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Usinas de cana têm R$ 500 milhões a receber por eletricidade entregue

O bagaço é a fonte de biomassa da cana mais empregada para gerar eletricidade 
(Foto: Arquivo/JornalCana)

Usinas de cana-de-açúcar têm R$ 500 milhões a receber por eletricidade entregue e não paga.

Esse valor é divulgado pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) a partir de dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).

Qual o motivo desses R$ 500 milhões não serem pagos?

O motivo é que o valor está bloqueado em função de uma série de liminares movidas por geradoras de energia, em sua maioria usinas hidrelétricas.

Por que essas geradoras moveram as liminares?

Elas entraram com as liminares para evitar o pagamento de valores da eletricidade adquirida com base no Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).

O PLD tem custos mais elevados ante os contratados.

E por que elas compraram a valores acima dos contratados?

Compraram porque desde o fim de 2014, devido a escassez de chuvas, os geradores hidrelétricos reduziram sua capacidade de geração.

Para compensar a produção menor, devido a falta de água nos reservatórios, as geradoras recorreram ao mercado de curto prazo com os preços lastreados pelo PLD.

Além dos R$ 500 milhões da eletricidade não paga para as usinas de cana, há mais valor bloqueado?

Sim. Segundo valor divulgado pela Cogen a partir da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a dívida ultrapassa R$ 7 bilhões.

Este impasse está no fim?

O impasse gira em torno do Generation Scaling Factor (GSF).

Ele faz a relação entre o volume de energia efetivamente gerado pelo Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) e a Garantia Física total do mecanismo.

É aí que entra a eletricidade gerada pela biomassa da cana-de-açúcar.

Como assim?

A eletricidade de biomassa acima da garantia física do empreendimento foi entregue, baseada no PLD, mas o valor ficou retido por liminares.

Tem como resolver esse impasse?

Esse impasse pode ser resolvido, segundo a Cogen.

Como assim?

A Cogen propõe a edição de uma Medida Provisória (MP) para resolver o imbróglio.

“Uma alternativa seria o Governo editar uma MP, buscando uma solução para que todo mundo volte a pagar”, afirma o presidente da Cogen, Newton Duarte.

Só agrava

Segundo o presidente da Cogen, o problema só se agrava.

Por que?

A demanda de energia tende a ser cada vez maior com o crescimento da economia e as dívidas estão crescendo, destaca a Cogen.

Além disso é preciso que o Congresso repense o Mecanismo de Realocação de Energia (MRE).

É preciso mitigar os riscos inerentes aos fatores hidrológicos e superando as instabilidades para o futuro.

“O setor de geração a biomassa é bastante impactado porque ele tem uma possibilidade de gerar acima da garantia física com muita rapidez. Pelas regras, tudo que é gerado acima da garantia física obrigatoriamente tem que ser liquidado no mercado de curto prazo. Às vezes, para gerar mais energia, uma usina da região de São José do Rio Preto, por exemplo, faz o esforço de adquirir cavaco de madeira do norte do Paraná. Ele precisa pagar esse fornecedor, mas, ao liquidar no PLD, às vezes recebe 3% a 5% do valor total. É inviável”, completa o gerente em Bioeletricidade da Unica, Zilmar de Souza. 


Garantia física

Uma das propostas da Cogen e da UNICA para solucionar essa conjuntura é a ampliação da garantia física declarada das usinas que cogeram a biomassa.

A garantia física de uma usina é publicada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e representa o montante de bioeletricidade que pode ser comercializado, na forma de contratos nos ambientes livre ou regulado.

“Precisamos encontrar uma forma aceitável de regramento para que a usina possa vender essa produção a mais no mercado livre”, explica Leonardo Caio Filho, Diretor de Tecnologia a Regulação da Cogen.
“Nossa proposta é de uma garantia física declarada, que possa ser medida naquele e prazo e passe a valer. Hoje, não há nenhum sentido econômico para que as usinas gerem além da garantia física”, relata.
“Elas vendem o excedente pelo PLD, não recebem e prefeririam vender em contratos bilaterais, de forma que tudo que elas possam receber por tudo que produzam”, conclui.


Nova regra

Segundo Caio Filho, uma nova regra poderia impulsionar a geração de bioeletricidade em até 10% no período da safra de cana (de abril a novembro), poupando quase dois pontos percentuais dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste.

