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Energias renováveis mantêm crescimento e abrem vagas durante a pandemia

O projeto de geração de energia dentro de área urbana é um retrato do crescimento do mercado de energias renováveis no país

Foto: Arthur de Souza

No terreno que um dia abrigou as Cavalariças Imperiais, perto da Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio de Janeiro, hoje se constrói uma usina solar para abastecer o Museu Nacional, que passa por um processo de reconstrução após o incêndio de 2018.

O projeto de geração de energia dentro de área urbana é um retrato do crescimento do mercado de energias renováveis no país, que passou quase sem sentir os efeitos da pandemia e prevê aceleração após a aprovação de marco regulatório em discussão no Congresso.

O texto estabelece regras para o funcionamento da chamada geração distribuída, negócio que permite a compra de participação em usinas renováveis por indústrias, comércio e até residências.

"É importante porque vai estabelecer em lei, pela primeira vez no Brasil, o direito do consumidor gerar sua energia renovável", diz o presidente-executivo da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), Rodrigo Sauaia.

Mesmo antes da aprovação do texto, porém, o segmento já vem se aproveitando da busca por alternativas à escalada no preço da energia e pela crescente pressão por descarbonização das atividades econômicas.

Em 2020, o setor de energia solar recebeu investimentos de R$ 12,1 bilhões, alta de 50% em relação ao ano anterior. Na semana passada, a Absolar comemorou a marca de 10 GW (gigawatts) instalados, o que põe o Brasil na décima-quarta posição do ranking global.

O ano de 2021 começou acelerado. "Nosso faturamento cresceu 67% de janeiro a junho", diz Artur Cantador Bernardo, presidente da Dinâmica Energia Solar, empresa que atua na construção e montagem de fazendas solares, com braços em outras etapas da cadeia, como importação de equipamentos.

A Dinâmica começou com uma empresa de projeto de aquecimento de água e diversificou as operações quando o barateamento da tecnologia de geração de energia solar começou a viabilizar os primeiros projetos no país.

"Atualmente, a gente está com cerca de 60 funcionários, mas a tendência é crescer", conta Artur. "Nesse momento, temos obras em praticamente todo o Brasil, de Porto Alegre até Brasília."

"Além da energia estar cada vez mais cara, as empresas estão olhando a questão da sustentabilidade, implantando metas agressivas de redução de carbono", analisa André Castro, presidente-executivo do grupo Gera, que opera fazendas e condomínios solares -e o projeto do Museu Nacional, no Rio.

Com 140 funcionários administrativos e cerca de 200 pessoas trabalhando em campo, a empresa já vê gargalos de mão de obra especializada e iniciou um programa próprio de qualificação para dar conta dos próximos projetos, que somam hoje 25 MW (megawatts), quase o dobro dos 30 MW que já opera.

Mais antigas e difundidas no país, as eólicas viveram um período de retração no final da década passada por causa da falta de leilões do governo, mas já se beneficiam também da migração de consumidores em busca de preços baixos e energia limpa.

Em 2020, o Brasil recebeu R$ 20,6 bilhões em investimentos na fonte, que segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), será o principal motor do crescimento da oferta de energia no país nos próximos anos.

Essa perspectiva levou a fabricante de pás para torres de geração de energia eólica Aeris a lançar ações em Bolsa em novembro de 2020, captando R$ 1,1 bilhão para investimento em ampliação de suas instalações no porto de Pecém, no Ceará.

O dinheiro está sendo usado em um novo edifício industrial e em máquinas para ampliar a produção da empresa, que em 2020 teve um terço de suas vendas no exterior. Desde o início de 2020, a empresa contratou cerca de 2.000 novos funcionários, elevando o quadro de pessoal para cerca de 5.200 pessoas.

A criação de vagas de trabalho no setor segue tendência global. Em relatório sobre o impacto dos investimentos públicos do mercado de trabalho, lançado em maio, o FMI (Fundo Monetário Internacional) diz que os investimentos "verdes" tendem a criar mais empregos do que os tradicionais.

O documento destaca que os projetos e energia renováveis abrem oportunidades para trabalhadores locais e não requerem elevada qualificação. Para cada US$ 1 milhão (R$ 5,2 milhões) investidos em energia renovável, diz, são abertas entre 5 e 10 vagas.

Em seu último planejamento de dez anos, a EPE estima que os investimentos em geração distribuída de energia somarão R$ 93 bilhões até 2030.

"A cada ano que passa, sabemos que podemos confiar menos nas chuvas e, quando olhamos as alternativas, ou é energia fóssil ou é renovável", diz o diretor de Planejamento e Relações com Investidores da Aeris, Bruno Lollis.

Criador de uma startup de gestão energética de empresas, a Fohat, Igor Ferreira lembra que a disseminação do conceito ESG deve levar cada vez mais os empresários a apostarem em renováveis.

"O ESG está acelerando o desembolso de capital mais barato para empresas que atendam a esses requisitos", diz. "Não tem mais como esconder os efeitos climáticos, é visível que o planeta está se deteriorando."

MDR debate utilização de resíduos sólidos urbanos como fonte de geração de energia

Encontro virtual também reuniu representantes dos ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da iniciativa privada.

Brasília (DF) – O secretário nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Pedro Maranhão, participou nesta terça-feira (11) de reunião do grupo de trabalho interministerial que discute a entrada dos resíduos sólidos urbanos no rol das matrizes energéticas do Brasil. O encontro, realizado de forma on-line, contou com a participação de representantes dos ministérios de Minas e Energia (MME) e do Meio Ambiente (MMA), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da iniciativa privada.

Na avaliação do secretário, a reunião permitiu que o Governo Federal conhecesse a realidade do segmento às portas do leilão de novas matrizes energéticas autorizado pelo MME. O certame está previsto para setembro deste ano e tem como uma de suas novidades exatamente a inclusão da produção energética por meio de resíduos sólidos urbanos.

“O Governo Federal tem todo o interesse em diversificar a matriz energética e a entrada dos resíduos sólidos urbanos é uma novidade importante, pois poderemos dar uma destinação adequada a esses materiais e permitir a geração de novas fontes de receita para o setor”, afirmou Maranhão.

O diretor de Informações e Estudos Energéticos do MME, André Luiz Rodrigues Osório, reforçou que a geração por meio de resíduos sólidos urbanos terá importância para o Brasil nos próximos anos. A fonte energética, inclusive, deverá ser incluída no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2030. O documento é um indicativo das perspectivas de expansão futura do setor de energia sob a ótica do Governo Federal.

“A redução de carbono é uma questão que está na agenda do Ministério de Minas e Energia e a entrada de resíduos sólidos como matriz está inserida nesse escopo e, por isso, também está no nosso radar para a expansão das fontes energéticas”, observou Osório.

Também participaram do encontro representantes do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb); da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe); da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA, na sigla em inglês); da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos Sólidos (Abren); da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Sindesam); da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana (ABLP); e da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi).

FONTE: www.gov.br/mdr

Shell iniciará construção da usina termoelétrica de Macaé Marlim Azul no próximo mês


Segundo diretor da Shell, pandemia não afeta o projeto e obras da usina termoelétrica de Macaé deverão ser iniciadas já no próximo mês.

A petroleira anglo-holandesa Shell começará a construção da usina termoelétrica Marlim Azul, de 565MW, em junho deste ano. O empreendimento é avaliado em US$ 700 milhões e planejado para a cidade de Macaé, no estado do Rio de Janeiro.

“O projeto não foi afetado pela crise do COVID-19 do ponto de vista econômico. Já estávamos avaliando cenários complexos para esta unidade”, disse o diretor de regulamentação e relações governamentais da Shell no Brasil, Flávio Rodrigues, durante um webinar organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Reino Unido.

Depois de vencer o contrato em 2017, a Marlim Azul será a primeira usina termoelétrica a usar gás natural produzido no pré-sal. As operações começarão em 2023. A Shell fornecerá o gás e controlará uma participação de 29,9%, enquanto o Pátria Investimentos terá 50,1% e MHPS 20%.


