Foi em um complexo da periferia de São Paulo que nasceu a escola construída pela ONG Mangalô, com a mão de obra de 600 voluntários. O complexo envolve as comunidades Morro do sabão, Parque das Flores, Jardim Santo André, Comunidade do Rodoanel e Jardim São Francisco, que têm juntas um total de 150 mil habitantes.
Foram utilizados 2.5 milhões de embalagens plásticas e caixas longa vida recicladas, doadas por empresas e pessoas físicas. A escola é 100% sustentável.“A escola foi construída desde sua fundação até o teto, com materiais provenientes da reciclagem, embalagens que certamente poluiriam os rios, mares e aterros“, disse Fernando Teles, fundador e CEO da Mangalô.
A escola tem capacidade para atender 100 crianças e terá ensino bilíngue e sistema educacional montessoriano, o mesmo utilizado nos países que estão no topo do ranking de desenvolvimento educacional e humano. Tudo isso será acessível para famílias de baixa renda.
“A construção dessa plataforma educacional é a realização de um grande sonho. Sonho de mudar a realidade do nosso país através de uma educação de qualidade, eficiente, inovadora e transformadora”, disse Fernando, que inclusive vem da periferia.
“Sei o quanto precisam, afinal, eu sou cria da comunidade, nasci e fui criado em um cortiço na periferia e sempre estudei em escola pública da quebrada. E conseguir unir isso tudo à sustentabilidade ambiental é muito inovador”, disse.
Método Montessoriano foca no desenvolvimento integral da criança
O método que será adotado pela escola é baseado no modelo de uma estudiosa italiana que foca a educação no desenvolvimento integral da criança a partir do estímulo para a criatividade, as formas de aprendizagem independentes e correlacionadas com o meio da criança, respeitando o seu tempo, o seu ritmo, entre muitas outras características.
E a Mangalô oferecerá, ainda esse ano, através da sua plataforma digital, cursos online de capacitação, aperfeiçoamento e atualização focado no método Montessori para educadores, principalmente para os professores/profissionais da rede pública de ensino. Tudo em formato de plataforma digital e online no estilo Netflix.
“Só a educação tem o poder de acabar com a desigualdade social e todas as mazelas sociais que criamos. Se não começarmos já, ficará cada vez mais difícil de reverter a situação, até um dia entrar em um colapso social. Depende de todos nós não permitir que isso aconteça”, finalizou Fernando.