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Repasse integral de custo de energia deve elevar conta de luz em 15%

Assessores do Palácio do Planalto avaliam que a adoção de um racionamento no momento prejudicaria ainda mais Jair Bolsonaro em sua campanha pela reeleição.

Iluminação pública - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Representantes de distribuidoras, associações de consumidores e analistas de mercado estimam que a bandeira 2 vermelha -a mais cara na conta de luz- terá de dobrar de valor em setembro para cobrir a alta dos custos de geração de energia.

Se a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) adotar medida nesse sentido, a conta de luz passará por um reajuste médio de 15,2%.

Com a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, as hidrelétricas perderam espaço na oferta, enquanto o governo se viu obrigado a acionar térmicas -fonte mais cara, cujo custo é repassado ao consumidor.

As bandeiras -verde, amarela e vermelha- constam da conta de luz e servem para indicar a necessidade de se reduzir o consumo. Caso contrário, o cliente paga mais.

Questionado, o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) afirmou à reportagem que, embora a "atualização" das bandeiras seja competência da Aneel, ela "contempla o valor necessário para a cobertura de custos de GSF [risco hidrológico] e de despacho termelétrico adicional, dentre outros [fatores]".

"Na atual conjuntura, esses custos estão aumentando. Os custos adicionais ou serão considerados na bandeira ou serão considerados na tarifa", disse o ministro.

Distribuidores e grandes consumidores, no entanto, aguardam um impacto mais forte via bandeira tarifária, o que acarretaria um aumento de até 15,2% caso passe de R$ 94,90 para cerca de R$ 190 o MWh (megawatt-hora).

A projeção desse aumento nas contas de luz foi feita pelo diretor de regulação da TR Soluções, Hélder Sousa. A empresa desenvolveu um sistema que simula as condições de projeção das tarifas consideradas pela Aneel.

Segundo Sousa, a tarifa média hoje sem impostos nem bandeiras é de R$ 532 por MWh (megawatt-hora). Com a bandeira vermelha 2 a R$ 94,92, o valor passa para R$ 627. Se a bandeira for para R$ 190, a tarifa saltará para R$ 722 -um aumento de 15,2%. O cálculo não considera impostos.

Com o agravamento da crise hídrica, que fez secar rios que abastecem os reservatórios das hidrelétricas, o país passou a importar energia da Argentina e do Uruguai e a acionar termelétricas por, em média, R$ 2.000 o MWh.

Muitas empresas, particularmente indústrias intensivas de energia, passaram a buscar o insumo no mercado livre para tentar amenizar seus custos.

Nesse mercado, o preço de referência (o chamado PLD) passou de R$ 213, em janeiro deste ano, R$ 583, em agosto. A bandeira é um sistema que reflete justamente o aumento de custo variável da energia sempre que há fenômenos adversos, como uma seca muito intensa.

As concessionárias trabalham com tarifas reguladas sobre as quais incide o valor da bandeira vigente. A pressão pelo repasse integral dos custos atuais para o sistema de bandeiras vem desde a última reunião da Aneel, no final de junho.

Naquele momento, a área técnica da agência recomendou que o país continuasse consumindo energia com bandeira vermelha patamar 2 (a mais cara) e propôs um aumento para R$ 115 o MWh -ou R$ 11,50 a cada 100 kWh (quilowatt-hora).

Naquele momento, se o reajuste da bandeira vermelha nível 2 fosse de R$ 11,50, o aumento previsto nas contas dos consumidores seria entre 10% e 15%, movimento que exerceria ainda mais pressão sobre a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

No acumulado dos últimos 12 meses até agosto, o IPCA-15 atingiu 9,3% -e um dos maiores impactos foi o da energia elétrica, que subiu 5% no mês, segundo o IBGE.

Por isso, o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, preferiu uma proposta intermediária. Impor um reajuste de 52% na bandeira vermelha 2, o que daria R$ 94,90 o MWh. Esta foi a decisão do conselho diretor, no final de junho deste ano.

Com a decisão, a diretoria da agência optou por parcelar o reajuste, postergando cerca de R$ 3 bilhões para as tarifas em outro momento.

Para isso, realizou uma consulta pública para que os consumidores decidam se preferem que esse repasse seja feito ainda neste ano. A expectativa no mercado é que a decisão saia nos próximos dias.

Desde então, a situação das geradoras ficou ainda pior diante do agravamento da seca. O diretor-geral do ONS (Operadora Nacional do Sistema), Luiz Carlos Ciocchi, afirmou nesta quarta-feira (25) que havia previsão de chuvas na região Sul entre julho e agosto, mas elas foram frustradas, o que levou o grupo de monitoramento emergencial da crise a tomar medidas mais drásticas de preservação da água no sistema e partir para um pacote de incentivo à redução de consumo por consumidores do mercado regulado (residencial e empresas de menor) e para grandes consumidores.

O programa de redução de consumo de consumidores residenciais foi anunciado no Ministério de Minas e Energia também na quarta, sem os detalhes mais importantes. Durante o evento, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, rechaçou racionamento.

Assessores do Palácio do Planalto avaliam que a adoção de um racionamento no momento prejudicaria ainda mais Jair Bolsonaro em sua campanha pela reeleição. O presidente vê sua popularidade despencar diante de medidas contra a pandemia e da degradação do cenário econômico. Para eles, palavras como racionamento e reajustes de preços precisam ser evitadas diante do custo político.

O ministro e sua equipe de secretários e até o diretor da Aneel se esquivaram de comentar sobre futuros reajustes das tarifas, algo dado como certo pelo mercado.

Pepitone, da Aneel, não explicou se o programa de descontos para os consumidores residenciais será capaz de amenizar as contas diante de um provável aumento da bandeira vermelha 2. Ele disse apenas que a agência está "estudando", mas não explicou o quê.

Consultada, a Aneel não respondeu até a publicação desta reportagem.

Por Julio Wiziack (Folhapress)

MDR discute ações de saneamento ligadas a resíduos sólidos urbanos com entidades públicas e privadas

Secretário nacional de Saneamento, Pedro Maranhão, falou sobre a entrada de investimentos a partir de concessões e sobre o uso de resíduos sólidos urbanos como matriz energética no Brasil.

Em encontro on-line com participação do secretário Pedro Maranhão, foram debatidos os benefícios da geração de energia a partir do uso adequado de resíduos sólidos (Foto: Protegeer)

Cumprir a legislação que determina que os municípios entreguem até 15 de julho a estrutura dos blocos regionais para prestação dos serviços de água, esgoto e resíduos sólidos compartilhados. Com esse objetivo, os gestores das cidades que fazem parte da Associação Mato-Grossense de Municípios (AMM) se reuniram com o secretário nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Pedro Maranhão, nesta quinta-feira (27).

Aos representantes das cidades mato-grossenses, Maranhão afirmou que esses encontros são primordiais para que os gestores tenham clareza do que deve ser feito e possam contribuir com novas ações e investimentos. Além disso, ele reforçou que o novo Marco Legal do Saneamento trouxe nova perspectiva para o setor e para a iniciativa privada. "Antes não tínhamos segurança jurídica, previsibilidade e regulação. Mas o Novo Marco Legal nos trouxe esses elementos e permite que consigamos chamar a atenção de investidores brasileiros e estrangeiros para as obras de saneamento no País", apontou.

