia de aproximadamente R$ 300 mil mensais aos cofres públicos.

Outros municípios podem participar

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Silvio Pasin, a previsão é de que o edital para a construção da usina seja lançado em abril, e a usina inicie o funcionamento em dezembro.

— Faltam estas questões burocráticas, de escolha da empresa responsável. Mas tivemos apoio da administração atual, do Legislativo e de toda a comunidade. Então, se tudo der certo, vamos encerrar o ano dando um grande passo para a transformação do meio ambiente e oferecendo mais qualidade de vida para nossa população — comemora Pasin, que há dois anos viabiliza o projeto.

O modelo de estrutura é orçado em R$ 100 milhões. Porém, o valor pode mudar de acordo com o projeto que for escolhido.

O secretário também explica que, inicialmente, o projeto é de Bento porque a usina será instalada no município. Mas, outras cidades poderão encaminhar os seus resíduos para o local futuramente.

COMO FUNCIONA A USINA
  • O lixo é descarregado pelo caminhão da coleta e colocado em uma esteira que separa os resíduos.
  • A esteira possui sensores que conseguem identificar plástico, papel, metal, vidro e lixo orgânico.
  • Na usina, após este processo de separação, todo o lixo orgânico cai em plataformas onde passará pelo processo da quebra de moléculas. Posteriormente, o material será transformado em energia.
  • O lixo reciclável será destinado aos recicladores do município para ter a destinação correta.
TIPOS DE USINAS
  • Plasma pirólise: utiliza a técnica de queima do lixo, porém insere uma quantidade menor de ar, o que dispensa menos fumaça ao meio ambiente desde o processo inicial. Os resíduos são transformados em um material cristalizado que pode ser utilizado para fazer gás, combustível e vapor.
  • Pirólise: também faz a incineração do lixo orgânico, mas com um aquecimento menor que o modelo de plasma. A fumaça que é liberada no ar é em maior quantidade, só que é inodora e não possui fuligem. Os resíduos são transformados em carvão, que pode ser utilizado para fazer calor e gerar energia.
  • Liquefação: através da água quente, as moléculas de lixo são quebradas. Neste momento, existe uma transição do estado sólido dos resíduos em uma substância líquida. Este processo também não agride o meio ambiente, mas acaba eliminando menos lixo. O conteúdo gerado pela transformação do material também pode ser utilizado para gerar energia.
A usina de biogás em Minas do Leão

Minas do Leão foi a primeira cidade gaúcha a construir uma usina que transforma lixo em energia. Porém, no formato adotado, o lixo permanece sendo dispensado num aterro onde, posteriormente, tubulações instaladas abaixo da terra retiram o gás metano gerado pela decomposição.

O processo, apesar de menos complexo, também reduz a emissão de gás carbônico no ambiente e contribui para a redução de gases do efeito estufa. A termelétrica utiliza o metano existente no biogás que, ao invés de queimá-lo e lançá-lo na atmosfera, é aproveitado para produção de energia.

O aterro sanitário de Minas do Leão foi projetado para uma capacidade total de 23 milhões de toneladas. Ele possui uma área de 500 hectares e recebe diariamente cerca de 3,5 mil toneladas de resíduos de Porto Alegre e de outros 130 municípios.

por Kamila Mendes

Canoas (RS) tem três escolas municipais abastecidas por energia solar

Estimativa é gerar economia anual de R$ 12 mil em cada unidade

Três escolas municipais de educação infantil (EMEIs) de Canoas, região metropolitana no Rio Grande do Sul, começaram a geração de eletricidade por meio da instalação do sistema de energia solar. As instituições beneficiadas são Irma Schies Stefanny, no bairro Harmonia, Jornalista Marione Machado Leite, no bairro São José, e Ulisses Machado Filho, no bairro Estância Velha.

No total, as escolas receberam 105 geradores fotovoltaicos, que permitem economizar, em média, 90% nos gastos com a energia elétrica, o que representa uma economia anual estimada de R$ 12 mil em cada unidade. Segundo informações da Prefeitura de Canoas, a ideia também é aplicar esta tecnologia nos espaços públicos pela questão sustentável, utilizando uma forma limpa e renovável de energia.

