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RN é líder nacional em produção de energia eólica, aponta CCEE

Dados constam no relatório InfoMercado Dados Gerais, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. RN conta com 156 usinas eólicas atualmente.

Aerogeradores de energia eólica em São Miguel do Gostoso (RN). — Foto: Felipe Gibson/G1

O Rio Grande do Norte tem a maior capacidade instalada de usinas eólicas em operação comercial do Brasil. Os dados foram analisados em abril e constam no InfoMercado Dados Gerais, que foi publicado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Ao todo, o RN tem capacidade de gerar 4.358,38 MW de energia.
Capacidade das usinas elétricas de cada esta — Foto: CCEE

"Esse marco é uma conquista e também representa a reafirmação do Rio Grande do Norte e da sua vocação para geração de energia eólica. O Estado tem aumentado sua capacidade instalada de maneira quase ininterrupta, sendo acompanhado por investimentos importantes nesse período", falou Darlan Santos, diretor presidente do Centro de estratégias em Recursos Naturais e Energia do RN (Cerne).

De acordo com o Cerne, o estado atualmente tem 156 usinas em operação, 16 em construção e outros 51 projetos contratados, em que as obras ainda não foram iniciadas.

"Nossa posição geográfica favorece muito a qualidade dos ventos que sopram na nossa costa. Eles têm a característica de serem estabilizados, não são rajadas. Com isso, muitos projetos eólicos começaram a fazer medição de vento há muito tempo, e em 2009, quando o governo fez o primeiro leilão de energia eólica, nós já tínhamos muitos projetos."

Atrás do RN, os estados que mais concentram capacidade de geração de energia pela força dos ventos são Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul e Piauí. Segundo o CCEE, os dados ressaltam a predominância do Nordeste e do Sul neste tipo de fonte.

O relatório aponta que no mês de abril as eólicas tiveram uma geração média de energia de 4.220 MW - o número é o que 17% maior que o de abril de 2019. O consumo de energia registrado no Sistema Interligado Nacional (SIN), por sua vez, caiu 11,9%: de 65.186 MW médios para 57.442 MW médios em abril deste ano em comparação ao mesmo mês de 2019.

De acordo com o CCEE, o mercado regulado apresentou queda de 11,3%, chegando a 40.473 MW médios, enquanto o mercado livre viu a demanda recuar 13,2%, indo para 16.970 MW médios. Segundo a câmara, esse comportamento é explicado pela migração de consumidores e pelas medidas restritivas em função do coronavírus.

Queda na demanda é o maior problema para energia eólica


Entrevista | Elbia Gannoum – Presidente da ABEEólica

Canal – Como a pandemia do novo coronavírus está afetando o setor?

Elbia Gannoum – No caso do setor eólico, o grande desafio tende a ser a queda de demanda que deve afetar os próximos leilões com contratações menores. Este não é, no entanto, um ponto em que podemos atuar diretamente ou tomar alguma providência, pois tem a ver com uma desaceleração econômica por motivos muito maiores. Entendemos que a expansão da matriz elétrica brasileira se dará por meio de renováveis, com destaque para energia eólica, então certamente haverá novas contratações de eólica nos próximos leilões, mas elas devem ser menores do que as que prevíamos no início do ano.

Canal – Já existe uma estimativa de quanto será essa queda?

Elbia Gannoum –Ainda não sabemos estimar o quanto as contratações podem cair, porque a própria crise do COVID-19 traz suas dúvidas, num cenário que se modifica com frequência. Achamos cedo para falar em números, estimar exatamente de quanto será a queda de demanda. No que se refere a equipamentos, é bom lembrar que cerca de 80% de um aerogerador é fabricado no Brasil, então nossa dependência de produtos importados é baixa e não temos registro de problemas neste ponto.

Canal – Qual a previsão para o futuro?

Elbia Gannoum – Com uma demanda baixa nos próximos leilões podemos, inclusive, ter chão de fábrica ocioso, porque os pedidos tendem a ser menores. No caso dos parques eólicos, é bom registrar que todos continuam operando, seguindo todas as normas de segurança, já que a geração de energia é da categoria de serviços essenciais.

Energia eólica se consolida na matriz energética



Entrevista | Elbia Gannoum – ABEEólica

Elbia Gannoum, é presidente executiva da ABEEólica desde 2011. É Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestre em Economia pela Universidade Federal de Santa Catarina, e bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Canal: Como a ABEEÓLICA avalia 2019?

Elbia Gannoum: Apesar de a economia brasileira não ter ainda dado sinais de que crescer como esperávamos, tivemos uma contratação boa de energia eólica no mercado regulado em 2019. Somando os leilões A-4 e A-6, foram contratados 1,13 GW de nova capacidade instalada. Assim como em 2018, repetiu-se o movimento de vender mais no mercado livre. Estimamos ter vendido mais de 2 GW no mercado livre em 2019, mas ainda não temos os números fechados.

O ano 2019 foi muito importante para a energia eólica: foi o período em que a fonte passou a ser a segunda da matriz elétrica brasileira, ocupando quase 10%. Foi também o momento que ultrapassamos a marca de 15GW de capacidade instalada.

Os números de 2019 ainda não estão fechados, mas estamos iniciando o 2020 com 15,4 GW instalados, em mais de 615 parques e mais de 7.500 aerogeradores. São números importantes e devem ser comemorados.

Canal: E para 2020, qual a expectativa de crescimento?

Elbia: Para 2020, embora não tenhamos um número do que esperamos contratar, esperamos que o movimento de contratar mais no mercado livre do que no mercado regulado tende a se repetir.

Canal: A energia eólica já evitou a emissão de quanto CO2 na atmosfera?

Elbia: Os dados de 2019 ainda não estão fechados. Em 2018, foram evitadas emissões de 20,58 milhões de toneladas de CO2.

Canal: O Brasil se consolidou na 8ª oposição do ranking mundial . A que se deve esse crescimento?

Elbia: Acreditamos que isso se deve a uma trajetória virtuosa de crescimento sustentável no Brasil, compatível com o desenvolvimento de uma indústria que foi criada praticamente do zero no País, o que foi o grande desafio deste período. Há dez anos, tínhamos pouco mais de 0,6 GW instalados e chegamos no segundo semestre de 2019 com 15,1 GW de capacidade instalada em mais 600 parques e com 7.500 aerogeradores em operação. De 2010 a 2018, o investimento no setor foi de US$ 31,2 bilhões, segundo dados da Bloomberg New Energy Finance.

Canal: A energia eólica pode cobrir quantos por cento das necessidades brasileiras de energia?

Elbia: No caso do Brasil, podemos dizer que o potencial eólico atual é mais de três vezes a necessidade de energia do país. Hoje somando todas as fontes de energia – nuclear, hídrica, térmica, eólica e outras -, a capacidade instalada do Brasil é da ordem de mais de 160 GW. De potencial eólico, temos estimados mais de 500 GW. Isso não significa, no entanto, e é bom que se explique isso de forma clara, que o Brasil poderia ser inteiramente abastecido por energia eólica. Há que se considerar algo muito importante: a matriz de geração de eletricidade de um País deve ser diversificada entre as demais fontes de geração e a expansão da matriz tende a se dar por meio de fontes renováveis, dentre as quais está a eólica. 

Considerando que o Brasil ainda tem um baixo consumo de eletricidade per capita e o crescimento estimado para o País, a energia eólica ainda possui muitas décadas de desenvolvimento e ótimas perspectivas de crescimento. Sempre que falamos de contratações e do futuro da fonte eólica no Brasil, é importante reiterar esse conceito muito importante: nossa matriz elétrica tem a admirável qualidade de ser diversificada e assim deve continuar. Cada fonte tem seus méritos e precisamos de todas, especialmente se considerarmos que a expansão da matriz deve se dar majoritariamente por fontes renováveis. Do lado da energia eólica, o que podemos dizer é que a escolha de sua contratação faz sentido do ponto de vista técnico, social, ambiental e econômico, já que tem sido a mais competitiva nos últimos leilões. Não temos como saber quanto será contratado nos próximos leilões do mercado regulado, mas o futuro certamente é promissor para a fonte eólica.

Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia

Brasil ultrapassa marca dos 14 GW de energia eólica instalada

Brasil é um dos países que mais crescem em produção de energia eólica

Quem gosta de acompanhar as notícias e artigos sobre energia renovável aqui no Oficina pode comemorar: O Brasil acaba de ultrapassar a marca de 14 GigaWatts de capacidade instalada de energia eólica no país.

Já são 14,34 GW de capacidade (bem mais energia do que o foguete Falcon 9 da SpaceX produzia durante um lançamento ou do que o ônibus espacial da NASA) produzidos por mais de 7.000 aerogeradores, distribuídos em 568 parques eólicos em 12 estados brasileiros. Em uma comparação mais convencional, a capacidade eólica do Brasil, agora, é a mesma instalada em Itaipu, a maior usina hidrelétrica em produção anual de energia do mundo.

O mais legal de tudo é que a energia eólica como fonte apresenta um crescimento consistente nos últimos anos, passando de menos de 1 GW em 2011 para os mais de 14 GW atuais. A energia gerada por meios eólicos equivale atualmente ao consumo residencial médio de cerca de 26 milhões de habitações (80 milhões de pessoas), em média.

Disposição dos parques pelos estados

“Gosto sempre de lembrar que o Brasil passou do 15º lugar no Ranking de Capacidade Instalada de energia eólica em 2012 para a 8ª posição no ano passado, segundo o Global Wind Energy Council. Também é importante mencionar que, no ano passado, a Bloomberg New Energy Finance estimou o investimento do setor eólico no Brasil em US$ 3,57 bilhões (R$ 11,4 bilhões), representando 58% dos investimentos realizados em renováveis no País (eólica, solar, biomassa, biocombustíveis e resíduos, PCH e outros). Considerando o período de 2010 a 2017, o investimento já passa dos US$ 30 bilhões”, explica Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica, órgão que congrega mais de 100 empresas de toda a cadeia produtiva do setor eólico.

A energia eólica já está chegando a atender quase 14% do SIN – Sistema Interligado Nacional. O dado está no último Boletim Mensal de Dados do ONS, referente ao mês de setembro e que mostra que, no dia 19 de setembro, uma quarta-feira, a energia eólica chegou ao percentual de 13,98% de atendimento; um recorde do SIN.

Nos primeiros oito meses do ano, a fonte eólica contava com um aumento de 19% ao que fora gerado no mesmo período do ano passado, de acordo com dados consolidados do boletim InfoMercado mensal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Além disso, a mesma CCEE informou que no mês de agosto passado, as usinas eólicas registraram a maior produção de energia deste tipo da história ao alcançar 7.017 MW.

Até 2024, serão instalados mais 4,46 GW em 186 novos parques eólicos, levando o setor à marca de 18,80 GW, considerando apenas leilões já realizados e contratos firmados. Com novos leilões que estão por vir, os números prometem ser ainda maiores.

“Todos estes números positivos mostram não apenas um setor consolidado, mas também que a energia eólica tem um futuro promissor no Brasil. A energia produzida pelos ventos é renovável, não polui, possui baixíssimo impacto ambiental, contribui para que o Brasil cumpra o Acordo do Clima, não emite CO2 em sua operação, tem um dos melhores custos benefícios na tarifa de energia, permite que os proprietários de terras onde estão os aerogeradores tenham outras atividades na mesma terra, gera renda por meio do pagamento de arrendamentos, promove a fixação do homem no campo com desenvolvimento sustentável, gera empregos que vão desde a fábrica até as regiões mais remotas onde estão os parques e incentivam o turismo ao promover desenvolvimento regional”, resume a presidente da ABEEólica.

Fonte: Oficina da Net

Produção de energia eólica no país atinge marca de 14 gigawatts

Brasil tem 568 parques eólicos e mais de 7.000 aerogeradores em 12 estado – Soninha Vill/GIZ

A produção de energia eólica no Brasil atingiu a marca de 14 gigawatts (GW) de capacidade instalada. Os dados referentes à medição de setembro foram divulgados hoje (5) pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e mostram que o total da produção dessa matriz energética é equivalente a mesma capacidade instalada da usina hidrelétrica de Itaipu.

No total, são 14,34 GW de capacidade instalada em 568 parques eólicos e mais de 7.000 aerogeradores em 12 estados. Os estados da Região Nordeste agregam a maior parte da produção. O Rio Grande do Norte aparece em primeiro lugar com 146 parques e 3.949,3 megawatts (MW) de potência. Em seguida vem a Bahia, com 133 parques e potência de 3.525 MW; o Ceará vem em terceiro lugar, com 2.049,9 MW de potência e 80 parques instalados.

“A fonte eólica tem mostrado um crescimento consistente, passando de menos de 1 GW em 2011 para os 14 GW de agora, completamente conectados à rede de transmissão. Em média, a energia gerada por estas eólicas equivale atualmente ao consumo residencial médio de cerca de 26 milhões de habitações [80 milhões de pessoas]”, informou a associação.

De acordo com a Abeeólica, a energia produzida com ventos está chegando a atender quase 14% do Sistema Interligado Nacional (SIN). No caso específico do Nordeste, os recordes de atendimentos a carga ultrapassam 70% da energia produzida na região.

“O dado mais recente de recorde da região é do dia 13 de setembro, uma quinta-feira, quando 74,12% da demanda foi atendida pela energia eólica, com geração média diária de 7.839,65 MWmed [megawatts médio] e fator de capacidade de 76,58%. Nesta data, houve uma máxima às 8h, com 82,34% de atendimento da demanda e 85,98% de fator de capacidade. Vale mencionar também que, nesse mesmo dia, o Nordeste foi exportador de energia durante todo dia, uma realidade totalmente oposta ao histórico do submercado que é por natureza importador de energia”, disse a Abeeólica.

Fonte: Agência Brasil

Com 27 projetos contratados, RN lidera leilão nacional de energia eólica.

Estado deverá ampliar em 743 MW capacidade instalada de produção da energia dos ventos, até 2024.

O estado do Rio Grande do Norte liderou a contratação de projetos para produção de energia eólica, no leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta sexta-feira (1º). Do total de 48 novos projetos, que deverão começar a operar em 2024, 27 ficaram no estado. Eles totalizam mais 743 MW de capacidade instalada.

Outros 21 projetos ficaram na Bahia, que receberá mais 508,4 MW de capacidade instalada. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), a produção por meio dos ventos representou 50,3% de toda a venda de energia do leilão. Ao todo, foram viabilizados 1,25 GW de capacidade eólica.

"Os projetos vendidos hoje em leilão significam novos investimentos de mais R$ 5,83 bilhões em contratos de 20 anos", informou a Abeeólica.

A associação ressaltou que há uma tendência de queda dos preços de energia eólica mundialmente, principalmente por causa do avanço da tecnologia, porém a tendência é contrária no Brasil por causa de "riscos" no novo tipo de contratação feita pelo governo.

"No caso específico do Brasil, vale ponderar que o novo contrato por quantidade traz riscos que tendem a elevar os preços, mas este não foi um fator preponderante neste leilão, porque ainda temos um represamento de projetos muito grande devido aos dois anos que o setor ficou sem leilão (de novembro de 2015 a dezembro de 2017)", informou a associação.

Geração eólica bateu novo recorde horário no domingo, diz Abeeólica

Segundo a entidade, no período de 8h às 10h do último domingo, a geração eólica atendeu a praticamente 100% da demanda do Nordeste.(FOTO: DREAMSTIME)

A geração eólica bateu um novo recorde horário no domingo (19/08) alcançando a máxima diária de 8.247 MW às 9h28, permitindo que a fonte atendesse 98% da demanda do Nordeste, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), compilados pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).

Segundo a entidade, no período de 8h às 10h, a geração eólica atendeu a praticamente 100% da demanda do Nordeste. “Mesmo se considerarmos que aos domingos a demanda por energia é mais baixa, esses porcentuais de atendimento de domingo são muito significativos. Em dias úteis, com demanda mais elevada, já tivemos recordes de geração com atendimento de carga de mais de 70% do Nordeste na média diária. 

O cenário, portanto, mostra que estamos acumulando recordes de forma consistente, tanto aos finais de semana como nos dias de semana, tanto em médias diárias como em horários específicos. Todos estes recordes, juntos, demonstram a força da energia eólica no Brasil”, declarou a presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum.