Maranhão também participou do Fórum de Valorização Energética, promovido pela Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren). O encontro debateu as Políticas Públicas de Incentivo à Valorização Energética e contou com a presença de representantes do Ministério de Minas e Energia e de parlamentares.

No evento, foram debatidos os benefícios da geração de energia a partir do uso adequado de resíduos sólidos e da necessidade de competitividade para que isso ocorra. "É estratégia para a economia, meio ambiente e saúde. A implantação dos consórcios e a organização dessa política de zerar os 3 mil lixões a céu aberto vêm contribuir com a valorização energética dos resíduos sólidos no Brasil", reforçou o secretário.

Durante a tarde, Maranhão participou ainda de reuniões com o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), com a Associação Brasileira de Empresas Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre) e com a Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), em que foram discutidas estratégias conjuntas para estimular os municípios e estados na regionalização dos serviços de resíduos sólidos, com foco em ações de capacitação e treinamento.

Legislação

Com a revisão do Marco Legal do Saneamento, foram definidas novas regras para universalização dos serviços de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e resíduos sólidos urbanos. Além disso, conforme as alterações, na área de resíduos sólidos, todos os municípios deverão apresentar, até 15 de julho deste ano, proposição de instrumentos de cobrança que garantam a sustentabilidade econômico-financeira dos serviços. O descumprimento do prazo se configura em renúncia de receita, com suas consequências legais.

A prestação de serviços regionalizada também deve ser adotada até 15 de julho de 2021. A União, a partir de 31 de março de 2022, observará a regionalização como condição para que estados, municípios, o Distrito Federal e prestadores de serviços possam acessar recursos do Orçamento Geral da União, bem como financiamentos com recursos federais ou geridos por órgãos federais para ações de saneamento.

Dia da Energia é comemorado com programação online e gratuita

Fundação Energia e Saneamento promove ações especiais programadas por suas três unidades: São Paulo, Itu e Salesópolis

O Museu da Energia de Salesópolis abordará o tema por meio de questionamentos e reflexões
Foto: divulgação

Para comemorar o Dia Mundial da Energia, celebrado em 29 de maio, a Fundação Energia e Saneamento, instituição responsável pela gestão dos Museus da Energia de São Paulo, Itu e Salesópolis, preparou uma programação on-line e gratuita para debater e trazer conscientização sobre o tema energia no Brasil. Entre as ações previstas, estão lives, vídeos, atividades e outros conteúdos que serão publicados nas redes sociais do Museu da Energia.

A unidade de Itu preparou uma live para o dia 28 de maio, a partir das 16h, com o tema "Energia Renovável: Vantagens e Desvantagens". A transmissão ao vivo será pelo canal do YouTube (https://www.youtube.com/c/MuseudaEnergia) e pelo Facebook (https://www.facebook.com/museudaenergia), com a participação de representantes da Unicamp Energy Club, a primeira organização estudantil brasileira com foco em energia renovável.

Os convidados, Joniel Alves e João Pedro, cofundador e atual vice-diretor e diretor do setor de eventos da Unicamp Energy Club, respectivamente, serão mediados por Ana Luísa Vieira, Educadora do Museu da Energia de Itu. "Essa parceria é importante para a aproximação da universidade junto ao museu, visando a difusão das instituições envolvidas e a oferta de conteúdo para o público", relata Ana Sbrissa, Coordenadora do Museu da Energia de Itu.

Ainda de acordo com Ana, o objetivo da live é apresentar as fontes de energia renováveis e a importância da conscientização de incorporá-las ao cotidiano, tendo em vista a preservação dos recursos naturais. "Resolvemos trazer ao público uma conversa descontraída e didática para esclarecer o uso desse tipo de energia na rotina. O Dia da Energia também nos remete a um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), 'Energia Limpa e Acessível', que prevê até 2030 aumentar substancialmente a participação de energias renováveis na matriz energética global", conta.

Quanto ao Museu da Energia de Salesópolis, abordará o tema por meio de questionamentos e reflexões. Alguns colaboradores foram convidados a responder a questão: "Qual energia que te move a trabalhar no Museu?". Já os visitantes, selecionados pelas equipes de educativos, responderam à pergunta: "Qual energia que o Museu te proporciona?". As respostas serão publicadas nas redes sociais do Museu da Energia, em formatos de vídeos, textos e fotos.

"A ideia esse ano é falar do tema energia de uma forma mais poética. A equipe elaborou essas questões para que a pessoa tivesse um momento de reflexão a respeito da palavra energia, porém em outros sentidos", explica Simone Villegas, Coordenadora do Museu da Energia de Salesópolis.

Como o Dia da Energia é uma das datas mais importantes na realização das atividades da Fundação, assim como o Dia da Água, a proposta é repensar a relevância da energia em todas as suas formas e possibilidades. "Não só a energia elétrica, mas todos os desdobramentos de energia. Como estamos trabalhando essa questão poética, nos perguntamos: como anda a nossa energia? Como é a energia dos locais que a gente vai? O tema energia é de extrema importância para nós, não à toa somos o Museu da Energia", completa Simone.

Por fim, o Museu da Energia de São Paulo está preparando um vídeo especial, que será disponibilizado no YouTube e no Instagram da instituição, apresentando o experimento da pilha de batata ou limão. Segundo Suelen Barcelos, Educadora do Museu da Energia de São Paulo, essa ação tem como objetivo conscientizar sobre o uso racional da energia, incentivar o uso de fontes renováveis e apresentar de forma lúdica os conceitos envolvidos por meio do experimento realizado.

"O experimento será sobre o funcionamento da pilha de ponte salina, onde explicamos o funcionamento da pilha e levamos nosso público a reproduzir em casa sua pilha com batata ou limão. No Instagram e YouTube do Museu temos outros vídeos e publicações que abordam a temática com experiências envolvendo energia, como alguns experimentos que os nossos visitantes podem tentar fazer em casa", acrescenta Suelen.

O Dia Mundial da Energia foi criado em 29 de maio de 1981, uma iniciativa da Direção Geral de Energia de Portugal. O surgimento da Fundação Energia e Saneamento está atrelado à história da energia elétrica no Brasil, a partir da criação de empresas que passaram a fornecer energia, de forma sistemática, para a iluminação pública e transportes, e, mais tarde, para as casas no final do século XIX. A instituição foi criada em 1998, com a proposta de preservar o rico acervo histórico da história da energia, da tecnologia e do desenvolvimento urbano e industrial do Estado de São Paulo.

"As unidades do Museus da Energia oferecem aos visitantes atividades culturais voltadas para todas as idades, e que reforçam conceitos de cidadania e incentivam o uso responsável de recursos naturais, explorando tais questões por abordagens históricas, científicas e sociais. Promover o debate sobre como serão as cidades do futuro, sempre olhando para as experiências do passado, é um dos objetivos da Fundação, que vê a necessidade de que a sociedade e comunidades locais participem desses diálogos, contribuindo de forma ativa nas decisões sobre o mundo que desejamos deixar para as próximas gerações", finaliza Mariana de Andrade, Coordenadora de Projetos e Produção Editorial da Fundação Energia e Saneamento.
Fonte O Diário

Aneel aumenta tarifa de energia em parte de SP, MS e MT

Foto: Agência Brasil

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou nesta quinta-feira (22), em reunião pública extraordinária, os reajustes tarifários de energia elétrica de 2021 das concessionárias Companhia Paulista de Força e Luz – CPFL Paulista, Energisa Mato Grosso e Energisa Mato Grosso do Sul.