O investimento no sistema somou aproximadamente R$ 157 mil, de acordo com o secretário do Meio Ambiente (SMMA), Gustavo Rabaioli. A verba foi proveniente de um Termo de Compensação Vegetal assinado com o ParkShopping Canoas. “Esse projeto de instalação do sistema de energia solar fotovoltaica foi pensado pela Secretaria do Meio Ambiente, juntamente com a Secretaria Municipal de Projetos Estratégicos da Prefeitura de Canoas. É uma iniciativa fundamental, tanto para as escolas, quanto para toda a comunidade de Canoas”, completa Rabaioli.

As instalações já foram supervisionadas pelo prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato, e a vice-prefeita, Gisele Uequed, no final de janeiro. “Escolhemos essas unidades de ensino por terem uma estrutura já pronta para comportar o sistema, o que também ocorrerá com o restante da rede”, explicou o prefeito.

Entre as vantagens das placas solares é o seu tempo de vida útil que gira em torno de 25 anos. Assim as escolas terão esse benefício por esse período. O Brasil é um dos países com maior potencial para geração de energia solar, mas ainda é uma matriz energética pouco explorada no País.

De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a energia solar corresponde a apenas 1,4% da matriz elétrica brasileira, bem atrás da hídrica que corresponde a 60,9%. O País sequer fica entre os dez maiores investidores mundiais em energia fotovoltaica, atrás, inclusive, de nações que possuem menor incidência solar, casos de Alemanha e Coreia do Sul.

Fonte: Portal Solar

Renner inaugura unidade abastecida por energia solar no Rio Grande do Sul

Primeira loja da rede varejista abastecida com energia solar no estado terá uma economia de 26% na conta de luz

A Renner, maior rede varejista brasileira têxtil do Brasil, acaba de inaugurar mais uma loja abastecida por energia fotovoltaica, desta vez no Rio Grande do Sul. A loja beneficiada é a do Shopping João Pessoa, em Porto Alegre, que, segundo a empresa, deve ter uma economia de energia elétrica, em torno de 26%. O abastecimento ocorre pela energia gerada na fazenda solar de Pântano Grande, a 128 quilômetros da capital gaúcha, ativada no fim de dezembro do ano passado.

Segundo informou a varejista, a usina é de um empreendedor parceiro e conta com mil painéis fotovoltaicos, com capacidade para gerar, em média, 0,5 mil megawatts/hora/ano, com 362 kilowatts (kW) de potência.

A empresa também pretende ampliar o projeto para três lojas no Distrito Federal, com previsão de entrar em operação no primeiro semestre de 2020. A economia potencial, neste caso, será entre 13% e 26% do custo da energia consumida, dependendo de questões como a localização e o modelo de implantação.

Em 2018, a Renner anunciou suas metas para suprir 75% do consumo corporativo de energia por meio de fontes renováveis de baixa emissão (podendo ser solar, eólica, pequenas centrais hidrelétricas, biomassa etc.) e a redução de 20% das emissões de dióxido de carbono (CO2) em relação ao inventário de 2017.


O projeto de energia solar para as lojas foi implementado em fevereiro de 2019. As percursoras do projeto foram quatro unidades da empresa no Rio de Janeiro. São três lojas em Ipanema, Copacabana e Largo do Machado e uma no Shopping Madureira. A energia é proveniente de uma fazenda solar situada no município de Vassouras, a 120 km da capital fluminense. Desde então, as unidades contempladas tiveram uma redução média de 13% nas faturas mensais de energia elétrica.

O espaço possui quatro mil painéis fotovoltaicos que produzem em média 1,8 mil megawatts/hora por ano (MWh/ano), com 1,32 megawatts (MW) de potência. O projeto faz parte de uma iniciativa para implementar, até 2021, práticas de responsabilidade social e ambiental em toda a rede. As metas incluem o suprimento de 75% do consumo corporativo de energia a partir de fontes renováveis de baixa emissão.

O abastecimento das unidades da rede varejista segue o modelo de geração distribuída, pelo qual a fazenda solar (que é um micro ou minigerador) injeta na rede de distribuição o volume produzido e recebe créditos para ter acesso à energia fornecida pela empresa distribuidora. Os créditos obtidos pela microgeração “pagam” a conta de luz da concessionária, que abastece a loja.

Instalação fotovoltaica de autoconsumo para empresa brasileira de surf

A Freesurf, a primeira empresa brasileira de surf que neutralizou suas emissões de carbono, agora terá uma instalação fotovoltaica de autoconsumo com capacidade de 79,2 kWp e uma geração mensal estimada de 8.268 kWh, suficiente para atender todo o consumo de energia da empresa. 

