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Prefeitura do Rio recebe 400 lixeiras de plástico reciclado da Ambev

Papeleiras foram produzidas a partir de resíduos coletados durante Carnaval de rua / Divulgação (Prefeitura)

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente recebeu da Ambev, em ação simbólica no Parque Madureira, nesta sexta-feira (20/8), 400 lixeiras sustentáveis produzidas com os resíduos coletados durante o Carnaval de 2020. O projeto é resultado de uma parceria da Ambev com a Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT), para que a coleta do lixo produzido durante os festejos carnavalescos ganhassem uma destinação ecológica. Foram doados 3 tipos de equipamentos para usos específicos: lixo comum, orgânico e material reciclável. As novas lixeiras serão distribuídos pelos parques municipais, para estimular os frequentadores a fazerem o descarte correto de seus resíduos e incentivar a cadeia da reciclagem.

Para Eduardo Cavaliere, secretário de Meio Ambiente da cidade do Rio de Janeiro, a parceria com a Ambev ressalta e reforça a importância dos cuidados com o meio ambiente, além de trazer dividendos econômicos para as populações de baixa renda. “Esta parceria com a Ambev reforça a potência do Rio de Janeiro em liderar a pauta de economia circular e criativa. Projetos inéditos como este colaboram para as metas do Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática,” afirmou Cavaliere.

A Ambev coletou o lixo produzido pelos principais blocos de rua do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Recife, com a finalidade de reciclar os resíduos recolhidos e transformá-los em lixeiras para as prefeituras. A ação contou com participação de 2.800 catadores, que receberam uma renda fixa por dia de trabalho, além de remuneração extra pela quantidade e tipo de materiais recolhidos. Ao todo, 324 toneladas de lixo foram coletadas nas ruas das cinco capitais.

Na cidade do Rio, metade das 30 toneladas de lixo recolhidas era de plásticos descartados. O material foi separado e transformado nas lixeiras que foram entregues ao município. Para fazer a reciclagem e transformação desses resíduos, a Ambev estabeleceu uma parceria com empresa Lar Plásticos, fabricante e fornecedora de lixeiras e outros produtos de plástico feitos 100% a partir de matéria-prima reciclada.

O presidente da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), Flávio Lopes, ressaltou a importância da doação dos equipamentos para o descarte adequado dos rejeitos, além de lembrar que a Companhia sofre prejuízos diários com o vandalismo. “A doação das lixeiras é muito bem-vinda para a Comlurb. A Companhia sofre com o vandalismo e o furto de papeleiras, que são aquelas nossas pequenas lixeiras laranjas instaladas em postes na cidade. O prejuízo é enorme para a cidade. Precisamos sempre instalar novas e consertar outras. Toda colaboração é muito importante. São equipamentos que serão muito úteis. Além disso, as doações de hoje seguem a filosofia dos três R ‘s (reciclar, reutilizar e reduzir) que a Companhia quer difundir cada vez mais. Agradecemos muito a iniciativa da Ambev”, disse o presidente da Comlurb.

A gerente executiva de relações institucionais da Ambev, Larissa Menezes, por sua vez, reafirmou o compromisso da empresa com ações que beneficiam a sociedade não somente com retorno financeiro, mas também em qualidade de vida gerada por um ambiente ordenado e limpo. “É uma honra participar de um projeto inédito como esse. Queremos ter um Carnaval cada vez mais sustentável, e ajudar na conscientização dos foliões. Depende de todos nós – empresas, associações, foliões, sociedade e governo. Queremos lembrar que juntos podemos construir um mundo melhor. A ação mostra também à sociedade a importância da logística reversa e dos catadores no ciclo da reciclagem”, afirmou Larissa Menezes.


EUA identifica aterros “superemissores”


Pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato e Aviação Científica da NASA descobriram que alguns aterros sanitários dos Estados Unidos vazam metano a taxas seis vezes maiores que as estimativas da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).

Os aterros sanitários podem causar muito mais danos ao planeta do que as agências reguladoras estão cientes, de acordo com uma pesquisa aérea de anos encomendada pelos reguladores de qualidade do ar da Califórnia. Uma pesquisa realizada por pesquisadores do Jet Propulsion Laboratory da NASA e da empresa de detecção de vazamentos Scientific Aviation descobriram que os chamados aterros “superemissores” eram responsáveis ​​por 43% das emissões medidas do potente gás de efeito estufa – metano – ultrapassando os setores de combustível fóssil e agrícola, vazando metano a taxas de até seis vezes as estimativas em nível de instalação da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. Os dez maiores aterros emissores de metano bombeiam o gás a taxas médias de 2,27 vezes as estimativas federais, que são produzidas por empresas de resíduos que usam a metodologia EPA.

A pesquisa dos EUA pode ter implicações globais de amplo alcance, mostrando que o aterro sanitário está desempenhando um papel maior na aceleração da mudança climática do que os reguladores anteriormente acreditavam. As pesquisas também podem revelar que as diretrizes das Nações Unidas para estimar as emissões de metano que são seguidas pelos principais governos, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, que tiveram que ser adaptadas. O Painel Internacional das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC) emitiu diretrizes para os estados em 2006 sobre como estimar as emissões de metano de aterros sem medições diretas, como levantamentos aéreos. As diretrizes sugerem fazer estimativas usando fatores como a quantidade e o conteúdo dos resíduos armazenados no local e as taxas assumidas de decomposição dos resíduos.

As concentrações de metano na atmosfera têm aumentado rapidamente nos últimos anos, alarmando os governos mundiais que buscam limitar o aquecimento global sob o Acordo de Paris de 2015. A questão preocupante: o metano retém muito mais calor na atmosfera do que o dióxido de carbono, embora por um período de tempo mais curto. Uma tonelada de metano causa cerca de 25 vezes mais danos ao clima em um período de 100 anos do que uma tonelada de dióxido de carbono, de acordo com a EPA. Medir essas concentrações na atmosfera é relativamente fácil, mas rastrear as fontes das emissões é difícil. Essa dificuldade se tornou um grande obstáculo para os formuladores de políticas globais que desejam conter o problema.

Brasil

No Brasil, em 2020, foram gerados 79,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos, e segundo a ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), a geração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no país apresenta uma curva ascendente e tem registrado aumento tanto nas quantidades totais, quanto nos valores per capita.

Em 2019, o setor de resíduos respondeu por 4% [1] do total de emissões de gases de efeito estufa no Brasil, o que corresponde a 96 milhões de toneladas de CO2 eq emitidas. Ao considerar o ano de 2010 como um referencial, registramos um aumento de 23% nas emissões, com dois terços destas sendo provenientes de atividades de disposição final, incluindo aterros sanitários, aterros controlados e lixões.

No Brasil, os sistemas de captura e aproveitamento do biogás em aterros sanitários ainda não são uma realidade em todas as unidades. De acordo com a plataforma da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Clima [2], existem 49 projetos de recuperação de biogás registrados no país. A ausência de um sistema de coleta de gás resulta na emissão de 1.170 kg CO2 eq/ton, ou 47 kg CH4/ton (28 vezes mais potente do que o dióxido de carbono), enquanto sua presença resulta na emissão de 819 kg CO2 eq/ton, ou 33 kg CH4 /ton [3]. Como vimos, o encerramento das áreas de disposição inadequada é urgente e deve ser priorizado sob todos os aspectos, entretanto, a transição para os aterros sanitários deve ser acompanhada de medidas de mitigação de emissões, combinadas com projetos de valorização prévia dos resíduos sólidos conforme determina a PNRS.

De acordo com a gravimetria, a fração orgânica responde por cerca de 45% de todos os resíduos gerados no país, isto é, pouco mais de 36 milhões de toneladas de restos de alimentos e resíduos de poda, as quais são, majoritariamente, enviadas para disposição final e, logo, fonte de emissões de GEE.

