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Alemanha anuncia € 34 milhões para desenvolver mercado de hidrogênio verde no Brasil

Foto: Divulgação Complexo do Pecém

A Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) anunciou nesta quarta (27) o investimento de 34 milhões de euros para o desenvolvimento de projetos de produção de hidrogênio verde no Brasil (H2V), durante evento organizado pela Câmara Brasil-Alemanha (AHK).

A inciativa chamada H2 Brasil prevê a disponibilização dos recursos ao longo dos próximos dois anos para a construção de uma planta piloto de eletrólise com capacidade de 5 MW.

Além disso, o governo alemão espera colaborar na instituição de um marco regulatório de H2V no país, dando prosseguimento ao Programa Nacional de Hidrogênio do Ministério de Minas e Energia (MME).

O ministro de Economia e Energia da Alemanha, Thomas Bareiss, destacou durante o evento que o Brasil possui enorme potencial de energia renovável para produção de hidrogênio vede. E que o combustível produzido no país será essencial para abastecer a demanda alemã na transição energética.

“A Alemanha sozinha não é capaz de dar conta das suas necessidades”, disse. “Temos bilhões de euros investidos para avançar com isso, que em parte será investido na parceria Brasil–Alemanha”.

Segundo o ministro, o Brasil abriga o maior parque industrial alemão fora da Alemanha, representando cerca de 12% do PIB brasileiro.

Consórcio europeu quer investir US$ 2 bilhões na produção de hidrogênio verde no Ceará

O compromisso de reduzir suas emissões de carbono em 55% nos próximos cinco anos e ser neutra até 2045 tem levado o país europeu a investir pesado no desenvolvimento do mercado de H2V, com interesse especial pelo Brasil.

O plano prevê destinar € 9 bilhões para desenvolvimento de tecnologias ligadas ao H2V. Desse total, € 2 bi serão para parcerias internacionais.

“Para que nosso mercado seja abastecido. estamos trabalhando em soluções conjuntas. Toda a estrutura de incentivo que estamos gerando para incentivar a produção de H2V (…) Queremos garantir o abastecimento estável. Essa é uma responsabilidade que vamos preservar na transição”, explicou o ministro.

Cluster para estudar viabilidade econômica de projetos

Para Petra Schmidt, representante do Ministério Federal de Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha (BMZ) no Brasil, outro objetivo da iniciativa H2 Brasil é gerar um cluster de projetos pilotos na cadeia de H2V, que permita estudar a viabilidade econômica desses projetos.

“Se por uma lado a Alemanha trabalha para ser mais verde a cada ano, por outro, o Brasil tem o potencial de ser uma grande exportador de H2V”, disse Petra.

“Queremos melhorar as condições legais, institucionais e tecnológicas para o desenvolvimento de uma economia verde de hidrogênio no Brasil expandindo o mercado nacional”, completou.

Cinco componentes do Projeto H2 Brasil:
  1. Melhoria da estrutura regulatória nacional
  2. Disseminação de informações e conhecimentos sobre o hidrogênio verde
  3. Capacitação e formação profissional (com vagas destinadas especificamente a mulheres)
  4. Fomento a projetos inovadores relacionados ao hidrogênio verde no país
  5. Expansão do mercado – com a previsão da construção de uma planta piloto de eletrólise com 5 MW.

MME aprova manual regulatório para Novo Mercado de Gás


Comitê homologa orientação voluntária aos estados para harmonização das regulações no setor de gás natural.

O Comitê de Monitoramento da Abertura do Mercado de Gás Natural (CMGN) aprovou na última terça-feira, 27 de abril, o Manual Orientativo de Boas Práticas Regulatórias voltadas à prestação dos serviços locais de gás canalizado. O objetivo do material é promover a harmonização das regulações federal e estaduais para o setor de gás natural, um dos pilares do Programa Novo Mercado de Gás, respeitando a competência dos estados, com sua adoção sendo voluntária.

Segundo o secretário-executivo adjunto do Ministério de Minas e Energia (MME) e coordenador do CMGN, Bruno Eustáquio, o documento é produto da dedicação dos membros do comitê em busca das melhores práticas e de interação com os estados, estando em linha com a Resolução nº 16, de 24 de junho de 2019, do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que recomenda incentivar os estados e o Distrito Federal a adotarem reformas e ações estruturantes para distribuição do insumo.

Também está alinhado com a Nova Lei do Gás, a Lei nº 14.134, de 8 de abril de 2021, que estabelece que a União, por intermédio do MME e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), deverá articular-se com os entes federados para a harmonização e o aperfeiçoamento das normas atinentes à indústria de gás.

“Para uma transição completa os estados têm papel fundamental em permitir a devida apropriação dos ganhos de competitividade dos segmentos à montante da distribuição para o consumidor final”, afirma Eustáquio.

O documento foi submetido a Consulta Pública nº 12/2020, entre setembro e outubro de 2020, recebendo cerca de 300 comentários de 18 agentes e instituições industriais. A análise dessas contribuições está disponível no documento de Apreciação dos Comentários.

Ministério de Minas e Energia mira maior participação do Brasil no mercado de energias renováveis

Durante os últimos dias, o Ministério participou de eventos com a União Europeia e com autoridades latino-americanas para discutir o tema

O hidrogênio, um dos combustíveis buscados pelo Ministério de Minas e Energia, pode ser usado como combustível de foguetes. Foto: ROSCOSMOS

Ministério de Minas e Energia (MME) participou, na última quarta-feira (14/4), do evento Diálogo de Alto Nível União Europeia-Brasil sobre as Mudanças Climáticas, a Biodiversidade e o Desenvolvimento Sustentável. A reunião foi promovida pela Delegação da União Europeia (UE) no Brasil e pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro, no âmbito da Parceria Estratégica Brasil-UE.

A conferência debateu energia limpa, biodiversidade e implementação da agenda 2030 – planejamento da Organização das Nações Unidas (ONU) para, entre outros temas, reduzir o desmatamento global.

O MME participou do painel “Transição para uma Energia Limpa”, com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético, Paulo Cesar Domingues, que apresentou os avanços do Brasil no campo da energia limpa, sustentável e acessível.

Cesar Domingues defendeu a utilização de soluções híbridas para a transição energética. De acordo com o secretário, as tecnologias mistas combinam as vantagens da bioenergia sustentável, da hidroeletricidade, das energias solar e eólica, além da energia nuclear, em conjunto com fontes fósseis de menor emissão de CO2, como o gás natural.

“Além dos recursos tradicionais, o Brasil pode contribuir com a transição energética de outros países na produção de hidrogênio, aproveitando a abundância de recursos energéticos e das tecnologias já desenvolvidas”, afirmou Paulo Cesar.

Mercado de hidrogênio

Com o objetivo de aumentar o uso de energias renováveis no país, além do evento com a União Europeia, o Ministério de Minas e Energia participou, entre os dias 14 e 15/4, do 1º Congresso do Hidrogênio para a América Latina e Caribe (H2LAC 2021). A conferência, cuja organização foi feita pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo grupo New Energy, teve por intuito acelerar o desenvolvimento do mercado de hidrogênio (fonte de energia que pode ser usada como combustível de carros, foguetes, entre outros) na América Latina e Caribe.

Entre outros convidados para os dois dias de conferencia, o Ministro Bento Albuquerque participou de um painel de discussão com os ministros do Chile, Colômbia, Costa Rica e Uruguai sobre a oportunidade de posicionar a região da América Latina e Caribe como líder mundial em hidrogênio.