Para consumidores residenciais, os índices de reajuste serão de 8,24% (CPFL Paulista), 7,28% (Energisa MS) e 7,29% (Energisa MT).

As novas tarifas já entraram em vigor para 4,6 milhões de unidades consumidoras localizadas em 234 municípios do Estado do São Paulo, 1,5 milhão de unidades consumidoras situadas em 141 municípios do Mato Grosso e 1 milhão de unidades consumidoras localizadas em 74 municípios de Mato Grosso do Sul.

Segundo a Aneel, houve um conjunto de ações promovidas para amenizar esses índices finais, sem ultrapassar um dígito, como a conta-covid e o reperfilamento do pagamento do financeiro da RBSE (recebimento do saldo remanescente) das transmissoras.

Os fatores que mais impactaram o processo tarifário foram os custos com as atividades de distribuição de energia, gastos com compra de energia impactados em especial pela energia da Usina de Itaipu, precificada em dólar, e pagamento de encargos setoriais.

Em meio às constantes altas no valor da energia, os sistemas fotovoltaicos são uma das principais alternativas para serviços e usuários residenciais reduzirem custos com a conta de luz. Desde 2012, a pessoa que gera sua própria energia também pode ceder sua geração excedente para a rede elétrica, abatendo esse volume de sua conta.

Atualmente, a Aneel está tentando revisar esse benefício e criar taxas, medida que é combatida pelo setor fotovoltaico. O segmento luta pela aprovação pelo Congresso Nacional de um marco regulatório para a energia fotovoltaica, que impeça mudanças de rotas e dê previsibilidade ao investidor para manter investimentos e gerar empregos.

Governo Federal prevê lançar Política Nacional do Hidrogênio até o fim do ano

As diretrizes do programa para regulamentar o desenvolvimento da cadeia de produção do hidrogênio no País devem ser publicadas até o fim de junho, se aprovada hoje resolução pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)

Legenda: Conselho já colocou o hidrogênio no topo das prioridades para a pesquisa e desenvolvimento no Brasil voltados a energia Foto: Shutterstock


Com memorandos de entendimento já firmados para a produção de hidrogênio verde no Ceará, grande aposta do Estado para o desenvolvimento da região, o Governo Federal tem o desafio de criar um arcabouço legal e regulatório para a cadeia produtiva do setor, o que envolve muito mais que a pasta e os órgãos de energia.

De acordo com o diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Carlos Alexandre Pires, a expectativa do governo é entregar ao menos parte desse arcabouço, a Política Nacional do Hidrogênio, até o fim deste ano. Hoje, a pasta entrega ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) resolução para publicar em até 60 dias as diretrizes do programa.

O documento deverá incluir direcionamentos para a normatização do uso, transporte, qualidade, segurança, armazenamento e abastecimento do hidrogênio no País, entre outras definições. "É um desafio gigante, porque nós estaremos partindo praticamente do zero. Mas é um desafio que é problema em todos os países porque, sendo uma tecnologia disruptiva, tem pouco ou quase nada de arcabouço regulatório no mundo".

Fonte: Diário do Nordeste

Aneel ameaça geração de empregos no setor solar com nova proposta


A proposta da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para a resolução normativa (REN) 482/2012, que regulamenta a geração distribuída no Brasil, ameaça a geração de empregos e novos investimentos em energia solar no País. Somente no ano passado, foram criados 75 mil postos de trabalho pelo segmento. A avaliação é da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar).

Os termos da nova proposta foram divulgados publicamente por meio de uma minuta no dia 1º de abril.

Para a associação, as mudanças previstas representam "uma preocupante quebra de confiança" da Aneel com o Congresso Nacional no debate para a construção de um marco legal para o segmento, em curso na Câmara dos Deputados. Uma das principais discordâncias em relação à minuta é a retomada da previsão de cobrança de taxas por uso de fio pelo gerador, quando injetar na rede elétrica a sua energia excedente. A vice-presidente de geração distribuída da Absolar, Bárbara Rubim, diz que a minuta contradiz declarações recentes de diretores da Aneel, garantindo que a agência aguardaria uma lei do Congresso Nacional antes de alterar as regras.

“A proposta da agência, apresentada nessa nova minuta, desconsidera os benefícios que a geração distribuída agrega a toda a sociedade brasileira e resultaria em uma desvalorização de até 57% na energia elétrica gerada pelas fontes renováveis nesta modalidade. Ela ameaça a segurança jurídica e previsibilidade regulatória de consumidores e agentes de mercado que investiram no segmento desde 2012", afirma Bárbara.

O presidente-executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, avalia que a criação de uma legislação para a geração distribuída é prioridade.

“Somente em 2020, o segmento de geração distribuída solar foi responsável pela atração de R$ 11 bilhões em investimentos ao Brasil e geração de 75 mil novos empregos e mais renda a trabalhadores espalhados por todo o território nacional, em um dos momentos mais críticos da economia do País. A previsão é de que o setor possa gerar cerca de 500 mil novos empregos nos próximos três anos”, diz Sauaia.

Câmara aprova doação de créditos de energia para serviços essenciais

Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (31) o Projeto de Lei 2474/20, que permite aos micro e minigeradores de energia doarem créditos de excesso de energia elétrica gerada para atividades essenciais.

A medida vale por até 12 meses após o encerramento do período de emergência de saúde pública motivada pela pandemia do coronavírus. A proposta segue para o Senado.

Originalmente, a proposta destinava os créditos de energia somente a hospitais, asilos de idosos e outras entidades envolvidas no combate ao coronavírus. No entanto, uma emenda do deputado Paulo Ganime (Novo-R) ampliou o benefício para as atividades essenciais, como assistência à saúde e segurança pública.

As doações podem ser feitas por pessoas físicas ou jurídicas. O PL foi aprovado com substitutivo do relator, deputado Daniel Trzeciak (PSDB-RS), que restringe as doações a clientes localizados na mesma área de concessão.

Um dos autores da proposta, o deputado Franco Cartafina (PP-MG), destacou que o projeto não tem nenhum custo para a sociedade ou o governo.

"Às vezes uma pessoa quer fazer a doação, mas não tem o recurso financeiro. Uma fazenda ou casa que produz energia fotovoltaica poderia ceder o crédito a um hospital", explicou.

Também autor do projeto, o deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) observou que, com a redução da atividade econômica por causa da pandemia, muitas empresas estão acumulando créditos de energia que não serão utilizados.

Como funcionará

A doação não poderá ser objeto de contrato comercial com qualquer contrapartida por parte do beneficiado. Caberá à distribuidora de energia gerenciar a intenção de doação e de recebimento do crédito. Para isso, um sistema deverá permitir o envio de comunicado pelo consumidor que detém os créditos de sua intenção de doá-los, em até 15 dias antes da próxima leitura do consumo de energia.

Se as entidades potencialmente beneficiárias se inscreverem previamente por meio de procedimento liberado pela distribuidora, elas estarão dispensadas de informar o recebimento dos créditos, que serão usados na próxima fatura de energia.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Lixo Urbano daria para gerar eletricidade para 15 mil casas


Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren) mostra que Campinas tem potencial para gerar energia elétrica a partir do lixo. Atualmente, a cidade produz cerca de 1.400 toneladas por dia, o que dá em média 1,2 quilos por morador, segundo dados da Secretaria Municipal de Serviços Públicos. Com essa quantidade de resíduos seria possível fornecer eletricidade para cerca de 15 mil residências, segundo a Abren.