O convés Freesurf no qual o sistema fotovoltaico de autoconsumo será instalado. - Imagem: Freesurf

Fundada há quase 30 anos em Gravataí (RS), pelo surfista e empresário Glauber Pacheco, a marca Freesurf de equipamentos de surf está presente em mais de mil lojas do setor no Brasil e pretende continuar expandindo com o uso de energia limpa Foi a primeira empresa brasileira de surf que neutralizou suas emissões de carbono e agora terá uma instalação fotovoltaica de autoconsumo com capacidade de 79,2 kWp e uma geração mensal estimada de 8.268 kWh, suficiente para satisfazer todo o consumo de energia da empresa .

O projeto foi concebido e está sendo executado pela Engie desde agosto, e espera-se que a instalação, localizada em um telhado com 489 m², seja concluída em outubro. Os R$ 333.000 (cerca de US$ 82.000) exigidos pelo investimento serão pagos dentro de três a quatro anos. Somente no primeiro ano de operação, a economia na conta de energia será de aproximadamente R$ 80.000 (US$ 19.700).

Marinha do Brasil usa energia solar para suprir seu próprio consumo de eletricidade

Porto Agência Tramandaí, localizado no litoral norte do Rio Grande do Sul, instalou um total de 74 painéis fotovoltaicos com capacidade de geração de 20 kW para a auto - consumo, o que economiza até 95% do seu consumo eletricidade. 

Instalação fotovoltaica da Autoridade Portuária de Tramandaí. 
Foto: Ministério da Defesa / Marinha do Brasil

A Autoridade Portuária de Tramandaí, localizada no litoral norte do Rio Grande do Sul, tornou-se pioneira no fornecimento de sistemas fotovoltaicos de autoconsumo. Através da instalação de 74 painéis fotovoltaicos, capazes de gerar 20 kW, você receberá economizar até 95% na conta de energia elétrica da instituição, e também gerar créditos de energia da rede local, que estará disponível para usado por um período de até 60 meses.

A pequena usina fotovoltaica foi instalada no telhado das áreas de estacionamento do local e exigiu um investimento de aproximadamente R$ 80 mil (US$ 21.000). Está em operação desde março deste ano e faz parte do programa "Energia da Armada do Brasil". A ideia é incentivar organizações militares a seguir estratégias de redução de custos que envolvam o uso de energia limpa.

De acordo com o comandante da Agência, capitão da corveta Darcy da Cunha Dalbon, energia fotovoltaica e foi parcialmente adotada em outras organizações militares, mas não totalmente: "Com a experiência de Tramandaí, novas unidades devem adotar o modelo", explica ele.

Energias eólica e solar alimentarão quase 50% da rede mundial até 2050

Parque eólico em Osório (RS): a energia dos ventos segue em expansão no mundo. 
Foto: Governo RS

Reduções significativas nos custos de tecnologias de energia eólica, solar e baterias resultarão em uma rede alimentada quase pela metade pelas duas fontes de energia renovável com maior crescimento até 2050, segundo as últimas projeções da BloombergNEF (BNEF) divulgadas pela agência Bloomberg. No relatório New Energy Outlook 2019 (NEO), a BNEF projeta que essas tecnologias garantirão que – pelo menos até 2030 – o setor de energia elétrica fará sua parte para impedir que a temperatura global suba mais de 2 graus Celsius.

O NEO compara anualmente os custos entre tecnologias de energia elétrica por meio de uma análise do custo nivelado de eletricidade. Este ano, o relatório conclui que, em cerca de dois terços do mundo, as energias eólica ou solar representam agora a opção mais barata para adicionar nova capacidade de geração de energia elétrica.

A demanda de eletricidade deve aumentar 62%, resultando em um aumento de quase o triplo da capacidade de geração global entre 2018 e 2050. Isso atrairá US$ 13,3 trilhões em novos investimentos, dos quais US$ 5,3 trilhões serão direcionados para plantas eólicas e US$ 4,2 trilhões, para plantas solares. Além dos gastos com novas usinas geradoras, serão investidos US$ 840 bilhões em baterias e US$ 11,4 trilhões na expansão da rede elétrica.

