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Entrevista - “Você pode até fazer diamantes com resíduos residuais”

O Professor Peter Quicker, da Unidade de Tecnologia de Combustíveis da RWTH Aachen University, explica por que realmente existe apenas uma alternativa para a incineração de resíduos - e ela está no design do produto, a montante da lata de lixo.

© RWTH Aachen

Professor Quicker, ouvimos regularmente a promessa de que os processos de gaseificação poderiam substituir a incineração de resíduos clássica e se tornar a próxima grande novidade no processamento de resíduos térmicos. Qual é a sua avaliação?

Peter Quicker Em primeiro lugar, temos que esclarecer o que queremos dizer com gaseificação. Muito do que vem sob este termo é, na verdade, incineração em dois estágios. Um exemplo do Reino Unido refere-se a processos que foram desenvolvidos quando plantas capazes de produzir gás calorífico estavam sendo promovidas lá. Isso foi conseguido primeiro pela incineração dos resíduos com uma pequena quantidade de oxigênio, que sempre produz gás combustível. Se você fizesse uma medição, poderia dizer: Estou produzindo gás pela incineração de resíduos, que teoricamente posso usar como energia. Na realidade, porém, em tais fábricas, o ar é adicionado novamente em um segundo estágio que segue imediatamente e o processo de combustão continua. Portanto, trata-se de uma incineração em dois estágios e não de gaseificação.

E quanto ao Japão? O país é considerado um reduto da gaseificação.

Os Processos Peter Quicker são frequentemente usados ​​lá, que são semelhantes, mas os dois estágios ocorrem separados espacialmente. Esse desenvolvimento surgiu quando regulamentações foram aprovadas no Japão que exigiam que as cinzas produzidas pela incineração de resíduos fossem derretidas. Nestes processos de dois estágios separados espacialmente, os resíduos são primeiramente desgaseificados e, em seguida, o gás produzido é queimado em um forno de alta temperatura junto com o coque, ou seja, o carbono que sobra do processo de desgaseificação. A ideia é que as cinzas derretam durante o processo. Isso reduz o volume do material residual. A escória que sobra depois
a cinza derretida é completamente inerte, queimada e livre de poluentes. Se pingar na água, vitrifica. Mas o problema com o processo é que você precisa adicionar combustível fóssil adicional, por exemplo, gás natural ou carvão, para fazê-lo funcionar. Além disso, o processo é muito mais caro do que a combustão convencional.

Mas existem outros processos de gaseificação que realmente produzem um gás que está disponível para posterior utilização térmica.

Peter QuickerExistem instalações de gaseificação em leito fluidizado onde o gás produzido durante o tratamento de resíduos vai diretamente para um processo a jusante, por exemplo, para o calcinador de um forno rotativo de cimento. Porém, aqui também o gás é queimado de forma que nenhum gás seja recuperado que possa ser usado para uma utilização subsequente de valor mais alto. Uma tecnologia de gaseificação que visa a utilização motora do gás produzido é conhecida como processo Thermoselect. Seu uso falhou na Europa, mas algumas fábricas ainda estão operando no Japão. Eles gaseificam os resíduos para produzir um gás que pode ser usado em processos de alto valor. No entanto, o desempenho dessas plantas é, para dizer o mínimo, muito medíocre. Um problema é que as temperaturas muito altas exigidas para este processo são difíceis de atingir com o desperdício por si só. Portanto, o gás natural deve ser adicionado constantemente - uma quantidade não desprezível na verdade: 40 metros cúbicos por tonelada. E 400 metros cúbicos de oxigênio por tonelada também são necessários. E, em última análise, o gás muitas vezes não é limpo o suficiente para o uso do motor e, apesar do esforço, é queimado novamente em uma câmara de combustão para executar um processo de vapor.

Você está dizendo que, na realidade, não existe uma única planta em funcionamento onde os resíduos possam ser gaseificados?

Peter Quicker Na verdade, não conheço nenhum caso em que os resíduos residuais sejam gaseificados em condições que chegam a meio caminho de fazer sentido econômico e em que haja um benefício adicional em comparação com a incineração de resíduos convencional. No Japão existe uma fábrica onde o plástico é gaseificado e onde o hidrogênio é produzido ao final do processo. Mas eu vejo isso mais como um exemplo de demonstração. Para que esse processo funcione, ele precisa de uma matéria-prima de boa qualidade que imediatamente se questione se não faria mais sentido reciclar esse material. Além disso, ainda há muito trabalho a ser feito na matéria-prima antes da gaseificação. O plástico deve ser limpo, triturado e extrudado.


E não há mais nada?

Peter Quicker Muitos processos estão sendo testados em que o plástico é pirolisado, resultando em óleos que podem ser usados ​​como matéria-prima para a indústria química. Mas a qualidade desses óleos de pirólise é tão baixa que, na verdade, eles só podem ser usados ​​em pequenas quantidades como aditivo ao petróleo bruto na refinaria. Ou seu processamento é extremamente complexo. Isso pode fazer sentido para certas frações especiais que estão claramente separadas, como espumas de colchão ou placas de isolamento térmico, e para as quais a reciclagem mecânica não é possível. Eu aconselharia a qualquer pessoa que pensa que na pirólise eles encontraram uma solução para o lixo de plástico doméstico a dar uma boa olhada em um saco de reciclagem ou lata de lixo e então considerar o que eles precisariam fazer para separar os plásticos de variedade única do resto do conteúdo.

Com a quantidade certa de esforço, é possível.

Peter Quicker Com a quantidade certa de esforço, tudo é possível. Você pode até fazer diamantes com resíduos residuais. Tecnicamente, é possível. Você apenas tem que separar todos os minerais para que fique apenas com o carbono, que você pirolisa em carbono puro, e então o pressuriza em alta temperatura por vários meses para fazer diamantes. Isso é possível. No entanto, não gostaria de ver a mochila ecológica que você criou no processo. É algo semelhante com a gaseificação. Também aqui, quanto mais complexo o processo, pior seu equilíbrio, tanto ambiental quanto economicamente.

Portanto, não há alternativa à incineração de resíduos?

Peter QuickerTodo mundo sempre pede uma alternativa! Sim, existe, mas é a montante do depósito, não a jusante dele. Ao projetar produtos, muito mais consideração deve ser dada à sua capacidade de serem separados em materiais individuais no final de seu ciclo de vida, porque isso permitirá que esses materiais sejam reciclados. No momento, porém, as coisas infelizmente estão indo exatamente na direção oposta. Tudo está sendo colado, fundido, soldado ou fundido. E mais e mais produtos têm componentes eletrônicos de estilo de vida embutidos que você não pode remover e acabam no lixo residual. Nem todo casaco precisa ser capaz de fazer uma xícara de café. Não, não é culpa da incineração de resíduos que tantos resíduos desnecessários são produzidos. Ele o elimina e o faz da melhor maneira técnica possível. Mas ainda há uma necessidade urgente de queimarmos menos recursos valiosos. A maneira de fazer isso, no entanto, é por meio da prevenção de resíduos e da reciclagem. Não adianta esperar que um dia seja inventado um processo com o qual - se me desculpem a expressão - você pode transformar merda em ouro. Mesmo na Idade Média, eles sabiam que isso não funcionava.

