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Leilão de Energia Nova A-5 é aprovado pela ANEEL e será realizado em 30/9

A Diretoria Colegiada da ANEEL aprovou nesta terça-feira (24/8) o edital do Leilão de Geração nº 8/2021-ANEEL, ou Leilão A-5 de 2021

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL aprovou nesta terça-feira (24/8) o edital do Leilão de Geração nº 8/2021-ANEEL, ou Leilão A-5 de 2021. O certame visa à contratação de energia elétrica gerada por novos empreendimentos a partir de fontes hidrelétrica, eólica, solar fotovoltaica, termelétrica a biomassa, a carvão mineral nacional, a gás natural e de tratamento de resíduos sólidos urbanos. A realização do leilão está prevista para 30 de setembro de 2021, com transmissão ao vivo no portal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cadastrou 1.694 empreendimentos, com 93.859 megawatts (MW) de potência cadastrada. Um dos destaques deste leilão será o tratamento dado às usinas termelétricas a partir de resíduos sólidos urbanos, ou seja, de lixo. Foram cadastrados 12 projetos com total de 315 MW para esse produto, que será licitado na modalidade por disponibilidade, com período de suprimento de 20 anos. “A geração por resíduos sólidos urbanos traz valor econômico para os aterros sanitários e agrega receita para as prefeituras que podem vender o biogás ou gerar energia para ser comercializada ou utilizada em edificações públicas do município. Ela transforma o que era antes um passivo ambiental em ativo energético”, avalia o diretor-geral da ANEEL, André Pepitone.

“Entendo que foi absolutamente acertada a decisão do MME de criar um produto diferenciado para essa fonte, considerando que, até essa data, o Brasil dispõe de cinco empreendimentos termelétricos a resíduos sólidos urbanos, totalizando 19,6 MW”, destacou o diretor Hélvio Guerra, relator do certame. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apontam que o país gerou, em 2018, 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos.


O leilão segue as premissas da Portaria MME n° 10/2021 e contratará oferta de geração na modalidade por quantidade para empreendimentos eólicos e solares fotovoltaicos, com prazo de suprimento de 15 anos, e hidrelétricos (centrais geradoras hidrelétricas, pequenas centrais hidrelétricas, usinas hidrelétricas e ampliação de usinas existentes), com prazo de 25 anos. Para empreendimentos termelétricos, serão negociados contratos por disponibilidade, com prazo de 20 anos. O início do suprimento, para todos os contratos, é 1/1/2026.

O custo Marginal de Referência do Leilão de Energia Nova A-5/2021 estabelecido pelo MME foi de R$ 639,00/MWh, e os preços iniciais são os relacionados a seguir:
  • Preços iniciais para novos empreendimentos e para os empreendimentos com outorga sem contrato:
  • Produto por quantidade (fonte hidrelétrica): R$ 320,00/MWh (trezentos e vinte Reais por megawatt-hora);
  • Produto por quantidade (fonte eólica): R$ 191,00/MWh (cento e noventa e um Reais por megawatt-hora);
  • Produto por quantidade (fonte solar fotovoltaica): R$ 191,00/MWh (cento e noventa e um Reais por megawatt-hora);
  • Produto por disponibilidade (fonte termelétrica): R$ 365,00/MWh (trezentos e sessenta e cinco Reais por megawatt-hora); e
  • Produto Disponibilidade a partir da recuperação energética de resíduos sólidos urbanos: R$ 639,00/MWh (seiscentos e trinta e nove Reais por megawatt-hora.

Preços para empreendimentos com outorga e com contratos regulados celebrados anteriormente, vigentes ou não:
  • Preço de Referência para PCHs e CGHs: R$ 249,22/MWh (duzentos e quarenta e nove Reais e vinte e dois centavos por megawatt-hora);
  • Preço de Referência para UTE: R$ 266,86/MWh (duzentos e sessenta e seis Reais e oitenta e seis centavos por megawatt-hora); e
  • Preço de Referência para UHE: R$ 174,27/MWh (cento e setenta e quatro Reais e vinte e sete centavos por megawatt-hora).

A Consulta Pública nº 035/2021, que debateu com a sociedade o conteúdo do edital do leilão, recebeu 62 contribuições de 21 participantes. O aviso de licitação, o edital e os anexos serão publicados na quinta-feira 26/8.

Prefeitura do Rio recebe 400 lixeiras de plástico reciclado da Ambev

Papeleiras foram produzidas a partir de resíduos coletados durante Carnaval de rua / Divulgação (Prefeitura)

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente recebeu da Ambev, em ação simbólica no Parque Madureira, nesta sexta-feira (20/8), 400 lixeiras sustentáveis produzidas com os resíduos coletados durante o Carnaval de 2020. O projeto é resultado de uma parceria da Ambev com a Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT), para que a coleta do lixo produzido durante os festejos carnavalescos ganhassem uma destinação ecológica. Foram doados 3 tipos de equipamentos para usos específicos: lixo comum, orgânico e material reciclável. As novas lixeiras serão distribuídos pelos parques municipais, para estimular os frequentadores a fazerem o descarte correto de seus resíduos e incentivar a cadeia da reciclagem.

Para Eduardo Cavaliere, secretário de Meio Ambiente da cidade do Rio de Janeiro, a parceria com a Ambev ressalta e reforça a importância dos cuidados com o meio ambiente, além de trazer dividendos econômicos para as populações de baixa renda. “Esta parceria com a Ambev reforça a potência do Rio de Janeiro em liderar a pauta de economia circular e criativa. Projetos inéditos como este colaboram para as metas do Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática,” afirmou Cavaliere.

A Ambev coletou o lixo produzido pelos principais blocos de rua do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Recife, com a finalidade de reciclar os resíduos recolhidos e transformá-los em lixeiras para as prefeituras. A ação contou com participação de 2.800 catadores, que receberam uma renda fixa por dia de trabalho, além de remuneração extra pela quantidade e tipo de materiais recolhidos. Ao todo, 324 toneladas de lixo foram coletadas nas ruas das cinco capitais.

Na cidade do Rio, metade das 30 toneladas de lixo recolhidas era de plásticos descartados. O material foi separado e transformado nas lixeiras que foram entregues ao município. Para fazer a reciclagem e transformação desses resíduos, a Ambev estabeleceu uma parceria com empresa Lar Plásticos, fabricante e fornecedora de lixeiras e outros produtos de plástico feitos 100% a partir de matéria-prima reciclada.

O presidente da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), Flávio Lopes, ressaltou a importância da doação dos equipamentos para o descarte adequado dos rejeitos, além de lembrar que a Companhia sofre prejuízos diários com o vandalismo. “A doação das lixeiras é muito bem-vinda para a Comlurb. A Companhia sofre com o vandalismo e o furto de papeleiras, que são aquelas nossas pequenas lixeiras laranjas instaladas em postes na cidade. O prejuízo é enorme para a cidade. Precisamos sempre instalar novas e consertar outras. Toda colaboração é muito importante. São equipamentos que serão muito úteis. Além disso, as doações de hoje seguem a filosofia dos três R ‘s (reciclar, reutilizar e reduzir) que a Companhia quer difundir cada vez mais. Agradecemos muito a iniciativa da Ambev”, disse o presidente da Comlurb.

A gerente executiva de relações institucionais da Ambev, Larissa Menezes, por sua vez, reafirmou o compromisso da empresa com ações que beneficiam a sociedade não somente com retorno financeiro, mas também em qualidade de vida gerada por um ambiente ordenado e limpo. “É uma honra participar de um projeto inédito como esse. Queremos ter um Carnaval cada vez mais sustentável, e ajudar na conscientização dos foliões. Depende de todos nós – empresas, associações, foliões, sociedade e governo. Queremos lembrar que juntos podemos construir um mundo melhor. A ação mostra também à sociedade a importância da logística reversa e dos catadores no ciclo da reciclagem”, afirmou Larissa Menezes.


A recuperação de energia é essencial no tratamento de resíduos não recicláveis

Por ocasião da publicação do pacote climático “Fit for 55”, a ESWET reafirmou a contribuição essencial da recuperação de energia para a gestão de resíduos


Por ocasião da publicação do pacote climático “Fit for 55” , a ESWET reafirmou a contribuição essencial da recuperação de energia (Waste-to-Energy) para a gestão de resíduos na Europa. A Waste-to-Energy já contribui para a descarbonização do setor, desviando os resíduos não recicláveis ​​dos aterros e recuperando energia e matérias-primas secundárias.