Atualmente, a fonte eólica responde por cerca de 8% da matriz elétrica brasileira, atrás dos 64% das hidrelétricas e dos 9% da biomassa. Mas, tendo em vista os complexos eólicos já contratados e atualmente em construção, a perspectiva é que essa fonte assuma a segunda colocação a partir do ano que vem.

Fonte: Época

Energia eólica deve ser 2ª principal fonte elétrica do Brasil em 2019

Previsão da ABEEólica avalia que o setor deve chegar a 2022 com uma capacidade instalada de 17,6 gigawatts no país.Hoje, energia eólica atende 8% da capacidade nacional - Pixabay

A geração de energia eólica no Brasil cresceu em julho deste ano 24% ante igual período do ano passado, à medida que novos parques entram em operação em um setor que deve ser a segunda principal fonte da matriz elétrica já em 2019, disse nesta terça-feira (7) a presidente-executiva da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica).

Segundo Elbia Gannoum, o setor de energia eólica está em trajetória crescente, com perspectiva de chegar em 2022 com uma capacidade instalada de 17,6 gigawatts no país, contra atuais 13,4 GW.

Durante a abertura da Brazil Windpower 2018, uma conferência do setor, a dirigente destacou que em 23 de julho deste ano a energia eólica teve papel essencial no abastecimento do Nordeste brasileiro e respondeu por 72% de toda carga.

“A energia eólica deve ser a segunda fonte da matriz já no próximo ano. Acreditamos que o setor tem uma responsabilidade muito importante na discussão sobre o futuro cheio de tecnologia e desafios”, disse ela.

As hidrelétricas são a principal fonte de geração hoje no Brasil, com cerca de 60% da capacidade instalada. Em seguida aparecem as térmicas a combustíveis fósseis, com quase 16%, seguidas pelas eólicas, com quase 8%.

A projeção da ABEEólica considerada os contratos firmados em leilões e no mercado livre. O Brasil conta atualmente com 534 parques eólicos, sendo a maioria no Nordeste: 137 no Rio Grande do Norte; 111 na Bahia e 80 no Estado do Ceará.

Fonte: R7

Além de sustentáveis, energia eólica e pequenas centrais hidrelétricas são ótimos investimentos

No cenário internacional, o Brasil é destaque no segmento e pioneiro nas instalações de empreendimentos eólicos na América Latina.


O ar em movimento que leva o barco a vela e embala com poesia a canção de Arnaldo Antunes (“Do Vento”, álbum Paradeiro – 2001) é hoje um negócio de US$ 28 bilhões no país. Segundo a ABEEOLICA (Associação Brasileira de Energia Eólica), cerca de 35% dos US$ 80 bilhões investidos em energias renováveis no Brasil de 2006 até 2015 foram direcionados para o segmento eólico. Isso com um investimento acumulado de 1998 a 2015.

No cenário internacional, o país é destaque no segmento e pioneiro nas instalações de empreendimentos eólicos na América Latina. No continente, foi o primeiro a pôr em prática políticas de incentivo a essa tecnologia. O mercado eólico brasileiro apresenta posição de destaque no cenário mundial. Conquistou desde 2015 as posições de 9ª maior capacidade instalada, 5° maior gerador de empregos e 4° maior volume de investimentos.

A geografia brasileira é claramente um ponto forte, que se apoia na capacidade complementar do sistema energético já existente no país. O movimento que incrementou o crescimento do parque eólico no Brasil data de 2008. A isso soma-se a queda nos custos de produção e uma oferta relevante de fornecedores. 

A inconstância dos ventos em determinadas regiões têm sido equacionadas com sistemas complementares nas plantas energéticas, o que em um futuro breve tende a ser estabilizado com uso constante de fontes despacháveis para compensar as oscilações dos ventos (o que em certos lugares ainda é um desafio para operação do sistema). Regiões como o Ceará, com grande potencial eólico, por exemplo, tem aumentando cada vez mais o percentual do setor em sua matriz energética.

No clima do Acordo de Paris

Muito além de produzir resultados financeiros para os investidores, a energia eólica segue a tendência mundial de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, o que contribui para a sustentabilidade e para proteger o futuro do planeta. O ganho para o segmento foi enorme com os acordos internacionais firmados em atenção às mudanças climáticas. É fato que a redução das emissões de gases de efeito estufa passa a ter maior protagonismo nas agendas nacionais. A adoção do Acordo de Paris na 21ª Conferência das Partes (COP 21) da UNFCCC, em 2015, sabe-se, representou um marco.

O Acordo de Paris fortaleceu a resposta global aos desafios impostos pela ameaça do aquecimento global. E estabelece a audaciosa meta de limitar o aumento da temperatura média do planeta a um patamar inferior a 2 graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais, com esforços para que o limite de 1,5 grau Celsius não seja ultrapassado. O acordo estabelece as bases para a cooperação internacional, a partir de 2020, por meio da adoção de compromissos nacionais – as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs – Nationally Determined Contributions) – e pela adoção de um processo sistemático para o cumprimento desses compromissos.

A contribuição brasileira inclui a redução de 37% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) nacionais até 2025 (1.346 milhões de toneladas equivalentes de carbono – tCO2e), além de uma indicação de redução de 43% das emissões nacionais até 2030 (1.208 milhões tCO2e) com base nos níveis registrados em 2005.

Além do vento, pequenas hidrelétricas: menos é mais

Assim como o parque eólico, as pequenas centrais hidrelétricas (“PCHs”) são uma tendência em um tempo em que menos é mais. Exatamente para garantir o mínimo de impacto ambiental, cresce o investimento em PCHs, usinas de pequeno porte com capacidade instalada entre 3 MW e 30 MW e área de reservatório de até 3 quilômetros quadrados, segundo definição da ANEEL. Por conta de suas características e possibilidade de implantação perto de grandes centros, esse tipo de empreendimento representa uma opção promissora para complementar a matriz elétrica brasileira.

Desde que publicou em 2015 a resolução que autoriza a implantação e exploração de aproveitamento de potencial hidráulico com características de Pequena Central Hidrelétrica, 51 outorgas foram publicadas e 505 atos foram emitidos pela ANEEL. Somando-se todas as PCHs, a potência total é de 7.660,40 MW – o equivalente a duas usinas hidrelétricas de grande porte como Santo Antônio e Jirau, em Rondônia. Os investimentos são da ordem de R$ 58,6 bilhões, o que fortalece a economia dos Estados. Há estados brasileiros campeões de PCHs com plantas aprovadas: Paraná, com 84, Goiás, com 82, Minas Gerais, com 69, e Mato Grosso, com 64 unidades.

Tendo como foco oportunidades de investimento em ativos reais no Brasil, a Vision Brazil Investments investe desde 2008 no setor de energia renovável do país. Atualmente a gestora investe em três projetos de PCH em processo de emissão de outorga perante a ANEEL (todos com projeto básico já aprovado pelo órgão regulador), representando mais de 50 MW de potência instalada.

A Vision Brazil Investments acredita no setor e na importância das PCHs para a base energética do Brasil, principalmente com a perspectiva de o país retomar o crescimento nos próximos anos. O que se espera é que a economia e o governo brasileiros voltem a oferecer condições compatíveis que permitam aos empreendedores continuar investindo e desenvolvendo projetos de geração de energia.

No longo prazo, como todos os países do mundo preocupados com as mudanças climáticas, o Brasil tende a aliar ainda mais a ampliação de seu parque eólico com investimentos nas PCHs. É uma tendência que certamente se expandirá. O investimento, não há dúvida, será uma grande contribuição para a sustentabilidade energética do mundo.

É o que se vislumbra, nos próximos anos, nas diretrizes do planejamento energético brasileiro: investimentos sustentáveis e eficientes. Sejam pequenas centrais hidrelétricas, que não apenas impactam menos o meio ambiente mas reduzem as perdas energéticas nas linhas de transmissão, seja a energia solar – outra alternativa com forte potencial de investimentos. E, claro, os sopros eólicos, tão ecológicos e potencialmente sustentável quanto poéticos. Afinal, das nuvens de areia às folhas no quintal, do vento vem tudo.