Peter Quicker é professor da RWTH Aachen University e um dos especialistas mais conhecidos do mundo nas áreas de transformação de resíduos em energia, tecnologias alternativas de tratamento de resíduos e recuperação de materiais.

Fonte: Waste Management World

Transformando o plástico pós-consumo em vanilina

Os cientistas criaram a E. coli geneticamente modificada para permitir que ela convertesse o ácido tereftálico - uma molécula derivada do tereftalato de polietileno (PET) - em vanilina.

© geshas - stock.adobe.com

O jornal Green Chemistry publicou recentemente um artigo sobre pesquisa propondo uma forma de usar bactérias para transformar o plástico pós-consumo em vanilina, o composto que dá sabor e cheiro à baunilha.

“Este é o primeiro exemplo de uso de um sistema biológico para transformar resíduos plásticos em um produto químico industrial valioso e isso tem implicações muito interessantes para a economia circular”, disse Joanna Sadler, primeira autora do artigo, em um comunicado. nossa pesquisa tem implicações importantes para o campo da sustentabilidade do plástico e demonstra o poder da biologia sintética para enfrentar os desafios do mundo real. "

Na nova pesquisa, conduzida por uma equipe da Universidade de Edimburgo, a E. coli foi geneticamente modificada para permitir a conversão do ácido tereftálico - uma molécula derivada do tereftalato de polietileno (PET) - em vanilina. A equipe conseguiu uma conversão de 79 por cento do ácido tereftálico em vanilina. Eles demonstraram o processo convertendo uma velha garrafa de plástico em vanilina, adicionando E. coli aos resíduos plásticos degradados.

Em seguida, os cientistas irão ajustar ainda mais as bactérias para aumentar ainda mais a taxa de conversão e também trabalharão na ampliação do processo para converter maiores quantidades de plástico. Outras moléculas valiosas também podem ser fabricadas a partir do ácido tereftálico, como algumas usadas em perfumes.

Embora os pesquisadores afirmem que a vanilina produzida é adequada para consumo humano, isso ainda não foi verificado e mais testes são necessários. Também é utilizado na indústria de cosméticos e é um importante produto químico a granel, utilizado em herbicidas e produtos de limpeza.

USP descobre jazida no fundo do mar e tesouro submarino torna o Brasil ´rico` em energias renováveis

 RRS Discovery, navio da realeza britânica / Fonte: Reprodução – Via Google
USP acaba de descobrir tesouro no fundo do mar! Bactérias formaram reservas submarinas de cobalto, níquel, molibdênio, nióbio, platina, titânio e telúrio

Bactérias responsáveis por um processo de biomineralização que formou reservas submarinas de cobalto, níquel, molibdênio, nióbio, platina, titânio e telúrio, acabam de ser descobertas por oceanógrafos do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP). A nova descoberta dos pesquisadores brasileiros pode tornar o Brasil rico em energias renováveis!

As jazidas encontradas pelos pesquisadores da USP estão em uma área conhecida como Elevação do Rio Grande. A região fica localizada em águas internacionais, mas o Brasil obteve autorização da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ligada à ONU) para estudar seu potencial por 15 anos.

Nas próximas décadas, o mundo poderá assistir a um rali por minérios, especialmente aqueles usados em baterias recarregáveis e células para geração de energia de alta eficiência, substitutas dos combustíveis fósseis causadores do aquecimento global. Esse é o caso do cobalto e do telúrio encontrados na Elevação Rio Grande.

Área do tesouro submarino encontrada pela USP tem três vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro

O tesouro submarino encontrado pelos oceanógrafos fica localizado a 1,5 mil quilômetros da costa brasileira. A área onde se encontra a jazida tem três vezes o tamanho do Estado do Rio de Janeiro e os “tesouros” estão a profundidades que vão de 800 a 3 mil metros.

Segundo a USP, a jazida se formou durante a separação do supercontinente Gondwana (que deu origem à África e à América do Sul), a Elevação Rio Grande era uma ilha que afundou há 40 milhões de anos devido ao peso da lava de um vulcão e à movimentação de placas tectônicas.

O Brasil solicitou à ONU, em 2018, a ampliação da sua plataforma continental, para incluir a Elevação Rio Grande na zona marinha exclusiva do país. A descoberta foi publicada recentemente pela revista Microbial Ecology e contou com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP. Além disso, as expedições foram a bordo do RRS Discovery, navio da realeza britânica.

Existem apenas quatro áreas no planeta com potencial semelhante

Vale ressaltar que a viabilidade ou não da exploração futura desses minérios dependerá de aprofundamento na pesquisa.

Só outras quatro áreas no planeta apresentam potencial semelhante. São elas a Fratura de Clipperton e o monte submarino Takuyo-Daigo, ambos no Pacífico Norte, além do monte submarino Tropic, no Atlântico Norte.

Ministério de Minas e Energia mira maior participação do Brasil no mercado de energias renováveis

Durante os últimos dias, o Ministério participou de eventos com a União Europeia e com autoridades latino-americanas para discutir o tema

O hidrogênio, um dos combustíveis buscados pelo Ministério de Minas e Energia, pode ser usado como combustível de foguetes. Foto: ROSCOSMOS

Ministério de Minas e Energia (MME) participou, na última quarta-feira (14/4), do evento Diálogo de Alto Nível União Europeia-Brasil sobre as Mudanças Climáticas, a Biodiversidade e o Desenvolvimento Sustentável. A reunião foi promovida pela Delegação da União Europeia (UE) no Brasil e pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro, no âmbito da Parceria Estratégica Brasil-UE.

A conferência debateu energia limpa, biodiversidade e implementação da agenda 2030 – planejamento da Organização das Nações Unidas (ONU) para, entre outros temas, reduzir o desmatamento global.

O MME participou do painel “Transição para uma Energia Limpa”, com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético, Paulo Cesar Domingues, que apresentou os avanços do Brasil no campo da energia limpa, sustentável e acessível.

Cesar Domingues defendeu a utilização de soluções híbridas para a transição energética. De acordo com o secretário, as tecnologias mistas combinam as vantagens da bioenergia sustentável, da hidroeletricidade, das energias solar e eólica, além da energia nuclear, em conjunto com fontes fósseis de menor emissão de CO2, como o gás natural.

