GUIA DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS: COMO COMEÇAR A LEVAR UMA VIDA MAIS ECO-FRIENDLY

Atitudes fáceis de incorporar na rotina para quem deseja ter uma vida ecologicamente correta
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(Ilustrações: Caco Neves)

A busca pelo termo “Vida sustentável para iniciantes” cresceu 256% no Pinterest Brasil, desde o ano passado. O movimento é um reflexo das políticas mundiais de incentivo à redução do consumo e, consequentemente, da nossa pegada ecológica — expressão que se refere à quantidade de terra e água em hectares necessária para as gerações atuais manterem seu estilo de vida. Por exemplo, o modo de viver do brasileiro demanda 1,7 planeta, o da população dos Estados Unidos, 5, e o da Alemanha 3,2, de acordo com dados da Global Footprint Network.

Para ter ideia do impacto do comportamento atual, um estudo da publicação britânica Nature indica que o aquecimento global pode ser duas vezes maior que o previsto. De acordo com a WGSN, agência global de previsões de tendências, em meio às preocupações em torno da poluição e das mudanças climáticas, as pessoas estão cada vez mais dispostas a abrir mão da conveniência em nome do planeta. Demos os primeiros passos na substituição das sacolas de supermercados por bolsas reutilizáveis, os canudos plásticos estão caindo em desuso e o filme PVC recentemente ganhou um concorrente sustentável, os panos de cera, que preservam melhor os alimentos e são reutilizáveis.

Mas é preciso um esforço maior para atingirmos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), até 2030. As 17 metas da ONU incluem gestos que abrangem diferentes momentos de nosso dia a dia. Para adotá-los é preciso certa disciplina, mas vale lembrar que levamos apenas 21 dias para nos acostumar com um novo hábito. E nesse caso, o impacto é muito maior do que podemos mensurar. Portanto, mãos à obra!

Manual eco-friendly

O estilo de vida verde começa com a consciência de que os recursos naturais são finitos. Diminuir o consumo de água e energia, deixar o carro em casa e andar a pé quando possível e optar por produtos reciclados são medidas que alteram a dinâmica em curso em busca da preservação. Além disso, cada cantinho de nossa casa pode ser adaptado sem custos a uma rotina eco-friendly.

Closet

  • Evite marcas de fast fashion 
Várias empresas de moda no Brasil já adotaram a sustentabilidade como mantra. Aposte nas marcas locais engajadas que evitam o desperdício de recursos naturais e ainda geram empregos no país.

  • Conserte
Será que chegou a hora de abandonar aquele tênis ou ainda é possível reformá-lo? A ponderação deve surgir sempre que for substituir algum item. Algumas empresas oferecem o serviço de restauro, como a @seusujo, que transforma calçados com defeitos em novos.

  • Compras
O consumo desenfreado também reflete no meio ambiente. O movimento do armário-cápsula é uma boa opção para fugir do acúmulo de roupas. Nele há um limite de peças que podem ser mantidas no guarda-roupa. Assim fica mais fácil resistir a promoções e compras por impulso.


Garagem

  • Vá de bicicleta
Nos grandes centros urbanos é fácil encontrar bicicletas ou patinetes para alugar. O passeio, além de exercitar, e manter em dia a saúde, diminui a emissão de carbono provocada pelos carros.

  • Carros elétricos
Procura um carro para alugar? Aposte em um modelo elétrico! A alternativa ainda é pouco popular no Brasil. De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em 2018 havia apenas 300 exemplares desse tipo de automóvel circulando por aqui. Para quem deseja investir nos elétricos, os modelos custam em média 40% a mais do que seus equivalentes movidos a combustível. Já a adaptação para o carregamento elétrico em casa depende da instalação de um transformador com a potência exigida pelo veículo. O serviço tem preços a partir de R$ 200.


Geral

  • Tire da tomada
Ao sair de casa pela manhã, não se esqueça de desligar os aparelhos eletrônicos da tomada, especialmente os computadores. Todos consomem energia mesmo no modo stand-by.

  • Lâmpadas
Substitua a lâmpada incandescente por uma fluorescente ou LED. De acordo com dados da Enel, empresa de distribuição de energia elétrica no estado de São Paulo, elas consomem de 60% a 80% menos energia e são mais duráveis.

