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A importância e os benefícios dos programas de cidades inteligentes no futuro dos municípios brasileiros

Nos últimos anos, temos testemunhado uma transformação significativa nas cidades brasileiras. Os municípios que adotaram programas de cidades inteligentes estão moldando o futuro urbano de forma surpreendente. Essas iniciativas estão revolucionando a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos com o ambiente urbano, trazendo consigo uma série de oportunidades e benefícios.

Uma das grandes vantagens desses programas é a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Com serviços essenciais mais acessíveis, como saúde, educação e segurança, os municípios inteligentes se preocupam em proporcionar uma infraestrutura conectada que agilize o deslocamento e reduza o congestionamento. Além disso, o monitoramento inteligente da qualidade do ar, água e ruído garante um ambiente saudável para todos.

Outro aspecto fundamental é a sustentabilidade ambiental. Os municípios inteligentes estão comprometidos com o uso eficiente dos recursos naturais, como energia e água. Por meio da implementação de energias renováveis, eles buscam reduzir a dependência de combustíveis fósseis, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, o gerenciamento inteligente de resíduos e a promoção da reciclagem são ações que visam minimizar o impacto ambiental e criar uma cidade mais sustentável.

A eficiência dos serviços urbanos é outro benefício notável dos programas de cidades inteligentes. Com o monitoramento em tempo real do tráfego, é possível otimizar o fluxo e reduzir o tempo de deslocamento. A iluminação pública inteligente se adapta às necessidades, economizando energia e proporcionando uma cidade mais segura e agradável para todos. Além disso, os sistemas de transporte público integrados e conectados facilitam a mobilidade e incentivam o uso de alternativas sustentáveis.

Um aspecto importante é a participação cidadã e o engajamento dos moradores. Os programas de cidades inteligentes proporcionam plataformas digitais que permitem aos cidadãos se envolverem ativamente nas decisões municipais. A transparência e a disponibilização de informações e dados abertos permitem que todos acompanhem o desenvolvimento da cidade. Comunidades online promovem a colaboração entre os moradores, estimulando a troca de ideias e a construção conjunta de soluções para os desafios urbanos.

Esses programas também estimulam a inovação e o empreendedorismo local. Ecossistemas de inovação impulsionam o desenvolvimento de startups e empresas tecnológicas, gerando empregos e promovendo o crescimento econômico. Parcerias público-privadas impulsionam a criação de soluções inovadoras para os desafios urbanos, tornando a cidade um polo de atração para investimentos e talentos.

Além disso, a implementação de programas de cidades inteligentes fortalece a governança municipal. Os gestores têm acesso a dados e análises que embasam suas decisões estratégicas. Isso resulta em uma melhoria na eficiência administrativa e nos processos de tomada de decisão, além de permitir o monitoramento e a avaliação contínua dos programas implementados.

O futuro dos municípios brasileiros que investem em programas de cidades inteligentes é promissor. Essas iniciativas estão moldando cidades mais eficientes, sustentáveis e inclusivas. À medida que avançamos nesse caminho, podemos esperar uma qualidade de vida aprimorada, um ambiente urbano mais amigável e oportunidades econômicas para todos os cidadãos. O futuro dos municípios brasileiros é brilhante, e os programas de cidades inteligentes desempenham um papel fundamental nessa transformação.

ARCA DE NOÉ, PROJETO DE CIDADE SUSTENTÁVEL


Aleksandar Joksimovic e Jelena Nikolic, arquitetos da Sérvia, se influenciaram por uma das mais famosas profecias do fim do mundo –o grande dilúvio – e resolveram projetar uma Arca moderna. Uma cidade flutuante chamada Noah’s Ark.

Ao longo dos últimos anos, o mundoesteve prestes a acabar muitas vezes. As primeiras previsões sobre o fim da existência humana datam de 389 a.C, de lá para cá tivemos inúmeras profecias, datas simbólicas que combinadas com fenômenos naturais dariam o fim à Terra. A última data para o fim do mundo foi em 21 de dezembro de 2012, segundo o calendário Maia esta seria a data que marcaria o fim. Felizmente as profecias não deram certo e se caso alguma outra surgir, já teríamos uma arca para nos refugiar!

A Noah’s Ark: Sustainable City é um projeto que recebeu a menção honrosa do Skyscraper Competition, da eVolo, uma revista de arquitetura e design focada em avanços tecnológicos, sustentabilidade e design inovador para o Século 21, em 2012. 

Trata-se de uma cidade autossustentável na água, capaz de suportar todas as espécies vivas. Humanos, animais, vegetais ou qualquer outra espécie que tenha fosse “expulsa” da Terra por desastres naturais ou civis. A arca contemporânea, em meio ao oceano, seria capaz de garantir a alimentação por meio da agricultura em terras férteis e água potável, a partir da filtragem das chuvas, além de gerar energia limpa para se auto sustentar.


A arca foi projetada para ser instalada em meio a qualquer oceano. Sua ancoragem é feita por um grande número de cabos flexíveis que proporciona a estabilidade já que liga a ilha até o fundo do oceano. Além da estabilidade a arca proporciona proteção com um muro de, aproximadamente, 64 metros que deixa a estrutura resistente às fortes tempestades ou tsunamis. Em casos de emergências de grave gravidade, os possíveis moradores contariam com um refúgio. Eles poderiam se retirar para bolhas de ar gigantes que se localizam em túneis cobertos e não vulneráveis ao clima externo, para se protegerem. O design da arca permite, ainda, que ela se ligue a outras arcas criando um grande continente artificial.


A energia que a mantém funcionando provém de fontes naturais como a energia solar, eólica e das marés. Na parte inferior da ilha artificial há grandes turbinas acopladas que permitem converter as correntes oceânicas em energia. Toda estrutura inferior do projeto é revestida por coral artificial incentivando o desenvolvimento de novos ecossistemas.


Inovação e sustentabilidade pautam modelo de negócio da Enel no Brasil

Pensar em produtos e serviços que levem em consideração o impacto de uma empresa no meio ambiente não é bom apenas para sociedade, mas para o negócio.


“Quando direcionamos a inovação para a sustentabilidade buscamos soluções que criam eficiência para empresa e geram desenvolvimento para sociedade”, explica Márcia Massotti, diretora de Sustentabilidade da Enel Brasil.

Ao assumir o controle da Eletropaulo, a Enel se tornou a maior distribuidora de energia elétrica do Brasil, líder também em geração de energia solar e eólica. A empresa quer fazer negócios de maneira diferente, conforme explica Bruno Cecchetti, diretor de Inovação.

“Estamos nos posicionando para construir esse futuro em que o carros são elétricos e a gente reduz o uso petróleo e gás e passa a usar energia elétrica limpa e renovável. Se essa energia vem do sol e do vento, esses carros são muito mais limpos.

A inovação e a tecnologia são fundamentais para o futuro da energia, para criar novos modelo de negócios e de uso digitais para satisfazer as novas demandas dos clientes e da sociedade “.

Márcia concorda e acrescenta que o setor elétrico mudou muito pouco nos últimos 30 anos, mas vai precisar mudar muito nos próximos cinco anos.

Para se manter na liderança dessas mudanças, a Enel direciona seu modelo de negócio para juntar inovação e sustentabilidade em um único conceito: a inovabilidade.

“Quando direcionamos a inovação para a sustentabilidade buscamos soluções que criam eficiência para empresa e geram desenvolvimento para sociedade”, explica Márcia Massotti, diretora de Sustentabilidade da Enel Brasil.



Cenário mais complexo

Bruno explica que o setor elétrico hoje está passando por uma guinada em seu modelo de negócios, tornando o cenário no Brasil e no mundo muito mais complexo.

“Antes a geradora gerava energia, a transmissora levava para os centros de consumo e a distribuidora levava aos consumidores. Ao final, o cliente pagava a conta e cada um ganhava sua fatia”, resume.