“Além dos recursos tradicionais, o Brasil pode contribuir com a transição energética de outros países na produção de hidrogênio, aproveitando a abundância de recursos energéticos e das tecnologias já desenvolvidas”, afirmou Paulo Cesar.

Mercado de hidrogênio

Com o objetivo de aumentar o uso de energias renováveis no país, além do evento com a União Europeia, o Ministério de Minas e Energia participou, entre os dias 14 e 15/4, do 1º Congresso do Hidrogênio para a América Latina e Caribe (H2LAC 2021). A conferência, cuja organização foi feita pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo grupo New Energy, teve por intuito acelerar o desenvolvimento do mercado de hidrogênio (fonte de energia que pode ser usada como combustível de carros, foguetes, entre outros) na América Latina e Caribe.

Entre outros convidados para os dois dias de conferencia, o Ministro Bento Albuquerque participou de um painel de discussão com os ministros do Chile, Colômbia, Costa Rica e Uruguai sobre a oportunidade de posicionar a região da América Latina e Caribe como líder mundial em hidrogênio.

Bento ressaltou que o Brasil, com 83% de renováveis na matriz elétrica, tem potencial para gerar hidrogênio verde (H2V) – obtido a partir de fontes renováveis, em um processo no qual não haja a emissão de carbono – de forma “altamente competitiva”. O ministro ainda pontuou que submeterá ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) uma resolução determinando que se estabeleçam as diretrizes para um Programa Nacional de Hidrogênio (visando aumentar essa fonte de energia no país).

O evento também contou com a presença da secretária-executiva da Indústria do Governo do Ceará, Roseane Medeiros, que integrou painel sobre criação de um mercado de hidrogênio na América Latina e Caribe. A secretária apresentou o projeto do Governo do Ceará, lançado em fevereiro de 2021, que lançou um programa de produção de hidrogênio verde no estado.

Medeiros ainda assinou um memorando de entendimento – primeiro passo para a formalização de um documento jurídico mais elaborado como um contrato social – com a empresa australiana Enegix Energy, que pretende instalar uma usina para produzir H2V no Complexo do Pecém, com investimentos estimados em US$ 5,4 bilhões.

Biocombustíveis

Nesta quinta-feira (22), será realizada uma mesa redonda com autoridades de governos da América Latina e Caribe. O diretor do Departamento de Biocombustíveis, da Secretaria de Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, discutirá o hidrogênio como meio de descarbonização, com foco na cadeia de combustíveis.
Por Pedro Costa Teodoro
Fonte O Brasilianista

Físicos russos criam uma fórmula para produzir gasolina a partir de algas


Uma equipe científica da Rússia conseguiu decifrar a composição química do combustível criado a partir de algas unicelulares, de acordo com um estudo publicado no European Journal of Mass Spectrometry.

“Nosso trabalho futuro deve se concentrar no uso de algas com o máximo teor de gordura, bem como a criação de tais espécies de algas através de modificações genéticas. Desta forma, podemos escolher a matéria-prima mais eficaz para a produção futura de biocombustível “, disse um dos responsáveis ​​pelo estudo, Evgueni Nikolaev.

Como explicou Nikolaev, a composição química do biocombustível produzido por algas ‘liquefeito’ tem muitas características em comum com os assim – chamados ‘zelionka’ – um líquido frequentemente usado como um anti-séptico na Rússia, e não com produtos petrolíferos.

De acordo com os cientistas russos, o biocombustível de algas é produzido por aquecimento do plâncton unicelular para 300 °C e subsequente processo de prensagem, que na verdade imita o processo de desenvolvimento de óleo no interior da Terra. Como resultado, a biomassa é dividida em combustível líquido e uma espécie de “resina” que se acumula no fundo do reator. Assim, cientistas russos decidiram “mergulhar” as algas nos vapores de água pesada e álcalis para examinar a composição do combustível e, assim, melhorar suas características.

Águas pesadas e álcalis contêm átomos de deutério, em cujo núcleo não só está presente um próton, mas também um nêutron. Dessa forma, os pesquisadores tiveram a oportunidade de examinar a estrutura tridimensional dos componentes do biocombustível.

De acordo com o físicos russos, pesquisas futuras poderão permitir entender melhor o que tipos de algas são mais apropriados para a produção de biocombustíveis e como elas podem ser modificados para substituir a gasolina e outros combustíveis.

Empresa brasileira transforma lixo em biocombustíveis


O fato de os aterros sanitários serem uma ideia ultrapassada já é disseminado e conhecido por aqueles interessados em assuntos ligados ao meio ambiente. O necessário agora é encontrar alternativas para o destino final do lixo, que não o vejam como apenas algo a ser descartado, mas saibam aproveitar suas potencialidades. Exemplo disso é a iniciativa Bnpetro, do brasileiro Jonny Kurtz, presidente da empresa. “O lixo que é visto apenas como algo passivo ambiental poderá se transformar em um ativo financeiro”, comenta sobre a matéria-prima de sua empresa.

Seu trabalho consiste em retirar o lixo que está nos aterros e levá-lo para usinas, nas quais os resíduos, tanto plásticos quanto orgânicos, serão transformados em biocombustíveis. O produto final pode ser utilizado como diesel, gasolina e também matéria-prima para a indústria química e farmacêutica.

Kurtz vem trabalhando no projeto há aproximadamente 25 anos. O empresário vem de uma família de metalúrgicos e começou a pensar em como manejar o lixo enquanto procurava por formas de extração do alumínio. Atualmente, a empresa é financiada pelo setor privado e possui uma usina piloto, no oeste do estado de Santa Catarina, com capacidade de processamento de 100 quilos por hora. De acordo com Jonny, a unidade já comprova a eficácia do projeto. Seus próximos passos são buscar a implementação em escala industrial, com capacidade para o processamento de 700 toneladas de lixo por dia.

Lixo e aterros no Brasil

O trabalho da Bnpetro não beneficia apenas o meio ambiente, mas também a população. No Brasil, de acordo com um levantamento feito pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe) de 2017, o Brasil tem quase três milhões de lixões ou aterros irregulares que impactam a vida de 77 milhões de brasileiros. Dessa forma, quando são pensadas outras alternativas para o descarte de resíduos sólidos, a saúde da população do Brasil é impactada também. O empresário também pretende com a empresa capacitar os catadores de lixo dos aterros. “A gente quer mudar a vida destas pessoas a partir da parceria de capacitação profissional com a Federação das Indústrias do Estado de Rio de Janeiro, a FIRJAN. Não temos que escravizá-las no lixo”, explica.

