O número de mercados que registram os números de instalação da escala GW a cada ano cresceu de apenas três em 2010 para quase 20 em 2019. Imagem: revista pv / Martin Markstein
O Ministério das Minas e Energia do Brasil (MME) decidiu que a PV pode participar nos dois leilões de energia planejada (os leilões A-4 e A-6) este ano, ao mesmo tempo em que prevê um calendário claro para os leilões a serem realizados em 2019. 2021, para um total de seis leilões. Este é um claro afastamento das decisões anteriores do ministério de permitir que a PV participe em apenas um dos leilões realizados em 2018 - o A-4.
Embora o leilão A-4 deste ano possa ter uma capacidade atribuída menor do que no ano passado, em que cerca de 800 MW de capacidade foram alocados, os dois leilões combinados devem entregar consideravelmente mais de 1 GW de nova capacidade. A associação solar local ABSOLAR recomendou pelo menos 2 GW.
Mas capacidade não é tudo. Ambos os leilões também podem oferecer preços finais mais baixos em comparação aos R$ 118 / MWh (US$ 35,20 na época, agora US$ 30,40) da rodada anterior. O leilão A-6, com prazo de seis anos para o comissionamento de projetos, pode ser particularmente interessante em termos de sinais de preços nos mercados fotovoltaico brasileiro e latino-americano.
Um novo aspecto dos leilões deste ano será o tipo de contratos que a energia solar receberá. O governo brasileiro decidiu que os PPAs serão concedidos “por quantidade” em vez de “por disponibilidade”, como nas rodadas de aquisições anteriores. O contrato de quantidade, diferentemente do contrato de disponibilidade - no qual o risco é assumido pelo comprador da eletricidade - é um acordo financeiro padrão. O contrato de disponibilidade exigirá que os geradores de energia apresentem lances em BRL / kWh. O risco de entrega física, anteriormente assumido pelo despachante central do ONS, será assumido pelos proprietários das usinas. Isso significa que o PV suportará mais riscos, mas isso também pode ser visto como mais uma prova da maturidade da tecnologia.
Boas notícias para os negócios de energia solar em larga escala não vêm exclusivamente do lado do leilão. De acordo com a ABSOLAR, associação local de energia solar, vários PPAs privados para projetos de energia solar em escala pública já foram assinados. Embora a ABSOLAR não forneça detalhes sobre esses PPAs ou sobre as partes envolvidas, a associação alega que existem acordos para centenas de megawatts de capacidade que já foram assinados, com contratos que abrangem de 10 a 15 anos.
Mas este é apenas mais um exemplo das múltiplas opções que o mercado brasileiro de energia pode oferecer aos desenvolvedores e investidores de energia solar no próximo ano. Um modelo de negócios emergente interessante pode estar reservando parte da capacidade de um projeto para venda em leilão, com o restante reservado para negociar eletricidade no mercado livre, presumivelmente a preços mais altos.
Enquanto isso, projetos de geração distribuída, que no Brasil incluem todas as instalações solares de medição líquida de até 5 MW, também continuarão a gerar mais volume e preços de instalação mais baixos. Embora o governo esteja agora planejando reduzir as tarifas líquidas de medição, planeja introduzir limites de capacidade onde a rede está mais congestionada. Se implementadas, essas medidas poderiam estender o período de retorno dos sistemas de GD de cinco para seis anos, de acordo com cálculos feitos pela consultoria local Greener. Isso provavelmente fará pouco para deter o maior crescimento da energia solar nos telhados do Brasil. Enquanto isso, o Brasil se tornou o segundo maior mercado da América Latina em março, depois de atingir o marco de 2,5 GW.
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