Reduzir aterros sanitários significa, antes de tudo, reduzir as emissões de metano, um gás até 84 vezes mais potente que o CO2 em 20 anos. Além disso, a recuperação de energia (eletricidade, calor e vapor) e de matérias-primas secundárias economiza recursos virgens e melhora o consumo de energia e materiais na Europa.

Dois arquivos incluídos no pacote climático “Fit for 55” estão diretamente relacionados às operações de transformação de resíduos em energia: a Diretiva de Energia Renovável (RED) e o Sistema de Comércio de Emissões (ETS). Em ambos os casos, as revisões propostas pela Comissão Europeia preservam a contribuição positiva de Waste-to-Energy para o tratamento seguro de resíduos não recicláveis.

Em primeiro lugar, a revisão proposta da Diretiva de Energia Renovável (RED) aborda precisamente a urgência de aproveitar todas as fontes de energia renováveis ​​disponíveis , incluindo eletricidade, vapor, aquecimento e resfriamento gerados a partir de não-resíduos. Na verdade, cerca de 50% da produção de energia das usinas de transformação de resíduos em energia é renovável, pois provém da fração biodegradável dos resíduos.

No que diz respeito à revisão do ETS, a decisão de manter todo o setor de gestão de resíduos sob o Regulamento de Compartilhamento de Esforços é uma avaliação cuidadosa. Incluir a incineração de resíduos municipais apenas no ETS da UE, sem qualquer avaliação de impacto inicial anterior, causaria efeitos colaterais, como maior custo de reciclagem, taxas adicionais para os municípios e um aumento de resíduos não recicláveis ​​enviados para aterros legais e ilegais.

O próximo passo para reduzir ainda mais as emissões de GEE de resíduos não recicláveis ​​é apoiar a implementação de captura e armazenamento de carbono (CCS) em usinas de transformação de resíduos em energia . O setor pode se tornar neutro em carbono ou mesmo negativo em carbono, como demonstrado por vários projetos-piloto na Europa.

"A Comissão Europeia estabeleceu um ambicioso conjunto de medidas para reduzir drasticamente as emissões das indústrias europeias", disse Patrick Clerens, Secretário Geral da ESWET . "Os fornecedores de transformação de resíduos em energia estão empenhados em tomar as medidas necessárias para alcançar a neutralidade de carbono com o apoio da União Europeia."

Devido à complexidade da questão, a ESWET acredita que as reformas que abrangem o setor de gestão de resíduos devem sempre avaliar cuidadosamente as consequências ambientais e econômicas , levando em consideração o amplo impacto em toda a cadeia de gestão de resíduos e fornecimento de energia.

ALTA TAXA DE CRESCIMENTO PROJETADA PARA A INDÚSTRIA DE RESÍDUOS PARA ENERGIA

A indústria de resíduos em energia (WtE) está vendo um potencial de crescimento significativo. Algumas estimativas de crescimento previsto indicam que a indústria crescerá a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de mais de sete por cento até 2024.


Outros mostram um CAGR estimado de cerca de cinco por cento até 2028. Apesar disso, o crescimento do WtE está previsto para ser alto e terá um impacto contínuo na indústria de resíduos e reciclagem.

Potencial de crescimento

As tecnologias WtE atuais destroem ou capturam toxinas do lixo, incluindo chumbo, mercúrio, compostos orgânicos voláteis, halogênios e outros poluentes, filtram produtos químicos prejudiciais, eliminam o odor do aterro sanitário e destroem resíduos contaminados.

De acordo com Megan Wilson, vice-presidente de desenvolvimento corporativo e relações com investidores da Babcock & Wilcox, o crescimento da indústria de transformação de resíduos em energia é impulsionado por vários fatores, e esses fatores podem diferir por região. Na Europa, especialmente no Reino Unido, Escandinávia e outros países da UE, as ações regulatórias têm incentivado menos dependência de deposição de resíduos urbanos em aterros até e incluindo a proibição de novos aterros.

Há um forte senso de responsabilidade social em alguns países que impulsiona os esforços de reciclagem e conservação do solo.

“As usinas de transformação de resíduos em energia se encaixam bem com essa ética porque incentivam a reciclagem e colocam os resíduos não recicláveis ​​em uso benéfico na geração de energia de base e, ao mesmo tempo, protegem o meio ambiente”, disse Wilson. As usinas de transformação de resíduos em energia que a Babcock & Wilcox construiu para seus clientes apresentam controles de poluição de última geração, permitindo que essas usinas gerem energia de base ou forneçam aquecimento urbano, ou ambos, e o façam enquanto controlam as emissões ambientais.

Nos Estados Unidos, existem cerca de 70 plantas WtE atualmente em operação, o que é muito menos do que na Europa. Como Wilson explicou, nos Estados Unidos, os aterros sanitários são mais abundantes e o custo econômico dos resíduos do aterro (sem contar o custo ambiental) é muito menor do que na Europa.

“Ao mesmo tempo, também estamos vendo uma resistência contra a construção de novos aterros nos Estados Unidos porque o público está se tornando mais preocupado com o impacto de longo prazo de enterrar o lixo no solo e uma sensação cada vez maior de que podemos fazer um trabalho melhor de reduzir a quantidade de resíduos que produzimos, reciclando, reutilizando e colocando os resíduos que geramos em um uso benéfico ”, disse Wilson.

Os EUA estão vendo uma discussão cada vez maior por legisladores e legisladores sobre as emissões de metano de aterros sanitários e outras fontes. “O metano é freqüentemente ignorado porque tem vida mais curta na atmosfera do que o dióxido de carbono; no entanto, tem um impacto poderoso ”, disse Wilson. “De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas, o metano tem aproximadamente 84 vezes o Potencial de Aquecimento Global (GWP) do dióxido de carbono em 20 anos. Em termos de Potencial de Aquecimento Global, o metano é responsável por quase um quarto das emissões dos EUA. Aproximadamente um quinto do total das emissões de metano dos EUA provenientes da atividade humana é gerado a partir de aterros sanitários. Não podemos lidar com a mudança climática sem lidar com o metano dos aterros. ”

De acordo com a EPA, há mais de 2.600 aterros sanitários municipais ativos e 3.200 inativos nos EUA. Esses locais emitem coletivamente metano que soma mais de 330 milhões de toneladas de GWP com base em 20 anos a cada ano - aproximadamente igual às emissões de 70 milhões de carros .

“Este problema continua a crescer à medida que mais 140 milhões de toneladas de resíduos são adicionadas aos aterros sanitários anualmente”, disse Wilson.

Como David Roeder, diretor de transição de resíduos da Ecofin explicou, há movimentos pró-reciclagem e anti-aterro em ação simultaneamente.

“Embora tenhamos feito reciclagem e outras iniciativas de redução de resíduos nos EUA por décadas, a força motriz por trás dos esforços crescentes nessas áreas nos últimos anos (e daqui para frente) é o cumprimento das metas de descarbonização e redução de emissões de GEE”, Roeder disse. Simplificando, os resíduos podem ser transformados em uma fonte de energia renovável com menor intensidade de carbono do que os combustíveis fósseis, com emissões reduzidas de GEE. E, há uma confluência de fatores que contribuem para o crescimento deste setor.

Como Roeder apontou, há vários mandatos governamentais em jogo que estão afetando a mudança em direção a mais instalações WtE, incluindo: Padrões federais para combustíveis renováveis ​​feitos de resíduos; processos de licenciamento cada vez mais difíceis para aterros novos ou ampliados; proibições estaduais e locais sobre a introdução de orgânicos em aterros sanitários em um esforço para reduzir a produção de metano do aterro; e padrões de portfólio renováveis ​​exigidos pelo estado para serviços públicos.

“As melhorias tecnológicas também tornaram a transformação de resíduos em energia mais prática e econômica em escala para muitos tipos diferentes de resíduos orgânicos, incluindo resíduos agrícolas, alimentares e florestais”, disse Roeder. Há uma forte demanda por energia derivada de resíduos de clientes governamentais e comerciais, principalmente como forma de reduzir as emissões de GEE das frotas de transporte, bem como de clientes varejistas. Além disso, existem fortes incentivos de crédito de combustível em vigor que fornecem receitas significativas para estimular ainda mais a produção de energia a partir de resíduos.