A termoelétrica de Macaé é um dos primeiros projetos de geração de eletricidade realizados no Brasil pela Shell, que também está se aventurando na geração solar, entre outras tecnologias. A empresa recebeu autorização do regulador Aneel para desenvolver três parques solares no estado de Minas Gerais.

Shell e a transição energética

Rodrigues observou que a empresa vem discutindo a transição energética com o Ministério de Minas e Energia e a Empresa de Planejamento Energético (EPE). Ele acrescentou que os governos de todo o mundo desempenharão um papel fundamental na transição para uma matriz energética menos poluente, não apenas para atender aos objetivos do Acordo de Paris, mas também para estabelecer políticas que permitam aproveitar as oportunidades.

“O Brasil tem um enorme potencial para atrair recursos que serão direcionados a países que têm a possibilidade de desenvolver essas novas fontes de energia. Assim como outros países, o Brasil enfrentará o desafio de transformar isso em uma oportunidade de criação de emprego, que será um aspecto importante na retomada do crescimento econômico”, afirmou o executivo da Shell.

A Shell se comprometeu recentemente a atingir zero emissões líquidas até 2050.

*Fonte: Bnamericas

Empresa de Pesquisa Energética observa queda drástica no preço da energia solar

Expectativa é que a fonte se consolide como uma das mais competitivas para expansão da matriz energética nacional

A redução vertiginosa do preço da energia solar, verificada nos últimos leilões de energia, deve-se a maior competitividade do setor, que já possui oferta maior que a demanda de projetos. A informação é de Thiago Barral, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Em declarações à imprensa, Barral afirmou ainda que há uma gama de empresas e empreendedores interessados em investir nessa fonte.

O maior atrativo para os investidores, segundo declarações de Barral, é o baixo risco de desenvolvimento desses projetos, políticas corporativas e a capacidade de atrair capital para financiar empreendimentos. Conforme já foi apontado no Plano Decenal de Energia da EPE, colocado em consulta pública no ano passado, a previsão é que a energia solar se consolide como uma das fontes mais competitivas para expansão da matriz energética nacional.

“Vale ressaltar que apenas uma fonte não é uma solução adequada para a segurança eficiente e para o menor custo do sistema. O ideal é a combinação de várias fontes. A energia solar, sozinha, não vai dar conta de atender às necessidades energéticas do país nos próximos anos, mas se apresenta como uma das fontes que têm papel relevante nesse cenário”, disse.

As fontes solar e eólica, por exemplo, têm apresentado resultados surpreendentes nos últimos leilões, tornando-se cada vez mais competitivas. “Isso deve-se ao bom desempenho do setor, aliado a inovação e a estratégias das indústrias”, complementou.

As hidrelétricas ainda respondem por mais de 70% da matriz energética nacional, mas esse porcentual vai diminuir ao longo dos anos, com a diversificação das fontes de energia. Esse cenário já pode ser observado nos últimos leilões que, segundo Barral, no curto prazo, não houve grandes projetos de hidrelétrica no Brasil.

“Com exceções da Usina de Castanheiras, em Mato Grosso, que a própria EPE vem estudando, com potência instalada de 140 megawatts (MW) de energia, que se encontra em etapa de licenciamento; a Usina de Tabajaras, em Rondônia, em estágio mais avançado de desenvolvimento, com capacidade de 400 MW; e a Usina de Bem Querer, em Roraima, com 650 MW, em fase de estudos de impacto ambiental na região e de componente indígena”, disse.

Esses projetos fazem parte do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) pela condição de licenciamento ser um aspecto fundamental para o avanço desses empreendimentos, mas Barral lembra que nenhum deles passou por audiência pública.

Fonte: Portal Solar

Brasil estabelece preço máximo de US$ 51/MWh para energia fotovoltaica no leilão A-6

Um total de 29,7 GW de projetos fotovoltaicos concorrerá no concurso, que será realizado no dia 18 de outubro. Os projetos solares selecionados devem começar a fornecer energia em 2025 e receberão um PPA de 20 anos.

Soltec

A agência reguladora brasileira ANEEL estabeleceu um preço máximo de BRL209,0 (US$ 51,0) / MWh para energia fotovoltaica no leilão A-6 previsto para 18 de outubro.

Foi atribuído à tecnologia eólica o menor preço máximo de BRL189 / MWh, enquanto o mais alto, BRL292 / MWh, foi estabelecido para projetos termelétricos. O preço máximo da energia hidrelétrica foi ligeiramente inferior ao da energia térmica, em cerca de BRL285 / MWh.

No leilão A-4, realizado no final de junho, o preço máximo da fonte solar foi de BRL276 / MWh. Este concurso foi concluído com 211 MW de energia solar alocada e uma oferta mais baixa de US$ 17,3 / MWh, que era na época, teoricamente, a menor oferta de preço de eletricidade já registrada para projetos de energia solar em larga escala em um leilão de energia. 

No entanto, esse recorde mundial foi questionado por vários analistas, que enfatizaram que essa oferta é apenas relativa à metade da energia gerada no projeto selecionado, uma vez que a maior parte da energia gerada será vendida sob um contrato de compra de energia privada para Longo prazo (PPA) para um cliente não especificado e provavelmente a um preço mais alto.

Para o próximo leilão A-6, a ANEEL reiterou que apenas os projetos hidrelétricos receberão um PPA de 30 anos, enquanto a energia solar e outras energias renováveis ​​terão direito a contratos de 20 anos.

A agência brasileira de energia, a Energy Research Company (EPE), pré-selecionou 825 projetos solares com uma capacidade total de geração de 29,78 GW para o leilão.

Esta será a primeira vez que o lote terá direito a participar do leilão A-6, depois de ter sido excluído no ano passado.

Os leilões A-4 e A-6 deste ano fazem parte do plano de leilão de energia de três anos apresentado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em março. Este plano inclui seis leilões de “nova energia”, para os quais o ministério agendou dois leilões por ano. Após junho, os leilões A-4 serão realizados em 23 de abril de 2020 e 29 de abril de 2021. As datas do leilão A-6 após setembro serão 24 de setembro de 2020 e 30 Setembro de 2021.

Energia solar pode ganhar impulso extra no Brasil após queda de preço em leilão

As usinas solares apresentaram os menores preços na licitação da última sexta-feira, chegando a negociar a produção futura a 64,99 reais por megawatt-hora.

ENERGIA SOLAR (FOTO: GETTY IMAGES)

A energia solar pode ganhar um impulso extra no Brasil após os resultados históricos de um leilão realizado na semana passada pelo governo para a contratação de novos projetos de geração, disseram à Reuters dois importantes especialistas em planejamento energético.

As usinas solares apresentaram os menores preços na licitação da última sexta-feira, chegando a negociar a produção futura a 64,99 reais por megawatt-hora, valor pela primeira vez inferior ao praticado por empreendimentos eólicos e hídricos.

O preço, o mais baixo já visto para energia solar no Brasil, ainda ficou abaixo do valor de venda da produção da enorme hidrelétrica de Belo Monte, que em 2010 negociou contratos a 87 reais por megawatt-hora, em valores históricos.

Apesar do imenso potencial do Brasil para a geração solar, a fonte ainda representa apenas 1,27% da matriz elétrica do país, que tem uma longa história de predomínio da geração hidrelétrica, que responde por 60% da capacidade.

"Este leilão é um marco histórico em termos do preço da energia solar", disse à Reuters o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim.

"Sem dúvida, o baixo preço da solar centralizada indica que ela pode ter um papel maior na matriz elétrica", acrescentou ele.

O ex-chefe da EPE ressaltou, no entanto, que o leilão foi "atípico", dada a baixa demanda por energia em meio à lenta recuperação da economia brasileira, o que aumentou a disputa entre investidores pelos contratos de longo prazo oferecidos aos vencedores da concorrência.

"É claro...temos de saber se atingimos um novo patamar de preço ou se o resultado é fruto de uma situação conjuntural onde há um forte desbalanceamento entre oferta e demanda", disse.