Os resultantes das usinas da Bnpetro também são menos prejudiciais ao meio ambiente em comparação aos combustíveis extraídos pela indústria petrolífera, pois não são fósseis. “Não tem enxofre no processo, o combustível fóssil tem. Como nós fazemos essa reação dentro do reator que é de aço inoxidável não ocorre a oxidação com o minério de ferro, logo, não tem o enxofre suspenso dentro, nem em formato de gás nem em formato de derivados do petróleo”, explica o presidente da empresa.

Atualmente o que Kurtz procura é expandir seus negócios para o mundo e mostrar como a iniciativa brasileira pode ser viável e introduzida em diferentes locais. O empresário foi a COP 24 para divulgar seu trabalho e também buscar por financiamento. Também sofre com a regulamentação de seu trabalho e com a concorrência com os setores petroquímicos, uma vez que o que propõe, uma ideia de economia circular para produzir combustível e dar um fim correto ao lixo, vai contra ao que a indústria do petróleo vem fazendo. “É uma mudança de paradigma neste setor na questão ambiental”, conclui.

Por Pedro Garcia e Rafaela Bonilla são correspondentes do CicloVivo na COP 24, Conferência Mundial do Clima que acontece em Katowice, na Polônia.

Ilhas Mauricias geram 14% da sua energia com recurso á biomassa


As Ilhas Maurícias têm muito poucos recursos naturais e tal como muitas ilhas do mundo importa petróleo para gerar eletricidade, mas deram um passo em frente para ficar cada vez menos dependentes deste combustível caro e poluente.

Depois de um grande investimento na criação de sistemas energia solar, eólica e hidroelétrica, está também aproveitando uma cultura abundante na ilha, a cana-de-açúcar, que através da biomassa fornece 14% da energia da ilha.


As ilhas Maurícias, situadas a leste de Madagascar, aproveitam o chamado bagaço, que nada ,mais é que as sobras do processamento da cana de açúcar para a produção de energia.

Este material tem um potencial para o uso como combustível de caldeiras que fazem acionar turbinas que produzem energia, sendo uma fonte renovável e muito econômica.

As inovações energéticas das Maurícias podem pressagiar o futuro de muitas outras áreas do mundo, uma vez que as áreas dependentes de energia fóssil, outrora barata, começam a sentir o custo dos combustíveis fósseis que estão sempre a subir.

O objetivo do governo é aumentar a cota de energia renovável no plano energético para 35% até 2025", disse o vice-primeiro-ministro e ministro da Energia das Maurícias, Ivan Collendavelloo.

Fonte: ScienceAlert

Empresa quer transformar lixo marinho em biocombustíveis


A Enerkem é uma empresa que aposta na utilização de resíduos para fabricar biocombustíveis. Com sede em Montreal, no Canadá, ela acaba de anunciar que agora vai explorar oportunidades para fazer o mesmo com os resíduos de plástico oceânico e lixo marinho.

A companhia discutiu com a The Ocean Legacy Foundation, uma organização canadense sem fins lucrativos que realiza expedições periódicas de limpeza costeira, para explorar formas de recuperar os plásticos dos oceanos para produzir combustíveis aproveitando a tecnologia que já usa em sua operação atual.

“Nossa tecnologia de resíduos para biocombustíveis e produtos químicos já está abordando as questões relacionadas ao lixo urbano, incluindo plásticos. Através dessa colaboração, estamos comprometidos em analisar iniciativas locais concretas para transformar resíduos de plástico oceânico em produtos valiosos”, afirma Marie-Helene Labrie, vice-presidente sênior de assuntos governamentais e comunicações da Enerkem.

O novo investimento vem após o sucesso da primeira instalação de resíduos para biocombustíveis, lançada em Edmonton, capital da província canadense de Alberta. Por lá, diversos resíduos domésticos não recicláveis ​​e não compostáveis, além de plásticos irrecuperáveis, são transformados em ​​metanol, etanol e produtos químicos de baixo carbono.

O compromisso foi assumido durante a Reunião Ministerial do G7 sobre Meio Ambiente, Energia e Oceanos, que acontece no país. Durante o evento, foi ressaltada a importância de engajar e apoiar formas de enfrentar a mudança climática, melhorar a saúde dos oceanos do mundo e transformar a maneira como produzimos, transportamos e usamos energia.

Hidrogênio, energia solar e cocô: veja combustíveis automotivos alternativos e exóticos testados no mundo



As opções de combustíveis automotivos vão muito além de gasolina, etanol e biodiesel. Apesar de ainda não serem tão populares, carros movidos a hidrogênio, energia solar, biodiesel e até cocô já são testados e rodam nas ruas ao redor do mundo. Saiba mais sobre esses combustíveis alternativos:

Hidrogênio

Livres de emissões de gases tóxicos, os veículos movidos a hidrogênio já estão na mira de algumas montadoras. Atualmente, Toyota e Honda produzem os modelos ecológicos Mirai e Clarity Fuel Cell, respectivamente, no Japão. Vale destacar que além de causar menos impactos ao meio ambiente, os carros com motor a hidrogênio são mais econômicos – o da Honda, por exemplo, tem autonomia de aproximadamente 750 quilômetros.

Existem duas formas de usar o elemento químico nos carros. A primeira consiste em usar o hidrogênio comprimido (criogênico), que é liquefeito por meio de temperaturas baixas. “Ele é utilizado de forma semelhante ao gás natural veícular (GNV). Isso significa que é dosado por injetores montados nos coletores de admissão, pórticos ou mesmo no interior dos cilindros (injeção direta)”, explicou Mauricio Trielli, professor do curso de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI), em entrevista ao Garagem 360.

A tecnologia também pode ser colocada em prática usando o hidrogênio como elemento produtor de energia elétrica, por meio das denominadas células de combustível. Entretanto, Trielli ressaltou que é importante lembrar que este é um elemento difícil de ser obtido diretamente da natureza, e sua produção por eletrólise ou fotólise é onerosa e também potencialmente poluente.

Fezes e alimentos em decomposição

Motores movidos a fezes e restos de alimentos em decomposição já existem e podem ser uma boa opção parta um futuro mais sustentável. O sistema, que funciona por meio da geração de gás metano, figura entre os mais ecológicos da atualidade. A empresa inglesa GENeco Sustainable Solutions, especialista na área, garante que todo o combustível passa por um processo de remoção de cheiros antes de chegar ao carro, por isso, não é preciso se preocupar com odores desagradáveis.

Até agora, a empresa da Terra da Rainha já testou o Bio Bus e o Bio Bug. O primeiro é um ônibus (Scania Enviro 300), com espaço para 41 pessoas. O segundo é um Volkswagen New Beetle adaptado para funcionar com a tecnologia ecológica.