Bento ressaltou que o Brasil, com 83% de renováveis na matriz elétrica, tem potencial para gerar hidrogênio verde (H2V) – obtido a partir de fontes renováveis, em um processo no qual não haja a emissão de carbono – de forma “altamente competitiva”. O ministro ainda pontuou que submeterá ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) uma resolução determinando que se estabeleçam as diretrizes para um Programa Nacional de Hidrogênio (visando aumentar essa fonte de energia no país).

O evento também contou com a presença da secretária-executiva da Indústria do Governo do Ceará, Roseane Medeiros, que integrou painel sobre criação de um mercado de hidrogênio na América Latina e Caribe. A secretária apresentou o projeto do Governo do Ceará, lançado em fevereiro de 2021, que lançou um programa de produção de hidrogênio verde no estado.

Medeiros ainda assinou um memorando de entendimento – primeiro passo para a formalização de um documento jurídico mais elaborado como um contrato social – com a empresa australiana Enegix Energy, que pretende instalar uma usina para produzir H2V no Complexo do Pecém, com investimentos estimados em US$ 5,4 bilhões.

Biocombustíveis

Nesta quinta-feira (22), será realizada uma mesa redonda com autoridades de governos da América Latina e Caribe. O diretor do Departamento de Biocombustíveis, da Secretaria de Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, discutirá o hidrogênio como meio de descarbonização, com foco na cadeia de combustíveis.
Por Pedro Costa Teodoro
Fonte O Brasilianista

Nova série de leilões de energia solar no Brasil ofereceu muita clareza ao setor

O número de mercados que registram os números de instalação da escala GW a cada ano cresceu de apenas três em 2010 para quase 20 em 2019. Imagem: revista pv / Martin Markstein

O Ministério das Minas e Energia do Brasil (MME) decidiu que a PV pode participar nos dois leilões de energia planejada (os leilões A-4 e A-6) este ano, ao mesmo tempo em que prevê um calendário claro para os leilões a serem realizados em 2019. 2021, para um total de seis leilões. Este é um claro afastamento das decisões anteriores do ministério de permitir que a PV participe em apenas um dos leilões realizados em 2018 - o A-4.

Embora o leilão A-4 deste ano possa ter uma capacidade atribuída menor do que no ano passado, em que cerca de 800 MW de capacidade foram alocados, os dois leilões combinados devem entregar consideravelmente mais de 1 GW de nova capacidade. A associação solar local ABSOLAR recomendou pelo menos 2 GW.

Mas capacidade não é tudo. Ambos os leilões também podem oferecer preços finais mais baixos em comparação aos R$ 118 / MWh (US$ 35,20 na época, agora US$ 30,40) da rodada anterior. O leilão A-6, com prazo de seis anos para o comissionamento de projetos, pode ser particularmente interessante em termos de sinais de preços nos mercados fotovoltaico brasileiro e latino-americano.

Um novo aspecto dos leilões deste ano será o tipo de contratos que a energia solar receberá. O governo brasileiro decidiu que os PPAs serão concedidos “por quantidade” em vez de “por disponibilidade”, como nas rodadas de aquisições anteriores. O contrato de quantidade, diferentemente do contrato de disponibilidade - no qual o risco é assumido pelo comprador da eletricidade - é um acordo financeiro padrão. O contrato de disponibilidade exigirá que os geradores de energia apresentem lances em BRL / kWh. O risco de entrega física, anteriormente assumido pelo despachante central do ONS, será assumido pelos proprietários das usinas. Isso significa que o PV suportará mais riscos, mas isso também pode ser visto como mais uma prova da maturidade da tecnologia.

Boas notícias para os negócios de energia solar em larga escala não vêm exclusivamente do lado do leilão. De acordo com a ABSOLAR, associação local de energia solar, vários PPAs privados para projetos de energia solar em escala pública já foram assinados. Embora a ABSOLAR não forneça detalhes sobre esses PPAs ou sobre as partes envolvidas, a associação alega que existem acordos para centenas de megawatts de capacidade que já foram assinados, com contratos que abrangem de 10 a 15 anos.

Mas este é apenas mais um exemplo das múltiplas opções que o mercado brasileiro de energia pode oferecer aos desenvolvedores e investidores de energia solar no próximo ano. Um modelo de negócios emergente interessante pode estar reservando parte da capacidade de um projeto para venda em leilão, com o restante reservado para negociar eletricidade no mercado livre, presumivelmente a preços mais altos.

Enquanto isso, projetos de geração distribuída, que no Brasil incluem todas as instalações solares de medição líquida de até 5 MW, também continuarão a gerar mais volume e preços de instalação mais baixos. Embora o governo esteja agora planejando reduzir as tarifas líquidas de medição, planeja introduzir limites de capacidade onde a rede está mais congestionada. Se implementadas, essas medidas poderiam estender o período de retorno dos sistemas de GD de cinco para seis anos, de acordo com cálculos feitos pela consultoria local Greener. Isso provavelmente fará pouco para deter o maior crescimento da energia solar nos telhados do Brasil. Enquanto isso, o Brasil se tornou o segundo maior mercado da América Latina em março, depois de atingir o marco de 2,5 GW.

A expansão da geração elétrica passa pela energia nuclear

Técnicos dizem que é importante manter os investimentos em energia nuclear - Angela Fernanda Belfort

Técnicos defendem a importância de concluir a Usina Nuclear de Angra 3 - Foto: Agência Brasil

A expansão da energia nuclear no Brasil prevê a conclusão de Angra III e a implementação de quatro novas usinas nucleares, segundo informações que devem fazer parte do Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, que aponta diretrizes para o setor e que será lançado ainda este ano. “A definição da localização dos novos empreendimentos deve ocorrer a partir de 2021”, diz o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Reive Barros. A previsão é que duas dessas unidades seriam instaladas no Nordeste e outras duas no Sudeste.

As quatro usinas novas acrescentariam uma capacidade instalada de geração de 4 mil megawatts (MW). Ou seja, cada local escolhido receberia duas usinas com capacidade instalada para 2 mil MW. Para um empreendimento desse porte, o investimento estimado fica em torno de US$ 11 bilhões, o que corresponde a R$ 42,3 bilhões, com o dólar a R$ 3,85, cotação da última sexta-feira (14).

O Atlas Potencial Nuclear Brasileiro apontou mais de 40 áreas que poderiam receber as futuras usinas. “Existem áreas potenciais em Pernambuco, Bahia, Alagoas e Sergipe”, diz o presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, referindo-se ao Nordeste. “Itacuruba é um dos sítios com potencial que poderia ter estudos mais aprofundados”, cita. Localizada a 340 km do Recife, Itacuruba fica no Sertão do São Francisco e possui população de cerca de 5 mil habitantes.

A implementação desses empreendimentos vem sendo alvo de discussões do setor elétrico desde 2007. Na época, o então governador Eduardo Campos (PSB), que esteve à frente do Estado entre 2007 e 2014, chegou a dizer que poderia ser feita uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) alterando a lei que proíbe a implantação de usina nuclear no Estado antes de explorar todas as possibilidades de geração de energia por fontes renováveis. Em março de 2011, ocorreu o acidente na usina de Fukushima, no Japão, o que esfriou a discussão. Depois veio a crise econômica (2015-2017), que deixou o Estado sem recursos e postergou os investimentos.

