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Por Que Quase Metade das Empresas Ainda Não Usa Energias Renováveis?

Hoje vamos falar sobre As energias renováveis são essenciais para o futuro sustentável do planeta. Mas, surpreendentemente, um estudo recente da CDP revelou que quase metade das grandes empresas globais ainda não utiliza eletricidade proveniente de fontes limpas, como solar e eólica. Vamos entender os motivos por trás desse atraso e o que pode ser feito para acelerar a transição.



Fundado em 2000, o CDP é uma organização global sem fins lucrativos que administra o sistema mundial de divulgação ambiental para empresas, cidades, estados e regiões. A entidade é membro fundador da iniciativa Science Based Targets, We Mean Business Coalition, The Investor Agenda e da iniciativa Net Zero Asset Manager


De mais de 900 empresas avaliadas pela CDP, apenas 53% afirmaram incorporar energias renováveis em seus processos produtivos. Isso significa que quase metade dessas empresas ainda depende exclusivamente de fontes de energia convencionais, como combustíveis fósseis.


"A eficiência energética ainda é uma alavanca pouco explorada para o progresso, com menos de 5% das empresas estabelecendo metas de eficiência." — Amir Sokolowski, CDP.


Segundo Amir Sokolowski, diretor de mudanças climáticas da CDP, mesmo metas simples, como melhorias na eficiência energética, ainda não são exploradas por muitas empresas. Apenas 5% das corporações estabeleceram metas concretas nessa área.


Na COP 28, os países estabeleceram metas ambiciosas para triplicar a capacidade renovável até 2030 e dobrar a eficiência energética. Mas o novo relatório da CDP mostra que o setor corporativo está avançando muito lentamente para alcançar essas metas.


Outro dado preocupante é que somente 10% das empresas analisadas se comprometeram com a neutralidade de carbono. Esse número é muito baixo, considerando os compromissos globais para conter o aquecimento global em 1,5°C até 2050.

 

A transparência é outro desafio importante. Apenas uma em cada quatro empresas avaliadas pela CDP possui verificação de terceiros para suas emissões relacionadas à energia. Sem essa transparência, é difícil criar mercados eficazes e projetar novos projetos de energias renováveis.


"O progresso em transparência é essencial para aumentar a ambição e projetar mercados eficazes." — Relatório da CDP.


Mas por que tantas empresas ainda não adotaram renováveis? Alguns dos principais motivos incluem:

  • Custos iniciais altos: A implementação de sistemas de energia renovável pode exigir investimentos significativos.
  • Complexidade regulatória: Em muitos países, a falta de incentivos e a burocracia dificultam a transição.
  • Falta de conhecimento: Algumas corporações não reconhecem os benefícios comerciais e ambientais de adotar fontes renováveis.


No entanto, as empresas que adotaram energias renováveis relatam benefícios claros, como:

  • Redução de custos operacionais a longo prazo.
  • Melhora da reputação corporativa e atração de investidores preocupados com ESG.
  • Cumprimento das regulamentações futuras, evitando penalidades.


Para acelerar essa transição, algumas ações são essenciais:

  • Estabelecer metas claras: As empresas devem definir objetivos para eficiência energética e uso de renováveis.
  • Incentivar parcerias: Governos e setor privado precisam colaborar para oferecer incentivos financeiros e tecnológicos.
  • Priorizar a transparência: Verificar e divulgar as emissões de carbono é fundamental para conquistar a confiança de stakeholders.


Estamos em um momento crítico na luta contra a crise climática. O setor corporativo desempenha um papel central nesse desafio. Adotar energias renováveis não é apenas uma obrigação ambiental, mas também uma estratégia inteligente para garantir a sustentabilidade e a competitividade das empresas no futuro.


"Juntos, podemos transformar desafios em oportunidades!"

 
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China Impulsa Energias Renováveis no Brasil com 72% dos Investimentos

A crescente influência das companhias chinesas de energia no Brasil, com destaque para um dado impressionante: 72% dos projetos desenvolvidos por esses investidores no país estão focados em fontes renováveis e sustentabilidade. Vamos explorar o que isso significa para o setor energético brasileiro e como isso impacta o futuro da transição energética.

 


O Cenário Atual da Energia no Brasil


O Brasil tem uma matriz energética já considerada uma das mais limpas do mundo, com destaque para a energia hidrelétrica, eólica e solar. Entretanto, para atender à crescente demanda por energia e cumprir metas climáticas, o país precisa expandir ainda mais seu uso de fontes renováveis.

 

É nesse contexto que os investidores chineses entram em cena, trazendo capital, tecnologia e experiência para impulsionar projetos de energia limpa em solo brasileiro.


A Presença Chinesa no Setor Energético Brasileiro

Nos últimos anos, empresas chinesas têm se destacado como players importantes no mercado de energia brasileiro. Elas atuam em diversas frentes, como:

  • Energia Solar: Implantação de grandes usinas fotovoltaicas em regiões com alta incidência solar, como o Nordeste.
  • Energia Eólica: Desenvolvimento de parques eólicos, especialmente no litoral brasileiro, aproveitando os fortes ventos da região.
  • Transmissão de Energia: Construção e operação de linhas de transmissão para integrar as novas fontes renováveis ao sistema elétrico nacional.

Essas empresas não apenas investem, mas também transferem tecnologia e geram empregos locais, contribuindo para o desenvolvimento econômico.

 

Por que 72% dos Projetos são Renováveis?

Esse número impressionante, 72% dos projetos focados em energias renováveis e sustentabilidade, reflete uma estratégia alinhada com tendências globais e necessidades locais.