O vice-presidente da associação, Rubens Herber Aebi, explica que Campinas foi um dos municípios selecionados para o mapeamento feito pela entidade. De acordo com ele, o levantamento concentra “praticamente metade” da população nacional. “Nós identificamos 30 localidades no Brasil, entre cidades e regiões metropolitanas, com as características necessárias para a implementação de uma Usina de Recuperação Energética (URE). Campinas é um dos municípios selecionados por conta da quantidade de lixo de que produz”, explica.

O processo de geração de energia ocorre a partir dos resíduos sólidos secos que não podem ser reciclados ou utilizados no processo de compostagem, segundo Aebi. Ainda de acordo com o ele, esses resíduos são levados às UREs, que são as plantas de tratamento térmico presentes em diversas cidades do mundo como, Paris (França) Mônaco, Lucerna (Suíça), Rosignano (Itália), Shenzhen (China) e Copenhague (Dinamarca).

“Nesse processo de recuperação de energia temos um custo ambiental excepcionalmente reduzido, uma vez que diminui consideravelmente o volume de lixo que vai para aterros, evitando assim a contaminação do solo, como ocorreu em Brasília com o chamado Lixão da Estrutural”, destaca Aebi. O antigo aterro do Distrito Federal, lembra ele, provocou a contaminação de águas subterrâneas e foi fechado em janeiro de 2018, após uma determinação do Tribunal de Justiça.

O vice-presidente da Abren aponta ainda que o levantamento elencou a produção diária de lixo das cidades selecionadas e constatou que Campinas tem uma produção de lixo diária semelhante a Belo Horizonte, que tem mais do que o dobro da população campineira – 1,2 milhão ante os 2,7 milhões da capital mineira. Aebi explica que a associação faz um cálculo, com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Sistema Nacional de Resíduo, para apontar o custo médio ambiental que cada cidade tem com saúde pública por causa dos aterros. Segundo a Abren, Campinas tem potencial de economizar cerca de R$ 30 milhões.

Para defender as vantagens ambientais do processo de recuperação energética de resíduos, o vice-presidente da Abren diz que a as usinas de recuperação térmicas “gera um mínimo de poluição” em razão do uso de tecnologias de controle de gás carbônico por meio de filtros.

“O lixo depositado no aterro polui 15 vezes mais a atmosfera devido ao gás metano gerado. Os filtros das plantas são tão seguros que a usina de Mônaco, por exemplo, fica a poucos metros do Palácio Real. Os turistas não sabem, mas a planta de Paris está próxima à Torre Eiffel”, exemplifica Aebi que revelou que a Abren deve apresentar o estudo para as cidades selecionadas ao longo deste ano.

O secretário de Serviços Públicos de Campinas, Ernesto Dimas Paulella, diz que considera a recuperação energética de resíduos “o modelo mais eficiente, apesar de ser muito caro”. O secretário revela, inclusive, que visitou uma usina de recuperação na Suíça e constatou que elas realmente funcionam dentro da cidade. “Em minha opinião, esse é um modelo ideal para o lixo seco, já que praticamente não gera rejeitos, que são da ordem de 2% a 3% de cinzas. O problema é que os filtros poderosos custam 50% de toda a usina”, aponta Paulella que explicou que, embora reconheça a eficiência do modelo, não acredita que ele tenha fácil aceitação dos órgãos brasileiros de fiscalização ambiental.

“A incineração tem um problema. Mesmo com todos os filtros, com toda a tecnologia que envolve, ainda escapa um produto chamado dioxina, que é uma substância química criada de forma inadvertida a partir da queima do cloro. Dioxina é cancerígena e, por isso, há muita restrição no Brasil e em todo o mundo”, destaca o secretário.

Ainda de acordo com Paulella, o processo de recuperação energética por meio da incineração é “condenado pelos movimentos de sustentabilidade” e, por isso, teria “difícil aceitação” nas cidades brasileiras. “Falando tecnicamente, eu não deixei de achar que [a recuperação energética de resíduos] é o modelo mais eficiente. Mas é uma forma condenada do ponto de vista ambiental e nós, como agente públicos, temos que olhar para essas questões. Porque certamente teremos a atuação do Ministério Público e movimentos ambientalistas”, esclarece o secretário, que explicou que a Prefeitura de Campinas quer expandir o trabalho de reciclagem e compostagem da cidade.

Hoje, 90% dos resíduos têm como destino o aterro

Atualmente, 90% dos resíduos gerados diariamente em Campinas vão para aterro sanitário. A usina de compostagem processa 100 toneladas por dia, mas tem capacidade para 300 toneladas. “Estamos em um período de adaptação e dentro de dois a três anos vamos conseguir fazer essa expansão do processo”, revela Ernesto Paulella, secretário de Serviços Públicos, Segundo ele, o total de lixo que vai para compostagem representa 7% dos resíduos de Campinas e a meta, ao processar 300 toneladas, é chegar a 40%. A reciclagem, por sua vez, comporta apenas 3% do entulho produzido na cidade e o objetivo é aumentar para 25%.

“Na nossa equação, o tratamento de lixo prevê uma usina de reciclagem, para reciclar até 25% dos resíduos produzidos, uma usina de compostagem, com a capacidade de 300 toneladas, e uma terceira usina que será de CDR, o chamado combustível derivado de resíduo, que é a produção de carvão a partir do lixo”, aponta Paulella, que explicou que esse carvão substitui o carvão natural nas caldeiras de indústrias, por exemplo.

O secretário, no entanto, lembra que a Prefeitura de Campinas teve que anular a contratação de uma parceria público-privada para a gestão do lixo de Campinas. O certame estava suspenso desde maio de 2020, após decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que acatou questionamentos de empresas interessadas em relação aos critérios técnicos e preço, além da exigência de atestados de capacidade técnica.

O contrato, que previa o pagamento de R$ 10,5 bilhões ao longo de 30 anos, trazia a exigência de investimentos de R$ 900 milhões na construção das três usinas: reciclagem, compostagem e CDR.

Paulella explica que a Prefeitura está “refazendo toda a PPP” para atender o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que foi atualizado e está com consulta pública aberta até o dia 3 de abril. A minuta do plano atualizado pode ser consultada na página da Prefeitura. “Estamos refazendo todos os cálculos para realizar a audiência pública. No dia 7 de abril, vamos realizar uma audiência pública, de forma remota, por meio de um endereço eletrônico que será divulgado posteriormente pela Prefeitura”, finaliza.
Fonte: Correio Popular

Financiamentos de painéis solares aumentam na pandemia


A busca por financiamentos para implantação de painéis solares cresceu durante a pandemia, segundo confirmam bancos públicos e privados brasileiros.

No caso das instituições de fomento públicas, o BNDES aprovou R$ 1,48 bilhão voltados à pagamentos de sistemas de geração solar no ano passado e prevê aumentar esse volume este ano. Já a Caixa teve crescimento de 35% nos créditos para energias sustentáveis.

Os bancos privados também confirmam a grande procura, impulsionada por empréstimos feitos por pessoas físicas.