O governo de Pernambuco informou, por nota, que desconhece estudo que cita Itacuruba como possível local de instalação de usina nuclear e “ressalta que a Constituição Estadual, através do Artigo 216, veda a instalação de usinas nucleares em todo o território pernambucano”. A nota também diz que é necessária “avaliação criteriosa” para “identificar de que forma o Estado pode exercer participação em prol do desenvolvimento energético do País”.

CONFIANÇA

Outra razão que justifica a expansão da energia nuclear é trazer mais confiança para o sistema elétrico brasileiro, segundo os técnicos. A nuclear é considerada energia de base: produz por grande parte do tempo ininterruptamente. A atual ampliação da geração do setor elétrico se baseia nas renováveis, como a eólica e solar, que são intermitentes e podem parar a produção, porque a matéria-prima de ambas depende da natureza. “Não há competição entre as renováveis e nuclear, porque cada uma cumpre papel diferente. Não há uma melhor do que a outra. O importante é o bom aproveitamento das renováveis e nuclear combinando da maneira mais inteligente para buscar a descarbonização do sistema elétrico o mais rápido possível”, resume Leonam. O Brasil está entre os 195 países que se comprometeram a reduzir as emissões de carbono.

Por exemplo, quando os parques eólicos ou solares param de produzir, várias térmicas – incluindo as que queimam diesel – começam a gerar energia para suprir o que não pode ser gerado pelas renováveis. As térmicas a diesel lançam emissões de carbono, que é poluente. As térmicas produzem energia mais cara do que as renováveis, contribuindo para alta na conta de energia.

A energia nuclear pode gerar riqueza e novas tecnologias. O Brasil possui a 6ª maior reserva de urânio (a matéria-prima da energia nuclear). “O impacto econômico gerado pelo Programa Nuclear Brasileiro é importante para um País que tem 13 milhões de desempregados. Essa expansão vai nos dar oportunidades para observar as externalidades econômicas que podem surgir”, afirma o superintendente da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Energia, Felipe Gonçalves.

Comercializadoras terão que se adequar as novas regras de operação


CCEE, Aneel e MME anunciaram ações de curto prazo para entrar em vigor em 2020, visando aumento da segurança do mercado de energia.


As novas comercializadoras e as que já operaram no mercado de energia terão que se adequar aos novos critérios para participação na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Os temas ainda estão em discussão, porém três medidas de curto prazo em estudo foram anunciadas oficialmente nesta quarta-feira, 22 de maio, em evento em São Paulo, pelas autoridades do setor elétrico. 

Estiveram presentes no evento o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), Ricardo Cyrino; o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Rui Altireri; e o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone. 

“O MME está muito atendo as questões que envolvem a comercialização de energia, especialmente em situações que geram incerteza sobre a liquidez e a segurança de mercado. O setor elétrico precisa ser um ambiente de negócios seguro, pois essa segurança e esse alinhamento entre os diversos segmentos garantem os investimentos na expansão do sistema e o atendimento aos consumidores”, disse Cyrino. 

As ações envolvem a implementação de chamada de margem semanal. Isso significa que toda semana as comercializadoras precisarão aportar garantias financeiras que façam frente às exposições das empresas. A segunda medida será aprimorar e desenvolver indicadores que permitam os agentes “olhar para a situação operacional de cada empresa”. A terceira ação será criar critérios mais rigorosos para criação de novas comercializadoras. No entanto, as empresas que já operam no mercado também terão que se adequar as novas exigências. Um tempo será concedido para essa transição. 

Segundo André Pepitone, esses critérios serão embasados considerando regras previstas na instrução 461/07 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A B3, bolsa de valores de São Paulo, tem contribuído nesse processo de aprimoramento do mercado de energia. “Hoje as regras permitem uma alavancagem muita grande das comercializadoras”, frisou o diretor da Aneel. 

Todo esse movimento em relação à necessidade de aumentar a segurança do mercado ganhou força no início desse ano, quando algumas comercializadoras apresentaram default e instalaram uma crise no ambiente bilateral de negociação de energia. O ambiente multilaretal, lembrou Pepitone, não foi afetado, porém houve o entendimento que essa inadimplência coloca em risco a “saúde do mercado”. 

De acordo com Rui Altieri, três comercializadoras estão em processo de desligamento por descumprimento de obrigações financeiras no mercado. Há cinco comercializadoras que estão em operação assistida, ou seja, não estão impedidas de operar, mas precisam atender a exigências excepcionais por parte da CCEE. 

Altieri contou que as ações de monitoramento dos contratos evitaram R$ 39,4 milhões de possíveis inadimplências. O executivo contou que R$ 11,8 milhões foram arrecadados com aplicação de penalidades. Disse também que existem outros 43 agentes em “condição especial de acompanhamento, por uma série de motivos”. Esses agentes foram convocados pela CCEE e alguns compromissos foram formalizados. Altieri não revelou quais foram esses compromissos. 

Na reunião dessa quarta-feira, técnicos da CCEE e da Aneel detalharam como acontecerá a operacionalização dessas novas regras. Pepitone reforçou que todas as ações de curto prazo propostas serão alvo de rodadas de discussão com o mercado e passarão por audiência pública antes de entrar em vigor em janeiro de 2020. 

Pepitone pontou, contudo, que essas propostas foram desenhas em comum acordo com diversos atores do segmento de geração e comercialização, inclusive com a contribuição da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abracel). A CCEE informou que proposta de chamada de margem semanal será apresentada protocolada formalmente na Aneel até o final deste mês.

GUIA DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS: COMO COMEÇAR A LEVAR UMA VIDA MAIS ECO-FRIENDLY

Atitudes fáceis de incorporar na rotina para quem deseja ter uma vida ecologicamente correta
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(Ilustrações: Caco Neves)

A busca pelo termo “Vida sustentável para iniciantes” cresceu 256% no Pinterest Brasil, desde o ano passado. O movimento é um reflexo das políticas mundiais de incentivo à redução do consumo e, consequentemente, da nossa pegada ecológica — expressão que se refere à quantidade de terra e água em hectares necessária para as gerações atuais manterem seu estilo de vida. Por exemplo, o modo de viver do brasileiro demanda 1,7 planeta, o da população dos Estados Unidos, 5, e o da Alemanha 3,2, de acordo com dados da Global Footprint Network.

Para ter ideia do impacto do comportamento atual, um estudo da publicação britânica Nature indica que o aquecimento global pode ser duas vezes maior que o previsto. De acordo com a WGSN, agência global de previsões de tendências, em meio às preocupações em torno da poluição e das mudanças climáticas, as pessoas estão cada vez mais dispostas a abrir mão da conveniência em nome do planeta. Demos os primeiros passos na substituição das sacolas de supermercados por bolsas reutilizáveis, os canudos plásticos estão caindo em desuso e o filme PVC recentemente ganhou um concorrente sustentável, os panos de cera, que preservam melhor os alimentos e são reutilizáveis.

Mas é preciso um esforço maior para atingirmos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), até 2030. As 17 metas da ONU incluem gestos que abrangem diferentes momentos de nosso dia a dia. Para adotá-los é preciso certa disciplina, mas vale lembrar que levamos apenas 21 dias para nos acostumar com um novo hábito. E nesse caso, o impacto é muito maior do que podemos mensurar. Portanto, mãos à obra!