Outro fator por trás da forte queda nos preços foi a estratégia dos vencedores, que deixaram em média 70% da energia dos projetos para ser vendida no chamado mercado livre de eletricidade, no qual grandes consumidores podem negociar o suprimento diretamente com geradores e comercializadoras, disse o presidente da consultoria especializada PSR, Luiz Barroso.

Ainda assim, ele também destacou a forte competitividade das usinas fotovoltaicas.

A fonte deixou para trás no último certame o preço mais baixo já alcançado por projetos eólicos no Brasil, de 67 reais, em um leilão do ano passado, e ainda aproximou-se de um recorde histórico da energia hidrelétrica, de 58,36 reais, praticado pela usina Teles Pires em uma licitação em 2010.

"A esse nível de preço, a solar confirma o seu esperado protagonismo", disse Barroso, que também presidiu a EPE, entre 2016 e 2018.

O consultor apontou, no entanto, que esse novo patamar significa também que o Brasil precisará avaliar como lidar com questões inerentes à geração solar, como sua variabilidade em função do clima.

"Esse protagonismo fará com que o planejamento tenha que fatorar este resultado em suas análises, demandando mais preparação para lidar com a integração da fonte e seus impactos, como a intermitência", explicou.

Os especialistas ainda destacaram que as usinas eólicas também mostraram-se fortemente competitivas no leilão, com preços de até 79,9 reais por megawatt-hora, perto do recorde da fonte.

"Isso mostra que a energia solar e a eólica, que também teve um preço muito baixo, podem aumentar a participação na matriz elétrica sem onerar o consumidor", apontou Tolmasquim.

Por outro lado, o espaço para o avanço dessas fontes renováveis não é "ilimitado", acrescentou ele, defendendo o uso de outras formas de geração como termelétricas e hidrelétricas para "compensar" a intermitência das eólicas e solares.

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), que representa investidores do setor, defendeu após o leilão que a fonte de geração viu seus custos caírem nos últimos anos em ritmo bem além do previsto pelo governo anteriormente.

O chamado Plano Decenal de Energia, documento que traça diretrizes para o planejamento da geração no Brasil, apontou em sua versão 2027, publicada no ano passado, que o governo poderia avaliar uma expansão maior das usinas solares se estas vissem uma redução de custos de 40% até 2024.

"Antecipamos essa redução de preços em mais de cinco anos, em benefício de toda a sociedade brasileira. Desse modo, cabe ao governo fazer sua contrapartida e ampliar os volumes de contratação anual da fonte", disse em nota o presidente do Conselho da Absolar, Ronaldo Koloszuk, defendendo a contratação de 1,9 gigawatt anual em capacidade solar.

O chamado "cenário de referência" para a expansão do parque gerador brasileiro no PDE 2027 prevê a contratação de cerca de 2 mil megawatts em capacidade de novas usinas eólicas por ano, enquanto usinas solares somariam 1 mil megawatts anuais.

Energia fotovoltaica não brilha no leilão do Brasil

O setor solar fotovoltaico lamenta o baixo volume de contratações no leilão A-4. Segundo a avaliação da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), os preços médios do evento estão fora dos níveis de referência da fonte no Brasil.

A planta do Sertão, de propriedade da GPG, subsidiária da Naturgy no Brasil. Foto: Naturgy

Secretário Ministério de Minas e Energia do Brasil, Ricardo Cyrino Energia Elétrica, disse que o leilão 29 Geração A-4, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), juntamente com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) nesta sexta-feira em São Paulo, foi um sucesso. "Foi um leilão exclusivamente a partir de fontes renováveis ​​muito importante na perspectiva de manter a matriz limpa. O resultado representou um nível de investimento de R$ 1,9 bilhão (cerca de 494 milhões de dólares) e serão gerados 4,5 mil empregos ", afirmou.

Segundo ele, "a migração do livre mercado deve ter tido sua colaboração. A maioria dos projetos deixou boa parte - entre 30% e 50% - da energia a ser vendida no mercado livre ", afirmou. O objetivo do leilão foi contratar energia de novas usinas termelétricas hidrelétricas, eólicas, solares fotovoltaicas e de biomassa, cujo fornecimento terá início em janeiro de 2023.

EPE agência brasileira tinha pré-seleccionados um total de 1.829 projetos de energia com uma capacidade total de 100,8 GW em leilão, e que esperava-se que o evento seria um dos maiores em termos de leilões de capacidade nominal e acabar -se com preços mais baixos em comparação com os leilões anteriores.

Projetos em 20 estados foram negociados por um montante de R$ 2.644.783.137,43 (cerca de 687 milhões de dólares), atingindo 17.497.384.800 MWh. O preço médio de venda por MWh foi de R$ 151,15 (US$ 39,2).

O preço inicial da energia fotovoltaica foi de R$ 276,00 / MWh (US $ 71,8) e o preço médio de venda da eletricidade foi de R$ 67,48 / MWh (equivalente a US$ 17,62). / MWh), o que representa um decréscimo de 75,6% em relação ao preço inicial.

Na avaliação da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o concurso resultou em um volume de contratação muito abaixo das expectativas do setor e das próprias necessidades do país. "O valor contratado foi muito baixo comparado ao grande número de projetos que participaram do leilão. Apenas dois distribuidores de eletricidade contrataram projetos no leilão. Isso causou uma alta competição entre os players, produzindo preços médios fora dos níveis de referência para a fonte solar fotovoltaica no Brasil ”, afirma Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR.

Os projetos solares fotovoltaicos contratados pela LEN A-4 em 2019 estão localizados nas regiões Nordeste e Sudeste, nos estados do Ceará (163,7 MW) e Minas Gerais (40,0 MW).

"Apenas 30% da energia elétrica que será gerada pelas usinas do Ceará e 50% da energia das usinas de Minas Gerais foi destinada às distribuidoras, no ambiente de contratação regulada (ACR). O restante da energia pode ser vendido no ambiente de contratação livre (ACL), onde os preços são mais altos, o que ajuda a equilibrar a renda dos projetos ", diz Sauaia.

"Temos a informação de que parte dos projetos contratados será a ampliação de projetos existentes. Isso fez com que um preço mais ousado fosse possível na competição ", diz Sauaia, que espera que a energia solar ocupe a faixa de preço correspondente no leilão de outubro:" O mercado tem um volume de contratação muito mais robusto para a concorrência. fonte solar fotovoltaica no leilão A-6 de 2019, prevista para outubro, quando teremos a dimensão real do nível de preços da fonte no país ", acrescenta.

Energia fotovoltaica vai competir no leilão A-6 no Brasil com 29,7 GW de projetos

A agência brasileira EPE pré-qualificou um total de 1.829 projetos de energia com capacidade total de 100,8 GW para o próximo leilão A-6. Espera-se que o concurso seja um dos maiores leilões em termos de capacidade alocada e terminará com preços mais baixos em comparação com os leilões anteriores.

Órigo Energia

Agência brasileira de energia Empresa de Pesquisa Energética (EPE) anunciou 1.829 projetos admitiram eólica, solar, hídrica e biomassa com uma capacidade total de 100,8 GW em fase inicial de leilão de energia A-6, programado para o dia 26 de setembro.

Destes projetos, 825 são para usinas solares de um total de 29,78 GW de capacidade geradora, enquanto a participação eólica é de 25,1 GW divididos em 845 projetos.

O estado da Bahia tem a maior capacidade de projetos de energia solar aceito, com cerca de 6,9 GW, seguido por Piauí (6,8 GW) Rio Grande do Norte (5,2 GW), Ceará (3,1 GW), Pernambuco (2,7 GW), Minas Gerais ( 2,5 GW), Paraíba (727 MW), Mato Grosso do Sul (450 MW) e Tocantins (225 MW). Dado que estes números são bastante semelhantes aos do leilão A-4, para os quais 26 GW de projetos foram pré - qualificados, parece bastante provável que, na maioria dos casos, o mesmo projeto irá competir em ambos os concursos.