Alternativamente, processos como digestão anaeróbica, tratamento mecânico biológico com recuperação da fração orgânica, e a própria compostagem, evitam emissões em uma proporção de 2,3 kg CH4/ton a partir da digestão anaeróbica e 3 kg CH4/ton por meio da compostagem.

O setor de resíduos é, portanto, transversal a diversas questões ambientais, sociais e econômicas e, apesar do impacto subestimado, sua contribuição para mitigação das mudanças climáticas é considerável, além de ser um potencial contribuinte para compensação junto a outros setores.

[1] Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), disponível em: https://seeg-br.s3.amazonaws.com/Documentos%20Analiticos/SEEG_8/SEEG8_DOC_ANALITICO_SINTESE_1990-2019.pdf.


[3] Informação disponível na “Estratégia para desvio dos resíduos orgânicos- coleta, tratamento, reciclagem e os desafios e oportunidades para a cidade de São Paulo”.

Fonte: WMW – Waste Management World.
Traduzido e adaptado por Renata Mafra

Quanta energia renovável há disponível na Terra?

Toda a energia da Terra é, em última instância, irradiada para o espaço - é por isso que há tanto interesse no chamado resfriamento radiativo, ou refrigeração passiva. [Imagem: NASA]

Fluxos de materiais e fluxos de energia

Que a Terra tem seus limites em termos de energia, é algo sobre o que já temos uma noção muito firme.

É por isso que governos e instituições em todo o mundo estão defendendo o conceito de economia circular. Ao fechar os ciclos dos materiais, os impactos ambientais associados à extração de matérias-primas podem ser evitados e o problema dos resíduos pode ser resolvido em grande medida.

Essa abordagem, no entanto, não é por si só suficiente para construir uma sociedade sustentável, uma vez que deixa em aberto a questão de quanto e com que rapidez os materiais podem ser reciclados e quanta energia é usada para alimentar esses ciclos.

Afinal, em uma sociedade verdadeiramente sustentável, não apenas os fluxos de materiais, mas também os fluxos de energia devem permanecer dentro dos limites estabelecidos pelo nosso planeta.

A questão-chave é, portanto: Há energia renovável suficiente disponível na Terra para gerenciar de forma sustentável os fluxos de materiais sem violar os limites planetários?

Esta questão está sendo investigada por uma equipe liderada pelo professor Harald Desing, do Laboratório de Tecnologia e Sociedade, ligado ao EMPA, na Suíça.

Esquema para quantificação do estoque de energia renovável da Terra.
[Imagem: Harald Desing et al. - 10.3390/en12244723]

Energia limpa sem limites?

Se olharmos para a Terra como um sistema, ela só troca energia com o espaço. De longe, a maior parte da energia trazida para o sistema terrestre é a radiação solar, complementada por pequenas contribuições do movimento planetário e da energia geotérmica. Esses fluxos de energia sempre foram usados inteiramente pela própria Terra, alimentando seus vários subsistemas, como os oceanos, a atmosfera e as florestas, bem como a geração das superfícies de gelo reflexivas.

A maioria desses subsistemas converte a energia recebida em fluxos de energia renováveis adicionais, por exemplo, as correntes de vento e água ou a produção de biomassa. Nessas conversões, a energia livre, chamada exergia, é extraída dos fluxos de energia que chegam.

À medida que a humanidade desvia cada vez mais fluxos de energia renovável para suas atividades, as partes disponíveis para o sistema terrestre são reduzidas. O sistema terrestre pode compensar esses desvios até certo ponto. No entanto, se eles forem muito grandes, aumenta o risco de ultrapassar os chamados "pontos de inflexão". Isso resultaria em mudanças rápidas e irreversíveis no sistema terrestre, como o derretimento das calotas polares, o que por sua vez aceleraria as mudanças climáticas.

A fim de não exceder esses pontos de inflexão, a área de terra ocupada pela tecnosfera não deve exceder um determinado limite planetário - que não sabemos ainda qual é. Contudo, além da escala, a forma como a terra é usada também é crucial: Usinas de energia solar, em vez de florestas, por exemplo - é apenas um exemplo, já que não há propostas de derrubar florestas para instalar painéis solares - atrapalhariam a biodiversidade, a evaporação e, portanto, o ciclo da água, a irradiação de calor de volta ao espaço e muito mais.

Esses limites máximos para ocupação da terra não se aplicam apenas ao uso direto da energia solar, mas também à colheita da chamada energia química - isto é, à agricultura e silvicultura, que produzem alimentos e forragens, materiais de aquecimento, combustíveis e materiais de construção. Aqui, a produção de energia para uso humano, incluindo os biocombustíveis, já compete com a produção de alimentos em muitas áreas.

Há muita energia na Terra, mas apenas uma parte pequena dela pode ser desviada da manutenção do próprio sistema planetário. [Imagem: Harald Desing et al. - 10.3390/en12244723]

Eletricidade como moeda universal

Para poder comparar ou somar os diversos potenciais de energias renováveis, os pesquisadores os converteram em equivalentes de energia elétrica.

Para fazer essa conversão, foram levadas em consideração as eficiências das tecnologias das usinas disponíveis hoje, já que faz diferença se a eletricidade é gerada a partir de energia solar, queima de madeira ou carvão ou energia hidrelétrica. Essas perdas de conversão reduzem a possível colheita de alguns potenciais de forma significativa.

O resultado do estudo é surpreendente: 99,96% da energia que chega à Terra vinda do espaço é necessária para alimentar o próprio sistema terrestre e a produção de alimentos - portanto, apenas 0,04% pode ser usado tecnicamente.

Embora pareça pouco, esse potencial ainda é cerca de dez vezes maior do que a demanda global de energia de hoje.

Um outro resultado, por outro lado, não é surpreendente quando olhamos para as perdas de conversão: Devemos preferir colher e usar a energia disponível por meio da conversão direta da energia solar. Afinal, quase todos os recursos de energia renovável - incluindo eólica, hidrelétrica e produção de biomassa - são, em última análise, movidos a energia solar. O uso direto de energia solar, portanto, significa menos etapas de conversão e, desta forma, menos perdas.



Outra tecnologia em desenvolvimento a ser considerada em futuros estudos inclui as células termovoltaicas, que geram eletricidade à noite aproveitando o frio do espaço. [Imagem: Masashi Ono]

Fotovoltaicos em todas as superfícies feitas pelo homem

Grande parte da energia do Sol poderia ser colhida de uma pequena porção dos desertos da Terra, mas isso é técnica e logisticamente problemático.

Assim, a equipe propõe que a energia solar deve ser colhida em superfícies já "tampadas" em todo o mundo, o que inclui telhados e fachadas, mas também estradas, ferrovias e estacionamentos. Essa área seria suficiente para alimentar uma sociedade global com o consumo de energia dos países desenvolvidos.

No entanto, se o interesse for elevar a demanda global de energia ao nível da demanda per capita atual na Suíça, será necessário usar áreas desérticas. Todos os outros potenciais de energia (por exemplo, eólico ou biomassa) são ordens de magnitude menores do que o uso direto de energia solar - e alguns recursos já estão sendo usados em demasia. No entanto, eles podem desempenhar um papel significativo localmente, especialmente porque podem reduzir a necessidade de capacidade de armazenamento de energia, um problema que não foi considerado neste estudo - a coleta de energia solar pela tecnologia fotovoltaica é ótima para o dia, mas não funciona à noite.

Então o caminho para uma sociedade sustentável em termos energéticos é tão simples quanto construir usinas solares em massa? Não é tão simples, é claro.