Energia solar

Criado na Universidade de Eindhoven, na Holanda, o carro Stella Vie chamou a atenção do mundo por ser movido 100% a energia solar. O modelo, que visualmente parece ter saído do desenho “Os Jetsons”, tem espaço para cinco ocupantes e conta com um sistema que avisa o motorista sobre o trânsito e possíveis mudanças climáticas.

O veículo promete rodar até mil quilômetros com um dia de abastecimento solar na Holanda. Por conta disso, acredita-se que esse tipo de carro seja uma boa opção para países tropicais e com alta incidência de raios solares, como o Brasil. 

Assista o vídeo do projeto do projeto da Stella Vie


Biodiesel

O funcionamento dos carros a base de biodiesel, combustível biodegradável derivado de fontes renováveis como óleos vegetais e gorduras animais, é semelhante ao dos com sistemas alimentados por óleo diesel.

Apesar de diminuir a emissão de dióxido de carbono (CO2) e já ser encontrada em alguns lugares do Brasil, Trielli ressaltou à reportagem algumas dificuldades da tecnologia: “Seria necessário plantar uma área imensa do planeta com oleaginosas ou ter gordura animal disponível em abundância para uma substituição, ainda parcial, do óleo diesel”, afirmou.

Entretanto, o especialista garantiu que este é o melhor combustível para veículos de transporte de cargas leves e meio-pesadas que usam óleo diesel em seus motores de ignição espontânea. O combustível liquido é renovável, de alto número de cetano e tem potencial poluidor menor do que o óleo diesel de origem fóssil.

Fonte: Garagem 360

Paulo Câmara destaca produção de energia limpa no Fórum NE 2017


O governador Paulo Câmara participou, na manhã desta segunda-feira (25), da abertura do Fórum Nordeste 2017, que debate, em sua décima edição, iniciativas na produção de energia limpa e oportunidades no setor de biocombustível.

Na ocasião, o chefe do Executivo estadual destacou que a importância do evento para a construção de estratégias que dialoguem com as demandas de um futuro mais sustentável. “O nosso País precisa de ações e iniciativas que busquem, cada vez mais, o equilíbrio entre as formas de produção, o meio-ambiente e a geração de emprego e renda. Esse é um espaço que nos permite aprofundar esse debate”, frisou, Paulo, que foi agraciado com o Prêmio Fórum Nordeste 2017 pelas suas contribuições ao desenvolvimento do setor.

O Fórum Nordeste 2017 reuniu empresários, representantes da administração pública, e especialistas em energia limpa e biocombustíveis. A décima edição do evento tem o objetivo principal de elaborar, em conjunto com seus debatedores e público, o mapeamento de novos polos industriais na região, avaliar a evolução da produção e comercialização do etanol e novas alternativas em biocombustível.

Entre os temas abordados no evento estão: RenovaBio – Uma Nova Política de Biocombustíveis para o Brasil; Eletrificação e Desenvolvimento: o Papel dos Biocombustíveis; O Setor Sucroenergético e a Implementação do Acordo de Paris; Planejamento Energético Nacional: Perspectivas de Demanda e Oferta de Etanol, Gasolina, Biodiesel e Diesel.

“É com muito debate e com a troca de experiência que podemos alcançar as melhores soluções para o futuro que queremos. O Governo de Pernambuco está sempre aberto para discutir parcerias e mecanismos inovadores. É nosso dever estar atento e estimular debates como esse de hoje”, concluiu o governador Paulo Câmara.

ENERGIA EÓLICA – Em junho deste ano, o Governo de Pernambuco inaugurou um dos maiores complexos eólicos da América Latina. Com investimento de R$ 1,8 bilhão, o complexo Ventos do Araripe III foi instalado na Chapada do Araripe, entre Pernambuco e Piauí, e tem capacidade de gerar 359 MegaWatt, podendo abastecer até 400 mil casas. Ao todo, a instalação do complexo foi responsável pela geração de 1,5 mil postos de trabalho, com prioridade da mão de obra local.

Vantagens e desvantagens da energia a biomassa


A Energia da Biomassa é cada vez mais conhecida, saiba quais as vantagens e desvantagens do uso desta tecnologia.

A Biomassa é a massa total de organismos vivos numa dada área. Esta massa constitui uma importante reserva de energia, pois é constituída essencialmente por hidratos de carbono.

Dentro da biomassa, podemos distinguir algumas fontes de energia com potencial energético considerável tais como: a madeira (e seus resíduos), os resíduos agrícolas, os resíduos municipais sólidos, os resíduos dos animais, os resíduos da produção alimentar, as plantas aquáticas, e as algas.

Apresentamos um resumo das características da produção de energia com fonte a biomassa, assim como as principais vantagens e desvantagens na utilização deste recurso.

Existem três classes de biomassa (A biomassa sólida, líquida e gasosa.)
  • A biomassa sólida tem como fonte os produtos e resíduos da agricultura (incluindo substâncias vegetais e animais), os resíduos das florestas e a fração biodegradável dos resíduos industriais e urbanos.
  • A biomassa líquida existe em uma série de bicombustíveis líquidos com potencial de utilização, todos com origem nas chamadas “culturas energéticas”. São exemplos o biodiesel, obtido a partir de óleos de colza ou girassol; o etanol, produzido com a fermentação de hidratos de carbono (açúcar, amido, celulose); e o metanol, gerado pela síntese do gás natural.
  • A biomassa gasosa é encontrada nos efluentes agropecuários provenientes da agroindústria e do meio urbano. É achada também nos aterros de RSU (resíduos sólidos urbanos). Estes resíduos são resultado da degradação biológica anaeróbia da matéria orgânica, e são constituídos por uma mistura de metano e gás carbônico. Esses materiais são submetidos à combustão para a geração de energia.

Vantagens da utilização da Energia a Biomassa
  • É uma energia renovável;
  • É pouco poluente, não emitindo dióxido de carbono (de acordo com o ciclo natural de carbono neutro);
  • É altamente fiável e a resposta às variações de procura é elevada;
  • A biomassa sólida é extremamente barata, sendo as suas cinzas menos agressivas para o ambiente;
  • Verifica-se uma menor corrosão dos equipamentos (caldeiras, fornos, etc).

Desvantagens da utilização da Energia a Biomassa
  • Desflorestação de florestas, além da destruição de habitats;
  • Possui um menor poder calorífico quando comparado com outros combustíveis;
  • Os biocombustíveis líquidos contribuem para a formação de chuvas ácidas;
  • Dificuldades no transporte e no armazenamento de biomassa sólida.

Química impulsionada pelo sol, por um futuro sustentável.