Projetos que serão selecionados no leilão de setembro deve ser conectado à rede e começar a operar em 1 de Janeiro de 2025. Este tempo suficiente para projetar prazo de conclusão pode empurrar os desenvolvedores a apresentar propostas mais baixas, devido a uma Maior prazo para as reduções de preço esperadas para a tecnologia fotovoltaica.

Esta será a primeira vez que o site terá o direito de participar do leilão A-6, após ter sido excluído no ano passado.

Os leilões A-4 e A-6 deste ano fazem parte do plano de leilão de energia de três anos apresentado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em março. Este plano inclui seis leilões de "nova energia", para os quais o ministério programou dois leilões por ano. Depois de junho, os leilões A-4 acontecerão em 23 de abril de 2020 e em 29 de abril de 2021. Depois as datas do leilão A-6 serão 24 de setembro de 2020 e 30 de setembro de 2021.

Aumento de 29,7 GW na capacidade de projetos de energia solar competirão no leilão de renováveis ​​A-6 do Brasil

Agência de energia brasileira A EPE pré-qualificou 1.829 projetos de energia renovável com uma capacidade combinada de 100,8 GW para o exercício de aquisição. Espera-se que o leilão A-6 seja o maior em termos de capacidade alocada e entregue ofertas mais baixas do que as rodadas anteriores.

A Solar atualmente contribui com apenas 1% da capacidade de geração de energia do Brasil. Imagem: Donatas Dabravolskas / Wikimedia Commons.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Energética (EPE) admitiu 1.829 projetos de energia solar, eólica, hidráulica e de biomassa, com capacidade combinada de 100,8 GW, na fase inicial do leilão de energia A-6, planejado para 26 de setembro.

Desses esquemas, 825 são projetos de energia solar com uma capacidade total de geração de 29,78 GW. O vento tem uma participação de 25,1 GW de 845 projetos.

O estado da Bahia possui a maior capacidade total de sistemas solares em consideração, com cerca de 6,9 ​​GW, seguido pelo Piauí (6,8 GW) do Rio Grande do Norte (5,2 GW), Ceará (3,1 GW), Pernambuco (2,7 GW), Minas Gerais. (2,5 GW), Paraíba (727 MW), Mato Grosso do Sul (450 MW) e Tocantins (225 MW). Com os números semelhantes aos registrados para o leilão A-4 de prazo de quatro anos, para os quais 26 GW de projetos foram pré-qualificados , parece provável que, na maioria dos casos, os mesmos projetos tenham sido aplicados para ambos rodadas de compras.

A longo prazo, menor preço?

Os projetos selecionados no leilão de setembro devem estar conectados à rede e em operação até 1º de janeiro de 2025, daí a denominação A-6. Esse prazo mais longo para a conclusão do projeto pode levar os desenvolvedores a apresentar ofertas mais baixas pelo preço que aceitarão para a energia gerada, dadas as esperadas reduções continuadas de preço para a tecnologia PV.

O leilão será a primeira vez que a solar terá o direito de participar da aquisição do A-6.

As rodadas A-4 e A-6 deste ano fazem parte de um plano de leilão de energia de três anos divulgado pelo Ministério de Minas e Energia em março. Esse programa incluiu planos para seis leilões de "nova energia" com o Ministério agendando dois por ano: as rodadas de aquisição A-4 e A-6. Depois de junho, os leilões A-4 serão realizados em 23 de abril do próximo ano e 29 de abril de 2021. As datas de leilão A-6 depois de setembro serão em 24 de setembro do próximo ano e 30 de setembro de 2021.

Em recente entrevista à revista pv, Rodrigo Sauaia, presidente-executivo da associação brasileira de energia solar ABSOLAR, analisou as chances de PV nos dois leilões de energia deste ano.

Brasil registra 101 GW de renováveis ​​para o dia 17 de outubro

Painéis solares. Foto por: Innovative Solar Systems.

A estatal brasileira de pesquisa em energia EPE divulgou na terça-feira que 100.874 MW de projetos de energia renovável foram registrados para o próximo leilão, que será realizado em 17 de outubro de 2019.

Chamado de A-6, o leilão vai contratar projetos de energia hidrelétrica, eólica, solar, de biomassa, carvão e gás natural. No total, 1.829 projetos de energia competirão por contratos.

Esta licitação, previamente agendada para 26 de setembro, concederá contratos de compra de energia (PPAs) que entrarão em vigor em 1º de janeiro de 2025.


No Brasil, as usinas hidrelétricas (UHE) são divididas em três grupos, dependendo de sua capacidade. UHE, com capacidade superior a 30 MW, PCH, entre 1 MW e 30 MW, e CGH de até 1 MW.

A energia solar entra no leilão brasileiro do estado não interconectado de Roraima

Brainin, pixabay

Embora apenas dois dos nove projetos selecionados no leilão sejam para usinas híbridas de biomassa e energia solar, sete dos projetos premiados serão realizados com fontes de energia renováveis. O maior projeto selecionado, no entanto, é uma usina termelétrica a gás de 126 MW, localizada em Boa Vista.

A Agência Brasileira de Energia Empresa de Pesquisa Energética (EPE) anunciou os resultados do leilão de energia realizado em 31 de maio pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para o sistema elétrico isolado de Boa Vista e as localidades conectadas no estado. norte de Roraima.

Segundo a agência, a CCEE contratou nove projectos, que representam 294 MW de capacidade de geração de energia para o fornecimento de 6402.5 GWh a partir de 28 de junho de 2021. Em geral, esses novos recursos graças a um investimento total previsto será implantado R$ 1,62 bilhão. (US$ 414,5 milhões).

A EPE já havia pré-qualificado 156 projetos com capacidade total de 6 GW para o leilão. "O interesse dos desenvolvedores em apresentar soluções alternativas para o diesel mostrou que há espaço para fontes renováveis ​​entrarem nos Sistemas Isolados de maneira competitiva", destacou a EPE em seu comunicado.

As energias renováveis, por outro lado, foram capazes de garantir sete dos projetos premiados, incluindo quatro projetos de biomassa, totalizando 40 MW na parte norte de Roraima; outro projeto de biomassa e um projeto híbrido de biomassa-fotovoltaica na região sul do estado; e um projeto híbrido de biomassa, solar e armazenamento em Boa Vista, que é a capital de Roraima.

PPA's mais longas para renováveis

Apesar do fato de que as energias renováveis ​​vieram garantir o maior número de projetos, a maior usina elétrica selecionada no leilão é uma planta de gás de 126,2 MW que será alimentada com gás natural da região amazônica. Projetos baseados em energias renováveis ​​receberão um PPA por 15 anos, enquanto aqueles que ainda usam diesel terão um contrato de 7 anos.

O leilão terminou com um preço médio de US$ 833,00 R (US$ 213,6 / MWh), com uma média de 22,7% de desconto em relação ao preço máximo de US$ 1,078.00 R / MWh.

Por meio do leilão, o governo brasileiro pretende criar uma nova capacidade de geração de energia na região após 2021, quando o contrato de fornecimento do maior fornecedor de eletricidade do estado, o Corpelec, com sede na Venezuela, expirará. Em vez de depender do fornecimento de energia de uma área instável, o Brasil preferiu a implantação de novas capacidades de geração com uma parcela crescente de energia limpa.

O regulador brasileiro fixa preço máximo de US$ 69 MWh para a energia solar no próximo leilão A-4


O leilão A-4 está programado para 28 de junho. Este concurso, no entanto, poderia atribuir menos capacidade do que em leilões anteriores do mesmo tipo, devido à menor demanda disponível para contratar novos projetos.

A agência reguladora de energia do Brasil, ANEEL, estabeleceu um preço máximo de R$ 276,0 (US$ 69,7) / MWh para o leilão A-4 planejado para 28 de junho.

A tecnologia eólica foi atribuído o menor preço máximo entre todas as tecnologias concorrentes para 208,0 BRL / MWh, enquanto o maior, 331,0 BRL / MWh, foi criada para projetos termelétricos e de biomassa. O preço máximo da energia hidrelétrica foi ligeiramente superior ao da energia fotovoltaica a 288,0 BRL / MWh.