A geração de energia renovável é um desses elementos mais complexos e inovadores. A disponibilidade da energia eólica e solar depende de questões climáticas, o que exige mecanismos de tecnologia, armazenamento, previsão e inteligência para que a rede de energia seja capaz de lidar com essa complexidade.

A plataforma mínima para iniciarmos essa transformação é pelo medidor inteligente que permitirá muito mais informação do cliente sobre seu consumo e geração própria como também outras formas tarifárias para atender suas necessidades, explica Bruno.

“A disseminação da energia solar e eólica tem a tendência de reduzir o custo da energia. Como estratégia de grupo, passamos a perseguir outros modelos de negócios, incentivando a mobilidade elétrica, que aumenta a quantidade de consumo de energia elétrica. É preciso estar muito antenado com o que o cliente quer, com o que é possível ofertar e se posicionar gerando novas soluções tecnológicas ou novos modelos de negócios”, diz Bruno.

Inovabilidade e sociedade

A inovação com sustentabilidade passa também pelo desenvolvimento social.

“Cada vez mais, a cidadania passa pelo acesso à internet e pela digitalização. Para ter acesso à internet, precisamos de acesso à eletricidade. Nós temos um encontro entre os megawatts e os megabytes”, diz Bruno.

Por isso, conta Márcia, a Enel trabalha para oferecer energia limpa e acessível para cada vez mais pessoas. Não basta apenas universalizar o acesso e o cliente não ter capacidade de pagamento.

Não queremos gerar receita a todo custo”, diz. Bruno concorda e acrescenta que a redução no preço vai significar mais acesso aos clientes de baixa renda e a melhora no desenvolvimento no país.

Carros elétricos e compartilhados

Outro exemplo de inovabilidade é o compartilhamento de carros elétricos. A Enel foi a primeira a desenvolver, em 2016, o primeiro serviço de compartilhamento de carros elétricos no Brasil. A cidade de Fortaleza, no Ceará, foi escolhida para receber a iniciativa que une preservação ambiental e inovação.

São vinte carros elétricos e doze estações de recarga espalhadas pela cidade. “O uso de carro compartilhado permite redução significativa no tráfego e o carro elétrico reduz o impacto das emissões de carbono”, diz Bruno.

A Enel Distribuição Ceará é responsável pela plataforma de medição e acompanhamento do processo de carga nas estações, integrado ao sistema de faturamento de sua distribuidora de energia.

Para usar os carros, o usuário precisa apenas baixar o aplicativo “Vamo” para smartphone. Depois do cadastro e do pagamento de uma taxa de uso, ele pode escolher o veículo de acordo com a disponibilidade de cada estação.

Cerca de 800 produtores devem participar de programa com foco em sequestro de carbono

Iniciativa visa a difundir técnicas de produção sustentável, provando que elas também trazem vantagens econômicas ao agricultor brasileiro

POR JOSÉ FLORENTINO,

Cerca de 800 produtores rurais devem integrar o programa PRO Carbono na safra 2021/2022. Isso representa o dobro de participantes da primeira fase da iniciativa Carbono Bayer. A ideia é promover práticas sustentáveis na agricultura, que ajudam a sequestrar carbono, e recompensar os agricultores financeiramente.

O PRO Carbono é a segunda etapa da iniciativa Carbono da Bayer, que acredita que o produtor rural precisa participar ativamente das discussões sobre a emissão de gases do efeito estufa. “Fazemos parte dos agentes emissores, e, além disso, a agricultura também é uma das mais prejudicadas pelo aquecimento global. Pequenas variações na temperatura média podem, sim, impactar a segurança alimentar”, diz Mateus Barros, diretor de Digital e Desenvolvimento de Novos Negócios da empresa na América Latina.

Mas parte da solução também pode vir da agricultura, segundo a Bayer. “Temos dados de muitos anos que demonstram que a adoção em larga escala de práticas agronômicas reduzem emissão e sequestram excedente de carbono”, diz Barros.

A companhia reforça que todas as recomendações feitas aos produtores estarão apoiadas na ciência. Para isso, vários parceiros da academia, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Federação de Plantio Direto, vão participar da construção da metodologia de trabalho.

“Teremos um empenho muito grande para que os agricultores, aqueles que estiverem fazendo tudo corretamente, sejam recompensados, reconhecidos, inclusive financeiramente”, destaca Pereira. Ele lembra que o consumidor mundial está cada vez mais preocupado com a pegada de carbono dos alimentos. Dessa forma, é um caminho sem volta.

Sequestrar carbono? Como assim?

O programa PRO Carbono ficará com inscrições abertas até julho deste ano, para que as avaliações de carbono e solo possam começar a partir de agosto, acompanhando o calendário da safra 2021/22, que começa em setembro.

Entre as exigências, as fazendas cadastradas não poderão ter áreas desmatadas após 2008, nem estar em áreas indígenas ou quilombolas. Basicamente, as irregularidades mais graves previstas pelo Código Florestal brasileiro impedem o acesso.

“Mas se ele tiver uma adequação sendo implementada, isso será respeitado”, diz Fábio Passos, diretor de Negócios de Carbono da Bayer na América Latina. “Não necessariamente quem está no período de adequação não pode entrar”. A Agrotools ficará responsável pelas avaliações.

Após a aprovação, a Bayer vai solicitar um talhão aos produtores, de 30 a 100 hectares, para participar. A ideia é que os agricultores experimentem as técnicas nesses espaços para que possam ter contraste com o restante da área. Dessa forma, os ganhos ficarão claros e a tecnologia poderá ser replicada ao restante das lavouras.

Nesses talhões selecionados, serão trabalhados fortemente dois pilares: a intensificação de práticas sustentáveis, como o plantio direto, culturas de cobertura e rotação de culturas; e impulsionadores de produtividade, como melhorias na aplicação de insumos e mudanças na densidade das plantas.

“Estamos falando de aumentar a produção em uma área já convertida e reduzir o carbono”, reforça o diretor de Sustentabilidade da divisão agrícola da empresa para a América Latina, Eduardo Bastos. Além disso, a Bayer está buscando parcerias com instituições financeiras e outras empresas para oferecer benefícios aos agricultores, como linhas de crédito diferenciadas, além de avançar com o mercado de carbono no Brasil e no mundo.

Para possibilitar o acompanhamento detalhado do trabalho, os produtores terão que aderir à plataforma Climate FieldView da Bayer. Isso, segundo a companhia, vai garantir transparência nos dados e segurança aos participantes.

A Bayer destaca que o agricultor não terá um custo fixo, já que as sugestões agronômicas serão personalizadas, acompanhando a realidade e necessidade de cada propriedade rural. A companhia lembra que é um projeto de longo prazo: os produtores vão aderir ao programa por três anos.

Desafios para executar o projeto

O sistema de plantio direto foi criado há quase 50 anos. No Brasil, 95% dos produtores dizem ter aderido à técnica, porém, apenas 15% ou 20% a executam da forma correta. “Precisamos alavancar isso de forma significativa”, diz Mateus Barros.

Mas como fazer o plantio direto deslanchar? Para a empresa, a resposta é simples: por meio do exemplo. Os agricultores que participam da iniciativa serão uma vitrine para os demais, que entenderão na prática as vantagens de se produzir de forma sustentável.

“Esses produtores vão nos ajudar a contar essa história, de que se eles fizerem essas práticas, potencialmente vão aumentar sua produtividade e vender crédito de carbono. A partir do momento que você gera valor, consegue trazer essa maior de agricultores”, afirma o diretor de Digital da Bayer.

Para se inscreverem, os agricultores podem acionar um representante técnico de vendas da Bayer das suas regiões.

Energias Renováveis Trarão Recomeço Sustentável Para Fukushima


Março de 2011, um forte terremoto no Leste do Japão provoca um tsunami que atinge a cidade de Fukushima e sua central nuclear, causando o pior acidente radioativo desde Chernobyl.

Agora, assim como a cidade ucraniana que inaugurou uma usina solar no local do seu desastre em 2018, Fukushima também busca se reinventar através da utilização de fontes de energia renováveis.