Em 2018, a a eletricidade gerada a partir da biomassa canavieira contribuiu para uma importante economia de recursos hídricos.

Isso evitou uma redução de 15 pontos percentuais nos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste.

Atualmente, estes reservatórios estão em 44,5% da sua capacidade.

Mas no auge do período seco esse nível costuma baixar para a casa dos 20%.

Cartilha traz informações sobre o mercado livre de energia


Documento foi lançado em 16/04 em Sertãozinho

“A bioeletricidade da cana e o mercado livre de energia elétrica no Brasil” é o nome de recém-lançada cartilha.

Ela foi lançada na terça-feira (16/04) em Sertãozinho (SP).

O que traz a cartilha?

A cartilha traz informações sobre a participação da bioeletricidade no mercado livre de energia elétrica e as principais características daquele mercado.

Quem elaborou o documento?

A elaboração da Cartilha foi uma iniciativa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CEISE BR), da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (COGEN) e da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL).

A Replace Consultoria ficou responsável pela impressão da Cartilha.

30% de toda a energia

Que informações têm a Cartilha?

A Cartilha mostra, por exemplo, que o consumo de energia no mercado livre em 2018 foi de 19.084 MWmed.

Esse montante representa 30% de toda a energia elétrica consumida no País.

Quanto representa esse volume?

Esse volume representa um aumento de 4,2% no consumo em relação aos 12 meses anteriores.

Liderança no ranking

De acordo com a Cartilha, em fevereiro deste ano, a bioeletricidade liderou o ranking do quanto da energia gerada pelas renováveis é vendida no mercado livre (76%).

Em segundo lugar vêm as Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs (65%) e depois as eólicas (45%).

Em fevereiro de 2019, tínhamos 5.819 consumidores no mercado livre de energia elétrica.

A Cartilha foi divulgada oficialmente durante o 1º Seminário “Dia do Mercado Livre de Energia”, ocorrido em Sertãozinho (SP), e organizado pelas Associações responsáveis pela Cartilha. Mais de 100 pessoas participaram do Seminário discutindo temas relevantes para a bioeletricidade e o mercado livre de energia elétrica no Brasil.

BAIXE AGORA SUA CARTILHA:


Cartilha "Bioeletricidade II"

LUCRANDO COM MILHAS



O treinamento Lucrando Com Milhas ensinará a estratégia onde é possível comprar e vender grandes lotes de milhas aéreas de forma simples e rápida, possibilitante aqueles que colocarem todos os passos em funcionamento a ter resultados de maneira consistente rápido e sem precisar buscar clientes, porque ensinaremos onde ele disponibilizará as milhas para que vendam por ele com total segurança.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

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MÓDULO 2 - Você irá aprender a tirar o melhor proveito dos clubes de milhas e também como aumentar sua capacidade de obtenção de milhas com as múltiplas contas.

MÓDULO 3 - Escolher os melhores cartões para utilizar, vantagens ou não dos serviços de aceleração de pontos, como obter o melhor ao transferir as milhas e também gerando milhas gratuitas ao pagar contas.

MÓDULO 4 - O jogo começa a ficar grande porque neste módulo você aprenderá como potenciar seu resultado por 6, podendo negociar até 5.000.000 de milhas de uma só vez.

MÓDULO 5 - Nesta etapa você vai entender como mensurar e organizar seus ganhos mensais através da compra e vendas de milhas e principalmente aprender quanto cobrar pelas suas milhas.

MÓDULO 6 - Saber onde estão e como aproveitar as melhores oportunidades de negócio é fundamental para o seu sucesso e neste módulo você aprende o caminho para isso.

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A oportunidade do mercado livre e o futuro das energias renováveis no Brasil

No Brasil, num cenário de leilões regulados mais escassos e menores desde 2016, o mercado livre está se transformando, de um nicho de mercado para uma grande oportunidade de negócio para a energia renovável.

O futuro da energia renovável está em grande parte no mercado livre, não só no Brasil mas no mundo todo. No Brasil, num cenário de leilões regulados mais escassos e menores desde 2016, o mercado livre está se transformando, de um nicho de mercado para uma grande oportunidade de negócio para a energia renovável.