  1. A Demanda por Energia Limpa no Brasil:
    • O Brasil é um mercado atraente para investidores, devido ao seu enorme potencial para energias renováveis, especialmente solar e eólica.
    • Além disso, a demanda por energia sustentável é impulsionada por consumidores mais conscientes e por políticas climáticas globais.

 

  1. A Estratégia Sustentável da China:
    • A China tem investido fortemente em energia limpa como parte de seu compromisso com a redução de emissões de carbono.
    • Os investimentos no Brasil fazem parte dessa estratégia global, ampliando sua liderança no setor energético renovável.

 

Benefícios para o Brasil

Os investimentos chineses trazem uma série de benefícios para o Brasil:

  • Aumento da Capacidade Energética:
    Com novos parques eólicos e usinas solares, o Brasil pode expandir sua oferta de energia limpa, garantindo mais segurança energética.

 

  • Transferência de Tecnologia:
    As empresas chinesas compartilham tecnologias avançadas, acelerando o desenvolvimento do setor energético brasileiro.

 

  • Desenvolvimento Sustentável:
    Ao focar em energias renováveis, os projetos contribuem para a redução de emissões de gases de efeito estufa e para a preservação ambiental.

 

  • Geração de Empregos:
    Desde a construção até a operação, esses projetos criam oportunidades de trabalho em diversas regiões do país, muitas vezes em áreas que carecem de investimentos.


Embora os benefícios sejam claros, existem desafios que precisam ser enfrentados:

 

  • Integração ao Sistema Elétrico:
    Com a expansão de fontes renováveis, é essencial garantir que a infraestrutura de transmissão e distribuição acompanhe esse crescimento.

 

  • Regulamentação e Burocracia:
    A atração de mais investimentos depende de um ambiente regulatório estável e ágil, algo que ainda precisa ser aprimorado no Brasil.

 

  • Independência Energética:
    Embora os investimentos estrangeiros sejam bem-vindos, é importante que o Brasil continue fortalecendo sua própria capacidade de inovação e produção tecnológica.

 

O Futuro da Energia no Brasil com Investimentos Chineses

O futuro é promissor. Com o apoio das companhias chinesas, o Brasil pode não apenas atender à crescente demanda por energia, mas também se posicionar como líder global na transição energética.

Ao mesmo tempo, esses investimentos ajudam o país a cumprir metas climáticas, como o compromisso de zerar as emissões líquidas até 2050.

A presença das companhias chinesas no setor de energias renováveis do Brasil é um exemplo claro de como parcerias globais podem impulsionar a transição para um futuro mais limpo e sustentável.

Se gostou desse tema, não se esqueça de curtir este vídeo, compartilhar com amigos e se inscrever no canal para mais conteúdos sobre energias renováveis e sustentabilidade.

 

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O Rio Grande do Sul é o segundo estado do Brasil com a maior potência fotovoltaica instalada e o terceiro do país em número de instalações de geração distribuída.


O governo do Rio Grande do Sul salienta que tem investimentos em energia previstos na ordem de R$ 52 milhões dentro do programa Avançar na Sustentabilidade. Este valor é destinado para o fomento da transição energética de fontes poluentes para alternativas sustentáveis, bem como expansão da energia elétrica em zonas rurais. O governo afirma que haverá a criação de um plano setorial de hidrogênio verde e ainda um projeto de transição para regiões com vocação atual para a exploração de carvão mineral, considerando os impactos sociais e econômicos.

O Atlas das Biomassas do Rio Grande do Sul, um dos documentos com potencial para fomentar políticas públicas relacionadas ao setor energético, observa ainda que “a mudança para energias renováveis é essencial” a partir dos estudos realizados e posteriormente publicados nos diferentes anos. Embora este não seja o único documento que aponte esta necessidade de investimentos contínuos, é possível perceber que há uma convergência de ideias que levam a uma realidade mais sustentável em um futuro imediato.

Em geral, há um clima de júbilo e expectativas crescentes entre os profissionais envolvidos em todas as etapas da cadeia produtiva e de distribuição. Neste contexto, existe uma grande possibilidade de que, não muito longe no futuro, a energia elétrica que chega até a residência dos consumidores, ou o combustível abastecido em um automóvel, apenas para citar alguns exemplos, seja proveniente de uma fonte renovável cuja tecnologia ainda hoje esteja em desenvolvimento. “A transformação será enorme e atingirá muitas atividades da economia tradicional, incluindo os processos industriais e as cadeias de transporte e serviços”, afirma Felipe Ostermeyer, da Enerfin, um dos desenvolvedores do projeto de hidrogênio verde no Rio Grande do Sul.

Energia solar cada vez mais popularizada e com instalação menos burocrática


O Rio Grande do Sul é o segundo estado do Brasil com a maior potência fotovoltaica instalada e o terceiro do país em número de instalações de geração distribuída. Foto: Guilherme Almeida

A energia solar é uma das mais difundidas no Brasil e este fato não é diferente no Rio Grande do Sul. Painéis solares são largamente vistos em residências, comércios, indústrias e edifícios públicos, denotando que a tecnologia associada às instalações não apenas está mais popularizada, como sua instalação está cada vez menos burocrática. Parte desta afirmação vem de uma maior facilidade para a aquisição de financiamentos, liberados por bancos privados e especialmente instituições financeiras cooperativadas, que estão visualizando o potencial deste mercado, principalmente em comunidades do interior gaúcho.

