Potencial eólico nacional

Brasil deve movimentar R$ 150 milhões em prêmios de seguros, em um prazo de até cinco anos. A novidade é o seguro paramétrico.

Até o ano de 2012, o Brasil ocupava o 15º posto em produção mundial de energia eólica. Atualmente, está em 8º lugar, já totaliza uma potência instalada de 13 gigawatts (GWs), quase similar à da hidrelétrica de Itaipu (14GWs), em um total de 518 parques eólicos. Essa energia gerada é capaz de abastecer 10% do país e mais de 60% da região nordeste.

E segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), em construção ou já contratados há mais 4,8 GWs, divididos em 213 parques eólicos, que serão entregues até 2023, levando o setor para próximo da marca de 19 GW, superando Itaipu, a maior hidrelétrica binacional do país. E isso sem considerar os novos leilões que estão por vir.

Diretor de Infraestrutura da Aon Brasil, Clemens Freitag, comenta que o Brasil tem investido fortemente em energias renováveis e a que mais avançou foi a eólica. “Principalmente por ser o país mais favorecido com potencial de ventos do mundo. E com o desenvolvimento da tecnologia e de mais parques eólicos, os equipamentos passaram a ter um custo bastante razoável”.

Já para este ano, ele diz que há uma estimativa de milhões de reais em novos projetos de energia eólica, como por exemplo, com o Leilão de Energia Nova A-4, previsto para o mês de abril. “A previsão é que entre em operação 1.600 megawatts (MWs) nos próximos anos, o que demandará pacotes de seguros. Eu imagino que, em cinco anos, os prêmios serão em torno de R$ 150 milhões”.

Principais seguros

Da construção do parque eólico à operação, Freitag menciona quais são os principais tipos de seguros contratados. “Durante a construção, o de risco de engenharia e junto a ele a cobertura eventualmente contratada é a de ALOP (Advanced Loss Of Profit), que cobre a perda de receita caso haja algum sinistro que atrase a obra”.

Além dos seguros de responsabilidade civil (danos a terceiros) e de transporte, “que é muito importante, pois as pás transportadas são gigantes, algumas têm mais de 50 metros e requerem um transporte especial. Também este seguro tem uma cobertura acessória que cobre atraso na operação, se houver algum sinistro durante o transporte”, afirma. E finalizando, o seguro garantia de obrigações contratuais (performance bonde).

Operação

Na fase de operação do parque eólico, os seguros contratados são o de risco operacional, de lucro cessante, responsabilidade civil (danos a terceiros) e o seguro de responsabilidade civil dos administradores e diretores (D&O). “E o mais novo seguro, disponibilizado por poucas seguradoras, é o seguro paramétrico, relacionado ao clima”, diz Freitag.

Ele conta que a Aon desenvolveu um seguro paramétrico para uma comercializadora de energia e que este produto tem um grande potencial no Brasil. “Ele tem um apelo muito forte junto aos financiadores, pois oferece o conforto de que se não houver ventos dentro do planejamento, protegerá a receita esperada que irá gerar aquela energia eólica”.

Características

Sobre os riscos do parque eólico, o executivo da Aon conta que, em primeiro lugar, está o fabricante do aerogerador, o seu conhecimento. “Antes, um aerogerador tinha um tamanho que gerava de 400 KW a 900 KW. Hoje já existe os que têm um potencial de até 2,5 MWs. Aumentando o seu tamanho, o que pode ser considerado um protótipo, o risco de sinistro é maior”. Outros riscos são a idade do parque e o tamanho das turbinas.

Riscos e sinistros

Para danos materiais, os mais comuns são nas pás, nos aerogeradores, na caixa de redução e no eixo principal do aerogerador. “Há também o sinistro de descarga elétrica atmosférica. O aerogerador é como se fosse um pararraio e o Brasil é um dos países que mais tem descargas elétricas atmosféricas do mundo, isso reflete em alguns sinistros, afetando a parte elétrica e também as pás”.

E para finalizar, Freitag diz que entre os sinistros de dano material o que mais impacta é o de incêndio no aerogerador e queda na torre. “Em termos de lucro cessante, se perder um aerogerador do parque, que geralmente tem 30 ou 50 aerogeradores, não haverá tanto prejuízo. Porém, como eles estão ligados a um ou dois geradores, se houver um problema em um deles, geralmente este é o sinistro mais crítico do parque eólico”.

Fonte: segs

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