Em dezembro de 2009, o cabo monofásico de média tensão (24 kV) transportou uma corrente de 3.200 ampères em condições de laboratório, uma amperagem aproximadamente 10% superior àquela de todos os cabos de média tensão instalados no mundo. Ao longo de dez ciclos de carga de 24 horas, esta corrente foi aplicada durante 8 horas por ciclo, enquanto o cabo era submetido a duas vezes a tensão nominal em modo contínuo.
Os parceiros do projeto, Nexans, o fornecedor espanhol de energia Endesa S.A. e o Instituto de Ciência dos Materiais de Barcelona ICMAB-CSIC (Instituto de Ciência de Materiais de Bercelona - Conselho Superior de Investigações Científicas) previram como próxima etapa a instalação em uma rede de energia. O cabo de demonstração, de 30 metros de comprimento, compreendendo as extremidades e o "envelope" criogênico associados, teve sua viabilidade testada no laboratório da Nexans, em Hanover (Alemanha). O cabo supercondutor resistiu aos protocolos de teste incorporando diversas cargas, com tensões que ultrapassaram o valor nominal.
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Cabo Supercondutor da Nexans/Endesa.
Créditos: Nexans/Endesa.
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Os materiais supercondutores de alta temperatura (HTS) apresentam uma resistência elétrica quase nula em sua temperatura de funcionamento, que é de cerca de -200°C. Podem transportar correntes mais elevadas com secções consideravelmente reduzidas em relação aos cabos clássicos de alumínio ou de cobre. Os cabos supercondutores estão, portanto, bem colocados para formar a artéria principal das redes urbanas de distribuição.
"O projeto Supercabo da Endesa demonstra as possibilidades que se abrem às redes de energia do futuro", comenta Frank Schmidt, responsável pela divisão Sistemas HTS, da Nexans, em Hanover. "As secções de rede de alta potência podem se beneficiar do aporte dos cabos supercondutores, que oferecem uma alternativa às tecnologias tradicionais, transportando a mesma potência sob uma tensão inferior. Isto permite reduzir tanto o número de postes com transformadores quanto as perdas totais sobre as redes e, as economias resultantes, assegurarão a viabilidade econômica dos supercondutores ao longo dos anos futuros."
Os cabos supercondutores apresentam ainda outras vantagens. A despeito de seu ganho criogênico externo de isolação térmica, ocupam menos espaço que os cabos similares de cobre, oferecendo a mesma capacidade de transporte de energia, sem emitir nem campos eletromagnéticos nem liberação de calor. Isto permite colocar as diferentes fases mais próximas umas das outras, o que se traduz por um ganho de eficiência nos dutos subterrâneos, característica particularmente interessante para as cidades com densidade populacional elevada.
FONTE: Enerzine