“Quanto mais se utiliza a tecnologia, mais ela acaba sendo barateada. Isso é um fenômeno mundial que chegou ao nosso país”, afirma Frederico Boschin, conselheiro nacional da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), além de diretor técnico e conselheiro do Sindienergia-RS. A ABGD afirma que o país ultrapassou, em março deste ano, a marca de 10 gigawatts (GW) de geração distribuída, como é chamada a energia gerada a partir de fontes próprias e deve superar a barreira dos 15 GW até o final de 2022. É um salto considerável: conforme a associação, o país passou de 9 para 10 GW instalados em apenas 67 dias.

Existe, no Brasil, mais de 1,1 milhão de conexões totais deste tipo de fonte, também segundo a ABGD, 43,6% delas para consumo residencial, o maior contingente entre as classes aferidas. O comércio vem na sequência, com 33,2%. Em seguida, aparecem os segmentos rural (13,9%) e industrial (7,9%). A energia solar é a dominante entre as fontes de mini e microgeração de eletricidade, respondendo por 97,7% do total. “Acrescentar cerca de 8 GW em um ano significa entregar o equivalente a meia Itaipu”, ressalta o presidente da Associação, Guilherme Chrispim. O Rio Grande do Sul responde por 118 mi unidades consumidoras e 1.128 GW de potência instalada, segundo o deputado estadual Zé Nunes, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Microgeração e Minigeração de Energia Renovável, participante do evento.

O conselheiro Frederico Boschin aponta ainda que a energia solar se tornou a “grande vedete do Brasil”. Na opinião dele, esta fonte é benéfica em períodos e regiões mais secas. “Se não chove, tem sol. E o preço da energia dispara porque não é possível gerar energia a partir de fontes hidrelétricas e precisamos fazer o acionamento de usinas térmicas. De um lado, temos comparativamente um tipo de energia mais caro, mas o custo da solar caindo”. Ainda segundo o conselheiro, a regulamentação é “bastante preferencial” às instalações de energia solar e o caráter modular dos próprios painéis, que podem ser instalados de um até milhares por vez, facilita esta personalização dos projetos.

Conforme o Atlas Solarimétrico do Rio Grande do Sul, em “qualquer região do território gaúcho” é viável à implantação de projetos de aproveitamento da luz do sol dentro dos limites de inserção no Sistema Elétrico Regional ou ainda em sistemas isolados. De maneira geral, Dom Pedrito, na região da Campanha, é o município, dentre 34 grandes e médios do Estado aferidos pelo projeto, incluindo Porto Alegre, com o maior índice de radiação solar no ano, com 5,042 quilowatt-hora por metro quadrado (kWh/m²).

O Rio Grande do Sul é o segundo estado do Brasil com a maior potência fotovoltaica instalada e o terceiro do país em número de instalações de geração distribuída. “Todos os cenários apresentados atualmente mostram a energia solar como a fonte energética que mais crescerá no mundo até 2050”, diz o Atlas. O documento aponta ainda que, ao utilizar apenas 2% da área não urbana do RS, apta para instalação de projetos fotovoltaicos, é possível instalar uma potência total de 23 GW de energia e produzir, anualmente, cerca de 34 TWh de eletricidade. O número, descreve o documento, é equivalente à média do consumo gaúcho de energia elétrica registrada nos últimos sete anos, incluindo as perdas do sistema.

De maneira geral, os debates sobre energias renováveis têm como norteador a transição energética. O Rio Grande do Sul e o Brasil se comprometeram a reduzir a emissão de poluentes em até 50% até o ano de 2030 a partir das metas assumidas no Acordo de Paris. O diálogo contínuo entre o poder público e a iniciativa privada são vistas como igualmente fundamentais, tanto na parte de regulação destas tecnologias quanto na própria implantação e acompanhamento dos projetos ao mercado consumidor. Desta forma, os painéis do Fórum de Energias Renováveis buscaram ouvir todos os segmentos relacionados e se posicionar como uma importante arena de debates no Estado.

Repasse integral de custo de energia deve elevar conta de luz em 15%

Assessores do Palácio do Planalto avaliam que a adoção de um racionamento no momento prejudicaria ainda mais Jair Bolsonaro em sua campanha pela reeleição.

Iluminação pública - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Representantes de distribuidoras, associações de consumidores e analistas de mercado estimam que a bandeira 2 vermelha -a mais cara na conta de luz- terá de dobrar de valor em setembro para cobrir a alta dos custos de geração de energia.

Se a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) adotar medida nesse sentido, a conta de luz passará por um reajuste médio de 15,2%.

Com a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, as hidrelétricas perderam espaço na oferta, enquanto o governo se viu obrigado a acionar térmicas -fonte mais cara, cujo custo é repassado ao consumidor.

As bandeiras -verde, amarela e vermelha- constam da conta de luz e servem para indicar a necessidade de se reduzir o consumo. Caso contrário, o cliente paga mais.

Questionado, o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) afirmou à reportagem que, embora a "atualização" das bandeiras seja competência da Aneel, ela "contempla o valor necessário para a cobertura de custos de GSF [risco hidrológico] e de despacho termelétrico adicional, dentre outros [fatores]".

"Na atual conjuntura, esses custos estão aumentando. Os custos adicionais ou serão considerados na bandeira ou serão considerados na tarifa", disse o ministro.

Distribuidores e grandes consumidores, no entanto, aguardam um impacto mais forte via bandeira tarifária, o que acarretaria um aumento de até 15,2% caso passe de R$ 94,90 para cerca de R$ 190 o MWh (megawatt-hora).

A projeção desse aumento nas contas de luz foi feita pelo diretor de regulação da TR Soluções, Hélder Sousa. A empresa desenvolveu um sistema que simula as condições de projeção das tarifas consideradas pela Aneel.

