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A diferença entre lixo, resíduo e rejeito e como é feito o seu gerenciamento


Saber a diferença entre lixo, rejeito e resíduo proporciona uma gestão eficiente e de qualidade. O lixo é tudo aquilo que não se quer mais e joga fora. Já o resíduo é aquilo que não serve para você, mas para outros pode se tornar matéria-prima de um novo produto ou processo. O rejeito é um tipo específico de resíduo, onde foram esgotados todas as possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem. Neste artigo vamos entender melhor qual é esta diferença. Confira!

Lixo, resíduo e rejeito são palavras normalmente usadas como sinônimos. Porém existem diferenças entre elas. Saber diferenciar três simples palavras pode mudar a visão que do seu empreendimento sobre o que sobra dos processos e atividades organizacionais.

Você pode estar jogando dinheiro fora se não souber a diferença entre lixo, rejeito e resíduo. No mercado, há fornecedores e compradores dos mais diversos tipos de materiais, e aquele seu coproduto, pode ser muito valioso para outra organização.

Veja abaixo o que abordaremos neste artigo: diferença entre lixo, resíduo e rejeito para onde destinar corretamente o lixo, rejeito e resíduo qual é a situação do Brasil nos dias atuais em relação aos resíduos e rejeitos.


Qual a diferença entre lixo, resíduo e rejeito?

Saber a diferença entre os termos proporciona uma gestão eficiente e de qualidade,

Vamos, então, às explicações sobre as diferença entre lixo, resíduo e rejeito.


O que é lixo?

A palavra lixo vem do latim lix que significa “cinza”. De acordo com o dicionário, lixo significa tudo àquilo que não se quer mais e se joga fora, sendo consideradas coisas inúteis, velhas e sem valor.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define o lixo como os restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo se apresentar no estado sólido e líquido, desde que não seja passível de tratamento.

O termo lixo no âmbito técnico não é utilizado e com todo conhecimento e tecnologia disponíveis hoje, grande parte do que é gerada em processos produtivos e afins pode ser de alguma forma reaproveitada ou reciclada, sendo considerado como resíduo e, quando isso não é possível, considera-se como rejeito.


O que é resíduo?


A definição de lixo tem haver com tudo aquilo que não apresenta nenhuma serventia para quem o descarta. Por outro lado, o que não serve para você pode se tornar para o outro, matéria-prima de um novo produto ou processo, ou seja, resíduo sólido.

Resíduo então é tudo aquilo que pode ser reutilizado e reciclado e, para isto, este material precisa ser separado por tipo, o que permite a sua destinação para outros fins. Podem ser encontrados nas formas sólida (resíduos sólidos), líquida (efluentes) e gasosa (gases e vapores).

Segundo a ABNT, NBR 10.004:2004, resíduos sólidos são aqueles que “resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções, técnica e economicamente, inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.”

Os resíduos são complexos e diversos e, para efeitos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), são classificados quanto:

**I - quanto à origem: **
  • resíduos domiciliares: originados de atividades domésticas em residências urbanas;
  • resíduos de limpeza urbana: originados da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
  • resíduos sólidos urbanos: resíduos domiciliares e de limpeza urbana;
  • resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades. Não incluem nessa categoria os resíduos de limpeza urbana, os de serviço de saneamento básico, os de saúde, construção civil e de transporte;
  • resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, exceto os sólidos urbanos;
  • resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;
  • resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;
  • resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis;
  • resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
  • resíduos de serviços de transportes: originados em portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
  • resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios;

**II - quanto à periculosidade: **
  • resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica;
  • resíduos não perigosos.

O que é rejeito?

O rejeito é um tipo específico de resíduo, onde quando todas as possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem já tiverem sido esgotadas e não houver solução final para o item ou parte dele e, portanto, as únicas destinações plausíveis são encaminhá-lo para um aterro sanitário licenciado ambientalmente ou incineração, que devem ser feitas de modo que não prejudique o meio ambiente.


Para onde destinar corretamente o lixo, rejeito e resíduo?

Com a tecnologia atual disponível, é possível tratar os mais diversos tipos de resíduos das mais diversas formas. As formas de destinação adequadas que ocorrem no país são:

  • Compostagem
É um tipo de destinação, que ocorre por meio de um processo controlado de decomposição microbiana que transforma matéria orgânica em adubo ou ainda ração animal, reduzindo o envio de resíduos para aterros.

Muito utilizado quando os resíduos são compostos por grande quantidade de matéria orgânica, como por exemplo, restos de alimentos.

  • Co-processamento em fornos de cimento
É um tipo de destinação por meio da queima de resíduos em fornos de cimento com temperaturas acima de 1.200 °C, para reaproveitamento de energia, em que o material é utilizado como substituto ao combustível. Ou ainda para reaproveitamento como substituto da matéria-prima, em que os resíduos a serem eliminados apresentem características similares às dos componentes normalmente empregados na produção de clínquer.

Esta alta temperatura permite a destruição de quase toda a carga orgânica.

Este método não é permitido para queima de organoclorados, resíduos urbanos, radioativos e hospitalares.

  • Reciclagem
Uma das formas de destinar corretamente os resíduos é pela reciclagem, que é o processo de transformação dos resíduos sólidos, que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos.

  • Incineração
É conhecida como uma forma de destinação adequada, sendo basicamente uma decomposição térmica dos resíduos, com o objetivo de reduzir o volume e a sua toxicidade.

Por meio da incineração, é possível obter a redução de resíduos em até 5% do volume e 15% do peso original e ainda é possível recuperar a energia contida nos resíduos.

Por outro lado, o investimento é elevado, já que possui um alto custo de operação e manutenção, além de mão de obra especializada.

Para conhecer mais sobre tipos de tratamento de resíduos, leia o estudo sobre o setor no site da ABETRE.

Agora veja algumas formas de disposição final:

  • Aterro comum ou lixão
É uma forma de disposição final inadequada dos resíduos sólidos, visto que se caracteriza pela disposição de resíduos sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública.

Apesar de ainda existirem muitos lixões em todo país, esta forma de dispor não é recomendada.

  • Aterro controlado
É o aterro comum, porém com pequenas adaptações. O solo não é protegido contra a decomposição dos resíduos e não há controle dos gases, faz-se apenas um recobrimento dos resíduos com material inerte diariamente. Esta forma de disposição final também é considerada inadequada.

  • Aterro Sanitário
É a principal forma de disposição final adequada existente hoje, visto que é uma técnica que não causa danos ou riscos à saúde pública e à segurança.

É uma solução economicamente viável e que causa menos impactos ao meio ambiente, porém possui vida útil de curta duração, exige grandes extensões de terra e controle e manutenção constantes.

Os aterros sanitários recebem resíduos de classe II A e II B, não inertes e inertes, respectivamente. Os resíduos perigosos, classe I, são encaminhados para aterros industriais, que possuem formas de disposição final mais específicas devido as características dessa classe de resíduos.


Qual é a situação do Brasil nos dias atuais em relação aos resíduos e rejeitos?

Mais de 80% do material que vai para aterros poderia ter outra destinação, como por exemplo, a reciclagem e a compostagem. Isso quer dizer que a maior parte daquele material que convencionamos chamar de “lixo”, na verdade poderia ter outros usos, transformando um passivo ambiental em geração de receita, reciclando e reaproveitando itens.

Mesmo com a Política Nacional de Resíduos sólidos em vigência desde 2010, com prazo para aplicação vencido em 2014, a situação do destino dos resíduos no Brasil pouco mudou. Cerca de 40% de todo resíduo gerado no país ainda é depositado em locais considerados inadequados, como lixões e aterros controlados. Ainda no ano de 2014, 1.559 municípios brasileiros tinham lixões.


E como reverter essa situação?

Um caminho para a solução dos problemas relacionados com os resíduos é apontado pelo Princípio dos 5 R’s. São nada mais do que a adoção de atitudes práticas no dia a dia para termos um mundo mais sustentável. Vejamos o que significa cada R:

1º Repensar

A responsabilidade ambiental nos faz refletir sobre os nossos hábitos de consumo. Isso não é muito diferente dentro de uma empresa que busca alcançar a sustentabilidade ambiental.