Segundo o NEO, o papel do carvão no mix global de energia cairá de 37% hoje para 12% até 2050. Já o uso de petróleo como fonte de geração de energia elétrica será praticamente eliminado. A energia eólica e a solar crescem dos atuais 7% para 48% em 2050. Os percentuais de energia hidrelétrica, gás natural e nuclear permanecerão semelhantes aos de hoje.

A Europa descarbonizará sua rede mais rapidamente que outras regiões – em 2050, 92% de sua eletricidade fornecida por renováveis. Os EUA, com gás natural abundante e barato, e a China, com sua frota moderna de usinas a carvão, seguem em ritmo mais lento. Esta última viverá o pico das emissões de seu setor de energia em 2026, e uma diminuição para menos da metade nos próximos 20 anos.

A demanda de eletricidade da Ásia mais que dobrará até 2050. Com US$ 5,8 trilhões, toda a região da Ásia-Pacífico representará quase metade de todo o novo capital gasto globalmente para atender essa demanda crescente. China e Índia juntas representam uma oportunidade de investimento de US$ 4,3 trilhões.

Nos EUA, US$ 1,1 trilhão serão investidos em nova capacidade de energia elétrica, com energias renováveis mais que dobrando sua participação na geração, chegando a 43% em 2050.

De acordo com o relatório NEO deste ano, as perspectivas são mistas para as emissões globais e manutenção do aumento da temperatura até 2 graus ou menos. Por um lado, a adição de energia solar, eólica e baterias colocará o mundo em uma trajetória compatível com esses objetivos pelo menos até 2030. Por outro lado, muito mais precisará ser feito além desta data para manter o mundo nesta trajetória do limite de 2 graus.

Matthias Kimmel, analista líder do NEO 2019, disse: “Nossa análise do sistema elétrico reforça uma mensagem importante presente nas edições anteriores do NEO – que módulos fotovoltaicos solares, turbinas eólicas e baterias de íons de lítio devem continuar em curvas agressivas de redução de custos, de 28%, 14% e 18%, respectivamente, para cada duplicação da capacidade global instalada. Em 2030, a energia gerada ou armazenada e distribuída por essas três tecnologias irá reduzir a eletricidade gerada por usinas existentes a gás e carvão em quase todos os lugares.”

O crescimento projetado de energias renováveis até 2030 indica que muitos países poderão seguir uma trajetória na próxima década que possibilite manter o aumento da temperatura mundial no limite de 2 °C ou menos, e isso é possível mesmo sem subsídios diretos adicionais para tecnologias existentes, como solar e eólica.

“Os dias de subsídio direto (…) estão chegando ao fim”, disse Elena Giannakopoulou, chefe de economia de energia da BNEF. “Entretanto, para alcançar este nível de transição e descarbonização, serão necessárias outras mudanças de políticas energéticas – ou seja, a reforma dos mercados de eletricidade para garantir que a energia eólica, solar e baterias sejam remuneradas adequadamente pela contribuição à rede. NEO é fundamentalmente agnóstico em relação a políticas públicas, mas supõe que os mercados operam de forma racional e justa para permitir que fornecedores com o custo mais baixo ganhem.”

Fórum debate o potencial do RS para gerar energia solar


Em sua primeira edição, o Fórum Estadual de Energia Solar e Eficiência Energética ocorrerá hoje e amanhã, com palestras, painéis e apresentação de cases.

Em sua primeira edição, o Fórum Estadual de Energia Solar e Eficiência Energética ocorrerá nesta quarta e quinta-feira, com palestras, painéis e apresentação de cases, na Fundação Casa das Artes, em Bento Gonçalves. O evento vai discutir os rumos da geração solar nos próximos anos e reunirá empresários, profissionais do setor, gestores de órgãos públicos, pesquisadores e estudantes.

Com o objetivo de fortalecer o mercado gaúcho nessa área, o fórum também vai proporcionar o Espaço de Negócios. Além disso, na sexta-feira será realizado outro evento, o workshop Comissionamento de sistemas fotovoltaicos, com a intenção de qualificar o setor. “Os assuntos apresentados terão o objetivo de reforçar as boas práticas do setor, discutir a legislação vigente, apresentar cases inspiradores e oportunidades de negócios”, explica o coordenador do fórum, Tiago Cassol Severo.

