A gigante petroleira francesa Total anunciou a criação de uma joint-venture entre a Total Eren e a Petrobras, até julho de 2019, para desenvolver conjuntamente projetos solares e eólicos no Brasil.
Um acordo-marco foi assinado entre a Total e a Petrobras para criar essa companhia, cujo objetivo é gerar uma “capacidade de produção de eletricidade de fontes renováveis que possa chegar a 500 megawatts nos próximos cinco anos”, segundo informou a Total em um comunicado.
A sociedade Total Eren, antigamente chamada de Eren Renewable Energy, tem 23% de seu capital controlado pela Total desde setembro de 2017 e se especializa no desenvolvimento de projetos de energia renovável.
Este anúncio concretiza um protocolo de acordo assinado em julho passado entre a Total, a Total Eren e a Petrobras para executar projetos comuns em energia solar e eólica em Brasil.
A colaboração em energias renováveis faz parte de uma aliança mais ampla entre a Total e a gigante petroleira brasileira, de março de 2017. Esta aliança se concentrava na atividade primordial dos dois grupos —prospecção e produção de petróleo e gás, bem como pesquisa e desenvolvimento.
A Total ainda anunciou que vai recuperar os 10% restantes de participação da Petrobras no campo petrolífero de águas profundas da Lapa, na bacia de Santos.
Caso receba aprovação das autoridades brasileiras, a Total terá, a partir de agora, 45% deste campo, junto da anglo-holandesa Shell (30%) e da Repsol-Sinopec (25%), segundo o comunicado.
Essa nova fase da parceria envolverá ainda o pagamento à Petrobras um valor adicional de US$ 50 milhões, sem considerar ajustes devidos quando do fechamento da transação.
“Petrobras e Total reafirmam a importância da continuidade dos estudos sobre novas frentes de investimento em conjunto, reforçando a cooperação tecnológica existente entre as duas companhias. Além disso, continuarão buscando o desenvolvimento de novas oportunidades no segmento de gás e energia, incluindo o de energia térmica”, acrescentou a Petrobras.
A joint venture terá uma participação de 49% da Petrobras e de 51% da Total. As empresas já haviam assinado um memorando de entendimento sobre essa parceria em julho.
A Petrobras afirmou que a venda de sua fatia restante no campo de Lapa à Total envolvida nos anúncios desta sexta-feira não é afetada por uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que levou a companhia a suspender o anúncio de novas oportunidades de desinvestimento em ativos de exploração e produção.
“A referida decisão não se aplica à cessão de participação no Campo de Lapa, visto que os contratos foram firmados em 28 de fevereiro de 2017 com base na legislação vigente à época”, afirmou.
A Petrobras disse na véspera entender que a decisão não afeta processos de cessão de direitos de exploração e produção iniciados antes de maio de 2018.