No último leilão do mesmo tipo, realizado em abril do ano passado, a Aneel havia estabelecido um preço máximo de 312 BRL / MWh para a energia solar no leilão A-4 realizada no final de 2017, o preço máximo foi o mesmo para projetos de energia solar, termoelétrica e biomassa 329,0 BRL / MWh, um limite surpreendentemente pouco maior do que o leilão no ano passado, que foi de 320,0 BRL / MWh, e muito inferior ao preço máximo de 381,0 BRL / MWh em primeiro leilão de 2015.

Quanto ao próximo leilão A-4, a ANEEL lembrou que apenas projetos hidrelétricos receberão um PPA de 30 anos, enquanto a energia solar e outras renováveis ​​têm direito a contratos de 20 anos.

No início de abril, a agência brasileira de energia Empresa de Pesquisa Energética (EPE) revelou que tinha admitido 1.581 projetos eólicos de energia, solar, hídrica e biomassa com uma capacidade total de 51,2 GW, dos quais cerca de 26 GW apenas para projetos fotovoltaica

Levando em conta essa ampla e forte competição, o preço médio final dos projetos de energia solar selecionados no leilão de junho poderá ser menor do que o leilão A-4 realizado em abril do ano passado, que ficou em torno de 118 BRL / MWh.

Neste leilão, a EPE e a Câmara de Comércio de Energia Elétrica (CCEE) destinaram cerca de 806,6 MW de capacidade fotovoltaica. O leilão deste ano, no entanto, pode ter volumes menores, devido à menor demanda disponível para a contratação de novos projetos.

Além disso, o governo brasileiro decidiu que no evento de junho, ao contrário dos leilões anteriores da A-4, os contratos assinados com os promotores serão concedidos com base na "quantidade" e não na "disponibilidade".

O contrato de quantidade é um contrato financeiro padrão, no qual o gerador de energia apresenta uma oferta em BRL / kWh e o risco de entrega física liderado pelo operador central da rede nacional brasileira, ONS, é assumido pelo proprietário do contrato. a planta. Nesse tipo de contrato, os riscos derivados da indisponibilidade da planta que resultam em uma produção inferior ao valor contratado são assumidos pelo vendedor.

Sociedade precisa ser preparada para a transição energética, diz Thiago Barral

Presidente da EPE, Thiago Barral, durante o Diálogos da Transição

A sociedade precisa ser preparada para a transição energética e os agentes envolvidos precisam ter clareza para explicar a alocação de custos e benefícios. A avaliação é do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral, que participou nesta terça-feira, 14, do primeiro encontro da série Diálogos da Transição, organizado pela epbr e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds).

“A Irena tem estudos que mostram os países que saem ganhando e os que saem perdendo com a transição energética. A África sai perdendo. São questões que precisam ser enfrentadas. É fundamental que as políticas sejam desenhadas levando consideração, desde a sua origem, o aspecto da equidade para tratar com sensibilidade. Eu acho que hoje ainda não estamos preparados. Temos uma missão grande para preparar a sociedade, sobretudo para aproveitar as oportunidades”, comentou o presidente da EPE.

Esse ponderação de custos e benefícios, na visão de Barral, deve ser aplicada aqui. “O Brasil viveu uma crise e a economia tomou um tombo de 7%. Essa é uma contribuição que o Brasil dá para o controle de emissões, que não é desprezível. [Mas] o brasileiro está pagando caro, com desemprego, com redução da economia do país. Dito isso, não é desculpa para deixar de olhar a expansão das renováveis na matriz energética de uma forma geral”.

O executivo destacou também que apesar da grande participação de fontes renováveis na matriz energética, a transição para uma economia de baixo carbono depende de um ambiente de negócios favorável, com disposição para promover inovações no mercado e fomentar investimentos.

“Existem várias estratégias que nos fazemos nos estudos da EPE. Não é uma única, mas começa com um desenho de mercado que precifique corretamente os requisitos do sistema. Se não, a gente trava todas as inovações que são a base da transição energética. Sem inovação, não tem transição”.

Barral afirmou ainda que nos últimos anos acontece uma continua redução dos custos e dos preços das energias renováveis, sobretudo das fontes eólica e solar. “ Na nossa visão, essas fontes vão ser o carro chefe da expansão, pelo seu mérito econômico”, completou.


O presidente da EPE defendeu, contudo, o mix de energias na matriz. “Agora, ela tem que estar combinadas com outras fontes. O nosso desenho de mercado precisa evoluir para reconhecer essa nova realidade, de uma matriz cada vez mais com fontes variáveis ou não despacháveis e aí, portanto, isso afeta a dinâmica de oferta e demanda de energia elétrica e a precificação da energia precisa ser aderente a isso”, comenta.

Thiago Barral afirmou também que, “se o Brasil votar a crescer de forma acelerada, o país vai precisar de uma ambição maior em eficiência energética e dar conta, como o mundo não está dando conta, de atender o crescimento da demanda prioritariamente com renováveis” ,afirmou.

A EPE é um estatal que funciona como uma consultoria para o governo na formação de políticas energéticas. Thiago Barral assumiu a presidência da empresa em janeiro – o primeiro funcionário de carreira a assumir esse posto.

Diálogos da Transição são uma série de eventos promovidos pela epbr e pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Veja todo conteúdo em epbr.com.br/transicao.

Leilão de energia elétrica A-6 é marcado para 26 de setembro


Agência Brasil – O leilão para compra de energia elétrica de novos empreendimentos, denominada de A-6, foi marcada para o dia 26 de setembro deste ano. A portaria do Ministério de Minas e Energia estabelecendo as diretrizes para o leilão está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (8). A promoção do leilão cabe à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O documento define que os empreendedores que pretenderem participar do leilão, propondo a inclusão de projetos de geração de energia, deverão requerer o cadastramento e a habilitação técnica dos projetos à Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O prazo para a entrega de toda a documentação está marcado até as 12h do dia 17 de maio.

De cordo com a portaria, o edital, que será elaborado pela Aneel, deverá prever que não poderão participar do leilão de energia nova A-6, de 2019, os empreendimentos de geração que entrarem em operação comercial até a data de publicação do edital. O início do suprimento de energia elétrica de novos empreendimentos ocorrerá a partir de 1º de janeiro de 2025.

Piauí já tem 92 empreendimentos de energia e Plano prevê expansão até 2027

Todos foram contratados mediante leilão e juntos, possuem capacidade de aproximadamente 2,5 mil kW.


O Plano Decenal de Expansão de Energia, com horizonte de 2027 (PDE 2027), apoiado pelo Ministério de Minas e Energia traçou uma projeção do setor de energias renováveis em todo o Brasil nos próximos anos. No Piauí, o levantamento que é produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica que já há no Estado 92 empreendimentos no setor, sendo que destes, 69 envolvem a produção de energia eólica e 23 são empreendimentos solares fotovoltaicos. Todos foram contratados mediante leilão e juntos, possuem capacidade de aproximadamente 2,5 mil kW.

No caso específico do Piauí, o PDE aponta que os estudos realizados para a expansão das interligações Norte e Nordeste em função da entrada da usina de Belo Monte, do expressivo montante de geração eólica licitadas, em conjunto com uma grande quantidade de usinas térmicas instaladas na região Nordeste, resultaram na recomendação da nova SE Gilbués II e das linhas de transmissão em 500 kV Miracema Gilbués II (C1 e C2), Gilbués II, Barreiras II, (C1), Gilbués II, São João do Piauí (C1), P. Dutra, Teresina II (C3) e Teresina II, Sobral III (C3). 

Esse sistema foi licitado nos anos de 2012 e 2013, tendo a Abengoa como a proponente que arrematou quase todas as obras. “No entanto, devido aos severos problemas financeiros enfrentados pela empresa espanhola, esses empreendimentos não foram terminados, fato esse que torna incerta a data para a entrada em operação dos reforços. Referencialmente, nesse Plano Decenal, esses empreendimentos serão considerados como entrando em operação a partir de 2023”, indica o relatório.