Os debates vão tratar sobre o potencial brasileiro, em especial o gaúcho. Temas como o mercado fotovoltaico, oportunidades e desafios, gestão no setor de energia, financiamentos para projetos, cadeia produtiva para energia solar e eficiência energética, legislação, comissionamento e regulação na área de energia solar e geração distribuída estão na programação.

Na abertura do evento, o diretor do Departamento de Energia da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado, Eberson José Thimmig Silveira, professor de Engenharia Elétrica e Especialização em Energias Renováveis na PUC/RS, abordou o Panorama energético no Brasil.

Paralelamente às palestras e aos painéis, o fórum contará com o Espaço de Negócios, com 17 empresas. O espaço será visitado gratuitamente pelo público, mesmo quem não estiver participando da programação, das 8h30 às 18 horas. A programação ainda prevê, amanhã, a inauguração de projetos de eficientização do sistema de iluminação da Universidade de Caxias Sul (UCS), com 58 painéis solares, totalizando 18,5kW de potência.

Por: Redação Gazeta do Sul

CEEE Busca Investidores Para Parque Eólico


A CEEE Geração e Transmissão abriu chamada pública para selecionar empresas ou consórcios interessados em adquirir participação acionária da companhia no Complexo Eólico Povo Novo (CEPN), localizado em Rio Grande.

As propostas serão recebidas até o dia 22 de fevereiro. O edital e mais informações sobre o empreendimento estão disponíveis aqui.

O complexo é formado pelas centrais geradoras Povo Novo, Fazenda Vera Cruz e Curupira, que somam potência instalada de 52,5 MW e garantia física de 22,1 MW.

Decorrente do Leilão A-3, de novembro de 2013, o empreendimento prevê 25 aerogeradores (quatro em Povo Novo, dez na Fazenda Vera Cruz e 11 em Curupira) e teve as obras suspensas com 34,6% dos trabalhos concluídos.

O Grupo CEEE atua no setor energético e está presente em todo o RS, onde possui concessões de usinas hidrelétricas e eólicas, de transmissão e de distribuição de energia, além de participações em empreendimentos ligados ao setor.

Criada em 1943, é a maior empresa do setor de energia elétrica do estado e a oitava maior empresa do RS, de acordo com a pesquisa Grandes e Líderes no Rio Grande do Sul, realizada pela Revista Amanhã em 2017.

Entre usinas próprias e participações, a Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica tem potência instalada de 1.252,22 MW.

São 15 usinas próprias (que somam de 909,0 MW de capacidade instalada), concentradas nas regiões Norte e Nordeste do RS.


VENÂNCIO É O SEGUNDO MUNICÍPIO DO RS COM MAIOR POTÊNCIA INSTALADA DE ENERGIA SOLAR


O aumento de placas fotovoltaicas em telhados de empresas e residências de Venâncio Aires, ao longo dos últimos anos, não é mera impressão.

O município já é o segundo do Rio Grande do Sul com maior potência instalada na geração de energia solar, atrás, apenas de Santa Cruz do Sul.

Placas com células fotovoltaicas instaladas em casas e usinas como a inaugurada, nesta semana, pela família Schuh, em Linha Barbosa, já têm capacidade de gerar 3.053,10 quilowatts – quase 4% do total da energia solar produzida no estado, conforme relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Para o sócio-proprietário da Nettelin Energia Solar e Engenharia, Paulo Ricardo Coutinho, a utilização de energia solar é uma tendência e garante benefícios ambientais e financeiros. ‘O mercado desse segmento se aqueceu nos últimos anos e esse é o futuro’, considera.

A empresa venâncio-airense iniciou as atividades em 2012, com foco em instalação elétrica predial, mas, há 3 anos, voltou-se ao segmento de energia solar. Coutinho observa que, entre as fontes de energia limpa e renovável, essa é a mais viável de ser implementada.

‘A geração de energia eólica demanda uma estrutura muito grande e é inviável para residências, por exemplo. Além disso, na nossa região, a energia solar é a mais adequada, pois o sistema pode ser instalado tanto em telhados como em campos’, comenta.

Sócio-proprietário e diretor técnico da Nettelin, Dyaronan Alves Model compara o investimento em um sistema de energia solar a uma antecipação da conta de luz. ‘Em média, em 4 anos, tira-se o investimento. Quanto maior o sistema, mais rápido ele se paga. Em uma casa isso demora mais, mas em uma indústria, que consome muita energia, logo o investimento se paga’, destaca, ao lembrar que as placas têm 25 anos de garantia de rendimento. ‘Daqui a 25 anos, elas estarão gerando até 80% da capacidade com a qual começaram’, cita. 