E o mais interessante, é que esta movimentação tem sido fomentada pela competitividade cada vez maior das fontes renováveis. É uma movimentação de mercado importante que só comprova o que recentes estudos de instituições como a Bloomberg e da Agência Internacional de Energia Renovável têm mostrado: que as renováveis já são as fontes mais competitivas em grande parte do mundo. E vão continuar a ser.

2015 foi o ano em que o mundo começou a instalar mais GWs de energia renovável do que energia fóssil. E esta transição energética que começou em 2015 só irá se intensificar. 50% da eletricidade global em 2050 será solar FV e eólica – esta é a principal mensagem do New Energy Outlook da Bloomberg deste ano: “50 em 50”. Isso significa que quase 10 trilhões de dólares serão investidos em energia renovável no mundo até 2050. Deste valor, 8,4 trilhões de dólares serão investidos especificamente em geração solar fotovoltaica e eólica.

Figura 1: Investimento global em geração de energia elétrica, 2018-2050 (trilhões de dólares)

E no Brasil? De acordo com a Bloomberg, esta transição também acontecerá em nosso país. 44% da matriz elétrica brasileira será representado pelas fontes solar fotovoltaica e eólica, que passarão a ser duas das três principais fontes de energia elétrica do Brasil.

Mas como chegaremos lá? São diversos os motivos para esta transição em direção às energias renováveis, no Brasil e no mundo:
  1. Queda dos preços das tecnologias eólica e solar fotovoltaica: os preços dos módulos fotovoltaicos (que podem representar até 40% do custo dos projetos) já caíram 83% desde 2010, e cairão pelo menos mais 37% até 2025;
  2. Crescimento da participação de “capacidade flexível”, que irá representar quase 20% da capacidade instalada global em 2050, as baterias, que possibilitarão que a energia renovável seja armazenada e utilizada quando necessário;
  3. O crescimento dos veículos elétricos é outro viabilizador importante da expansão da energia solar fotovoltaica: os veículos elétricos representarão 9% da demanda elétrica global em 2050;
  4. A diversificação e barateamento do financiamento dos projetos de energia renovável, uma vez que as instituições financeiras, investidores e o consumidor estão cada vez mais confortáveis com o perfil de risco de projetos renováveis;
  5. Entre outros, como por exemplo, o crescimento do mercado livre e sua abertura, que possibilitará o aumento do volume de energia elétrica negociado nesse ambiente além de expandir o número de consumidores no ACL.

O mercado livre tem sido uma importante vertente do crescimento das renováveis no planeta nos últimos anos. Ele é uma tendência global, e uma grande oportunidade para a energia renovável também no Brasil. De acordo a figura abaixo da Agência Internacional de Energia Renovável, empresas e corporações representam 2/3 do consumo de energia no mundo. As corporações, de olho em oportunidades de redução de custo, inovação, flexibilidade e sustentabilidade de suas operações tem mirado alternativas renováveis fora do mercado regulado. Os países em amarelo são aqueles que têm algum tipo de atividade de mercado livre para energias renováveis.

Figura 2: Países em que corporações compraram energia renovável até o final de 2017
Fonte: IRENA, 2018

Nos Estados Unidos por exemplo, só em 2018 mais de 5 GW de PPAs bilaterais de energia renovável foram assinados no mercado livre, Tratam-se de contratos bilaterais de energia renovável comprada por consumidores como Facebook, Microsoft, Apple, Google, etc. Naquele país, em 2018, mais de 70 empresas compraram energia renovável no mercado livre. Um número importante dessas empresas inclusive já tem metas de 100% de energia renovável- meta vista por essas empresas como “bons negócios” hoje e no futuro. diversas dessas empresas tem inclusive metas de 100% de energia renovável até 2040, portanto estão olhando além dos preços da energia hoje. Outro fator que estas empresas estão olhando é o impacto que um possível preço no carbono poderá ter em seus negócios no futuro.

Figura 3: PPAs bilaterais entre consumidores e geradores de energia renovável nos EUA
Fonte: RMI, 2018

Especificamente no Brasil, alguns números importantes sobre o mercado livre: ele representa 31% de toda energia consumida no país, com 19 mil MW médios. O mercado livre cresceu 11% ao ano nos últimos 4 anos, enquanto o mercado cativo caiu 3.3% ao ano no mesmo período. Este crescimento foi puxado pelos consumidores especiais, que cresceram 61% só em 2017. Além disso, apenas 60% das empresas elegíveis para migrarem para o ACL já o fizeram. 55% da geração de energia renovável gerada já é vendida no mercado livre. E finalmente 38% do consumo do mercado livre vem de eólicas, biomassa e PCHs. Portanto, o ambiente de contratação livre apresenta uma oportunidade enorme para a expansão das renováveis. Além disso, as mudanças regulatórias no modelo do setor elétrico brasileiro devem favorecer uma abertura ainda maior para este mercado.