Serão 11 usinas solares e 10 parques eólicos construídos na região até março de 2024, segundo o anúncio feito pela prefeitura da cidade que traçou a meta de suprir a região com 100% de energia renovável até 2040.

Com custo aproximado de 300 bilhões de ienes, os projetos serão construídos sobre terras de cultivo e regiões montanhosas afetadas pela radiação e tem entre seus financiadores o Banco de Desenvolvimento do Japão e o banco privado Mizuho.

Ao todo, a capacidade dos projetos é estimada em 600 Megawatts (MW), sendo que parte dela será transmitida por uma linha de 80 km até Tóquio, antes altamente dependente da energia nuclear de Fukushima.

Hoje, o Japão é o terceiro país com maior potência fotovoltaica acumulada no mundo em projetos centralizados, além de boa parte da sua população estar inserida na geração distribuída através do seu kit energia solar.

No entanto, um recente movimento de conservadores dentro do governo do Japão defende a volta do uso de usinas nucleares como solução para o país conseguir atingir suas metas de descarbonização.

Até 2011, 54 reatores nucleares respondiam por um terço de toda a energia consumida no Japão, mas os que resistiram foram todos desativados após o acidente em Fukushima.

Hoje, apenas nove deles se encontram em operação no país, mas um movimento recente liderado pelo primeiro-ministro, Shinzo Abe, propõe a reativação de trinta deles para suprir entre 20% e 22% da matriz elétrica japonesa até 2030.

Nesse mesmo período, a participação das fontes renováveis, que em 2018 responderam por 17,4% do mix, seria entre 22% e 24% da geração elétrica total do Japão.

Os opositores da energia nuclear são muitos, entre eles o novo ministro do ambiente, Shinjiro Koizumi, que alega que o país estaria condenado em caso de outro acidente como o de Fukushima.

Enquanto isso, o Japão segue como um dos maiores consumidores de carvão e gás natural do mundo, sofrendo duras críticas internacionais para que reduza essa sua dependência em fontes poluentes.

ONG quer retirar 15 toneladas de lixo das praias e oceanos – entenda como você pode ajudar!


Por Jéssica Miwa

Retirar mais de 15 toneladas de resíduos de praias pouco habitadas e de difícil acesso do litoral do Paraná e Santa Catarina. Essa é a meta da etapa inicial do projeto Atitude Pelos Oceanos, que será lançado no próximo dia 22 de março – Dia Mundial da Água – pela Organização Não-Governamental Eco Local Brasil, sediada em Barra Velha (SC). As ações operacionais serão realizadas em todo país ao longo do ano e a primeira etapa inicia no mês de abril.

De acordo com o coordenador da ONG, Filipe Oliveira, apesar de pouco habitadas ou inóspitas, as praias escolhidas concentram grandes quantidades de resíduos. “Já fizemos uma triagem prévia dos locais por onde passaremos e estamos cientes de que as ações mais críticas e demoradas irão acontecer nas ilhas paranaenses e litoral norte de Santa Catarina. Infelizmente, é um problema ainda invisível para muitos”, explica.

Para marcar o Dia Mundial da Água, o lançamento será feito com uma ação de limpeza na praia da Península, em Barra Velha, com a presença apenas da equipe da ONG. Para todas as atividades realizadas pelo projeto, o cronograma vai depender dos decretos locais de combate à pandemia. As ações envolvem equipes reduzidas e, caso seja possível, contará com apoio da população local. “Queremos fazer as ações com a maior segurança possível e, por isso, vamos atuar com muito respeito e de acordo com as recomendações da vigilância sanitária de cada localidade”, destaca Oliveira.

Com ampla estrutura logística, que envolverá transporte terrestre e marítimo, o projeto Atitude pelos Oceanos conta com apoio de órgãos públicos competentes de cada área que envolve as ações e tem patrocínio da Portonave, Favretto Paineis e Core Case.

Assista aqui o vídeo teaser de lançamento do projeto, que colabora com um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) – ODS 14 Vida na Água -, atendendo a meta relacionada às medidas para restauração, a fim de assegurar oceanos saudáveis e produtivos. Mais informações sobre o Atitude pelos Oceanos podem ser obtidas no site da Eco Local Brasil.

A ONG Eco Local Brasil atua há 18 anos com ações ambientais de limpeza de praia e educação ambiental em escolas pelo Sul e Sudeste do país. Desde 2018, a entidade aplica um diferencial único em suas mobilizações, que é o de também se responsabilizar pelo descarte do que foi coletado, não utilizar aterros e ainda reaproveitar em 100% os resíduos retirados, usando-os como matéria prima para produtos sustentáveis. Em pouco mais de dois anos, já foram retiradas dos oceanos e transformadas 65 toneladas de resíduos.

Foto: Cleiton/GiroUrbano

Todos os plásticos são tecnicamente recicláveis, então o que está nos impedindo


A especialista em materiais, Sibele Cestari, afirma que o plástico pode ser um material sustentável, basta reiniciar o sistema.

O descarte de plásticos é um problema global. Eles são quase indestrutíveis em condições naturais, mas são descartados em grande escala em todo o mundo. O mundo produz cerca de 359 milhões de toneladas métricas de plásticos a cada ano. A natureza não pode lidar com a quantidade de que eles dispõem a uma velocidade rápida o suficiente para evitar danos aos seres vivos.

É consenso que o plástico é um material insustentável. E sim, os plásticos são certamente um problema enorme, mas não necessariamente precisam ser. A questão principal é com nosso modelo econômico linear: os bens são produzidos, consumidos e, em seguida, eliminados. Esse modelo pressupõe um crescimento econômico sem fim e não considera os recursos esgotáveis ​​do planeta.

A maioria das pessoas acredita que a reciclagem de plásticos é severamente restrita: apenas alguns tipos podem ser reciclados. Isso não é surpreendente. A proporção de plásticos reciclados é mínima. O Reino Unido, por exemplo, usa cinco milhões de toneladas de plástico a cada ano e apenas 370.000 toneladas são recicladas a cada ano: isso é apenas 7%.

Mas todos os polímeros são, tecnologicamente, 100% recicláveis. Alguns deles têm o ciclo de vida perfeito do berço ao berço: eles podem ser usados ​​repetidamente para produzir os mesmos produtos. Alguns plásticos podem ser reutilizados exatamente como o são, fragmentando um objeto em flocos, derretendo-o e reutilizando.

Esses plásticos reciclados podem ter propriedades mecânicas mais baixas em comparação com os plásticos virgens, porque cada vez que você derrete e processa um plástico, as cadeias poliméricas se degradam. Mas essas propriedades podem ser recuperadas misturando-o a aditivos ou plástico virgem. Exemplos de reciclagem industrial de sucesso incluem PET - poli (tereftalato de etileno), que é usado para fazer garrafas de refrigerantes, e poliestireno.


Todo o resto pode ser tecnicamente reprocessado em novos materiais para diferentes aplicações. No caso final, qualquer resíduo de plástico pode ser triturado e usado como enchimento de asfalto ou pirolisado para produzir combustível. A empresa japonesa Blest Corporation já vende uma máquina portátil para converter resíduos plásticos domésticos em combustível de uma forma simples e acessível.

Como viabilizar a reciclagem

O problema é que reciclar grande parte desse lixo plástico é atualmente inviável e não lucrativo. Polímeros como borrachas, elastômeros, termofixos e resíduos plásticos mistos são confortavelmente rotulados como “não recicláveis” pelo setor de reciclagem. Mas a quantidade desses materiais em todo o mundo é assustadoramente grande e continua crescendo. E se esse lixo plástico pudesse ser usado para produzir algo útil para a sociedade?

Muitas universidades e empresários estão tentando fazer isso. A maioria das soluções é voltada para resíduos plásticos mistos e sugere aplicações diferentes das originais. Por exemplo, vários grupos desenvolveram materiais de construção feitos de resíduos de plástico.