“Finalmente, as melhorias tecnológicas ampliaram significativamente a energia produzida, do que era simplesmente eletricidade - da incineração de lixo (também conhecido como dinheiro para o lixo) - para uma ampla variedade de energias renováveis, como gás natural renovável, diesel renovável, combustível de aviação sustentável , pellets de madeira renováveis ​​e hidrogênio renovável ”, disse Roeder. “Com mais aplicações potenciais para energia renovável, há um apetite maior para converter resíduos em energia. E essas aplicações adicionais ampliaram o setor de resíduos em energia muito além de projetos meramente localizados em aterros sanitários, para projetos autônomos que evitam que os resíduos cheguem a um aterro.”

Roeder acrescentou um comentário adicional: “As próprias ambições das corporações de reduzir a quantidade de resíduos que vão para o aterro para obter um desempenho ESG mais alto e seus clientes que exigem menos resíduos desnecessários estão desviando os resíduos do aterro para WtE. Essa tendência ainda está em seus estágios iniciais e tem um longo caminho para o crescimento da WtE. ”

Impactos na indústria de reciclagem

Uma coisa sobre a transformação de resíduos em energia que costuma ser esquecida é como ela complementa os programas de reciclagem. As comunidades dos Estados Unidos com instalações de transformação de resíduos em energia realmente veem as taxas de reciclagem aumentar, enquanto a dependência de aterros sanitários diminui.

“Isso porque as tecnologias de combustão de resíduos em energia podem usar resíduos que de outra forma não poderiam ser reciclados - entulhos de construção, plásticos não recicláveis, resíduos perigosos, destroços de tempestades de furacões, madeira e outros materiais - e usá-los como combustível”, Wilson disse. “Os metais podem ser recuperados do processo de transformação de resíduos em energia e os subprodutos desse processo também podem ser reaproveitados, como o asfalto para a construção de estradas. A conversão de resíduos em energia apoia a reciclagem e a economia circular. ”

Robert Laswell, um especialista em energia renovável e sustentabilidade com mais de 10 anos de experiência no espaço de energia solar e renovável, disse que a WtE deve ter um impacto positivo, pois a iniciativa WtE fornece outra alternativa para a indústria de energia, onde grandes investimentos são feitos para para reduzir nossas emissões de GEE.

“O desenvolvimento da tecnologia do conceito WtE e a reciclagem serão a razão de grandes passos na direção de onde podemos reutilizar e converter os resíduos em uma forma utilizável de bens”, disse Laswell. “Essas duas técnicas de gestão de resíduos não têm impacto uma sobre a outra simplesmente porque podem usar diferentes tipos de resíduos.”

Roeder disse que, a curto prazo, para aterros mais antigos e maiores que já produzem quantidades significativas de metano a partir de produtos orgânicos em decomposição, eles podem obter fluxos de receita de royalties com a conversão do metano capturado em eletricidade ou gás natural renovável para venda.

“Esses são frequentemente acordos de 10 a 20 anos que fornecem uma fonte adicional de estabilidade financeira de longo prazo para o aterro sanitário participante”, disse Roeder. A longo prazo, espera-se que a tonelagem do aterro seja adversamente impactada por várias iniciativas atuais, como proibições de introdução de produtos orgânicos, redução do conteúdo de embalagem e estratégias de desvio de resíduos.

Como uma compensação parcial para diminuir a tonelagem de entrada em uma base relativa, Roeder apontou que é amplamente esperado que haverá muito menos licenças de aterro emitidas, o que deve aliviar parte do risco competitivo de base geográfica atual.

“Para empresas de reciclagem que atualmente se concentram em papel, plásticos e metais, existem oportunidades para ampliar suas operações de processamento de resíduos para lidar com resíduos que serão desviados para o setor de energia”, disse Roeder. “Acreditamos que é um cenário realista ver uma consolidação e integração na indústria de gestão de resíduos, em que grandes players oferecem uma gama completa de serviços para empresas e municípios, ou seja, reciclagem, transformação de resíduos em energia e aterro, em vez de se concentrar apenas em uma saída para resíduos. ”

O maior desafio para a reciclagem de resíduos sempre foi como conseguir um processo eficiente de separação e coleta, ao mesmo tempo em que superava os problemas de contaminação. Isso também desempenha um papel nos processos WtE. “Tão verdadeiro quanto isso tem sido para vidro, garrafas de plástico e latas de alumínio, também será verdade - talvez ainda mais - para orgânicos como resíduos relacionados com alimentos, resíduos de madeira e resíduos verdes / de jardim, que coletivamente respondem por quase 60 por cento de resíduos depositados em aterros nos EUA de acordo com a EPA ”, disse Roeder. “Um processo separado e único provavelmente será necessário para lidar com esses resíduos orgânicos de forma eficaz.”

Outra parte crucial da iniciativa WtE é educar as pessoas e as indústrias sobre qual é a forma mais eficiente de descarte de resíduos. Laswell disse que coletar os resíduos separadamente é o primeiro passo crucial que deve ser alcançado. Assim que todas as indústrias e famílias começarem a estar cientes da importância da coleta seletiva, toda a iniciativa terá sucesso.

“A educação nesse assunto específico lhes dará conhecimento, porque todos nós temos que nos preocupar com nossos resíduos”, disse Laswell. “Temos que começar com as indústrias que mais geram resíduos, que receberão um plano de gerenciamento de resíduos exato e como cada resíduo deve ser tratado. Simultaneamente, as pessoas também devem estar perfeitamente cientes de como seus resíduos devem ser descartados para obter os benefícios deles. ”

Progresso contínuo

Wilson vê um enorme potencial de crescimento em energia renovável, incluindo transformação de resíduos em energia. Babcock & Wilcox está atualmente buscando oportunidades de WtE nos Estados Unidos, Caribe, América do Sul, América Latina, Ásia, Europa e Oriente Médio.

“Além da combustão de resíduos para geração de calor e energia, também vemos um crescente potencial de mercado futuro para combustíveis derivados e sintetizados criados a partir de resíduos sólidos urbanos, como gás de síntese, etanol ou hidrogênio, que podem ser usados ​​para gerar energia, abastecer veículos e aplicações industriais ”, Disse Wilson.

O especialista em materiais sustentáveis ​​da PA Consulting, Tony Perrotta, disse que será necessário prestar muita atenção ao cenário regulatório em mudança, bem como à fronteira de tecnologia enfrentada pela indústria de WtE. Por exemplo, há um interesse crescente em combustíveis sintéticos e processos de resíduos em combustíveis, mas o envolvimento do governo será fundamental nessas áreas.

“Uma série de alavancas globais estão se combinando para mostrar suporte para o crescimento do segmento WtE”, disse Perrotta. “Você tem uma quantidade sem precedentes de resíduos compostos por uma infraestrutura de reciclagem levada ao limite. Combine isso com uma aversão crescente pela exportação de resíduos e uma sede quase infinita por energia e o crescimento faz sentido. ”

No momento, a maioria das plantas WtE dos EUA está localizada ao longo da costa leste, especialmente nos estados da Flórida e da Nova Inglaterra, onde os resíduos de aterro são mais caros ou ambientalmente problemáticos.

“Achamos que pode haver um mercado para transformação de resíduos em energia em todo o país”, disse Wilson. “Em nossas conversas com os legisladores, enfatizamos que, como parte de uma política abrangente de energia limpa, o governo dos EUA deve tomar medidas para incentivar a redução das emissões de metano dos aterros, construindo novas usinas WtE e apoiando a reciclagem.”

por MAURA KELLER da American Recycler

Londrina está entre as regiões metropolitanas com maior potencial de geração de energia através do seu lixo urbano do brasil



A região metropolitana de Londrina aparece num levantamento realizado pela ABREN-Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos entre as capitais com maior potencial de geração de energia do seu lixo urbano.

De acordo com o último senso de 2019 a RM de Londrina tem em torno de 1.120 milhão de habitantes. Cada habitante gera por dia uma média de 820 gramas de lixo. Isso significa que a cidade produz por dia 920 toneladas de lixo por dia e perto de 382.000 toneladas por ano.

A cidade tem com esse volume um custo ambiental passa de 25 milhões de reais por ano com a saúde pública.

Esses números apontados no levantamento da ABREN mostram que a região metropolitana de Londrina é uma região com capacidade para receber a instalação de 2 plantas geradoras de energia com a transformação desses resíduos.

Essas plantas juntas poderiam gerar mais de 22 MWe de potência instalada, totalizando a produção de quase 179.000 MWh/Ano de energia elétrica. A cidade contaria ainda com investimentos de R$ 359 milhões por planta e a geração de 150 empregos diretos nas obras e prosseguimento implantado.