Manual eco-friendly

O estilo de vida verde começa com a consciência de que os recursos naturais são finitos. Diminuir o consumo de água e energia, deixar o carro em casa e andar a pé quando possível e optar por produtos reciclados são medidas que alteram a dinâmica em curso em busca da preservação. Além disso, cada cantinho de nossa casa pode ser adaptado sem custos a uma rotina eco-friendly.

Closet

  • Evite marcas de fast fashion 
Várias empresas de moda no Brasil já adotaram a sustentabilidade como mantra. Aposte nas marcas locais engajadas que evitam o desperdício de recursos naturais e ainda geram empregos no país.

  • Conserte
Será que chegou a hora de abandonar aquele tênis ou ainda é possível reformá-lo? A ponderação deve surgir sempre que for substituir algum item. Algumas empresas oferecem o serviço de restauro, como a @seusujo, que transforma calçados com defeitos em novos.

  • Compras
O consumo desenfreado também reflete no meio ambiente. O movimento do armário-cápsula é uma boa opção para fugir do acúmulo de roupas. Nele há um limite de peças que podem ser mantidas no guarda-roupa. Assim fica mais fácil resistir a promoções e compras por impulso.


Garagem

  • Vá de bicicleta
Nos grandes centros urbanos é fácil encontrar bicicletas ou patinetes para alugar. O passeio, além de exercitar, e manter em dia a saúde, diminui a emissão de carbono provocada pelos carros.

  • Carros elétricos
Procura um carro para alugar? Aposte em um modelo elétrico! A alternativa ainda é pouco popular no Brasil. De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em 2018 havia apenas 300 exemplares desse tipo de automóvel circulando por aqui. Para quem deseja investir nos elétricos, os modelos custam em média 40% a mais do que seus equivalentes movidos a combustível. Já a adaptação para o carregamento elétrico em casa depende da instalação de um transformador com a potência exigida pelo veículo. O serviço tem preços a partir de R$ 200.


Geral

  • Tire da tomada
Ao sair de casa pela manhã, não se esqueça de desligar os aparelhos eletrônicos da tomada, especialmente os computadores. Todos consomem energia mesmo no modo stand-by.

  • Lâmpadas
Substitua a lâmpada incandescente por uma fluorescente ou LED. De acordo com dados da Enel, empresa de distribuição de energia elétrica no estado de São Paulo, elas consomem de 60% a 80% menos energia e são mais duráveis.

  • Descarte correto
Baterias e pilhas não podem ir para o lixo comum. É preciso armazená-las em plásticos resistentes para evitar vazamentos e não misturar com outros tipos de materiais. Depois de embaladas, consulte os postos de recolhimento mais próximos.


Cozinha

  • Bem em dobro
Adote uma dieta livre de carne uma vez por semana. De acordo com o worldwildlife.org, são necessários cerca de 100 mil litros de água para produzir 1 kg de carne bovina.

  • Invista em reutilizáveis
No trabalho, livre-se dos copos descartáveis e use canecas para tomar café e água. Leve a sacola de tecido ao supermercado. E na bolsa, carregue seu canudo reutilizável.

  • Reaproveite a água
Após lavar as frutas em uma bacia, aproveite a água para regar as plantas.

  • Orgânicos
Quanto mais rápido o alimento chegar até você, mais nutrientes importantes para a saúde ele fornecerá. Por isso, prefira comprá-lo de produtores locais. O gesto fortalece a economia da região e gera menos lixo, desperdício e poluição.


Home office

  • Calendário
Use menos papel. Para fazer anotações, utilize o calendário do smartphone e outros aplicativos.

  • Pagamentos
Entre no site ou baixe o aplicativo do banco no celular e pague suas contas on-line. É fácil e não emite papel.

  • Notebooks
Substitua o desktop pelo notebook. Como não precisa estar plugado o dia todo, ele economiza energia.


Jardim

  • Compostagem
As composteiras transformam em adubo os resíduos orgânicos que normalmente seriam descartados. Além de reduzir o lixo, colaboram para o crescimento de suas plantas. Confira como fazer compostagem no site de Casa e Jardim.

  • Piscina
Mantenha a piscina coberta quando não estiver em uso. Assim, além de garantir a segurança de crianças e pets, evita que a água evapore e suje, o que reduz o consumo de produtos químicos para a limpeza. A cobertura de PVC é uma opção ecologicamente correta. A iGUi, fabricante de piscinas, desenvolveu a Levita, uma cobertura de PVC automatizada. “O modelo foi projetado para controlar a temperatura e expelir água em seu recolhimento para evitar o bolor”, explica Filipe Sisson, fundador e CEO da iGUi.

  • Horta
Para montar uma horta em casa, espaço não é problema. O paisagista Luiz Cardoso explica que é preciso apenas um vaso em sacada ou janela que receba luz do sol por, pelo menos, quatro horas. “Há opções de hortas em painéis verticais, floreiras e de materiais recicláveis. Todo mundo tem garrafas PET em casa, né?”, diz o paisagista. Na hora de escolher as espécies, é importante pesquisar cada uma delas. A hortelã, por exemplo, deve ser plantada sozinha porque se alastra e pode prejudicar outro tempero. Para quem tem mais espaço disponível, como em uma varanda, é possível plantar frutíferas em vasos. “O ideal é deixar um espaço de 2 m² para cada uma”, explica Luiz. Entre as sugestões de árvores para cultivar em vasos estão pés de laranja, de limão, de pitanga, de jabuticaba, de acerola, de romã e de goiaba.

Separe o lixo corretamente

  • Compre lixeiras diferentes para descartar cada tipo de resíduo: orgânico, metal, papel, plástico e vidro. O arquiteto Diego Revollo afirma que a estética pode ser mantida se os recipientes forem embutidos na marcenaria da cozinha. “As lixeiras compartimentadas ficam instaladas em uma gaveta do gabinete”, explica.
  • Como separar o lixo doméstico? Nunca misture recicláveis com orgânicos — sobras de alimentos, cascas de frutas e legumes. Sempre coloque plásticos, vidros, metais e papéis em sacos separados.
  • Lave as embalagens do tipo longa vida, latas, garrafas e frascos de vidro e plástico. Seque-os antes de depositar nos coletores.
  • Papéis devem estar secos. Podem ser dobrados, mas não amassados.
  • Embrulhe vidros quebrados e outros materiais cortantes em papel grosso (do tipo jornal) ou coloque-os em uma caixa para evitar acidentes. Garrafas e frascos não devem ser misturados com vidros planos.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente

Corrida contra o tempo com a Geração de Energia

O Brasil poderá gerar mais de 1 milhão de empregos, diretos e indiretos, na área de eficiência energética (EE) até 2030. A informação consta em um estudo inédito desenvolvido pelo Ministério das Minas e Energia (MME) em parceria com o governo da Alemanha, a fim de apresentar o atual cenário do setor no país e o potencial de geração de vagas dedicadas a EE na próxima década. A projeção apontada acima foi obtida considerando-se um cenário em que o país consiga atingir a meta estabelecida no Acordo de Paris, firmado em 2015. Em sua NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada), o governo assumiu compromissos, como o aumento da participação de fontes renováveis em sua matriz energética e a promoção em 10% da eficiência energética no setor elétrico. Entretanto, o estudo apontou que o número de vagas ainda está longe do esperado para atingir esse objetivo. Dessa forma, mais do que um prognóstico otimista para o setor, a análise do MME demonstra que o país precisa de novas inciativas do mercado, programas de capacitação e políticas efetivas, se quiser se desenvolver no setor de eficiência energética nos próximos anos.