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Os plásticos são fortes, duráveis, à prova d'água, leves, fáceis de moldar e recicláveis ​​- todas propriedades essenciais para materiais de construção. E daí se todo esse lixo plástico pudesse ser convertido em materiais de construção para populações de baixa renda? As iniciativas existentes são promissoras, mas ainda não reproduzíveis em escala industrial.

Construindo blocos de plástico

Estudo resíduos plásticos com o objetivo específico de encontrar maneiras interessantes de removê-los do meio ambiente. Desde 2009, desenvolvi vários materiais de construção feitos de plásticos pós-consumo misturados com diferentes materiais de fluxo de resíduos. De resíduos agrícolas, como bagaço de cana-de-açúcar - um subproduto da indústria açucareira no Brasil - e borra de café, a resíduos de concreto e entulho de construção , compostos com plásticos reciclados, existem muitas maneiras de obter materiais para produzir tijolos, telhas, plástico madeira serrada e outros elementos úteis para a construção.


Nossa equipe está atualmente tentando desenvolver um bloco de construção viável feito de plásticos reciclados. Preparamos uma série de materiais potenciais usando uma mistura de plásticos virgens e reciclados (garrafas PET coloridas, polipropileno, polietileno) e outros materiais de resíduos locais - cânhamo, serragem, resíduos de concreto e lama vermelha.


Atualmente, estamos ajustando as propriedades dos materiais para o processo de rotomoldagem , uma tecnologia de moldagem de plásticos ideal para a fabricação de grandes artigos ocos. Queremos usar a quantidade máxima de plásticos reciclados neste bloco. Blocos feitos de 25% de plástico reciclado tiveram um desempenho extremamente bom em testes mecânicos. Em seguida, tentaremos 50%, 75% e 100%.

Também estamos pensando na estética dos blocos. As misturas de plásticos reciclados de várias cores geralmente acabam com uma cor cinza ou preta. Para habilitar a cor, estamos preparando misturas de plásticos virgens ou reciclados para cobrir a maior parte do bloco.


Portanto, talvez os plásticos não sejam necessariamente o problema. Eles podem fazer parte de um caminho para uma forma de vida mais sustentável. Usar um recurso natural ou renovável não é necessariamente amigo do ambiente. A pegada ecológica de um material polimérico é menor do que a de materiais naturais, que têm uma demanda considerável de terras aráveis, água limpa, fertilizantes e tempo de regeneração.

De acordo com a Global Footprint Network, antes da pandemia estávamos demandando 1,75 vezes os recursos disponíveis do planeta. Trabalhar com os resíduos “não recicláveis” e desenvolver alternativas de plásticos aos materiais naturais pode reduzir essa demanda e deixar um planeta mais limpo e sustentável para as próximas gerações.

Os materiais de construção feitos de plástico reciclado ainda não são amplamente usados ​​na indústria da construção - os protótipos têm sido usados ​​principalmente para instalações demonstrativas. Será necessária vontade política e ampla consciência ambiental para incentivar mais investimentos no potencial da reciclagem de plásticos.

Mas, esperançosamente, a maré está começando a mudar, como consequência da crescente pressão da opinião pública sobre a questão da poluição do plástico. Graças ao engajamento do governo e da indústria com a ideia de uma economia circular, parece que haverá uma abertura no mercado - e na mente das pessoas - para acolher iniciativas de plástico para substituir os materiais de construção convencionais.

Este artigo apareceu originalmente em The Conversation, e foi escrito por Sibele Cestari, pesquisador em Materiais Poliméricos, Queen's University Belfast.

Cresce lista de gestoras que adota sustentabilidade e impacto para decidir investimentos

Nest, Perfin, Quasar, Pandhora se somam a JGP, Fama, Constellation, SulAmérica, Vox, Mov e Rise Ventures; Entre os bancos, BTG, Santander, Itaú e Safra lançam iniciativas.

A pandemia acelerou a busca por investimentos com viés social, ambiental e de governança (conhecido pela sigla em inglês ESG). No Brasil, o movimento cresce com a adesão de gestoras de recursos dos mais diversos universos a algum tipo de filtro para incorporar a sustentabilidade na seleção de ativos, com esses fatores passando a compor a avaliação de risco.

Assets tradicionais vêm integrando algum tipo de metodologia para escolher ativos de empresas que adotem boas práticas, como JGP, Fama, Constellation ou SulAmérica Investimentos. Gestoras ligadas aos bancões também reformularam a sua oferta de carteiras ESG, como Santander e Itaú e, mais recentemente, o Safra, que passou a aplicar critérios do suíço J. Safra Sarasin para um novo fundo local. Mas há outros nomes avançando nessa seara, como Nest, Perfin, Quasar e até a gestora de fundos quantitativos Pandhora.

No universo do capital de risco é emblemática a oferta do BTG Pactual para levantar até R$ 1,2 bilhão num fundo de private equity (que investe em empresas de capital fechado) de impacto - termo usado para designar investimento em empresas que não buscam apenas retorno financeiro, mas também um efeito positivo na sociedade. Vai ser um grande termômetro da demanda por iniciativas desse tipo, num segmento que no Brasil ainda é bastante restrito, com poucas gestoras dedicadas, como Vox, Mov ou Rise Ventures.

A proliferação da cultura ESG nas gestoras de recursos é uma das formas mais poderosas para pressionar as companhias a se comprometerem com critérios de sustentabilidade, diz Sonia Favaretto, SDG Pioneer pelo Pacto Global da ONU, especialista em sustentabilidade e colunista do Valor Investe. “A principal força que age sobre as empresas é o investidor, porque o consumidor, que poderia exercer maior influência, tem que fechar as contas no fim do mês e, muitas vezes, comprar produtos ESG é mais caro. Ele tem o poder, mas ainda não o ambiente, por questões sócio-econômicas.”

Na primeira semana na rua, o BTG já tinha demanda para 15% do que pretende captar no fundo de impacto, um ritmo acima do previsto, segundo um alocador que participou de uma das rodadas de apresentação. A tese que vem sendo colocada é que há muitas empresas que poderiam causar impacto, mas sem um empurrão financeiro e de governança não conseguem atingir esse objetivo. O retorno aguardado com cada projeto, com maturação média esperada em quatro anos, é entre 15% e 20%, em linha com o das carteiras de private equity convencionais.

Já a Rise Ventures acaba de fechar a captação da primeira parcela, com R$ 30 milhões, de um fundo de impacto em que planeja levantar R$ 300 milhões até meados de 2022, segundo Pedro Vilela, CEO e sócio-fundador da gestora. “As companhias que não praticarem isso vão perder valor ao longo do tempo. Não é modismo, é necessidade do mundo novo consumidor.”

Criada em 2016, a gestora pode ser considerada uma novata no segmento de private equity no país, mas já fez três investimentos: na Beleaf, do setor de alimentação à base de plantas; na Alba Energia, que trabalha com energia solar; e na Okena, que atua na gestão de resíduos industriais. Agora, trabalha na seleção de sete novos negócios relacionados a consumo de alta recorrência, de bens e serviços considerados essenciais, fora do badalado segmento de tecnologia pura.

Os alvos são companhias com fluxo de caixa ainda restrito, com faturamento anual entre R$ 20 milhões a R$ 50 milhões, caras para investidores-anjos, mas ainda fora do radar dos grandes fundos, diz Vilela. Os aportes variam de R$ 7 milhões a R$ 15 milhões por empresa. A partir do momento que ganham algum porte, com receitas entre R$ 150 milhões e R$ 300 milhões, o plano é vender para outros fundos de private equity, a pares estratégicos ou fazer a listagem na bolsa. O retorno estimado é de 25% a 30% ao ano.

Fora do eixo Rio-São Paulo

Tanto do lado da captação quanto da aplicação de recursos, o esforço da Rise tem sido sair do eixo Rio-São Paulo. Nesta primeira parcela captada, um terço dos recursos vieram de outras localidades e o mapeamento dos negócios tem sido feito no Brasil inteiro.