A equipe analisou apenas a primeira etapa - calcular o potencial de energia disponível. A quantidade real de energia disponível será menor: Os fatores limitantes incluem a disponibilidade de matérias-primas, mas também capital humano e financeiro, impactos ambientais durante a extração ou produção de matérias-primas, operação e descarte das usinas e a necessidade de infraestrutura adicional para distribuição e armazenamento de energia.

Os pesquisadores estão analisando agora como pode ser esse caminho para nos levar de uma sociedade baseada em combustíveis fósseis para uma sociedade solar. O sistema de energia solar não deve apenas ser grande o suficiente para atender à demanda global, mas também deve ser capaz de substituir o sistema de combustível fóssil com rapidez suficiente para evitar a catástrofe climática a tempo, adiantam eles.

Bibliografia:

Artigo: Powering a Sustainable and Circular Economy-An Engineering Approach to Estimating Renewable Energy Potentials within Earth System Boundaries
Autores: Harald Desing, Rolf Widmer, Didier Beloin-Saint-Pierre, Roland Hischier, Patrick Wäger
Revista: Energies
DOI: 10.3390/en12244723

Compra de sucata gera créditos de PIS e Cofins, decide Supremo Tribunal Federal

A compra de sucata (desperdícios, resíduos ou aparas) gera créditos de PIS e Cofins. Esse foi o entendimento firmado pelo Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal, por maioria, ao declarar a inconstitucionalidade dos artigos 47 e 48 da Lei 11.196/2005. O julgamento foi concluído nesta segunda-feira (8/6).

Gilmar Mendes disse que vedação aos créditos gera desigualdade tributária
Fellipe Sampaio /SCO/STF

O artigo 47 proíbe o uso de crédito de PIS e Cofins " nas aquisições de desperdícios, resíduos ou aparas de plástico, de papel ou cartão, de vidro, de ferro ou aço, de cobre, de níquel, de alumínio, de chumbo, de zinco e de estanho" e nos demais desperdícios e resíduos metálicos do Capítulo 81 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados. Já o artigo 48 suspende a incidência de PIS/Cofins no caso de venda de desperdícios, resíduos ou aparas para pessoa jurídica que apure o imposto de renda com base no lucro real, exceto se a vendedora for tributada pelo Simples.

Na ação, a Sulina Embalagens argumentou que a proibição do uso de créditos de PIS e Cofins na compra de sucata fere o dever de proteção ao meio ambiente ao penalizar as empresas que utilizam materiais recicláveis, tornando sua atividade mais onerosa do que a das companhias que adquirem materiais oriundos da indústria extrativista.

Em defesa dos dispositivos, a Fazenda Pública alegou que eles foram engendrados para beneficiar o elo mais frágil da cadeia produtiva, no caso, os pequenos catadores de papel. O Estado também sustentou que a lei suspende a tributação das cooperativas de catadores, repassando o ônus tributário para a fase posterior da cadeia de produção, geralmente ocupada por grandes corporações.

Prevaleceu o voto do ministro Gilmar Mendes. Para ele, a norma prejudica as empresas que vendem sucata. O magistrado apontou que tais companhias pagam 3,65% de PIS e Cofins, e as compradoras têm crédito de 9,25%. Dessa maneira, é mais vantajoso comprar das entidades que contribuem do que das isentas, que não geram créditos tributários.

"Salta aos olhos que, embora o legislador tenha visado a beneficiar os catadores de papel, a legislação provocou graves distorções que acabam por desestimular a compra de materiais reciclados. Hoje, do ponto de vista tributário, é economicamente mais vantajoso comprar insumos da indústria extrativista do que adquirir matéria-prima de cooperativas de catadores de materiais recicláveis", disse Gilmar.

Segundo o ministro, as consequências são ainda mais nocivas quando a fornecedora de sucata é optante pelo Simples. "Neste particular, a lei não prevê isenção tributária para o microempresário ou empresa de pequeno porte e, mesmo assim, proíbe que o adquirente apure créditos de PIS/Cofins. Como resultado, ocorrerá acentuada elevação da carga tributária total, que corresponderá ao somatório das contribuições sociais devidas pelo microempresário e pelo produtor de celulose, sem nenhuma possibilidade de compensação."

Dessa maneira, Gilmar Mendes apontou que há violação ao princípio da isonomia tributária. Além disso, destacou que a norma é incompatível com finalidades que a Constituição Federal almeja em matéria de proteção ao meio ambiente e de valorização do trabalho humano.

Gilmar Mendes votou para declarar a inconstitucionalidade do artigo 47 e, por arrastamento, do 48 da Lei 11.196/2005. O voto dele foi seguidos pelos ministros Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Luiz Edson Fachin, Luiz Fux, Nunes Marques e Ricardo Lewandowski.

A relatora, ministra Rosa Weber, votou pela constitucionalidade da proibição de créditos de PIS e Cofins na compra de sucata. Segundo ela, esse impedimento serve de contraponto à isenção concedida em benefício do fornecedor de materiais recicláveis. Porém, Rosa disse que as empresas optantes pelo Simples devem ter créditos tributários. O entendimento da relatora foi seguido pelo decano, Marco Aurélio.

Por sua vez, o ministro Alexandre de Moraes considerou os artigos 47 e 48 compatíveis com a Constituição.

Já o ministro Dias Toffoli avaliou que apenas o artigo 47 é inconstitucional.

Homenagem a advogado

Em seu voto, Gilmar Mendes homenageou Diogo Sant’ana, advogado e ex-secretário executivo da Secretaria Geral da Presidência da República durante o governo de Dilma Rousseff, que morreu no ano novo.

Em sustentação oral no processo em nome da Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (veja abaixo), Santana argumentou que "esta é a principal causa que pode afetar a vida de milhares de catadoras e catadoras ao redor do Brasil ". De acordo com o advogado, o caso era importante para a proteção do meio ambiente e para a inclusão social.

"Esta foi a última sustentação oral apresentada pelo nobre advogado à Corte. Infelizmente, Diogo de Sant’ana partiu sem que pudesse testemunhar que, mesmo diante da notável complexidade da matéria posta, o STF acabou por encampar a tese que defendera com tanta proficiência", apontou Gilmar.

"A brilhante atuação do advogado nesses autos, porém, é uma simples amostra do seu real legado. Nascido na pobreza, Diogo consolidou formação acadêmica de excelência e ocupou cargos de alto escalão no governo federal. Tudo para que, tanto no setor público quanto na advocacia, pudesse o jurista fazer do seu trabalho um instrumento de transformação coletiva solidária. Esse primoroso exemplo de devoção à defesa dos direitos humanos, à promoção da fraternidade e ao tão inspirador respeito a todos que os cercavam é o que motiva essa singela homenagem. A trajetória de Diogo de Sant’ana merecerá sempre a revisitação inspiradora daqueles que sonham em fazer da vida uma rica jornada de passagem."

Clique aqui para ler o voto de Gilmar Mendes
RE 607.109

Por Sérgio Rodas
Fonte: Conjur

Reflexões da Aliança: a noção de "reciclagem em cascata"

A reciclagem é mais frequentemente agrupada em Reciclagem Mecânica ou Reciclagem Química. Descubra como essas abordagens podem ser usadas em sequência, mantendo os materiais em circulação no mais alto nível de qualidade, valor econômico e ambiental pelo maior tempo possível.

Por Martyn Tickner, chefe de terceirização e desenvolvimento de projetos

Em um artigo anterior , comparamos o roteiro de Resíduos Não Gerenciados à Circularidade a um quebra-cabeça; há muitas peças diferentes que contribuem para a solução e todas devem ser encaixadas. Você precisa ter uma ideia do quadro geral para saber como posicionar as peças individuais do quebra-cabeça.