Na prática, atualmente, o país possui 11 mil vagas específicas para profissionais capacitados para planejamento e execução de projetos de EE. Para atingir a meta estabelecida, precisaria ter alcançado – ainda em 2018 – 27 mil posições no setor. Em relação aos empregos diretos, o número atual é de 130 a 140 mil empregos. Para cumprir a NDC, esse número deveria chegar a 450 mil até 2030. Segundo o MME, a quantidade de pessoas que gerenciam esses projetos é consideravelmente menor em relação ao número de profissionais que os executam (em torno de 1% a 25%), o que demanda a necessidade de mais qualificação para a implementação de novas iniciativas e estratégias no país. A estimativa apontou, ainda, que há de 30 a 60 mil profissionais buscando capacitação na área, mas ainda que estes profissionais se tornem qualificados, não há postos de trabalho para abarcar a demanda.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, apesar de a perspectiva de geração de empregos apontar para a criação de vagas em diferentes níveis de qualificação, uma parcela importante, de 25% a 60%, deverá ser voltada para profissionais com curso superior. Quanto à região do país, não houve avaliação específica, sendo considerado apenas que a maioria dos empregos será gerada em áreas de maior produção industrial. Já em relação às áreas com maior chance de criação de vagas, a construção civil foi a apontada como a que tem maior potencial.

Na avaliação do coordenador de Atividades Técnicas do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), Edson Pereira dos Santos, o país tem condições de qualificar mão-de-obra e potencial para desenvolver o setor. Na instituição de qualificação profissional, por exemplo, existem atualmente capacitações na área de eficiência energética desde a formação básica até o nível de gestão, incluindo uma pós-graduação com vivência internacional na Alemanha, na qual o profissional também atua. Os cursos, em sua maioria, são oferecidos nas unidades de São Paulo, mas há também qualificações no Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, de acordo com a demanda de cada região.

Entretanto, de acordo com Edson Santos, a questão da eficiência energética ainda é subestimada pelas empresas brasileiras. Segundo o profissional, por se tratar de ações que trazem resultados no médio e longo prazos, há uma dificuldade para entender como a otimização do consumo de energia pode ter um retorno compensador para as organizações. Ele destaca ,ainda, que hoje existem linhas de financiamento para esse fim, mas pouco movimento do mercado. Para Santos, essa “é uma questão cultural” e é preciso haver uma mudança de postura das instituições para que o setor se desenvolva mais no cenário nacional.

“No Brasil, existem várias ações ainda não iniciadas. Se você pegar empresas de diferentes portes, pequenas, médias e grandes, a questão da eficiência energética ainda não é tratada com a devida relevância. Pouco conhecimento, poucos profissionais dedicados à implementação de melhorias, de gestão. Então, a partir do momento que as organizações enxergarem que as ações de eficiência energética não são custos e sim investimentos, acho que tem um cenário promissor para desenvolver novas oportunidades, incluindo o mercado de trabalho. 

Hoje, as organizações não têm efetivamente uma função dedicada para a gestão, para as ações de eficiência energética, então, isso acaba sendo colocado juntamente com outras atribuições, do tipo gestão de manutenção, gestão de produção, não têm uma área definida. E para isso existem algumas frentes, existem fomentos que estão sendo feitos para incentivar as organizações nos quesitos de eficiência energética, no quesito de gestão de energia, algumas ações do tipo Procobre, do próprio Procel, a própria Eletrobras, algumas instituições de ensino também, o próprio Senai, USP, Unesp, que visam apresentar um cenário de oportunidades na área de eficiência energética”, afirma o coordenador do Senai.

Questionado sobre a estimativa de geração de empregos na área de EE apresentada pelo Ministério de Minas e Energia, Edson Santos afirma que, em sua opinião, as tendências de geração de energia a partir de fontes renováveis e de construções sustentáveis podem fomentar a área nos próximos anos e fazer com que aumente tanto a procura, quanto a oferta de empregos.

“Tem várias instituições se antevendo a isso, se preparando para isso, em diferentes níveis, operacional, prática e estratégica, e novos títulos vão surgindo. Hoje, o que eu sinto como experiência é que o mercado ainda não está demandando esses profissionais. Então nós estamos colocando os profissionais formados no mercado, mas a demanda ainda está retida. Mas, a partir do momento em que isso se demasiar em aumento, em crescimento, em geração de novos empregos, provavelmente mais pessoas vão procurar essas formações. Que eu vejo que é a bola da vez. A questão de energia e a segurança energética é a bola da vez, tanto quando eu falo de geração, quanto quando eu falo em consumo. Então a geração eficiente, a gestão da geração, smartgrid, smart home, prédios sustentáveis, green buildings, isso tudo desenvolve um cenário de oportunidades e sempre aquele que se preparar, se capacitar na frente acaba absorvendo as melhores oportunidades”, avalia.

A engenheira paulista Carmen Miranda de Oliveira está entre os profissionais em busca de qualificação, apostando no desenvolvimento da eficiência energética no Brasil. Instrutora de formação profissional, ela decidiu se especializar com a pós-graduação em Eficiência Energética na Indústria oferecida pelo Senai. Em sintonia com que o estudo do MME indicou, ela acredita que a geração de vagas pode aumentar nos próximos anos, desde que haja maior estímulo para o setor.

“Acho que o Brasil está começando a se movimentar, pois foram criadas diversas vagas no setor. O que está faltando mesmo é uma melhor divulgação e incentivo para aplicar melhorias. Creio que, com esse incentivo, podemos superar fácil as expectativas na geração de vagas até 2030”, afirma a engenheira eletricista.

Iniciativa inédita

O estudo “Potencial de Empregos Gerados na Área de Eficiência Energética no Brasil de 2018 até 2030” foi resultado do projeto Sistemas de Energia do Futuro, desenvolvido por meio de uma parceria entre o Ministério de Minas e Energia do Brasil e o Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha, através da GIZ, Agência de Cooperação Alemã. A ação integrada vem sendo desenvolvida desde 2017 com o objetivo de promover o uso de energias renováveis e a eficiência energética no sistema brasileiro de energia, interagindo com entidades como Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Ministério da Educação (MEC) , Senai, além de associações setoriais. O projeto atua em quatro frentes, sendo uma delas diretamente ligada à educação profissional, buscando estimular as instituições de ensino a desenvolverem cursos profissionalizantes na área.

“A ideia é que essas instituições de ensino estejam preparadas para atender a demanda desses setores por profissionais devidamente qualificados, garantido a inserção dessas fontes na matriz energética e a implementação de ações de eficiência energética com qualidade e segurança. No âmbito dessa linha, tendo em vista que até então não se tinha conhecimento de nenhum estudo que apontasse a quantidade atual de pessoas trabalhando com eficiência energética e a quantidade necessária para que o país atinja a NDC, entendeu-se necessário conhecer esses números para que ações possam ser desenvolvidas com maior embasamento”, explica a assessora técnica da GIZ, Roberta Knopki.

Nesse contexto, o MME afirma que tem atuado de forma a promover o setor de eficiência energética, buscando identificar os entraves que impedem o mercado de se desenvolver e buscando soluções para fomentar a criação de empregos.

