A energia eólica deve adicionar à matriz energética do Ceará cerca de 325,8 MW nos próximos anos, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Estão sendo construídos no Estado mais sete parques eólicos que possuem potência de geração de 138,6 MW, enquanto já foram contratados, porém ainda não iniciados, outros oito empreendimentos totalizando 187,2 MW. O acréscimo representa um crescimento de 17% em relação à potência atual de 1.916,3 MW.
Atualmente, o Estado possui 74 parques eólicos, e com a instalação de mais 15, serão 89 empreendimentos. A potência instalada do Ceará, até junho deste ano, é a terceira maior do País, atrás do Rio Grande do Norte (3.722,45 MW) e da Bahia (2.594,54 MW). A matriz representa cerca de 47,03% do total produzido, que é de 4.074,9 MW, considerando outras fontes de energia, como Usina Termelétrica, Central Geradora Solar Fotovoltaica e Central Geradora Hidrelétrica.
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o Brasil tem hoje mais de 13 GW de capacidade instalada, 520 parques eólicos e 6.600 aerogeradores em operação em 12 estados. “Em 2017, foram gerados 40,46 TWh de energia eólica ao longo do ano, um crescimento de 26,2% em relação a 2016. Essa geração representou 7,4% de toda a geração injetada no Sistema Interligado Nacional em 2017, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)”, informa a Associação.
Novos investimentos
O Ceará deve receber em breve investimentos da chinesa Goldwind, uma das maiores fábricas de aerogeradores do mundo. De acordo com o secretário adjunto de Energia, Mineração e Telecomunicações da Seinfra, Adão Linhares, no início deste mês houve uma reunião em que foi apresentado o projeto da empresa em que inclui a recuperação de alguns parques eólicos de propriedade da Energimp.
“A minha participação neste encontro foi mais para encorajar e dar boas vindas aos dois empreendedores. Naturalmente a Goldwind vai se posicionar com alguma fábrica no Brasil e nós gostaríamos muito que fosse aqui no Ceará”, destacou.
A Goldwind deve oferecer soluções técnicas para os parques da Energimp no Ceará, localizados no Litoral Leste. A parceria, segundo Linhares, vai garantir estabilidade operacional aos parques, colocando em funcionamento máquinas que hoje se encontram fora de operação. “Será um investimento muito importante para o Ceará. A recuperação desses parques eólicos alavancará mais empregos e significa mais energia limpa gerada no Estado”, afirma.
Futuro
De acordo com o secretário adjunto, o futuro da energia eólica no Ceará é de crescimento. “E nós temos que aproveitar todos os potenciais. As ações e políticas de atração de investidores para a cadeia produtiva é feita pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). Com relação aos parque, o Estado tem que demonstrar que este potencial é viável”.
Segundo ele, para além do litoral cearense, o Interior do Estado é um dos pontos estratégicos para o desenvolvimento do setor. “Essa demonstração de potencial no Interior, principalmente nas chapadas do Apodi e Araripe, tem mostrado que a gente tem muito a andar”.
Adão Linhares ainda afirmou que o Estado estimula a implantação de parque e cria uma atratividade para que os empreendimentos sejam instalados. “Mas precisamos trabalhar para que as linhas de transmissão estejam disponíveis. Nós trabalhamos juntamente com o governo federal para antecipar os leilões e atrair os investidores. É um papel de indutor desse processo, gerando credibilidade no mercado”, acrescentou.
Recordes
Na Região, a geração eólica tem quebrado importantes recordes, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), atendendo mais de 60% da carga em alguns dias. “O último recorde de geração foi no dia 14 de setembro de 2017, com uma geração de 6.413 MWmédio, o que representa 64% da carga do Nordeste foi atendida por geração eólica naquele dia.
Os recordes são registrados na época que chamamos de ‘safra dos ventos’, que vai mais ou menos de julho a novembro”, segundo a Abeeólica.
No que se refere ao consumo do Brasil todo, ressalta a instituição, “é importante mencionar que, em agosto, as eólicas atingiram pela primeira vez os dois dígitos na matriz daquele mês, abastecendo 10% do País na média do mês todo. Em setembro, esse valor foi de 11%”, acrescenta a Abeeólica.
Abastecimento
O total produzido mensalmente em todo o País é suficiente para abastecer mais de 22 milhões de unidades residenciais, o equivalente a cerca de 67 milhões de habitantes. “Para comparação: a energia gerada pela fonte eólica em 2017 foi capaz de fornecer energia elétrica residencial a uma população maior que a de todo o Nordeste (mais de 57 milhões de pessoas)”.
Segundo a Abeeólica, até 2023 serão mais 4,8 GW e mais de 200 novos parques eólicos, considerando os leilões já realizados.
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