Em nosso caso, o quadro geral tem muitas partes - reduza o consumo desnecessário; Reutilize onde pudermos; Substitua materiais por opções mais sustentáveis; implantar sistemas básicos de gestão de resíduos com Coleta e Descarte , Triagem e Reciclagem ; use matérias-primas renováveis onde fizer sentido; fonte de intervenções econômicas para financiar soluções; adaptar o comportamento do consumidor para criar bons hábitos; e limpeza para resolver o legado. Todos esses elementos fazem parte do quebra-cabeça da construção de uma economia circular de sucesso.

Anteriormente, falamos sobre soluções de alta tecnologia para a classificação de plástico usado - o centro do nosso quebra-cabeça - optando por se concentrar em regiões de alta renda, bem regulamentadas e fortemente comprometidas. A partir daí, podemos explorar diferentes áreas, peça por peça, levando a uma visão do futuro - e à jornada para chegar lá.

O próximo passo é a reciclagem

Dentre as muitas tecnologias diferentes que existem, a Reciclagem é mais frequentemente agrupada em Reciclagem Mecânica ou Reciclagem Química . No entanto, em vez de mergulhar nas tecnologias, vamos ter em mente o panorama geral e olhar para três níveis diferentes de qualidade de saída de reciclagem.

Reciclagem de circuito fechado

Tecnicamente, um ciclo fechado é um conceito de cadeia de suprimentos, o retorno ou retomada de um objeto para Reutilizar ou Reciclar de volta no mesmo aplicativo. No entanto, adotando um contexto um pouco mais amplo, podemos considerar o ciclo fechado como significando a reciclagem de volta para uma qualidade semelhante à do material original - um produto adequado para um propósito para ser usado novamente no original ou em uma aplicação de demanda semelhante.

O circuito fechado é nossa opção preferida em relação ao valor econômico e ambiental

No entanto, a quantidade de matéria-prima disponível para reciclagem em circuito fechado geralmente é limitada pela falta de qualidade de segregação, coleta e classificação do plástico usado. Além disso, as regulamentações nacionais podem restringir ainda mais a capacidade de usar reciclar em mercados altamente regulamentados, como aplicações de alimentos.

O exemplo mais conhecido de reciclagem de plástico em circuito fechado são as garrafas PET, devolvidas para fazer novas garrafas PET. As garrafas são facilmente reconhecidas e coletadas separadamente de outros plásticos; a tecnologia existe para lavar, lascar e reciclar; a economia (geralmente) funciona, com PET reciclado (r-PET) em alta demanda. E onde o r-PET não atende aos rígidos padrões de qualidade para grau alimentício, ele ainda tem outras oportunidades úteis (ciclo de redução).

Reciclagem de malha aberta

Muitas vezes a qualidade do plástico disponível é comprometida devido à presença de diferentes tipos de plásticos; graus mistos do mesmo plástico; e / ou contaminação orgânica. Além disso, alguns plásticos se degradam a cada vez que passam pelo ciclo de reciclagem e, após 3 a 10 ciclos, não são mais adequados para uso posterior.

Onde a qualidade é comprometida, o plástico usado pode ser reciclado mecanicamente em um aplicativo de qualidade inferior - também conhecido como "downcycled" - normalmente em produtos como móveis de jardim, baldes de tinta, baldes e materiais básicos de construção e construção. Em nosso exemplo PET, isso seria em tecidos ou bandejas de alimentos.

A reciclagem Open Loop pode não ser uma solução tão boa quanto Closed Loop, mas ainda é uma boa alternativa - oferecendo valor econômico e uma redução na pegada de carbono em comparação com a fabricação de novo plástico virgem e / ou descarte em aterro ou resíduo para energia. Além disso, essas aplicações costumam ter um longo ciclo de vida, o que significa que o carbono usado para fazer o produto é sequestrado (preso em vez de liberado na atmosfera) por um período de tempo.

A escala da reciclagem de malha aberta é, como malha fechada, ainda limitada pela quantidade e qualidade de matéria-prima disponível. Mesmo que houvesse matéria-prima disponível, também existe o desafio de encontrar mercados grandes o suficiente para absorver toda a produção.

Reutilização

É aqui que a saída do processo de reciclagem tem uma qualidade superior à da matéria-prima de plástico, ou entrada. Existem várias tecnologias diferentes que estão sendo desenvolvidas - por exemplo, processos de conversão enzimática ou processos de reciclagem mecânica avançados, como solvólise. O mais típico, entretanto, é a reciclagem química, em que um produto plástico é decomposto ou despolimerizado de volta à matéria-prima.

A vantagem da reciclagem química é que ela permite a produção de plástico de qualidade totalmente equivalente ao plástico virgem original e supera quaisquer restrições regulamentares sobre o uso do reciclado em aplicações exigentes, como alimentos ou uso médico. No entanto, as tecnologias de reciclagem química normalmente terão um impacto de carbono maior do que a reciclagem de circuito fechado ou circuito aberto e um custo operacional mais alto (portanto, captura de valor mais baixo) do que a reciclagem de circuito fechado.

Trabalhando juntos em conjunto: reciclagem em cascata

Portanto, com base no exposto, deve ficar claro que nenhuma solução em si é a ideal. O tempo determinará qual porcentagem de nossa reciclagem vem de qual abordagem, mas certamente todas as três serão implantadas. A abordagem ideal é usar essas abordagens em sequência, conhecidas como reciclagem em cascata , mantendo os materiais em circulação no mais alto nível de qualidade, valor econômico e ambiental pelo maior tempo possível.


O modelo de reciclagem em cascata permite que o plástico seja reciclado continuamente, usando tecnologias complementares para manter a qualidade do reciclado.

Em primeiro lugar, use a reciclagem de circuito fechado tanto quanto possível - limitada pela disponibilidade de matéria-prima de alta qualidade.

Em seguida, use a Reciclagem de malha aberta, na medida em que as oportunidades de mercado façam sentido do ponto de vista econômico.

Em seguida, use a reciclagem química para elevar o que não pode ser reciclado mecanicamente de volta ao mais alto nível de qualidade, idêntico ao plástico virgem original.

E repita - uma e outra vez. Isso é circularidade em ação.

A jornada rumo à circularidade

As soluções para fazer isso existem ou estão sendo desenvolvidas em um ritmo notável. No entanto, com menos de 10% do lixo plástico do mundo sendo reciclado hoje, precisamos de grandes investimentos em capacidades de reciclagem para criar essa cascata de circuito fechado, circuito aberto e reciclagem química.

Esta é uma área de foco muito importante para a Aliança: apoiar a demonstração de soluções técnicas e modelos de negócios viáveis; e entender o que é necessário para impulsionar a mobilização de capital e a adoção em larga escala de soluções técnicas para expandir rapidamente a capacidade de reciclagem do mundo.

Ainda assim, existem muitas peças do quebra-cabeça a serem encontradas.

Quais participantes da cadeia de valor assumirão a liderança na consolidação da indústria altamente fragmentada de hoje? Como podemos consolidar fluxos de matéria-prima para atingir escala crítica? Quem vai investir em novas instalações de triagem e reciclagem de última geração e conduzir as abordagens de qualidade necessárias? Quanto tempo levará a indústria para converter filmes plásticos multimateriais complexos em estruturas que são mais recicláveis ​​- e construir as instalações para reciclá-los?

Talvez o mais desafiador de tudo: quais intervenções econômicas são necessárias para permitir que a indústria de reciclagem concorra com o plástico virgem?

Siga nossa discussão enquanto abordamos essas questões, construindo o quebra-cabeça peça por peça.