No Brasil, a atividade do setor eólico e solar fotovoltaico no mercado livre tem se concentrado em 2 frentes. Na primeira frente estão os modelos chamados híbridos onde cada vez uma parte maior da energia de projetos contratados em leilões do mercado regulado é vendida no mercado livre. O objetivo é maximizar o retorno desses projetos, que tem alcançado preços cada vez mais baixos nos leilões. A segunda frente reúne os projetos desenvolvidos exclusivamente para o mercado livre. Em ambos os casos, os preços praticados no mercado livre têm se mostrado mais atraentes para o gerador do que os preços praticados no mercado regulado. Porém, é importante precificar o risco de um PPA no mercado livre vs PPA no mercado regulado.

Existem mais de 2 GW de projetos eólicos e outros 2 GW de projetos solares fotovoltaicos com PPAs no mercado livre no Brasil. Especificamente para a fonte solar fotovoltaica a tendência é recente: todos os PPAs foram contratados em 2018, devem já estar operacionais até 2022, e foram PPAs assinados nos 2 leilões da CEMIG, além de outros PPAs assinados entre geradores e comercializadoras. O crescimento do mercado livre é prova da crescente maturidade e competitividade das energias renováveis no Brasil, e seguirá sendo forte tendência.

Em relação à energia eólica, há 1 ano a CELA Clean Energy Latin America conduziu uma pesquisa com as principais empresas geradoras de energia eólica, comercializadoras de energia e alguns potenciais off-takers que possuíam projetos eólicos com PPAs no ACL. O objetivo era fornecer um panorama do segmento no país, com foco nos modelos de negócio utilizados. Foram analisados 50 projetos eólicos com PPAs assinados e em vias de assinatura. A energia contratada era de 723 MWm, aproximadamente 1,5 GW de capacidade instalada. Alguns dados interessantes que obtivemos com esta pesquisa foram:

– O volume médio de energia contratada no ACL era de 27 MWm por contrato, sendo que o maior contrato era de 97 MWm e o menor de 9 MWm;

– 68% possuíam perfil de entrega mensal de energia flat, e 32% perfil de entrega mensal de energia de acordo com a carga do off-taker;

– O prazo médio dos contratos era de 6,6 anos, o contrato com maior prazo era de 20 anos e o de menor prazo com 1,5 anos;

– 58% dos contratos foram assinados com comercializadoras, e 42% diretamente com o cliente final / indústria;

– Nenhum dos PPAs levantados pelo estudo foram estruturados em moeda estrangeira;

– 71% dos projetos foram financiados pelo BNDES, 14% pelo BNB e 15% por bancos multilaterais.

Apesar do crescimento da representatividade do ACL para as energias renováveis, existem diversos desafios e dúvidas importantes que os projetos, empreendedores e financiadores têm enfrentado para viabilizar esses projetos FV no mercado livre. Primeiro, qual será o papel e estratégias dos financiadores dos projetos de energia renovável no ACL? Qual será o papel dos bancos públicos, tendo em vista sua recente menor atuação no financiamento de projetos de infraestrutura no Brasil? Qual será o papel das debêntures, que atingiram recorde em 2018, no contexto de juros mais baixos? E qual a precificação e custo dessas debêntures para projetos no mercado livre? E os multilaterais (BID, IFC) e ECAs (Export Credit Agencies), finalmente aumentarão seu papel no financiamento de projetos no Brasil?

Segundo, qual será a financiabilidade dos projetos no ACL, a grande questão hoje? qual será a viabilidade de financiar off-takers no mercado livre? E o prazo do PPA necessário para que estes projetos sejam financiados? PPAs e garantias rolantes serão mesmo uma realidade viável? Serão aceitáveis para o financiamento desses projetos receitas pós PPA sênior? E a falta de previsibilidade dos preços do PLD, qual será seu impacto na financiabilidade dos projetos? E as garantias? Hoje são necessárias garantias corporativas robustas para o financiamento dos projetos no ACL. Existem soluções viáveis para este gargalo? Os bancos inclusive solicitam garantias de comercializadoras para o suprimento da energia para o contrato. PPAs em dólar serão viáveis e ajudarão a financiabilidade dos projetos?

