Mostrando postagens com marcador SOLUÇÕES HÍDRICAS. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador SOLUÇÕES HÍDRICAS. Mostrar todas as postagens

Gestão de resíduos sólidos urbanos nos municípios da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê: uma análise sobre o uso de TIC no acesso à informação governamental


O estudo teve por objetivo analisar de que forma tecnologias de informação e comunicação (TIC), e a internet em particular, são empregadas para apoiar a gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU) no nível municipal. Para tanto, analisaram-se os websites dos 34 municípios da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê em relação às informações de programas de coleta seletiva, uso de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) e o acesso ao Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS). Os resultados revelam que a maior parte dos municípios utilizam as TIC de forma limitada, e as subutilizam na divulgação de informações relevantes à população, sobretudo no que diz respeito às formas adequadas de separação e acondicionamento dos resíduos sólidos para a coleta seletiva. 

Isso pode reduzir o desempenho desse serviço público e aumentar os riscos à saúde dos catadores que atuam na reciclagem desses materiais. Concluiu-se que um melhor uso de TIC para o adequado monitoramento e difusão de informações sobre resíduos sólidos urbanos pode ser um mecanismo efetivo para o cumprimento dos objetivos e metas determinados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos no nível local e para práticas de accountability e informação aos cidadãos.

Os resíduos sólidos urbanos (RSU) constituem hoje um desafiante tema na agenda de políticas públicas ambientais. A gestão e a disposição inadequadas desses resíduos causam conhecidos impactos ambientais e à saúde pública, como poluição e degradação do solo, poluição de corpos d’água e mananciais, intensificação de enchentes devido ao assoreamento de rios e córregos e obstrução de bueiros, proliferação de moscas, baratas, ratos e outros vetores de importância sanitária, aumento no risco de doenças de veiculação hídrica tais como leptospirose e dengue. Há ainda os impactos sociais negativos, como coleta de materiais recicláveis feita em condições insalubres pelos catadores nas ruas, nos galpões de triagem e/ou nas áreas de disposição final, como lixões (Cherfem, 2015; Jacobi & Besen, 2011; Santos & Gonçalves-Dias, 2012).

Procurando criar mecanismos legais que possam induzir o poder público a adotar uma gestão adequada dos resíduos sólidos em relação aos aspectos ambientais, sociais, econômicos e sanitários, o governo federal sancionou em 2010 a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), por meio da lei nº 12.305 (Brasil, 2010a). Tal política estabelece importantes objetivos, diretrizes e instrumentos, dentre os quais se destaca promover, através de uma abordagem integrada, a redução, reaproveitamento e reciclagem dos resíduos (nessa ordem de prioridade), além da coleta seletiva, a compostagem, a logística reversa, a responsabilidade compartilhada, a educação ambiental, a pesquisa científica e tecnológica, o incentivo e apoio às cooperativas de catadores de materiais recicláveis e o monitoramento e fiscalização ambientais (Brasil, 2010a). 

Essa abordagem integrada contrapõe-se ao paradigma até então vigente na gestão de resíduos sólidos urbanos, caracterizado por tratar o problema “[…] setorialmente, de forma desarticulada, obstruindo uma visão sistêmica do problema e se refletindo em políticas públicas fragmentadas” (Santos & GonçalvesDias, 2012, p. 146).

Como apontado pelo Ministério do Meio Ambiente (Brasil, 2010b), para que haja maior desempenho na implantação de programas municipais de coleta seletiva, é fundamental mobilizar e orientar a população, incluindo o uso de meios de comunicação, para que os resultados do programa sejam coerentes com o que foi previsto.

Autores: Flávio Bordino Klein; Sylmara Lopes Francelino Gonçalves-Dias e Martin Jayo.

Peru quer promover a mobilidade elétrica através de novos padrões

Por meio da Resolução Ministerial nº 250-2019, agora submetida a consulta pública, o Ministério da Energia e Minas quer declarar a promoção de veículos elétricos e híbridos de interesse nacional e necessidade pública.


O Ministério de Energia e Minas (Minem) do Peru quer promover a mobilidade elétrica por meio de uma nova proposta legislativa.

O ministério disse em nota que a Resolução Ministerial No. 250-2019 foi submetida a consulta pública, com a qual deseja declarar a promoção de veículos elétricos e híbridos de interesse nacional e necessidade pública.

Outro objetivo do novo padrão, que também pode ser lido na declaração, é facilitar as condições para o desenvolvimento da infraestrutura de carga correspondente. "Está previsto um período de 15 dias úteis para a recepção de comentários e sugestões pelo público em geral, contados a partir da publicação desta Resolução Ministerial", pode ser lido na nota.

Minem também disse que queria promover a aquisição e substituição de frotas de veículos tradicionais por carros elétricos e híbridos no setor público. “O projeto publicado faz parte da Política Nacional de Energia 2010 - 2040, que tem entre seus objetivos promover maior eficiência no uso de energia e o desenvolvimento de um setor energético com impacto ambiental mínimo e baixas emissões de carbono”, acrescentou o Ministério

Renováveis ​​e geopolíticas: a água e o sol giram para a nova ordem mundial

Em nossa série de entrevistas sobre energia renovável e geopolítica, a Indra Øverland - chefe do Centro de Pesquisas Energéticas do Instituto Norueguês para Assuntos Internacionais - explica por que a energia hidrelétrica pode ser a combinação perfeita para energias renováveis ​​intermitentes como a solar e a eólica. Os ativos da hidroeletricidade são uma das maiores histórias geopolíticas da transição energética, mas quase não recebem atenção. Nações com forte potencial hídrico podem tornar-se elementos-chave das energias renováveis ​​regionais.

A energia hidrelétrica, particularmente o armazenamento bombeado, pode ser a chave para a transição da energia renovável. Imagem: MikeGoad / Pixabay

Apesar de não estar incluída entre as “novas” tecnologias de energia renovável, espera-se que a energia hidrelétrica desempenhe um papel fundamental no futuro sistema energético mundial, de acordo com Indra Overland, chefe do Centro de Pesquisa Energética do Instituto Norueguês para Assuntos Internacionais.

"Enquanto muitas pessoas que escrevem e falam sobre a geopolítica da transição energética estão obcecadas com materiais críticos, ameaças à segurança cibernética e apagões de eletricidade, a hidrelétrica é na verdade uma das maiores histórias geopolíticas na transição energética, mas quase não recebe atenção", disse Overland. revista pv.

Ele destacou que a infraestrutura hidrelétrica pode durar com manutenção mínima e, assim, tornar-se extremamente barata, mesmo que seu gasto inicial de capital seja considerável. Além disso, a hidroeletricidade é o acompanhamento perfeito para energias renováveis ​​intermitentes, como a solar e a eólica, porque é uma tecnologia barata, madura e comprovada para armazenamento de energia que pode ser ativada e desativada rapidamente.

Embora os laboratórios em todo o mundo pesquisem freneticamente as tecnologias de armazenamento de energia na esperança de abordar os problemas de intermitência e transmissão associados à energia solar e eólica, existe uma solução na forma de energia hidrelétrica. "Ao contrário de outras tecnologias de energia renovável, a energia hidrelétrica não é dependente de materiais críticos ou futuros avanços tecnológicos", disse o professor Overland. “Devido à sua adequação para armazenamento, o uso de energia hidrelétrica para a carga de carga da rede elétrica, como muitos países fazem, beira a insanidade tanto no sistema energético quanto nos termos geopolíticos.”