A ação repensar busca a reflexão sobre os processos socioambientais de produção, desde a aquisição da matéria prima, passando pelos processos e condições de trabalho (ou seja, modo de produzir), pela distribuição dos produtos, até o descarte dos resíduos. É necessário, também, repensar como o seu cliente descartará o produto no fim de seu ciclo de vida.

2º Recusar

Recusar na política dos 5R’s consiste na etapa de não aceitar produtos ou tratamento de resíduos que tenham um significativo impacto ambiental. A empresa deve dá preferência por adquirir produtos e serviços que não agridam o meio ambiente.

O ato de recusar incentiva os fornecedores a buscar tecnologia que melhore seus processos, tornando-os menos agressivos ao meio ambiente.

3º Reduzir

Quando reduzimos o consumo, consequentemente, reduzimos a geração de resíduos. O ponto chave ao reduzir os resíduos é identificar nas etapas do processo de fabricação os pontos de desperdício ou melhorias que aumente a eficiência.

Outro meio de reduzir é comprar somente aquilo que é necessário, verificando seu estoque e necessidade.

4º Reutilizar

A ação de reutilizar na política dos 5Rs permite a empresa diminuir seus custos de aquisição e de destinação, uma vez que não será necessário adquirir a matéria prima para fabricação ou pagar pelo tratamento e disposição em aterros sanitários.

Contribui para o desenvolvimento tecnológico, uma vez que será desenvolvido meios de reaproveitar essas sobras sem diminuir a qualidade dos produtos.

5º Reciclar

Na política dos 5 R’s o ato de reciclar deve ser o último procedimento adotado pelas empresas. O importante é diminuir o máximo de resíduos gerados.


Onde minha empresa se encaixa nesse cenário?

Com o agravamento da atual crise econômica, problemas relacionados à má gestão de resíduos acarretam em aumento da poluição, riscos de saúde pública e aumento nos gastos públicos de saneamento básico.

Mesmo diante deste cenário, o mercado é exigente frente às obrigações legais que precisam ser cumpridas e o empresário, que quer ter um diferencial competitivo para conseguir fornecer para grandes organizações, precisa reduzir custos, criar novas oportunidades e evitar problemas como multas e perda de clientes, além de está em dia com a legislação ambiental vigente e buscar métodos eficazes para uma correta e adequada gestão de resíduos.

As ações de preservação ou de redução dos resíduos e rejeitos, bem como os demais impactos ao meio ambiente devem ser realizadas com uma política sustentável de modo que não prejudiquem o crescimento econômico da empresa e possam impulsionar sua competitividade frente ao mercado atual.

A implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) vinculado à certificação ambiental favorece não apenas um ambiente mais sustentável, mas também as empresas certificadas, os fornecedores, os clientes e os órgãos ambientais, ou seja, todas as partes interessadas se beneficiam de um sistema como esse.

E para colocar um sistema de gestão ambiental nas empresas, utiliza-se a norma internacional ISO 14001, que foi projetada para ajudar na adequação de responsabilidades ambientais aos seus processos internos e dar continuidade ao crescimento das empresas, mantendo-as bem-sucedidas comercialmente.


O que é ISO 14001?

Esta norma é baseada no ciclo PDCA do inglês “plan-do-check-act” - planejar, fazer, checar e agir - e utiliza terminologia e linguagem de gestão conhecida, apresentando uma série de benefícios para a organização.

A estrutura de um sistema como este permite realizar uma correta e adequada gestão dos resíduos gerados nos processos, atendendo às expectativas de responsabilidades corporativas cada vez mais elevadas dos clientes, assim como aos requisitos legais ou regulamentares.

No Brasil, esta norma é conhecida como NBR ISO 14001 e, recentemente, teve sua versão atualizada, e a ABNT disponibilizou um arquivo sobre a nova versão, intitulado como Introdução à ISO 14001 2015 pdf.

A norma evoluiu ao longo dos anos para atender as necessidades do mercado, veja a evolução até a última lançada NBR ISO 14001:2015:

1996 – Primeira versão da norma, com o objetivo de definir critérios para implantação do Sistema de Gestão Ambiental e gerenciamento dos impactos ambientais das atividades das organizações;

2004 – Revisão e atualização de conceitos e definições. O grande destaque dessa versão é o conceito de desempenho ambiental.

2015 – A nova versão da ISO 14001 2015, publicada em setembro de 2015, tem como destaques: o alinhamento da Gestão Ambiental à estratégia da empresa, a gestão de riscos e a busca pela maior compatibilidade com as demais normas ISO.

Empresas certificadas ISO 14001 atendem as suas necessidades socioeconômicas em equilíbrio com a proteção do meio ambiente, veja quais são os objetivos dessa norma:

proteger o meio ambiente com a prevenção ou mitigação dos impactos ambientais adversos; mitigar os potenciais efeitos adversos das condições ambientais na organização; auxiliar a organização no atendimento aos requisitos legais e outros requisitos; aumentar o desempenho ambiental; controlar ou influenciar o modo que os produtos e serviços da organização são projetados, fabricados, distribuídos, consumidos e descartados, utilizando uma perspectiva de ciclo de vida que possa prevenir o deslocamento involuntário dos impactos ambientais dentro do ciclo de vida; alcançar benefícios financeiros e operacionais que resultem na implementação de alternativas ambientais que reforçam a posição da organização no mercado; comunicar as informações ambientais para as partes interessadas pertinentes, conhecidos como steakholders.



O que é tratamento de resíduos sólidos? Como a Política Nacional de Resíduos Sólidos trata esse assunto? Quais são as formas de tratamento? Como se tornar um especialista na área e se destacar no mercado?

Resíduos sólidos, um dos maiores problemas enfrentados na atualidade. A falta de conscientização e a escassez de profissionais especializados intensifica a problemática. A consequência do inadequado tratamento dos resíduos traz a deterioração da qualidade das águas e dos solos. Por outro lado, para os profissionais que têm a visão holística do segmento, o mercado é promissor e está cada vez mais aquecido, o que soa como música para os especialistas em tratamento de resíduos sólidos.

A busca por soluções na área dos resíduos é crescente. Se gerenciado de forma adequada, os resíduos adquirem valor comercial, desta forma podem ser introduzidos no mercado como matéria-prima para geração de novos produtos. Além disso, trará resultados satisfatórios no âmbito social, ambiental e econômico.

“Você tem o que é preciso para mudar essa realidade, mesmo que esteja começando”

Você se imagina atuando no mercado de resíduos sólidos? Se esse assunto lhe chama a atenção, conheça um pouco mais sobre o mercado de resíduos sólidos.


O que é Tratamento de Resíduos Sólidos?

Consiste em um conjunto de métodos, operações e uso de tecnologias apropriadas, aplicáveis aos resíduos, desde sua produção até o destino final, com o objetivo de mitigar o impacto negativo sobre a saúde humana e o meio ambiente e transformá-los em um fator de geração de renda como a produção de matéria prima secundária. Dessa forma podemos denominar de tratamento de resíduos as várias tecnologias existentes.


Como a Política Nacional de Resíduos Sólidos trata esse assunto?

De acordo com o Art. 9° da Lei 12.305/2010, o Tratamento de Resíduos Sólidos tem a quinta prioridade na gestão e gerenciamento de resíduos a ser aplicada no Brasil. Veja:

“Lei 12.305/2010 Art. 9 Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

1° Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.

2° A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as Políticas de Resíduos Sólidos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão compatíveis com o disposto no caput e no § 1o deste artigo e com as demais diretrizes estabelecidas nesta Lei. “

Quais são as formas de tratamento?

Para aprofundar um pouco mais sobre o assunto podemos separar as formas de tratamento de resíduos em 3 grupos: Tratamento Mecânico, Tratamento Bioquímico, Tratamento Térmico. Aprofunde um pouco mais sua visão, veja:

Tratamento Mecânico

No tratamento mecânico são realizados processos físicos geralmente no intuito de separar (usinas de triagem) ou alterar (reciclagem) o tamanho físico dos resíduos. Neste processo não ocorrem reações químicas entre os componentes como nos muitos casos do tratamento térmico.

Os maiores exemplos de tratamento mecânico de resíduos são encontrados no setor de reciclagem. Muitas vezes, o processo de reciclagem de produtos são divididas em várias etapas que agem de maneira interdependente. Em alguns casos como na reciclagem de resíduos eletrônicos, os processos mecânicos costumam ser complexos.