Fonte: Terra

Potencial para geração de energia eólica no Brasil é crescente

Volume desse tipo de energia deve ultrapassar a produção térmica e a biomassa já em 2019.
Capacidade instalada no Brasil hoje é suficiente para atender a 22 milhões de residências por mês (foto: Abeeólica/Divulgação)

Os ventos sopram forte para se transformar na segunda maior fonte geradora de energia do Brasil já a partir do próximo ano, somente atrás da eletricidade que é retirada das turbinas de hidrelétricas. As usinas eólicas, que até meados de 2010 eram vistas como “experimentos” do setor elétrico, entraram de vez para a base de sustentação de abastecimento do país, e menos de uma década depois respondem por 8,5% da potência instalada em território nacional.

Nos meses de agosto e setembro, período que já passou a ser conhecido como a “safra dos ventos”, as usinas eólicas têm batido recordes. É quando a ventania ganha ainda mais força nas regiões Nordeste e Sul do país, onde hoje giram 6,6 mil cataventos espalhados por 534 parques eólicos.

“Com a expansão de projetos já contratada, as eólicas devem ultrapassar a geração térmica e a biomassa em 2019 ou, no máximo, em 2020”, diz Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Hoje, 64% do potencial elétrico nacional vem de turbinas de hidrelétricas. As usinas a biomassa representam fatia de 9,2%, mas as eólicas já são 8,5% da matriz e crescem a um ritmo superior a 20% ao ano, muito acima das demais fontes.

No dia a dia do consumo, porém, a presença dos ventos tem sido superior. É justamente no período seco – de abril a novembro, quando a maior parte dos reservatórios precisa ser preservada – que a ventania ganha mais força. Nas últimas semanas, em média 14% da energia que abastece todo o país tem sido retirada de torres eólicas. Uma semana atrás, os cataventos suportaram nada menos que 72% da energia consumida por toda a região Nordeste.

A relevância dessa fonte, que, há poucos anos, era vista como “geração alternativa”, ficou mais evidente no mês passado, quando a Petrobras anunciou que paralisaria o abastecimento de um grupo de usinas a gás, parte delas localizadas na Região Nordeste, para fazer a manutenção programada de sua plataforma de Mexilhão, instalada na costa de Caraguatatuba, em São Paulo. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável pela operação diária do setor, se adiantou em dizer que não haveria problema de abastecimento ou alta de preços na geração, justamente em razão do suprimento eólico.

Atualmente, cerca de 2 mil MW de novos projetos eólicos têm sido contratados nos leilões de energia. No dia 31, os parques de vento estarão presentes em mais uma licitação para novos projetos. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), responsável pela realização dos leilões de energia, recebeu 1.090 projetos de todos os tipos de fontes para esse certame, que só não incluirá fonte solar.

Dos projetos cadastrados, 928 são de parques eólicos, os quais somam mais de 27 mil MW de potência. A expectativa do setor é de que cerca de 1,3 mil MW, pelo menos, sejam contratados.

EMPREGOS 

A indústria do vento gera hoje mais de 190 mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos. De 2010 a 2017, o segmento recebeu mais de US$ 32 bilhões em investimentos, com 80% de toda a sua produção já realizada no Brasil.

Atualmente, a geração eólica em operação é suficiente para atender a 22 milhões de residências por mês, ou cerca de 67 milhões de habitantes. O Brasil, que em 2012 ocupava a 15ª posição no ranking mundial de capacidade instalada, pulou no ano passado para a 8ª posição.

Se considerados os leilões já realizados pelo governo com projetos eólicos, o Brasil terá cerca de 18 mil MW de capacidade instalada daqui a quatro anos. Nos cálculos do setor, apenas no ano passado, as pás eólicas evitaram que 21 milhões de toneladas de CO² fossem lançados no ar, o equivalente à emissão anual de aproximadamente 16 milhões de veículos.

Fonte: em.com.br

Mercado de Energia eólica no Brasil reúne especialistas e autoridades para debater cenários de crescimento do setor


Fonte de energia limpa e renovável, a eólica tem se destacado também, nos últimos anos pelo potencial competitivo de mercado em todo mundo. De acordo com o mais recente Relatório Anual Global de Energia Eólica divulgado pelo Global WindEnergy Council (GWEC), mais de 52 GW de energia eólica limpa e livre de emissões foram adicionadas em todo o mundo no ano passado, levando ao total de instalações a 539 GW globalmente. 

No Brasil, a energia eólica chega a 13 GW de capacidade instalada, abastecendo indústrias, comércios e residências. No próximo mês, o futuro e as perspectivas deste setor serão alvo de debates durante o principal evento de energia eólica da América Latina, o Brazil Windpower | Conferência e Exposição, que segue para a sua 9ª edição, de 7 a 9 de agosto, no Rio de Janeiro.

Realizado pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), pelo Conselho Global de Energia Eólica (GWEC) e UBM|Grupo CanalEnergia, o Brazil Windpower irá reunir os principais especialistas do setor de energia eólica, nacionais e internacionais; players do mercado; executivos e autoridades de governo; além de aproximadamente 80 expositores, representados pelas maiores empresas da cadeia produtiva da indústria de energia eólica.

Atualmente, o Brasil conta com mais de 13 GW de capacidade instalada de energia eólica em mais de 520 parques eólicos, o que significa cerca de 6.600 aerogeradores em operação pelo País, 80% deles no Nordeste. Essa infraestrutura gerou, no ano passado, 40,46TWh de energia, representando um crescimento de 26,2% em relação à geração do ano anterior e abastecendo, mensalmente, uma população de cerca de 67 milhões de pessoas (cerca de 22 milhões de residências).

Em média, no ano passado, 7,4% de toda a geração injetada no Sistema Interligado Nacional veio de eólicas, sendo que elas chegaram a abastecer mais de 10% do País em agosto e setembro, meses que fazem parte do período chamado de “safra dos ventos”. Nos próximos 4 anos serão R$60 bilhões em investimentos já garantidos por contratos e 150 mil novos empregos diretos e indiretos gerados por contas destes novos projetos. Resultados de um mercado extremamente promissor.

Brazil Windpower - Os três dias de evento contam com palestras, painéis de debates, workshops e feira de negócios. Na última edição, em 2017, o Brazil Windpower | Conferência e Exposição obteve um público presente de mais de 2.500 participantes e mais de 650 congressistas renomados. Segundo os organizadores do evento, a exposição, desde as últimas edições, vem refletindo o bom momento vivido pela indústria eólica, com um ambiente de ótimas oportunidades de negócio, propício a novos investidores. Dentre seus participantes, mais de 68% possuem forte poder de influência e decisão em suas empresas.

O BWP está com inscrições abertas por meio do site do evento, e é possível acessar o evento a partir de 125 reais . Estão disponíveis três tipos de credenciais: Congressistas (acesso a todo o evento, palestras, workshops e feira, todas as refeições do evento); Congressistas O&M (acesso ao congresso O&M, almoço e feira de negócios/ workshops no 2º dia); e Visitante da Feira (um dia de acesso à feira e workshops).


Fonte: Exame

Matriz do Ceará terá reforço de 325,8 MW de eólicas.


A energia eólica deve adicionar à matriz energética do Ceará cerca de 325,8 MW nos próximos anos, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Estão sendo construídos no Estado mais sete parques eólicos que possuem potência de geração de 138,6 MW, enquanto já foram contratados, porém ainda não iniciados, outros oito empreendimentos totalizando 187,2 MW. O acréscimo representa um crescimento de 17% em relação à potência atual de 1.916,3 MW.

Atualmente, o Estado possui 74 parques eólicos, e com a instalação de mais 15, serão 89 empreendimentos. A potência instalada do Ceará, até junho deste ano, é a terceira maior do País, atrás do Rio Grande do Norte (3.722,45 MW) e da Bahia (2.594,54 MW). A matriz representa cerca de 47,03% do total produzido, que é de 4.074,9 MW, considerando outras fontes de energia, como Usina Termelétrica, Central Geradora Solar Fotovoltaica e Central Geradora Hidrelétrica.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o Brasil tem hoje mais de 13 GW de capacidade instalada, 520 parques eólicos e 6.600 aerogeradores em operação em 12 estados. “Em 2017, foram gerados 40,46 TWh de energia eólica ao longo do ano, um crescimento de 26,2% em relação a 2016. Essa geração representou 7,4% de toda a geração injetada no Sistema Interligado Nacional em 2017, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)”, informa a Associação.