Hydro sem obstáculo para a energia solar

Imagem: Norsk Utenrikspolitisk Institutt (NUPI)
A energia hidrelétrica está se expandindo em muitas partes do mundo, com a maioria dos países em desenvolvimento que têm recursos hídricos significativos construindo barragens. Alguns países desenvolvidos, por outro lado, estão removendo a infraestrutura hidrelétrica, mas na maior parte são barragens pequenas negligenciadas. "Em termos de capacidade de geração de megawatts e saída de megawatt-hora, a energia hidrelétrica está se expandindo globalmente e continuará a fazê-lo, especialmente porque está cada vez mais conectada à expansão da geração solar e eólica", disse Overland.

A abundância de qualquer recurso energético - carvão, gás natural ou hidro - pode facilmente tornar-se um obstáculo ao desenvolvimento de fontes de energia alternativas, menos maduras e, portanto, mais caras. O aprisionamento institucional e de infra-estrutura também representa ameaças, como Overland explicou. "Se os engenheiros e especialistas em energia de um país são treinados para lidar com um tipo de energia, é preciso tempo para estabelecer outro", disse ele. “E uma vez que a infraestrutura de grande escala foi construída para um tipo de energia, normalmente será mais barato renovar ou ampliar essa infraestrutura do que criar uma nova infraestrutura a partir do zero. No entanto, no caso da energia hídrica, solar e eólica, grande parte da infra-estrutura deve se sobrepor, já que eles são todos sobre geração de eletricidade, então a energia hidrelétrica não deve ser um obstáculo a longo prazo ”.Indra Overland

Chave hidráulica bombeada para integração de renováveis

A hidro-bomba deve se tornar uma tecnologia-chave para a integração de energia hidrelétrica com novas tecnologias de energia renovável. "É simples, altamente viável e pode ser implementado na maioria das barragens de hidrelétricas", disse Overland. “Ao bombear a água reversa para a represa quando a demanda por eletricidade é baixa, ou há um excedente de eletricidade na rede, essa eletricidade pode ser armazenada na forma de água na represa e liberada novamente quando houver necessidade. Assim, a hidroelétrica bombeada aumenta a capacidade de armazenamento e a flexibilidade de uma usina hidrelétrica, o que a torna, por sua vez, um parceiro ainda melhor para a energia solar e eólica. ”

O especialista em energia considera a energia hidrelétrica como a fonte de energia renovável mais geopolítica. “Países com grandes recursos hidrelétricos têm a oportunidade de se tornar o eixo dos complexos regionais de energia renovável”, disse ele. Esses países teriam a chance de apoiar a expansão da energia solar e eólica doméstica e nos países vizinhos e gerar receita de exportação ao mesmo tempo. A lista dessas nações inclui Angola, República Democrática do Congo, Etiópia, Guatemala, Quirguistão, Tadjiquistão, Nepal, Butão, Laos, Noruega, Paraguai, Suíça e Geórgia.

Logicamente, a transição energética deve permitir que essas nações desempenhem papéis regionais mais importantes. "Mas é claro que isso depende da integração de redes elétricas, mercados e preços, que por sua vez dependem da remoção de subsídios, e todos eles dependem da integração e cooperação regional", disse Overland. Isso significa que os países ricos em recursos hídricos também devem se tornar propulsores da desregulamentação e integração do mercado de energia no país e no exterior, ajudando a transformar os sistemas de energia e a política regional.

Um importante avanço tecnológico está sendo fornecido pelo PV flutuante. "Acho que tanto a energia solar flutuante quanto a hidroelétrica são tecnologias-chave para o futuro e podem se reforçar mutuamente", acrescentou Overland. "Desde que haja energia suficiente para preencher a lacuna quando não há luz do sol, não há quase nenhum limite para a quantidade de energia solar flutuante que pode ser construída - além do acesso a superfícies de água adequadas."

A energia hidrelétrica é intermitente

As represas hidrelétricas são ótimas baterias, então a tecnologia tem muito menos problemas de intermitência do que a solar e a eólica. No entanto, a intermitência ainda é um problema, mesmo se medido em épocas e anos, em vez de horas e dias.

Por terra avisou que, se os eventos climáticos extremos se tornarem mais frequentes devido à mudança climática, a energia hidrelétrica será afetada como a energia solar e o vento. Em países onde o escoamento glacial é uma parte importante do sistema hidrológico, a mudança climática pode ter consequências particularmente graves.

As geleiras acumulam nevascas variadas durante o inverno, que se espalham uniformemente durante os meses de verão. Assim, as geleiras funcionam como um amortecedor estabilizador entre o fluxo do rio e as variações anuais na precipitação.

"Quando as geleiras se forem, seu efeito estabilizador no fluxo do rio será perdido e os efeitos das secas serão exacerbados", acrescentou Overland. “À luz do impacto da mudança climática na energia hidrelétrica, é importante assegurar o uso bem planejado e cauteloso dos recursos hidrelétricos para lidar com as variações na precipitação.”

Go hydro, não nuclear

O professor de energia destacou dois países com um enorme potencial para combinar a energia solar e hídrica com as economias vizinhas: o Egito e o Uzbequistão.

Overland explicou que o Egito evidentemente tem um potencial solar incrível, mas também tem uma população em rápida expansão que pode consumir muito mais eletricidade. "Assim, a velocidade máxima e a extensão do desenvolvimento da energia solar é imperativa para o Egito, mas não pode resolver inteiramente a dependência do país no Nilo", disse Overland. Para resolver o problema, o governo egípcio precisa controlar o crescimento populacional.

“Também é importante para o Egito evitar repetir seus erros passados ​​e desperdiçar os novos recursos de gás que encontrou, o que pode se tornar uma distração”, acrescentou Overland. "O Egito deve ter como objetivo tornar-se tão bom em governança energética quanto no belo jogo de squash, onde é a única superpotência do mundo".

O Uzbequistão, outro país a jusante, dependente dos seus rios e vizinhos a montante e com um imenso potencial para a energia solar, iniciou recentemente uma dramática transformação política que poderá transformar a Ásia Central. "Mas, como os egípcios, os uzbeques precisam evitar distrações, como o plano de construir uma usina nuclear em cooperação com a Rússia, potencialmente sobrecarregando o Uzbequistão com corrupção, dívidas e questões ambientais por muito tempo", disse Overland.

Preocupações ambientais

Quando questionado sobre o impacto social e ambiental da energia hidrelétrica, Overland apontou que questões semelhantes poderiam estar associadas a qualquer projeto de infraestrutura.

"Imagine a quantidade de terra coberta por estradas, instalações industriais, lixões, aeroportos, agricultura e assim por diante", ele respondeu. “Se você tentar estimar, os números são espantosos. Então, não vejo por que as represas hidrelétricas devem ser um problema tão grande comparado a tudo o mais ”. Na sua opinião, existem sistemas bem desenvolvidos para lidar com as conseqüências sociais dos projetos de infraestrutura, em termos de avaliações de impacto ambiental e consultoria. com as comunidades e garantir que os direitos sejam respeitados.