De uma forma geral, podemos classificar as formas de tratamento mecânico de resíduos de acordo com sua finalidade. Vejamos alguns exemplos abaixo:

Diminuição do tamanho das partículas: 
  • Quebra, trituração, moinhos;
  • Aumento do tamanho das partículas: aglomeração, briquetagem, peletagem;
  • Separação da fração física: Classificação;
  • Separação pelo tipo de substância;
  • Mistura de substâncias: extrusão, compactação;
  • Separação de fases físicas: sedimentação, decantação, filtração, centrifugação, floculação;
  • Mudança de estados físicos: condensação, evaporação, sublimação.

Tratamento Bioquímico

O tratamento bioquímico ocorre através da ação de grupos de seres vivos, (em sua maioria micro-organismos como bactérias e fungos mas também organismos maiores como lesmas e minhocas), que ao se alimentarem dos resíduos, quebram suas moléculas grandes transformando-as em uma mistura de substâncias e moléculas menores. Dependendo de alguns fatores como por exemplo a temperatura, pressão e acidez dessa mistura de substâncias (moléculas), as substâncias resultantes desse processo podem reagir entre si quimicamente, caracterizando assim o processo bioquímico.

Em alguns casos só ocorre o processo biológico, em outros somente o químico. Isso vai depender da tecnologia e metodologia utilizada.

Os processos de tratamento bioquímico mais conhecidos são:

Biodigestão: 

Decomposição da matéria orgânica na ausência de oxigênio nos chamados Biodigestores ou Centrais de Biogás.
  • Biodigestor para resíduos sólidos orgânicos urbanos
  • Biodigestor para resíduos sólidos orgânicos rurais
  • Biodigestor para resíduos com alto teor de celulose

Compostagem: 

Decomposição da matéria orgânica na presença de oxigênio em Usinas de Compostagem.
  • Usina de compostagem de Salerno na Itália
  • Usina de Compostagem de Bremen na Alemanha

Tratamento Térmico

No tratamento térmico, os resíduos recebem uma grande quantidade de energia em forma de calor a uma temperatura mínima que varia de acordo com a tecnologia aplicada (Temperatura de reação) durante uma certa quantidade de tempo (Tempo de reação) tendo como resultado uma mudança nas suas características como por exemplo a redução de volume, devido a diversos processos físico-químicos que acontecem durante o processo.

Podemos diferenciar 5 principais processos de tratamento térmicos separados em função da temperatura de operação e o meio onde ocorre o processo. São eles:

Secagem: Retirada de umidade dos resíduos com uso de correntes de ar. Ocorre na presença do ar atmosférico e temperatura ambiente.

Pirólise: Decomposição da matéria orgânica a altas temperaturas e na ausência total ou quase total de oxigênio. As temperaturas do processo podem variar de 200 a 900°C.

Gaseificação: Transformação de matéria orgânica em uma mistura combustível de gases (gás de síntese). Na maioria dos processos não ocorre uma oxidação total da matéria orgânica em temperaturas variando entre 800 e 1600°C.

Incineração: Oxidação total da matéria orgânica com auxílio de outros combustíveis a temperaturas variando entre 850 e 1300°C

Plasma: Desintegração da matéria para a formação de gases.


Conheça algumas tecnologias para tratamento de resíduos sólidos

Comumente no Brasil, as tecnologias para tratamento de resíduos sólidos mais utilizados são: o tratamento mecânico, bioquímico e térmico. O objetivo maior das tecnologias de tratamento de resíduos é diminuir o impacto negativo no meio ambiente e para a saúde humana, além de, em alguns casos, gerar retorno financeiro para as organizações. Neste artigo você conhecerá algumas tecnologias para tratamento de resíduos sólidos.

Para cumprir com as leis vigentes e aplicáveis aos resíduos sólidos (Lei nº 12.305/10), deve-se analisar e pesquisar o melhor método para tratar seus resíduos.

Sendo a quinta prioridade no gerenciamento de resíduos, as tecnologias podem consistir em: disposição final ou tratamento intermediário, para diminuir a periculosidade dos mesmos, possibilitando a sua reutilização ou reciclagem.


O que diz a Lei 12.305/2010 sobre tratamento de resíduos?

De acordo com a Lei dos resíduos sólidos, as prioridades da gestão e gerenciamento dos resíduos tem a seguinte ordem de prioridade:
  • não geração;
  • redução;
  • reutilização;
  • tratamento;
  • disposição final.

Sendo a quinta prioridade no gerenciamento de resíduos, o tratamento utiliza tecnologias apropriadas para neutralizar a periculosidade do resíduo, possibilitando muitas vezes a reutilização e reciclagem.

A Lei 12305/2010 define que para o tratamento de resíduos sólidos:

“§ 1o Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.

Portanto, tendo em vista o cumprimento da Lei, o tratamento dos resíduos é uma atividade essencial para que uma empresa esteja de acordo com a legislação, além de estar construindo uma boa imagem perante os clientes e público em geral.

Caso a empresa não cumpra com a legislação, sofrerá com implicações que geram prejuízos financeiros e desgaste na imagem de seus serviços e produtos e consumidores.


Tecnologias para tratamento de resíduos sólidos

As tecnologias para tratamento de resíduos sólidos mais utilizadas pode ser separado em 3 grupos: tratamento mecânico; tratamento bioquímico; e tratamento térmico.

Geralmente todos os bens de consumo são resíduos sólidos em potencial. Tudo que é produzido pela atividade humana e consumido em residências, comércios e indústrias, após não ter mais utilidade, pode ser separado, selecionado e processado, resultando em resíduo sólido.

E esses resíduos devem ter seu tratamento ambiental correto, vejamos os tipos de tratamento: reciclagem: consiste na reintrodução dos resíduos no processo de produtos. Gera economia de energia nos processos de produção, e diminui a utilização de matéria-prima.

A reciclagem é o processo de reaproveitamento do resíduo que não serve mais para o processo, com mudanças em seus estados físico, físico-químico ou biológico, de modo a atribuir características para que se torne novamente matéria-prima ou produto;

biodigestores: consiste na decomposição da matéria orgânica na ausência de oxigênio nos Biodigestores. Esse processo tem várias tecnologias;

compostagem: realizado através de processo biológico de decomposição da matéria orgânica, o resultado final é um composto orgânico, podendo ser utilizado no solo sem ocasionar riscos ao meio ambiente.

Muito utilizado na zona rural. Mas no meio urbano, deve ser realizado uma triagem e livrar o componente orgânico de componentes tóxicos ou perigosos;

aterro sanitário: forma de disposição final dos resíduos sólidos no solo, em local estratégico e com técnicas de engenharia, seguindo normas operacionais para evitar danos à saúde público e impactos ambientais;

incineração: processo que consiste redução de peso e volume do lixo pela combustão controlada. Esse método ainda é mais utilizado para o tratamento dos resíduos hospitalares e industriais, no caso do Brasil;

Há tecnologias para tratamento de resíduos sólidos capazes de realizar a gestão de resíduos com ecoeficiência as etapas desde: coleta, seleção, tratamento, reintrodução nas cadeias produtivas e destinação final dos rejeitos. Vejamos: combustíveis derivados de resíduos: o tratamento térmico dos resíduos gera energia térmica em duas fases: logo no início da separação dos materiais recicláveis, matéria orgânica e resíduos não recicláveis, serão encaminhados para a incineração.

Esses materiais são triturados e depois incinerados a temperatura de aproximadamente 1000°C.

Os gases emitidos são neutralizados pelo processo de filtragem, sendo lavados com água alcalina. Esses gases limpos são lançados na atmosfera e os resíduos inertes são levados para um decantador e podem ser aproveitados na produção de material de construção civil. tecnologias de separação e classificação de resíduos: utilizam tecnologias de sensores óticos para diferenciar os tipos de materiais e acelerar a separação dos materiais recicláveis. Esta tecnologia pode ser utilizada para resíduos domésticos, industriais, comerciais, limpeza urbana e construção civil.

Esta tecnologia pode ser utilizada na aplicação da eliminação dos resíduos clorados e metais e na homogeneização do valor calorífico do combustível; plasma térmico: é uma tecnologia que pode ser utilizada para o processamento de resíduos perigosos como: lama, cinzas de incineração, lixo hospitalar, sucatas metálicas, resíduos de produção de alumínio e outros metais.