Novos investimentos

O Ceará deve receber em breve investimentos da chinesa Goldwind, uma das maiores fábricas de aerogeradores do mundo. De acordo com o secretário adjunto de Energia, Mineração e Telecomunicações da Seinfra, Adão Linhares, no início deste mês houve uma reunião em que foi apresentado o projeto da empresa em que inclui a recuperação de alguns parques eólicos de propriedade da Energimp.

“A minha participação neste encontro foi mais para encorajar e dar boas vindas aos dois empreendedores. Naturalmente a Goldwind vai se posicionar com alguma fábrica no Brasil e nós gostaríamos muito que fosse aqui no Ceará”, destacou.

A Goldwind deve oferecer soluções técnicas para os parques da Energimp no Ceará, localizados no Litoral Leste. A parceria, segundo Linhares, vai garantir estabilidade operacional aos parques, colocando em funcionamento máquinas que hoje se encontram fora de operação. “Será um investimento muito importante para o Ceará. A recuperação desses parques eólicos alavancará mais empregos e significa mais energia limpa gerada no Estado”, afirma.

Futuro

De acordo com o secretário adjunto, o futuro da energia eólica no Ceará é de crescimento. “E nós temos que aproveitar todos os potenciais. As ações e políticas de atração de investidores para a cadeia produtiva é feita pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). Com relação aos parque, o Estado tem que demonstrar que este potencial é viável”.

Segundo ele, para além do litoral cearense, o Interior do Estado é um dos pontos estratégicos para o desenvolvimento do setor. “Essa demonstração de potencial no Interior, principalmente nas chapadas do Apodi e Araripe, tem mostrado que a gente tem muito a andar”.

Adão Linhares ainda afirmou que o Estado estimula a implantação de parque e cria uma atratividade para que os empreendimentos sejam instalados. “Mas precisamos trabalhar para que as linhas de transmissão estejam disponíveis. Nós trabalhamos juntamente com o governo federal para antecipar os leilões e atrair os investidores. É um papel de indutor desse processo, gerando credibilidade no mercado”, acrescentou.

Recordes

Na Região, a geração eólica tem quebrado importantes recordes, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), atendendo mais de 60% da carga em alguns dias. “O último recorde de geração foi no dia 14 de setembro de 2017, com uma geração de 6.413 MWmédio, o que representa 64% da carga do Nordeste foi atendida por geração eólica naquele dia.

Os recordes são registrados na época que chamamos de ‘safra dos ventos’, que vai mais ou menos de julho a novembro”, segundo a Abeeólica.

No que se refere ao consumo do Brasil todo, ressalta a instituição, “é importante mencionar que, em agosto, as eólicas atingiram pela primeira vez os dois dígitos na matriz daquele mês, abastecendo 10% do País na média do mês todo. Em setembro, esse valor foi de 11%”, acrescenta a Abeeólica.

Abastecimento

O total produzido mensalmente em todo o País é suficiente para abastecer mais de 22 milhões de unidades residenciais, o equivalente a cerca de 67 milhões de habitantes. “Para comparação: a energia gerada pela fonte eólica em 2017 foi capaz de fornecer energia elétrica residencial a uma população maior que a de todo o Nordeste (mais de 57 milhões de pessoas)”.

Segundo a Abeeólica, até 2023 serão mais 4,8 GW e mais de 200 novos parques eólicos, considerando os leilões já realizados.

Eólicas veem novas oportunidades no mercado livre


Ainda muito atrelada aos contratos no mercado regulado, as geradoras eólicas enxergam na estruturação de novos modelos de financiamento a oportunidade para avançar no mercado livre de energia. O principal fator para o relativo otimismo vem do BNDES, que quer ser um indutor de novos projetos no setor.

“Há 18 anos eu acompanho o mercado e nunca vi uma oportunidade tão boa dos dois lados, tanto da demanda como da oferta”, afirma Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). “A gente tinha dificuldade com os financiamentos, que requerem contratos mais longos, e os contratos do mercado livre tem uma média de dois a seis anos.”

A executiva explica que a demanda por energia eólica avançou por conta da queda nos preços de geração da matriz. Já a oferta fica mais plausível com o banco de fomento disposto a aceitar contratos de curto prazo, mesmo para financiamento com amortização mais longa.

Para tornar os financiamentos viáveis, mesmo sem longos contratos, o BNDES utilizou para os cálculos de geração de caixa um Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) de suporte de R$ 90 o megawatt-hora (MWh). O valor é considerável mais próximo ao praticado pelo setor no mercado regulado, tornando a estruturação dos projetos para o mercado livre mais próxima do cenário atual. O PLD mínimo considerado pelo banco é de R$ 40 MWh.

O PLD adotado pelo BNDES também é considerado factível para o cálculo do Índice de Cobertura do Serviço da Dívida (ICSD), indicador de alavancagem adotado pelo banco, de 1,2 vez, levando em conta um sistema de amortização constante.

Além da mudança na métrica, o banco também estuda abrir oportunidade para as “garantias rolantes”, ou seja, os contratos de curto prazo podem ser substituídos por novos contratos quando os anteriores estiverem perto de seu encerramento.

“O BNDES tem histórico no mercado livre para o setor eólico, porém com contratação de 10 a 12 anos. Nossa intenção agora é ampliar a heterogeneidade de maturidade de contratos. Vamos nos aproximar do que é a maior dinâmica de contratação no mercado livre”, explicou Alexandre Siciliano, gerente de estudos da área de energia do BNDES, durante evento promovido pela Abeeólica.

A janela surge em um momento oportuno para o desenvolvimento no mercado livre, uma vez que as contratações reguladas estão em baixa. Depois de dois anos sem leilões, os certames mais recentes tiveram contratação pequena.

A Abeeólica calcula que a capacidade voltada para o mercado livre deve dobrar até 2023, para 2 gigawatts (GW). Para a geração eólica como um todo, o crescimento deve ser dos atuais 13 GW para 18 GW.

A iniciativa do BNDES também deve se estender para outros bancos de desenvolvimento, como o Banco do Nordeste, que inicia estudos para apresentar um modelo de financiamento que também inclua a negociação no mercado livre. “Temos sido bastante procurados para o mercado livre, tanto para projetos puros como mistos”, disse Humberto Leite, gerente de promoção do banco regional.

As empresas, no entanto, veem a melhoria ainda em estado inicial, exatamente por conta da dificuldade de acesso a financiamento.

“O estágio ainda é de caminhada do ponto de vista do mercado livre. Os gargalos ainda estão muito em cima da financiabilidade”, afirmou Luciano Freire, diretor de engenharia da Queiroz Galvão. A companhia possui 200 MW contratados diretamente para o mercado livre em um contrato de longo prazo, algo pouco comum para o segmento.

A expectativa é de que os primeiros projetos sob financiamento nos novos moldes saiam ainda neste ano. “Possivelmente tenhamos alguns contratos do BNDES em dezembro para apresentar”, projeta Elbia.

Maranhão na rota global da sustentabilidade.


Um dos grandes diferenciais do empreendimento está em aproveitar a riqueza natural dos ventos maranhenses para produzir energia elétrica renovável e limpa.

O aproveitamento da força dos ventos para a geração de energia elétrica limpa (que não causa emissões de gases poluentes na atmosfera) já é uma realidade no Maranhão. Na semana passada, a Omega Energia, empresa responsável pela construção do primeiro Complexo Eólico do estado, entrou na fase final de instalação do projeto, que já tem mais de 60% das obras concluídas e previsão para estar 100% em operação nos próximos três meses. 

A etapa de conclusão do Complexo Eólico Delta 3 foi marcada pela visita do governador Flávio Dino à área do projeto, onde, ao lado dos executivos da empresa, foi acionado o primeiro dos 96 aerogeradores que integram o empreendimento. A ação foi acompanhada por gestores e técnicos da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Energia (Seinc).

Um dos grandes diferenciais do empreendimento está em aproveitar a riqueza natural dos ventos maranhenses para produzir energia elétrica renovável e limpa. A energia eólica tem se consolidado em todo o mundo como uma sólida alternativa para a produção de energia e tem substituído fontes dependentes de combustíveis fósseis com grande sucesso. A fonte eólica não gera resíduos, tem custo competitivo, baixo impacto ambiental e, portanto, papel fundamental no desenvolvimento e construção de uma sociedade sustentável.