Shenzhen inaugurará em 2020 a maior usina do mundo que transforma resíduos em energia

Escrito por Eric Baldwin | Traduzido por Camilla Sbeghen

A maior usina de geração de energia a partir de resíduos, de Schmidt Hammer Lassen e Gottlieb Paludan, deve ser inaugurada no ano que vem, nos arredores de Shenzhen, na China. A nova fábrica é feita para lidar com 5000 toneladas de resíduos por dia dentro de uma estrutura simples, limpa e icônica. Ela irá incinerar resíduos e gerar energia enquanto ensina os residentes sobre o ciclo de desperdício de energia. O projeto visa mostrar novos empreendimentos no setor de resíduos para energia da China e compartilhá-los com o mundo.


Com uma população de 20 milhões, Shenzhen produz 15.000 toneladas de lixo por dia, um número que está aumentando aproximadamente 7% ao ano. Para neutralizar isso, a nova usina da Shenzhen Energy não somente usa os processos tecnológicos mais avançados na incineração de resíduos, mas também atua como uma fonte de educação para os cidadãos. Em um único dia, a usina vai lidar com cerca de um terço dos resíduos gerados pelos habitantes de Shenzhen.


Os visitantes são convidados a acessar a fábrica por meio de um parque, cruzando uma ponte de entrada que se eleva até um hall e um centro de visitantes com vista para a maquinaria da usina.

O edifício apresenta uma forma circular para controlar o impacto da estrutura e a quantidade de escavação necessária para construir no local. O projeto organiza toda a fábrica, incluindo edifícios auxiliares, em um volume - quebrando o tradicional layout retangular das instalações industriais. O telhado de 66.000 m2 foi projetado para ser coberto por até 44.000 m2 de painéis fotovoltaicos, oferecendo a oportunidade para a fábrica não apenas fornecer uma maneira mais limpa de lidar com os resíduos da cidade, mas também contribuir para a provisão de energia renovável.

O trabalho de detalhamento do projeto começou no início de 2016 e a fábrica está programada para entrar em operação em 2020.

Prefeito de Ribeirão das Neves pede ajuda a Zema para abrir aterro e receber o lixo de 40 cidades

Romeu Zema (Novo) e Junynho Martins (DEM) | Crédito: Gil Leonardi/Imprensa MG

Dia 21 de maio, data em que o prefeito de Ribeirão das Neves, Junynho Martins (DEM), publicou nas redes sociais a imagem de uma carta entregue ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), para solicitar “atenção no tocante à liberação do novo aterro sanitário, situado na BR 040 – KM 505, divisa de Ribeirão das Neves com Esmeraldas, que aguarda licenciamento”.

O pedido de “autorização para o início das operações” do aterro sanitário que beneficiaria 40 cidades, feito pelo prefeito, indignou o movimento social “Acorda Neves”, o qual foi criado para a fiscalização do trabalho do executivo e do legislativo do município.

Carta postada nas redes sociais do Prefeito de Ribeirão das Neves | Fonte: Instagram

De acordo com um dos advogados do “Acorda Neves”, Gabriel Wirz, o movimento reconhece a necessidade de que cada município precisa dar destinação adequada a seus resíduos e que a possibilidade de um aterro controlado, dentro de todos os parâmetros, é útil.

Porém, quando o prefeito dá o aceite na carta para que o novo empreendimento de Parceria Público-Privada (PPP) seja responsável por receber o lixo de 40 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a pauta foge do interesse do cidadão.

Na postagem das redes sociais, o prefeito Junynho Martins (DEM) informa que “fazer de Ribeirão das Neves a cidade do desenvolvimento é a minha missão, e todas as oportunidades de buscar visibilidade e investimentos para a cidade, serão aproveitadas. Assim, vamos construindo um futuro promissor para o nosso município“.

Histórico de luta contra o aterro de Ribeirão das Neves

Desde 2014, a população, inspirada pelo movimento “Acorda Neves”, luta contra a possibilidade de um novo aterro nessas proporções, situado na divisa com a cidade de Esmeraldas. À época, houve o veto da ex-prefeita Daniela Corrêa ao Projeto de Lei 039-C/2015, de autoria do ex-vereador Juarez Carvalho, o qual autorizava o empreendimento.

Projeto de Lei do ex-vereador Juarez Carvalho | Fonte: Acorda Neves

Contudo, em março de 2016, os vereadores ativos da casa derrubaram o veto da ex-prefeita, o que abriu a oportunidade do município receber o lixo de estabelecimentos privados de gerenciamento de resíduos sólidos, desde que em local fora da região urbana e licenciado.

Antes das eleições de 2016, o próprio prefeito Junynho Martins (DEM) se dizia contrário em trazer o lixo de outros municípios para a cidade, e que somente entenderia como viável caso existisse alguma compensação do Estado.

Em 02 de maio de 2016, a prefeita Daniela Corrêa revogou e deu outras providências sobre a Lei Municipal 3.748, que dispunha sobre os resíduos sólidos no município de Ribeirão das Neves.

Uma dessas providências foi reestabelecer o vigor da Lei Municipal 3.106/2008 (efeito repristinatório), que proibia o “recebimento de resíduos de natureza domiciliar e/ou residencial proveniente de outros Municípios”.

Em 2019, o aterro controlado do Bairro Viena, em Justinópolis, foi desativado e o prefeito Junynho (DEM) ainda dizia, em entrevista a uma rádio local (Sintonia Neves), que não pretendia receber em um novo aterro o lixo de 30 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Entretanto, na última carta entregue à assessoria do governador Romeu Zema (Novo), o prefeito de Ribeirão das Neves assina que “com essa mudança, mais de 40 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte serão beneficiadas”.
O que mudou sobre o aterro de Ribeirão das Neves?

As justificativas do prefeito de Neves para o pedido de celeridade na liberação do empreendimento, que é proveniente da Parceria Público-Privada (PPP), são a redução dos custos aos cofres públicos (em torno de R$ 800 mil mensais) e o fomento de um meio ambiente mais sustentável e equilibrado para o município.

Conforme documento disponibilizado pelo advogado do movimento “Acorda Neves” e presente no portal de parcerias do governo, a concessionária envolvida no PPP, mediante contrato, é a Empresa Metropolitana de Tratamento de Resíduos S/A – EMTR.

A concessionária teria 30 anos de “concessão administrativa para a exploração dos serviços de transbordo, tratamento e disposição final de resíduos sólidos urbanos nos municípios convenentes da Região Metropolitana de Belo Horizonte e colar metropolitano, em conformidade com o disposto no edital de concorrência nº 02/2013 – Sedru”.

O Jornal Norte Livre buscou informações com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) sobre o processo de licenciamento na pasta, mas obteve a seguinte resposta:

“A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informa que não há processo de licenciamento protocolado para o município de Ribeirão das Neves na Superintendência de Meio Ambiente Central metropolitana (Supram Central) para a atividade indicada. A carta indica uma Parceria Público-Privada (PPP), porém sem nome de empreendedor ou outra referência que nos permita melhor avaliação.
Assim, sendo disponibilizadas outras informações, a demanda poderá ser atendida de forma mais adequada”.

A demanda foi detalhada e reenviada para a Semad, a qual ainda apura informações sobre os dados do contrato fornecido.

A matéria será atualizada com a nova resposta assim que entregue pela pasta.

EM TEMPO (23/06/2021): Nota enviada pela Semad

“Consta, no Sistema Integrado de Informação Ambiental (Siam), processo para a Empresa Metropolitana de Tratamento de Resíduos S/A – EMTR, com licença de operação concedida (LO) para o empreendimento operar o aterro com validade até 24/01/2029, conforme arquivo em anexo. Há, nos processos, documentos que comprovam a entrega de relatórios de atendimento às condicionantes impostas”.

O Jornal Norte Livre questionou, também, a Prefeitura de Ribeirão das Neves. Porém, desde o envio do e-mail, no dia 15 de junho, e sucessivas ligações, não obteve resposta para a demanda.

A assessoria da prefeitura retornou uma das ligações no dia 21 de junho e informou a tentativa de retorno na mesma data. Contudo, ainda não enviou respostas

Volumes comerciais de produtos químicos básicos reciclados quimicamente e poliolefinas ativadas

A Borealis assinou um acordo com a Renasci para adquirir toda a produção de matéria-prima reciclada quimicamente de seu centro de reciclagem de alta tecnologia em Oostende.