Uma chama é lançada diretamente sobre os resíduos, produzindo a dissociação das ligações moleculares dos resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, orgânicos ou inorgânicos, perigosos ou não, alterando a composição química original para compostos mais simples.

No processo das duas câmaras, os resíduos são inseridos em uma primeira câmara onde a parte orgânica é gaseificada e parte inorgânica é fundida.

Os gases e líquidos são lançados em uma segunda câmara através do reator de plasma. Os gases são lavados e os metais voláteis e gases ácidos são incinerados; produção de adubos orgânicos: os adubos são muito eficientes na recomposição dos solos e pastagens e na melhoria da fertilidade da agricultura. Esta é uma tecnologia muito versátil que pode ser aplicada para a produção independente.

A importância da classificação dos resíduos para a escolha da tecnologia para tratamento


Para descobrir qual o melhor tratamento para o seu resíduo, deve-se primeiramente classificá-lo de acordo com a NBR 10004, para identificar se são: perigosos, resíduos inertes ou não inertes, sendo as classificações: Classe I, II A e II B, respectivamente.

E, para classificar os resíduos deve-se fazer uma amostra representativa (NBR 10.007) e realizar os procedimentos para classificação (NBRs: 10.005 e 10.006). A norma NBR 10.004, divide os resíduos nas classes abaixo:
  • Classe I – resíduos perigosos
  • Classe II A – resíduos não inertes
  • Classe II B – resíduos inertes

Os resíduos perigosos deverão ter tratamento especial, devido às suas características. E os resíduos não inertes, mesmo tendo esse nome sugestivo, não devem ser descartados de qualquer forma, pois podem causar impactos ambientais negativos.

É importante destacar que as empresas devem classificar os resíduos corretamente, para não sofrerem punições legais junto aos órgãos ambientais por destiná-los de forma incorreta. E, também uma forma de cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

As instituições que classificam corretamente seus resíduos possuem mais rentabilidade nos seus negócios, pois assim conseguem identificar os resíduos que podem ser vendidos e os que não podem ser vendidos, além de realizarem o tratamento correto.

Para a venda dos resíduos, o empreendedor pode utilizar a plataforma Mercado de Resíduos, que é um software criado para estabelecer o encontro entre as empresas geradoras de resíduos e os compradores de resíduos.

Leilão de Energia Nova A-5 é aprovado pela ANEEL e será realizado em 30/9

A Diretoria Colegiada da ANEEL aprovou nesta terça-feira (24/8) o edital do Leilão de Geração nº 8/2021-ANEEL, ou Leilão A-5 de 2021

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL aprovou nesta terça-feira (24/8) o edital do Leilão de Geração nº 8/2021-ANEEL, ou Leilão A-5 de 2021. O certame visa à contratação de energia elétrica gerada por novos empreendimentos a partir de fontes hidrelétrica, eólica, solar fotovoltaica, termelétrica a biomassa, a carvão mineral nacional, a gás natural e de tratamento de resíduos sólidos urbanos. A realização do leilão está prevista para 30 de setembro de 2021, com transmissão ao vivo no portal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cadastrou 1.694 empreendimentos, com 93.859 megawatts (MW) de potência cadastrada. Um dos destaques deste leilão será o tratamento dado às usinas termelétricas a partir de resíduos sólidos urbanos, ou seja, de lixo. Foram cadastrados 12 projetos com total de 315 MW para esse produto, que será licitado na modalidade por disponibilidade, com período de suprimento de 20 anos. “A geração por resíduos sólidos urbanos traz valor econômico para os aterros sanitários e agrega receita para as prefeituras que podem vender o biogás ou gerar energia para ser comercializada ou utilizada em edificações públicas do município. Ela transforma o que era antes um passivo ambiental em ativo energético”, avalia o diretor-geral da ANEEL, André Pepitone.

“Entendo que foi absolutamente acertada a decisão do MME de criar um produto diferenciado para essa fonte, considerando que, até essa data, o Brasil dispõe de cinco empreendimentos termelétricos a resíduos sólidos urbanos, totalizando 19,6 MW”, destacou o diretor Hélvio Guerra, relator do certame. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apontam que o país gerou, em 2018, 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos.


O leilão segue as premissas da Portaria MME n° 10/2021 e contratará oferta de geração na modalidade por quantidade para empreendimentos eólicos e solares fotovoltaicos, com prazo de suprimento de 15 anos, e hidrelétricos (centrais geradoras hidrelétricas, pequenas centrais hidrelétricas, usinas hidrelétricas e ampliação de usinas existentes), com prazo de 25 anos. Para empreendimentos termelétricos, serão negociados contratos por disponibilidade, com prazo de 20 anos. O início do suprimento, para todos os contratos, é 1/1/2026.

O custo Marginal de Referência do Leilão de Energia Nova A-5/2021 estabelecido pelo MME foi de R$ 639,00/MWh, e os preços iniciais são os relacionados a seguir:
  • Preços iniciais para novos empreendimentos e para os empreendimentos com outorga sem contrato:
  • Produto por quantidade (fonte hidrelétrica): R$ 320,00/MWh (trezentos e vinte Reais por megawatt-hora);
  • Produto por quantidade (fonte eólica): R$ 191,00/MWh (cento e noventa e um Reais por megawatt-hora);
  • Produto por quantidade (fonte solar fotovoltaica): R$ 191,00/MWh (cento e noventa e um Reais por megawatt-hora);
  • Produto por disponibilidade (fonte termelétrica): R$ 365,00/MWh (trezentos e sessenta e cinco Reais por megawatt-hora); e
  • Produto Disponibilidade a partir da recuperação energética de resíduos sólidos urbanos: R$ 639,00/MWh (seiscentos e trinta e nove Reais por megawatt-hora.

Preços para empreendimentos com outorga e com contratos regulados celebrados anteriormente, vigentes ou não:
  • Preço de Referência para PCHs e CGHs: R$ 249,22/MWh (duzentos e quarenta e nove Reais e vinte e dois centavos por megawatt-hora);
  • Preço de Referência para UTE: R$ 266,86/MWh (duzentos e sessenta e seis Reais e oitenta e seis centavos por megawatt-hora); e
  • Preço de Referência para UHE: R$ 174,27/MWh (cento e setenta e quatro Reais e vinte e sete centavos por megawatt-hora).

A Consulta Pública nº 035/2021, que debateu com a sociedade o conteúdo do edital do leilão, recebeu 62 contribuições de 21 participantes. O aviso de licitação, o edital e os anexos serão publicados na quinta-feira 26/8.

A recuperação de energia é essencial no tratamento de resíduos não recicláveis

Por ocasião da publicação do pacote climático “Fit for 55”, a ESWET reafirmou a contribuição essencial da recuperação de energia para a gestão de resíduos


Por ocasião da publicação do pacote climático “Fit for 55” , a ESWET reafirmou a contribuição essencial da recuperação de energia (Waste-to-Energy) para a gestão de resíduos na Europa. A Waste-to-Energy já contribui para a descarbonização do setor, desviando os resíduos não recicláveis ​​dos aterros e recuperando energia e matérias-primas secundárias.

Reduzir aterros sanitários significa, antes de tudo, reduzir as emissões de metano, um gás até 84 vezes mais potente que o CO2 em 20 anos. Além disso, a recuperação de energia (eletricidade, calor e vapor) e de matérias-primas secundárias economiza recursos virgens e melhora o consumo de energia e materiais na Europa.

Dois arquivos incluídos no pacote climático “Fit for 55” estão diretamente relacionados às operações de transformação de resíduos em energia: a Diretiva de Energia Renovável (RED) e o Sistema de Comércio de Emissões (ETS). Em ambos os casos, as revisões propostas pela Comissão Europeia preservam a contribuição positiva de Waste-to-Energy para o tratamento seguro de resíduos não recicláveis.

Em primeiro lugar, a revisão proposta da Diretiva de Energia Renovável (RED) aborda precisamente a urgência de aproveitar todas as fontes de energia renováveis ​​disponíveis , incluindo eletricidade, vapor, aquecimento e resfriamento gerados a partir de não-resíduos. Na verdade, cerca de 50% da produção de energia das usinas de transformação de resíduos em energia é renovável, pois provém da fração biodegradável dos resíduos.