“Estamos desenvolvendo uma série de ações, em diversos setores. Para mencionar apenas os setores abrangidos pelo estudo, o Ministério tem estudado a possibilidade de tornar obrigatória a etiquetagem de edificações, o que gerará um número enorme de profissionais capazes de realizar o diagnóstico energético e a certificação de edificações para a obtenção da etiqueta. No setor industrial, estamos trabalhando junto ao mercado de motores elétricos reparados, a fim de disseminar boas práticas e conscientização para o bom uso desses serviços”, afirma a coordenadora-geral de Eficiência Energética do MME, Samira Sousa, destacando que o estudo analisou apenas os setores industrial e de edificações.

A necessidade de certificação compulsória em eficiência energética para edificações também é vista de forma otimista pelo gerente do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), Marcel Siqueira. Ele avalia que o programa, que é responsável por desenvolver ações que visam ao uso racional de energia e por atestar a eficiência de equipamentos, também pode ser um impulsionador de geração de vagas.“O Procel tem um grande potencial de induzir o mercado, então, ao contrário de algumas ações de eficiência energética que visam só a implementação de maneira muito pontual, o Procel trabalha também, não só na implementação, mas desenvolvendo metodologias, desenvolvendo novas práticas de eficiência energética, e tudo o que é gerado em termos estruturantes, que serve para ser utilizado também por outros agentes e para outros programas de eficiência energética”, ressalta.

Débora Anibolete, para o Procel Info

MME enquadra seis eólicas da Neoenergia como projetos prioritários

O Ministério de Minas e Energia enquadrou seis projetos eólicos da Neoenergia na Paraíba como prioritários, todos com conclusão prevista para 2022 e prevendo acréscimos de 176,4 MW à capacidade instalada da empresa na região. As decisões foram publicadas no portal do MME, através das portarias nº 57, 58, 59, 60, 61 e 62 e referem-se às centrais de geração eólica Arapuá 1, 2, 3, Canoas 3 e Chafariz 4 e 5.

O MME também deu provimento à solicitação da Echoenergia Participações, companhia controlada pela empresa de private equity britânica Actis, e definiu como prioritário três projetos de geração relativos às EOLs Vila Sergipe I (37,8 MW), Vila Rio Grande do Norte I (25,2 MW) e II (37,8 MW), ambas localizadas no Rio Grande do Norte e com previsão de término das obras para julho de 2020. Com as declarações, os empreendimentos poderão emitir debêntures de infraestrutura, com incentivos aos investidores.

Minas e Energia divulga leilões de energia elétrica até 2021


O Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou hoje (6), no Diário Oficial da União (DOU), as portarias de número 151 e 152, publicadas na seção 1, com o calendário de leilões de compra de energia elétrica de novos empreendimentos e de geração existente que serão realizados neste e nos próximos dois anos, no período de 2019 a 2021.

Para compra de energia nova, estão previstos os seguintes leilões: em 2019, leilão A-4 em 27 de junho e leilão A-6 em 26 de setembro.

Em 2020, devem ser promovidos o leilão A-4 em 23 de abril e leilão A-6 em 24 de setembro. Para em 2021, estão previstos o leilão A-4 em 29 de abril e leilão A-6 em 30 de setembro.

Para a contratação de energia de geração já existente, o cronograma estimado prevê: em 2019, leilões A-1 e A-2 em 6 de dezembro.

Em 2020, as previsões são para os leilões A-1 e A-2 em 4 de dezembro; e 2021, leilões A-1 e A-2 em 3 de dezembro.

Fontes renováveis responderam por quase 88% da energia gerada em junho

Sobradinho – A Usina Hidrelétrica de Sobradinho tem capacidade total de 1050 megawatts, mas com a falta de água só tem sido possível gerar cerca de 160 megawatts (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

As fontes de geração de energia elétrica renováveis representaram, em junho, 81,9% da capacidade instalada de geração de energia e 87,8% da produção total verificada no país. Os dados constam do Boletim de Monitoramento do Sistema Elétrico, divulgado hoje (16) pelo Ministério de Minas e Energia.

A capacidade instalada total de geração de energia elétrica do Brasil atingiu 160.381 megawatts (MW) em junho, considerando também as informações referentes à geração distribuída, quando a fonte de energia elétrica é conectada diretamente à rede de distribuição ou situada no próprio consumidor.

A matriz hidráulica permanece como a maior fonte geradora de energia, respondendo por 63,7% de toda a energia produzida em junho.

Em seguida, com 9,1%, vem a energia produzida por usinas de biomassa, que utilizam como combustível material orgânico como bagaço de cana, casca de arroz, resíduos de madeira, entre outros para produzir eletricidade. A fonte segue em constante crescimento e hoje já conta com 561 usinas. Diferentes combustíveis da classe biomassa são utilizados no Brasil para geração de energia elétrica: carvão vegetal, resíduos de madeira, bagaço de cana-de-açúcar, casca de arroz, licor negro, biogás, capim elefante e óleo de palmiste.

Já as usinas eólicas responderam por 8,1% da energia produzida em junho e as usinas solares por 1%.

De acordo com o MME, na comparação com o mesmo mês do ano anterior houve um crescimento de 7.401 MW e em termos de capacidade instalada. Desse total, 3.450 MW correspondem a geração hidráulica, 2.219 MW são de fontes de energia eólica, 1.365 MW de fonte solar, 524 MW de biomassa, e com redução das fontes térmicas a combustíveis fósseis.

“No período de um ano, a geração hidráulica registrou aumento de 3,5% na capacidade instalada, atingindo 102.228 MW. A fonte eólica cresceu 20,7% e corresponde por 12.931 MW. A biomassa teve elevação de 3,7% e soma 14.657 MW. A solar, apesar do volume total menor, cresceu 577% e alcançou 1.602 MW”, informou o MME.

O boletim aponta ainda que houve uma diminuição de 1,8% da capacidade instalada do total das usinas que utilizam petróleo e 0,4% da capacidade total das usinas movidas a carvão. Já a geração distribuída fechou o mês de junho de 2018 com 378 MW instalados em 31.332 unidades, representando 0,2% da matriz de geração de energia elétrica.

Fonte: Agência Brasil

Energia solar fotovoltaica em prédios públicos e casas populares. Absolar levou programa nacional ao MME



A Absolar, associação que representa o setor de energia solar fotovoltaica no Brasil, pretende expandir a utilização da energia solar fotovoltaica no país com a utilização em edificações pública (escolas, hospitais, universidades) e casa populares (Minha Casa, Minha Vida). A proposta faz parte do Programa Nacional de Geração Distribuída Solar Fotovoltaica apresentado ao ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, na última segunda-feira (13/8).

A proposta levada pela Absolar ao MME pretende ampliar a utilização da energia solar fotovoltaica no país. De acordo com o presidente da entidade, Rodrigo Sauaia, menos de 37 mil unidades das 83 milhões de consumidoras no Brasil utilizam a energia solar fotovoltaica. “A participação ainda é ínfima, apesar de todo o potencial e todo o apoio da sociedade”, diz.

O programa levado pela Absolar ao MME é dividido em quatro temas. Veja abaixo o detalhe de cada um dos temas.

1 – Atualização regulatória

A Absolar pede que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgue o modelo contratual previsto na Portaria 65/2018, que libera as distribuidoras de energia para comprar geração distribuída a partir de energia solar fotovoltaica, eólica, biogás, biomassa e de resíduos.