Pensamentos da Aliança: Classificando soluções para resíduos de plástico


Há muita discussão sobre se a reciclagem dará uma contribuição significativa no tratamento dos resíduos plásticos. Acreditamos que a resposta seja “muito mesmo”. Os plásticos circulares são uma meta alcançável e a reciclagem será um grande contribuinte para isso.

Por Martyn Tickner,

No entanto, temos que avançar em diferentes frentes paralelamente, e esses esforços requerem coordenação para acelerar o progresso. Considere as muitas soluções que são necessárias como um quebra-cabeça; peças que serão colocadas lado a lado para, eventualmente, criar uma imagem completa - uma de circularidade e o menor impacto ambiental. Concluir este quebra-cabeça é nosso trabalho na Aliança.

O ponto de partida, entretanto, é um amontoado de peças do quebra-cabeça recém-saído da caixa; alguns de que não precisaremos e alguns que ainda estão faltando - novas tecnologias e diferentes modelos de negócios que ainda estão sendo desenvolvidos, embora em um ritmo notável. E temos apenas uma visão nebulosa do resultado final, complicada por muitos interessados ​​com visões muito diferentes de como lidar com esse quebra-cabeça, quem deve fazer o quê.

Então, por onde começamos? Devemos olhar primeiro para os modelos de negócios circulares - reduzir, reutilizar e reciclar - que reduzem o volume de resíduos de plástico a serem tratados? Começamos com a coleta e o descarte gerenciado, pois isso vai impedir o vazamento para o meio ambiente? Ou devemos explorar a reciclagem, já que é a maior alavanca que está imediatamente disponível para nós?

Todos são relevantes, e o que é mais importante depende da perspectiva individual e da definição do problema. Mas vamos começar em algum lugar, no centro do quebra-cabeça. A etapa imediatamente antes da reciclagem - classificação - em países com um sistema de coleta de lixo já desenvolvido, para ter uma ideia do estado final.

Em tal ambiente, mecanismos como coleta segregada na origem; coleta seletiva (informal); esquemas de devolução de depósitos; mecanismos de devolução do proprietário da marca / varejista; PRO e esquemas de logística reversa serão apresentados neste canto da imagem.

Mas ainda teremos um fluxo misto de resíduos para lidar. Talvez resíduos mistos; talvez recicláveis ​​secos, incluindo papel, papelão, metal, vidro; ou talvez apenas plástico misturado, idealmente limpo e seco. Reciclar estes - tanto químicos quanto mecânicos - requer primeiro a separação (e limpeza), para garantir alta pureza e matéria-prima consistente.

A boa notícia é que as tecnologias para o trabalho já existem - ou estão em processo de aumento comercial final - que permitem a classificação detalhada de objetos, flocos ou grânulos. Por exemplo, olhando para a extremidade superior do espectro de tecnologia:
  • Varredura óptica e infravermelho próximo para detectar o tipo de polímero
  • Reconhecimento de objetos habilitado para IA
  • Reconhecimento de objetos por meio de marcação digital de água (códigos de barras invisíveis ou marcadores infravermelhos)
  • Marcadores químicos que identificam um plástico - tornando-o rastreável ao longo de todo o seu ciclo de vida


Este sistema da AMP Robotics usa aprendizado de máquina e IA para permitir a classificação robótica de material tão granular quanto um tipo de plástico a uma taxa de seleção de mais de 80 itens por minuto - duas vezes mais rápido que a classificação humana e com maior precisão e consistência. A startup foi finalista de nosso hub do Vale do Silício da Plataforma de Inovação de Resíduos de Plástico Final.

Essas tecnologias serão mais eficazes quando implantadas em linhas de classificação automatizadas; classificação correta de artigos ou tipos de plástico específicos para reciclagem; rejeitar contaminantes; ou dividir um fluxo de resíduos de plástico misturado em frações distintas que podem ser separadas novamente e novamente.

A Aliança está procurando se envolver na expansão e implantação de tais tecnologias, acreditando que este é um passo importante para fechar as lacunas da circularidade.

A implantação bem-sucedida em escala exigirá que muitas outras mudanças ocorram em paralelo - intervenções econômicas para apoiar o investimento necessário em infraestrutura; controles regulatórios para permitir o uso de plástico reciclado em aplicações de contato com alimentos; evolução nas instalações de triagem e reciclagem para lidar com filmes e flexíveis; mudanças no design de embalagens de alta funcionalidade, como filmes de barreira de oxigênio e umidade para facilitar a reciclagem; adaptação a países com mão de obra de baixo custo onde a seleção manual faz mais sentido; e desenvolvimento e expansão da indústria de reciclagem downstream. Essas são várias peças do quebra-cabeça que podemos discutir a seguir. Mas, principalmente, as peças estão lá e prontas para serem montadas - só precisamos nos alinhar para que isso aconteça.

Então, junte-se a nós na discussão de como resolver esse quebra-cabeça, passo a passo!

Pensamentos da Aliança: Classificando soluções para resíduos de plástico

Há muita discussão sobre se a reciclagem dará uma contribuição significativa no tratamento dos resíduos plásticos. Acreditamos que a resposta seja “muito mesmo”. Os plásticos circulares são uma meta alcançável e a reciclagem será um grande contribuinte para isso.

Por Martyn Tickner, chefe de terceirização e desenvolvimento de projetos

No entanto, temos que avançar em diferentes frentes paralelamente, e esses esforços requerem coordenação para acelerar o progresso. Considere as muitas soluções que são necessárias como um quebra-cabeça; peças que serão colocadas lado a lado para, eventualmente, criar uma imagem completa - uma de circularidade e o menor impacto ambiental. Concluir este quebra-cabeça é nosso trabalho na Aliança.

O ponto de partida, entretanto, é um amontoado de peças do quebra-cabeça recém-saído da caixa; alguns de que não precisaremos e alguns que ainda estão faltando - novas tecnologias e diferentes modelos de negócios que ainda estão sendo desenvolvidos, embora em um ritmo notável. E temos apenas uma visão nebulosa do resultado final, complicada por muitos interessados ​​com visões muito diferentes de como lidar com esse quebra-cabeça, quem deve fazer o quê.

Então, por onde começamos? Devemos olhar primeiro para os modelos de negócios circulares - reduzir, reutilizar e reciclar - que reduzem o volume de resíduos de plástico a serem tratados? Começamos com a coleta e o descarte gerenciado, pois isso vai impedir o vazamento para o meio ambiente? Ou devemos explorar a reciclagem, já que é a maior alavanca que está imediatamente disponível para nós?

Todos são relevantes, e o que é mais importante depende da perspectiva individual e da definição do problema. Mas vamos começar em algum lugar, no centro do quebra-cabeça. A etapa imediatamente antes da reciclagem - classificação - em países com um sistema de coleta de lixo já desenvolvido, para ter uma ideia do estado final.

Em tal ambiente, mecanismos como coleta segregada na origem; coleta seletiva (informal); esquemas de devolução de depósitos; mecanismos de devolução do proprietário da marca / varejista; PRO e esquemas de logística reversa serão apresentados neste canto da imagem.

Mas ainda teremos um fluxo de resíduos misto para lidar. Talvez resíduos mistos; talvez recicláveis ​​secos, incluindo papel, papelão, metal, vidro; ou talvez apenas plástico misturado, idealmente limpo e seco. Reciclar estes - tanto químicos quanto mecânicos - requer primeiro a separação (e limpeza), para garantir alta pureza e matéria-prima consistente.