© gavran333 - stock.adobe.com

A Borealis assinou um acordo com a Renasci para adquirir toda a produção de matéria-prima reciclada quimicamente de seu centro de reciclagem de alta tecnologia em Oostende, Bélgica. Com a produção projetada de 20kT / ano entregue à Borealis, este acordo permitirá que a Borealis se torne um dos principais fornecedores globais de produtos químicos de base reciclada quimicamente e poliolefinas.

Como complemento da reciclagem mecânica, a reciclagem química tem um papel importante a desempenhar no fechamento do ciclo do material na circularidade do plástico. Isso ocorre porque os fluxos de resíduos de plástico de qualidade inferior podem ser reciclados quimicamente em material de alta qualidade. Na verdade, os produtos fabricados com matéria-prima reciclada quimicamente oferecem os mesmos níveis de desempenho que os produtos produzidos com matéria-prima fóssil. Isso permite a produção de aplicações baseadas em poliolefinas de alta tecnologia, incluindo materiais de embalagem de alimentos e saúde sujeitos a normas rigorosas de qualidade e segurança que nem sempre podem ser atendidas com materiais reciclados mecanicamente.

Os resíduos de matéria-prima processados ​​no centro de reciclagem com certificação ISCC PLUS da Renasci são derivados principalmente de resíduos domésticos secos e alguns resíduos industriais. Em uma primeira etapa, os resíduos são separados várias vezes para extrair o material plástico de melhor valor para a reciclagem mecânica. A matéria-prima residual que não pode ser reciclada mecanicamente é então reciclada quimicamente; essa matéria-prima reciclada quimicamente será posteriormente processada nos crackers a vapor Borealis, inicialmente em seu local de produção em Porvoo, Finlândia. A recente certificação ISCC PLUS do local da Borealis Porvoo - o padrão global para materiais reciclados e de base biológica certificados - permite a produção de equilíbrio de massa de produtos renováveis ​​e reciclados quimicamente.

“Este acordo com a Borealis nos permitirá fechar completa e verdadeiramente o ciclo circular dos plásticos”, comenta Kristof Beuren, COO da Renasci. “O desafio era encontrar uma solução de fechamento para esse tipo de resíduo e juntos conseguimos.”

“Aceleramos a ação em direção à circularidade dos plásticos por meio da colaboração”, afirma Lucrèce Foufopoulos, Vice-Presidente Executivo da Borealis para Poliolefinas, Inovação e Tecnologia e Soluções de Economia Circular. “A cooperação com a Renasci nos permite oferecer aos nossos clientes e parceiros poliolefinas virgens a partir de resíduos pós-consumo quimicamente reciclados em quantidades de materiais a partir deste trimestre.”

Fonte: /waste-management-world.com

Resíduos em energia: lições do Japão

As objeções à gaseificação não mudaram desde que a tecnologia foi inventada: muito cara, muita manutenção, não eficiente o suficiente em comparação com a incineração convencional. Somente o Japão foi capaz de fazer melhor. Por que é isso?

© cidade de Kitakyushu

Planta de gaseificação na cidade de Kitakyushu: a política de aterros extremamente restritiva do Japão é um grande impulsionador para a gaseificação, enquanto as desvantagens da tecnologia são menos importantes do que em outros lugares.

A gaseificação é considerada a alternativa mais difundida aos processos convencionais de incineração de resíduos em grelha e leito fluidizado. No entanto, ainda não foi implementado em grande escala. De acordo com o Banco Mundial, a participação de mercado de tecnologias alternativas, como a gaseificação, não passa de 2%, mesmo em países de alta renda. Em países de baixa renda, essas tecnologias são, na realidade, inexistentes.

No entanto, há uma grande exceção: o Japão. No início dos anos 2000, a gaseificação e os processos de pirólise menos comumente usados ​​juntos tinham uma participação de mercado de mais de 50% no setor de transformação de resíduos em energia. Embora agora tenha caído para cerca de 25-30%, a indústria de resíduos do Japão ainda seria inconcebível sem as usinas de gaseificação.

A preferência do Japão pela gaseificação é resultado de sua geografia. Grandes partes da nação insular são tão densamente povoadas que há espaço extremamente limitado para a construção de aterros sanitários, onde os resíduos da reciclagem térmica podem ser descartados. Além de um regime de separação e reciclagem muito rígido, a gaseificação é, portanto, uma alavanca-chave na estratégia de gerenciamento de resíduos do Japão para minimizar o uso de aterros sanitários.

Vantagens da gaseificação

Nobuhiro Tanigaki é gerente sênior da Nippon Steel Engineering, líder de mercado no Japão, que construiu mais de 50 plantas de gaseificação. Ele explica as vantagens usando o exemplo do Direct Melting System (DMS) da empresa, um benefício do qual é produzido significativamente menos resíduos do que com a incineração convencional. “A quantidade final de aterro de grelha no Japão é de aproximadamente 15%, enquanto o aterro final de nosso Sistema de fusão direta é de apenas 3%. Ele contém apenas o resíduo do Controle de Poluição do Ar, enquanto o aterro da tecnologia de grelha convencional contém cinzas e resíduos de APC. Como os custos de aterro de cinzas e resíduos de APC são quase os mesmos, a diferença é o benefício. Além disso, a co-gaseificação DMS de outros resíduos de difícil tratamento, como rejeitos de centros de reciclagem.

No Japão, que tem os custos médios de aterro mais altos do mundo, esse é um argumento muito forte. Os custos proibitivos de aterro são o fator decisivo para a indústria japonesa de resíduos. Enquanto uma média de cerca de 25% dos resíduos domésticos ainda são enviados para aterros na UE, o número correspondente no Japão é de 10%. Este resíduo consiste apenas em material residual da incineração ou gaseificação. Na Europa, a meta de 10% de aterro sanitário estabelecida no Pacote de Economia Circular não deve ser alcançada até 2035. No entanto, a importância da reciclagem de resíduos em energia no Japão torna-se ainda mais clara quando a quantidade total de resíduos é considerada, não apenas lixo doméstico. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente do Japão, apenas 1,1% de todo o volume de resíduos gerados no Japão foi depositado em aterro em 2015.

Resíduos em energia: lições do Japão

As objeções à gaseificação não mudaram desde que a tecnologia foi inventada: muito cara, muita manutenção, não eficiente o suficiente em comparação com a incineração convencional. Somente o Japão foi capaz de fazer melhor. Por que é isso?

© cidade de Kitakyushu

Planta de gaseificação na cidade de Kitakyushu: a política de aterros extremamente restritiva do Japão é um grande impulsionador para a gaseificação, enquanto as desvantagens da tecnologia são menos importantes do que em outros lugares.

A gaseificação é considerada a alternativa mais difundida aos processos convencionais de incineração de resíduos em grelha e leito fluidizado. No entanto, ainda não foi implementado em grande escala. De acordo com o Banco Mundial, a participação de mercado de tecnologias alternativas, como a gaseificação, não passa de 2%, mesmo em países de alta renda. Em países de baixa renda, essas tecnologias são, na realidade, inexistentes.

No entanto, há uma grande exceção: o Japão. No início dos anos 2000, a gaseificação e os processos de pirólise menos usados ​​juntos tinham uma participação de mercado de mais de 50% no setor de transformação de resíduos em energia. Embora agora tenha caído para cerca de 25-30%, a indústria de resíduos do Japão ainda seria inconcebível sem as usinas de gaseificação.

A preferência do Japão pela gaseificação é resultado de sua geografia. Grandes partes da nação insular são tão densamente povoadas que há espaço extremamente limitado para a construção de aterros sanitários, onde os resíduos da reciclagem térmica podem ser descartados. Além de um regime de separação e reciclagem muito rígido, a gaseificação é, portanto, uma alavanca-chave na estratégia de gerenciamento de resíduos do Japão para minimizar o uso de aterros sanitários.