2 – Esforço público

2.1 Engajar o poder público para utilização da energia solar fotovoltaica em prédios públicos, como escolas hospitais, obras e outros.

2.2 Energia solar fotovoltaica em programas de casa populares, como Minha Casa, Minha Vida.

2.3 Universalização do acesso e utilização da energia solar fotovoltaica em programas como Luz para Todos, que teve sua extensão ampliada até 2022.

3 – Tributação

Alinhamento da resolução 482/2012 da Aneel com as medidas de desoneração do PIS e Cofins para a energia solar fotovoltaico

4 – Financiamento

Ampliação das linhas de crédito, tanto para pessoas físicas quanto para micro e pequenas empresas, com taxas de juros competitivas.

“Apesar dos avanços, o Brasil ainda está muito atrasado na implantação da energia solar fotovoltaica”, estima Sauaia. Ele cita pesquisa feita pelo Data Senado que indica que 89% da população brasileira quer energia renovável em sua casa. Hoje, essa participação está na casa de 0,04% do total das unidades consumidoras.

Logo após o encontro com a Absolar, Moreira Franco, usou o Twitter para divulgar um vídeo afirmando que o governo está estruturando um programa para incentivar o uso da energia solar fotovoltaica nas residências. O programa está sendo discutido, diz Moreira, com a Absolar e com o Banco do Brasil.

“Esse programa é indispensável para que possamos garantir energia limpa para os brasileiros. Eu tenho absoluta certeza que quando esse programa começar a funcionar nós vamos garantir a milhões de brasileiros energia de mais qualidade, mais robusta e energia a preço justo”, disse o ministro de Minas e Energia.

Fonte: E&P Brasil

Energia solar fotovoltaica obrigatória nos prédios públicos? Projeto institui prazo de 10 anos para mudança

Instalação de painéis fotovoltaicos no prédio do MME - Foto: Francisco Stuckert/MME

A Aneel inaugura nesta segunda-feira (25/6) uma usina fotovoltaica de microgeração distribuída, com capacidade de geração anual entre 650 MWh e 800 MWh, numa média de 710 MWh/ano, para atender entre 18% e 20% do consumo anual da agência. A usina é um investimento de R$ 1,8 milhão que faz parte de um trabalho de melhoria da eficiência energética nas instalações da entidade.

Em novembro de 2016, o Ministério de Minas e Energia (MME) inaugurou a primeira usina solar fotovoltaica distribuída em prédio do governo federal. O projeto é uma parceria com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Agora, os prédios da administração pública federal, direta e indireta, podem ser obrigados a instalar coletores ou painéis solares para produção de energia elétrica fotovoltaica no prazo máximo de dez anos. A obrigação faz parte do projeto de lei 10.361/18, protocolado pelo deputado Dr. Jorge da Silva (SD/ES).

O projeto do parlamentar prevê ainda que as licitações feitas pelo governo federal prevejam margens de preferência para fornecedores que utilizem em seus produtos, serviços e obras a energia solar fotovoltaica. As concorrências para a construção e reformas de prédios públicos deverão contar com projetos de energia elétrica fotovoltaica.

“O projeto prevê a instalação da tecnologia de forma gradual e em 10 anos para sua conclusão, além disso, é demonstrado o retorno do investimento de acordo com uma projeção recente da Aneel “Nota Técnica nº 0056/2017-SRD/ANEEL – Projeções 2017”, em que um sistema solar fotovoltaico residencial conectado à rede elétrica no Brasil, com uma potência de 3kWp (gera entre 300 e 400 kWh/mês dependendo da região) tem um retorno entre 5,1 e 10,6 anos, quando avaliando a sua conexão em uma das diferentes distribuidoras de energia elétrica. O tempo de retorno médio no Brasil, considerando a análise para um Payback Simples é de 6,6 anos”, afirma o parlamentar na justificando o projeto.

O projeto estabelece prazo de cinco anos – a partir da aprovação da lei – para que 40% dos prédios da administração pública federal estejam utilizando energia solar fotovoltaica. Em sete ano, 70% dos prédios devem estar equipados. Em dez anos, toda a administração pública federal deve contar com energia fotovoltaica.

Protocolado por Dr. Jorge da Silva no último dia 6, o PL foi apensando ao projeto de lei 6.227/17, do deputada Mariana Carvalho (PSDB/RO), que estabelece também obrigatoriedade de instalação de sistemas de aquecimento de água por meio de energia solar e de captação e reaproveitamento de águas pluviais em prédios de propriedade da União.

Veja abaixo os projetos que tratam sobre o tema na Câmara dos Deputados:

PL 10394/2018

Origem: SUG 109/2017 CLP 

Ementa
Dispõe sobre gestão de recursos hídricos em edifícios da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal.

PL 2776/2015

Autor

Ementa
Dispõe sobre a obrigatoriedade da implantação sistemas de aproveitamento de aguas pluviais e de reuso de águas residuais e ainda a obrigatoriedade de instalação de painéis para captação de energia solar em todas as novas edificações executadas com recursos da União.

PL 7499/2014

Autor

Ementa
Altera a Lei nº 11.977, de 7 de junho de 2009, obrigando à instalação dos equipamentos que especifica nos empreendimentos do Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV

PL 4529/2012

Autor

Ementa
Estabelece incentivos ao uso da energia solar, altera as Leis nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995; nº 9.991, de 24 de julho de 2000; nº 10.848, de 15 de março de 2004; nº 11.977, de 7 de julho de 2009, e dá outras providências.

PL 3924/2012

Autor

Ementa
Estabelece incentivos à produção de energia a partir de fontes renováveis, altera as Leis nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995; nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996; nº 9.648, de 27 de maio de 1998; nº 9.991, de 24 de julho de 2000; nº 10.848, de 15 de março de 2004; nº 11.977, de 7 de julho de 2009, e dá outras providências.

PL 2117/2011

Autor

Ementa
Dispõe sobre a criação do Plano de Desenvolvimento Energético Integrado e do Fundo de Energia Alternativa.

Uso de energia solar no campo cresce com usinas flutuantes


O meio rural atingiu 15,8 megawatts de utilização operacional de energia solar fotovoltaica. Essa marca atual significa que este tipo de fonte cresceu nove vezes em 2017 e neste ano já dobrou o uso dessa tecnologia no campo.

“Os agricultores descobriram a energia solar fotovoltaica. São eles os responsáveis por levar o alimento do campo para as áreas urbanas, e passam, agora, a também ter uma complementação de renda, gerando energia elétrica para abastecer áreas urbanas e reduzir os seus gastos especificamente”, disse à Agência Brasil o presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia,.

Segundo o presidente, essa é uma novidade interessante, porque a demanda tem se espalhado em diversos segmentos. “O meio rural tem açudes usando energia solar fotovoltaica flutuante em Goiás. Tem projetos mais tradicionais de bombeamento e irrigação em Minas Gerais, quando começa o dia, o pivô é ligado e quando some o sol ele deixa de irrigar a plantação. Tem indústria de sorvete no Ceará. O período que vende mais sorvete é no verão e aí pode também gerar energia para garantir energia nesta estação do ano quando gastam mais para refrigerar o sorvete. No verão, eles gastam muito mais energia por conta da refrigeração, então, casa bem com a sazonalidade deles, com o custo também é bem positiva essa sinergia”, contou Sauaia.