Segundo Sousa, a tarifa média hoje sem impostos nem bandeiras é de R$ 532 por MWh (megawatt-hora). Com a bandeira vermelha 2 a R$ 94,92, o valor passa para R$ 627. Se a bandeira for para R$ 190, a tarifa saltará para R$ 722 -um aumento de 15,2%. O cálculo não considera impostos.

Com o agravamento da crise hídrica, que fez secar rios que abastecem os reservatórios das hidrelétricas, o país passou a importar energia da Argentina e do Uruguai e a acionar termelétricas por, em média, R$ 2.000 o MWh.

Muitas empresas, particularmente indústrias intensivas de energia, passaram a buscar o insumo no mercado livre para tentar amenizar seus custos.

Nesse mercado, o preço de referência (o chamado PLD) passou de R$ 213, em janeiro deste ano, R$ 583, em agosto. A bandeira é um sistema que reflete justamente o aumento de custo variável da energia sempre que há fenômenos adversos, como uma seca muito intensa.

As concessionárias trabalham com tarifas reguladas sobre as quais incide o valor da bandeira vigente. A pressão pelo repasse integral dos custos atuais para o sistema de bandeiras vem desde a última reunião da Aneel, no final de junho.

Naquele momento, a área técnica da agência recomendou que o país continuasse consumindo energia com bandeira vermelha patamar 2 (a mais cara) e propôs um aumento para R$ 115 o MWh -ou R$ 11,50 a cada 100 kWh (quilowatt-hora).

Naquele momento, se o reajuste da bandeira vermelha nível 2 fosse de R$ 11,50, o aumento previsto nas contas dos consumidores seria entre 10% e 15%, movimento que exerceria ainda mais pressão sobre a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

No acumulado dos últimos 12 meses até agosto, o IPCA-15 atingiu 9,3% -e um dos maiores impactos foi o da energia elétrica, que subiu 5% no mês, segundo o IBGE.

Por isso, o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, preferiu uma proposta intermediária. Impor um reajuste de 52% na bandeira vermelha 2, o que daria R$ 94,90 o MWh. Esta foi a decisão do conselho diretor, no final de junho deste ano.

Com a decisão, a diretoria da agência optou por parcelar o reajuste, postergando cerca de R$ 3 bilhões para as tarifas em outro momento.

Para isso, realizou uma consulta pública para que os consumidores decidam se preferem que esse repasse seja feito ainda neste ano. A expectativa no mercado é que a decisão saia nos próximos dias.

Desde então, a situação das geradoras ficou ainda pior diante do agravamento da seca. O diretor-geral do ONS (Operadora Nacional do Sistema), Luiz Carlos Ciocchi, afirmou nesta quarta-feira (25) que havia previsão de chuvas na região Sul entre julho e agosto, mas elas foram frustradas, o que levou o grupo de monitoramento emergencial da crise a tomar medidas mais drásticas de preservação da água no sistema e partir para um pacote de incentivo à redução de consumo por consumidores do mercado regulado (residencial e empresas de menor) e para grandes consumidores.

O programa de redução de consumo de consumidores residenciais foi anunciado no Ministério de Minas e Energia também na quarta, sem os detalhes mais importantes. Durante o evento, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, rechaçou racionamento.

Assessores do Palácio do Planalto avaliam que a adoção de um racionamento no momento prejudicaria ainda mais Jair Bolsonaro em sua campanha pela reeleição. O presidente vê sua popularidade despencar diante de medidas contra a pandemia e da degradação do cenário econômico. Para eles, palavras como racionamento e reajustes de preços precisam ser evitadas diante do custo político.

O ministro e sua equipe de secretários e até o diretor da Aneel se esquivaram de comentar sobre futuros reajustes das tarifas, algo dado como certo pelo mercado.

Pepitone, da Aneel, não explicou se o programa de descontos para os consumidores residenciais será capaz de amenizar as contas diante de um provável aumento da bandeira vermelha 2. Ele disse apenas que a agência está "estudando", mas não explicou o quê.

Consultada, a Aneel não respondeu até a publicação desta reportagem.

Por Julio Wiziack (Folhapress)

MDR discute ações de saneamento ligadas a resíduos sólidos urbanos com entidades públicas e privadas

Secretário nacional de Saneamento, Pedro Maranhão, falou sobre a entrada de investimentos a partir de concessões e sobre o uso de resíduos sólidos urbanos como matriz energética no Brasil.

Em encontro on-line com participação do secretário Pedro Maranhão, foram debatidos os benefícios da geração de energia a partir do uso adequado de resíduos sólidos (Foto: Protegeer)

Cumprir a legislação que determina que os municípios entreguem até 15 de julho a estrutura dos blocos regionais para prestação dos serviços de água, esgoto e resíduos sólidos compartilhados. Com esse objetivo, os gestores das cidades que fazem parte da Associação Mato-Grossense de Municípios (AMM) se reuniram com o secretário nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Pedro Maranhão, nesta quinta-feira (27).

Aos representantes das cidades mato-grossenses, Maranhão afirmou que esses encontros são primordiais para que os gestores tenham clareza do que deve ser feito e possam contribuir com novas ações e investimentos. Além disso, ele reforçou que o novo Marco Legal do Saneamento trouxe nova perspectiva para o setor e para a iniciativa privada. "Antes não tínhamos segurança jurídica, previsibilidade e regulação. Mas o Novo Marco Legal nos trouxe esses elementos e permite que consigamos chamar a atenção de investidores brasileiros e estrangeiros para as obras de saneamento no País", apontou.

Maranhão também participou do Fórum de Valorização Energética, promovido pela Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren). O encontro debateu as Políticas Públicas de Incentivo à Valorização Energética e contou com a presença de representantes do Ministério de Minas e Energia e de parlamentares.