247 é o número de Unidades Consumidoras que recebem os créditos pela geração de energia em Venâncio Aires, a partir de placas fotovoltaicas, conforme a Aneel. Foto: Juliana Bencke / Folha do Mate

Como funciona o sistema

1. Qualquer pessoa física ou jurídica com uma conta de energia elétrica pode implantar um sistema de energia solar. O projeto deve ser elaborado por uma empresa especializada, com base no consumo do cliente.

2. À base de silício, as placas fotovoltaicas captam luminosidade e as transformam em energia de corrente contínua.

3. Depois disso, o inversor transforma a energia em corrente alternada para que seja encaminhada à rede elétrica.

4. Nos locais onde há sistema de energia fotovoltaica, utiliza-se um relógio bidirecional. Além de medir o consumo, ele controla o quanto de energia é gerada.

5. Quando a quantidade de energia gerada é maior do que a consumida, ela se transforma em créditos junto à empresa concessionária de energia. Assim, é possível descontar o valor em um período quando não é possível gerar a quantidade necessária de energia, como no inverno, quando a luminosidade é menor.

Linha de crédito

Com uma linha de financiamento voltada a sistemas de energia solar, a Cooperativa Sicredi Vale do Rio Pardo pretende fechar 2018 com R$ 35 milhões em crédito para produção de energia. Em toda a região, 367 pessoas físicas e jurídicas já acessaram a linha de crédito, entre as quais 79 são de Venâncio Aires.

De acordo com o diretor executivo da Sicredi Vale do Rio Pardo, Márcio Algayer, o objetivo do financiamento é fomentar a valorização e a geração de energia limpa e renovável, fortalecendo a preservação ambiental. ‘Não existe tamanho mínimo exigido para o sistema, porém, o recomendável é sempre que o projeto contemple o atendimento de seu consumo. O financiamento é realizado sempre com base no projeto apresentado, podendo ser financiado até 100% do valor, com prazo para pagamento de até 120 meses’, explica.

Folha do Mate

Honda Energy comemora quatro anos de sucesso do seu Parque Eólico no Rio Grande do Sul


A Honda Energy do Brasil está comemorando quatro anos de operações de seu parque eólico, que é uma iniciativa pioneira do grupo Honda no mundo e do setor automotivo nacional. Localizado na cidade de Xangri-Lá (RS), o parque conta com nove aerogeradores, resultando em uma capacidade total de 27,7MW. Em uso pleno, o empreendimento alcança a geração de 85.000 MW/ano. Os equipamentos estão entre os maiores do Brasil. As torres têm 94 metros de altura e o ponto mais alto do conjunto alcança 150 metros. As 27 pás, por sua vez, possuem 55 metros e 15 toneladas cada uma delas.

A Honda considera como parte de sua estratégia de negócio as respostas às mudanças climáticas, às questões energéticas e a utilização eficiente de recursos. O quarto aniversário do parque é celebrado com a importante marca de 500 mil automóveis produzidos com o uso de energia 100% limpa e renovável. Para a empresa, este número comprova a viabilidade de um modelo de produção sustentável e o constante compromisso da empresa em reduzir os níveis de emissão de gás carbônico de suas atividades.

A Honda Energy se diz alinhada aos esforços para a concretização de uma sociedade livre do carbono, as atividades do parque evitaram a emissão de mais de 24 mil toneladas de CO2 no meio ambiente, minimizando o impacto ambiental dos processos produtivos da marca. No resultado acumulado desde janeiro de 2015, a geração de energia ultrapassa os 280.000 MWh. A Honda optou pela energia eólica, que apresenta um dos menores índices de emissão de CO2 e é favorecida pela boa disponibilidade de ventos no país.

Câmara de Vereadores de Campo Bom inaugura usina solar


Após uma breve cerimônia no início da noite de quarta-feira, 21 de novembro, a Câmara de Campo Bom teve todas as suas luzes apagadas. Segundos depois, elas foram reacesas a partir de uma iniciativa inovadora. Pelos próximos 25 anos, o Legislativo campo-bonense terá seu prédio inteiro abastecido por energia solar. A usina fotovoltaica, composta por 112 painéis, garantirá geração totalmente sustentável e uma economia anual de R$ 60 mil. O presidente da Câmara de Novo Hamburgo, Felipe Kuhn Braun (PDT), e o vereador Enio Brizola (PT) prestigiaram a inauguração.