Além do custo mais baixo, outra vantagem apontada por Rodrigo Sauaia para o uso desta tecnologia no campo é a de ela ser mais limpa. “Muitos desses produtores rurais, às vezes para levar irrigação para uma área produtiva distante da rede elétrica, tinham que levar um gerador a diesel barulhento e poluente no meio da plantação para gerar e poder irrigar. Era péssimo para o meio ambiente, caro para o produtor, mas ele precisava fazer isso. Agora, pode fazer isso com o sol, com um sistema móvel e com energia limpa e sem combustível, sem dor de cabeça para o produtor”, observou.

Usinas flutuantes

O engenheiro Orestes Gonçalves Júnior, da empresa F2 Brasil, foi o responsável pela instalação de um sistema de energia solar fotovoltaica flutuante em açudes da Fazenda Figueiredo, produtora de leite, em Cristalina, Goiás. Para o engenheiro, a utilização da área de açude amplia a conservação da região e dá melhor destinação a terras que estejam impactadas. Segundo ele, o uso das placas flutuantes permite ainda ao produtor aproveitar mais a propriedade e manter o solo para as plantações.

“Ele não está tirando parte agricultável para botar uma usina. A flutuante libera a área usada para a solar, para continuar fazendo desenvolvimento econômico da atividade do agronegócio e, por outro lado, reduz a evaporação que é um ativo, hoje, importante. Como está faltando muita água, principalmente, em algumas regiões como a do Rio São Francisco, se consegue ter algo em torno de 20% a mais de água por ano. Deixa de tirar água dos rios, ou tem melhor produtividade na irrigação dele fazendo reduzir a evaporação. É econômico, ambiental e ao mesmo tempo em maior volume de água nos açudes”, apontou.

Orestes Gonçalves Júnior destacou ainda que o produtor tem mais uma forma de lucrar com a solar flutuante em açude, que pode ser usado por mais de um produtor da região. Mais uma alternativa para o produtor é usar os açudes para desenvolver projetos de piscicultura.

Financiamentos

A energia solar também tem se mostrado um bom negócio para os produtores de agricultura familiar. O presidente da Absolar destacou as linhas de financiamento que o consumidor passou a ter para fazer a instalação do serviço. Ele contou que, no Paraná, um produtor familiar de leite está refrigerando o produto com a energia do sol, depois de conseguir um financiamento por meio do Programa Nacional de Fortalecimento de Agricultura Familiar (Pronaf), que neste caso, tem juros variando entre 2,5% a 5,5% ao ano.

Para o período de julho de 2018 a junho de 2019, o BNDES informou que os juros são de até 4,6% e a aquisição do equipamento deve estar vinculada a uma atividade econômica. “A dotação orçamentária ainda será publicada pelo Conselho Monetário Nacional”, completou o BNDES em resposta à Agência Brasil.

Para as pessoas físicas e jurídicas que queiram instalar projetos de energia solar fotovoltaica, o banco abriu linhas de financiamento no Programa Fundo Clima para 80% dos itens financiáveis, podendo chegar a R$ 30 milhões a cada 12 meses por beneficiário. Para renda anual de até R$ 90 milhões, o custo é de 0,1% ao ano com a remuneração do BNDES de 0,9% ao ano. Na renda anual acima de R$ 90 milhões, o custo tem o mesmo percentual, mas a remuneração do BNDES é de 1,4% ao ano.

Redução de custos

Na visão do presidente da Absolar, a redução de custos para a instalação de um sistema de energia fotovoltaica tem sido um atrativo para o aumento de consumidores neste tipo de fonte. “Em dois anos, a tecnologia barateou em 25%. Nos últimos dez anos, a energia solar fotovoltaica ficou entre 60 a 80% mais barata, com isso hoje em dia já é possível na maior parte do Brasil gerar e produzir a sua própria energia através do sol do seu telhado e no solo do que comprar a energia da rede, por exemplo. Não por acaso, o que mais leva as pessoas a investirem em energia solar fotovoltaica não é só pelo meio ambiente, mas pela economia no bolso que a tecnologia traz”.

Evolução

O presidente da Absolar comentou que o setor começou 2017 com mais ou menos 90 megawatts de energia solar fotovoltaica operando na matriz elétrica brasileira e terminou o ano com 1.145 megawatts, o que segundo ele, representa crescimento de mais de 11 vezes no período. “São poucos os setores na nossa economia que crescem mais de 11 vezes em um único ano. Essa é a velocidade exponencial que a fonte solar fotovoltaica está acelerando neste momento”.

A expectativa é fechar 2018 com cerca 2.400 megawatts e, assim, o setor vai mais do que dobrar e, permitir ao Brasil subir no ranking mundial da energia solar fotovoltaica. Atualmente o país está entre os 25 a 30, principais países em energia solar fotovoltaica.

No Rio de Janeiro, a distribuidora Light informou que, até maio de 2018, foram registradas 1.036 unidades de consumidores que utilizam a energia bidirecional, o que representa um crescimento de 150% nos últimos dois anos (2016-2018). Em créditos, segundo a empresa, durante o mês de abril deste ano, os consumidores obtiveram 300 Kwh com recursos da fonte solar fotovoltaica. No caso da Light, a maior concentração de usuários está nas zonas Sul e Oeste da cidade do Rio de Janeiro.


Energia solar no setor público

Na área pública, os projetos também estão se desenvolvendo. O presidente da Absolar lembrou que a sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, instalou um sistema de energia solar fotovoltaica no telhado. Além disso, o Ministério de Minas e Energia (MME) é o primeiro prédio do governo federal a receber este tipo de fonte.

“É o primeiro prédio da Esplanada dos Ministérios com energia solar fotovoltaica. Abastece de 5% a 7% da demanda elétrica do prédio”, completando que, diante do impedimento de tráfego aéreo na região por questão de segurança, só foi possível instalar o sistema em uma parte do telhado, já que o transporte de placas utilizadas no sistema ficou restrito.

A assinatura do termo de cooperação com o ministério foi em 2015 e o término da instalação ocorreu no fim de 2016. O projeto-piloto desenvolvido pelo setor custou R$ 500 mil e o governo federal não precisou pagar nada.

“O governo não tirou nenhum centavo do bolso, mas também não recebeu nenhum centavo nosso. Recebeu o sistema com o compromisso de que ele fosse aberto à sociedade brasileira para que ela pudesse acompanhar e entender. Tem uma TV no térreo que mostra em tempo real o quanto o sistema está produzindo de energia e subindo dá para fazer a visitação do sistema”, disse. Rodrigo Sauaia espera que outros ministérios também desenvolvam projetos semelhantes.

Contribuição

Para o executivo, um dos fatores que permitiram a expansão do setor foram os leilões que o governo federal tem realizado desde 2014. “Foi um leilão em 2014, dois em 2015, um em 2017 e agora um em 2018. Os projetos que foram contratados lá em 2014 e 2015 começaram a entrar em operação, por isso, esse salto grande que tivemos no mercado”.

O crescimento de projetos em residências, comércios, indústrias, prédios públicos e produtores rurais também contribuíram para a evolução do setor. “Esse mercado representou cerca de 15% no final do ano do que tínhamos instalado no país. Ele está distribuído ao redor de todos os estados brasileiros em pequenos sistemas junto aos consumidores em todo o Brasil”, disse, ressaltando, que esses consumidores se beneficiam com os créditos de energia para abater o consumo no futuro.

Fonte: IstoÉ