No evento, foram debatidos os benefícios da geração de energia a partir do uso adequado de resíduos sólidos e da necessidade de competitividade para que isso ocorra. "É estratégia para a economia, meio ambiente e saúde. A implantação dos consórcios e a organização dessa política de zerar os 3 mil lixões a céu aberto vêm contribuir com a valorização energética dos resíduos sólidos no Brasil", reforçou o secretário.

Durante a tarde, Maranhão participou ainda de reuniões com o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), com a Associação Brasileira de Empresas Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre) e com a Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), em que foram discutidas estratégias conjuntas para estimular os municípios e estados na regionalização dos serviços de resíduos sólidos, com foco em ações de capacitação e treinamento.

Legislação

Com a revisão do Marco Legal do Saneamento, foram definidas novas regras para universalização dos serviços de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e resíduos sólidos urbanos. Além disso, conforme as alterações, na área de resíduos sólidos, todos os municípios deverão apresentar, até 15 de julho deste ano, proposição de instrumentos de cobrança que garantam a sustentabilidade econômico-financeira dos serviços. O descumprimento do prazo se configura em renúncia de receita, com suas consequências legais.

A prestação de serviços regionalizada também deve ser adotada até 15 de julho de 2021. A União, a partir de 31 de março de 2022, observará a regionalização como condição para que estados, municípios, o Distrito Federal e prestadores de serviços possam acessar recursos do Orçamento Geral da União, bem como financiamentos com recursos federais ou geridos por órgãos federais para ações de saneamento.

Dia da Energia é comemorado com programação online e gratuita

Fundação Energia e Saneamento promove ações especiais programadas por suas três unidades: São Paulo, Itu e Salesópolis

O Museu da Energia de Salesópolis abordará o tema por meio de questionamentos e reflexões
Foto: divulgação

Para comemorar o Dia Mundial da Energia, celebrado em 29 de maio, a Fundação Energia e Saneamento, instituição responsável pela gestão dos Museus da Energia de São Paulo, Itu e Salesópolis, preparou uma programação on-line e gratuita para debater e trazer conscientização sobre o tema energia no Brasil. Entre as ações previstas, estão lives, vídeos, atividades e outros conteúdos que serão publicados nas redes sociais do Museu da Energia.

A unidade de Itu preparou uma live para o dia 28 de maio, a partir das 16h, com o tema "Energia Renovável: Vantagens e Desvantagens". A transmissão ao vivo será pelo canal do YouTube (https://www.youtube.com/c/MuseudaEnergia) e pelo Facebook (https://www.facebook.com/museudaenergia), com a participação de representantes da Unicamp Energy Club, a primeira organização estudantil brasileira com foco em energia renovável.

Os convidados, Joniel Alves e João Pedro, cofundador e atual vice-diretor e diretor do setor de eventos da Unicamp Energy Club, respectivamente, serão mediados por Ana Luísa Vieira, Educadora do Museu da Energia de Itu. "Essa parceria é importante para a aproximação da universidade junto ao museu, visando a difusão das instituições envolvidas e a oferta de conteúdo para o público", relata Ana Sbrissa, Coordenadora do Museu da Energia de Itu.

Ainda de acordo com Ana, o objetivo da live é apresentar as fontes de energia renováveis e a importância da conscientização de incorporá-las ao cotidiano, tendo em vista a preservação dos recursos naturais. "Resolvemos trazer ao público uma conversa descontraída e didática para esclarecer o uso desse tipo de energia na rotina. O Dia da Energia também nos remete a um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), 'Energia Limpa e Acessível', que prevê até 2030 aumentar substancialmente a participação de energias renováveis na matriz energética global", conta.

Quanto ao Museu da Energia de Salesópolis, abordará o tema por meio de questionamentos e reflexões. Alguns colaboradores foram convidados a responder a questão: "Qual energia que te move a trabalhar no Museu?". Já os visitantes, selecionados pelas equipes de educativos, responderam à pergunta: "Qual energia que o Museu te proporciona?". As respostas serão publicadas nas redes sociais do Museu da Energia, em formatos de vídeos, textos e fotos.

"A ideia esse ano é falar do tema energia de uma forma mais poética. A equipe elaborou essas questões para que a pessoa tivesse um momento de reflexão a respeito da palavra energia, porém em outros sentidos", explica Simone Villegas, Coordenadora do Museu da Energia de Salesópolis.

Como o Dia da Energia é uma das datas mais importantes na realização das atividades da Fundação, assim como o Dia da Água, a proposta é repensar a relevância da energia em todas as suas formas e possibilidades. "Não só a energia elétrica, mas todos os desdobramentos de energia. Como estamos trabalhando essa questão poética, nos perguntamos: como anda a nossa energia? Como é a energia dos locais que a gente vai? O tema energia é de extrema importância para nós, não à toa somos o Museu da Energia", completa Simone.

Por fim, o Museu da Energia de São Paulo está preparando um vídeo especial, que será disponibilizado no YouTube e no Instagram da instituição, apresentando o experimento da pilha de batata ou limão. Segundo Suelen Barcelos, Educadora do Museu da Energia de São Paulo, essa ação tem como objetivo conscientizar sobre o uso racional da energia, incentivar o uso de fontes renováveis e apresentar de forma lúdica os conceitos envolvidos por meio do experimento realizado.

"O experimento será sobre o funcionamento da pilha de ponte salina, onde explicamos o funcionamento da pilha e levamos nosso público a reproduzir em casa sua pilha com batata ou limão. No Instagram e YouTube do Museu temos outros vídeos e publicações que abordam a temática com experiências envolvendo energia, como alguns experimentos que os nossos visitantes podem tentar fazer em casa", acrescenta Suelen.