No que diz respeito à revisão do ETS, a decisão de manter todo o setor de gestão de resíduos sob o Regulamento de Compartilhamento de Esforços é uma avaliação cuidadosa. Incluir a incineração de resíduos municipais apenas no ETS da UE, sem qualquer avaliação de impacto inicial anterior, causaria efeitos colaterais, como maior custo de reciclagem, taxas adicionais para os municípios e um aumento de resíduos não recicláveis ​​enviados para aterros legais e ilegais.

O próximo passo para reduzir ainda mais as emissões de GEE de resíduos não recicláveis ​​é apoiar a implementação de captura e armazenamento de carbono (CCS) em usinas de transformação de resíduos em energia . O setor pode se tornar neutro em carbono ou mesmo negativo em carbono, como demonstrado por vários projetos-piloto na Europa.

"A Comissão Europeia estabeleceu um ambicioso conjunto de medidas para reduzir drasticamente as emissões das indústrias europeias", disse Patrick Clerens, Secretário Geral da ESWET . "Os fornecedores de transformação de resíduos em energia estão empenhados em tomar as medidas necessárias para alcançar a neutralidade de carbono com o apoio da União Europeia."

Devido à complexidade da questão, a ESWET acredita que as reformas que abrangem o setor de gestão de resíduos devem sempre avaliar cuidadosamente as consequências ambientais e econômicas , levando em consideração o amplo impacto em toda a cadeia de gestão de resíduos e fornecimento de energia.

ALTA TAXA DE CRESCIMENTO PROJETADA PARA A INDÚSTRIA DE RESÍDUOS PARA ENERGIA

A indústria de resíduos em energia (WtE) está vendo um potencial de crescimento significativo. Algumas estimativas de crescimento previsto indicam que a indústria crescerá a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de mais de sete por cento até 2024.


Outros mostram um CAGR estimado de cerca de cinco por cento até 2028. Apesar disso, o crescimento do WtE está previsto para ser alto e terá um impacto contínuo na indústria de resíduos e reciclagem.

Potencial de crescimento

As tecnologias WtE atuais destroem ou capturam toxinas do lixo, incluindo chumbo, mercúrio, compostos orgânicos voláteis, halogênios e outros poluentes, filtram produtos químicos prejudiciais, eliminam o odor do aterro sanitário e destroem resíduos contaminados.

De acordo com Megan Wilson, vice-presidente de desenvolvimento corporativo e relações com investidores da Babcock & Wilcox, o crescimento da indústria de transformação de resíduos em energia é impulsionado por vários fatores, e esses fatores podem diferir por região. Na Europa, especialmente no Reino Unido, Escandinávia e outros países da UE, as ações regulatórias têm incentivado menos dependência de deposição de resíduos urbanos em aterros até e incluindo a proibição de novos aterros.

Há um forte senso de responsabilidade social em alguns países que impulsiona os esforços de reciclagem e conservação do solo.

“As usinas de transformação de resíduos em energia se encaixam bem com essa ética porque incentivam a reciclagem e colocam os resíduos não recicláveis ​​em uso benéfico na geração de energia de base e, ao mesmo tempo, protegem o meio ambiente”, disse Wilson. As usinas de transformação de resíduos em energia que a Babcock & Wilcox construiu para seus clientes apresentam controles de poluição de última geração, permitindo que essas usinas gerem energia de base ou forneçam aquecimento urbano, ou ambos, e o façam enquanto controlam as emissões ambientais.

Nos Estados Unidos, existem cerca de 70 plantas WtE atualmente em operação, o que é muito menos do que na Europa. Como Wilson explicou, nos Estados Unidos, os aterros sanitários são mais abundantes e o custo econômico dos resíduos do aterro (sem contar o custo ambiental) é muito menor do que na Europa.

“Ao mesmo tempo, também estamos vendo uma resistência contra a construção de novos aterros nos Estados Unidos porque o público está se tornando mais preocupado com o impacto de longo prazo de enterrar o lixo no solo e uma sensação cada vez maior de que podemos fazer um trabalho melhor de reduzir a quantidade de resíduos que produzimos, reciclando, reutilizando e colocando os resíduos que geramos em um uso benéfico ”, disse Wilson.

Os EUA estão vendo uma discussão cada vez maior por legisladores e legisladores sobre as emissões de metano de aterros sanitários e outras fontes. “O metano é freqüentemente ignorado porque tem vida mais curta na atmosfera do que o dióxido de carbono; no entanto, tem um impacto poderoso ”, disse Wilson. “De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas, o metano tem aproximadamente 84 vezes o Potencial de Aquecimento Global (GWP) do dióxido de carbono em 20 anos. Em termos de Potencial de Aquecimento Global, o metano é responsável por quase um quarto das emissões dos EUA. Aproximadamente um quinto do total das emissões de metano dos EUA provenientes da atividade humana é gerado a partir de aterros sanitários. Não podemos lidar com a mudança climática sem lidar com o metano dos aterros. ”

De acordo com a EPA, há mais de 2.600 aterros sanitários municipais ativos e 3.200 inativos nos EUA. Esses locais emitem coletivamente metano que soma mais de 330 milhões de toneladas de GWP com base em 20 anos a cada ano - aproximadamente igual às emissões de 70 milhões de carros .

“Este problema continua a crescer à medida que mais 140 milhões de toneladas de resíduos são adicionadas aos aterros sanitários anualmente”, disse Wilson.

Como David Roeder, diretor de transição de resíduos da Ecofin explicou, há movimentos pró-reciclagem e anti-aterro em ação simultaneamente.

“Embora tenhamos feito reciclagem e outras iniciativas de redução de resíduos nos EUA por décadas, a força motriz por trás dos esforços crescentes nessas áreas nos últimos anos (e daqui para frente) é o cumprimento das metas de descarbonização e redução de emissões de GEE”, Roeder disse. Simplificando, os resíduos podem ser transformados em uma fonte de energia renovável com menor intensidade de carbono do que os combustíveis fósseis, com emissões reduzidas de GEE. E, há uma confluência de fatores que contribuem para o crescimento deste setor.

Como Roeder apontou, há vários mandatos governamentais em jogo que estão afetando a mudança em direção a mais instalações WtE, incluindo: Padrões federais para combustíveis renováveis ​​feitos de resíduos; processos de licenciamento cada vez mais difíceis para aterros novos ou ampliados; proibições estaduais e locais sobre a introdução de orgânicos em aterros sanitários em um esforço para reduzir a produção de metano do aterro; e padrões de portfólio renováveis ​​exigidos pelo estado para serviços públicos.

“As melhorias tecnológicas também tornaram a transformação de resíduos em energia mais prática e econômica em escala para muitos tipos diferentes de resíduos orgânicos, incluindo resíduos agrícolas, alimentares e florestais”, disse Roeder. Há uma forte demanda por energia derivada de resíduos de clientes governamentais e comerciais, principalmente como forma de reduzir as emissões de GEE das frotas de transporte, bem como de clientes varejistas. Além disso, existem fortes incentivos de crédito de combustível em vigor que fornecem receitas significativas para estimular ainda mais a produção de energia a partir de resíduos.

“Finalmente, as melhorias tecnológicas ampliaram significativamente a energia produzida, do que era simplesmente eletricidade - da incineração de lixo (também conhecido como dinheiro para o lixo) - para uma ampla variedade de energias renováveis, como gás natural renovável, diesel renovável, combustível de aviação sustentável , pellets de madeira renováveis ​​e hidrogênio renovável ”, disse Roeder. “Com mais aplicações potenciais para energia renovável, há um apetite maior para converter resíduos em energia. E essas aplicações adicionais ampliaram o setor de resíduos em energia muito além de projetos meramente localizados em aterros sanitários, para projetos autônomos que evitam que os resíduos cheguem a um aterro.”

Roeder acrescentou um comentário adicional: “As próprias ambições das corporações de reduzir a quantidade de resíduos que vão para o aterro para obter um desempenho ESG mais alto e seus clientes que exigem menos resíduos desnecessários estão desviando os resíduos do aterro para WtE. Essa tendência ainda está em seus estágios iniciais e tem um longo caminho para o crescimento da WtE. ”

Impactos na indústria de reciclagem

Uma coisa sobre a transformação de resíduos em energia que costuma ser esquecida é como ela complementa os programas de reciclagem. As comunidades dos Estados Unidos com instalações de transformação de resíduos em energia realmente veem as taxas de reciclagem aumentar, enquanto a dependência de aterros sanitários diminui.