A boa notícia é que as tecnologias para o trabalho já existem - ou estão em processo de escala comercial final - que permitem a classificação detalhada de objetos, flocos ou grânulos. Por exemplo, olhando para a extremidade superior do espectro de tecnologia:
  • Varredura óptica e infravermelho próximo para detectar o tipo de polímero
  • Reconhecimento de objetos habilitado para IA
  • Reconhecimento de objetos por meio de marcação digital de água (códigos de barras invisíveis ou marcadores infravermelhos)
  • Marcadores químicos que identificam um plástico - tornando-o rastreável ao longo de todo o seu ciclo de vida

Este sistema da AMP Robotics usa aprendizado de máquina e IA para permitir a classificação robótica de material tão granular quanto um tipo de plástico a uma taxa de seleção de mais de 80 itens por minuto - duas vezes mais rápido que a classificação humana e com maior precisão e consistência. A startup foi finalista de nosso hub do Vale do Silício da plataforma End Plastic Waste Innovation.

Essas tecnologias serão mais eficazes quando implantadas em linhas de classificação automatizadas; classificação correta de artigos ou tipos de plástico específicos para reciclagem; rejeitar contaminantes; ou dividir um fluxo de resíduos de plástico misturado em frações distintas que podem ser separadas novamente e novamente.

A Aliança está procurando se envolver na expansão e implantação de tais tecnologias, acreditando que este é um passo importante para fechar as lacunas da circularidade.

A implantação bem-sucedida em escala exigirá que muitas outras mudanças ocorram em paralelo - intervenções econômicas para apoiar o investimento necessário em infraestrutura; controles regulatórios para permitir o uso de plástico reciclado em aplicações de contato com alimentos; evolução nas instalações de triagem e reciclagem para lidar com filmes e flexíveis; mudanças no design de embalagens de alta funcionalidade, como filmes de barreira de oxigênio e umidade para facilitar a reciclagem; adaptação a países com mão de obra de baixo custo onde a seleção manual faz mais sentido; e desenvolvimento e expansão da indústria de reciclagem downstream. Essas são várias peças do quebra-cabeça que podemos discutir a seguir. Mas, principalmente, as peças estão lá e prontas para serem montadas - só precisamos nos alinhar para que isso aconteça.

Então, junte-se a nós na discussão de como resolver esse quebra-cabeça, passo a passo!

Agência Internacional de Energia publica medidas urgentes para reduzir aquecimento global

Em uma reviravolta, relatório da agência abraça energias renováveis e limpas. O plano da agência tem mais de 400 medidas, a maior parte urgente.

Agência Internacional de Energia publica guia com medidas urgentes pra reduzir o aquecimento global

A Agência Internacional de Energia publicou nesta terça-feira (18) uma espécie de manual com medidas urgentes para reduzir o aquecimento global.

Descarbonizar. Se você ainda acha essa palavra meio estranha, vá se acostumando com ela. É isso que precisamos fazer com o planeta: diminuir a emissão de gases do efeito estufa.

E quem está dizendo, dessa vez, não são ambientalistas, é a Agência Internacional de Energia, organização que orienta e embasa políticas energéticas de diversas nações - políticas, até pouco tempo, guiadas pelos combustíveis fósseis.

Agora, em uma reviravolta, um relatório da agência abraça energias renováveis e limpas como forma de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima do período pré-industrial para evitar catástrofes irreversíveis. O plano da agência tem mais de 400 medidas, a maior parte urgente.

É preciso parar imediatamente com a aprovação de novas usinas de carvão e campos de exploração de petróleo. Em 2035, os países avançados teriam que zerar as emissões de gases de usinas de carvão ou gás e adotar tecnologias como a eólica, solar ou nuclear. E, em 2040, todas as usinas de carvão restantes no mundo seriam fechadas, ou adaptadas para absorver o carbono que produzem.

A revolução sobre como o mundo se move também precisa ser rápida. Hoje, apenas 5% dos veículos no mundo são elétricos. A agência afirma que, em nove anos, até 2030, esse número teria que saltar para 60%. E, em 2035, a agência propõe o fim da venda de carros movidos a combustíveis fósseis, para que, em 2050, apenas carros com baterias ou movidos a hidrogênio estejam nas ruas e estradas.

Se você acha que tudo isso, mudar o horizonte energético do planeta em tão curto espaço de tempo, vai ser impossível, a Agência Internacional de Energia discorda. No relatório, ela afirma que não vai ser impossível, mas que vai ser só o maior desafio que a humanidade já enfrentou.

Por Jornal Nacional

Cúpula do Clima discute Energias renováveis: Solar ou eólica?



O tema foi bastante discutido na última Cúpula do Clima; Especialista afirma que uma completa a outra. Ou seja as duas fontes tem sua importância...porque quando uma diminuem a geração a outra está funcionando mantendo sempre uma geração mais linear possível.

Realizada nos dias 22 e 23 de abril e organizada pelo governo Joe Biden, dos Estados Unidos, a Cúpula do Clima ainda repercute no mundo todo devido às promessas ousadas para combater o aquecimento global.

Entre os projetos, líderes de importantes Nações afirmaram estar investindo em energias alternativas e limpas, como a eólica e solar. E por aqui? Qual o atual cenário de produção e distribuição destes tipos de energias?

É consenso dos cientistas que a energia eólica é importante porque é renovável e tem baixo impacto ambiental para a sua geração. Essa fonte de energia também está crescendo muito no Brasil.

Em 2020 o Brasil era o 8° país do mundo em termos de potência instalada de energia eólica. No início de 2021, haviam 695 parques eólicos e mais de 8.300 aerogeradores.

“Temos uma participação de 10.9% da nossa matriz energética, isso em potência instalada. Há uma previsão para 2025 de aumentar de 10.9 para 12.9’%, ou seja, 2% em 4 anos, passando de 18.482 megawatts para 23.651 megawatts”, explica Edval Delbone, coordenador do curso de Engenharia Elétrica do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).

A energia eólica está bem na frente da energia solar, que também é renovável. Porém a energia solar tem uma expectativa de crescimento com maior velocidade, mas ainda produz muito pouco, ou seja, enquanto a eólica está em 18.482 megawatts, a solar está em 3.958 megawatts.

Em 2020 o Brasil era o 14° país do mundo em termos de potência instalada de energia solar. Do total da matriz energética brasileira, 1,6% é produzido através de sistemas solares fotovoltaícos.

Qual a diferença entre eólica e solar?

A eólica é mais atrativa economicamente no nordeste e no sul, onde o vento tem uma velocidade bem maior comparado aos demais estados.

No estado de São Paulo é possível investir, porém ainda não é atrativo economicamente. Em relação à energia solar, o sol bate no Brasil em qualquer lugar, em qualquer estado a irradiação solar é boa, sobretudo no nordeste.

Portanto, a energia eólica depende do vento, que é mais comum na parte da tarde e de madrugada. Já a solar depende do sol, principalmente do meio dia, onde a incidência é maior e gera mais energia solar.

“Ambas são importantes e se complementam. No entanto, ainda não podemos abrir mão de outras fontes de energia firmes, como a usina hidrelétrica, no qual há reservatórios para armazenar água e energia a fim de garantir o abastecimento contínuo, até mesmo no período de estiagem, uma vez que os reservatórios estão cheios de água para produção de energia”, completa o engenheiro da Mauá.

Entendemos que as fontes renováveis sempre deram fontes assessorias as principais por questões de sua sazionalidade no tocante a precisar e depender das questões climáticas, sol e vento, para terem uma boa geração, então em qualquer intempéries climáticas como chuva que abaixa a radiação e zonas de massa de ar que diminuem as correntes de vento interferem na sua eficiência. Assim sendo precisamos sempre de um mix cada vez mais de fontes para uma maior eficiência e segurança energética do país.


Mercado de lixo prevê onda de aportes

Nova lei do saneamento, maior demanda por recicláveis e restrições de área impulsionam mercado de resíduos.


