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Preço em leilão dá sinal positivo a térmicas a lixo no Brasil, diz indústria

Preço em leilão dá sinal positivo a térmicas a lixo no Brasil, diz indústria

Reuters. Vista de usina movida a resíduos sólidos em Burnaby, Canadá 17/06/2019 REUTERS/Lindsey Wasson

Por Gabriel Araujo

SÃO PAULO (Reuters) - O nascente setor brasileiro de termelétricas movidas a resíduos sólidos urbanos se mostrou satisfeito com os preços fixados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a negociação de eletricidade gerada por essa fonte no próximo leilão A-5, marcado para o dia 30 de setembro, que representa um movimento pioneiro para o segmento.

A reguladora informou na última terça-feira que o certame negociará energia de térmicas movidas a lixo por 639 reais por megawatt-hora (MWh), valor que ficou dentro das expectativas da Associação Brasileira de Recuperação Energética (Abren).

Segundo o presidente da entidade, Yuri Schmitke, os estudos de mercado realizados pelo setor apontavam um preço médio esperado de 650 reais/MWh. Como o valor oferecido para o certame está próximo dessa marca, ele acredita que o mercado tenha recebido um sinal positivo em relação à fonte.

Os preços ainda são bastante elevados se comparados a outras fontes de energia --no leilão, o segundo maior valor fixado é de 365 reais/MWh, para termelétricas a outros combustíveis sem outorga. Schmitke acredita, porém, que a introdução do Waste-to-Energy (WTE, na sigla em inglês) nos certames seja um primeiro passo para a evolução do setor e consequente redução de custos.

"A perspectiva é que esse custo vai reduzir, como aconteceu com a energia eólica. A eólica mostra claramente o que acontece com o mercado quando ele se desenvolve: há uma queda de preço, fabricação nacional, criação de uma cadeia de fornecimento de serviços, máquinas e equipamentos, e isso reduz o preço", afirmou Schmitke em entrevista à Reuters.

De acordo com a Aneel, 12 projetos de termelétricas a resíduos sólidos que somam 315 megawatts (MW) de capacidade foram inscritos no leilão A-5, que negociará energia para suprimento a partir de 1º de setembro de 2026.

A Abren acredita, porém, que o certame vai se concentrar em três projetos com licença ambiental garantida, que somam 131 MW: a URE Barueri, em São Paulo, com 20 MW; a URE Caju (Rio de Janeiro, 31 MW); e a URE Mauá, do Grupo Lara (São Paulo, 80 MW).

A Reuters havia antecipado em fevereiro a intenção do governo de testar as térmicas movidas a lixo nos leilões de geração a partir deste ano, depois de experiências de sucesso na inserção de novas fontes --como eólica e solar-- em sua matriz energética ao longo da última década.

A associação aguarda agora pela distribuição de demanda para o leilão.

Schmitke, que vê a inserção da fonte no leilão como a maior vitória da Abren até hoje, espera que o certame dê viabilidade pelo menos aos três projetos mencionados.

"A gente espera que o governo viabilize pelo menos esses três projetos, porque são projetos que se não forem viabilizados agora, vai atrasar bastante o desenvolvimento deles. São projetos que estão maduros, (prontos) para começar as obras", afirmou.

A Abren --que conta com empresas como a norte-americana Babcock & Wilcox, a nipo-suíça Hitachi Zosen Inova e a francesa Veolia como associadas-- espera ainda que a fonte volte a ser inserida nos próximos leilões de eletricidade no Brasil.

Segundo Schmitke, já há discussões no governo para que as térmicas a resíduos sólidos entrem no leilão de capacidade, em janeiro de 2022, e também no leilão A-5 do primeiro semestre do ano que vem. "E quem sabe no A-5 do segundo semestre também", afirmou.

Leilão de Energia Nova A-5 é aprovado pela ANEEL e será realizado em 30/9

A Diretoria Colegiada da ANEEL aprovou nesta terça-feira (24/8) o edital do Leilão de Geração nº 8/2021-ANEEL, ou Leilão A-5 de 2021

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL aprovou nesta terça-feira (24/8) o edital do Leilão de Geração nº 8/2021-ANEEL, ou Leilão A-5 de 2021. O certame visa à contratação de energia elétrica gerada por novos empreendimentos a partir de fontes hidrelétrica, eólica, solar fotovoltaica, termelétrica a biomassa, a carvão mineral nacional, a gás natural e de tratamento de resíduos sólidos urbanos. A realização do leilão está prevista para 30 de setembro de 2021, com transmissão ao vivo no portal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cadastrou 1.694 empreendimentos, com 93.859 megawatts (MW) de potência cadastrada. Um dos destaques deste leilão será o tratamento dado às usinas termelétricas a partir de resíduos sólidos urbanos, ou seja, de lixo. Foram cadastrados 12 projetos com total de 315 MW para esse produto, que será licitado na modalidade por disponibilidade, com período de suprimento de 20 anos. “A geração por resíduos sólidos urbanos traz valor econômico para os aterros sanitários e agrega receita para as prefeituras que podem vender o biogás ou gerar energia para ser comercializada ou utilizada em edificações públicas do município. Ela transforma o que era antes um passivo ambiental em ativo energético”, avalia o diretor-geral da ANEEL, André Pepitone.