O Dia Mundial da Energia foi criado em 29 de maio de 1981, uma iniciativa da Direção Geral de Energia de Portugal. O surgimento da Fundação Energia e Saneamento está atrelado à história da energia elétrica no Brasil, a partir da criação de empresas que passaram a fornecer energia, de forma sistemática, para a iluminação pública e transportes, e, mais tarde, para as casas no final do século XIX. A instituição foi criada em 1998, com a proposta de preservar o rico acervo histórico da história da energia, da tecnologia e do desenvolvimento urbano e industrial do Estado de São Paulo.

"As unidades do Museus da Energia oferecem aos visitantes atividades culturais voltadas para todas as idades, e que reforçam conceitos de cidadania e incentivam o uso responsável de recursos naturais, explorando tais questões por abordagens históricas, científicas e sociais. Promover o debate sobre como serão as cidades do futuro, sempre olhando para as experiências do passado, é um dos objetivos da Fundação, que vê a necessidade de que a sociedade e comunidades locais participem desses diálogos, contribuindo de forma ativa nas decisões sobre o mundo que desejamos deixar para as próximas gerações", finaliza Mariana de Andrade, Coordenadora de Projetos e Produção Editorial da Fundação Energia e Saneamento.
Fonte O Diário

Aneel aumenta tarifa de energia em parte de SP, MS e MT

Foto: Agência Brasil

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou nesta quinta-feira (22), em reunião pública extraordinária, os reajustes tarifários de energia elétrica de 2021 das concessionárias Companhia Paulista de Força e Luz – CPFL Paulista, Energisa Mato Grosso e Energisa Mato Grosso do Sul.

Para consumidores residenciais, os índices de reajuste serão de 8,24% (CPFL Paulista), 7,28% (Energisa MS) e 7,29% (Energisa MT).

As novas tarifas já entraram em vigor para 4,6 milhões de unidades consumidoras localizadas em 234 municípios do Estado do São Paulo, 1,5 milhão de unidades consumidoras situadas em 141 municípios do Mato Grosso e 1 milhão de unidades consumidoras localizadas em 74 municípios de Mato Grosso do Sul.

Segundo a Aneel, houve um conjunto de ações promovidas para amenizar esses índices finais, sem ultrapassar um dígito, como a conta-covid e o reperfilamento do pagamento do financeiro da RBSE (recebimento do saldo remanescente) das transmissoras.

Os fatores que mais impactaram o processo tarifário foram os custos com as atividades de distribuição de energia, gastos com compra de energia impactados em especial pela energia da Usina de Itaipu, precificada em dólar, e pagamento de encargos setoriais.

Em meio às constantes altas no valor da energia, os sistemas fotovoltaicos são uma das principais alternativas para serviços e usuários residenciais reduzirem custos com a conta de luz. Desde 2012, a pessoa que gera sua própria energia também pode ceder sua geração excedente para a rede elétrica, abatendo esse volume de sua conta.

Atualmente, a Aneel está tentando revisar esse benefício e criar taxas, medida que é combatida pelo setor fotovoltaico. O segmento luta pela aprovação pelo Congresso Nacional de um marco regulatório para a energia fotovoltaica, que impeça mudanças de rotas e dê previsibilidade ao investidor para manter investimentos e gerar empregos.

Governo Federal prevê lançar Política Nacional do Hidrogênio até o fim do ano

As diretrizes do programa para regulamentar o desenvolvimento da cadeia de produção do hidrogênio no País devem ser publicadas até o fim de junho, se aprovada hoje resolução pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)

Legenda: Conselho já colocou o hidrogênio no topo das prioridades para a pesquisa e desenvolvimento no Brasil voltados a energia Foto: Shutterstock


Com memorandos de entendimento já firmados para a produção de hidrogênio verde no Ceará, grande aposta do Estado para o desenvolvimento da região, o Governo Federal tem o desafio de criar um arcabouço legal e regulatório para a cadeia produtiva do setor, o que envolve muito mais que a pasta e os órgãos de energia.

De acordo com o diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Carlos Alexandre Pires, a expectativa do governo é entregar ao menos parte desse arcabouço, a Política Nacional do Hidrogênio, até o fim deste ano. Hoje, a pasta entrega ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) resolução para publicar em até 60 dias as diretrizes do programa.

O documento deverá incluir direcionamentos para a normatização do uso, transporte, qualidade, segurança, armazenamento e abastecimento do hidrogênio no País, entre outras definições. "É um desafio gigante, porque nós estaremos partindo praticamente do zero. Mas é um desafio que é problema em todos os países porque, sendo uma tecnologia disruptiva, tem pouco ou quase nada de arcabouço regulatório no mundo".

Fonte: Diário do Nordeste

Aneel ameaça geração de empregos no setor solar com nova proposta


A proposta da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para a resolução normativa (REN) 482/2012, que regulamenta a geração distribuída no Brasil, ameaça a geração de empregos e novos investimentos em energia solar no País. Somente no ano passado, foram criados 75 mil postos de trabalho pelo segmento. A avaliação é da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar).

Os termos da nova proposta foram divulgados publicamente por meio de uma minuta no dia 1º de abril.

Para a associação, as mudanças previstas representam "uma preocupante quebra de confiança" da Aneel com o Congresso Nacional no debate para a construção de um marco legal para o segmento, em curso na Câmara dos Deputados. Uma das principais discordâncias em relação à minuta é a retomada da previsão de cobrança de taxas por uso de fio pelo gerador, quando injetar na rede elétrica a sua energia excedente. A vice-presidente de geração distribuída da Absolar, Bárbara Rubim, diz que a minuta contradiz declarações recentes de diretores da Aneel, garantindo que a agência aguardaria uma lei do Congresso Nacional antes de alterar as regras.