"O problema é que esses sistemas muitas vezes não são usados ​​adequadamente, como no caso da represa Myitsone em Mianmar, envolvendo acordos obscuros entre uma empresa do governo chinês, o governo birmanês e um conglomerado birmanês", disse Overland.

Tal como acontece com a energia eólica, que é frequentemente sujeita a resistência local, se os residentes têm propriedade e uma parte da receita gerada, é muito mais provável que sejam receptivos.

“É claro que algumas barragens não devem ser construídas, independentemente dos benefícios para os habitantes locais, porque o impacto ambiental é simplesmente muito grande”, concluiu Overland.

Em suas entrevistas anteriores para esta série, a Indra Overland discutiu questões geopolíticas relacionadas à China, Rússia, Arábia Saudita, armazenamento, super-redes e a geopolítica da transição energética.

Crise hídrica no Chile trava adaptação às mudanças climáticas

Governo chileno estima que país terá disponível até 37% menos água em 30 anos.


O lago Maule na cordilheira dos Andes, a 300 quilômetros de Santiago. O Chile lançou um plano de ação com o objetivo de resolver sua prolongada crise de água, em preparação para as negociações sobre o clima da COP25 (imagem: Centro de Cambio Global UC)

Segundo as projeções de mudanças climáticas no Chile, uma das principais consequências será a falta de água. Medições preliminares do governo estimam uma redução na disponibilidade do recurso de entre 10% a 37% hoje.

Essa redução obrigará o país a racionar o recurso que ainda não tem um inventário preciso em nível nacional, e a modificar, segundo os especialistas, o código de direitos de aproveitamento que hoje permite que a água esteja em mãos de entidades privadas.
Situação atual

A cada 30 anos, o Chile faz um balanço da disponibilidade de seus recursos hídricos. A Direção Geral de Águas (DGA) foi a encarregada de encomendar a elaboração do novo inventário, que ainda está em processo.

Dados preliminares indicam que, em três décadas, a disponibilidade diminuiu entre cerca de 10% e 37%. Contudo, em algumas regiões, essa porcentagem chega a 50.

Na região centro-sul do Chile, o impacto é mais evidente e direto, tanto pela quantidade concentrada de população como pelo tipo de atividades ali realizadas, assegura Eduardo Bustos, diretor de extensão do Centro Cambio Global da Universidade Católica.

“Os sinais de redução de precipitações em todos os modelos e cenários, em médio e longo prazo, são muito consistentes”, explica. O mesmo também vale para o aumento da temperatura.

Mas essa vulnerabilidade projetada já aconteceu. Essa região sofre há dez anos de uma “megasseca”. Apesar do caráter cíclico desse tipo de fenômeno, este em particular tem sido mais longo e com maior alcance geográfico – o que o converte numa anomalia que pode ser associada às mudanças climáticas, dizem os estudos.

É muito estranho que tenhamos uma sistema de gerenciamento hídrico que não reconhece a existência de um meio ambiente dinâmico

É nesse contexto que hoje o governo de Sebastián Piñera trabalha no Plano de Adaptação para os Recursos Hídricos, uma das noves estratégias setoriais encabeçadas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) para combater as mudanças climáticas.

Estamos numa primeira etapa de elaboração e de levantamento de informação para realizar a análise com suporte técnico”, conta Carolina Urmeneta, chefe do setor de mudanças climáticas do MMA.

O objetivo, segundo ela, é ter um plano com indicadores monitoráveis e verificáveis até 2020, algo que hoje ainda não existe. Além disso, o governo chileno quer formular um marco jurídico para as medidas de adaptação às mudanças climáticas no tema da água.

A especialista acrescenta que o plano não considera mudar um dos aspectos mais polêmicos do manejo de água no Chile: sua propriedade.

1981 - O ano em que o Chile deu a empresas privadas direito de explorar água

Em 1981, durante o governo militar, formulou-se o Código de Águas – que ainda segue vigente. Nesse código considera-se o recurso como um bem social, mas também econômico, e permite que o Estado conceda direitos de aproveitamento de águas a entes privados, de forma gratuita e perpetue. Essa característica deu origem a um mercado da água, uma vez que quem detém o direito pode vendê-lo.

Atualmente, o setor agrícola é o principal usuário de água, seguido de longe pela indústria, mineração e pelo setor sanitário. Em muitos casos, essa situação legal caminha acompanha uma piora na disponibilidade do recurso para consumo humano. Isso aconteceu em Petorca, localizada cerca de 200 quilômetros ao norte da capital, devido ao alto volume de água utilizado pelo cultivo intensivo de abacate na região.

A discussão

A crise hídrica e os desafios climáticos do Chile abriram a discussão sobre a necessidade de se modificar o sistema de água, assunto em que os especialistas divergem.

“É muito ‘estranho’ que tenhamos um sistema de gestão da água que não reconheça a existência de um ambiente dinâmico, e onde não se possa ajustar a distribuição do recurso segundo o contexto”, opina Eduardo Bustos.

Enquanto isso, para Oscar Cristi Marfil, diretor da DGA, a situação do Chile não é diferente do resto do mundo. “O sistema chileno é parecido com o de outros países – como Austrália, África do Sul, Espanha e alguns estados dos Estados Unidos, que têm experiências bem-sucedidas, sobretudo em contextos de seca e escassez”, garante.

Nos países mencionados, a existência de mercados de água ajuda a reduzir os impactos negativos da seca, acrescenta Marfil.

As evidências científicas de projeções climáticas não estão sendo levadas em conta

“O Parlamento europeu os inclui em suas recomendações para racionalizar os recursos e superar o estresse hídrico, enquanto a China já conta com um mercado e uma plataforma associada para dar seguimento às transações”, diz.

A prioridade do governo, argumenta Marfil, é garantir o abastecimento de água para o consumo humano, mas também para a conservação do meio ambiente, e para a produção de bens e serviços.

“O Código de Águas ficou desatualizado porque faltam as ferramentas adequadas para enfrentar o aumento da periodicidade e intensidade das secas, o superconcessão de direitos e a demanda crescente”, explica.

Por isso, em janeiro passado, o governo apresentou no Senado um projeto de reforma do Código de Águas. O projeto busca melhorar a segurança hídrica, combater a especulação com os direitos de águas e acabar com a entrega gratuita de direitos – abrindo exceção para os pequenos agricultores e os serviços sanitários rurais.

Contudo, segundo Pilar Moraga, pesquisadora do Centro de Ciência do Clima e Resiliência e professora da Universidade do Chile, a reforma apresentada pelo governo piora a situação.

“Não se está levando em conta as evidências científicas das projeções climáticas. Estão distanciando a discussão de direitos da realidade biofísica que vive o Chile atualmente”, opina.

Para Moraga, os problemas do projeto de lei estão em manter o caráter perpétuo dos direitos de água – questão que a reforma proposta não mudará, segundo disse o ministro de Obras Públicas em janeiro passado.

Um exemplo é o que ocorre hoje no rio Perquilauquén, tributário do Maule, localizado 370 quilômetros ao sul de Santiago. Os direitos de água nessa região já estão sobreconcedidos e, segundo as projeções de mudanças climáticas, a situação se agravará. Essas foram as conclusões do trabalho realizado por Moraga junto com outros pesquisadores.

“A solução está em entender a água como um bem estratégico de interesse comum. Assim, deve-se buscar um acordo em seu uso produtivo, mas também para a conservação sustentável”, argumenta a pesquisadora.

1,000,000 pessoas no Chile não tem acesso regular a água potável

Atualmente, acrescenta ela, há várias comunidades que têm acesso à água apenas por meio de caminhões-pipa. A situação pode piorar caso o governo não tome as medidas necessárias.

Quase 47% das casas em zonas rurais não têm acesso a água potável, o que afeta cerca de um milhão de pessoas, garante o estudo Radiografia da água rural no Chile. A isso se soma o fato de que metade das regiões do país terão que enfrentar a escassez de água nos próximos anos.

De olho na COP25, o governo chileno criou sete mesas de trabalho científico, uma das quais está dedicada à questão da água. Embora as mesas tenham iniciado seus trabalhos em abril, os especialistas consultados para esta reportagem esperam que essa iniciativa crie novas ferramentas de gestão.

Os carros híbridos plug-in têm longevidade tanto quanto o Betamax e os MiniDiscs.

O futuro da condução não envolverá meias-medidas. Imagem: Ted Eytan / Flickr

Um relatório sobre as perspectivas de um mercado de veículos elétricos estimado em US$ 2,6 trilhões durante a próxima década diz que os PHEVs - parte elétricos, e que consomem muito gasolina - já estão perdendo rapidamente participação de mercado para rivais elétricas e serão extintos até 2030.

Tendo previsto o crescimento do que poderia eventualmente ser um mercado de veículos elétricos de US$ 2,6 trilhões , a empresa de pesquisa de mercado IDTechEx, baseada no Reino Unido, já definiu o tempo dos modelos híbridos plug-in.

Os cínicos há muito tempo antecipam que as montadoras tradicionais do mundo lançarão inovações incrementais para manter as vendas dinâmicas durante a transição para a eletromobilidade total, e as descobertas do relatório EVs 2020-2030 publicado pelos analistas de Cambridge pareceriam confirmar essa preocupação.

De acordo com a IDTechEx, os híbridos plug-in - carros que mudam para gasolina quando a bateria fica sem carga - oferecem o pior dos dois mundos com os motoristas relatando ansiedade graças a uma bateria pequena e um tanque de combustível menor que o normal . O último está se tornando um problema maior para os motoristas, de acordo com o estudo, graças ao número de postos de gasolina começando a diminuir no Reino Unido em conjunto com o aumento dos pontos de carregamento de veículos elétricos.

Conecte, desista

Marcas como Mini e sua controladora BMW, marcas da Volkswagen, Skoda e Porsche, Volvo da Geely e fabricante alemão Mercedes oferecem EVs híbridos plug-in, mas os autores do relatório dizem que esses PHEVs não têm nada como as listas de espera dos rivais elétricos puros. já matando sua participação de mercado.

Os PHEVs estarão extintos até 2030, de acordo com a publicação da IDTechEx, e o principal autor, Peter Harrop, disse: “As startups bem financiadas vão direto ao puro elétrico. [O] Tesla Roadster terá alcance de 1.000 km, combinando com gasolina: então se tornará comum. Aqueles que compram veículos de combustão interna esperam que as [propostas] proibições de cidades e países [em tais veículos] não se apliquem aos híbridos. No entanto, eles enfrentam uma ansiedade cada vez maior com o número de postos de gasolina em queda livre - a Experian Catalyst registra uma queda de 35% nas estações de gasolina do Reino Unido desde o ano 2000 - enquanto as estações de recarga aumentam. Eles também têm ansiedade financeira por deixar de vender valores de revenda.

“Não há absolutamente nada para reverter a queda da participação de mercado para os híbridos plug-in, levando a um declínio no número de vendas. De fato, com novos insumos, acabamos de revisar nossas previsões para mostrar as vendas de carros plug-in em zero em 2030. Tecnologicamente, elas se acalmam enquanto o puro elétrico está evoluindo rapidamente - do modo campista para versões solares que nunca se conectam ”.

Conferência Nacional de PCHs CGHs discute energia renovável em Curitiba

(Dino)

As fontes de energia limpa e renovável com enfoque em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) serão debatidas entre os dias 08 e 10 de maio, no Salão de Atos do Parque Barigui, em Curitiba.

A capital paranaense irá sediar a 3ª edição da Conferência Nacional de PCHs e CGHs – evento realizado pela Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas (Abrapch) – e que reunirá empreendedores do setor, autoridades do governo e especialistas.

As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) são empreendimentos de 5 até 30 megawatts (MW) de potência. Já as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) vão de 1 até 5 (MW) e os seus reservatórios devem ter menos de 13 km² de área.

Números – Ao todo, o Brasil conta com 1.124 PCHs e CGHs em operação, que geram 420 mil empregos diretos. Porém, 493 empreendimentos aguardam licenciamento ambiental estadual para obtenção de autorização ou outorga junto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Considerando aquelas em operação, em construção, em estudos e inventariadas, totaliza-se algo em torno de 3 mil plantas.

Apenas para os projetos que podem ser viabilizados no Brasil – 737 CGHs e 1069 PCHs e que somam 1806 centrais – os investimento previstos são da ordem de R$ 49 bilhões. As PCHs estão situadas em 3º lugar entre as fontes de energia do país com 5.943 MW gerados.

De acordo como presidente da diretoria executiva da Abrapch, Paulo Arbex, durante o evento serão discutidas medidas a serem apresentadas ao novo governo. “A política equivocada dos últimos 20 anos resultou em um aumento explosivo de 450% acima da inflação nas tarifas de energia para a sociedade, um aumento de 700% nas emissões do setor elétrico, desemprego e desindustrialização”, enumerou.

Ele lembrou que os países mais desenvolvidos do mundo apoiam seus pequenos empreendedores e esgotaram seu potencial hidrelétrico antes de partirem para fontes fósseis e outras menos eficientes.
Demandas do setor – Entre as principais demandas da Abrapch estão a manutenção do mercado, ampliar a informação sobre os benefícios ambientais e sociais dos empreendimentos e a desburocratização do processo de licenciamento ambiental, tendo em vista que o tempo de espera para o licenciamento das PCHs tem sido, em média, de nove anos.

“Estes são temas fundamentais para que possamos garantir os investimentos em PCHs e reduzir os custos da energia no Brasil”, afirmou o presidente do Conselho Administrativo Abrapch, Valmor Alves.

A Conferência tem como objetivo fomentar o debate técnico e discutir aspectos regulatórios, socioambientais, econômicos e políticos da implantação e operação de PCHs e CGHs.

Programação – A programação está dividida em workshop, sessões executivas e plenária, abordando segurança de barragens e previsibilidade de acidentes, projeções econômicas para o setor e leilão de energia, licenciamento e gestão sócio ambiental, comunidades vizinhas, financiamentos e captação de recursos, políticas públicas para o fomento de PCHs e CGHs.

Inaugurações – Durante a Conferência será lançada a Frente Parlamentar Mista em Defesa das PCHs e CGHs, na Câmara Federal, e do Bloco Parlamentar das Energias Renováveis, na Assembleia Legislativa do Paraná.

Já a cidade de Curitiba ganhará da Abrapch uma central geradora hidrelétrica, que irá gerar 30 kilowatts de energia para abastecer toda a iluminação do Parque Barigui. A turbina, que está sendo instalada no lago do Parque, é utilizada em baixas quedas para geração de energia e contribui para melhoria da fauna aquática e nível de oxigênio da água. A inauguração será no dia 10 de maio, às 12h30 .

Cenário Nacional – O Brasil é o terceiro maior gerador de energias renováveis – aquelas que não liberam resíduos ou gases poluentes na atmosfera – de todo o planeta, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). O último relatório da Secretaria de Energia Elétrica (SEE) do Ministério de Minas e Energia (MME), apontou que até 2018 as energias limpas somaram 82,2% do total produzido no Brasil, sendo que mais de 70% são representadas pelas hidrelétricas.

Serviço:
3 ª edição da Conferência Nacional de PCHs e CGHs
Data : 08 a 10 de maio

Economia que cai do céu: Por que captar água da chuva é um ótimo investimento

Adotar algumas estratégias de economia de água vai aliviar o bolso e o meio ambiente.


Crise hídrica. Duas palavrinhas repetidas incansavelmente entre 2014 e 2015 nas manchetes dos jornais paulistanos. Pânico geral. O nível de água das represas caiu de forma assustadora e não teve jeito: a população teve que se virar! E se tem uma coisa que o brasileiro está acostumado é se adaptar às mais adversas situações. Foi aí que entrou em ação, em várias residências, as cisternas domésticas. Poderosas, eficientes e de baixo custo, uma solução para a falta de abastecimento que se mostrou uma opção incrível para aliviar o bolso e, é claro, o meio ambiente.

Para explicar melhor sobre o quanto é possível economizar, vamos usar como exemplo uma família da capital paulista composta por três membros que adote uma minicisterna de 200 litros. Você não vai acreditar na economia mensal que esta família pode ter, mas os números não mentem:

  154 litros de água por dia = 0,154m³ por dia.
 (3 pessoas ) gastam 462 litros de água por dia = 13,8m³ por mês.
 Conta de água sem cisterna = R$ 108 (R$ 7,82/m³)
 Conta de água com cisterna = R$ 50 ( valor fixo de R$ 50 até 10m³)

Você não está acreditando que isso é possível, né?


Mas acredite: não só é real como pode ser aplicada na sua residência, ainda que sua família seja menor ou, pelo contrário, inclua primos e o “tio do pavê”. A redução brusca no valor acontece porque, com um reservatório, o consumo de água potável pode cair muito – até pela metade se adotar outros hábitos de consumo consciente. Reutilizar água da máquina de lavar roupas, tomar banhos rápidos, fechar a torneira enquanto escova os dentes e etc etc etc (todas aquelas dicas que você está cansado de saber, mas a gente sabe que nem sempre aplica).

Outra coisa essencial para calcular a sua economia é entender como funciona a tarifa na sua cidade. No caso da capital paulista, abastecida pela Sabesp, gastando de 0 a 10m³ por mês o cliente entra na tarifa mínima de R$50*. E vamos combinar que reduzir de 13m³ (no caso do nosso exemplo acima) para menos de 10m³ é completamente possível. Ainda mais tendo um reservatório para fins não potáveis. Ah, e na próxima vez que ver uma torneira pingando visualize seu dinheiro descendo pelo ralo, isso com certeza vai te ajudar a colocar a mão na consciência.


O gasto para construir é ínfimo diante da economia. Podemos estimar que um sistema básico de armazenamento e captação de água da chuva custe até R$ 300,00. Em um cenário mais otimista (em 2015) foram gastos R$ 239,90. O que mais pode alterar este valor é o preço do reservatório em si, que pode variar bastante. Uma dica neste caso é procurar sucateiros, mercados municipais ou supermercados atacadistas para adquirir tambores reutilizados.


Depois de aplicar essas dicas podemos garantir que vai sobrar dinheiro no fim do mês para usar da melhor maneira possível. E você ainda dormirá com a consciência tranquila de estar contribuindo para um mundo com menos desperdícios.

Quer saber mais como seu dinheiro pode virar mais dinheiro? Por muito tempo, investimentos financeiros eram um assunto de outro mundo. A Easynvest acabou com isso, eles acreditam em um mundo financeiro mais aberto e acessível, para despertar o investidor que há dentro de você!

Por Redação CicloVivo

BRDE é o primeiro banco do país a operar o Fundo Clima

Maior demanda do Paraná tem sido por sistemas fotovoltaicos.


O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) é o primeiro banco do país a operar o Fundo Clima, com recursos do BNDES, para financiamento de projetos de pessoas físicas e jurídicas destinados à instalação de sistemas de geração fotovoltaico e de aquecimento solar, além de outros equipamentos cadastrados no subprograma do Fundo Clima “Máquinas e Equipamentos Eficientes”.

No Paraná, diversos projetos estão em análise, sendo a maior demanda por sistemas fotovoltaicos. A primeira operação aprovada foi o financiamento para a empresa Cerealista Coradini, do município de Bagé (RS) no valor de R$ 3,5 milhões, destinados à implantação de uma planta fotovoltaica de 1 MW, equivalente ao consumo residencial de 300 casas. 

O investimento total da Cerealista Coradini, que desde 2006 atua nos segmentos de beneficiamento de arroz e comercialização de grãos, será de R$ 6,5 milhões, contemplando as instalações e o projeto de eficiência energética. Em Santa Catarina, o BRDE aprovou financiamentos para sistemas geradores fotovoltaicos das empresas Arcari, Ferronato & Cia Ltda, de Xanxerê, e Kaliska Textil, de Guabiruba. A agência do BRDE de Santa Catarina protocolou a primeira operação de pessoa física do Fundo Clima.

Fundo Nacional

O Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, ou Fundo Clima, é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima. Constitui-se em um fundo de natureza contábil, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de apoiar projetos ou estudos e financiar empreendimentos que tenham como objetivo a mitigação das mudanças climáticas. O subprograma Máquinas e Equipamentos Eficientes do Fundo Clima permite financiar 80% dos itens apoiáveis, ao custo final de 4,03% ao ano, para beneficiárias finais com renda bruta de até R$ 90 milhões. Para beneficiárias finais com renda bruta acima R$ 90 milhões, o custo é de 4,55% ao ano.

O financiamento de fontes energéticas renováveis contribui para a estruturação de uma nova cadeia industrial brasileira, além de reforçar o compromisso com a sustentabilidade. “Trata-se de mais uma ação com recursos do BNDES para incentivar o cidadão brasileiro a investir em sustentabilidade e economia de energia”, afirma Orlando Pessuti, diretor-presidente do BRDE.

Fonte: Revista Amanhã

Lei de incentivo ao aproveitamento de águas das chuvas é aprovada


O incentivo e a promoção da captação, preservação e aproveitamento de águas das chuvas serão incluídos entre os objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos. É o que estabelece a Lei 13.501/2017, sancionada na segunda-feira 30 de outubro e publicada na terça-feira (31) no Diário Oficial da União.

A nova lei tem origem no Projeto de Lei do Senado (PLS) 326/2015, aprovado no Senado em setembro de 2015 e ratificado sem modificações na Câmara dos Deputados em setembro de 2017. Entra em vigor já nesta terça-feira.

A Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/1997) já prevê entre seus objetivos assegurar a disponibilidade de água à atual e às futuras gerações com padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; a utilização racional e integrada da água, incluindo o transporte aquaviário; e a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.

A inclusão entre esses objetivos do incentivo à captação, preservação e aproveitamento de águas das chuvas segue tendência mundial de utilização de água não tratada para manutenção de jardins, limpeza de calçadas e em atividades agrícolas e industriais.

O autor do PLS 326/2015 é o ex-senador Donizete Nogueira (PT-TO). Na justificativa para o projeto, Donizete Nogueira alegou que a intenção é evitar o agravamento da crise hídrica. Conforme afirmou, cerca de 40% da população do planeta já enfrenta dificuldades de acesso à água. Ele citou estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar, dando conta de que, até 2050, cerca de cinco bilhões de pessoas estarão em situação de estresse hídrico.

Além de problemas para o consumo humano, ele afirmou que a falta de água será um fator limitante à produção agrícola e industrial. Para ele, é urgente melhorar a gestão dos recursos hídricos, estimulando práticas sustentáveis de utilização dos mananciais, redução de desperdício de água e captação da água da chuva.

No Senado, o PLS foi aprovado em decisão terminativa na Comissão de Meio Ambiente (CMA), onde foi relatado por Otto Alencar (PSD-BA). Ele apresentou voto pela aprovação do projeto, com duas emendas de redação. No relatório, Alencar afirmou que o PLS representa “uma iniciativa louvável que promove a preservação dos recursos hídricos”.

Fonte: Agência senado

CNI PROPÕE MUDANÇAS NA LEI PARA INCENTIVAR REÚSO DE ÁGUA NO BRASIL

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) acompanha de perto das questões relacionadas a saneamento básico no Brasil por meio da sua Rede de Recursos Hídricos.
Com base nesse trabalho, a entidade vem discutindo as questões relacionadas a adoção do reúso de água no Brasil e já tem propostas de alteração da Lei Federal de Saneamento Básico (11.455/2007) para que se incentive o investimento na construção de plantas que tratem os esgotos para produção de água e para garantir que os compradores de água de reúso recebam o recurso na qualidade, periodicidade e preço compatíveis com a demanda.
As sugestões de mudanças foram apresentadas pelo engenheiro Percy Soares, coordenador da Rede de Recursos Hídricos da CNI, durante painel do “16º Encontro Técnico de Alto Nível: Reuso da Água”, organizado pelo Centro Internacional de Referência em Reúso da Água (CIRRA) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
O evento aconteceu no Auditório Professor Francisco Romeu Landi, Prédio da Administração da Poli, no campus do Butantã, em São Paulo, e teve apoio da Associação Internamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (AIDIS)e da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, Seção São Paulo (ABES).
A primeira mudança sugerida na legislação e apresentada pelo executivo da CNI se refere ao artigo 3º da lei 11.455, que trata dos conceitos fundamentais da lei federal de saneamento ambiental.
Um dos itens do artigo define o que é o esgotamento sanitário: “constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente”.
A CNI propõe um acréscimo nesse item, no qual deve-se abranger “a destinação para sistema de reúso”, de modo a garantir a legalidade das ações de quem destinar o esgoto para tratamento em plantas de reúso de água.
A segunda alteração seria a criação de um novo artigo dentro da lei de saneamento básico que exclua algumas atividades da classificação de serviço público, como “ações de saneamento executadas por meio de soluções individuais; abastecimento de água não potável, inclusive as provenientes de soluções alternativas e sistemas de reúso; ações e serviços de saneamento básico de responsabilidade privada, incluindo o manejo de resíduos e de responsabilidade do gerador; e utilização de efluentes de estações de tratamento de esgoto para produção de água de reúso”.
Um parágrafo inserido nesse novo artigo esclarece ainda que, mesmo não sendo atividades de serviço público, elas podem ser executadas, integral ou parcialmente, por prestadores de serviços públicos de saneamento básico, inclusive as concessionárias e órgãos da administração indireta.
Essa seria uma forma de garantir, no marco legal, que uma empresa que investiu na construção de uma planta de reúso de água para tratar seu próprio esgoto possa definir, com base nos critérios estratégicos que atendam seus negócios, seus requisitos de produção como, por exemplo, qual a quantidade de água que deseja produzir e para qual finalidade essa água seria utilizada, atendendo os critérios de qualidade da água para reúso estipulados em legislação.
Para a CNI, o grande gargalo na implementação do reúso de água no Brasil, hoje, é a regulação, pois sua ausência cria insegurança e afasta os investimentos.
“Segurança não é apenas um padrão técnico, mas precisamos olhar as questões econômicas e regulatórias. Precisamos saber quem regulamenta o quê. Hoje faltam regras claras para definição das competências [entre os atores que regulam o saneamento]”, apontou.
Ele citou uma situação hipotética, em que uma empresa usa água de reúso e obedece uma determinada portaria da Cetesb, companhia de saneamento estadual de São Paulo, mas depois a fiscalização a autua, dizendo que a empresa precisava também ter observado uma resolução do Conama, órgão ambiental federal, ou uma portaria do Ministério da Saúde. “Precisamos ter claramente as responsabilidades e atribuições para não nos perdermos num cipoal legal”, afirmou.
Reúso: caminho obrigatório – Experiências em estágio comercial de diversos países comprovam que é mais do que viável articular os elementos econômicos, regulatórios e sociais para tornar o reúso da água um grande negócio.
Alguns desses exemplos foram citados pelo professor Rafael Dautant, da Universidade de Carabobo, da Venezuela: a planta de reúso do complexo turístico de Caribbean Tucacas, na Venezuela, que utiliza a água para irrigação das plantas ornamentais do parque; a planta de tratamento de águas residuais Dulces Nombres, do México, que produz água para uso industrial; a planta da Avícola La Guasima, na Venezuela; e a planta de reúso de Ariake, de Tóquio, no Japão, foram algumas das citadas.
A apresentação de Dautant deixou claro que os países que quiserem garantir sua segurança hídrica não poderão deixar de investir no reúso de água.
Em sua palestra sobre “O Uso Confiável da Água para Reúso no Âmbito do Desenvolvimento Sustentável”, anterior à apresentação de Percy Soares, da CNI, Dautant lembrou que as projeções indicam um crescimento populacional crescente – deveremos ter 9 bilhões de pessoas em 2050 –, mas a produção de água pela natureza seguirá o mesmo ciclo natural que já conhecemos (simplificadamente: evaporação, transpiração, formação de vapor de água, precipitação, infiltração no solo e depósito em rios, lagos, oceanos).
Aliás, as pesquisas indicam que as áreas secas, antes restritas a pontos isolados e concentradas no norte da África, vão se expandir em razão das mudanças climáticas globais.
Em 2025, o Peru, na América do Sul, já deverá ser considerada uma região de seca, por exemplo.
“Vamos ser obrigados a fazer aproveitamento de água da chuva, de águas residuais, promover mudanças no padrão de consumo, reduzir as perdas de água tratada, promover o uso racional, inteligente e sustentável da água, economizar na produção de energia”, enumerou.
O reúso entra como uma das soluções para o problema da escassez da água.
“Precisamos pensar alternativas como controlar a fonte, em vez de apenas tratar a água; recuperar, em vez de somente pensar na contenção de perdas; reusar em vez de descarregar; pensar o desenvolvimento com estratégias que demandem por menos água”, comentou.
Além das apresentações de Percy Soares e Rafael Dautant, o primeiro dia da programação do 16º Encontro Técnico de Alto Nível: Reuso da Água trouxe a palestra do engenheiro Sérgio Razerra, presidente da Fundação Comitê de Bacias do PCJ (Piracicaba, Capivarí e Jundiaí), que falou sobre os programas de reúso em desenvolvimento nessa área.
Maxpress