Um grupo de químicos europeus, incluindo o Prof. Joost Reek, da área prioritária de pesquisa da Universidade de Amsterdã, Chemistry Sustentável publicou recentemente um white paper sobre Solar-Driven Chemistry (pdf download). Eles mostram que é possível, e até mesmo necessário para um futuro sustentável, conduzir reações químicas usando a energia solar.

Em uma visão geral de menos de vinte páginas, os químicos identificam as oportunidades e os desafios desse conceito visionário que, a longo prazo, poderá substituir os combustíveis fósseis como a principal fonte de combustíveis, produtos químicos e materiais.

O white paper resulta de apresentações em um workshop de brainstorming sobre Solar-driven Chemistry em Berlim organizado pela Deutsche Forschungsgemeinschaft (DFG) e pela Associação Européia de Ciências Químicas e Moleculares (EuCheMS). Joost Reek, do Instituto Van 't Hoff de Ciências Moleculares, estava entre os especialistas internacionais que participaram deste workshop.

Professor Reek é um pesquisador líder no campo da química solar, que foi sublinhado no início deste ano pela publicação na Science Advances sobre um catalisador de imitação de enzima bio-inspirado para a produção de hidrogênio. Mais recentemente, ele atuou como editor convidado de uma edição especial da ChemPlusChem em sistemas catalíticos para divisão de água. Ele é o coordenador da Área de Prioridade de Pesquisa da Universidade de Amsterdã e liderou o tema de pesquisa de fotossíntese artificial da iniciativa de pesquisa nacional holandesa BioSolarCells.

De acordo com o professor Reek, o artigo da EuCheMS identifica os avanços científicos tão necessários que são cruciais para tornar a química orientada por energia solar uma realidade futura. "Ele reflete os resultados de nossa pesquisa em Química Sustentável na UvA, onde combinamos os esforços de dezenas de pesquisadores em catálise homogênea e heterogênea, fotônica molecular e química teórica. Realizamos progressos nos níveis fundamental e tecnológico, mas é necessário muito mais esforço para estabelecer uma comunidade química européia realmente significativa em pesquisa e indústria ". Reek espera que o whitepaper permita ao EuCheMS aumentar a conscientização com os formuladores de políticas da UE, o que, esperamos, resultará na alocação de futuros fundos de pesquisa. 

Novas moléculas

Como uma ilustração da relevância da pesquisa neste campo, Reek menciona o recente licenciamento de uma patente de novas moléculas para geração de hidrogênio movida a energia solar para a empresa francesa PorphyChem. Outro exemplo é um novo projeto para o desenvolvimento de uma chamada célula fotoeletroquímica sensibilizada por corantes moleculares (DSPEC) capaz de reduzir o CO2 ao metanol (ou ácido fórmico ou mesmo alcanos). A Organização Holandesa de Pesquisa Científica NWO financiou a pesquisa sob a supervisão de Reek com meio milhão de euros. Está sendo conduzido em cooperação com a empresa química alemã Merck e com os institutos de pesquisa holandeses ECN e FOM-AMOLF.

Os dois últimos formaram uma parceria com a UvA e a Vrije Universiteit Amsterdam, no consórcio Solardam, para colher energia do sol, gerando eletricidade e combustível por meio de combinações de energia fotovoltaica, fotocatálise e fotossíntese. Como o professor Van Reek aponta, esta é uma ilustração do esforço multidisciplinar que é essencial no campo da química movida a energia solar. 

Enormes benefícios

O artigo técnico EuCheMS afirma que a condução de reações químicas pela energia do sol é crucial para garantir o bem-estar das futuras gerações.

A Química movida a energia solar implica um esforço científico e tecnológico inovador a longo prazo, mas permitirá a substituição progressiva de combustíveis fósseis. Terá também um grande impacto na redução das emissões de gases com efeito de estufa, com enormes benefícios ambientais, sociais e econômicos.

De acordo com o documento, a química orientada pela energia solar pode aumentar a competitividade e a sustentabilidade do sistema industrial europeu. Pode criar competitividade orientada para o conhecimento para a produção industrial da Europa, preservando simultaneamente o emprego e o ambiente.

No entanto, requer um apoio forte, concertado e não convencional para a pesquisa básica e aplicada. O whitepaper exige uma abordagem ampla, integrada e sinérgica, abrangendo catálise, eletroquímica, fotoquímica e nanociências, em conjunto com a física de semicondutores, engenharia, biociências e ciências sociais.

Universidade de Amsterdã. Postado: 08 de nov. De 2016.

Enzimas promovem produção mais limpa de biodiesel


A Embrapa Agroenergia constituiu um banco de microrganismos produtores de lipases, enzimas que podem ser utilizadas na produção de biodiesel, tornando o processo mais limpo. Atualmente, as usinas utilizam um catalisador químico – geralmente, metilato de sódio – para acelerar a reação química entre óleo e álcool que dá origem ao biocombustível, além de gerar glicerina. As enzimas justamente substituiriam esse catalisador.

Líder dos trabalhos nessa área, a pesquisadora da Embrapa Agroenergia Thaís Salum explica que a adoção das lipases seria vantajosa principalmente quando o biodiesel fosse produzido com óleos ácidos, como o de dendê. Essa característica da acidez associada à presença do catalisador químico faz com que seja formado sabão durante a produção do biocombustível, dificultando inclusive a separação deste e da glicerina. Isso gera muitos problemas e reduz a rentabilidade do processo.

As indústrias que utilizam óleos não ácidos, como o de soja, também encontrariam benefícios no uso das enzimas. Elas facilitam a separação do biodiesel e geram uma glicerina de melhor qualidade, conta Thaís. Além disso, são biodegradáveis.

A condução das pesquisas na Embrapa Agroenergia prevê ainda outra vantagem: o reaproveitamento das lipases. Por isso, os cientistas estão buscando produzir essas enzimas cultivando os microrganismos em substratos sólidos, como fibras e tortas residuais da extração de óleos. As lipases, assim, ficam “presas” às partículas desses materiais, que podem ser adicionadas aos reatores de produção de biodiesel. Ao final do processo, elas podem ser retiradas por métodos simples como filtração e utilizadas em uma nova batelada de produção.

Com a recuperação das enzimas, consegue-se reduzir o custo do processo, um dos principais empecilhos atualmente para adoção desse insumo. Além disso, evitam-se as várias lavagens pelas quais o biodiesel hoje passa para remover o catalisador químico, o que gera toneladas de efluentes a serem tratados antes do descarte.