O Santander, por exemplo, registrou salto de 25% na sua linha de crédito no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2020. O Bradesco registrou crescimento de 46% em empréstimos para instalação de painéis solares em 2020. Já o banco BV divulgou que o volume financiado em 2020 triplicou em relação a 2019.

A possibilidade de economizar até 95% na conta de luz gerando sua própria energia, em meio às constantes altas da energia elétrica, é um dos principais motivos da expansão do segmento fotovoltaico em pleno cenário de crise, seja para residências ou pequenos e grandes negócios.

Além da vantagem econômica, esses sistemas também são sustentáveis e usam energia renovável, garantindo segurança contra apagões elétricos.

Fontes: Jornais DCI e Extra

CEO da ABREN diz que pelo menos 130 MW de projetos de RSU com Licenças Prévias estão em condições de disputar os leilões A-5 e A-6


Pelo menos 130 MW de projetos que já receberam Licenças Prévias de respectivos órgãos ambientais e mais 55 MW ainda com processos de licenciamento em tramitação poderão vir a participar dos primeiros leilões de energia de térmicas movidas a resíduos sólidos urbanos: A-5 e A-6, em setembro.

A estimativa é do presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN), Yuri Schmitke Almeida Belchior, que defende um preço teto no valor de R$ 650,00/MWh, prazo de 30 anos e flexibilidade na comprovação do combustível.

Em 2020, segundo dados da Câmara de Comércio de Energia Elétrica ( CCEE), as térmicas a biogás produziram cerca de 110,2 MW médios ao ano, superando a marca de 102,3 MW médios de 2019.Para Belchior, esse dado considera apenas o aproveitamento de gás de aterro, cuja grande maioria dos projetos é contratada por meio da Geração Distribuída (GD), via sistema de compensação remota (net meetering), conforme Resolução Normativa ANEEL 484/2012, ou no mercado livre. “Existem formas mais eficientes e sustentáveis de geração de energia por meio do lixo, por usinas de recuperação energética de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)”, sustenta o CEO da ABREN.

São Paulo, segundo ele, é o hoje o estado mais avançado na produção de energia de RSU, embalado por cerca de 15 milhões de toneladas por ano de resíduo doméstico, sem considerar os resíduos comerciais e industriais. “Com essa demanda, gera-se a necessidade de mais aterros e soluções melhores, como a recuperação energética”, assinala Belchior.

Ele lembra que o estado também é pioneiro na regulamentação de emissões atmosféricas das Usinas de Recuperação Energética (URE), ou Waste-to-Energy (WTE), por meio da Portaria SMA 79/2009. Nessa linha, recentemente foram emitidas licença de instalação para a URE Barueri, com 20 MW de potência instalada, e licença ambiental prévia para a URE Mauá, com 80 MW de potência instalada.

O estado do Rio de Janeiro vem em segundo no ranking nacional do setor, tendo emitido licença prévia ambiental para o projeto da URE Ciclus, com 30 MW de potência instalada.
“Há estados que estão bastante atrasados, como Minas Gerais, que estranhamente proíbe a recuperação energética de RSU por meio da incineração, cuja tecnologia hoje coloca essa fonte como a termoelétrica mais limpa hoje existente, classificada mundialmente como energia lima e renovável”, assinala Belchior.


Lembra o dirigente que o Brasil somente veio a regulamentar o assunto em 2019, por meio da Portaria Interministerial 274 (MME, MDR e MMA), “o que faz com que as leis estaduais ou municipais que proíbem a recuperação energética sejam flagrantemente inconstitucionais, além de inimigas do meio ambiente e da saúde pública”.

Sobre o Plano Decenal de Expansão – PDE 2030, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que previu para o setor 60 MW de potência instalada, o empresário assinala que se trata de mero indicativo. “Apesar disso, a instituição já aponta pela existência desta fonte na matriz elétrica, o que é um grande avanço para a sociedade brasileira”, pontua ele.

Segundo dados da ABREN, apenas nas 28 regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes, que representa 48% da população brasileira ou 100 milhões de habitantes, existe um potencial de 18,9 TWhe por ano, ou 2,3 GW de capacidade instalada a partir de RSU.

Com base na média do CAPEX por MWt de 48 projetos no exterior , a entidade chegou a um valor total de investimentos no Brasil de R$ 75 bilhões correspondente a 118 usinas de 20 MW de potência instalada cada uma. Ou seja, o tratamento de 60 milhões de toneladas ano de resíduos urbanos, que representa o lixo de 48% da população brasileira, atenderia 3% da demanda nacional de eletricidade.

Fonte: https://revistamodal.com.br/ceo-da-abren-diz-que-pelo-menos-130-mw-de-projetos-de-rsu-com-licencas-previas-estao-em-condicoes-de-disputar-os-leiloes-a-5-e-a-6/

Enquanto não houver concorrentes para a Aeris no Brasil, siga comprando ações

Demanda por fontes de energias renováveis está em alta no mundo, e a Aeris deve captar os bons ventos (Imagem: Aeris/Divulgação)

Pode-se dizer que a Aeris (AERI3), produtora de pás eólicas, está lugar certo e na hora certa, já que a demanda global por fontes de energias renováveis está à todo vapor, enquanto a companhia reina soberana no Brasil, com baixos níveis de competição.

Após um bate-papo com diretores-executivos da Aeris, a XP Investimentos reforçou ainda mais sua visão otimista de longo prazo.

“Aeris continua confiante sobre as expectativas de crescimento de longo prazo. O CEO da empresa, Alexandre Negrão, referiu que mais de 75% dos países apontam agora para uma meta de descarbonização, contra apenas 25% há alguns anos”, comentam os analistas da corretora, Lucas Laghi e Pedro Bruno, sobre a conversa com a diretoria.

Considerando o mercado doméstico do Brasil, os diretores esperam que a capacidade eólica aumente entre 3 e 4 GW por ano nos próximos anos, contra uma média de aproximadamente 1,5 GW por ano na última década.

Aeris vê espaço limitado para outro fabricante desenvolver uma planta para produção local no Brasil (Imagem: Reprodução/Aeris Energy/YouTube)

Outro ponto chave levantado diz respeito à competividade.

Questionada sobre a possibilidade da TPI Composites — principal concorrente da Aeris — ou de uma empresa chinesa começar a desenvolver pás eólicas no Brasil, os diretores apontaram para o fato de que essa deve ser uma decisão conjunta com o cliente.

“Transferir capacidade de produtores de pás já estabelecidos apenas impediria uma maior diluição de custos, gerando uma situação de “perde-perde” para fabricantes de turbinas e de pás eólicas, visto que a dinâmica comercial entre ambos poderia ser comprometida”, afirmou a diretoria da Aeris aos especialistas da XP.

A empresa vê espaço limitado para outro fabricante desenvolver uma planta para produção local no Brasil, uma vez que a Aeris já tem capacidade sobressalente suficiente para absorver o crescimento futuro.

Os gargalos logísticos também não parecem ser uma pedra no sapato, apesar de as pás eólicas terem aumentado consideravelmente de tamanho nos últimos anos. Elas passaram de 45 metros, em 2010, para 80 metros na atualidade.

Segundo o Diretor de Planejamento, Bruno Lolli, a capacidade atual do Porto de Pecém, localizado em Fortaleza (CE), é suficiente para acomodar pás de até 130 metros de comprimento, o que não acarretaria em problemas logísticos significativos no curto prazo.