“Isso porque as tecnologias de combustão de resíduos em energia podem usar resíduos que de outra forma não poderiam ser reciclados - entulhos de construção, plásticos não recicláveis, resíduos perigosos, destroços de tempestades de furacões, madeira e outros materiais - e usá-los como combustível”, Wilson disse. “Os metais podem ser recuperados do processo de transformação de resíduos em energia e os subprodutos desse processo também podem ser reaproveitados, como o asfalto para a construção de estradas. A conversão de resíduos em energia apoia a reciclagem e a economia circular. ”

Robert Laswell, um especialista em energia renovável e sustentabilidade com mais de 10 anos de experiência no espaço de energia solar e renovável, disse que a WtE deve ter um impacto positivo, pois a iniciativa WtE fornece outra alternativa para a indústria de energia, onde grandes investimentos são feitos para para reduzir nossas emissões de GEE.

“O desenvolvimento da tecnologia do conceito WtE e a reciclagem serão a razão de grandes passos na direção de onde podemos reutilizar e converter os resíduos em uma forma utilizável de bens”, disse Laswell. “Essas duas técnicas de gestão de resíduos não têm impacto uma sobre a outra simplesmente porque podem usar diferentes tipos de resíduos.”

Roeder disse que, a curto prazo, para aterros mais antigos e maiores que já produzem quantidades significativas de metano a partir de produtos orgânicos em decomposição, eles podem obter fluxos de receita de royalties com a conversão do metano capturado em eletricidade ou gás natural renovável para venda.

“Esses são frequentemente acordos de 10 a 20 anos que fornecem uma fonte adicional de estabilidade financeira de longo prazo para o aterro sanitário participante”, disse Roeder. A longo prazo, espera-se que a tonelagem do aterro seja adversamente impactada por várias iniciativas atuais, como proibições de introdução de produtos orgânicos, redução do conteúdo de embalagem e estratégias de desvio de resíduos.

Como uma compensação parcial para diminuir a tonelagem de entrada em uma base relativa, Roeder apontou que é amplamente esperado que haverá muito menos licenças de aterro emitidas, o que deve aliviar parte do risco competitivo de base geográfica atual.

“Para empresas de reciclagem que atualmente se concentram em papel, plásticos e metais, existem oportunidades para ampliar suas operações de processamento de resíduos para lidar com resíduos que serão desviados para o setor de energia”, disse Roeder. “Acreditamos que é um cenário realista ver uma consolidação e integração na indústria de gestão de resíduos, em que grandes players oferecem uma gama completa de serviços para empresas e municípios, ou seja, reciclagem, transformação de resíduos em energia e aterro, em vez de se concentrar apenas em uma saída para resíduos. ”

O maior desafio para a reciclagem de resíduos sempre foi como conseguir um processo eficiente de separação e coleta, ao mesmo tempo em que superava os problemas de contaminação. Isso também desempenha um papel nos processos WtE. “Tão verdadeiro quanto isso tem sido para vidro, garrafas de plástico e latas de alumínio, também será verdade - talvez ainda mais - para orgânicos como resíduos relacionados com alimentos, resíduos de madeira e resíduos verdes / de jardim, que coletivamente respondem por quase 60 por cento de resíduos depositados em aterros nos EUA de acordo com a EPA ”, disse Roeder. “Um processo separado e único provavelmente será necessário para lidar com esses resíduos orgânicos de forma eficaz.”

Outra parte crucial da iniciativa WtE é educar as pessoas e as indústrias sobre qual é a forma mais eficiente de descarte de resíduos. Laswell disse que coletar os resíduos separadamente é o primeiro passo crucial que deve ser alcançado. Assim que todas as indústrias e famílias começarem a estar cientes da importância da coleta seletiva, toda a iniciativa terá sucesso.

“A educação nesse assunto específico lhes dará conhecimento, porque todos nós temos que nos preocupar com nossos resíduos”, disse Laswell. “Temos que começar com as indústrias que mais geram resíduos, que receberão um plano de gerenciamento de resíduos exato e como cada resíduo deve ser tratado. Simultaneamente, as pessoas também devem estar perfeitamente cientes de como seus resíduos devem ser descartados para obter os benefícios deles. ”

Progresso contínuo

Wilson vê um enorme potencial de crescimento em energia renovável, incluindo transformação de resíduos em energia. Babcock & Wilcox está atualmente buscando oportunidades de WtE nos Estados Unidos, Caribe, América do Sul, América Latina, Ásia, Europa e Oriente Médio.

“Além da combustão de resíduos para geração de calor e energia, também vemos um crescente potencial de mercado futuro para combustíveis derivados e sintetizados criados a partir de resíduos sólidos urbanos, como gás de síntese, etanol ou hidrogênio, que podem ser usados ​​para gerar energia, abastecer veículos e aplicações industriais ”, Disse Wilson.

O especialista em materiais sustentáveis ​​da PA Consulting, Tony Perrotta, disse que será necessário prestar muita atenção ao cenário regulatório em mudança, bem como à fronteira de tecnologia enfrentada pela indústria de WtE. Por exemplo, há um interesse crescente em combustíveis sintéticos e processos de resíduos em combustíveis, mas o envolvimento do governo será fundamental nessas áreas.

“Uma série de alavancas globais estão se combinando para mostrar suporte para o crescimento do segmento WtE”, disse Perrotta. “Você tem uma quantidade sem precedentes de resíduos compostos por uma infraestrutura de reciclagem levada ao limite. Combine isso com uma aversão crescente pela exportação de resíduos e uma sede quase infinita por energia e o crescimento faz sentido. ”

No momento, a maioria das plantas WtE dos EUA está localizada ao longo da costa leste, especialmente nos estados da Flórida e da Nova Inglaterra, onde os resíduos de aterro são mais caros ou ambientalmente problemáticos.

“Achamos que pode haver um mercado para transformação de resíduos em energia em todo o país”, disse Wilson. “Em nossas conversas com os legisladores, enfatizamos que, como parte de uma política abrangente de energia limpa, o governo dos EUA deve tomar medidas para incentivar a redução das emissões de metano dos aterros, construindo novas usinas WtE e apoiando a reciclagem.”

por MAURA KELLER da American Recycler

Shenzhen inaugurará em 2020 a maior usina do mundo que transforma resíduos em energia

Escrito por Eric Baldwin | Traduzido por Camilla Sbeghen

A maior usina de geração de energia a partir de resíduos, de Schmidt Hammer Lassen e Gottlieb Paludan, deve ser inaugurada no ano que vem, nos arredores de Shenzhen, na China. A nova fábrica é feita para lidar com 5000 toneladas de resíduos por dia dentro de uma estrutura simples, limpa e icônica. Ela irá incinerar resíduos e gerar energia enquanto ensina os residentes sobre o ciclo de desperdício de energia. O projeto visa mostrar novos empreendimentos no setor de resíduos para energia da China e compartilhá-los com o mundo.


Com uma população de 20 milhões, Shenzhen produz 15.000 toneladas de lixo por dia, um número que está aumentando aproximadamente 7% ao ano. Para neutralizar isso, a nova usina da Shenzhen Energy não somente usa os processos tecnológicos mais avançados na incineração de resíduos, mas também atua como uma fonte de educação para os cidadãos. Em um único dia, a usina vai lidar com cerca de um terço dos resíduos gerados pelos habitantes de Shenzhen.


Os visitantes são convidados a acessar a fábrica por meio de um parque, cruzando uma ponte de entrada que se eleva até um hall e um centro de visitantes com vista para a maquinaria da usina.

O edifício apresenta uma forma circular para controlar o impacto da estrutura e a quantidade de escavação necessária para construir no local. O projeto organiza toda a fábrica, incluindo edifícios auxiliares, em um volume - quebrando o tradicional layout retangular das instalações industriais. O telhado de 66.000 m2 foi projetado para ser coberto por até 44.000 m2 de painéis fotovoltaicos, oferecendo a oportunidade para a fábrica não apenas fornecer uma maneira mais limpa de lidar com os resíduos da cidade, mas também contribuir para a provisão de energia renovável.