O trabalho de pesquisa com lipases na Embrapa Agroenergia já passou por uma extensa etapa de busca e seleção de fungos e bactérias que fossem bons produtores desse tipo de enzimas para produção de biodiesel. Foram avaliados dezenas de microrganismos, isolados dos frutos e do ambiente associado ao cultivo de dendê, das fibras de prensagem desse fruto, além de raízes e folhas de cana-de-açúcar e da torta de pinhão-manso.

Após análises qualitativas e quantitativas, os cientistas chegaram a três cepas de fungos e uma de bactéria com grande potencial. Agora, estão trabalhando na otimização do processo de produção de lipases a partir desses microrganismos. Nessa etapa, eles testam diferentes condições de pH, temperatura, umidade e meio de cultivo, com o objetivo de chegar à combinação de parâmetros que permite obter o máximo rendimento com o menor custo.

Numa etapa seguinte, serão avaliadas também as melhores condições de produção do biodiesel utilizando as enzimas obtidas. “As espécies de microrganismos com as quais estamos trabalhando agora estão mostrando boa atividade enzimática e, por isso, estamos com grandes expectativas de chegar a bons resultados”.

A linha de pesquisa conta com recursos financeiros da própria Embrapa e da Agência Brasileira de Inovação (Finep). Colaboram nas ações pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Embrapa Instrumentação e Universidade de Brasília (UnB).

Fonte: Embrapa | Canal Bioenergia

Carro movido a sol! Pesquisadores descobrem maneira de transformar energia solar em combustível


Converter energia solar em oxigênio foi, durante muitos anos, algo que apenas as plantas conseguiam fazer. Entretanto, hoje o grande desafio da ciência é ajudar a combater — ou melhor, amenizar — os danos causados pela interferência do homem na natureza. Prova disso é a dupla de estudantes que estão desenvolvendo uma bactéria capaz de digerir a poluição plástica dos oceanos.

Deixando um pouco a discussão dos impactos negativos que isso pode causar no ecossistema, tentamos enxergar as iniciativas como tentativas de consertar as besteiras que a humanidade faz diariamente. O novo exemplo vem diretamente de Harvard, onde pesquisadores, liderados pelo professor Daniel Nocera, criaram um sistema que converte energia solar em “combustível” de forma 10 vezes mais eficiente do que uma planta.

Digo combustível porque a água é dividida entre oxigênio e hidrogênio por meio do processo, batizado de Bionic Leaf 2.0, e alguns micróbios criados em laboratório comem o hidrogênio para converter dióxido de carbono em combustível líquido para transporte.

O sistema pode ser definido como um catalisador de produção de hidrogênio. Para o professor, o projeto é muito importante. “Mostra que é possível fazer melhor do que a fotossíntese”.

Abaixo, assista ao vídeo oficial da universidade para divulgar o projeto.


Construa sua própria casa com paletes


Se você é criativo o suficiente, existem infinitos projetos que poderiam ser feitos usando paletes. Mas, você nunca imaginou que poderia construir sua própria casa de paletes. Certo?

Bem, não só é possível, mas é uma solução alternativa muito promissora a falta de habitação em todo o mundo e o melhor, é sustentável. Para construir uma casa palete, você vai precisar de paletes de preferência tratados quimicamente para evitar bactérias, insetos e fungos.

Pisos e paredes

As paredes e pisos podem ser facilmente construídos utilizando paletes, desde que você aplique algum tipo de verniz de poliuretano para proporcionar maior resistência. Tente também construir uma base forte e resistente, capaz de isolar a construção do chão, e suportar o peso da própria casa. Você também pode usar concreto para ajudar a criar pisos resistentes.

As paredes laterais devem ser construídas como módulos, e você pode inserir uma mistura básica de cal e areia nas cavidades dos paletes para garantir que as paredes irão suportar o peso do telhado.

Telhado

Devido ao elevado peso dos paletes, não é recomendado usá-los no telhado da casa. Você pode usar uma folha de metal e a cobertura irá resistir ao mau tempo e umidade. Isto irá fornecer uma maior resistência para a sua casa palete.

Jose Farre da DIY Pallet Furniture, publicou um vídeo detalhado sobre como construir uma casa palete, que definitivamente vale a pena assistir se você está pensando em empreender neste projeto.


A máquina que transforma restos de comida em energia elétrica e fertilizante


Cerca de ⅓ dos alimentos produzidos no mundo vai para o lixo. São restos de comida que poderiam ser transformados em adubo e em energia elétrica, mas acabam apodrecendo nos aterros sanitários.

Uma máquina, chamada Horse, promete ajudar a encontrar uma solução mais útil para os restos de comida. Do tamanho e preço de um carro, a tecnologia pode transformar todo desperdício de alimento em energia elétrica e fertilizante.

Além de totalmente móvel, a engenhoca tem capacidade de consumir até 25 toneladas de matéria orgânica e produzir cerca de 20.440 litros de fertilizante todos os anos. Estima-se que a máquina pode ser compartilhada por 50 pessoas.

A grande ideia é espalhar a iniciativa por restaurantes, supermercados, escolas e pequenas comunidades, começando por Seatle.

Já pensou um (ou vários!) desses na sua cidade?

Nova usina captura gás carbônico e o transforma em combustível


Esta semana marcou a abertura de um projeto “piloto”de abastecimento de combustível na cidade costeira de Squamish, British Columbia. A nova usina não é como qualquer outra forma de geração de combustível verde. Esta usina é responsável pelo pioneirismo, uma indústria completamente nova de refino de combustíveis utilizando o dióxido de carbono capturado do ar.

Ela não foi projetada para ou capaz de reduzir os gases mensuráveis do efeito estufa na atmosfera. Em vez disso, a motivação da criação da usina é a produção de combustíveis para serem aplicados em transportes pesados, como aviões, caminhões e ônibus.

David Keith, o fundador da Carbon Engineering, empresa que construiu a usina piloto afirma que uma vez que a usina está em sua plena eficiência, o sistema será capaz de retirar cerca de uma tonelada de dióxido de carbono por dia. Também professor de Harvard em Física Aplicada, disse não ser novidade para conceitos de fontes de reengenharia do combustível e essas abordagens é crucial para a diminuição do aquecimento global.

Cerca de dois anos atrás, Keith foi um grande defensor público, pedindo mais pesquisas sobre geoengenharia e explorar a ideia de irrigar a baixa estratosfera com ácido sulfúrico para refletir a luz solar e compensar os efeitos de aquecimento.


Keith também explica que o seu sistema de captura de carbono não utiliza qualquer nova tecnologia, mas combina os processos industriais que já são utilizados em indústrias atuais. No entanto, o processo parece um pouco mais complicado do que o fabricação de papel. 

