A versatilidade das tradicionais fontes orgânicas

 

A bioenergia também foi objeto de discussão no Fórum de Energias Renováveis. Gerada por meio de fontes como matérias orgânicas de origem vegetal ou animal, ela tem a versatilidade como uma das principais características, já que é igualmente útil na produção de combustíveis, eletricidade e calor.

Em dezembro do ano passado, o governo gaúcho assinou contrato de suprimento de biometano após estudos de viabilidade feitos pela Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), com a pretensão de instalar a central de tratamento integrado de resíduos em Triunfo, na região metropolitana. Em 2016, o Estado tinha capacidade de produzir 2,7 milhões de metros cúbicos (m³) por dia de biogás, 1,5 milhão de m³ por dia de biometano e gerar 2,4 gigawatts (GW) de energia elétrica a partir da biomassa agrossilvopastoril.

Os dados são do Atlas das Biomassas, estudo encomendado pela Sulgás junto à Universidade do Vale do Taquari (Univates) e concluído no ano de 2016. De acordo com a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), o Brasil tem potencial de produção de 120 milhões de m³ diários do biogás, que poderiam suprir 40% da demanda por energia elétrica e 70% do consumo de diesel. 

A biomassa residual produzida no Rio Grande do Sul tem origem em cinco diferentes fontes, ainda conforme o documento: pecuária, especialmente dejetos de bovinos, suínos, aves, equinos e ovinos, agroindustrial, este subdividido em abate bovino, suíno, avícola e laticínios, e ainda resíduos de vinícolas, Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e aterros por meio do reúso dos resíduos sólidos urbanos. “Temos matéria-prima para utilização de biogás infinito. O Brasil produz diariamente 220 mil toneladas de resíduos domiciliares. No mínimo, 110 missão orgânicos”, disse no evento Pedro Rudimar, professor do IMED em Passo Fundo.

De acordo com a Aneel, a biomassa utilizada no Estado também provém de materiais como casca de arroz e resíduos de madeira. Os maiores índices de geração, conforme o Atlas das Biomassas, estavam na Fronteira-Oeste, detendo 16,4% do total. Na sequência, vêm o sul gaúcho, Campanha, Vale do Taquari e Serra. O potencial da biomassa está no radar de grandes empresas como a Braskem e a BSBIOS, que participaram do Fórum e expuseram suas experiências de produção.

Futuro

"O futuro é verde. O meio ambiente é a pauta". A expert em Estudos de Futuros e Neo Humanista e CEO da W Futurismo, Jaqueline Weigel, foi a palestrante de abertura do Fórum de Energias Renováveis. Segundo ela, o futuro deve instigar os líderes, nas empresas e no poder público, a pensarem a longo prazo. “Não vamos mudar o planeta em cinco anos. E é preciso saber aonde se quer chegar. Ninguém pega um avião sem saber o destino.”

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