Vantagens da gaseificação

Nobuhiro Tanigaki é gerente sênior da Nippon Steel Engineering, líder de mercado no Japão, que construiu mais de 50 plantas de gaseificação. Ele explica as vantagens usando o exemplo do Direct Melting System (DMS) da empresa, um benefício do qual é produzido significativamente menos resíduos do que com a incineração convencional. “A quantidade final do aterro de grelha no Japão é de aproximadamente 15%, enquanto o aterro final do nosso Sistema de fusão direta é de apenas 3%. Ele contém apenas o resíduo do Controle de Poluição do Ar, enquanto o aterro da tecnologia de grelha convencional contém cinzas e resíduos de APC. Como os custos de aterro de cinzas e resíduos de APC são quase os mesmos, a diferença é o benefício. Além disso, a co-gaseificação DMS de outros resíduos de difícil tratamento, como rejeitos de centros de reciclagem,

No Japão, que tem os custos médios de aterro mais altos do mundo, esse é um argumento muito forte. Os custos proibitivos de aterro são o fator decisivo para a indústria japonesa de resíduos. Enquanto uma média de cerca de 25% dos resíduos domésticos ainda são enviados para aterros na UE, o número correspondente no Japão é de 10%. Este resíduo consiste apenas em material residual da incineração ou gaseificação. Na Europa, a meta de 10% de aterro sanitário estabelecida no Pacote de Economia Circular não deve ser alcançada até 2035. No entanto, a importância da reciclagem de resíduos em energia no Japão torna-se ainda mais clara quando a quantidade total de resíduos é considerada, não apenas lixo doméstico. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente do Japão, apenas 1,1% de todo o volume de resíduos gerados no Japão foi depositado em aterro em 2015.

Política Restritiva

Embora a política extremamente restritiva de aterros sanitários seja o principal fator para a gaseificação, algumas das desvantagens da tecnologia são menos importantes no Japão do que em outros lugares. Isso se deve principalmente à legislação específica que rege o sistema de gerenciamento de resíduos japonês.

Por exemplo, os municípios no Japão não apenas precisam elaborar um plano de gestão de resíduos de longo prazo para pelo menos os próximos 20 anos, mas também devem tratar e / ou reciclar seus próprios resíduos em sua área. Se necessário, pequenos municípios também podem formar associações, mas o transporte de resíduos em distâncias mais longas é geralmente proibido. Além disso, como a transformação de resíduos em energia é um dos esquemas de gestão de resíduos, a redundância da central é do interesse dos municípios. Isso incentiva a demanda por

unidades pequenas que processam quantidades relativamente pequenas e para as quais também há slots de manutenção suficientes disponíveis como resultado de níveis de utilização mais baixos - todos fatores que favorecem as tecnologias de gaseificação. Segundo estimativas, as fábricas operam apenas cerca de 280 a 300 dias por ano.

E a gaseificação tem uma vantagem adicional: no Japão, a cinza residual produzida durante a incineração não pode ser usada diretamente, por exemplo na construção de estradas, mas deve passar por um tratamento adicional, como fusão ou calcinação. Na gaseificação, na qual nenhuma cinza inferior é produzida, esse problema não surge em primeiro lugar.

Esperando pelo avanço

Para Nobuhiro Tanigaki, uma coisa é, portanto, clara: “De acordo com a estrutura legal que temos no Japão, a incineração convencional com grelha pode não ser a melhor solução para os municípios. Além disso, se a tecnologia pode processar o maior número possível de resíduos na mesma planta, em um processo conhecido como co-gaseificação, ela muda as condições de contorno da gestão de resíduos e é vantajosa para os municípios ”, diz Tanigaki. Isso também fala a favor dessa forma de gaseificação.

No momento, porém, as experiências do Japão não podem ser facilmente transferidas para outros países - porque não importa o quão bem a tecnologia se encaixe no sistema japonês, em outros países ela é considerada exótica. E com razão, na opinião de Peter Quicker, Professor de Tecnologia de Combustíveis da RWTH Aachen University. “As tecnologias de gaseificação têm estado à beira de um avanço na indústria de resíduos por décadas, principalmente de acordo com os fornecedores dessas tecnologias. Conceitos surpreendentes e aparentemente novos têm sido exaltados repetidamente, mas nenhum desses conceitos ainda é viável e, ao mesmo tempo, acessível. É por isso que não existem plantas desse tipo na Europa.”

O que o exemplo japonês também mostra é que o aspecto técnico é um fator que determina o sucesso ou o fracasso de uma tecnologia. O quadro político e jurídico é outro. É por isso que empresas como Amedeo Vaccani e Suejean Asato, da consultoria de gestão baseada em Zurique A. Vaccani & Partners acreditam que a gaseificação deve permanecer no radar dos fornecedores europeus também. Em uma avaliação de mercado, eles julgam que: “É concebível que uma ou outra nova tecnologia de gás de síntese possa realmente atingir a maturidade do mercado e atingir um bom nível de competitividade. Como resultado, os fabricantes de plantas europeus que usam processos tradicionais provavelmente serão comparados com processos alternativos com mais frequência no futuro.”

Fonte: /waste-management-world.com

Nova instalação de classificação PMD para aumentar a capacidade de reciclagem

A Indaver investiu em uma nova instalação de triagem PMD para aumentar a capacidade de reciclagem com a introdução da nova coleção reciclável "bolsa azul" para 3 milhões de residentes belgas.

© nordroden - stock.adobe.com

A empresa de tratamento de resíduos Indaver concluiu a construção de uma nova instalação de triagem PMD em Willebroek, Bélgica, na semana passada. A empresa já tinha uma instalação de triagem PMD naquele local. No entanto, com a introdução da 'Nova Bolsa Azul', que será implementada em fases em toda a Bélgica, cada cidadão estará fornecendo 8 kg a mais de PMD a cada ano do que antes. Para poder tratar esta quantidade maior e poder separar mais materiais, foi necessário investir em uma nova unidade. A nova instalação é três vezes maior que a anterior e tratará os resíduos PMD de cerca de 3 milhões de residentes a cada ano.

A Indaver é um player europeu no setor de resíduos domésticos e industriais e, desde 1995, classifica os resíduos PMD em Willebroek em 8 fluxos de material puro, prontos para reciclagem. Com a introdução da Nova Bolsa Azul, o número de diferentes tipos de plástico que podem ser fornecidos na bolsa foi ampliado. De 'garrafas e recipientes de plástico' a 'todas as embalagens de plástico para uso doméstico'. Como resultado, cada residente fornecerá em média 7 a 8 kg a mais de resíduos PMD do que antes.

Em setembro de 2019, a Indaver iniciou a construção de uma instalação completamente nova para poder tratar essas grandes quantidades de resíduos de PMD em 14 fluxos de material puro. A nova instalação é três vezes maior que a anterior e, nos próximos 9 anos, tratará 60.000 toneladas de resíduos PMD a cada ano, de cerca de 3 milhões de residentes. A capacidade pode ser ampliada ainda mais, se necessário.

A construção da sala de triagem e a instalação das máquinas foram concluídas há algumas semanas, mas na semana passada a instalação fez seu primeiro teste com resíduos de PMD. Nessa fase, que vai até o final de fevereiro, todas as máquinas serão testadas e ajustadas. Esta é uma fase vital do processo. Cada uma das máquinas deve ser ajustada meticulosamente para atingir o grau de pureza particularmente alto esperado pela Fost Plus, uma iniciativa do setor privado belga que promove, coordena e financia a coleta seletiva, triagem e reciclagem de resíduos de embalagens domésticas, e que faz parte deste projeto . Fornecer mono-fluxos puros é a única maneira de possibilitar a reciclagem de alta qualidade na próxima etapa. Na nova instalação de classificação, o PMD será classificado em 14 fluxos separados e com o tempo, talvez até mais.

Com a introdução do Novo Saco Azul em 2019, a Fost Plus lançou uma convocação para projetos de cinco novos centros de triagem de alta tecnologia para tratar os resíduos PMD adicionais, aproximadamente 90.000 toneladas extras por ano. As instalações da Indaver são as primeiras a funcionar e a iniciar os testes de tratamento do Novo Saco Azul. Esta construção representa um investimento de 35 milhões de euros.

“Os fabricantes na economia circular querem reutilizar as matérias-primas com a condição de que sejam tão boas e seguras quanto o material original. Estamos tornando isso possível e queremos ditar o ritmo do setor ”. diz o CEO da Indaver, Paul De Bruycker. Nesta nova instalação, estamos criando valor a partir dos resíduos de embalagens que nos são fornecidos e protegendo o ciclo de materiais contra contaminação. Estamos, portanto, fazendo a mudança necessária de uma economia linear para uma economia circular. Esta instalação moderna e de alta tecnologia se encaixa perfeitamente em nosso portfólio de tratamento para conseguir isso.”