Essencialmente para o projeto, ventiladores puxam o ar para um líquido que reage com o CO² para criar uma solução rica em carbono. A solução concentrada é então purificada através de um processo em que é então transformada num gás CO² e o mesmo líquido é reutilizado no início do processo de extração do ar.

Isso é apenas a primeira parte deste processo, a parte 2 na verdade ainda está em fase de construção, porque requer que a usina instale um eletrolisador para recolher o hidrogênio para criar os combustíveis de hidrocarbonetos necessários para abastecer veículos de transporte.


Tais como painéis solares, o processo precisa ser bem implementado para que a usina seja economicamente valiosa. Mas, apesar de alguns ajustes aqui e ali para garantir a eficiência de desempenho, este é um enorme passo na produção de combustível.

Fonte: Technology Review e Carbon Engineering

PETROBRAS ANUNCIA PRODUÇÃO DE BIODIESEL FEITO DE ÓLEO DE PEIXE


Na contramão dos problemas que a Petrobras atravessa, a empresa continua batendo recordes de extração de petróleo e também foca em outras formas de desenvolver combustível, algo fundamental para o meio ambiente que não suporta tantos gases nocivos à atmosfera, gerados pela queima de combustíveis fósseis. A novidade agora é a produção de biodiesel a partir do óleo de peixe. Em nota divulgada, a estatal informou que a produção do biodiesel de óleo de peixe irá beneficiar, a princípio, 300 piscicultores cearenses ao garantir a compra de 15 toneladas de resíduos de gordura de peixe todos os meses.

Mas antes de continuarmos, você sabe o que é biodiesel? Trata-se de combustível formado por esteres de ácidos graxos, esteres alquila (metila, etila ou propila) de ácidos carboxílicos de cadeia longa. É um combustível renovável e biodegradável, obtido comumente a partir da reação química de lipídios, óleos ou gorduras, de origem animal ou vegetal, com um álcool na presença de um catalisador (reação conhecida como transesterificação). Pode ser obtido também pelos processos de craqueamento e esterificação.

Segundo a Petrobras a produção do biodiesel ocorrerá pela Petrobras Biocombustíveis na Usina de Quixadá, localizada no Ceará. A matéria-prima essencial do combustível será o óleo extraído das vísceras de peixe de nome OGR, sigla para óleos e gorduras residuais de peixe. Em dezembro de 2014 a companhia recebeu 4,5 toneladas do produto para a criação de biodiesel.

Este volume é devido ao contrato firmado com a Cooperativa dos Produtores do Curupati, no município de Jaguaribara no centro-sul do Ceará. Na data de 18 de dezembro último, foi assinado convênio com a Secretaria da Pesca e Agricultura do Ceará para assistência técnica aos piscicultores dos açudes do Castanhão e de Orós.

A intenção do projeto é alcançar 300 piscicultores, metade de todos os profissionais da região, o Castanhão, que tem áreas produtivas nos municípios de Jaguaribara, Jaguaretama e Alto Santo; e o Orós, nos municípios de Orós e Quixelô, ambos na bacia hidrográfica do Rio Jaguaribe até o final do ano.

Além de gerar trabalho e valor de mercado, as ações da Petrobras estão conectadas com o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, necessário para conseguir o Selo Combustível Social do Ministério do Desenvolvimento Agrário. E também uma parceria da estatal com o Ministério da Pesca e Aquicultura, da Secretaria da Pesca e Aquicultura do Estado do Ceará, da Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec), do Núcleo Tecnológico da Universidade do Ceará, do Banco do Nordeste, do Banco do Brasil, do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) e das prefeituras de Jaguaribara e de Orós.

ALGAS: COMBUSTÍVEIS DO FUTURO?

Recordando um antigo programa, vamos citá-lo: Você sabia?...que as algas podem ser um combustível automobilístico dentro em breve? É isso mesmo: embora seja um processo delicado que demanda ainda experimentos científicos, há uma grande possibilidade de que isso ocorra.

Na verdade a alga contém um óleo, que pode ser extraído e servir de combustível.

Extração mecânica do óleo das algas

A extração do óleo pode ser feita por meio mecânico - prensagem- já que a alga é imprensada até que o óleo seja expulso do organismo, como ocorre com uvas ou olivas, para produção de vinho e azeite, respectivamente. Cada cepa de algas tem um tipo de óleo diferenciado, por suas propriedades físicas específicas. Por meio desse tipo de processo, tem sido possível fazer a extração de até 80% do óleo de algas.

A extração ultrassônica é um segundo tipo de processo mecânico para retirada do fluído. É bem mais rápida que a prensagem. Ocorre através da emissão de ondas de ultrassom que criam bolhas em um líquido solvente. Ao romperem-se tais bolhas próximo às algas, as paredes celulares dos organismos se rompem e liberam o óleo, no solvente.

Extração química de óleo das algas

Nada sustentável é usar solventes químicos para extrair o óleo das algas, embora sejam eficazes, são perigosos à manipulação. O benzeno é um deles, bem barato, mas pode causar câncer. Já outros solventes são potencialmente explosivos.

O óleo obtido das algas é conhecido como petróleo verde e ainda está em fase de testes como combustível. Será necessário que passe por uma fase onde outras substâncias são adicionadas ao óleo para causar as reações que resultarão em glicerol e biodiesel. Então, há um processo para retirada do glicerol, para restar o biodiesel que, finalmente, poderá alimentar máquinas e motores.

Fonte: freeimages.com

Privada high tech recicla urina e fezes com energia solar e transforma em biocarvão


Nem adianta fazer essa cara: se reciclamos plástico, papel, metal, vidro… Por que não reciclar o que deixamos na privada, quando vamos ao banheiro? É o que propõe o novo vaso sanitário Sol-Char Toilet, desenvolvido pelo americano Karl Linden na Universidade do Colorado, nos Estados Unidos.

A privada recicla, por meio de energia solar, todo xixi e cocô que eliminamos. Como? O vaso é composto por oito espelhos que direcionam o luz do sol para um pequeno orifício, onde ficam os dejetos. Com tanto calor, a temperatura no local pode chegar a até 300ºC, transformando o xixi e cocô em biocarvão.

E o que dá para fazer com biocarvão? Muita coisa: o material pode ser colocado no solo, por exemplo, para adubá-lo ou até mesmo ser usado para cozinhar. Já pensou fazer um churrasquinho usando seu próprio xixi e cocô para assar a carne?


A ideia é levar a privada para países em desenvolvimento, principalmente para regiões que sofrem com a falta de água e saneamento básico. Mas, para isso, Linden ainda precisa encontrar um jeito de viabilizar, economicamente, a fabricação em massa do seu vaso sanitário reciclador. Já pensou ter um desses, um dia, na sua casa?


Foto: GorillaSushi/Creative Commons