O trabalho de detalhamento do projeto começou no início de 2016 e a fábrica está programada para entrar em operação em 2020.

Prefeito de Ribeirão das Neves pede ajuda a Zema para abrir aterro e receber o lixo de 40 cidades

Romeu Zema (Novo) e Junynho Martins (DEM) | Crédito: Gil Leonardi/Imprensa MG

Dia 21 de maio, data em que o prefeito de Ribeirão das Neves, Junynho Martins (DEM), publicou nas redes sociais a imagem de uma carta entregue ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), para solicitar “atenção no tocante à liberação do novo aterro sanitário, situado na BR 040 – KM 505, divisa de Ribeirão das Neves com Esmeraldas, que aguarda licenciamento”.

O pedido de “autorização para o início das operações” do aterro sanitário que beneficiaria 40 cidades, feito pelo prefeito, indignou o movimento social “Acorda Neves”, o qual foi criado para a fiscalização do trabalho do executivo e do legislativo do município.

Carta postada nas redes sociais do Prefeito de Ribeirão das Neves | Fonte: Instagram

De acordo com um dos advogados do “Acorda Neves”, Gabriel Wirz, o movimento reconhece a necessidade de que cada município precisa dar destinação adequada a seus resíduos e que a possibilidade de um aterro controlado, dentro de todos os parâmetros, é útil.

Porém, quando o prefeito dá o aceite na carta para que o novo empreendimento de Parceria Público-Privada (PPP) seja responsável por receber o lixo de 40 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a pauta foge do interesse do cidadão.

Na postagem das redes sociais, o prefeito Junynho Martins (DEM) informa que “fazer de Ribeirão das Neves a cidade do desenvolvimento é a minha missão, e todas as oportunidades de buscar visibilidade e investimentos para a cidade, serão aproveitadas. Assim, vamos construindo um futuro promissor para o nosso município“.

Histórico de luta contra o aterro de Ribeirão das Neves

Desde 2014, a população, inspirada pelo movimento “Acorda Neves”, luta contra a possibilidade de um novo aterro nessas proporções, situado na divisa com a cidade de Esmeraldas. À época, houve o veto da ex-prefeita Daniela Corrêa ao Projeto de Lei 039-C/2015, de autoria do ex-vereador Juarez Carvalho, o qual autorizava o empreendimento.

Projeto de Lei do ex-vereador Juarez Carvalho | Fonte: Acorda Neves

Contudo, em março de 2016, os vereadores ativos da casa derrubaram o veto da ex-prefeita, o que abriu a oportunidade do município receber o lixo de estabelecimentos privados de gerenciamento de resíduos sólidos, desde que em local fora da região urbana e licenciado.

Antes das eleições de 2016, o próprio prefeito Junynho Martins (DEM) se dizia contrário em trazer o lixo de outros municípios para a cidade, e que somente entenderia como viável caso existisse alguma compensação do Estado.

Em 02 de maio de 2016, a prefeita Daniela Corrêa revogou e deu outras providências sobre a Lei Municipal 3.748, que dispunha sobre os resíduos sólidos no município de Ribeirão das Neves.

Uma dessas providências foi reestabelecer o vigor da Lei Municipal 3.106/2008 (efeito repristinatório), que proibia o “recebimento de resíduos de natureza domiciliar e/ou residencial proveniente de outros Municípios”.

Em 2019, o aterro controlado do Bairro Viena, em Justinópolis, foi desativado e o prefeito Junynho (DEM) ainda dizia, em entrevista a uma rádio local (Sintonia Neves), que não pretendia receber em um novo aterro o lixo de 30 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Entretanto, na última carta entregue à assessoria do governador Romeu Zema (Novo), o prefeito de Ribeirão das Neves assina que “com essa mudança, mais de 40 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte serão beneficiadas”.
O que mudou sobre o aterro de Ribeirão das Neves?

As justificativas do prefeito de Neves para o pedido de celeridade na liberação do empreendimento, que é proveniente da Parceria Público-Privada (PPP), são a redução dos custos aos cofres públicos (em torno de R$ 800 mil mensais) e o fomento de um meio ambiente mais sustentável e equilibrado para o município.

Conforme documento disponibilizado pelo advogado do movimento “Acorda Neves” e presente no portal de parcerias do governo, a concessionária envolvida no PPP, mediante contrato, é a Empresa Metropolitana de Tratamento de Resíduos S/A – EMTR.

A concessionária teria 30 anos de “concessão administrativa para a exploração dos serviços de transbordo, tratamento e disposição final de resíduos sólidos urbanos nos municípios convenentes da Região Metropolitana de Belo Horizonte e colar metropolitano, em conformidade com o disposto no edital de concorrência nº 02/2013 – Sedru”.

O Jornal Norte Livre buscou informações com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) sobre o processo de licenciamento na pasta, mas obteve a seguinte resposta:

“A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informa que não há processo de licenciamento protocolado para o município de Ribeirão das Neves na Superintendência de Meio Ambiente Central metropolitana (Supram Central) para a atividade indicada. A carta indica uma Parceria Público-Privada (PPP), porém sem nome de empreendedor ou outra referência que nos permita melhor avaliação.
Assim, sendo disponibilizadas outras informações, a demanda poderá ser atendida de forma mais adequada”.

A demanda foi detalhada e reenviada para a Semad, a qual ainda apura informações sobre os dados do contrato fornecido.

A matéria será atualizada com a nova resposta assim que entregue pela pasta.

EM TEMPO (23/06/2021): Nota enviada pela Semad

“Consta, no Sistema Integrado de Informação Ambiental (Siam), processo para a Empresa Metropolitana de Tratamento de Resíduos S/A – EMTR, com licença de operação concedida (LO) para o empreendimento operar o aterro com validade até 24/01/2029, conforme arquivo em anexo. Há, nos processos, documentos que comprovam a entrega de relatórios de atendimento às condicionantes impostas”.

O Jornal Norte Livre questionou, também, a Prefeitura de Ribeirão das Neves. Porém, desde o envio do e-mail, no dia 15 de junho, e sucessivas ligações, não obteve resposta para a demanda.

A assessoria da prefeitura retornou uma das ligações no dia 21 de junho e informou a tentativa de retorno na mesma data. Contudo, ainda não enviou respostas

Terceirização de operações de resíduos sólidos em Karachi, Paquistão, aprovada

Operações de resíduos sólidos de dois distritos de Karachi contratadas para empresas chinesas e europeias.

© Pavel - stock.adobe.com

O Conselho de Gestão de Resíduos Sólidos de Sindh (SSWMB) aprovou no sábado o processo de aquisição para terceirização de operações de resíduos sólidos nos distritos de Korangi e Central.

O conselho em sua 15ª reunião realizada sob a presidência do Ministro do Governo Local de Sindh, Syed Nasir Hussain Shah, aprovou a aquisição de uma empresa chinesa para coletar lixo do distrito de Korangi e uma empresa com sede na Europa para transportar o lixo do distrito Central.

Também endossou o processo de aquisição para terceirização do contrato de coleta de lixo inicial em Hyderabad e Larkana.

O conselho deu sua aprovação oficial para assumir a atividade de gestão de resíduos sólidos municipais em áreas de Gulshan-e-Hadeed, Murad Memon goth, Steel Town caindo sob a jurisdição do Conselho Distrital de Karachi por meio de um contrato existente do Comitê Municipal Distrital de Malir.

A reunião também aprovou um orçamento de Rs8 bilhões (€ 42 milhões e US$ 50 milhões) do conselho para o ano financeiro de 2021-22. Além disso, o conselho reconheceu um potencial de receita de INR 6,5 bilhões (€ 34 milhões e US$ 41 milhões) com a cobrança de taxas mínimas das famílias por serviços de gestão de resíduos sólidos em sete distritos de Karachi.

Inicialmente, o potencial de receita foi estimado em Rs2,8 bilhões (aproximadamente € 15 milhões e US$ 17,7 milhões) por ano. Nesse sentido, o Secretário SSWMB foi instruído a finalizar uma proposta detalhada.