Além do meio ambiente, o conceito de desenvolvimento sustentável também inclui os benefícios para o desenvolvimento social e econômico. Essas outras duas frentes estão também contempladas como benefícios do Complexo Eólico, que contou com investimentos totais da ordem de R$ 1,5 bilhão no estado. “O empreendimento trará benefícios em cadeia à comunidade que habita no entorno. Do fornecimento de energia aos royalties distribuídos aos moradores, a energia dos novos moinhos trará bons ventos a centenas de maranhenses, mudando a realidade da região”, explicou Simplicio Araújo, secretário de Indústria, Comércio e Energia (Seinc).

Dia Mundial do Vento: eólicas já abastecem mais de 22 milhões de residências por mês no Brasil.

O Brasil chega ao Dia Mundial do Vento, 15 de junho, com mais de 13 GW de capacidade instalada de energia eólica em mais de 520 parques eólicos, o que significa cerca de 6.600 aerogeradores em operação pelo País, 80% deles no Nordeste. Essa infraestrutura gerou, no ano passado, 40,46TWh de energia, representando um crescimento de 26,2% em relação à geração do ano anterior e abastecendo, mensalmente, uma população de cerca de 67 milhões de pessoas (cerca de 22 milhões de residências). 

Em média, no ano passado, 7,4% de toda a geração injetada no Sistema Interligado Nacional veio de eólicas, sendo que elas chegaram a abastecer mais de 10% do País em agosto e setembro, meses que fazem parte do período chamado de “safra dos ventos”.

“No Brasil, apesar de relativamente recente, já que se desenvolveu com mais força nos últimos oito anos, a energia eólica já é uma fonte consolidada, com uma indústria 80% nacionalizada e com ótimas perspectivas de crescimento e investimento. No ano passado, a indústria eólica investiu R$ 11,4 bilhões no Brasil. 

As eólicas representam hoje 8% da matriz elétrica e serão a segunda fonte em cerca de três anos. Além disso, a eólica tem demonstrado uma vitalidade impressionante em pouco tempo. Um exemplo: no início deste ano, o Brasil subiu mais uma posição no Ranking Mundial do GWEC (Global Wind Energy Council) chegando à oitava posição. Em 2012, estávamos na 15º posição”, resume Elbia Gannoum, Presidente Executiva da ABEEólica.

O eficiente desenvolvimento da indústria eólica no Brasil pode ser explicado pela ótima qualidade dos ventos brasileiros e também pelo forte investimento das empresas que, nos últimos oito anos, construíram uma cadeia produtiva nacional para sustentar os compromissos assumidos e o enorme potencial de crescimento desta fonte de energia no Brasil.
Até 2023, serão instalados mais 4,7 GW e mais de 200 novos parques eólicos, levando o setor à marca de 17,8 GW, considerando apenas leilões já realizados e contratos firmados no mercado livre. Com novos leilões, este número será maior.

Energia eólica cresce no país e já pode abastecer 22 milhões de casas

No Brasil, a água é o principal recurso de geração de eletricidade, mas os ventos já têm capacidade de produção semelhante à usina de Itaipu.


A energia gerada pelos ventos tem ganhado força no Brasil. Considerada complementar na matriz de produção elétrica nacional, que conta principalmente com a hidroeletricidade, a geração a partir da fonte eólica já é suficiente para abastecer cerca de 22 milhões de casas por mês no país.

O dado é da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), que também informou um fato inédito ocorrido em fevereiro deste ano: o segmento atingiu potência instalada (capacidade máxima de produção de uma fábrica) de 13 gigawatts (GW), volume quase igual ao produzido pela usina de Itaipu (14 GW), a maior hidrelétrica em território nacional.

No Brasil, a água é o principal recurso utilizado para produzir a eletricidade fornecida para residências, comércios e setor industrial. Toda essa energia gerada por recursos hídricos, assim como por outras fontes (eólica, solar, biomassa, gás natural etc.), é transmitida de norte a sul do país por meio do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Segundo a ABEEólica, o crescimento da geração elétrica por meio dos ventos conseguiu abastecer 11% de todo o território nacional no mês de setembro de 2017. Esse resultado tem como base a força de trabalho desempenhada por 518 parques eólicos e mais de 6.600 aerogeradores em operação.

“Além disso, abastecemos mais de 60% do Nordeste em vários momentos, na época que chamamos de ‘safra dos ventos’, que vai mais ou menos de junho a novembro”, explicou, em nota, Elbia Gannoum, presidente executiva da Abeeólica.

De acordo com dados do PDE 2026, publicação do Ministério de Minas e Energia (MME), a potência instalada do segmento eólico no Brasil chegará a 25,8 gigawatts (GW) em 2026 e terá participação de 12,5% na matriz total. Atualmente, o percentual é de 7,6%. Considerado detentor das condições mais favoráveis para esse tipo de produção, o litoral da Região Nordeste deverá registrar 90% da capacidade eólica total, estima a pasta.

Na avaliação do professor aposentado do curso de agronomia da Universidade de Brasília (UnB) Juan Verdésio, especialista em energias renováveis, as fontes eólica e fotovoltaica podem proporcionar segurança energética de forma complementar ao país, principalmente ao Nordeste, que atualmente sofre com déficit na geração de energia hidrelétrica, pois depende dos recursos hídricos do Rio São Francisco.

“O Nordeste é deficitário. Só tem usina no Rio São Francisco e, daqui a algum tempo, não será possível extrair água de lá para gerar energia. Ocorre, atualmente, o encaminhamento da eletricidade da Amazônia e da Região Sul para o Nordeste. Então, a produção eólica ajuda nesse sentido de dar segurança energética”, explicou.

O especialista também disse que a superfície terrestre é mais utilizada para a implantação de sistemas eólicos, mas o mar apresenta potencial considerável. “Há mais investimentos no litoral, em terra. Poderíamos ter usinas no mar, a turbulência do vento nesse ambiente é maior e acontece de forma mais uniforme. No exterior, existem muitas infraestruturas do tipo, mas requerem mais aplicação de recursos”, concluiu Juan Verdésio.


Ranking eólico nacional

Os líderes na produção de energia gerada pelos ventos em território nacional são: Rio Grande do Norte, primeiro colocado, com potência instalada de 3,7 gigawatts (GW); Bahia, na segunda posição, com 2,5 GW; e Ceará, em terceiro, com 1,9 GW.

Segundo o ranking mundial, divulgado em 15 de fevereiro deste ano pelo Global World Energy Council (GWEC), o Brasil ocupa o oitavo lugar. Em 2012, o país estava na 15ª posição.

Fonte: Metrópoles

O que ainda estamos esperando para transformar a energia eólica em realidade no Brasil?

No mundo, o setor eólico vem se destacando como uma das fontes de energia mais promissoras desde a década de 90.


O potencial para crescimento e desenvolvimento da indústria eólica no Brasil é gigantesco, sendo possível gerar energia para todo o país utilizando somente os ventos intensos da região do Nordeste brasileiro. O custo é baixo e os recursos são inúmeros, mas incrivelmente ainda esbarramos em questões governamentais e de investimento para a implantação de novos polos.

Em 2006, o Brasil contava com 237 megawatts (MW) de capacidade eólica instalada, principalmente por conta dos parques na cidade de Osório (RS). O complexo conta com 75 aerogeradores de 2 MW cada, instalados em três parques eólicos com capacidade de produção de 417 giga watt-hora (GWh) por ano. Os projetos de energia eólica no Brasil atingiram 12,7 giga watts (GW) no ano passado, um aumento de 19% em relação a 2016, segundo informações da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). O segmento terminou o ano de 2017 com 508 parques em operação.

No mundo, o setor eólico vem se destacando como uma das fontes de energia mais promissoras desde a década de 90. O estudo divulgado pelo Cepel no Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, produzido pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, aponta crescimento de mais de 20% na capacidade instalada mundialmente para a indústria eólica. Segundo o mesmo estudo, o potencial de aproveitamento eólico no país ainda não chega a 1%, porém é possível vislumbrar um horizonte de muitas possibilidades para esse segmento.