Manifesto critica proposta da Aneel para geração distribuída


Um grupo de onze entidades ligadas ao setor de energia lançou no início deste mês um manifesto contra a possibilidade de redução de benefícios à geração distribuída no País.

A crítica tem como foco o processo de revisão da Resolução Normativa 482/2012 (REN 482). As entidades criticam a proposta preliminar da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), apresentada no último dia 19 de fevereiro.

Para integrantes do setor de energia renovável, regras atuais da REN 482 permitem "aos consumidores gerar a sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis, com a compensação de créditos equivalentes em sua conta de luz" e permitiram não só a redução de gastos com energia elétrica, mas também a geração de milhares de empregos.

Ainda conforme o setor, a revisão da Aneel “desconsidera os principais argumentos técnicos apresentados ao longo dos quase três anos de debates sobre a REN 482".

Entre os signatários do documento estão a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD). Em seu site, a ABGD defendeu que as regras da geração distribuída não sejam mudada até que o mercado fotovoltaico se consolide.

"Essa proposta, se aprovada, vai significar um retrocesso para o mercado de energias renováveis e resultará em perda de investimentos e empregos no país", diz nota da ABGD.

Com a REN 492, quem gera a própria energia por fonte renovável pode injetar excedente na rede convencional e recebe desconto proporcional a todo volume gerado em sua conta de luz. A Aneel avalia a redução desse benefício, alegando haver perdas para o consumidor convencional no atual sistema.

Confira as outras entidades que assinaram o documento:

Associação Brasileira de Armazenamento e Qualidade de Energia (ABAQUE), Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN), Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas (ABRAPCH), Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará, Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás), Instituto Nacional de Energia Limpa e Sustentável (INEL), Associação Baiana de Energia Solar (ABS) e Associação Gaúcha de Fomento às Pequenas Centrais Hidrelétricas (AGPCH).

Energia elétrica pode subir até 13% este ano, diz Aneel


O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone, avalia que o aumento médio nas contas de luz em 2021 deve ser o maior desde 2018. A declaração foi dada na semana passada durante reunião de diretoria da agência.

Segundo Pepitone, a estimativa é que, "se nada for feito", o aumento médio fique em 13% em 2021. Esse percentual cairia para 8% com a devolução aos consumidores de uma parte dos R$ 50 bilhões em impostos cobrados a mais nas contas de luz nos últimos anos.

A proposta, em fase de consulta pública, prevê a devolução dos valores por meio de abatimento nos próximos reajustes tarifários, em até cinco anos. Ainda assim, o reajuste seria o maior em três anos - em 2018, foi de 15%.

"Estamos buscando medidas para conter a escalada tarifária. Mas cada setor tem que ajudar um pouco", disse o diretor.

De acordo com a Aneel, vários fatores pressionam os preços, entre eles o maior uso de termelétricas (em período de longa estiagem) e a disparada do dólar, que encarece as operações da hidrelétrica de Itaipu. Outra causa é a alta do IGPM, que mexe com parte dos cálculos adotados pela Aneel.

Alternativa

Em meio a uma realidade de energia elétrica cada vez mais cara, a geração solar fotovoltaica aparece como uma das alternativas mais viáveis para reduzir custos. A tecnologia permite redução de até 95% no valor das contas de luz, além de gerar energia através de fonte limpa e segura (sem interrupções).

Fontes: G1 e Agência O Globo

AES Tietê vende AES Inova à EDP por R$ 102 milhões

Energia solar — Foto: Chelsea/Unsplash

De acordo com a AES Tietê, a Inova é uma plataforma de investimento em geração solar que possui um portfólio de aproximadamente 34 megawatt-pico (MWp).

A AES Tietê e a EDP - Energias do Brasil comunicaram ao mercado há pouco que assinaram um contrato de compra e venda da AES Inova a EDP Grid. O acordo foi firmado por R$ 101,7 milhões, valor sujeito a ajustes. A operação deve ser concluída no segundo trimestre.

De acordo com a AES Tietê, a Inova é uma plataforma de investimento em geração solar que possui um portfólio de aproximadamente 34 megawatt-pico (MWp), com unidades no Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais.

A EDP afirma que o investimento total estimado é de R$ 177 milhões, considerando o valor da aquisição e o investimento estimado para desenvolvimento de projetos. Segundo a EDP, 18 MWp dos 34 MWp totais são relativos a projetos em Minas Gerais que permitirão à EDP o desenvolvimento da obra, contratação em mercado estratégico e aproveitamento de sinergias operacionais com outros ativos da região.

A companhia também afirma que com o negócio ampliará sua carteira de geração solar em cerca de 50%.

FONTE: (Esta reportagem foi publicada originalmente no Valor PRO, serviço de informações e notícias em tempo real do Valor Econômico)

Geração Distribuída deve atrair R$ 17,2 bi em 2021

Para a geração distribuída solar, o crescimento projetado é de 90% 

A geração solar distribuída deve atrair R$ 17,2 bilhões em novos investimentos no Brasil ao longo de 2021, e gerar mais de 118 mil empregos este ano. Estimativas da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostram que a GD será responsável pela maior fatia do crescimento solar fotovoltaico no ano.

Ao todo, estão previstos mais de R$ 22,6 bilhões em investimentos privados no setor no Brasil em 2021, somando os segmentos de geração distribuída (sistemas em telhados e fachadas de edifícios) e centralizada (grandes usinas solares).

A Absolar também prevê a adição de mais de 4,9 gigawatts (GW) de potência instalada, somando as usinas de grande porte e os sistemas distribuídos em telhados, fachadas e pequenos terrenos. O montante representa um crescimento de mais de 68% sobre a capacidade instalada atual do país, hoje em 7,5 GW.

Para a geração distribuída fotovoltaica, o crescimento projetado é de 90% frente ao total instalado até 2020, passando de 4,4 GW para 8,3 GW. Já no segmento de usinas solares de grande porte, o crescimento previsto será de 37%, saindo de 3,1 GW para 4,2 GW.

“A energia solar fotovoltaica reduz o custo de energia elétrica da população, aumenta a competitividade das empresas e desafoga o orçamento do poder público, beneficiando pequenos, médios e grandes consumidores do País” diz Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar.

Fonte: Epbr

Potencial de transformação de lixo em energia em cidades grandes é de US$ 14 bilhões no Brasil


As 28 regiões metropolitanas do Brasil, com mais de 1 milhão de habitantes, poderiam gerar 18,9 TWh / ano por meio de usinas de resíduos sólidos urbanos para energia (WTE) exigindo US $ 14 bilhões, de acordo com um estudo produzido pela associação local de resíduos para energia ABREN e compartilhado com BNamericas.

O montante, que representa cerca de 3% da demanda de energia elétrica do país, poderia ser gerado por meio de 118 usinas de 20 MW (ou 59 40 MW) alimentadas por 97.000 t / d de lixo urbano.

O maior potencial identificado pela ABREN está nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, que poderiam gerar 3,719TW / ano e 2,829TWh / ano, respectivamente. Em seguida, vem o distrito federal de Brasília com 1.089TWh / ano.

Atualmente, existem 183MW de projetos WTE em desenvolvimento no Brasil: a planta URE Barueri de 20MW e 825t / d com queima massiva, que já recebeu licença de instalação; a planta de 80MW e 3.000 t / d URE Mauá com licença prévia; a planta de 38 MW, 2.000 t / d URE Baixada Santista; planta de 30MW, 1.300 t / d Ciclus / Rio de Janeiro, também com licença prévia; e a planta de 15 MW, 500 t / d Diadema com gaseificação Outotec.