Por Taís Hirata — De São Paulo

O mercado de tratamento de lixo, ainda bastante precário no Brasil, se prepara para uma nova onda de investimentos.

A expectativa é, enfim, acabar com os milhares de lixões ilegais no país - ou, ao menos, reduzir o número de forma significativa nos próximos anos. Além disso, começam a proliferar projetos de reaproveitamento do lixo. As iniciativas mais comuns são de geração de energia, mas outras técnicas, como a reutilização de recicláveis e a produção de adubo, começam a ser testadas.

O otimismo se reflete entre as empresas privadas. Um exemplo claro dessa movimentação foi a recente oferta inicial pública de ações (IPO) da Orizon Valorização De Resíduos, na qual a empresa levantou R$ 554 milhões. Há também outras companhias do ramo que têm se preparado para ampliar seus investimentos.

“Temos uma visão otimista para a formação de um novo mercado. É um caminho sem volta”, afirma Hugo Nery, presidente da Marquise Ambiental, um dos grandes grupos do setor, que opera aterros sanitários no Ceará (na região metropolitana de Fortaleza), em São Paulo (Osasco) e no Amazonas (Manaus).

O plano é expandir as atividades. A companhia acaba de comprar um centro de tratamento em Salvador (BA), está em fase de licenciamento de outros dois aterros, em Manaus (AM) e Aquiraz (CE), e avalia aquisições. Além disso, quer ampliar o uso de tecnologias de reaproveitamento do lixo. “Hoje, todos os novos projetos têm como objetivo a gestão industrial dos resíduos”, diz Nery.

O grupo francês Veolia, que possui seis aterros sanitários no Brasil, também planeja um crescimento, tanto com a aquisição e licenciamento de novos centros, quanto na aplicação de novas técnicas de reaproveitamento.

A movimentação do mercado é fruto de uma conjuntura de fatores, avaliam executivos e analistas do setor. Um dos principais estímulos é a nova lei do saneamento. A norma traz uma série de incentivos ao setor de resíduos sólidos, tanto pela regionalização dos serviços quanto pela obrigatoriedade da criação de taxas destinadas à gestão do lixo.

A expectativa do setor é que a cobrança, que hoje é feita em menos de um terço dos municípios brasileiros, garanta uma injeção de recursos no mercado, permitindo seu desenvolvimento.

“A remuneração é uma questão básica, principalmente devido à forte inadimplência das prefeituras. Com uma cobrança direta do usuário há mais garantias. O problema não é falta de vontade das companhias de investirem em tecnologias para o tratamento de lixo. O que falta é segurança jurídica”, avalia Luiz Gonzaga, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre).

Outro fator importante para a transformação do setor é a dificuldade, cada vez maior, de encontrar áreas próximas a centros urbanos para novos aterros - e conseguir o licenciamento ambiental dos projetos. Isso gera a necessidade de buscar novas técnicas de reaproveitamento, diz Carlos Silva Filho, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

“Há uma restrição de áreas, e muitos aterros estão chegando perto do fim de sua vida útil. Então a busca por soluções tecnológicas, que reduzem o volume de resíduos e prolongam a vida útil dos aterros, acaba sendo obrigatória”, diz. Ele destaca que o problema é específico dos grandes centros urbanos.

Outro incentivo importante para o reaproveitamento dos resíduos é o crescimento do mercado de recicláveis, destaca Alexandre Citvaras, diretor de Novos Negócios da Orizon. “É uma questão de demanda. A economia circular só funciona se todas as pontas estão interessadas na mudança. Hoje, vemos um aquecimento do mercado de plástico reciclável porque os donos de marcas estão buscando mais [para embalagens, por exemplo]”, diz.

No caso dos plásticos, a companhia planeja investir em sistemas automatizados para a separação dos materiais nos centros de tratamento, o que dispensa a necessidade de uma coleta específica.

Já para materiais orgânicos, o reaproveitamento é mais complexo, pois demanda uma separação prévia e coleta específica, afirma Nery, da Marquise. Apesar da dificuldade, a empresa trabalha em um projeto-piloto de compostagem, em uma região de Taubaté (SP), para transformar resíduos em adubo. “Cerca de 50% do lixo são restos de comida. Porém, no Brasil, ainda é um desafio fazer com que o gerador de lixo faça parte do processo”, diz ele.

Podemos entende que este março do saneamento veio para garantir a todos os gestores a sua obrigatoriedade de resolver o problema do "lixo" em seus municípios. Dando datas definitivas para sua regularização e contrapartida a possibilidade de novos recursos para tais feitos. Todos, principalmente a população só tem a ganhar com essa nova lei. 

Compromissos não são suficientes para combater mudanças climáticas, diz diretor executivo da IEA


Para o diretor executivo da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), Fatih Birol, é notório o alto nível de comprometimento dos países em metas ambiciosas contra mudanças climáticas, mas os “compromissos não são suficientes”.

“As emissões estão caminhando para o segundo maior aumento da história. Não estamos nos recuperando da crise da covid-19 de uma forma sustentável e continuamos avançando para níveis perigosos de aquecimento global”, disse o executivo.

Birol apresentou dados desanimadores durante conferência com representantes do setor de energia de diversos países na Cúpula do Clima nesta sexta (23). Estimativas da IEA apontam que 2021 registrará o segundo maior aumento de emissões de gases do efeito estufa da história.

“Nós precisamos de mudança real no mundo real. Neste momento, os dados não casam com a retórica”, alertou.


Segundo o diretor da IEA, será necessário transformar todo o sistema de energia para alcançar a neutralidade em carbono e investir pesado em novas tecnologias para alcançar as metas anunciadas pelos países durante a Cúpula.

“Isso significa cortar drasticamente as emissões de caminhões, navios e aviões. Também precisaremos do mesmo para indústrias de aço, cimento, química e agricultura”, afirmou.

De acordo com estudos da IEA, para alcançar a neutralidade de carbono até 2050, metade da redução das emissões depende de tecnologias que ainda não estão disponíveis no mercado.

Apesar disso, Birol vê motivos para otimismo com o crescimento exponencial das energias renováveis no mundo. “Geração de eletricidade renovável, incluindo solar e eólica, baterá recorde este ano”.

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Salvar a Criação apostando em energias renováveis

Foi apresentado o relatório final sobre o Estado do Clima Global em 2020. Um relatório que antecipa a Cúpula sobre o Clima convocada pelo Presidente dos Estados Unidos por ocasião do Dia da Terra.


Vatican News

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, a década 2011-2020 será lembrada como a mais quente já registrada, com os seis anos mais quentes começando em 2015. De fato, o calor dos mares está em níveis recordes e mais de 80% do oceano global sofreu uma onda de calor marinho durante 2020, com repercussões generalizadas nos ecossistemas marinhos, que já sofrem de águas mais ácidas devido à absorção de dióxido de carbono, CO2. Estes são alguns dos dados presentes no relatório final sobre a Situação do Clima Global em 2020, apresentado na segunda feira (19/04) em uma coletiva de imprensa conjunta do Secretário Geral das Nações Unidas Antonio Guterres e do Secretário Geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM) Petteri Taalas, na versão atualizada, após a versão provisória publicada em dezembro passado.

A pandemia não freou mudanças climáticas

O aquecimento foi observado no ano passado, mesmo com o resfriamento devido ao fenômeno climático do La Niña. O estudo compilado pela OMM e parcerias aponta condições climáticas extremas que aliadas à Covid-19 foram um golpe duplo para milhões de pessoas no período. A desaceleração econômica devido à pandemia não chegou a frear os fatores que impulsionam a mudança climática e os impactos de sua aceleração. A análise envolveu indicadores do sistema climático, tais como concentrações de gases de efeito estufa, aumento da temperatura terrestre e do oceano, nível do mar, derretimento do gelo e recuo das geleiras e condições climáticas extremas.