Governo do Piauí

Com a perspectiva para a conclusão dos empreendimentos, o Plano vislumbra um reforço estrutural no Piauí nos próximos anos, possibilitando o oferecimento de uma energia com ainda mais qualidade. “O reforço estrutural do sistema de transmissão responsável pelo atendimento a região sul do Piauí,licitado no ano de 2013, contempla uma linha de transmissão em 230 kV interligando as subestações Eliseu Martins e Gilbués II, com seccionamento em Bom Jesus e transformação 230/69 kV em Gilbués II e Bom Jesus II. 

Este reforço, com previsão de entrada em operação em agosto de 2017, proporcionará o atendimento a essa região com qualidade e confiabilidade até o ano de 2030. Para o escoamento do excedente de energia elétrica proveniente de usinas eólicas no estado da Bahia, foi recomendada a LT 500 kV Gilbués II, Gentio do Ouro II, que tem sua data de entrada em operação comprometida pela paralisação das obras da SE Gilbués II, de propriedade da Abengoa”, indica o levantamento.

Baterias e energias renováveis podem revolucionar o mercado de eletricidade


Apesar de a ex-presidente Dilma Rousseff ter virado piada quando falou em público sobre a possibilidade de “estocar vento”, ela não estava completamente equivocada. Armazenar ar comprimido em momentos em que a energia está mais barata para liberá-lo mais tarde e fazer girar turbinas de vento quando é necessário é um conceito bastante estudado e considerado possível. Mas apesar de essas “baterias de vento” serem uma boa ideia, as baterias químicas é que estão avançando mais rapidamente no aspecto do armazenamento de energia em massa.

Empresas como a Tesla já possuem tecnologia para criar e instalar baterias em redes elétricas de grandes e pequenas cidades para que seja possível aproveitar completamente a produção de energia renovável — seja eólica, solar ou qualquer outra. Isso porque, quando temos dias de sol, painéis solares produzem mais energia do que é as pessoas normalmente consomem durante o dia. Quando cai a noite, os painéis param de produzir, e o consumo aumenta exponencialmente.

Usando baterias químicas, é possível armazenar uma boa quantidade de eletricidade durante todo o dia para que isso seja utilizado durante a noite ou mesmo em dias nublados. É possível também escalar essa aplicação de baterias em âmbito doméstico para toda uma cidade, por exemplo, ou mesmo toda uma rede elétrica.

A “maior bateria do mundo” feita pela Tesla em 2017 na Austrália

Atualmente, o Brasil conta com uma matriz elétrica um tanto diferente do que tínhamos nos anos 2010. Até 2011, a energia gerada por hidroelétricas — que apesar de causarem um impacto ambiental considerável, produzem energia renovável — representava mais de 80% de toda a produção de eletricidade do nosso país. Em 2016, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética brasileira (EPE), as hidroelétricas correspondiam a 68,1% de toda a nossa produção.

Matriz elétrica brasileira em 2016 de acordo com a EPE

Contudo, diferente da maior parte do mundo, nosso país não tem aumentando significativamente sua dependência de combustíveis fósseis e outras fontes não renováveis para a produção de energia. Em vez disso, a energia solar e principalmente a eólica tem apoiado a produção hidroelétrica. Somando-se a produção por biomassa, ainda temos 82% da matriz elétrica composta por fontes renováveis, uma marca muito superior à média mundial.

Só que as fontes de energia renováveis estão bastante suscetíveis a condições da natureza. Em um ano com pouca chuva, por exemplo, o preço da energia sobe no Brasil, pois é difícil criar reservatórios maiores para armazenar água para momentos de necessidade. Usinas térmicas, que queimam gás natural e petróleo conseguem lidar com o “estoque de energia” forma muito mais prática, mas elas são muito mais caras e desperdiçam combustível durante a produção de eletricidade.

Brasil é única grande economia mundial com alta taxa de utilização de energias renováveis em sua matriz elétrica

Dessa forma, a criação de parques de baterias químicas é uma saída importante para massificação da eletricidade vinda do vento e do sol. Acredita-se que esse tipo de estoque possa minimizar o uso de gás e petróleo em momentos de necessidade e tornar nossa matriz elétrica ainda mais renovável.

Um vídeo do The Verge explica mais ou menos a mesma situação, só que nos EUA. Assista com legendas e tradução automática para o português, caso você não compreenda o inglês.

FONTE: Tecmundo

Os avanços do Brasil no uso de Energia Solar

Foto: DINO

As discussões sobre sustentabilidade e preservação do meio ambiente são recorrentes no mundo inteiro. Nesse contexto, o Brasil tem se destacado, graças às condições naturais e ao grande uso de energia solar.

O território brasileiro, localizado próximo à Linha do Equador, tem uma grande incidência solar. Já sobre a exploração desse benefício, de acordo com estudos (Aneel, Absolar, EPE, Inpe e REN21), nos últimos cinco anos, a geração de energia solar cresceu 81000% em todo território brasileiro. Fazendas, indústrias, residências, shoppings, entre outros passaram a investir na energia limpa.
Vantagens da Energia Solar 

A energia proveniente do sol possui muitos benefícios. Ela é infinita e totalmente limpa, assim, não libera poluentes – óxido de nitrogênio (NOx), dióxido de carbono (CO2) e dióxido de enxofre (SO2) durante os processos de produção e consumo. Além disso, para a captação de energia solar, não é preciso ter grandes áreas (como as hidroelétricas). E o ponto interessante é que os painéis solares conseguem armazenar energia, caso sobre, claro.

Painel Solar

Quem deseja investir em energia solar precisa estar atento (a) à qualidade do painel solar. A loja online Creative Cópias tem vários painéis solares que já vêm com gerador de energia – os produtos são de extrema qualidade. É importante lembrar que todos os custos no investimento e instalação de um painel solar, posteriormente, são recompensados na significativa economia nas contas de luz. E, claro, o meio ambiente também agradece.

Fonte: Terra

Energia Solar Fotovoltaica: A fonte do Século XXI

Poucos setores no Brasil cresceram de forma tão robusta nos últimos 3 anos, período em que o País atravessou uma de suas piores crises econômicas, como o solar fotovoltaico. O setor destacou-se em comparação com a economia nacional, crescendo a taxas de mais de 100% por ano desde 2013 e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) se orgulha de desempenhar papel relevante nesta trajetória.

Em 2017, o setor foi responsável pela geração de mais de 25 mil novos empregos diretos e indiretos, em sua maioria qualificados e descentralizados ao redor do Brasil, contribuindo para o desenvolvimento social, econômico e ambiental das cinco regiões de nosso País.

Em janeiro de 2018, o setor ultrapassou a marca histórica de 1 gigawatt (GW) operacionais no Brasil, posicionando o País dentro do prestigiado clube das 30 principais nações do mundo em energia solar fotovoltaica. Até o final do ano, o Brasil ultrapassará a marca de 2 GW.

Já são mais de 27 mil sistemas de geração distribuída solar fotovoltaica em telhados, fachadas e coberturas de residências, comércios, indústrias, edifícios públicos e propriedades rurais, somando mais de 246 megawatts (MW) de potência e mais de R$ 1,6 bilhão em investimentos privados injetados na economia nacional.

O crescimento da microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica é impulsionado por diferentes fatores, entre eles a redução de mais de 75% no preço da energia solar fotovoltaica na última década e o aumento nas tarifas de energia elétrica. Hoje, o investimento em um sistema solar fotovoltaico retorna em entre 5 e 7 anos, sendo cada vez mais atrativo.

Desde a sua fundação, a ABSOLAR contribui de forma decisiva para este sucesso da fonte solar fotovoltaica no Brasil. Dentre as inúmeras iniciativas desenvolvidas, destacam-se:

Atuação junto ao Ministério da Integração Nacional na criação de novas linhas de financiamento para pessoas físicas e jurídicas, com recursos totais de R$ 3,2 bilhões disponíveis aos brasileiros das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste para gerar energia renovável e sustentável em suas próprias residências, empresas e propriedades rurais.