A Perfin foi atrás da consultoria em finanças sustentáveis SITAWI para certificar o seu fundo de infraestrutura, o FIP Apollo Energia. Listado desde janeiro de 2020 na bolsa, a carteira tem cerca de 6 mil investidores pessoas físicas e não necessariamente vai atrair um público diferente com tal selo, diz Carolina Rocha, executiva-chefe de operações da gestora. O portfólio, desenhado sob as regras de isenção tributária para o investidor individual, não permite o capital externo. “Já havia no regulamento restrição para investimentos em geração não renovável. Os questionamentos provocados pela auditoria levaram a melhorias e ajudaram a validar a própria área de infraestrutura da gestora”, diz Carolina.

Para este ano, o plano é levar engajamento para os fundos de ações líquidos, influenciar as empresas investidas a buscar, por exemplo, maior eficiência energética, fazendo a intersecção com o braço de infraestrutura. “A ideia é menos criar produtos ESG ou simplesmente riscar ‘isso eu faço, isso eu não faço’ e mais de incorporar, trazer a temática de forma mais orgânica para dia a dia das companhias.”

De 2017 para 2018, a Perfin se tornou signatária do Principles for Responsible Investment (PRI). A casa avalia pelo menos 26 fatores para dar um rating para as empresas alvo para sua carteira. A análise perpassa a indústria, a competição, o alinhamento dos executivos que tocam o negócio com governança e práticas sociais e ambientais. “Isso tudo entra no balanço de risco e retorno. Qualquer empresa pode ser elegível, mas vai ter participação menor na carteira se a nota for ruim.”

Carolina conta que a gestora já investiu, por exemplo, em Vale, mas numa parcela muito pequena, para que um evento ambiental negativo tivesse impacto menor no portfólio. Já para Petrobras — a avaliação é que a companhia está sujeita a interferências políticas — a nota de governança não é boa, e o papel também tem ficado fora do portfólio.

Na gestora de fundos quantitativos Pandhora, o envolvimento dos sócios-fundadores com causas ambientais levou a uma reflexão sobre o uso de capital como vetor de mudanças, diz Alexandre Bossi, do grupo de formação da casa. “As nossas carteiras já tinham filtro de alocação de capital, mas a vontade era fazer isso de forma quantitativa”, diz.

Há pouco mais de um ano, o sócio Flávio Duarte liderou estudos para incorporar à gestão modelos que possibilitassem isso. Fez um teste considerando diferentes filtros ESG em sua carteira de ações direcional, entre 2015 e 2020. Ao considerar setores que de forma direta ou indireta têm atividades que impactam o meio ambiente, os gestores atribuíram um desconto a essas ações. O peso dos ativos na carteira foi então reduzido entre 20% até a exclusão total. Mesmo aplicando esses filtros, não houve redução significativa da rentabilidade anualizada e do índice de sharpe, que mede a relação entre risco e retorno.

Sem métricas uniformizadas no mercado para essas questões, a Pandhora decidiu construir a própria metodologia, sem excluir nenhum setor de cara. “A gente penaliza, mas não exclui. Se a empresa é de combustíveis fósseis, mineradora ou siderúrgica vai ter um peso pequeno”, diz Duarte. “O mercado brasileiro é muito pequeno e boa parte da nossa bolsa é formada por essas empresas.”

A Nest começa a desenvolver processos para estar aderente a práticas de responsabilidade e de neutralidade de carbono até 2022, segundo o sócio responsável por crédito, Otávio Vieira. “Não vejo fundo deixando de comprar a ação ou a dívida de uma XPTO da vida, mas aquelas empresas que não tiverem protocolo para não agredir o meio ambiente, que comprem insumo de fornecedor que tem trabalho escravo ou atrase pagamento aos fornecedores, asfixiando as pequenas, elas vão ser punidas.”

Com a tendência de o investidor migrar para carteiras mais relacionadas à economia real, como private equity, crédito estruturado e infraestrutura, as preocupações ESG estão longe de ser uma onda passageira, prossegue o gestor. “Mesmo antes da pandemia, com as catástrofes naturais, já havia foco nisso. A covid-19 só acelerou. As companhias orientadas para as questões ESG vão ter custo de capital mais baixo, na média. Pode até não influenciar nas receitas, mas tem impacto sobre os passivos.”

Focada no mercado de crédito, a meta da Quasar é ter todos os fundos enquadrados em ESG até 2023. A casa formulou uma política interna de investimento em que segue sete etapas. A diligência inclui a categorização de riscos e oportunidades, análise da contribuição ambiental do projeto ou da companhia à integração ESG. A gestora é signatária da plataforma “Investidores pelo Clima” e obteve em outubro o certificado de neutralidade de carbono pela Moss.Earth.

Mariana Oiticica, corresponsável pelas áreas de ESG e impacto do BTG, diz que o banco já consegue colocar as questões da sustentabilidade em várias linhas de negócios, como emissões ou investimentos em participações, mas na gestora de recursos esse passo é mais complexo. Ela diz ser difícil criar filtros restritivos por causa da concentração da bolsa em setores controversos. A tendência, afirma, é criar produtos “ESG compliance”, a exemplo do ETF ESG, que estreou na B3 em outubro. “Nossa preocupação não é desenvolver vários produtos ESG, mas alguns que sejam reais em impacto positivo e que consiga mensurar e mostrar, com retorno condizente, tão bom quanto o investimento tradicional”, diz.

O que ela vê como tendência é a busca por investimentos do tipo pelas novas gerações. “Antes era um movimento mais do institucional, agora vemos a vontade de investir com propósito, levando alguns riscos ESG com mais frequência, diz Mariana.

Vilela, da Rise, cita que entre pais, mães e avós que estão no comando das fortunas familiares há quem ainda confunda o investimento de impacto com filantropia, mas na hora da sucessão tem a virada de chave. “Os mais novos têm absoluta intencionalidade no investimento, sabem que não há nenhum tipo de dualidade entre ganhar dinheiro e provocar uma transformação positiva."

Conheça a recicladora de resíduos orgânicos residencial disponível no Brasil!


Dentro de um período de 4 a 12 horas, até 90% do seu lixo orgânico produzido em casa pode virar rico adubo com a Terraform Kitchen. Livre de odores, por conta do filtro de carvão ativado, é fácil de transportar, manusear e limpar. Disponível em dois tamanhos, com capacidade máxima de 2 kg ou de 5 kg, cabe em qualquer espaço da cozinha.

Hoje mais da metade do que é descartado no Brasil é lixo orgânico e os impactos causados por esse material influenciam diretamente no nosso futuro, como a geração do gás metano que é 24 vezes mais poluente que o gás carbônico, o chorume tóxico que pode infiltrar no solo e contaminar os lençóis freáticos e nascentes de rios e, também, a atração de animais transmissores de doenças.

A ideia de transformar o lixo doméstico em algo reutilizável, como o adubo, foi inspirada nas composteiras orgânicas tradicionais, um método de decomposição feito com bactérias aeróbicas, geralmente usado por quem mora em áreas com acesso à natureza ou grandes jardins. “A diferença é que enquanto a compostagem tradicional demora dias e até meses para gerar o adubo, com a Terraform Kitchen aceleramos o processo para obter o resultado em algumas horas, uma vez que a decomposição da comida é feita a partir de um processo de controle de temperatura, umidade e aeração do composto. Perfeito para quem quer fazer o descarte correto de seus resíduos de forma rápida e prática, sem sair de casa, ou melhor, da cozinha”, explica a gerente.


O resultado do processo é um adubo rico em nutrientes, indicado para fertilizar vasos, jardins e hortas, sempre misturado à terra, em proporções de 1 para 4. Caso o conteúdo não seja utilizado, ainda pode ser armazenado em potes vedados, com duração de até três anos, se bem conservados e mantidos longe da umidade. Outra opção é doar aos familiares, amigos e vizinhos. “O fato curioso é que cada adubo conta uma história diferente, variando em cor e aspecto, pois a composição dos alimentos despejados na redutora influencia no material final, sem perder qualidade, claro”, conta.