Em dezembro passado, o governo brasileiro aprovou a primeira licitação de resíduos sólidos urbanos do país para produção de energia, prevista para este ano. A aprovação é uma etapa fundamental para viabilizar projetos WTE no país.

Segundo o presidente da ABREN, Yuri Schmitke, o país tem potencial para 250 usinas, cada uma com 20 MW de capacidade instalada, o que representa um investimento de R $ 160 bilhões (US $ 30 bilhões).

No entanto, para viabilizar economicamente esses projetos, a ABREN estima que as taxas de aterro sanitário locais teriam que ser aumentadas em 11 reais / t de resíduos sólidos urbanos anualmente, enquanto a tarifa de energia WTE seria obrigada a cair para 250 reais / MWh dos atuais 620 reais / MWh em 2040.

Isso poderia ser alcançado com o uso de caminhões de lixo elétricos e ônibus movidos a energia gerada nas plantas WTE. Como uma única concessionária seria responsável pela geração de energia e pelos serviços de transporte, a empresa seria categorizada como autoprodutora de energia, com isenção do ICMS (serviço), por exemplo.

“O WTE deve ser pago pelos municípios, não pelo setor de energia elétrica. Estamos trabalhando para que isso aconteça ” , disse Schmitke ao BNamericas.

Nova parceria

Na quarta-feira, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Fapesp, e a secretaria de meio ambiente assinaram um protocolo para fomentar a implantação de projetos WTE no estado.

Durante a cerimônia, o secretário de infraestrutura e meio ambiente, Marcos Rodrigues Penido, destacou que os resíduos urbanos estão ligados tanto à pauta de saneamento básico quanto de energia.

“O desperdício que poderia ser usado para gerar energia em São Paulo é enorme” , disse.

Fonte: BNAmericas

Brasil abre portas para projetos de recuperação de resíduos de energia


De acordo com o presidente da associação brasileira de transformação de resíduos em energia, o país tem potencial para 250 usinas desse tipo, cada uma com capacidade instalada de 20 MW.

O governo brasileiro aprovou em dezembro passado a primeira licitação do país para a produção de energia a partir de resíduos sólidos urbanos , prevista para 2021.

O sinal verde é um passo fundamental para viabilizar projetos de recuperação de resíduos energéticos no país sul-americano, que ainda não possui usinas desse tipo em operação comercial.

Según el presidente de la asociación de conversión de residuos en energía ABREN, Yuri Schmitke, el país tiene potencial para 250 plantas de este tipo , cada una con una capacidad instalada de 20MW, lo que representa una inversión de 160.000 millones de reales (unos 24.000 milhões de euros).

Schmitke estima que essas instalações, combinadas com o potencial das usinas de biogás a partir de resíduos sólidos urbanos, podem cobrir até 8% da demanda nacional de eletricidade .

No Brasil, as empresas do setor terão que contar com subsídios ou soluções alternativas para serem realmente competitivas. “Propomos um aumento na taxa de coleta de lixo e buscamos créditos de carbono, soluções de autoprodução e uso de caminhões de lixo e ônibus elétricos”, disse Schmitke em entrevista ao BNamericas.

A ABREN é uma unidade do conselho global de tecnologia e pesquisa de resíduos em energia WtERT, com sede em Nova York. Este órgão está vinculado à Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA) e à Federação Alemã da Indústria de Gerenciamento de Resíduos (BDE) da Alemanha. Possui ainda um acordo de cooperação técnica com a AVALER, associação portuguesa de entidades para a valorização energética de resíduos sólidos urbanos.

Fonte: BNamericas

Brasil tem potencial no hidrogênio verde


O Brasil tem vocação para produzir hidrogênio verde e pode se tornar, no longo prazo, exportador do combustível que entrou na pauta das principais empresas globais. A tecnologia tem sido considerada uma via eficiente para ajudar a descarbonizar principalmente o setor de transporte, responsável por um terço das emissões de gases efeito estufa (GEE) no mundo. Mas a indústria também começa a despertar para o novo combustível, que promete deixar a produção mais sustentável.

Ainda sem uso comercial para produção de energia, o hidrogênio é utilizado pela indústria química há mais de um século, produzindo fertilizantes e metanol, entre outros, mas a partir de combustível fóssil, sendo a forma mais barata através do gás natural. Nesse processo, o hidrogênio é conhecido como cinza. A partir do crescimento das fontes renováveis de energia foi possível obter o chamado hidrogênio verde, produzido com a energia de hidrelétricas, solar, eólica ou biomassa a partir de eletrólise (carga de energia para separação do hidrogênio).

A fonte ganhou ainda mais impulso após o anúncio da meta da União Europeia de se tornar neutra em emissão de carbono em 2050, o que será obtido através de subsídios e investimentos em novas tecnologias, que podem chegar a beneficiar o Brasil se o País conseguir avançar na produção do hidrogênio verde.

"Enquanto o Brasil ainda não conseguiu aprovar a Lei do Gás, a União Europeia está discutindo gasodutos de hidrogênio", alerta o ex-diretor geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Decio Oddone, ressaltando que essa demora da discussão sobre hidrogênio no País está ligada à sua matriz energética limpa, puxada em boa parte pelo uso de biocombustíveis no transporte (biodiesel e etanol).

Ele avalia que se o candidato democrata Joe Biden vencer as eleições norte-americanas, provavelmente a emissão de carbono será taxada, acrescentando os Estados Unidos nessa corrida pelo hidrogênio e abrindo mais um mercado imenso para o Brasil nessa área.

A previsão é de que a tecnologia seja introduzida primeiramente no mercado brasileiro em transportes coletivos e caminhões, substituindo o diesel. Para isso, é necessário desenvolver a célula combustível de hidrogênio.

"A técnica já é bastante dominada pela reforma a gás natural para produzir hidrogênio (cinza). É feita no mundo inteiro em larga escala. Mas há opções renováveis como a eletrólise da água, e principalmente se utiliza energia elétrica renovável e a gaseificação ou biodigestão de biomassas para a produção, são dois temas que o Brasil tem um potencial muito grande", informa Paulo Emílio de Miranda, coordenador do Laboratório de Hidrogênio da Coppe/UFRJ e presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2).

Emissões

Desde 2005, a Coppe/UFRJ estuda o uso do hidrogênio em ônibus. Este ano, apresenta a quarta versão do modelo, já em fase pré-comercial. Um estudo da instituição demonstrou que se toda a frota de BRT do Rio de Janeiro (Transporte Rápido por Ônibus) fosse convertida para hidrogênio, o custo do novo combustível alcançaria paridade com o diesel já em 2025.

"E se você levar em conta os benefícios sociais e ambientais, já deveriam começar a usar antes", diz Miranda, explicando que o preço do diesel seria maior se incorporasse os prejuízos ambientais e sociais que ocasiona com as emissões de gás carbônico.

Um dos entraves para a adoção do hidrogênio no Brasil é justamente a grande diversidade de fontes limpas que o País já possui -- 43% da matriz energética e 83% da matriz elétrica --, incluindo na lista estudos para a célula combustível de etanol, um forte concorrente para a entrada comercial do hidrogênio no País.