Alumínio como matéria prima renovável e sustentável

Para a indústria metalúrgica do cobre e. principalmente do alumínio, essa perspectiva também é importante em relação ao fornecimento de peças e desenvolvimento de novos produtos. O alumínio é o material mais econômico e funcional para atender a essa demanda, que é notoriamente crescente.

A utilização do alumínio nas turbinas e componentes dos reatores implica em menor número de peças, menos etapas de produção e possibilidade de integrar diferentes funcionalidades a um perfil ou componente com relativamente pouco ou nenhum custo adicional e por isso tem ganhado espaço no segmento. O volume de alumínio utilizado em uma turbina pode chegar a 2 toneladas, por isso tem ganhado espaço no segmento, pois representa grande vantagem de custo em relação ao aço e fibra de vidro, por exemplo.

Projeção de crescimento e investimento

Por essa razão, as indústrias metalúrgicas, em especial produtoras de alumínio, passam a direcionar esforços também para a indústria de energia eólica. No Brasil, o segmento é promissor e a perspectiva, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica, é que até 2020, sejam construídos mais 330 parques de geração de energia.

O principal desafio deste segmento está na ampliação das linhas de transmissão, já que o Brasil tem as características naturais bem apropriadas para a geração deste tipo de energia e na maior parte dos parques, a energia ainda fica represada. Faltam investimentos nas linhas de transmissão. É um setor muito sensível a ações governamentais que podem acelerar ou não o mercado, o desafio constante para as empresas é monitorar essas ações do governo e criar condições para aumentar a participação no segmento.

Levantamento de recursos e perspectivas

O levantamento dos recursos de energia eólica no Brasil vem sendo realizado pelo projeto Solar and Wind Energy Resources Assessment (Swera), conduzido pela Divisão de Clima e Meio Ambiente do CPTEC, com financiamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

É preciso ampliar a diversificação de fontes energéticas, baixar tarifas e trabalhar para oferecer energia limpa de melhor qualidade para a população brasileira.

Miguel Angelo de Carvalho — CEO da Cecil e Elfer, indústrias metalúrgicas de cobre, latão e alumínio.

Fonte: Administradores

O Brasil em busca da revolução dos ventos

País aumenta sua geração de energia eólica e alcança o oitavo posto no ranking mundial. Nordeste concentra 80% dos parques e já chega a exportar energia para outras regiões

Complexo de Calangos, no Rio Grande do Norte, a maior instalação renovável da Iberdrola na América do Sul. PEDRO VITORINONEOENERGIA/DIVULGAÇÃO


Meio-dia. O sol está no topo na Serra de Santana. Nesta região do semiárido potiguar, o calor sobe do solo. Não há verde, exceto por alguns cactos que costumam brotar sem programação. Na seca severa a paisagem se torna acinzentada, mas agora é época de chuvas e as árvores recomeçam a ganhar suas folhas. A natureza por ali é cruel. Mas ao mesmo tempo bondosa. Quando a chuva falta, o vento sobra em abundância. E, além de amenizar o calor, serve também para produzir eletricidade. 

Por isso, nos últimos anos, os sertanejos daquelas terras viram surgir turbinas do tamanho de prédios de 26 andares, que utilizam o vento pra produzir energia não poluente. As estruturas se repetem em muitas regiões do Nordeste, mudando o cenário local. Já são tantas que ajudaram a levar o Brasil à oitava posição no ranking mundial de geração de energia eólica, segundo dados divulgados no mês passado pela pela Global Wind Energy Council (GWEC). O prognóstico é que, em alguns anos, o país possa chegar a sexto, encostando em gigantes da área como a Espanha e a Índia.

O projeto de energia eólica no Brasil começou a ganhar força em 2009, quando o país passou a realizar leilões específicos para fontes de energias renováveis alternativas com contratos de 20 anos, trazendo garantia de retorno financeiro para os investidores. Com isso, despertou o interesse do mundo no potencial de seus ventos. Atualmente 6.600 aerogeradores, as grandes turbinas horizontais que usam o vento para gerar energia, estão distribuídos em 518 parques eólicos, segundo dados da Associação Brasileira da Energia Eólica (ABEEólica). 

Juntos, eles são capazes de gerar 13 GW de energia ao mês, ou 8,3% do que todas as matrizes energéticas produzem no país. No ano passado, segundo a associação, a energia dos ventos abasteceu, em média, 22,4 milhões de residências ao mês. Segundo o Ministério de Minas e Energia, dados recentes sobre o custo real de cada uma das fontes de energia apontam ainda que ela teve, no ano passado, o preço mais baixo dentre todas as matrizes.

Com os leilões já realizados, até 2023 o país implementará mais 213 parques, com um acréscimo de 4,8 GW. E a expectativa é que a capacidade total de energia eólica instalada chegue a 28,5 GW até 2026, segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia brasileiro, aumentando a participação desta matriz para 12,5%. E, ainda assim, restará um enorme potencial eólico a ser explorado. Segundo o Plano, os ventos brasileiros podem produzir até 350 GW de energia. Por isso, apesar da crise econômica enfrentada pelo Brasil nos últimos anos, os investimentos na área continuam. 

O grupo espanhol Iberdrola, maior produtor de energias renováveis da Europa e dos EUA, anunciou que pretende investir nos próximos quatro anos 15 bilhões de reais no país nas suas diversas frentes de trabalho. A empresa é controladora da Neoenergia, a maior distribuidora privada de energia brasileira, com forte atuação no Nordeste. Ela gerencia 17 parques eólicos na região: três na Bahia, 11 no Rio Grande do Norte e três na Paraíba, onde serão implementados outros nove até o início de 2022.

Energia limpa

"Em termos de futuro, o Brasil ainda tem um enorme potencial e dará exemplo para outros países", explica Marco Aurélio dos Santos, coordenador do Programa de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Como não pode ser estocada, a energia produzida pelos aerogeradores entra na rede elétrica, interligada em todo o país, no momento em que é produzida. Por isso, em épocas de muito vento, o Brasil consegue economizar parte da água dos reservatórios das hidrelétricas, resguardando-a para os momentos de menos vento, por exemplo, explica o professor. "É uma questão de otimização do sistema", afirma. 

Além disso, outra vantagem da eólica é que ela é mais limpa e ajuda o país a cumprir seus compromissos ambientais. E provoca menos impacto social do que a construção de hidrelétricas, outra energia renovável limpa, que no Brasil corresponde a 60% da capacidade energética instalada. Na construção da hidrelétrica de Belo Monte, por exemplo, áreas importantes de comunidades indígenas foram alagadas. No caso dos parques eólicos, as atividades podem continuar a ser realizadas mesmo com a instalação dos aerogeradores e acabam gerando uma renda extra para os donos das terras onde eles são implementados. As propriedades são escolhidas por meio de um software, que calcula quais são os pontos em que o vento é mais constante, explica Diogo Romeu Mariga, gerente de operação e produção da Neoenergia Renováveis.

O criador de gado Marcelo Assunção, de 27 anos, divide com outras 17 propriedades locais 15 máquinas do Complexo Calangos, localizado na Serra de Santana, no sertão potiguar. Ao todo, o local inaugurado no final de 2016 possui oito parques em quatro municípios vizinhos do Rio Grande do Norte, com 117 aerogeradores no total. Por mês, Marcelo recebe pouco mais de 2.000 reais pelo uso de sua área e pode manter suas 20 cabeças de gado pastando abaixo das turbinas. "O espaço utilizado é pouco, então não houve muita diferença. A gente tinha visto uns vídeos de como funcionavam as máquinas na Espanha. E quando eles chegaram, assustamos um pouco com o barulho", conta ele. "Mas com o dinheiro extra construímos um poço, o que ajuda na época da seca", afirma. 

O país, entretanto, enfrenta um desafio importante na área. Não basta aumentar a geração de energia eólica, é preciso garantir que ela chegue até os consumidores por meio das linhas de transmissão. Muitos parques, prontos, ficaram parados durante anos porque não estavam conectados com a rede elétrica. "O sistema de transmissão impõe um desafio. Em lugares como o Rio Grande do Sul e o Rio Grande do Norte, onde há um enorme potencial, temos uma baixa margem de escoamento", ressalta Eduardo Azevedo, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia do Brasil. Mas ele afirma que os novos leilões, a partir de 2014, colocaram a garantia de que a empresa vencedora também é responsável por garantir a conexão. E o ministério realiza estudos para ampliar a rede atual.