Cataflix: série mostra que os catadores têm muito a nos ensinar



Para dar visibilidade aos profissionais de materiais recicláveis – que coletam 90% de tudo que o Brasil recicla – acaba de nascer o Cataflix. Com o objetivo de criar conteúdo relevante sobre a reciclagem e o universo dos catadores, o Cataflix é um programa dentro do canal do Youtube do Pimp My Carroça, onde os youtubers serão catadores.


“O público do programa é tanto o gerador de resíduo quanto o próprio catador, até porque um não vive sem o outro”, disse João Bourroul, coordenador de comunicação do movimento Pimp My Carroça. “A melhor forma do gerador de resíduo se conscientizar sobre sua responsabilidade na cadeia da reciclagem é ouvindo o que um catador tem pra falar. Catadores são agentes ambientais e professores. Eles sempre foram influenciadores em potencial – a gente só colocou uma câmera pra registrar o imenso conhecimento desses trabalhadores”.


A primeira temporada terá cinco episódios e será apresentada por uma dupla de catadores. Cada um deles aborda um tema específico, de proteção do covid-19 até a História da “profissão catador” no Brasil e no mundo. Os cenários do programa, inclusive, são obras de arte feitas exclusivamente para o Cataflix. A cada episódio, um grafiteiro diferente é convidado para pintar um painel que retrate o tema daquele programa.

Anne – apresentadora do Cataflix

O Cataflix será quinzenal e seu primeiro episódio foi lançado na última sexta-feira (30), trazendo o tema da importância dos catadores na sociedade. Enquanto o último episódio da primeira temporada, por sua vez, deve ir ao ar no dia 18 de dezembro e trará informações sobre a saúde dos catadores.

Apesar do Cataflix ser gravado em São Paulo, o programa reflete o caráter nacional do Pimp My Carroça e do seu app, o Cataki. Ou seja, ao longo do programa, são feitas várias inserções de catadores do Brasil todo, além de vídeos de outros especialistas trazendo outros detalhes sobre o tema do episódio. O Cataflix é resultado de uma parceria entre Pimp My Carroça e Nestlé, empresa apoiadora do programa.

Episódio 1 – 30/10: Importância dos catadores

No episódio de estreia, o Cataflix traça um panorama geral sobre as dificuldades e as belezas do trabalho dos catadores. A importância da sociedade remunerar os catadores pelo serviço prestado, o valor de alguns dos principais materiais coletados, a trajetória do Pimp My Carroça e do seu app, o Cataki, são alguns dos temas abordados – sempre com o mesmo pano de fundo: o orgulho que as catadoras e catadores sentem do seu trabalho. 

Episódio 2 – 13/11: Covid

Como os catadores podem se proteger do covid? Essa é a pergunta que o episódio 2 vai responder. Spoiler: a responsabilidade também é dos geradores de resíduo.
 
Episódio 3 – 27/11: História dos catadores no Brasil e no mundo

Na Grécia Antiga já tinha lixão! Hoje os catadores são encontrados em praticamente todos os países do mundo e na maioria das cidades do Brasil. Mas nem sempre foi assim. Como toda profissão, o ofício dos catadores tem uma origem. No caso deles, essa origem data de muitos séculos atrás e sua trajetória acompanha e reflete algumas das principais transformações da Humanidade ao decorrer de sua História. O episódio 3 é uma viagem no tempo pela trajetória dessa profissão tão essencial quanto ignorada. 

Episódio 4 – 11/12: Destinação correta dos resíduos

A separação e a destinação correta dos resíduos é o tema do episódio 4. Os catadores – ninguém melhor que eles – contam qual a melhor forma pro gerador de resíduo separar e destinar os materiais de sua casa. Depois que você consumiu um produto, aquela embalagem não desaparece: ela segue existindo e, se você fizer sua parte, ainda irá gerar renda pro trabalhador da reciclagem. 

Episódio 5 – 18/12: Saúde dos catadores

A tração humana de carroças está longe de ser o modelo ideal – mas é o modelo mais comum hoje em dia. Pensando na redução de danos, o último episódio da temporada 01 do Cataflix traz dicas práticas para o profissional da reciclagem manter a saúde em dia mesmo diante das dificuldades e dos riscos da coleta na rua. 

Virada Sustentável chama atenção para volume de descarte de lixo provocados pelo consumo inconsciente


A 10ª edição da Virada Sustentável SP ocorre pela primeira vez em modelo híbrido: físico e virtual. A intensa programação – totalmente gratuita – é composta por ocupações artísticas que provocam uma reflexão sobre a sustentabilidade nos dias de hoje, enquanto nas plataformas digitais acontecem experiências e conexões humanas.

Uma das mais curiosas intervenções deste ano, a‌ ‌Mostra‌ ‌de‌ ‌Performance‌ ‌do‌ ‌‌Homem‌ ‌Refluxo‌ ‌‌ocorre‌ até dia 12/10 no‌ ‌Instagram @homemrefluxo. Por‌ ‌meio‌ ‌de‌ ‌provocações‌ ‌sobre‌ ‌o‌ ‌consumo‌ ‌de‌ ‌lixo,‌ ‌a‌ ‌ação‌ ‌idealizada pelo artista Peri Pane convida‌ ‌cada‌ ‌um‌ ‌de‌ ‌nós‌ ‌a‌ ‌olhar‌ ‌para‌ ‌os‌ ‌resíduos‌ ‌que‌ ‌produzimos‌ ‌durante‌ ‌o‌ ‌período‌ ‌de‌ ‌7‌ ‌dias‌, ‌e‌ ‌refletir‌ ‌em‌ ‌como‌ ‌podemos‌ ‌diminuir‌ ‌o‌ ‌lixo‌ ‌e‌ ‌ter‌ ‌um‌ ‌consumo‌ ‌mais‌ ‌consciente‌ ‌em‌ ‌nosso‌ ‌dia‌ ‌a‌ ‌dia.‌ ‌ ‌O artista terá a companhia da apresentadora Astrid Fontenelle (@astridfontenelle) e seu filho Gabriel, da consultora Giovanna Nader e @menos1lixo, além do músico Edgar (@novissimoedgar), que também vão guardar seus resíduos de 7 dias em uma capa Parangolixoluxo, e com isso, pensarem como podem diminuir sua produção de lixo para um bem maior, buscando a melhora do bem estar para o coletivo. O Parangolixoluxo é uma criação da artista Marina Reis (@marinareis) e foi confeccionado por Maria Célia de Paula.

Complementando a performance do Homem Refluxo, a Virada Sustentável promove, de 12 a 18 de outubro também no Instagram @homemrefluxo, Quarentrash, uma série fotográfica em que o artista Peri Pane dispõe da enorme quantidade de materiais descartáveis coletada para recriar cenas cotidianas domésticas povoadas pelos resíduos acumulados desde o início do isolamento social.

Integrando a Virada Sustentável ao cotidiano da população paulistana, o centro e a zona leste recebem a intervenção urbana “O que vai para o chão”, que tem como objetivo chamar a atenção e sensibilizar a sociedade sobre as quantidades e tipos de materiais que são descartados nas vias públicas. Essa ação contribui para a problemática global sobre a mistura de vários tipos de resíduos, que tem sido objeto de crescente atenção. Para a intervenção foram produzidos dois contentores de modelos diferentes: um modelo receberá os resíduos misturados; o outro, somente os recicláveis secos, provocando a percepção dos pedestres em relação à diferença em volume (lado a lado) e os diferentes destinos: o contentor para resíduos misturados tem como fim um aterro sanitário; o outro, a reciclagem e consequente preservação dos recursos naturais.

Com intuito de promover uma participação efetiva da sociedade no processo de reciclagem assertiva, a campanha de Coleta de Resíduos Eletroeletrônicos e Pilhas integra a programação da Virada Sustentável, como parte do movimento Eletrônico Não é Lixo, e em comemoração ao Dia Internacional do Lixo Eletrônico, dia 14 de outubro. Seis estações terão pontos de coleta até 16 de outubro: Vila Prudente, Clínicas, Barra Funda, Sé, Tucuruvi e Jabaquara.