Na New Blue Bag, embalagens como sacos de salada, recipientes de cogumelos ou a folha de plástico em volta dos pacotes múltiplos de água e leite agora podem ser reciclados. As frações classificadas são então retiradas para reciclagem na Bélgica e países vizinhos. Hoje, 75% dos resíduos de embalagens domésticas que a Fost Plus coleta são reciclados na Bélgica. Com o anúncio de que três novos contratos de reciclagem estão sendo introduzidos em nosso próprio solo, esse número só aumentará ainda mais nos próximos anos.

“Uma boa reciclagem começa com uma boa classificação, diz Patrick Laevers, diretor administrativo da Fost Plus. “Graças a um sistema de coleta uniforme, com mensagens de triagem uniforme para os moradores, tornamos isso o mais fácil possível para os cidadãos. Dessa forma, eles podem dar uma contribuição concreta para a criação de uma economia de embalagens circulares. A inauguração desta nova central de triagem é a prova de nosso ecossistema altamente eficaz. As novas tecnologias que estão sendo integradas, também nos permitem olhar para o futuro mix de embalagens. Esta é uma grande conquista da qual temos muito orgulho de fazer parte."


Fonte: /waste-management-world.com 

Retorno sobre os investimentos no negócio de coleta de lixo

Sólido crescimento a curto prazo previsto pela Zacks Investement Research Firm para empresas de gestão de resíduos de capital aberto

© Blocktexx

A Zacks Investment Research é uma empresa americana dedicada à produção de pesquisa independente e conteúdo relacionado a investimentos. Uma publicação recente deles enfoca a indústria de resíduos, os desenvolvimentos atuais e a atratividade para investir em empresas de capital aberto no negócio de resíduos.

A publicação explica para o mercado americano: O surto de coronavírus exigiu o descarte adequado de resíduos. Na verdade, as empresas de gerenciamento de resíduos estão em vantagem em situações como a pandemia contínua, já que os funcionários da área de saúde precisam descartar as máscaras, luvas, roupas, seringas e outros equipamentos médicos usados ​​de maneira adequada para conter a disseminação da infecção. Iniciativas governamentais, bem como regras e regulamentos rígidos para promover mecanismos sustentáveis ​​de gestão de resíduos e controlar o despejo ilegal de lixo, também devem ajudar a indústria.

A crescente adoção de técnicas de reciclagem e o desenvolvimento de tecnologias e soluções avançadas de coleta de lixo são tendências-chave na indústria. A reciclagem continua sendo uma área de grande crescimento, com a maioria dos participantes do setor tomando medidas de reciclagem de resíduos sólidos urbanos e de resíduos industriais não perigosos. As crescentes preocupações ambientais, a rápida industrialização, o aumento da população e um aumento esperado de resíduos não perigosos como resultado do rápido crescimento econômico devem aumentar as oportunidades de negócios para as empresas de gerenciamento de resíduos.

O portfólio „Zacks Waste Removal Services Industry“ atualmente carrega um Zacks Industry Rank # 124, o que o coloca entre os 49% melhores entre mais de 250 setores Zacks e indica perspectivas de crescimento sólido a curto prazo.

Fonte: /waste-management-world.com

Ministério do Meio Ambiente fecha acordo por atlas da conversão do lixo em energia



Instrumento vai mapear potencial de investimento para aproveitamento energético de resíduos

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) assinou nesta segunda-feira, 14/6, um acordo de cooperação junto às associações ABCP, ABETRE, ABRELPE e ABIOGAS, visando impulsionar a recuperação energética de resíduos sólidos. O acordo é mais um passo numa sequência de ações que o MMA vem tomando desde 2019 para alicerçar o aproveitamento do lixo como fonte de energia no Brasil.

No âmbito do programa Lixão Zero, o acordo dá início a ações que visam criar um ambiente de negócios favorável para investimentos no setor. A parceria entre poder público e iniciativa privada na gestão de resíduos está prevista no Marco Legal do Saneamento Básico, que determina o encerramento de todos os lixões do País até 2024. As associações signatárias integram a Frente Brasil de Recuperação Energética de Resíduos (FBRER), constituída em 2020, na Semana do Meio Ambiente.

Em destaque no acordo há o desenvolvimento do Atlas de Recuperação Energética de Resíduos Sólidos, ferramenta digital que indicará as regiões com maior potencial para investimentos em recuperação energética de resíduos sólidos. Apenas no Leilão de Energia Nova A-5/2021, foram cadastrados 12 projetos, com um potencial de geração de energia elétrica para 40 milhões de brasileiros ao ano, a partir de a partir do aproveitamento energético de 15 mil toneladas de lixo por dia, totalizando mais de 5,5 milhões de toneladas ao ano que deixarão de ser enterradas.

O ministro Ricardo Salles enfatizou o potencial da sustentabilidade energética da ação: “O que esse novo atlas vai indicar é um grande potencial energético, esperando para ser convertido em eletricidade para o setor produtivo, e de forma mais sustentável. Cada tonelada de lixo reaproveitada contribui para a redução de mais de 1,3 tonelada de gases de efeito estufa. Por outro lado, você acaba com o caos no lixo que se alastrou nas últimas décadas”, afirmou.

Entre outros frutos do acordo assinado hoje, estão a integração de informações setoriais e de infraestrutura sobre recuperação energética no SINIR (sistema de informação nacional lançado pelo MMA em 2019), a modernização normativa e o desenvolvimento de conteúdos para a qualificação de órgãos ambientais e consórcios públicos.

Na perspectiva do meio ambiente urbano, o acordo permitirá o encerramento de lixões e a redução da quantidade de resíduos dispostos em aterros sanitários, que tendem a ficar cada vez mais distantes das cidades. Para a atração de investimentos, a ação traz mais informação qualificada, maior segurança jurídica e previsibilidade e, do ponto de vista da geração de energia, a medida representa uma maior diversificação da matriz energética brasileira.

Programa Lixão Zero

Lançado em 2019 pelo Ministério do Meio Ambiente, o Lixão Zero é um dos eixos da Agenda Ambiental Urbana, que tem como objetivo melhorar o meio ambiente nas cidades, onde vivem 85% dos brasileiros. Desde o lançamento, importantes resultados foram alcançados no Brasil, como o encerramento de 600 lixões em menos de um ano e o recorde de reciclagem de latas de alumínio.

Saiba mais sobre o programa Lixão Zero

Reflexões da Aliança: a noção de "reciclagem em cascata"

A reciclagem é mais frequentemente agrupada em Reciclagem Mecânica ou Reciclagem Química. Descubra como essas abordagens podem ser usadas em sequência, mantendo os materiais em circulação no mais alto nível de qualidade, valor econômico e ambiental pelo maior tempo possível.

Por Martyn Tickner, chefe de terceirização e desenvolvimento de projetos

Em um artigo anterior , comparamos o roteiro de Resíduos Não Gerenciados à Circularidade a um quebra-cabeça; há muitas peças diferentes que contribuem para a solução e todas devem ser encaixadas. Você precisa ter uma ideia do quadro geral para saber como posicionar as peças individuais do quebra-cabeça.

Em nosso caso, o quadro geral tem muitas partes - reduza o consumo desnecessário; Reutilize onde pudermos; Substitua materiais por opções mais sustentáveis; implantar sistemas básicos de gestão de resíduos com Coleta e Descarte , Triagem e Reciclagem ; use matérias-primas renováveis onde fizer sentido; fonte de intervenções econômicas para financiar soluções; adaptar o comportamento do consumidor para criar bons hábitos; e limpeza para resolver o legado. Todos esses elementos fazem parte do quebra-cabeça da construção de uma economia circular de sucesso.

Anteriormente, falamos sobre soluções de alta tecnologia para a classificação de plástico usado - o centro do nosso quebra-cabeça - optando por se concentrar em regiões de alta renda, bem regulamentadas e fortemente comprometidas. A partir daí, podemos explorar diferentes áreas, peça por peça, levando a uma visão do futuro - e à jornada para chegar lá.

O próximo passo é a reciclagem

Dentre as muitas tecnologias diferentes que existem, a Reciclagem é mais frequentemente agrupada em Reciclagem Mecânica ou Reciclagem Química . No entanto, em vez de mergulhar nas tecnologias, vamos ter em mente o panorama geral e olhar para três níveis diferentes de qualidade de saída de reciclagem.

Reciclagem de circuito fechado

Tecnicamente, um ciclo fechado é um conceito de cadeia de suprimentos, o retorno ou retomada de um objeto para Reutilizar ou Reciclar de volta no mesmo aplicativo. No entanto, adotando um contexto um pouco mais amplo, podemos considerar o ciclo fechado como significando a reciclagem de volta para uma qualidade semelhante à do material original - um produto adequado para um propósito para ser usado novamente no original ou em uma aplicação de demanda semelhante.