Covid e ambiente

"Este relatório nada mais faz do que certificar o fato de que ainda estamos no caminho errado - explica Andrea Masullo, diretor científico da Associação Greenaccord - já faz alguns anos desde que as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera, que é o elemento que impulsiona a mudança climática, ultrapassaram em abundância 400 partes por milhão e lembremos que há trinta anos eram 355 partes por milhão.

Mudar modelos de desenvolvimento

"Quando a economia mundial recomeçar - continua Masullo - se não mudarmos de direção, logo nos encontraremos em uma situação pior do que a que deixamos". Se não colocarmos o bem-estar do homem de volta ao centro, mudando os objetivos do modelo de desenvolvimento e das fontes de energia, só corremos o risco de tornar uma situação já grave ainda pior e irreparável".

A contribuição dos governos

A contribuição dos governos torna-se fundamental, para poder alcançar o objetivo de emissões zero até 2050. "Os governos - sublinha o diretor científico da Greenaccord - devem rever globalmente as estratégias de desenvolvimento, os modos de transporte e o uso de energia, evitando um sistema consumista, pois isso significa utilizar todos os recursos de forma destrutiva, até que eles não estejam mais disponíveis.

Indicações do Papa

Devemos também tomar iniciativas a partir dos repetidos convites do Papa Francisco e das indicações da Laudato si’, de passar para uma economia circular dentro de ciclos naturais e recursos renováveis de tal forma que tudo se torne reutilizável novamente. Este é o grande desafio: tentar enxertar fontes renováveis em um sistema baseado no consumo, voltar a colocar o bem-estar do homem no centro da ação econômica e não o consumo de bens e o enriquecimento pessoal que não leva em conta o dano porque não o calcula".

ONG quer retirar 15 toneladas de lixo das praias e oceanos – entenda como você pode ajudar!


Por Jéssica Miwa

Retirar mais de 15 toneladas de resíduos de praias pouco habitadas e de difícil acesso do litoral do Paraná e Santa Catarina. Essa é a meta da etapa inicial do projeto Atitude Pelos Oceanos, que será lançado no próximo dia 22 de março – Dia Mundial da Água – pela Organização Não-Governamental Eco Local Brasil, sediada em Barra Velha (SC). As ações operacionais serão realizadas em todo país ao longo do ano e a primeira etapa inicia no mês de abril.

De acordo com o coordenador da ONG, Filipe Oliveira, apesar de pouco habitadas ou inóspitas, as praias escolhidas concentram grandes quantidades de resíduos. “Já fizemos uma triagem prévia dos locais por onde passaremos e estamos cientes de que as ações mais críticas e demoradas irão acontecer nas ilhas paranaenses e litoral norte de Santa Catarina. Infelizmente, é um problema ainda invisível para muitos”, explica.

Para marcar o Dia Mundial da Água, o lançamento será feito com uma ação de limpeza na praia da Península, em Barra Velha, com a presença apenas da equipe da ONG. Para todas as atividades realizadas pelo projeto, o cronograma vai depender dos decretos locais de combate à pandemia. As ações envolvem equipes reduzidas e, caso seja possível, contará com apoio da população local. “Queremos fazer as ações com a maior segurança possível e, por isso, vamos atuar com muito respeito e de acordo com as recomendações da vigilância sanitária de cada localidade”, destaca Oliveira.

Com ampla estrutura logística, que envolverá transporte terrestre e marítimo, o projeto Atitude pelos Oceanos conta com apoio de órgãos públicos competentes de cada área que envolve as ações e tem patrocínio da Portonave, Favretto Paineis e Core Case.

Assista aqui o vídeo teaser de lançamento do projeto, que colabora com um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) – ODS 14 Vida na Água -, atendendo a meta relacionada às medidas para restauração, a fim de assegurar oceanos saudáveis e produtivos. Mais informações sobre o Atitude pelos Oceanos podem ser obtidas no site da Eco Local Brasil.

A ONG Eco Local Brasil atua há 18 anos com ações ambientais de limpeza de praia e educação ambiental em escolas pelo Sul e Sudeste do país. Desde 2018, a entidade aplica um diferencial único em suas mobilizações, que é o de também se responsabilizar pelo descarte do que foi coletado, não utilizar aterros e ainda reaproveitar em 100% os resíduos retirados, usando-os como matéria prima para produtos sustentáveis. Em pouco mais de dois anos, já foram retiradas dos oceanos e transformadas 65 toneladas de resíduos.

Foto: Cleiton/GiroUrbano

Potencial de transformação de lixo em energia em cidades grandes é de US$ 14 bilhões no Brasil


As 28 regiões metropolitanas do Brasil, com mais de 1 milhão de habitantes, poderiam gerar 18,9 TWh / ano por meio de usinas de resíduos sólidos urbanos para energia (WTE) exigindo US $ 14 bilhões, de acordo com um estudo produzido pela associação local de resíduos para energia ABREN e compartilhado com BNamericas.

O montante, que representa cerca de 3% da demanda de energia elétrica do país, poderia ser gerado por meio de 118 usinas de 20 MW (ou 59 40 MW) alimentadas por 97.000 t / d de lixo urbano.

O maior potencial identificado pela ABREN está nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, que poderiam gerar 3,719TW / ano e 2,829TWh / ano, respectivamente. Em seguida, vem o distrito federal de Brasília com 1.089TWh / ano.

Atualmente, existem 183MW de projetos WTE em desenvolvimento no Brasil: a planta URE Barueri de 20MW e 825t / d com queima massiva, que já recebeu licença de instalação; a planta de 80MW e 3.000 t / d URE Mauá com licença prévia; a planta de 38 MW, 2.000 t / d URE Baixada Santista; planta de 30MW, 1.300 t / d Ciclus / Rio de Janeiro, também com licença prévia; e a planta de 15 MW, 500 t / d Diadema com gaseificação Outotec.

Em dezembro passado, o governo brasileiro aprovou a primeira licitação de resíduos sólidos urbanos do país para produção de energia, prevista para este ano. A aprovação é uma etapa fundamental para viabilizar projetos WTE no país.

Segundo o presidente da ABREN, Yuri Schmitke, o país tem potencial para 250 usinas, cada uma com 20 MW de capacidade instalada, o que representa um investimento de R $ 160 bilhões (US $ 30 bilhões).

No entanto, para viabilizar economicamente esses projetos, a ABREN estima que as taxas de aterro sanitário locais teriam que ser aumentadas em 11 reais / t de resíduos sólidos urbanos anualmente, enquanto a tarifa de energia WTE seria obrigada a cair para 250 reais / MWh dos atuais 620 reais / MWh em 2040.

Isso poderia ser alcançado com o uso de caminhões de lixo elétricos e ônibus movidos a energia gerada nas plantas WTE. Como uma única concessionária seria responsável pela geração de energia e pelos serviços de transporte, a empresa seria categorizada como autoprodutora de energia, com isenção do ICMS (serviço), por exemplo.

“O WTE deve ser pago pelos municípios, não pelo setor de energia elétrica. Estamos trabalhando para que isso aconteça ” , disse Schmitke ao BNamericas.

Nova parceria

Na quarta-feira, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Fapesp, e a secretaria de meio ambiente assinaram um protocolo para fomentar a implantação de projetos WTE no estado.

Durante a cerimônia, o secretário de infraestrutura e meio ambiente, Marcos Rodrigues Penido, destacou que os resíduos urbanos estão ligados tanto à pauta de saneamento básico quanto de energia.

“O desperdício que poderia ser usado para gerar energia em São Paulo é enorme” , disse.

Fonte: BNAmericas