Crise hídrica no Brasil: causas e como combater


Você já ouviu falar na crise hídrica ou na crise da água? É um problema real e que exige em nosso país, mas nem todos estão cientes disso e falta muita informação. Desse modo, não há como as pessoas se conscientizarem e buscarem formas de ajudar a combater o problema. Afinal, nada irá mudar se os humanos, que são os principais responsáveis por vários problemas desse tipo, ficarem cientes de suas ações e tentarem melhorar.

Faltam iniciativas do governo para informar a população, o que resulta no descaso de milhares de pessoas com a água, que é um recurso natural infelizmente esgotável e que, se acabar, pode prejudicar a nossa qualidade de vida em diferentes níveis. Apesar de ter alguns fatores naturais, a crise hídrica também é desenvolvida devido a alguns fatores de gestão pública.

Se você quer saber mais sobre o problema, entender suas consequências e ver o que pode fazer para ajudar, continue lendo a seguir.


Crise Hídrica

A crise hídrica é um problema bem real em nosso país. Ela ocorre principalmente quando os níveis de água nos reservatórios estão baixos, quando deveriam estar em níveis normais para que toda a população pudesse ter acesso à água. O problema da água em nosso país se tornou algo pior a partir de 2014, sendo que a região Sudeste na época foi a mais afetada. A crise hídrica que o Brasil vive desde então é considerada uma das piores da história.

O Brasil possui um quinto das reservas hídricas existentes no mundo e atualmente o problema da água já afetou diferentes regiões do país. Já foi comprovado através de estudos que a falta dos recursos hídricos será algo muito comum nos próximos anos. O que piora ainda mais a situação é o fato de a distribuição dos reservatórios não ser algo dinâmico em todas as regiões. Apesar da região Norte brasileira possuir a maior quantidade de reservatórios, é a região com menor densidade demográfica.

Por outro lado, as regiões sudeste e nordeste contam com poucos reservatórios e são as regiões onde há um maior número de população.


Causas da Crise Hídrica

Para entender como surgiu a crise hídrica em nosso país, é preciso entender quais são as causas do problema e podem ser vários. Algumas das causas são influenciadas diretamente pela ação humana, por isso depois de conhecer as causas, é preciso olhar para a sua rotina e ver o que você pode fazer para tentar combater essa crise hídrica.

Uma das causas pode ser o aumento do consumo de água. O consumo da água em nosso país é maior do que a capacidade que possuímos. O aumento a esse consumo se deve principalmente pelo crescimento da população, assim como o crescimento da indústria e da agricultura, que também influenciam no consumo da água. A Agência Nacional de Águas informa que, a cada 100 litros de água que são consumidos, cerca de 72 litros são destinados para a irrigação agrícola.

Com o aumento do consumo de água, vem também o desperdício, sendo essa uma das grandes causas da crise hídrica. O próprio setor da agricultura é um dos que mais desperdiça água, mas isso também é bem comum em nosso dia a dia. Vazamentos, banhos mais demorados e também o simples ato de deixar a torneira aberta quando não é necessário, são ações que promovem o desperdício da água.

Outra causa da crise hídrica em nosso país é a diminuição do nível das chuvas e isso pode acontecer também devido ao desmatamento que está cada vez maior na floresta amazônica. A floresta amazônica contribui para o fenômeno que traz umidade para todas as regiões da América do Sul e pode promover mais chuvas. Com menos chuva, os reservatórios de água não conseguem estabelecer o nível indicado, o que causa a escassez de água.


Regiões mais afetadas com a Crise Hídrica

Entre os anos de 2014 e 2015, a região mais afetada com a crise de água foi a sudeste. Isso porque em São Paulo, o reservatório conhecido como Cantareira, sofreu bastante com a falta de chuvas. Ele é responsável pelo fornecimento de água a quase 10 milhões de pessoas no estado e possui uma capacidade totalmente para 1,46 trilhão de trilhos, sendo que o volume útil é de 973 bilhões. Esse volume se esgotou completamente em 2014 e com isso, eles passaram a usar o ‘volume morto’ que consiste em um volume abaixo do nível das comportas. O reservatório voltou a se recuperar em 2016.

A crise hídrica na região Nordeste dura até hoje e já existe há bastante tempo. Tanto é que diversas cidades da região já declararam situação de emergência ou de calamidade pública entre 2015 e 2017. Muitos reservatórios ainda encontram dificuldade para voltar ao nível normal de água.

Métodos para combater a Crise Hídrica

Ainda que a crise hídrica seja algo muito grave em nosso país e que parece que não haverá retorno, cada um de nós pode fazer a sua parte diariamente em sua rotina. Há várias ações pequenas que podem não representar muito para você, mas que fazem toda a diferença para ajudar a economizar água e garantir o recurso por muito mais tempo para toda a população.

Por exemplo, todos devem ter a consciência de usar a água de maneira racional, usando somente aquilo que é necessário, sem gastos e exageros. É indicado também adotar medidas e práticas para fazer o reuso e a reutilização da água. É de responsabilidade do governo e também de cada um de nós promover a conservação das bacias hídricas, assim como das nascentes de água e dos rios. A agricultura, por exemplo, pode adotar técnicas de irrigação que sejam mais eficientes e desperdiçam menos água.

Em nosso dia a dia, podemos demorar menos no banho, desligar as torneiras enquanto escovamos os dentes e fazemos a barba, assim como lavar o carro com balde ao invés de mangueira. Observe a sua rotina e veja o que você pode mudar para ajudar o meio ambiente e a crise hídrica.


Cisternas: aprenda a aproveitar a água da chuva


Diante da crise d’água em São Paulo, a iniciativa independente de cidadãos preocupados em melhorar essa situação, ou pelo menos amenizá-la, fez com que fosse criado o ‘Movimento Cisterna Já’. Ele tem o objetivo de promover a captação e o aproveitamento de água de chuva.

O grupo é composto por pessoas ligadas à permacultura e desde agosto de 2014 busca soluções para essa questão. De acordo com Claudia Visoni, uma das criadoras da iniciativa, as cisternas foram identificadas como a ação mais simples e imediata, pois qualquer pessoa pode construí-las. “Afinal, se os reservatórios não dão conta do abastecimento, segurar a água que cai do céu é uma solução”, conta.