O circuito fechado é nossa opção preferida em relação ao valor econômico e ambiental

No entanto, a quantidade de matéria-prima disponível para reciclagem em circuito fechado geralmente é limitada pela falta de qualidade de segregação, coleta e classificação do plástico usado. Além disso, as regulamentações nacionais podem restringir ainda mais a capacidade de usar reciclar em mercados altamente regulamentados, como aplicações de alimentos.

O exemplo mais conhecido de reciclagem de plástico em circuito fechado são as garrafas PET, devolvidas para fazer novas garrafas PET. As garrafas são facilmente reconhecidas e coletadas separadamente de outros plásticos; a tecnologia existe para lavar, lascar e reciclar; a economia (geralmente) funciona, com PET reciclado (r-PET) em alta demanda. E onde o r-PET não atende aos rígidos padrões de qualidade para grau alimentício, ele ainda tem outras oportunidades úteis (ciclo de redução).

Reciclagem de malha aberta

Muitas vezes a qualidade do plástico disponível é comprometida devido à presença de diferentes tipos de plásticos; graus mistos do mesmo plástico; e / ou contaminação orgânica. Além disso, alguns plásticos se degradam a cada vez que passam pelo ciclo de reciclagem e, após 3 a 10 ciclos, não são mais adequados para uso posterior.

Onde a qualidade é comprometida, o plástico usado pode ser reciclado mecanicamente em um aplicativo de qualidade inferior - também conhecido como "downcycled" - normalmente em produtos como móveis de jardim, baldes de tinta, baldes e materiais básicos de construção e construção. Em nosso exemplo PET, isso seria em tecidos ou bandejas de alimentos.

A reciclagem Open Loop pode não ser uma solução tão boa quanto Closed Loop, mas ainda é uma boa alternativa - oferecendo valor econômico e uma redução na pegada de carbono em comparação com a fabricação de novo plástico virgem e / ou descarte em aterro ou resíduo para energia. Além disso, essas aplicações costumam ter um longo ciclo de vida, o que significa que o carbono usado para fazer o produto é sequestrado (preso em vez de liberado na atmosfera) por um período de tempo.

A escala da reciclagem de malha aberta é, como malha fechada, ainda limitada pela quantidade e qualidade de matéria-prima disponível. Mesmo que houvesse matéria-prima disponível, também existe o desafio de encontrar mercados grandes o suficiente para absorver toda a produção.

Reutilização

É aqui que a saída do processo de reciclagem tem uma qualidade superior à da matéria-prima de plástico, ou entrada. Existem várias tecnologias diferentes que estão sendo desenvolvidas - por exemplo, processos de conversão enzimática ou processos de reciclagem mecânica avançados, como solvólise. O mais típico, entretanto, é a reciclagem química, em que um produto plástico é decomposto ou despolimerizado de volta à matéria-prima.

A vantagem da reciclagem química é que ela permite a produção de plástico de qualidade totalmente equivalente ao plástico virgem original e supera quaisquer restrições regulamentares sobre o uso do reciclado em aplicações exigentes, como alimentos ou uso médico. No entanto, as tecnologias de reciclagem química normalmente terão um impacto de carbono maior do que a reciclagem de circuito fechado ou circuito aberto e um custo operacional mais alto (portanto, captura de valor mais baixo) do que a reciclagem de circuito fechado.

Trabalhando juntos em conjunto: reciclagem em cascata

Portanto, com base no exposto, deve ficar claro que nenhuma solução em si é a ideal. O tempo determinará qual porcentagem de nossa reciclagem vem de qual abordagem, mas certamente todas as três serão implantadas. A abordagem ideal é usar essas abordagens em sequência, conhecidas como reciclagem em cascata , mantendo os materiais em circulação no mais alto nível de qualidade, valor econômico e ambiental pelo maior tempo possível.


O modelo de reciclagem em cascata permite que o plástico seja reciclado continuamente, usando tecnologias complementares para manter a qualidade do reciclado.

Em primeiro lugar, use a reciclagem de circuito fechado tanto quanto possível - limitada pela disponibilidade de matéria-prima de alta qualidade.

Em seguida, use a Reciclagem de malha aberta, na medida em que as oportunidades de mercado façam sentido do ponto de vista econômico.

Em seguida, use a reciclagem química para elevar o que não pode ser reciclado mecanicamente de volta ao mais alto nível de qualidade, idêntico ao plástico virgem original.

E repita - uma e outra vez. Isso é circularidade em ação.

A jornada rumo à circularidade

As soluções para fazer isso existem ou estão sendo desenvolvidas em um ritmo notável. No entanto, com menos de 10% do lixo plástico do mundo sendo reciclado hoje, precisamos de grandes investimentos em capacidades de reciclagem para criar essa cascata de circuito fechado, circuito aberto e reciclagem química.

Esta é uma área de foco muito importante para a Aliança: apoiar a demonstração de soluções técnicas e modelos de negócios viáveis; e entender o que é necessário para impulsionar a mobilização de capital e a adoção em larga escala de soluções técnicas para expandir rapidamente a capacidade de reciclagem do mundo.

Ainda assim, existem muitas peças do quebra-cabeça a serem encontradas.

Quais participantes da cadeia de valor assumirão a liderança na consolidação da indústria altamente fragmentada de hoje? Como podemos consolidar fluxos de matéria-prima para atingir escala crítica? Quem vai investir em novas instalações de triagem e reciclagem de última geração e conduzir as abordagens de qualidade necessárias? Quanto tempo levará a indústria para converter filmes plásticos multimateriais complexos em estruturas que são mais recicláveis ​​- e construir as instalações para reciclá-los?

Talvez o mais desafiador de tudo: quais intervenções econômicas são necessárias para permitir que a indústria de reciclagem concorra com o plástico virgem?

Siga nossa discussão enquanto abordamos essas questões, construindo o quebra-cabeça peça por peça.

Recuperação de resíduos deve seguir trajetória de renováveis, diz ministro

Para Bento Albuquerque, fonte deve passar pelo mesmo estagio de aprendizagem das fontes solar, eólica, biomassa e PCHs

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta quinta-feira, 27 de maio, que a produção de energia elétrica a partir de resíduos sólidos urbanos deverá seguir trajetória semelhante à de fontes de energia renovável. “Cada uma das fontes energéticas utilizadas na nossa matriz, como a biomassa, pequenas centrais hidrelétricas, eólica e solar, teve seu próprio estagio de maturação tecnológica. Os resíduos sólidos também deverão passar por esse período de aprendizagem e desenvolvimento”, disse em vídeo de abertura do Fórum da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos.

Albuquerque destacou que a fonte incluída no leilão de energia nova A-5 cria uma nova possibilidade de diversificação da matriz elétrica no país. O certame está previsto para 30 de setembro desse ano, e terá um produto específico para projetos de geração a partir de RSU.

Atualmente, o Brasil descarta 96% dos resíduos em aterros ou lixões, enquanto alguns países europeus destinam 50% do lixo para usinas de incineração, destacou o ministro. Ele acrescentou que essa é uma questão que abrange as esferas ambiental e de saúde pública, em razão do elevado gasto com o tratamento de doenças resultantes do contato inadequado de pessoas com o lixo urbano.

Para o ministro, a recuperação energética pode ser uma forma de mitigar o problema. Pela experiência internacional e nacional, a exploração econômica da fonte pela pode ser feita por meio de modelos distintos de negócios, levando em conta características locais e regionais, a maturidade e a competitividade dos mercados, acrescentou o ministro.

Existem em operação no mundo 2.448 usinas usando tecnologias WTE (Waste-toEnergy), das quais 1063 localizadas no Japão, fazendo com que a Ásia responda por 54% dos empreendimentos da fonte. Outros 35% estão na Europa.

No Brasil, há cinco projetos com potência instalada total de 183 MW. Quatro deles estão em São Paulo e um no Rio de Janeiro. O pais tem 38 fábricas com licença ambiental para processamento do combustível derivado de resíduos (CDR), mas consegue substituir apenas 16,2% do combustível fóssil por CDR. Na Alemanha esse percentual chega a 62% e na Bélgica a 58%, segundo dados da Abren. A meta é substituir 44% dos fósseis em 2050.

POR SUELI MONTENEGRO, 
FONTE AGÊNCIA CANALENERGIA