“Entendo que foi absolutamente acertada a decisão do MME de criar um produto diferenciado para essa fonte, considerando que, até essa data, o Brasil dispõe de cinco empreendimentos termelétricos a resíduos sólidos urbanos, totalizando 19,6 MW”, destacou o diretor Hélvio Guerra, relator do certame. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apontam que o país gerou, em 2018, 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos.


O leilão segue as premissas da Portaria MME n° 10/2021 e contratará oferta de geração na modalidade por quantidade para empreendimentos eólicos e solares fotovoltaicos, com prazo de suprimento de 15 anos, e hidrelétricos (centrais geradoras hidrelétricas, pequenas centrais hidrelétricas, usinas hidrelétricas e ampliação de usinas existentes), com prazo de 25 anos. Para empreendimentos termelétricos, serão negociados contratos por disponibilidade, com prazo de 20 anos. O início do suprimento, para todos os contratos, é 1/1/2026.

O custo Marginal de Referência do Leilão de Energia Nova A-5/2021 estabelecido pelo MME foi de R$ 639,00/MWh, e os preços iniciais são os relacionados a seguir:
  • Preços iniciais para novos empreendimentos e para os empreendimentos com outorga sem contrato:
  • Produto por quantidade (fonte hidrelétrica): R$ 320,00/MWh (trezentos e vinte Reais por megawatt-hora);
  • Produto por quantidade (fonte eólica): R$ 191,00/MWh (cento e noventa e um Reais por megawatt-hora);
  • Produto por quantidade (fonte solar fotovoltaica): R$ 191,00/MWh (cento e noventa e um Reais por megawatt-hora);
  • Produto por disponibilidade (fonte termelétrica): R$ 365,00/MWh (trezentos e sessenta e cinco Reais por megawatt-hora); e
  • Produto Disponibilidade a partir da recuperação energética de resíduos sólidos urbanos: R$ 639,00/MWh (seiscentos e trinta e nove Reais por megawatt-hora.

Preços para empreendimentos com outorga e com contratos regulados celebrados anteriormente, vigentes ou não:
  • Preço de Referência para PCHs e CGHs: R$ 249,22/MWh (duzentos e quarenta e nove Reais e vinte e dois centavos por megawatt-hora);
  • Preço de Referência para UTE: R$ 266,86/MWh (duzentos e sessenta e seis Reais e oitenta e seis centavos por megawatt-hora); e
  • Preço de Referência para UHE: R$ 174,27/MWh (cento e setenta e quatro Reais e vinte e sete centavos por megawatt-hora).

A Consulta Pública nº 035/2021, que debateu com a sociedade o conteúdo do edital do leilão, recebeu 62 contribuições de 21 participantes. O aviso de licitação, o edital e os anexos serão publicados na quinta-feira 26/8.

Cemig, Celpa, Eletropaulo e Copel são destaque no A-5

As estatais Cemig (MG) e Copel (PR) aparecem entre os grandes destaques da ponta compradora da energia vendida no leilão A-5 realizado nesta sexta-feira, 28. Entre os grandes consumidores também aparecem a Celpa, distribuidora controlada pela Equatorial, e a Eletropaulo, além de Celg e CEEE.

A Cemig adquiriu, sozinha, o equivalente a 13,5% da energia vendida no leilão, com um total de 78,847 milhões de MWh. Na sequência aparece a Celpa, com a contratação de 51,263 milhões de MWh (8,78% do total). A Eletropaulo contratou 39,757 milhões de MWh (6,80%), a Celg, de Goiás, contratou 38,931 milhões de MWh (6,66%), a Copel contratou 37,758 milhões de MWh (6,46%) e a CEEE, 32,264 milhões de MWh (5,52%).

A energia negociada no leilão terá início de suprimento em 1º de janeiro de 2019. Para as termoelétricas (carvão, gás natural em ciclo combinado e biomassa), os contratos de compra e venda de energia foram na modalidade por disponibilidade com prazo de suprimento de 25 anos. Já para empreendimentos de geração a partir de fontes eólica e solar, os contratos são na modalidade por disponibilidade e prazo de suprimento de 20 anos.


PREÇO MÉDIO POR FONTE

A fonte termelétricas a gás natural encerrou o leilão ao preço médio de venda de R$205,64/MWh, enquanto as PCHs ficaram em R$161,89/MWh. Já as eólicas fecharam em R$136,00/MWh.

De acordo com o diretor da Aneel, André Pepitone da Nóbrega, o resultado do leilão foi um sucesso, com investimentos importantes. Ele ressaltou que um terço dos investimentos está no Rio Grande do Sul e outra parte importante em Pernambuco, os estados que se destacam. “Em termos de parques instalados, a Bahia tinha o maior número de usinas habilitadas e terá o maior número de empreendimentos a serem implantados”.

Pepitone ressaltou que 2014 foi o ano em que mais se agregou energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Os dados indicam que até 15 de novembro foram agregados à matriz elétrica 6.323 MW de potência instalada. Desses, 43% são oriundos de usinas hidrelétricas. No caso da energia eólica, foram agregados 2.138 MW de potência instalada, o que corresponde a 33% da energia que agora faz parte do SIN. Com relação às termelétricas, as de combustível fóssil totalizaram 388 MW, as de biomassa, 982 MW, e a PCH, 72 MW“.

“Nossa expectativa é agregar até 31 de dezembro mais 1.200 MW, uma quantidade grande a ser disponibilizada ao SIN. Para ter uma média de 2004 a 2014, estamos ampliando em 3,86% em termos de potência instalada”, disse Pepitone.