A SSWMB aprovou uma resolução para a transferência de 500 acres de terra em nome da SSWMB em Jam Chakro para o desenvolvimento de um aterro sanitário. Outros locais de aterro sanitário aprovados pelo conselho incluem 450 acres em Gond Pass no distrito oeste, 200 acres em Soan Walhar na M-9 Moterway em Jamshoro, 500 acres em Ganjo Takar em Hyderabad. A transferência do título foi necessária para evitar a invasão dos aterros e a execução de outros componentes dos esquemas de ADP nos locais.

Membros da SSWMB incluindo Secretário do Governo Local Syed Najam Shah, Secretário Especial do Departamento Financeiro Bilal Ahmed, Diretor Administrativo da SSWMB Zubair Chana, Secretário da SSWMB Shahbaz Tahir Ali, Diretor Executivo de Operações-I Tariq Ali Nizamani, Diretor Executivo Operação-II Nisar A Soomro, Comissário Adicional Karachi Asad Ali Khan e outros participaram da reunião.

Fonte: /waste-management-world.com

Entrevista - “Você pode até fazer diamantes com resíduos residuais”

O Professor Peter Quicker, da Unidade de Tecnologia de Combustíveis da RWTH Aachen University, explica por que realmente existe apenas uma alternativa para a incineração de resíduos - e ela está no design do produto, a montante da lata de lixo.

© RWTH Aachen

Professor Quicker, ouvimos regularmente a promessa de que os processos de gaseificação poderiam substituir a incineração de resíduos clássica e se tornar a próxima grande novidade no processamento de resíduos térmicos. Qual é a sua avaliação?

Peter Quicker Em primeiro lugar, temos que esclarecer o que queremos dizer com gaseificação. Muito do que vem sob este termo é, na verdade, incineração em dois estágios. Um exemplo do Reino Unido refere-se a processos que foram desenvolvidos quando plantas capazes de produzir gás calorífico estavam sendo promovidas lá. Isso foi conseguido primeiro pela incineração dos resíduos com uma pequena quantidade de oxigênio, que sempre produz gás combustível. Se você fizesse uma medição, poderia dizer: Estou produzindo gás pela incineração de resíduos, que teoricamente posso usar como energia. Na realidade, porém, em tais fábricas, o ar é adicionado novamente em um segundo estágio que segue imediatamente e o processo de combustão continua. Portanto, trata-se de uma incineração em dois estágios e não de gaseificação.

E quanto ao Japão? O país é considerado um reduto da gaseificação.

Os Processos Peter Quicker são frequentemente usados ​​lá, que são semelhantes, mas os dois estágios ocorrem separados espacialmente. Esse desenvolvimento surgiu quando regulamentações foram aprovadas no Japão que exigiam que as cinzas produzidas pela incineração de resíduos fossem derretidas. Nestes processos de dois estágios separados espacialmente, os resíduos são primeiramente desgaseificados e, em seguida, o gás produzido é queimado em um forno de alta temperatura junto com o coque, ou seja, o carbono que sobra do processo de desgaseificação. A ideia é que as cinzas derretam durante o processo. Isso reduz o volume do material residual. A escória que sobra depois
a cinza derretida é completamente inerte, queimada e livre de poluentes. Se pingar na água, vitrifica. Mas o problema com o processo é que você precisa adicionar combustível fóssil adicional, por exemplo, gás natural ou carvão, para fazê-lo funcionar. Além disso, o processo é muito mais caro do que a combustão convencional.

Mas existem outros processos de gaseificação que realmente produzem um gás que está disponível para posterior utilização térmica.

Peter QuickerExistem instalações de gaseificação em leito fluidizado onde o gás produzido durante o tratamento de resíduos vai diretamente para um processo a jusante, por exemplo, para o calcinador de um forno rotativo de cimento. Porém, aqui também o gás é queimado de forma que nenhum gás seja recuperado que possa ser usado para uma utilização subsequente de valor mais alto. Uma tecnologia de gaseificação que visa a utilização motora do gás produzido é conhecida como processo Thermoselect. Seu uso falhou na Europa, mas algumas fábricas ainda estão operando no Japão. Eles gaseificam os resíduos para produzir um gás que pode ser usado em processos de alto valor. No entanto, o desempenho dessas plantas é, para dizer o mínimo, muito medíocre. Um problema é que as temperaturas muito altas exigidas para este processo são difíceis de atingir com o desperdício por si só. Portanto, o gás natural deve ser adicionado constantemente - uma quantidade não desprezível na verdade: 40 metros cúbicos por tonelada. E 400 metros cúbicos de oxigênio por tonelada também são necessários. E, em última análise, o gás muitas vezes não é limpo o suficiente para o uso do motor e, apesar do esforço, é queimado novamente em uma câmara de combustão para executar um processo de vapor.

Você está dizendo que, na realidade, não existe uma única planta em funcionamento onde os resíduos possam ser gaseificados?

Peter Quicker Na verdade, não conheço nenhum caso em que os resíduos residuais sejam gaseificados em condições que chegam a meio caminho de fazer sentido econômico e em que haja um benefício adicional em comparação com a incineração de resíduos convencional. No Japão existe uma fábrica onde o plástico é gaseificado e onde o hidrogênio é produzido ao final do processo. Mas eu vejo isso mais como um exemplo de demonstração. Para que esse processo funcione, ele precisa de uma matéria-prima de boa qualidade que imediatamente se questione se não faria mais sentido reciclar esse material. Além disso, ainda há muito trabalho a ser feito na matéria-prima antes da gaseificação. O plástico deve ser limpo, triturado e extrudado.


E não há mais nada?

Peter Quicker Muitos processos estão sendo testados em que o plástico é pirolisado, resultando em óleos que podem ser usados ​​como matéria-prima para a indústria química. Mas a qualidade desses óleos de pirólise é tão baixa que, na verdade, eles só podem ser usados ​​em pequenas quantidades como aditivo ao petróleo bruto na refinaria. Ou seu processamento é extremamente complexo. Isso pode fazer sentido para certas frações especiais que estão claramente separadas, como espumas de colchão ou placas de isolamento térmico, e para as quais a reciclagem mecânica não é possível. Eu aconselharia a qualquer pessoa que pensa que na pirólise eles encontraram uma solução para o lixo de plástico doméstico a dar uma boa olhada em um saco de reciclagem ou lata de lixo e então considerar o que eles precisariam fazer para separar os plásticos de variedade única do resto do conteúdo.

Com a quantidade certa de esforço, é possível.

Peter Quicker Com a quantidade certa de esforço, tudo é possível. Você pode até fazer diamantes com resíduos residuais. Tecnicamente, é possível. Você apenas tem que separar todos os minerais para que fique apenas com o carbono, que você pirolisa em carbono puro, e então o pressuriza em alta temperatura por vários meses para fazer diamantes. Isso é possível. No entanto, não gostaria de ver a mochila ecológica que você criou no processo. É algo semelhante com a gaseificação. Também aqui, quanto mais complexo o processo, pior seu equilíbrio, tanto ambiental quanto economicamente.

Portanto, não há alternativa à incineração de resíduos?

Peter QuickerTodo mundo sempre pede uma alternativa! Sim, existe, mas é a montante do depósito, não a jusante dele. Ao projetar produtos, muito mais consideração deve ser dada à sua capacidade de serem separados em materiais individuais no final de seu ciclo de vida, porque isso permitirá que esses materiais sejam reciclados. No momento, porém, as coisas infelizmente estão indo exatamente na direção oposta. Tudo está sendo colado, fundido, soldado ou fundido. E mais e mais produtos têm componentes eletrônicos de estilo de vida embutidos que você não pode remover e acabam no lixo residual. Nem todo casaco precisa ser capaz de fazer uma xícara de café. Não, não é culpa da incineração de resíduos que tantos resíduos desnecessários são produzidos. Ele o elimina e o faz da melhor maneira técnica possível. Mas ainda há uma necessidade urgente de queimarmos menos recursos valiosos. A maneira de fazer isso, no entanto, é por meio da prevenção de resíduos e da reciclagem. Não adianta esperar que um dia seja inventado um processo com o qual - se me desculpem a expressão - você pode transformar merda em ouro. Mesmo na Idade Média, eles sabiam que isso não funcionava.

Peter Quicker é professor da RWTH Aachen University e um dos especialistas mais conhecidos do mundo nas áreas de transformação de resíduos em energia, tecnologias alternativas de tratamento de resíduos e recuperação de materiais.

Fonte: Waste Management World