Potencial do Nordeste

O Rio Grande do Norte, onde fica Calangos, é o Estado que possui mais parques eólicos (137) e um dos maiores potenciais para o aproveitamento dos ventos, explica Jacques Cousteau, coordenador do curso de Engenharia de Energia do Instituto Federal do Rio Grande do Norte. "Está na esquina do Brasil, possui ventos abundantes e frequentes o ano todo", diz.

Oito de cada dez parques instalados no Brasil estão no Nordeste. Na região mais pobre do país, os ventos estão entre os mais ricos do mundo, de acordo com especialistas. Ele são fortes, constantes e unidirecionais, o que potencializa o trabalho dos aerogeradores. Desta forma, as máquinas não precisam mudar de posição o tempo todo para buscar o vento mais adequado do momento. "É um vento muito especial, um recurso ímpar, que traz uma vantagem comparativa com outros países porque tem uma produtividade alta e um custo de produção menor", explica Elbia Gannoum, presidenta da ABEEólica. Segundo ela, enquanto a média europeia de produtividade do vento é de 28%, a nordestina ultrapassa os 50% na época conhecida como safra dos ventos, período que vai de julho a novembro. No Rio Grande do Sul, outra região do Brasil onde os parques se proliferaram nos últimos anos, ela chega a 40%.

De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável por coordenar a geração e transmissão de energia no país, em 21 de outubro de 2017 a geração de energia eólica bateu recorde no Nordeste, conseguindo suprir 62,74% da carga de energia da região. Ao somar o produto desta matriz com o gerado pelas hidrelétricas locais, em alguns dias dos meses de setembro e outubro do ano passado a região, que geralmente importa energia de outras áreas brasileiras, chegou a transferi-la para outras partes do país. "Sem a eólica, a gente estaria com um problema de geração de energia no Nordeste", garante o secretário de Planejamento do Ministério. Até 2026, a expectativa é que o Nordeste se torne um exportador frequente de energia para outras áreas do país.


A jornalista viajou a convite da Neoenergia/Iberdrola.

Energia eólica tem capacidade para atender 6 milhões de baianos

Bahia possui 182 projetos nos leilões de energia realizados pela Aneel só em 2017

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), aos 2,4 gigawatts de energia gerada na Bahia hoje serão somados outros 3,5 GW até 2020, o que tornará o estado o maior produtor de energia eólica, proveniente dos ventos, do País.

O superintendente de Atração e Desenvolvimento de Negócios da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), órgão do governo do estado, Paulo Roberto Britto Guimarães, afirma que ” o potencial eólico seria suficiente para atender 6 milhões de baianos”.

Esse potencial tende a crescer exponencialmente nos próximos dois anos. Com os novos projetos, a Bahia deve ter uma capacidade de produção de energia gerada pela força dos ventos de aproximadamente 50% do que é produzido pelo sistema controlado pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).

Condições favorecem

Dados da SDE mostraram que a Bahia possui 182 projetos nos leilões de energia realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) só em 2017.

Se considerados os contratos privados, o número salta para 237. O município de Sento Sé, a 689 quilômetros de Salvador, é o maior produtor de energia eólica no estado. São 37 parques, entre os que estão em operação e em implantação, que até 2020 gerarão 919,1 MW de energia.

Somando projetos já definidos e parques eólicos em construção, a Bahia terá um volume de realizações maior do que o Rio Grande do Norte, fazendo com que o estado vire referência em energia por vento.. As condições climática e geográfica da região também favorecem este cenário.

Atualmente, a Região Nordeste possui grande capacidade de produção de energia eólica. O Rio Grande do Norte e a Bahia hoje estão em primeiro e segundo lugares no ranking com 135 e 93 parques, respectivamente. Os outros sete estados da concentram, juntos, um total de 884 parques eólicos.

Fonte: A Tarde

Potencial eólico nacional

Brasil deve movimentar R$ 150 milhões em prêmios de seguros, em um prazo de até cinco anos. A novidade é o seguro paramétrico.

Até o ano de 2012, o Brasil ocupava o 15º posto em produção mundial de energia eólica. Atualmente, está em 8º lugar, já totaliza uma potência instalada de 13 gigawatts (GWs), quase similar à da hidrelétrica de Itaipu (14GWs), em um total de 518 parques eólicos. Essa energia gerada é capaz de abastecer 10% do país e mais de 60% da região nordeste.

E segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), em construção ou já contratados há mais 4,8 GWs, divididos em 213 parques eólicos, que serão entregues até 2023, levando o setor para próximo da marca de 19 GW, superando Itaipu, a maior hidrelétrica binacional do país. E isso sem considerar os novos leilões que estão por vir.

Diretor de Infraestrutura da Aon Brasil, Clemens Freitag, comenta que o Brasil tem investido fortemente em energias renováveis e a que mais avançou foi a eólica. “Principalmente por ser o país mais favorecido com potencial de ventos do mundo. E com o desenvolvimento da tecnologia e de mais parques eólicos, os equipamentos passaram a ter um custo bastante razoável”.

Já para este ano, ele diz que há uma estimativa de milhões de reais em novos projetos de energia eólica, como por exemplo, com o Leilão de Energia Nova A-4, previsto para o mês de abril. “A previsão é que entre em operação 1.600 megawatts (MWs) nos próximos anos, o que demandará pacotes de seguros. Eu imagino que, em cinco anos, os prêmios serão em torno de R$ 150 milhões”.

Principais seguros

Da construção do parque eólico à operação, Freitag menciona quais são os principais tipos de seguros contratados. “Durante a construção, o de risco de engenharia e junto a ele a cobertura eventualmente contratada é a de ALOP (Advanced Loss Of Profit), que cobre a perda de receita caso haja algum sinistro que atrase a obra”.

Além dos seguros de responsabilidade civil (danos a terceiros) e de transporte, “que é muito importante, pois as pás transportadas são gigantes, algumas têm mais de 50 metros e requerem um transporte especial. Também este seguro tem uma cobertura acessória que cobre atraso na operação, se houver algum sinistro durante o transporte”, afirma. E finalizando, o seguro garantia de obrigações contratuais (performance bonde).

Operação

Na fase de operação do parque eólico, os seguros contratados são o de risco operacional, de lucro cessante, responsabilidade civil (danos a terceiros) e o seguro de responsabilidade civil dos administradores e diretores (D&O). “E o mais novo seguro, disponibilizado por poucas seguradoras, é o seguro paramétrico, relacionado ao clima”, diz Freitag.

Ele conta que a Aon desenvolveu um seguro paramétrico para uma comercializadora de energia e que este produto tem um grande potencial no Brasil. “Ele tem um apelo muito forte junto aos financiadores, pois oferece o conforto de que se não houver ventos dentro do planejamento, protegerá a receita esperada que irá gerar aquela energia eólica”.

Características

Sobre os riscos do parque eólico, o executivo da Aon conta que, em primeiro lugar, está o fabricante do aerogerador, o seu conhecimento. “Antes, um aerogerador tinha um tamanho que gerava de 400 KW a 900 KW. Hoje já existe os que têm um potencial de até 2,5 MWs. Aumentando o seu tamanho, o que pode ser considerado um protótipo, o risco de sinistro é maior”. Outros riscos são a idade do parque e o tamanho das turbinas.

Riscos e sinistros

Para danos materiais, os mais comuns são nas pás, nos aerogeradores, na caixa de redução e no eixo principal do aerogerador. “Há também o sinistro de descarga elétrica atmosférica. O aerogerador é como se fosse um pararraio e o Brasil é um dos países que mais tem descargas elétricas atmosféricas do mundo, isso reflete em alguns sinistros, afetando a parte elétrica e também as pás”.

E para finalizar, Freitag diz que entre os sinistros de dano material o que mais impacta é o de incêndio no aerogerador e queda na torre. “Em termos de lucro cessante, se perder um aerogerador do parque, que geralmente tem 30 ou 50 aerogeradores, não haverá tanto prejuízo. Porém, como eles estão ligados a um ou dois geradores, se houver um problema em um deles, geralmente este é o sinistro mais crítico do parque eólico”.

Fonte: segs