Articulação para isentar o ICMS sobre a energia injetada na rede e compensada na geração distribuída, via Convênio ICMS nº 16/2015. A ABSOLAR já viabilizou a adesão de 23 estados e do Distrito Federal, disponibilizando o benefício a mais de 181 milhões de brasileiros, ou seja 89,3% da população do País. Em 2018, a ABSOLAR batalha pela adesão do Amazonas, Paraná e Santa Catarina a este convênio estratégico.

Estruturação e lançamento do Programa Goiás Solar, em conjunto com o Governo do Estado de Goiás, programa estadual de referência que já triplicou as empresas atuando no Estado e multiplicou os investimentos e empregos do setor na região.

Participação na publicação da Portaria nº 643/2017, que autoriza o uso de energia solar fotovoltaica no Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Os estudos contaram com a coordenação da FIESP e trabalhos técnicos da ABSOLAR, Furnas e parceiros.

Proposição ao Ministério das Minas e Energia de um programa nacional solar fotovoltaico, com propostas como: contratação anual de 2 gigawatts (GW) de usinas solares fotovoltaicas por meio de leilões de energia elétrica; meta nacional de 1 milhão de telhados solares fotovoltaicos em residências, comércios, indústrias, edifícios públicos e na zona rural; e uma política industrial para reduzir preços de equipamentos nacionais aos consumidores.

O setor solar fotovoltaico deve muitas destas conquistas ao trabalho de um grupo de empreendedores voluntários que, sob a liderança inicial de Nelson Colaferro Junior, tiveram a iniciativa de fundar a ABSOLAR e conduzi-la ativa, forte e financeiramente saudável desde seus primeiros dias.

Há muito potencial e espaço para o setor solar fotovoltaico crescer no Brasil. Projeções recentes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que a fonte solar fotovoltaica na matriz elétrica poderá ultrapassar 10% em 2030 da matriz elétrica nacional, ante 0,6% ao final de 2017.

A ABSOLAR terá um papel decisivo ao longo da evolução que aguarda o setor solar fotovoltaico nos próximos anos e décadas, período marcado por inúmeras transformações tecnológicas, econômicas, políticas, sociais e ambientais. O mundo caminha para um futuro repleto de inovações como veículos elétricos, armazenamento de energia e, é claro, uma presença cada vez maior da energia solar fotovoltaica em áreas urbanas e rurais. Para fazer frente a estas mudanças, daremos início a um novo ciclo de estruturação interna da ABSOLAR, que permitirá à associação nacional de nosso setor continuar crescendo com força, contribuindo com competência para a estruturação de novas políticas e programas para o setor e oferecendo serviços e benefícios valiosos para nossos associados. Você é nosso convidado especial para participar deste novo ciclo como associado da ABSOLAR, ajudando-nos a construir esta nova etapa da história de nosso setor no Brasil.

Fonte: Absolar

Criação de empregos e novos negócios aquecerão o setor fotovoltaico no Brasil em 2018

Nos últimos anos a questão energética tem sido pauta de discussões no mundo todo, motivadas por fatores como o aquecimento global, provocado pela emissão de gases de efeito estufa, derivados, em parte, da energia elétrica produzida por meio do uso de combustíveis fósseis.

Preocupados em garantir a preservação dos recursos naturais, cada vez mais impactados pelo crescimento da população e do consumo, governos, iniciativa privada e consumidores investem no desenvolvimento de projetos que privilegiem a utilização de fontes renováveis de energia, atendendo as necessidades atuais, sem, no entanto, comprometer o acesso para as gerações futuras. 

Entre as tecnologias disponíveis para diversificar a matriz energética mundial a que apresenta crescimento mais expressivo é a energia solar fotovoltaica. Acessível e limpa a energia solar tem sido apontada como uma das principais soluções para geração sustentável de energia.

Crescimento do setor fotovoltaico no Brasil nos últimos anos

Desde 2012, quando foi aprovada pela Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, a regulamentação para conexão e compensação de geradores distribuídos, o setor de energia solar fotovoltaica vem se fortalecendo no Brasil.

Em 2016 registrou um crescimento de cerca de 270% em relação ao ano anterior e a projeção é de que este ano atinja o patamar de 1.000 megawatts (MW) de capacidade instalada, 325% em relação aos 253 MW atuais, com investimentos que deverão somar 4,5 bilhões até dezembro.

Os dados, divulgados em outubro pela Absolar, Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, colocam o país entre os 30 principais geradores da energia – China, Japão, Alemanha, Estados Unidos e Itália lideram atualmente o ranking, com a fatia de quase 60% da produção mundial.

Foi apoiado nesse crescimento, que acontece mesmo em momento de crise econômica, que o setor antecipou para 2018 a estimativa para a instalação de mais de 3.000 MW, já contratados por meio de leilões. Projetando, ainda, para 2030, a possibilidade de o Brasil figurar entre os cinco primeiros em potência instalada anual, um número que poderá representar mais de 40 mil MW, duas vezes o valor de um complexo hidrelétrico, por exemplo, e um faturamento de cerca de 100 bilhões.

Investimento seguro

Entretanto, os números poderão ser ainda muito mais significativos. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética, EPE, se todo potencial de energia solar nas residências e comércios fosse aproveitado com sistemas fotovoltaicos o país produziria 283,5 milhões de MW por ano, um volume equivalente ao dobro do atual consumo doméstico.

De olho nesse avanço, o setor atrai cada vez mais investidores e, como informa a Absolar, será responsável pela geração de 25 a 30 postos de trabalho por MW de energia solar fotovoltaica instalados em 2018.

Os estados, que já investem na tecnologia, impulsionaram a economia local e os consumidores – residências e comércios – que adotaram o sistema, registraram uma redução de até 80% no valor da conta de energia elétrica.

Benefício que contribuiu para o aumento do número de consumidores que geram a própria energia: mais de 450% em 2017 – percentual que também destaca a utilização da tecnologia solar fotovoltaica.

A Aneel estima que até 2024, 1,2 milhão de unidades deverão produzir sua própria energia elétrica, por meio de sistemas de micro e minigeração distribuída, que permitem que qualquer residência ou empresa, conectados à rede de distribuição por instalações de unidades consumidoras, gere energia para consumo próprio: autossustentabilidade e consciência socioambiental aliada a economia financeira.

O processo de geração poderá ser também compartilhado – quando consórcios ou cooperativas utilizam a energia gerada para redução das contas dos consorciados ou cooperados. Ou mesmo condomínios residenciais e comerciais, em que toda a energia gerada poderá ser distribuída entre os participantes e a redução da conta aplicada ao consumo das instalações do próprio condomínio.

Para quem tem interesse em trabalhar no mercado solar, o cenário se configura em contraste com o atual índice de 12,6% de desemprego registrado pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, relativo ao último trimestre.

Os números apontados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, traduzidos a partir dos megawatts que deverão ser instalados, indicam que os postos de trabalho podem chegar à casa dos 100 mil no próximo ano.

Além disso, com a crise hídrica e o surgimento das bandeiras tarifárias e aumento dos impostos, o consumidor busca novas alternativas para redução no valor da energia elétrica, o que sugere também novas oportunidades de trabalho.

Atualmente, o perfil dos profissionais varia entre níveis mais elevados de conhecimento e níveis técnicos. Desde cientistas e acadêmicos, que passaram a exercer seus conhecimentos na prática de indústrias e empresas voltadas para energias sustentáveis, especialistas e técnicos diretamente ligados ao setor à profissionais das áreas de gerenciamento, administrativo, marketing e vendas. Mas são os instaladores e técnicos que devem ocupar a maioria das novas vagas, com uma média salarial entre R$ 3 mil e R$ 4 mil.

Trabalhar como autônomo ou montar o próprio negócio

O crescimento do setor é também um indicativo de oportunidades para quem quer ter o seu próprio negócio, ou apenas prestar serviços como autônomo. Contudo, como em qualquer outra área é preciso se qualificar.