“A proposta da agência, apresentada nessa nova minuta, desconsidera os benefícios que a geração distribuída agrega a toda a sociedade brasileira e resultaria em uma desvalorização de até 57% na energia elétrica gerada pelas fontes renováveis nesta modalidade. Ela ameaça a segurança jurídica e previsibilidade regulatória de consumidores e agentes de mercado que investiram no segmento desde 2012", afirma Bárbara.

O presidente-executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, avalia que a criação de uma legislação para a geração distribuída é prioridade.

“Somente em 2020, o segmento de geração distribuída solar foi responsável pela atração de R$ 11 bilhões em investimentos ao Brasil e geração de 75 mil novos empregos e mais renda a trabalhadores espalhados por todo o território nacional, em um dos momentos mais críticos da economia do País. A previsão é de que o setor possa gerar cerca de 500 mil novos empregos nos próximos três anos”, diz Sauaia.

Câmara aprova doação de créditos de energia para serviços essenciais

Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (31) o Projeto de Lei 2474/20, que permite aos micro e minigeradores de energia doarem créditos de excesso de energia elétrica gerada para atividades essenciais.

A medida vale por até 12 meses após o encerramento do período de emergência de saúde pública motivada pela pandemia do coronavírus. A proposta segue para o Senado.

Originalmente, a proposta destinava os créditos de energia somente a hospitais, asilos de idosos e outras entidades envolvidas no combate ao coronavírus. No entanto, uma emenda do deputado Paulo Ganime (Novo-R) ampliou o benefício para as atividades essenciais, como assistência à saúde e segurança pública.

As doações podem ser feitas por pessoas físicas ou jurídicas. O PL foi aprovado com substitutivo do relator, deputado Daniel Trzeciak (PSDB-RS), que restringe as doações a clientes localizados na mesma área de concessão.

Um dos autores da proposta, o deputado Franco Cartafina (PP-MG), destacou que o projeto não tem nenhum custo para a sociedade ou o governo.

"Às vezes uma pessoa quer fazer a doação, mas não tem o recurso financeiro. Uma fazenda ou casa que produz energia fotovoltaica poderia ceder o crédito a um hospital", explicou.

Também autor do projeto, o deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) observou que, com a redução da atividade econômica por causa da pandemia, muitas empresas estão acumulando créditos de energia que não serão utilizados.

Como funcionará

A doação não poderá ser objeto de contrato comercial com qualquer contrapartida por parte do beneficiado. Caberá à distribuidora de energia gerenciar a intenção de doação e de recebimento do crédito. Para isso, um sistema deverá permitir o envio de comunicado pelo consumidor que detém os créditos de sua intenção de doá-los, em até 15 dias antes da próxima leitura do consumo de energia.

Se as entidades potencialmente beneficiárias se inscreverem previamente por meio de procedimento liberado pela distribuidora, elas estarão dispensadas de informar o recebimento dos créditos, que serão usados na próxima fatura de energia.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Lixo Urbano daria para gerar eletricidade para 15 mil casas


Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren) mostra que Campinas tem potencial para gerar energia elétrica a partir do lixo. Atualmente, a cidade produz cerca de 1.400 toneladas por dia, o que dá em média 1,2 quilos por morador, segundo dados da Secretaria Municipal de Serviços Públicos. Com essa quantidade de resíduos seria possível fornecer eletricidade para cerca de 15 mil residências, segundo a Abren.

O vice-presidente da associação, Rubens Herber Aebi, explica que Campinas foi um dos municípios selecionados para o mapeamento feito pela entidade. De acordo com ele, o levantamento concentra “praticamente metade” da população nacional. “Nós identificamos 30 localidades no Brasil, entre cidades e regiões metropolitanas, com as características necessárias para a implementação de uma Usina de Recuperação Energética (URE). Campinas é um dos municípios selecionados por conta da quantidade de lixo de que produz”, explica.

O processo de geração de energia ocorre a partir dos resíduos sólidos secos que não podem ser reciclados ou utilizados no processo de compostagem, segundo Aebi. Ainda de acordo com o ele, esses resíduos são levados às UREs, que são as plantas de tratamento térmico presentes em diversas cidades do mundo como, Paris (França) Mônaco, Lucerna (Suíça), Rosignano (Itália), Shenzhen (China) e Copenhague (Dinamarca).

“Nesse processo de recuperação de energia temos um custo ambiental excepcionalmente reduzido, uma vez que diminui consideravelmente o volume de lixo que vai para aterros, evitando assim a contaminação do solo, como ocorreu em Brasília com o chamado Lixão da Estrutural”, destaca Aebi. O antigo aterro do Distrito Federal, lembra ele, provocou a contaminação de águas subterrâneas e foi fechado em janeiro de 2018, após uma determinação do Tribunal de Justiça.

O vice-presidente da Abren aponta ainda que o levantamento elencou a produção diária de lixo das cidades selecionadas e constatou que Campinas tem uma produção de lixo diária semelhante a Belo Horizonte, que tem mais do que o dobro da população campineira – 1,2 milhão ante os 2,7 milhões da capital mineira. Aebi explica que a associação faz um cálculo, com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Sistema Nacional de Resíduo, para apontar o custo médio ambiental que cada cidade tem com saúde pública por causa dos aterros. Segundo a Abren, Campinas tem potencial de economizar cerca de R$ 30 milhões.

Para defender as vantagens ambientais do processo de recuperação energética de resíduos, o vice-presidente da Abren diz que a as usinas de recuperação térmicas “gera um mínimo de poluição” em razão do uso de tecnologias de controle de gás carbônico por meio de filtros.