Finalmente, e mais importante e estratégico, como lidar com as potenciais mudanças regulatórias, e incerteza do desconto da TUSD, além da separação de energia e lastro? O mercado livre é uma janela de oportunidade ou oportunidade de longo prazo para projetos de energia renovável? O Brasil quer incentivar as fontes renováveis e limpas, em linha com as mudanças climáticas e o Acordo de Paris?

De qualquer forma, cada vez mais notícias de projetos de fontes renováveis no ACL são anunciadas, aumentando as oportunidades de crescimento e aquisição de energia renovável. Tais tendências são especialmente fruto da competitividade dessas fontes, dos descontos da TUSD às fontes incentivadas, e também do trabalho dos investidores, que apesar das adversidades e incertezas do curto prazo, acreditam e apostam no futuro renovável do país.

Fonte: CanalEnergia - Camila Ramos

Eólicas veem novas oportunidades no mercado livre


Ainda muito atrelada aos contratos no mercado regulado, as geradoras eólicas enxergam na estruturação de novos modelos de financiamento a oportunidade para avançar no mercado livre de energia. O principal fator para o relativo otimismo vem do BNDES, que quer ser um indutor de novos projetos no setor.

“Há 18 anos eu acompanho o mercado e nunca vi uma oportunidade tão boa dos dois lados, tanto da demanda como da oferta”, afirma Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). “A gente tinha dificuldade com os financiamentos, que requerem contratos mais longos, e os contratos do mercado livre tem uma média de dois a seis anos.”

A executiva explica que a demanda por energia eólica avançou por conta da queda nos preços de geração da matriz. Já a oferta fica mais plausível com o banco de fomento disposto a aceitar contratos de curto prazo, mesmo para financiamento com amortização mais longa.

Para tornar os financiamentos viáveis, mesmo sem longos contratos, o BNDES utilizou para os cálculos de geração de caixa um Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) de suporte de R$ 90 o megawatt-hora (MWh). O valor é considerável mais próximo ao praticado pelo setor no mercado regulado, tornando a estruturação dos projetos para o mercado livre mais próxima do cenário atual. O PLD mínimo considerado pelo banco é de R$ 40 MWh.

O PLD adotado pelo BNDES também é considerado factível para o cálculo do Índice de Cobertura do Serviço da Dívida (ICSD), indicador de alavancagem adotado pelo banco, de 1,2 vez, levando em conta um sistema de amortização constante.

Além da mudança na métrica, o banco também estuda abrir oportunidade para as “garantias rolantes”, ou seja, os contratos de curto prazo podem ser substituídos por novos contratos quando os anteriores estiverem perto de seu encerramento.

“O BNDES tem histórico no mercado livre para o setor eólico, porém com contratação de 10 a 12 anos. Nossa intenção agora é ampliar a heterogeneidade de maturidade de contratos. Vamos nos aproximar do que é a maior dinâmica de contratação no mercado livre”, explicou Alexandre Siciliano, gerente de estudos da área de energia do BNDES, durante evento promovido pela Abeeólica.

A janela surge em um momento oportuno para o desenvolvimento no mercado livre, uma vez que as contratações reguladas estão em baixa. Depois de dois anos sem leilões, os certames mais recentes tiveram contratação pequena.

A Abeeólica calcula que a capacidade voltada para o mercado livre deve dobrar até 2023, para 2 gigawatts (GW). Para a geração eólica como um todo, o crescimento deve ser dos atuais 13 GW para 18 GW.

A iniciativa do BNDES também deve se estender para outros bancos de desenvolvimento, como o Banco do Nordeste, que inicia estudos para apresentar um modelo de financiamento que também inclua a negociação no mercado livre. “Temos sido bastante procurados para o mercado livre, tanto para projetos puros como mistos”, disse Humberto Leite, gerente de promoção do banco regional.

As empresas, no entanto, veem a melhoria ainda em estado inicial, exatamente por conta da dificuldade de acesso a financiamento.