O metrô também recebe, até o dia 18 de outubro, a ação “Seja a Mudança”, em que as escadarias das estações Brigadeiro, Clínicas e Carandiru ganham intervenções dedicadas a se pensar no futuro que queremos criar, propondo inspirações e reflexões para a construção de um REFUTURO possível, com temas sobre consumo consciente, economia circular e bem-estar estampados de maneira criativa e didática em suas propostas artísticas.

Estudante mexicana cria plástico de casca de laranja que se decompõe em 90 dias


A estudante mexicana Giselle Mendonza venceu um concurso nacional apresentando um bioplástico que ela criou da casca de laranja.

Giselle disse que sua ideia surgiu a partir de estatísticas que mostram o quanto o Oceano Pacífico acumula lixo plástico. “Há um grande acúmulo do tamanho da França. Por outro lado, as projeções apontam para o fato de que, em 2050, haverá mais resíduos plásticos no mar do que peixes”, disse a estudante.

Como o México é o quinto maior produtor de laranja do mundo, Giselle Mendoza pensou em como reaproveitar esse resíduo para criar um material muito útil para diversas finalidades, que é o plástico.

Produção

Para a produção do bioplástico funcionar Giselle fez parcerias com produtores de laranjas, garantindo que ela teria a matéria-prima do projeto sem investir nada. Hoje o México produz cerca de 4,5 milhões de toneladas de laranja, onde 40% a 65% se transformam em lixo.

Ela também considerou que a fruta é abundante em diversos países, o que facilita a fabricação do bioplástico.

Giselle disse que além da abundância, a laranja foi escolhida por outros fatores. É uma fruta com propriedade curativa e rica em celulose. Essas características permitem o uso do plástico em diversos setores, como agricultura, setor de embalagens e biomedicina.

O objetivo principal de Giselle é criar o bioplástico de casca de laranja para substituir as garrafas PET que são grandes poluentes em todo o planeta.

Para que você entenda melhor, uma garrafa PET leva cerca de 100 anos para se decompor. No caso do bioplástico criado por Giselle, o material precisa apenas de 90 dias para desaparecer completamente da natureza.

Giselle é aluna do Instituto Tecnológico de Monterrey e tirou o terceiro lugar no Prêmio Santander de Inovação Empresarial de 2019, além do primeiro lugar no Global Student Entrepreneur Awards (GSEA) no México.

Hoje a pesquisa do bioplástico é feita pela startup Geco, criada pela própria estudante, em 2018.

Plástico sustentável e comestível é desenvolvido por pesquisadores da Unicamp


De acordo com o estudo realizado pela organização WWF (World Wide Fund for Nature) baseado em uma pesquisa do Banco Mundial em 2019, o Brasil é o quarto país do mundo a produzir mais lixo plástico. Cerca de 11 mil toneladas deste tipo de lixo são produzidas anualmente e somente 1,28% é reciclado no país. Visando encontrar uma alternativa para o plástico não degradável, pesquisadoras da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) e da Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, desenvolveram um plástico biodegradável e comestível, composto por amido e gelatina.

O bioplástico é obtido pelo processo de extrusão em que o amido e gelatina são inseridos em uma máquina, onde são submetidos à alta pressão, sem adição de qualquer solvente. Em seguida, passam por um processo de sopro, que dá a forma de um biofilme. O desenvolvimento ocorreu durante o doutorado da pesquisadora Farayde Matta Fakhouri, orientada pela professora Lucia Helena Inoocentini Mei, da FEQ, e pela professora Fernanda Paula Collares Queiroz, da FEA.

Durante o doutorado, e após extensiva busca de dados em repositórios nacionais e internacionais, Farayde identificou que existiam bioplásticos flexíveis produzidos com outros polímeros biodegradáveis, mas não soprados apenas com materiais comestíveis. A ausência de um produto baseado em material comestível e não tóxico levou a pesquisadora a buscar o desenvolvimento de um processo que tornasse essa alternativa viável. Os resultados positivos levaram a uma solução inédita, baseada em amido e gelatina, que possibilitou que a Agência de Inovação Inova Unicamp requisitasse a patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). “O nosso plástico é atóxico e pode ser utilizado em brinquedos e artigos infantis depois de higienizado. Deste modo, se uma criança levar à boca, não haverá problema”, explica a professora Lucia Mei.

Covid-19 já atinge quase um terço das etnias indígenas, diz comitê

© Rogério Assis/ISA/Equator Initiative/Direitos reservados

Infectados nestes grupos já chegam a 7.753 e mortes a 349 

A pandemia de covid-19 já atingiu ao menos 111 povos indígenas, de acordo com o Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena. Em balanço do grupo, que é integrado por lideranças indígenas, o total de infectados nestes grupos pelo novo coronavírus já chega a 7.753 e o de mortes a 349.

Também estão contemplados na conta do comitê os warao, o segundo maior povo indígena da Venezuela e que tem buscado refúgio no Brasil. Há pouco mais de um mês, o ciclo de transmissão da doença acometia 44 etnias, como apurou a Agência Brasil, demonstrando que a doença pode se alastrar rapidamente pelos 305 povos indígenas que vivem no país.

Os números superam os registrados oficialmente, pelo Ministério da Saúde, que tem emitido boletins diários. Na contagem da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), são relacionados 4.771 casos confirmados da doença e 128 óbitos, segundo atualização desta quarta-feira (24), a última disponível. O relatório também informa que 614 casos estão sob investigação.

Em seu mapeamento, o ministério fragmenta as informações a partir dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). A região com maior número de casos confirmados da doença é o Alto Rio Solimões, com 555. Na sequência, estão os DSEIs Maranhão, com 493; Guamá-Tocantins, com 417; Rio Tapajós, com 305. 

Pelo levantamento das lideranças indígenas, a divisão se dá por estado. O Amazonas aparece liderando o ranking, com 152 casos, seguido pelo Pará, com 67, e Roraima, com 41. Ao todo, 19 unidades federativas já registram casos de covid-19 entre indígenas. 

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou, nesta terça-feira (23), um observatório para monitorar a proteção aos povos indígenas, que estão sujeitos a um elevado grau de suscetibilidade durante a pandemia. No site do observatório, é possível encontrar documentos que conferem maior transparência aos atos do governo federal em relação a esse grupo populacional, como planilhas do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e da Fundação Nacional do Índio (Funai) em que se mostram planejamentos para a distribuição de cestas básicas. 

O cronograma de fornecimento dos produtos, porém, não tem sido seguido rigorosamente. Um dos documentos disponibilizados pelo CNJ refere-se a uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que fixou multa de R$ 100 mil contra a União, caso o ente não realizasse as entregas de cestas alimentares a comunidades indígenas de São Gabriel da Cachoeira (AM), o município com a maior população indígena do país e que tem enfrentado a pandemia com dificuldades. 

Conforme noticiou a Agência Brasil, a cidade dispõe de uma rede precária de atendimento em saúde, tendo atingido o limite de ocupação de leitos já em maio, quando não tinha nenhum leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), fundamental para tratamento de pacientes com sintomas graves de covid-19. Para tentar conter a doença, chegou a adotar medidas extremas, como decretar toque de recolher, das 21h às 6h, e a interrupção do transporte público e dos serviços de táxi-lotação. 

Em nota publicada ontem, a Funai informou que distribuiu 215 mil cestas básicas e cerca de 45 mil kits de limpeza e higiene a aldeias de todo o país. A autarquia acrescenta que já alocou R$ 22,7 milhões em ações de enfrentamento à pandemia e que estabeleceu como meta distribuir mais de 500 mil cestas de alimentos.