  • Descarte correto
Baterias e pilhas não podem ir para o lixo comum. É preciso armazená-las em plásticos resistentes para evitar vazamentos e não misturar com outros tipos de materiais. Depois de embaladas, consulte os postos de recolhimento mais próximos.


Cozinha

  • Bem em dobro
Adote uma dieta livre de carne uma vez por semana. De acordo com o worldwildlife.org, são necessários cerca de 100 mil litros de água para produzir 1 kg de carne bovina.

  • Invista em reutilizáveis
No trabalho, livre-se dos copos descartáveis e use canecas para tomar café e água. Leve a sacola de tecido ao supermercado. E na bolsa, carregue seu canudo reutilizável.

  • Reaproveite a água
Após lavar as frutas em uma bacia, aproveite a água para regar as plantas.

  • Orgânicos
Quanto mais rápido o alimento chegar até você, mais nutrientes importantes para a saúde ele fornecerá. Por isso, prefira comprá-lo de produtores locais. O gesto fortalece a economia da região e gera menos lixo, desperdício e poluição.


Home office

  • Calendário
Use menos papel. Para fazer anotações, utilize o calendário do smartphone e outros aplicativos.

  • Pagamentos
Entre no site ou baixe o aplicativo do banco no celular e pague suas contas on-line. É fácil e não emite papel.

  • Notebooks
Substitua o desktop pelo notebook. Como não precisa estar plugado o dia todo, ele economiza energia.


Jardim

  • Compostagem
As composteiras transformam em adubo os resíduos orgânicos que normalmente seriam descartados. Além de reduzir o lixo, colaboram para o crescimento de suas plantas. Confira como fazer compostagem no site de Casa e Jardim.

  • Piscina
Mantenha a piscina coberta quando não estiver em uso. Assim, além de garantir a segurança de crianças e pets, evita que a água evapore e suje, o que reduz o consumo de produtos químicos para a limpeza. A cobertura de PVC é uma opção ecologicamente correta. A iGUi, fabricante de piscinas, desenvolveu a Levita, uma cobertura de PVC automatizada. “O modelo foi projetado para controlar a temperatura e expelir água em seu recolhimento para evitar o bolor”, explica Filipe Sisson, fundador e CEO da iGUi.

  • Horta
Para montar uma horta em casa, espaço não é problema. O paisagista Luiz Cardoso explica que é preciso apenas um vaso em sacada ou janela que receba luz do sol por, pelo menos, quatro horas. “Há opções de hortas em painéis verticais, floreiras e de materiais recicláveis. Todo mundo tem garrafas PET em casa, né?”, diz o paisagista. Na hora de escolher as espécies, é importante pesquisar cada uma delas. A hortelã, por exemplo, deve ser plantada sozinha porque se alastra e pode prejudicar outro tempero. Para quem tem mais espaço disponível, como em uma varanda, é possível plantar frutíferas em vasos. “O ideal é deixar um espaço de 2 m² para cada uma”, explica Luiz. Entre as sugestões de árvores para cultivar em vasos estão pés de laranja, de limão, de pitanga, de jabuticaba, de acerola, de romã e de goiaba.

Separe o lixo corretamente

  • Compre lixeiras diferentes para descartar cada tipo de resíduo: orgânico, metal, papel, plástico e vidro. O arquiteto Diego Revollo afirma que a estética pode ser mantida se os recipientes forem embutidos na marcenaria da cozinha. “As lixeiras compartimentadas ficam instaladas em uma gaveta do gabinete”, explica.
  • Como separar o lixo doméstico? Nunca misture recicláveis com orgânicos — sobras de alimentos, cascas de frutas e legumes. Sempre coloque plásticos, vidros, metais e papéis em sacos separados.
  • Lave as embalagens do tipo longa vida, latas, garrafas e frascos de vidro e plástico. Seque-os antes de depositar nos coletores.
  • Papéis devem estar secos. Podem ser dobrados, mas não amassados.
  • Embrulhe vidros quebrados e outros materiais cortantes em papel grosso (do tipo jornal) ou coloque-os em uma caixa para evitar acidentes. Garrafas e frascos não devem ser misturados com vidros planos.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente

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