A falta de qualificação, a propósito, é um dos problemas enfrentados por esse mercado, o que amplia ainda mais o leque de possibilidades para quem se especializa. Cursos de nível superior, especialização e técnicos são oferecidos nos formatos presencial e online.

Para quem já se especializou e não quer exercer o conhecimento na prática, uma boa opção é repassar seus conhecimentos ministrando aulas que possam orientar quem está começando ou para quem já atua no setor. Os serviços de consultoria – para pessoas físicas e jurídicas –, planejamento e vendas, também são uma alternativa.

Em todos os seguimentos do setor é possível atuar de modo autônomo ou optar por montar uma empresa. É importante apenas identificar em qual deles existe maior demanda, de acordo com seu perfil de trabalho ou área em que pretende atuar. Compreender o funcionamento do mercado e as legislações que regulamentam a implementação da tecnologia solar fotovoltaica. Veja abaixo algumas opções:

Fabricação de equipamentos – o seguimento é voltado para empresas fabricantes de painéis solares, cabos conectores e estruturas de fixação.

Profissionais - variam de especialistas e técnicos em linhas de produção de equipamento de alta tecnologia à de departamentos como venda, recursos humanos, comunicação, marketing, administrativo e financeiro.

Distribuição de equipamentos – voltado para distribuição dos Kits com os componentes para a instalação da energia solar fotovoltaica. Profissionais: logística, gerenciamento de estoque e administrativo/financeiro.

Instaladores – empresas integradoras, que compram os equipamentos e vendem a solução completa. Desenvolvem desde o design e projeto do sistema fotovoltaico, à instalação, conexão e homologação jurídica junto a distribuidora de energia. Profissionais: incorpora profissionais especialistas e técnicos de diferentes áreas como engenharia solar fotovoltaica, engenharia de energias renováveis, engenharia elétrica, design, arquitetura, comercial, administrativa, financeira, jurídico, comunicação e marketing.

Franquias – algumas empresas que já se consolidaram no mercado também oferecem seu know-how e compartilham modelos de negócios com quem quer ser um franqueado. A vantagem está na oferta de cursos e treinamentos para capacitação, fornecimento de ferramentas, comunicação integrada, suportes técnicos e jurídicos, além é claro, do direito de uso da marca.

Investimentos e linhas de crédito

Os investimentos para montar um negócio solar variam de R$ 250 mil a cerca de R$ 1 milhão, de acordo com cada seguimento.

Algumas instituições bancárias como BNDES, Caixa Econômica Federal, Santander, Banco do Nordeste e os programas governamentais ‘Desenvolve SP’ ou o nacional ‘Pronaf’, por exemplo, oferecem linhas de créditos com benefícios como baixos juros e parcelamentos.

É possível solicitar financiamentos desde o desenvolvimento de projetos e compra de materiais à instalação completa de sistemas de micro e minigeração. As taxas variam de cerca de R$ 2,00% ao mês à R$ 7,5% ao ano, com parcelamentos que podem chegar a até 240 meses.

Fonte: Ambiente Energia

Fase de grandes hidrelétricas chega ao fim

Com privatização da Eletrobras e restrição ambiental, pequenas usinas, energia eólica e solar devem ganhar espaço.

Afase de construção das grandes hidrelétricas no país parece ter chegado ao fim. A privatização da Eletrobras — aliada a maiores restrições ambientais e de licenciamento em terras indígenas — significa uma virada de página na expansão da geração de energia no Brasil. Isso porque, além de a liberação de licenças e autorizações para instalações de grande porte estar cada vez mais difícil, haverá menos recursos públicos para tirar os empreendimentos do papel. Esse movimento deve provocar uma mudança na matriz energética nacional, com entrada de mais usinas eólicas e solares, hidrelétricas de pequeno porte e a descentralização da geração.

Historicamente, as principais hidrelétricas do país foram construídas integralmente pela Eletrobras ou tiveram a empresa em todos os consórcios, sendo que as estatais estaduais participaram em menor grau desse processo. Agora, na avaliação de agentes do setor e de autoridades do próprio governo, com a conclusão da venda do controle da Eletrobras para o setor privado, a tendência é reduzir a construção das grandes usinas.

Oficialmente, o governo já deixou grandes hidrelétricas fora do radar. O Plano Decenal de Expansão de Energia, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), lista 15 usinas que podem entrar em operação até 2026, sendo as maiores delas com pouco mais de 700 megawatts (MW).

O documento aponta que o aproveitamento hidrelétrico ainda representa um vetor importante de ampliação de oferta de energia elétrica. Mas ressalta que a maior parte do potencial ainda a aproveitar se encontra na Região Norte e traz com ele uma série de desafios, principalmente de caráter ambiental, para seu uso na expansão da oferta de energia elétrica.

“Nós, na EPE, resolvemos dar um passo para trás para estruturar o processo nas grandes hidrelétricas. Existe um paradigma de que toda hidrelétrica é boa e barata. Estamos estudando para ver se todos os projetos são certos. Não é fazer qualquer hidrelétrica de qualquer forma”, explicou o presidente da EPE, Luiz Augusto Barroso.

Financiamento em xeque

Executivo responsável por planejar a expansão energética do Brasil, Barroso disse que o potencial do país até 2050 é gerar 50 gigawatts por meio da construção de hidrelétricas. Desse total, apenas 23% seriam empreendimentos que não interferem em terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação.

“Não temos nenhum preconceito contra os grandes projetos. Mas tem que respeitar uma visão da sociedade, que é restrita a esses projetos. Não estamos dispostos a fazer movimentos que mascarem os custos e os riscos”, disse ao jornal O Globo o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Paulo Pedrosa.

Apesar de não terem sido construídas apenas com estatais, as últimas grandes hidrelétricas no Brasil tiveram participação forte da Eletrobras. As usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira (RO), e Belo Monte (PA) foram uma parceria entre a estatal e o setor privado. Junto com suas subsidiárias, a Eletrobras é dona de 49,98% de Belo Monte. Por meio de Furnas, a estatal controla 39% de Santo Antônio e, também por subsidiárias, tem 40% de Jirau.

Para o ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Edvaldo Santana, não haverá mais grandes hidrelétricas de agora em diante. Segundo ele, há incertezas regulatórias e de financiamento que inviabilizam esses projetos.

“A privatização da Eletrobras é um fator relevante. Não existiriam ou atrasariam muito as obras de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte. É por meio da Eletrobras que o governo consegue interferir na liberação de licenças ambientais em prazos razoáveis. Sem ela, tudo isso ficará mais difícil. Ainda assim, compensa a privatização, pois as obras acabam custando bem mais, apesar das licenças”, disse Santana.

Os recursos hídricos hoje no país que podem ser aproveitados para a construção dessas usinas estão concentrados, em sua maior parte, na região da Amazônia. Esses projetos enfrentam grandes resistências de ambientalistas e indígenas. No ano passado, o Ibama arquivou o projeto de licenciamento da usina de Tapajós, no Pará, com potencial de cerca de 8 mil (MW). O Ministério de Minas e Energia já anunciou que não tem intenção de brigar pelo projeto.

“Não acredito que haja espaço para financiamento público envolvendo grandes hidrelétricas, em razão do problema fiscal e da questão ambiental e indígena. Há barreiras que não existiam antigamente. Isso torna complexo o investimento em energia nova. Não acredito que novas grandes hidrelétricas sejam construídas”, disse o professor do departamento de Energia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB) Mauro Moura Severino.

Mais geração distribuída

Com menos empreendimentos gigantescos e a necessidade de ampliar a geração de energia no país, o Brasil deve caminhar para projetos de energia limpa — como solar e eólica. Além disso, o movimento deve favorecer a geração distribuída, quando a eletricidade é produzida junto ou próxima do consumidor.

“A tendência é geração mais próxima da carga distribuída. O futuro são as renováveis, como eólicas e usinas menores. O caminho vai ser esse. A tendência é muito mais sistemas menores do que as hidrelétricas”, disse João Carlos Mello, da consultoria Thymos Energia.

Fonte: Época