“O lixo depositado no aterro polui 15 vezes mais a atmosfera devido ao gás metano gerado. Os filtros das plantas são tão seguros que a usina de Mônaco, por exemplo, fica a poucos metros do Palácio Real. Os turistas não sabem, mas a planta de Paris está próxima à Torre Eiffel”, exemplifica Aebi que revelou que a Abren deve apresentar o estudo para as cidades selecionadas ao longo deste ano.

O secretário de Serviços Públicos de Campinas, Ernesto Dimas Paulella, diz que considera a recuperação energética de resíduos “o modelo mais eficiente, apesar de ser muito caro”. O secretário revela, inclusive, que visitou uma usina de recuperação na Suíça e constatou que elas realmente funcionam dentro da cidade. “Em minha opinião, esse é um modelo ideal para o lixo seco, já que praticamente não gera rejeitos, que são da ordem de 2% a 3% de cinzas. O problema é que os filtros poderosos custam 50% de toda a usina”, aponta Paulella que explicou que, embora reconheça a eficiência do modelo, não acredita que ele tenha fácil aceitação dos órgãos brasileiros de fiscalização ambiental.

“A incineração tem um problema. Mesmo com todos os filtros, com toda a tecnologia que envolve, ainda escapa um produto chamado dioxina, que é uma substância química criada de forma inadvertida a partir da queima do cloro. Dioxina é cancerígena e, por isso, há muita restrição no Brasil e em todo o mundo”, destaca o secretário.

Ainda de acordo com Paulella, o processo de recuperação energética por meio da incineração é “condenado pelos movimentos de sustentabilidade” e, por isso, teria “difícil aceitação” nas cidades brasileiras. “Falando tecnicamente, eu não deixei de achar que [a recuperação energética de resíduos] é o modelo mais eficiente. Mas é uma forma condenada do ponto de vista ambiental e nós, como agente públicos, temos que olhar para essas questões. Porque certamente teremos a atuação do Ministério Público e movimentos ambientalistas”, esclarece o secretário, que explicou que a Prefeitura de Campinas quer expandir o trabalho de reciclagem e compostagem da cidade.

Hoje, 90% dos resíduos têm como destino o aterro

Atualmente, 90% dos resíduos gerados diariamente em Campinas vão para aterro sanitário. A usina de compostagem processa 100 toneladas por dia, mas tem capacidade para 300 toneladas. “Estamos em um período de adaptação e dentro de dois a três anos vamos conseguir fazer essa expansão do processo”, revela Ernesto Paulella, secretário de Serviços Públicos, Segundo ele, o total de lixo que vai para compostagem representa 7% dos resíduos de Campinas e a meta, ao processar 300 toneladas, é chegar a 40%. A reciclagem, por sua vez, comporta apenas 3% do entulho produzido na cidade e o objetivo é aumentar para 25%.

“Na nossa equação, o tratamento de lixo prevê uma usina de reciclagem, para reciclar até 25% dos resíduos produzidos, uma usina de compostagem, com a capacidade de 300 toneladas, e uma terceira usina que será de CDR, o chamado combustível derivado de resíduo, que é a produção de carvão a partir do lixo”, aponta Paulella, que explicou que esse carvão substitui o carvão natural nas caldeiras de indústrias, por exemplo.

O secretário, no entanto, lembra que a Prefeitura de Campinas teve que anular a contratação de uma parceria público-privada para a gestão do lixo de Campinas. O certame estava suspenso desde maio de 2020, após decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que acatou questionamentos de empresas interessadas em relação aos critérios técnicos e preço, além da exigência de atestados de capacidade técnica.

O contrato, que previa o pagamento de R$ 10,5 bilhões ao longo de 30 anos, trazia a exigência de investimentos de R$ 900 milhões na construção das três usinas: reciclagem, compostagem e CDR.

Paulella explica que a Prefeitura está “refazendo toda a PPP” para atender o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que foi atualizado e está com consulta pública aberta até o dia 3 de abril. A minuta do plano atualizado pode ser consultada na página da Prefeitura. “Estamos refazendo todos os cálculos para realizar a audiência pública. No dia 7 de abril, vamos realizar uma audiência pública, de forma remota, por meio de um endereço eletrônico que será divulgado posteriormente pela Prefeitura”, finaliza.
Fonte: Correio Popular

Financiamentos de painéis solares aumentam na pandemia


A busca por financiamentos para implantação de painéis solares cresceu durante a pandemia, segundo confirmam bancos públicos e privados brasileiros.

No caso das instituições de fomento públicas, o BNDES aprovou R$ 1,48 bilhão voltados à pagamentos de sistemas de geração solar no ano passado e prevê aumentar esse volume este ano. Já a Caixa teve crescimento de 35% nos créditos para energias sustentáveis.

Os bancos privados também confirmam a grande procura, impulsionada por empréstimos feitos por pessoas físicas.

O Santander, por exemplo, registrou salto de 25% na sua linha de crédito no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2020. O Bradesco registrou crescimento de 46% em empréstimos para instalação de painéis solares em 2020. Já o banco BV divulgou que o volume financiado em 2020 triplicou em relação a 2019.

A possibilidade de economizar até 95% na conta de luz gerando sua própria energia, em meio às constantes altas da energia elétrica, é um dos principais motivos da expansão do segmento fotovoltaico em pleno cenário de crise, seja para residências ou pequenos e grandes negócios.

Além da vantagem econômica, esses sistemas também são sustentáveis e usam energia renovável, garantindo segurança contra apagões elétricos.

Fontes: Jornais DCI e Extra