Mas, como nas grandes cidades a água da chuva é escoada rapidamente e, em contato com o chão ou esgoto, todo esse potencial é perdido, o movimento tomou partido da situação, não para fazer cisternas para todo mundo, mas para ao menos ajudar a população com uma solução nessa crise.

O vídeo abaixo mostra como é simples e barato construir a própria cisterna. Quem fala é Edison Urbano, criador do site Sempre Sustentável. Preocupado com o meio ambiente, ele teve a iniciativa de criar e disseminar o projeto experimental de aproveitamento da água de chuva com a tecnologia da Minicisterna para Residência Urbana. Veja:


E você também pode acessar o site do Movimento Cisternas Já, e até mesmo o do Sempre Sustentável, para ver os manuais e locais indicados para comprar os materiais.

Lembrando que a água coletada pela cisterna deve se destinar apenas ao uso não potável, como descarga sanitária, faxina e regar plantas, por exemplo, e pode suprir até 50% do consumo de uma residência.





E então, achou simples? A iniciativa das cisternas pode ajudar na economia de água e grande parte da população.

Energia hidráulica: obtida através de uma energia potencial de água


Através da movimentação constante dos oceanos e rios faz-se a produção da energia hidráulica. A irradiação solar e a energia gravitacional presentes no planeta interferem diretamente na produção desse tipo de energia. Os efeitos provocados são condensação, evaporação e a precipitação dessas águas, responsáveis pela produção desse tipo de energia.

Essa fonte de energia alternativa e renovável explora e se aproveita de toda a transformação que ocorre da energia gravitacional em energia cinética.

Essa energia que foi criada chamada de cinética é usada para a produção de energia hidrelétrica, muito comum nas grandes cidades.

Graças a um alternador que está acoplado na turbina das hidrelétricas, a energia cinética é transformada em energia elétrica.

Entenda o que é e como funciona a energia hidráulica

Chamada também de energia hidrelétrica, a energia hidráulica é produzida graças ao aproveitamento que ocorre da energia cinética. Essa energia cinética está presente nos fluxos dos rios, oceanos e grandes volumes de água.

Essa energia cinética consegue promover a rotação das turbinas dentro do sistema de uma usina hidrelétrica. Em seguida ela se transforma em eletricidade pelo gerador do sistema.


O que é uma usina ou central hidrelétrica?

A usina ou central hidrelétrica nada mais é do que um conjunto de equipamentos usados exclusivamente para a produção de eletricidade a partir da atividade hidráulica de um rio, por exemplo.

É graças a vazão hidráulica e o movimento de desnível desse rio em seu percurso que se determina como será o potencial hidráulico de geração de energia.

Esses desníveis podem ser construídos artificialmente ou de maneira natural com as quedas das cachoeiras. As construções se dão através de barragens ou desviando esses rios para que se criem reservatórios.

Esses reservatórios podem ser de dois tipos diferentes. Um é do tipo de acumulação e o outro de fio d’agua.

Os de acumulação se formam normalmente nas cabeceiras dos rios ou nos locais das quedas d’agua, se formando grandes reservatórios de água no local.

Já os reservatórios chamados de fio d’agua se aproveitam da velocidade dessas águas para gerar a energia elétrica. Dessa maneira, ocorre o mínimo ou quase nenhum acúmulo de água.

Existem alguns fatores que determinam a classificação dessas usinas. Altura das quedas de água, potencia e capacidade de instalação, vazão dessa água, reservatório e barragem e o tipo de turbina que se usa no sistema são alguns deles.

Essa capacidade de instalação que vai determinar a barragem, o tipo de turbina e o reservatório que deve ser usado.

Segundo alguns órgãos governamentais competentes como a Aneel ou Agência Nacional de Energia Elétrica, uma queda de água é considerada baixa, quando possui até 15 metros de altura. As médias são as que atingem uma altura de 15 a 150 metros. As de altura mais alta são aquelas que atingem uma altura superior a 150 metros.

A energia hidráulica gerada é levada aos consumidores de acordo com o tamanho do porte dessa usina geradora. Usina pequena, abrangência pequena de distribuição de energia.

Normalmente, quanto maior for uma usina, mais distante ela estará desses centros urbanos. Isso se dá pelo fato de ser necessária a construção de linhas grandes de transmissão. Essas linhas muitas vezes, atravessam os estados e a perda de energia também acaba acontecendo.

Essa usina hidrelétrica funciona como?

Para que aconteça a produção de energia hidráulica deve haver uma integração desse desnível do solo, da vazão do rio e a quantidade de água disponível.

A composição do sistema dessa usina hidrelétrica é feita da seguinte maneira:
  • Barragens
As barragens estão presentes nas usinas ou centrais hidrelétricas com a finalidade de fazer a interrupção do curso natural de um rio, criando assim um reservatório de água.

Esses reservatórios possuem outras funções importantes, além de apenas fazer o estoque dessa água. Eles criam os desníveis no solo, possibilitando a captação da quantidade adequada de água para a produção de energia elétrica, além de regular a vazão dos rios nas épocas de chuvas ou estiagem.


  • Sistema de captação da água do rio
Nesse sistema existem alguns canais, túneis e até mesmo condutos metálicos por onde essa água captada é levada até a casa de força.

  • Casa de força
As turbinas do sistema estão conectadas a um gerador, à medida que ocorre o movimento dessas turbinas, aquela energia cinética que foi produzida pelo movimento das águas é convertida em energia elétrica.

As turbinas kaplan, peltron, bulbo e francis são as principais dentro do sistema. É a altura da queda e da vazão que vão determinar o tipo de turbina que deve ser colocada na usina ou central hidrelétrica.

As do tipo fio d’agua deve-se utilizar a bulbo, pois não necessita da presença de reservatórios e as quedas podem ser de baixas alturas.

  • Canal de fuga
O canal de fuga tem a função de devolver essa água que passou nas turbinas para o leito natural do rio.

Sua localização é entre o rio e a casa de força, suas dimensões vão depender do tamanho do rio e da casa de força.

  • Vertedouro
Assim que os níveis ultrapassam o limite dentro do reservatório, então é o vertedouro que permitirá a saída dessa água em excesso.

Geralmente isso acontece em períodos de chuva, pois a quantidade de água dentro do reservatório aumenta.

A abertura do vertedouro acontece então por causa do aumento no nível de água dentro do reservatório. A finalidade principal da abertura é para que se evite possíveis tragédias no entorno da usina como enchentes.

Existe algum impacto socioambiental com a criação dessas usinas?

A energia hidráulica é usada há muitos anos. Apesar de ser considerada uma energia renovável, existem relatórios confiáveis de que esse tipo de energia está tendo cada vez menos participação na matriz de eletricidade mundial.

Esse desinteresse acontece por conta do alto impacto negativo que a construção de uma usina dessas causam no meio ambiente.

Populações inteiras precisam mudar suas vidas, muitas dessas pessoas inclusive são nativas como os povos indígenas, comunidades ribeirinhas e quilombolas. E dependem desses recursos naturais para sobreviverem.

A expectativa é que a energia hidráulica se torne a maior matriz energética do país, atualmente ela ocupa apenas 67,9% de espaço.