Com custo de R$ 154.554,30, o parlamentar campo-bonense Victor Souza calcula que o investimento se pague em menos de dois anos e meio – e perdurará por, pelo menos, um quarto de século. Presidente do Legislativo em 2018, Souza tratou a implementação da energia solar como a obra prioritária de sua gestão. Ele destacou a realização de um sonho alimentado ao longo de sete anos e comemorou a transformação da Câmara de Campo Bom na primeira casa legislativa do país a alcançar a autossuficiência energética.

De acordo com o parlamentar, a iniciativa vai ao encontro do pioneirismo característico da cidade do Vale do Sinos. “A questão da economia e da austeridade tem que ser levada a sério pelo gestor. Ter o primeiro Legislativo autossuficiente em energia compensou as noites de sono que perdemos. Essa é uma obra da nossa cidade para a nossa comunidade e que, nos próximos 25 anos, estará cumprindo sua missão de dar economia e sustentabilidade para Campo Bom”, enfatizou.

Felipe Kuhn Braun parabenizou a medida adotada pelo Parlamento vizinho e salientou o impacto positivo que ela poderá gerar para diferentes instituições. “Campo Bom, muitas vezes, foi protagonista de diversos processos no Vale do Sinos. Hoje se fala tanto em sustentabilidade, mas aqui vimos a prática de uma importante ação que gerará bons resultados em curto e longo prazo, tanto em economia quanto em meio ambiente, dando retorno ainda maior para a cidade. Passa a ser um exemplo para a região e para o Estado”, apontou.

Entusiasta da temática, Enio Brizola chegou a propor algo ainda maior para a cidade de Novo Hamburgo. Por meio de projeto de lei, o vereador sugeria a instalação de painéis solares em prédios públicos do Município. Ele lamentou, contudo, que a matéria tenha sido aprovada pela Câmara, mas vetada integralmente pela prefeita Fátima Daudt. “O pioneirismo dessa ação simboliza um marco bem importante para a sustentabilidade, que poderá ser replicado em várias câmaras do Estado e do Brasil. 


Parabéns a essa decisão coletiva, construída por seu presidente, e para Campo Bom, que caminha a passos largos para o desenvolvimento. As câmaras são muitas vezes criticadas por seus gastos. Neste momento, a de Campo Bom está dando um exemplo muito grande de economicidade pro Brasil inteiro, empolgando também as empresas do município. Veja como se cria, através de um projeto desses, uma sinergia, que promove sustentabilidade e o desenvolvimento econômico”, comentou.

Pioneirismo

O secretário de Meio Ambiente de Campo Bom, João Flávio Rosa, ressaltou que 20 paradas de ônibus da cidade estão equipadas com lâmpadas abastecidas por placas fotovoltaicas. “O cenário climático atual exige a constituição de novas escolhas no estilo de vida de nossa sociedade, novas atitudes individuais e coletivas na relação com o meio natural. Essa obra sinaliza uma mudança de comportamento”, elogiou. O vice-prefeito Beto Santos colaborou afirmando que Campo Bom está no caminho certo, no que se trata da geração alternativa de energia. “Essa é uma tecnologia que já existe há muitos anos em países da Europa e que está vindo com muita força para o Brasil. Ficamos felizes que a Câmara de Campo Bom seja pioneira, atingindo 100% em captação de energia. É um investimento que se paga”, frisou.

Conforme projeção do Legislativo campo-bonense, a energia gerada, mas não consumida, poderá ser destinada ao Executivo para a realização de eventos no Largo Irmãos Vetter, praça localizada atrás do prédio da Câmara. O reitor da Universidade Feevale, Cleber Prodanov, destacou o caráter inovador da cidade e mostrou-se lisonjeado em ter em Campo Bom a sede do novo campus da instituição de ensino. “É muito importante nos nutrirmos dessas iniciativas, dessa visão de futuro. Isso é pensar em um mundo limpo, equilibrado e moderno. Isso é inovação, uma iniciativa da qual sentimos orgulho. Espero que esse evento se espalhe pelo Rio Grande do Sul, nas casas e empresas, e que possamos usufruir de um mundo mais bonito e melhor”, finalizou.

Assista o o vídeo da inauguração