“O estágio ainda é de caminhada do ponto de vista do mercado livre. Os gargalos ainda estão muito em cima da financiabilidade”, afirmou Luciano Freire, diretor de engenharia da Queiroz Galvão. A companhia possui 200 MW contratados diretamente para o mercado livre em um contrato de longo prazo, algo pouco comum para o segmento.

A expectativa é de que os primeiros projetos sob financiamento nos novos moldes saiam ainda neste ano. “Possivelmente tenhamos alguns contratos do BNDES em dezembro para apresentar”, projeta Elbia.

Ministro confirma participação no 9º Encontro Anual do Mercado Livre

Convidado pela Abraceel, o Ministro Fernando Coelho Filho confirmou sua participação no 9º Encontro Anual do Mercado Livre, onde fará a palestra de abertura, na tarde do dia 23.11 e poderá dialogar com os participantes no coquetel que se seguirá à inauguração dos trabalhos.
Foto: blogdojp

No convite, a Abraceel solicitou que o Ministro falasse sobre os desdobramentos das medidas propostas pelo MME na CP-33/17 e o panorama do setor para o próximo ano. Ainda na preparação para o 9º Encontro, Reginaldo Medeiros e Frederico Rodrigues reuniram-se com o Diretor-Geral da Aneel, Romeu Rufino, e os Superintendentes de Regulação da Geração, Christiano Vieira, de Regulação Econômica e Estudos do Mercado, Júlio César Ferraz, para convidá-los a participar do evento.

Na oportunidade, foi apresentada a percepção da associação, bastante discutida na reunião de Planejamento Estratégico, de que a agência reguladora prioriza suas ações para equacionar problemas do mercado regulado e que o encontro anual seria uma oportunidade singular do regulador conhecer a visão dos agentes de mercado sobre os desafios da regulação no mercado livre brasileiro. Desta forma, Rufino foi convidado a abrir os trabalhos no dia 24.11 abordando a agenda regulatória da Aneel para o mercado, tendo a Abraceel lembrado que as medidas propostas pelo MME, assim que enviadas ao Congresso Nacional, exigirão uma participação intensa da Agência na regulamentação dos comandos que vierem a constar dos atos do legislativo.

Na oportunidade, a Abraceel destacou que o convite era extensivo aos demais Diretores da Agência, e ressaltou que uma ampla participação do Regulador nas discussões seria extremamente proveitosa para todos, principalmente no sentido de conciliar os anseios dos agentes do mercado com as necessárias mudanças que certamente virão. Rufino disse que se tivesse qualquer compromisso intransponível na agenda, conversaria com os demais diretores para que ao menos um deles participe do encontro.

Fonte: ABRACEEL

Federal Energia lança índice de atratividade do Mercado Livre

Rio de Janeiro lidera o ranking entre os mercados mais atrativos para fontes incentivadas.

O Grupo Federal, empresa de geração, comercialização e gestão de energia elétrica, acaba de lançar o Índice de Atratividade do Mercado Livre para Fontes Limpas de Energia. O levantamento dos primeiros seis meses do ano revela uma nota média de 0,853 no período. 

A nota, tal qual o modelo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pela Organizações das Nações Unidas (ONU), é calculada em um intervalo de “0,000” (para a menor atratividade) e “1,000” para a maior atratividade. O índice foi calculado com base no preço médio comercializado no mercado livre entre as fontes incentivadas 50 (energia proveniente de Pequenas Centrais Hidrelétricas e usinas eólicas, solares e de biomassa) comparadas com as tarifas de distribuidoras que representam 98% do mercado cativo brasileiro. 

Por meio do índice, verifica-se que os meses de fevereiro e março registraram os picos de atratividade para as matrizes limpas de energia.  

O levantamento incluiu também um ranking para medir o Índice de Atratividade do Mercado Livre para Fontes Limpas de Energia em cada estado da Federação. Com a nota máxima, o Rio de Janeiro lidera o primeiro levantamento do Grupo Federal. Entre os Top 10, além dos consumidores fluminenses, estão por ordem: Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Pará, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Os únicos estados fora da lista são Rondônia e Roraima. 

“Podemos perceber como as tarifas do mercado cativo de energia variam bastante entre as distribuidoras. Porém, em todos os casos, em grau maior ou menor, há vantagens dos consumidores migrarem para o ambiente de comercialização livre”, afirma Erick Azevedo, sócio-diretor da Federal Energia.

Fonte: CanalEnergia