Edição: Aline Leal
Por Letycia Bond - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Para acabar com lixões e gerar energia sustentável, Bento Gonçalves vai construir usina até dezembro


Mudança representará uma economia de aproximadamente R$ 300 mil mensais aos cofres públicos

Com usina em Bento Gonçalves, resíduos orgânicos do município não serão mais levados para o aterro em Minas do Leão - Foto: Léo Cardoso/Agencia RBS


As centenas de toneladas diárias de lixo orgânico geradas pela população de Bento Gonçalves devem ter, até o final deste ano, um destino tecnológico capaz de eliminar, aos poucos, a necessidade de aterros sanitários para o descarte dos resíduos. O projeto, que ocorre via parceira público-privada, pretende construir a primeira usina do Rio Grande do Sul que irá transformar o lixo doméstico em energia. Sem a necessidade de passarem pelo aterro, os resíduos serão direcionados diretamente para uma estrutura modular, evitando que a longa decomposição do lixo gere resíduos e prejudique o meio ambiente. Além disso, o processo permitirá a comercialização da energia gerada, com a transformação do material em gás, combustível e outras substâncias industrializadas.

A viabilidade do empreendimento já está adiantada: nesta semana, terminou a primeira etapa do chamamento público. Sete empresas — quatro gaúchas, além uma de Minas Gerais e outras de São Paulo e Santa Catarina — foram credenciadas pela prefeitura para montar e administrar a estrutura. Na próxima segunda-feira, o comitê gestor do município deve se reunir para validar quais são as propostas que seguem para a próxima etapa. No passo seguinte, então, as empresas selecionadas terão 90 dias para apresentar o modelo de usina que pretendem construir. Conforme o projeto, o município cederá o terreno e destinará os resíduos. Caberá à empresa construir e administrar a usina, que dará destino energético a 1,3 milhões de toneladas de resíduos produzidos no município anualmente. O contrato será de 25 anos.

Quando a usina entrar em funcionamento, os resíduos orgânicos não serão mais levados para o aterro sanitário no município de Minas do Leão, distante cerca de 210 quilômetros de Bento Gonçalves, o que representará uma economia de aproximadamente R$ 300 mil mensais aos cofres públicos.

Outros municípios podem participar

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Silvio Pasin, a previsão é de que o edital para a construção da usina seja lançado em abril, e a usina inicie o funcionamento em dezembro.

— Faltam estas questões burocráticas, de escolha da empresa responsável. Mas tivemos apoio da administração atual, do Legislativo e de toda a comunidade. Então, se tudo der certo, vamos encerrar o ano dando um grande passo para a transformação do meio ambiente e oferecendo mais qualidade de vida para nossa população — comemora Pasin, que há dois anos viabiliza o projeto.

O modelo de estrutura é orçado em R$ 100 milhões. Porém, o valor pode mudar de acordo com o projeto que for escolhido.

O secretário também explica que, inicialmente, o projeto é de Bento porque a usina será instalada no município. Mas, outras cidades poderão encaminhar os seus resíduos para o local futuramente.

COMO FUNCIONA A USINA
  • O lixo é descarregado pelo caminhão da coleta e colocado em uma esteira que separa os resíduos.
  • A esteira possui sensores que conseguem identificar plástico, papel, metal, vidro e lixo orgânico.
  • Na usina, após este processo de separação, todo o lixo orgânico cai em plataformas onde passará pelo processo da quebra de moléculas. Posteriormente, o material será transformado em energia.
  • O lixo reciclável será destinado aos recicladores do município para ter a destinação correta.
TIPOS DE USINAS
  • Plasma pirólise: utiliza a técnica de queima do lixo, porém insere uma quantidade menor de ar, o que dispensa menos fumaça ao meio ambiente desde o processo inicial. Os resíduos são transformados em um material cristalizado que pode ser utilizado para fazer gás, combustível e vapor.
  • Pirólise: também faz a incineração do lixo orgânico, mas com um aquecimento menor que o modelo de plasma. A fumaça que é liberada no ar é em maior quantidade, só que é inodora e não possui fuligem. Os resíduos são transformados em carvão, que pode ser utilizado para fazer calor e gerar energia.
  • Liquefação: através da água quente, as moléculas de lixo são quebradas. Neste momento, existe uma transição do estado sólido dos resíduos em uma substância líquida. Este processo também não agride o meio ambiente, mas acaba eliminando menos lixo. O conteúdo gerado pela transformação do material também pode ser utilizado para gerar energia.
A usina de biogás em Minas do Leão

Minas do Leão foi a primeira cidade gaúcha a construir uma usina que transforma lixo em energia. Porém, no formato adotado, o lixo permanece sendo dispensado num aterro onde, posteriormente, tubulações instaladas abaixo da terra retiram o gás metano gerado pela decomposição.

O processo, apesar de menos complexo, também reduz a emissão de gás carbônico no ambiente e contribui para a redução de gases do efeito estufa. A termelétrica utiliza o metano existente no biogás que, ao invés de queimá-lo e lançá-lo na atmosfera, é aproveitado para produção de energia.

O aterro sanitário de Minas do Leão foi projetado para uma capacidade total de 23 milhões de toneladas. Ele possui uma área de 500 hectares e recebe diariamente cerca de 3,5 mil toneladas de resíduos de Porto Alegre e de outros 130 municípios.

por Kamila Mendes

Draper Drone: conheça a tecnologia que ajuda a reduzir microplástico nos oceanos


Draper Drone, um protótipo de drone aquático, tem por objetivo combater a poluição de microplástico – que por ser tão pequeno se torna praticamente invisível a olho nu. Apesar de pequenino, os microplásticos são extremamente malígnos, por absorver toxinas, como por exemplo DDT, que são comumentes ingeridas pelos animais marinhos e acabam causando efeitos negativos para os animais e humanos – através da cadeia alimentar

A parceria entre Agência de Proteção Ambiental com Sprout Studios, pretende criar a solução autônoma de um drone que funciona embaixo d’água instalando sensores de microplásticos pelo oceano. Com as informações coletadas em tempo real por esses sensores, seria possível criar um banco de dados global para analisar e entender tendências de poluição. Isso ajudaria com a identificação das fontes de poluição bem como criação de possíveis soluções para a questão.

Para que isso aconteça, é preciso encontrar uma solução mais barata para produzir sensores de microplásticos. Foi ai que o time da Agência de Proteção Ambiental também está criando um sistema de identificação padrão para fazer a catalogalização automática no sistema para criar amostras diversas. Já a Sprout Studios entrou na parceria com seu design único.

Sozinha a tecnologia consegue scanear nove metros de água e catalogar microplásticos em seu banco de dados. Em 2019 o projeto foi premiado como TIME Best Inventation List.

Designer transforma bitucas de cigarro em pranchas de surfe em SC



Por Razões Para Acreditar

Uma iniciativa de um designer de pranchas de surfe tem contribuído para a limpeza de uma praia de Santa Catarina abarrotada de bitucas de cigarro. Desde o início do ano, dezenas de voluntários se uniram para coletar bitucas na praia de Itapirubá, no litoral catarinense. O objetivo é simples: contribuir com o meio ambiente e a limpeza da praia.

Depois de instalar uma série de “bituqueiras”, os participantes do projeto coletaram mil bitucas em uma semana.

“A gente pesquisou bastante e viu que poderia usá-las para fabricar as pranchas. Em toda parte da frente e de trás, a gente faz uma esteira de bitucas e depois encapa do modo tradicional”, explicou o designer de pranchas Andrigo Porto Alegre.

Cada prancha requer 600 bitucas. Curiosamente, o produto final é mais resistentes do que a média.

“Essas bitucas criam uma camada que deixa a prancha muito mais resistente que a fibra de vidro. A gente foi até convidado a expor essa prancha na feira de pranchas da Califórnia, a maior do mundo”, revelou.

A expectativa é que até o fim de março as pranchas serão disponibilizadas para venda em Santa Catarina. Enquanto isso, quem quiser testar os produtos pode visitar os quiosques da praia de Itapirubá, entre os municípios de Imbituba e Laguna, e fazer um “test drive”.