Empresas globais como a Siemens também veem no hidrogênio uma opção. Na China, a empresa fechou parceria para fornecer seu primeiro sistema de produção para uma estação de abastecimento de hidrogênio verde em Pequim. No Brasil, o hidrogênio também poderá entrar nos planos da empresa no longo prazo, de acordo com o presidente da Siemens Energy, André Clark, que vê um potencial para exportação a partir do mercado brasileiro.

"O Brasil pode criar uma grande base de produção de hidrogênio perto de um parque eólico no Nordeste, por exemplo, e exportar sua energia renovável. Esse equacionamento tem muito a ver com geopolítica. A retomada verde da Europa pode beneficiar diretamente o Brasil", afirma Clark.

Denise Luna
Fonte: O Estado de S. Paulo

130 milhões de brasileiros terão aumento na conta de luz este mês


Várias distribuidoras de energia no país tiveram reajustes tarifários aprovados em abril e maio, mas por conta da pandemia a agência nacional de energia elétrica, Aneel, determinou que o reajuste entrasse em vigor apenas a partir de 1 de julho.

As distribuidoras que tiveram aumentos “represados” foram: CPFL PAULISTA, ENERGISA-MS, ENERGISA-MT, COELBA, ENEL-CE, COSERN, ENERGISA-SE, EQUATORIAL-AL, CELPE. Somadas, essas distribuidoras atendem a cerca de 64 milhões de brasileiros.

Além destas, outras distribuidoras tiveram aumento no final de junho, são elas: ENERGISA-MG, RGE-SUL, ENERGISA-RJ, COPEL e CEMIG. A ENEL SP, ENERGISA-TO e ENERGISA-S-SE estão prevendo reajuste para as duas primeiras semanas deste mês. Estas distribuidoras atendem cerca de 66 milhões de brasileiros.

No total, 62% da população brasileira sofrerá com os aumentos que entrarão em vigor agora em julho. Além disso, a Aneel aprovou 16 bilhões de reais para socorro às distribuidoras, a chamada Conta-covid. Os aumentos nas tarifas de energia serão diluídos ao longo de cinco anos, portanto será pago pelos consumidores.

Você sabia que é possível fugir dos constantes reajustes tarifários das distribuidoras? A instalação de um sistema fotovoltaico pode reduzir sua conta em até 95%. Desta forma, você deixará de sofrer com os reajustes anuais das tarifas, pois estará produzindo sua própria energia através da luz do sol.

Energia solar: mais empregos na recuperação econômica do Brasil


A partir de meados de março, vários estados brasileiros começaram a anunciar planos de isolamento social para desacelerar o avanço da pandemia da Covid-19 que assola País. Como resultado disso, teve início um amplo debate sobre os impactos econômicos das importantes medidas de saúde pública implementadas junto à sociedade brasileira. Em decorrência da pandemia, economistas projetam alta possibilidade de uma recessão econômica mundial e também no Brasil, com risco de forte aumento das taxas de desemprego.

Logo no início da implementação das medidas de isolamento social no Brasil, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) lançou uma nova campanha, a “Solar Urgente”, para levar informação de qualidade ao mercado e ao setor em áreas estratégicas como trabalhista, tributária, financiamento e boas práticas de gestão, entre outras. Ao mesmo tempo, a entidade passou a intensificar a divulgação dos mecanismos de alívio disponibilizados pelos governos e pelo Congresso Nacional, justamente para auxiliar empresas que atuam no segmento.

A energia solar fotovoltaica é reconhecida como uma grande locomotiva de desenvolvimento econômico, social e ambiental, responsável por gerar uma imensa quantidade de empregos no mundo e agora também no Brasil.

Estudos da Agência Internacional de Energia Renovável (International Renewable Energy Agency – IRENA) mostram que a solar é a fonte renovável que mais gera empregos no planeta, sendo responsável por mais de um terço dos mais de 11 milhões de empregos renováveis do mundo. A cada novo megawatt (MW) instalado, o segmento agrega entre 25 e 30 novos empregos, com grande parte criada de forma local, nas regiões em que os sistemas solares fotovoltaicos são instalados.

Outro fator de destaque está na qualidade dos empregos solares: são profissionais de formação técnica e superior, com salários médios acima do patamar médio brasileiro, o que agrega mais renda e poder de compra para as famílias brasileiras, de Norte a Sul do Brasil, ativando as economias locais.

Mas mesmo em períodos de crise econômica, como o que vivemos atualmente, ainda é possível que o setor solar fotovoltaico mantenha seu protagonismo na geração de empregos para a sociedade. Primeiramente, os serviços de construção civil, aos quais a energia solar está atrelada, são considerados como “atividades essenciais” e não deverão parar durante o período de quarentena. Adicionalmente, grande parte das indústrias, clientes potenciais da energia solar fotovoltaica também não interromperam suas atividades. Mesmo com a desaceleração da economia, a energia elétrica continua sendo imprescindível, tanto para as pessoas, quanto para as empresas e governos. Isso faz com que os propulsores do mercado de energia solar não parem por completo.

Devido à longa vida útil e alta durabilidade dos seus equipamentos e sistemas, os benefícios trazidos pela energia solar fotovoltaica permanecem sólidos com o passar dos anos. Isso faz da tecnologia uma opção atrativa para investidores, inclusive no atual momento de recursos escassos, quando os consumidores, sejam pessoas ou empresas, estão pressionados a buscar formas efetivas de reduzir seus gastos mensais e aumentar sua competitividade.

Vale destacar também que o sistema fotovoltaico é hoje um dos melhores investimentos para empresas e cidadãos, já que traz um retorno muito acima do oferecido no próprio mercado financeiro. Como o juro real no Brasil está mais baixo, os consumidores têm uma excelente alternativa com o uso da energia solar.

Há no Brasil mais de 70 linhas de financiamento e mecanismos de garantia financeira para quem quer adquirir energia solar fotovoltaica, com taxas de juro a partir de 0,75% ao mês, o que viabiliza a instalação. Muitas vezes, a economia na conta de luz trazida pelo sistema solar já paga a parcela do financiamento e ainda libera recursos para as famílias, empresas, produtores rurais ou até governos.

Recentemente, a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace) sinalizou que a conta de energia do consumidor pode ter um aumento de até 20% em decorrência do pacote anunciado pelo governo de socorro às companhias do setor elétrico na pandemia da COVID-19. Esta sobretaxa na conta de luz torna a fonte solar fotovoltaica ainda mais atrativa e competitiva.

Portanto, neste momento crítico da economia brasileira e mundial, a tecnologia solar fotovoltaica se tornou uma importante aliada, trazendo economia direta ao bolso dos brasileiros, aliviando o orçamento das empresas e dos governos, os protegendo contra aumentos anuais das tarifas e ainda ajudando o meio ambiente e a sustentabilidade.

Estes são alguns dos bons motivos que fazem com que o setor solar fotovoltaico ocupe uma posição destacada neste período mais crítico e repleto de incertezas que o mundo e o Brasil atravessam. A ABSOLAR e as empresas do setor continuarão trabalhando incessantemente para manter empregos, desenvolver tecnologias para atender novas demandas e levar energia limpa, renovável e barata para residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.

Leandro Martins – presidente e fundador da Ecori Energia Solar

Rodrigo Sauaia – CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR)

Ronaldo Koloszuk – presidente do Conselho e Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR)