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Energia Solar ganha espaço na zona rural do nordeste paulista


Embora saiam quase duas toneladas de abóboras todo mês da plantação de Ademir Ralio, em Votuporanga (SP). Para manter a lavoura bonita e produtiva, não pode faltar energia, que garante o funcionamento dos aspersores, bomba d’água e das lâmpadas da casa.

Eventualmente, o agricultor chegava a gastar até R$ 1 mil com energia elétrica. Para deixar a conta mais barata, Ademir investiu em energia solar, que tem ganhado cada vez mais espaço nas cidades e também no campo. Em suma, o agricultor garante que paga a conta de energia a cada dois meses e gasta no máximo R$ 90.

As 36 placas fotovoltaicas instaladas fazem parte de um sistema responsável por gerar toda a energia consumida na propriedade. Porquanto, o equipamento instalado neste ano tem sistema conectado na rede elétrica.

O engenheiro elétrico Arley da Silva explica que a energia produzida é consumida de forma instantânea. Ou seja, caso o consumo seja menor que a produção, o excedente vira crédito de energia para ser usado em outro momento.

Ademir investiu pouco mais R$ 60 mil e fez um financiamento em dez parcelas anuais. Com a economia na conta, a expectativa é que em seis ou sete anos o equipamento seja pago.

Mercado Promissor

Dados da Associação Brasileira de Energia Solar mostram que o meio rural brasileiro atingiu 15,8 megawatts de utilização operacional de energia fotovoltaica. Isso significa que o uso de energia solar cresceu nove vezes em 2017 e já dobrou neste ano.

A energia renovável também ajuda a matar a sede do rebanho de uma fazenda de 100 hectares em Marinópolis (SP). O bebedouro, com capacidade para 23 mil litros, está sempre cheio por causa do sol. Uma vez que, neste caso, o sistema não é conectado à rede elétrica. Três placas são responsáveis por puxar do poço profundo aproximadamente 3 mil litros de água por hora. Em dias ensolarados a máquina trabalha pelo menos 6h.

Por fim, do reservatório, a água segue por gravidade pelos canos até chegar aos animais. Foi a solução para um problema que apareceu há quase cinco anos, quando uma estiagem forte deixou o gado sem água.

Milton Carlos Branco, gerente da fazenda, fala que um transformador com energia elétrica iria custar cerca de cem mil reais. No entanto, para instalar o gerador a base de energia solar, o investimento foi de apenas R$ 7,2 mil.

Fonte G1

Avicultores apostam em energia solar para baratear produção

Investimento foi bancado através de financiamento via Pronaf | Anne Kunzler/Divulgação

A família do avicultor Renato Rohr, da localidade de Vila Floresta, em Harmonia, recentemente, realizou investimento na instalação de placas solares para produção de energia num de seus galpões. Conforme a administração harmoniense, essa é uma das primeiras propriedades na região a adotar o sistema, que busca, justamente, diminuir as despesas com o uso de energia elétrica.

A energia produzida vai abastecer toda a propriedade, mais a casa da família, que hoje gasta entre R$ 2 e R$ 3 mil reais por mês em contas de luz. O custo do equipamento, instalado pela Ecosul Energias Renováveis, chegou a R$ 150 mil, sendo financiado pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

O galpão onde foram colocadas as placas tem capacidade para alojar 33 mil aves. Segundo Daísa Rohr, filha de Renato, a estrutura funciona de forma diferente das convencionais, já que é totalmente fechada e possui exaustores de ar, além de iluminação automática que se adapta aos períodos de luz do dia e ao tempo de vida das aves. Ao todo são cinco aviários, totalizando uma produção de 100 mil aves.

O secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Leozildo Lira, esteve no local para conferir a novidade. Para ele, esse é um dos melhores investimentos que os produtores podem fazer. ‘Estamos falando de energia limpa e renovável e de uma economia gigantesca para o produtor, que poderá investir na propriedade o dinheiro antes gasto com contas de luz’, explica.

Daísa destaca que, como o sistema foi recém instalado, a família ainda não recebeu a fatura para o comparativo da redução dos gastos. ‘Mas já podemos adiantar que teremos sim um valor reduzido com energia’, afirma. Pelos cálculos do secretário Leozildo, com a economia, o investimento deverá ter sido abatido em tempo inferior ao financiamento.

Fonte: Fato Novo

Energia Solar é a aposta para equipamentos de irrigação


Pivôs funcionando 24 horas na fazenda sem estarem conectados à energia elétrica e novas tecnologias para controle e gestão do processo são algumas das soluções apresentadas na Agrishow, em Ribeirão Preto, por empresas fabricantes de equipamentos de irrigação.

O sistema integrado, que envolve energia gerada por painéis fotovoltaicos quando há luminosidade e por biomassa nos intervalos sem luz, está sendo desenvolvida pela Fockink, empresa gaúcha há 76 anos no mercado, que participa da feira desde a primeira edição, em 1994.

O sistema foi criado dentro da empresa de 800 funcionários, que tem 25 engenheiros trabalhando apenas com projetos de inovação. Os primeiros equipamentos integrados devem ser instalados no segundo semestre em fazendas do Mato Grosso.

A vedete da Fockink, empresa 100% nacional, no entanto, é um novo pivô com movimento contínuo, com mais vida útil e eficiência energética, utilizável em áreas de 3 a 250 hectares. “O equipamento gera uma economia de 50% em energia”, garante Oscar Strucker, gerente de marketing.

Pelo menos 15% dos negócios fechados pela marca no ano nascem na Agrishow, considerada a principal vitrine para a empresa que participa também de outras 10 feiras agrícolas por ano. Segundo Oscar, o produtor geralmente estuda dois ou três anos antes de colocar o primeiro pivô na fazenda. “O custo benefício é tão alto que, já no ano seguinte, ele volta com o mapa de sua área perguntando onde consegue instalar mais pivôs.”

A novidade em controle e gestão do processo de irrigação é o destaque do estande da Netafim, empresa de Israel fundada em 1965 e que atua em mais de 110 países, com soluções de irrigação por gotejamento ou aspersão. O equipamento NetBeat, lançamento global, recebe os dados enviados pelos sensores instalados no campo, transforma em sinais de rádio e envia para a nuvem, onde estão também os dados agronômicos sobre irrigação disponibilizados pela Netafim.

Segundo Danilo Silva, gerente de distribuição, com o NetBeat o produtor terá em mãos todos os dados necessários para programar a irrigação ou gerenciar a aplicação pelo celular ou computador. O equipamento será comercializado a partir do próximo semestre.

A Irrigabras, empresa de Barueri que vende pivô central há mais de 30 anos, aposta na eficiência e alta resistência de seus equipamentos para conquistar o cliente na feira. O equipamento também pode ser controlado à distância por internet.

A Irrigabrasil, de Pinhais (PR), apresenta como destaque na feira a barra irrigadora que substitui o aspersor canhão, gerando mais eficiência na aplicação.

Fonte: Revista Globo Rural

Sertão iniciará produção pioneira de alimentos através do sistema agrovoltaico

O pioneirismo resulta da ação de uma rede de pesquisados do país que afirma ser possível ‘plantar água’, ‘comer Caatinga’ e ‘irrigá-la com o sol’.

Nos próximos dois meses, o semiárido pernambucano pode ser pioneiro nacional na produção integrada de alimentos vegetais, peixe e captação pluvial através da implantação de um sistema agrovoltaico sustentável a partir da transformação da radiação solar em energia distribuída. Os trabalhos técnicos para a instalação do sistema fotovoltaico estão sendo realizados por uma startup local dentro da escola Sertão em Ibimirim. 

A iniciativa visa demonstrar provas materiais do conceito científico de uma rede de pesquisadores nacionais (Ecolume), financiada pelo CNPq e liderada pela climatologista e Doutora em Recursos Hídricos, Francis Lacerda, coordenadora técnica do Laboratório de Mudanças Climáticas do Instituto Agronômico de PE (IPA). O conceito Ecolume defende que é possível “plantar água”, “comer Caatinga” e “irrigá-la com o sol” do local.

“No final do próximo mês ou início de agosto, inauguraremos o primeiro sistema agrovoltaico sustentável da América do Sul”, celebra Francis, fazendo referência a revisão da literatura científica que fez a respeito. Quando estiver totalmente implantado, terá a capacidade de tornar todo complexo da escola Serta autossuficiente em energia elétrica. “Nesta 1ª fase, serão instalados 30% do sistema fotovoltaico planejado, auxiliando na redução imediata de um terno dos custos com energia convencional”, fala o doutor em Botânica, Diogo Araújo, proprietário da VertSol, startup parceira do Ecolume com foco em eficiência energética que doou placas fotovoltaicas que serão instaladas com a participação de alunos do local.

A energia gerada através do sol será utilizada nos vários experimentos agroecológicos do Ecolume/Serta, realizado pelo sistema agrovoltaíco – cujo integra a utilização de todos os potenciais dos seus componentes. Os painéis fotovoltaicos instalados também servirão de recipientes para a captação da chuva, além de gerar a energia solar e bombear a água já armazenada para o cultivo de peixes e de plantas, inclusive as nativas da Caatinga, com alto valor nutricional. Tal produção se dará através do sistema de aquaponia, pois garante o uso, reuso e reciclagem da água, possibilitando até adubação orgânica proveniente das fezes dos peixes.

Em seis meses, o sistema agrovoltaico Ecolume/Serta terá a capacidade de produzir 60 quilos de carne retirados das 100 tilápias por tanques de mil litros de água. E este recurso hídrico será usado de forma integrado e simultâneo para o cultivo, em tubos, de 72 plantas de 12 espécies de colheita contínua e diferentes, em especial do tipo medicinais, temperos e hortaliças. Dentre elas, hortelã – 40 dias (contínua), rúcula – 40 dias, alface – 40 dias, taioba – 40 dias, bertalha – 40 dias, couve-folha – 40 dias, chapéu de couro – 40 dias, manjericão – 40 dias, coentro – 40 dias, espinafre – 40 dias, cebolinha – 40 dias, menta – colheita em 40 dias (contínua), tomates e cereja variados – 60 dias e alecrim – 60 dias.

O gerenciamento da água capitada e bombeada também será utilizado para irrigação sustentável dos viveiros de plantas originais da Caatinga para a alimentação humana, a exemplo do umbu e outras, que podem entrar em extinção se não houver o devido recaatingamento. O replantio dessas espécies do semiárido, já adaptadas geneticamente às altas temperaturas, servirá como alimento humano, mas também ajudará na manutenção da umidade do solo e regulação do clima local. “Portanto, a partir do recaatingamento, é possível sim plantar água e comer Caatinga como trata o Ecolume”, defende o diretor do Serta, Sebastião Alves.

O dirigente garante que ainda serão produzidos outros frutos e Plantas Alimentícias não Convencionais (Pancs), que têm alto valor nutricional e agregado, a partir da operacionalização desse sistema agrovoltaico do Ecolume no Serta. As Pancs são uma nova visão alimentar e gastronômica para as vegetações nativas pouco usadas para tais fins. O criador desse conceito é o pesquisador internacional Valdely Kinupp. Ele ministrará inclusive uma palestra no Recife sobre o tema, no dia 1º de junho, a convite do Ecolume, às 9h no auditório do IPA, no Bairro de San Martin.

“A aplicação e operacionalização desses experimentos através do nosso sistema agrovoltaico sustentável será um dos resultados principais do nosso conceito ecolumiano, pois demonstrará a possibilidade de plantar água, comer Caatinga e irrigá-la com o sol – metáforas estas que podem ser tornar muito reais através da fusão do potencial solar local gerando energia, integrado à produção de alimentos vegetais, peixes e captação pluvial num sistema cíclico”, destaca a climatologista do IPA Francis.

Além dos benefícios socioeconômicos e ambientais, o conceito e projeto do Ecolume prima pelo eixo educacional e transmissão de conhecimento tecnológico para as comunidades atendidas. Assim, a VertSol também capacitará os alunos do Serta sobre energia solar, elementos, instalação do sistema fotovoltaico e etc. “Nosso compromisso com o Ecolume é que cada um desses estudantes, a maioria deles filhos de agricultores, seja capaz de replicarem tal sistema em suas comunidades”, diz Diogo.

Atualmente, a unidade do Serta em Ibimirim tem 150 estudantes na área de Agroecologia, oriundos de cerca de 100 municípios de cinco estados do Nordeste. Uma palestra teórica sobre energia solar e fotovoltaica será ministrada pela startup para todos alunos. Quinze deles receberão treinamento teórico e prática sobre elementos e instalação do sistema.

“Sem duvida, o experimento do Ecolume dentro da nossa escola ajudará na formação teórico e prática de nossos estudantes, funcionando como laboratório”, diz Sebastião. Ele espera que todos esses conhecimentos do sistema agrovoltaico por aquaponia para criação de peixes, vegetais e para viveiros de plantas nativas da Caatinga possam ser reaplicados em diversas áreas do semiárido, inicialmente pelos próprios alunos, mas também pelas demais instituições parceiras que forma a rede Ecolume.

Além da atuação do IPA e do Serta, e da parceria da startup de energia VertSol, a rede Ecolume é formada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Instituto Federal do Sertão e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Sustentabilidade.

Fonte: Robério Sá

Investimento em painéis solares ajuda a melhorar as operações no campo

Geração de energia renovável ganha força como alternativa aos altos custos da energia elétrica.


Que tal contar com fornecimento gratuito de energia elétrica na fazenda? Esse sonho já é uma realidade em muitas fazendas. O Sol se tornou um grande aliado do produtor rural na tarefa de zerar a conta de energia. Com vida útil superior a 25 anos, os painéis solares estão mais baratos, prometem rápido retorno e estão se multiplicando rapidamente no campo brasileiro.

Entre as vantagens, a tecnologia permite driblar o alto custo da energia elétrica de matriz hidrelétrica, um problema que há anos incomoda o agronegócio. “Cansados dos constantes aumentos na conta de luz, os produtores já não veem a aquisição como uma simples alternativa, mas, sim, como uma grande solução para fugir dos altos custos da conta de energia”, afirmou o engenheiro eletricista Vitor Hugo Cordeiro Teixeira, da Biowatts, empresa de soluções em energia solar fotovoltaica em entrevista à Farming Brasil.

Como começar?

De acordo com Teixeira, o produtor rural que deseja investir em energia solar geralmente tem duas grandes dúvidas: o custo para aquisição e instalação dos equipamentos e o tempo de retorno do investimento. A boa notícia é que a tecnologia está mais acessível no Brasil. “Hoje chegamos num patamar de viabilidade máxima do produto devido aos baixos custos dos equipamentos no mercado, permitindo um retorno rápido do investimento.”

Cálculo de demanda

Para começar um projeto fotovoltaico, o primeiro passo deve ser apresentar a conta de luz da fazenda para a empresa responsável pela implantação. “Dessa forma, a fatura poderá ser analisada e o sistema poderá ser dimensionado com o propósito de atender o consumo do cliente”, explica Teixeira. Após essa análise, o projeto será desenhado. É importante saber que, após a implantação do projeto na fazenda, o sistema será vistoriado pela concessionária local para então receber a liberação de geração de energia.

Investimento e instalação

De acordo com as informações apuradas pela Farming Brasil, a depender das exigências de cada cliente, o investimento mínimo nesse tipo de tecnologia fica entre R$ 5.500 e R$ 6.000. Já o tempo médio de instalação pode variar de dois até 30 dias, a depender do porte do sistema que será instalado para o cliente final.

Dinheiro na mão

Caso o produtor não tenha capital disponível, ele pode buscar linhas de crédito que contemplem esse tipo de investimento. Atualmente, vários bancos estão enquadrando o sistema fotovoltaico em suas linhas de crédito, com benefícios especiais.

De acordo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), desde 2015 estão sendo estruturadas, em parceria com o governo e com os bancos, diversas linhas de crédito que incentivam o investimento e facilitam o financiamento de projetos de geração de energia solar e eólica.

Aproveitando espaços

As placas de energia solar fotovoltaica podem ser instaladas sobre telhados, no solo ou em estacionamentos, o objetivo é aproveitar áreas que estejam sem uso. “Cada placa possui 2 m², logo, a quantidade total de placas multiplicada pela área de cada uma nos fornece a área disponível para instalação do sistema”, diz Teixeira.

Prazos e exigências

Para começar as operações, o produtor precisa que as concessionárias de energia aprovem o sistema de geração da fazenda e pode se deparar com dificuldades. O produtor pode ter de lidar com atrasos e exigências legais. “Entre os principais desafios se encontram a aprovação dos financiamentos de forma mais célere e desmistificação das normas do setor”, diz Teixeira.

A regulamentação normativa 482, de 2012, da Agência Nacional de Energia Elétrica, é a que permite a geração de energia de fontes renováveis. O documento estabelece um prazo máximo para que as distribuidoras respondam aos pedidos de conexão do sistema com a rede elétrica.

De acordo com Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, existem prazos de retorno que devem ser cumpridos pelas distribuidoras de energia. Para projetos de pequeno porte, com até 75 quilowatts de potência, a distribuidora deve dar retorno em até 34 dias. Projetos de maior porte, com potencial entre 75 quilowatts e cinco megawatts, o equivalente a 5 mil quilowatts, têm prazo ampliado.

O prazo de retorno deve ser informado e respeitado pelas distribuidoras de energia. “As principais reclamações do setor e do mercado são que esses prazos não têm sido cumpridos, e isso é um problema que precisa ser fiscalizado pela Aneel”, afirmou Sauaia em entrevista à Farming Brasil. “É preciso que os prazos regulatórios sejam de fato cumpridos como havia sido estabelecido pela regulamentação.”

Em casos de atrasos ou exigências que não estejam de acordo com as normas, o produtor rural pode entrar em contato com Aneel e solicitar que a agência verifique e avalie se a distribuidora em questão está descumprindo o regulamento.

Quem precisa de energia solar?

Os sistemas de energia solar podem atender qualquer produtor rural, mas já se destacam em alguns setores do agronegócio. Os projetos desenvolvidos pela empresa paranaense Biowatss no ramo da agropecuária estão fazendo sucesso especialmente entre os avicultores, suinocultores e piscicultores, cujas atividades exigem elevado consumo de energia.

“Normalmente, os projetos feitos para essas áreas suprem 100% do consumo atual de energia desses produtores. Em qualquer atividade que necessite de energia elétrica a energia solar pode ser adaptada, seja para consumo direto ou armazenamento de energia”, diz o engenheiro.

Vantagem financeira

Segundo o presidente da Absolar, o produtor rural brasileiro está mirando a geração de energia para uso próprio na fazenda. Mas, o investimento pode ir além e garantir renda extra com a geração de energia adicional que pode ser distribuída pela rede elétrica para consumo em áreas urbanas.

Sauaia explica que toda usina tem um medidor bidirecional instalado, que calcula o consumo da rede e a energia que a usina da fazenda injetou na rede. “Se por ventura o produtor rural gerar mais energia do que consumiu, ele pode acumular créditos de energia para consumir em até 60 meses e reduzir os gastos de energia elétrica”, diz o presidente da Absolar. “Além da economia nos gastos com energia elétrica, o produtor passa a ter maior segurança e autonomia no suprimento energético e com qualidade.”

Vida útil e manutenção

As placas solares têm durabilidade de 30 a 40 anos. Para conservar os equipamentos, os especialista orientam que o produtor deve realizar limpeza com água e sabão neutro quando houver sujeira sobre as placas.

Para se inspirar

Luiz Carlos Figueiredo, produtor rural e presidente da Associação dos Irrigantes do Estado de Goiás (Irrigo) foi pioneiro ao investir na primeira usina solar fotovoltaica flutuante do Brasil. O projeto foi implantado em 2016, na Fazenda Figueiredo, localizada em Cristalina (GO). “Nós temos uma potencialidade muito grande de produzir energia solar. As energias alternativas estão bastante difundidas e estão mais baratas que produzir energia hidrelétrica”, diz Figueiredo.

Os painéis foram instalados em cima de um lago destinado à captação da água da chuva. Por enquanto, a energia gerada pelas placas fotovoltaicas atende as necessidades da produção de leite, mas deverá no futuro suprir toda a demanda energética da fazenda. “Eu vi isso como uma necessidade para fazer economia e vi que era um bom negócio. Temos um clima fantástico para produzir energia fotovoltaica em qualquer lugar do Brasil.”

Ele conta que o investimento na produção de energia solar passou de R$ 2 milhões. A projeção é de que o valor seja recuperado em sete anos. “A usina tem uma vida útil de mais de 25 anos, então, passados os sete anos, teremos energia a custo zero”, diz o produtor.

Operações e crescimento

Atualmente, a energia solar fotovoltaica alimenta o sistema de ordenha, a fábrica de ração e equipamentos que garantem o conforto dos animais, como ventiladores. “O conforto [animal] é muito importante e dependemos da energia elétrica pra ligar os ventiladores”, conta Figueiredo. Com um rebanho de 2.000 animais e 900 vacas em lactação, a produção de leite é de aproximadamente 30 mil litros por dia.

O produtor rural planeja ampliar a geração de energia para atender outras atividades da fazenda nos próximos anos. Atualmente, a produção está estimada em 50 megawatts-hora por mês. “Estamos otimistas para migrar para irrigação”, diz Figueiredo. “Quando a gente irriga o custo [da energia elétrica] é muito alto. Se nós produzirmos energia não vamos ter adicional vermelho e impostos.”

Expansão acelerada

Até fevereiro de 2018, o Brasil tinha mais de 23 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede de distribuição de energia, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Apesar do avanço da adoção da tecnologia no País, ainda existem muitas dúvidas sobre o uso de energias renováveis, principalmente na agropecuária.

De acordo com o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, essa tecnologia ainda tem uma participação pequena na matriz elétrica brasileira, mas os números crescem a cada ano. “A energia solar fotovoltaica tem feito cada vez mais sentido na área rural, é uma tecnologia versátil e pode ser aplicada de várias formas nas atividades rurais”, afirma Sauaia. “Estamos projetando um crescimento anual de 150 megawatts para todo o mercado em 2018.”

No ranking dos setores que mais usam a energia solar fotovoltaica, o agronegócio aparece na quarta posição, atrás do setor de comércios e serviços, consumidores residenciais e indústrias. A perspectiva é que o número de sistemas instalados em zona rural dobre até o fim deste ano.

Para o engenheiro eletricista Vitor Hugo Cordeiro Teixeira, da empresa Biowatts, quanto mais essa tecnologia se difundir, melhor para o Brasil. “O agronegócio está pronto para esse boom devido à crise energética que o País vive desde o início dos anos 2000. As concessionárias não veem a hora dos consumidores ficarem cada vez mais independentes, dessa forma teríamos um desafogamento do setor elétrico”, afirmou Teixeira durante entrevista à Farming Brasil.

Os principais gargalos do setor

Apesar da importância da energia solar, alguns gargalos barram o crescimento do setor no Brasil. De acordo com a Absolar, existe uma resolução normativa que foi estabelecida para regulamentar o setor. Porém, os principais entraves estão relacionados ao não cumprimento das normas.

Lentidão

Em janeiro de 2017, a Aneel determinou que as distribuidoras de energia deveriam disponibilizar um sistema online que informa sobre a submissão e acompanhamento de pedidos de conexão de geração de energias renováveis. Porém, de acordo com a Absolar, nem todas as distribuidoras se adaptaram às novas normas, o que deixa todo o processo mais lento.

“O produtor que está no campo nem sempre tem uma agência da distribuidora perto dele”, afirma o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia. Por isso, é fundamental que o sistema permita que essas pessoas façam seus pedidos online e acompanhem o andamento do processo sem a necessidade de se deslocar até uma agência física.

Documentação

Ainda segundo o presidente da Absolar, outra reclamação do setor é que algumas distribuidoras exigem mais documentos do que o estabelecido pelas normas da Aneel. “Isso gera uma barreira, você acaba exigindo informações e documentações que o produtor não tem acesso”, diz Sauaia.

Medição

Os medidores bidirecionais são outro gargalo para quem deseja investir na energia solar fotovoltaica. O aparelho é responsável por medir o quanto de energia a fazenda consumiu e o quanto o sistema solar injetou na rede elétrica. Com essa medição, é calculada a geração de energia e possíveis créditos para o produtor.

O problema é que as distribuidoras de energia são responsáveis pela instalação do medidor, mas alegam que o aparelho está em falta no Brasil.

Para resolver essa situação, em vez de instalar o medidor bidirecional, a Aneel autoriza a instalação de dois medidores do tipo unidirecionais. “As distribuidoras não podem atrasar [a instalação] pelo fato de não possuir o medidor, elas devem instalar os medidores unidirecionais, um para a entrada e outro para a saída da rede”, afirma Sauaia.

8 aplicações da energia solar no agronegócio
  • Bombeamento de água
  • Irrigação
  • Tanques de piscicultura
  • Iluminação
  • Cerca elétrica
  • Aeradores
  • Sistema de segurança
  • Ventiladores
  • Sistemas de ordenha

Fonte: Sucessful Farming

Colheita do sol: sistemas de energia solar fazem sucesso em fazendas americanas

Os produtores podem receber uma ajuda do governo dos Estados Unidos, como um crédito fiscal federal de 30% para sistemas de energia eólica e solar.


É possível dizer que um feliz acaso levou o produtor americano Ken Zindel à energia renovável. “Estava em uma feira agrícola nacional procurando um lugar para fazer uma pausa, entrei em um estande e as pessoas estavam conversando sobre energia renovável”, lembra. Depois de voltar para casa, Zindel começou a pesquisar as opções para investir em energia renovável.

O produtor entrou em contato com a cooperativa elétrica local e começou a trabalhar com a WindSolarUSA, uma empresa que o ajudou a determinar o tamanho ideal, tipo e posicionamento do sistema para atender as necessidades energéticas da sua fazenda, com 1.500 acres (607 hectares) em Moweaqua, no estado americano de Illinois, onde ele cultiva milho e soja.

Energia solar

Para sua própria surpresa – apenas quatro meses depois de participar da feira agrícola –, sua fazenda começou a produzir energia elétrica própria, em junho de 2015. O sistema de painéis solares é capaz de produzir mais de 18.000 kilowatts-hora (kWh) por ano. “Construí meu sistema do tamanho suficiente para apoiar minha necessidade anual de eletricidade”, diz o produtor americano. “Ainda pago uma taxa de locação, mas meus custos com eletricidade basicamente zeraram.”

Terra, vento e sol

Com espaços abertos para coletar vento e sol, a energia renovável, tanto solar quanto eólica, é uma opção prática para muitos fazendeiros americanos. “A energia renovável é uma ótima oportunidade para ajudar a comunidade agrícola a nivelar os custos de energia”, afirma Michelle Knox, fundadora da WindSolarUSA.

Segundo a fundadora da WindSolarUSA, a energia solar é particularmente atraente graças a avanços na tecnologia e aos menores custos. “Em Illinois, a energia solar tem melhor desempenho no verão e a eólica se sai melhor no outono e no inverno”, diz Michelle. “Provavelmente é possível obter mais produção anual com o vento, mas ao dobro do custo.”

Como benefício adicional, a energia solar é praticamente livre de manutenção. “A glória da energia solar é que é fácil de manter, você não precisa realmente fazer nada”, ela afirma. No caso da geração de energia eólica, as turbinas têm peças móveis, então a manutenção é necessária ao longo do tempo.

Independentemente da fonte de energia, todos os combustíveis sustentáveis oferecem um benefício ambiental. Por exemplo, enquanto durar, o sistema de energia solar do produtor Zindel deve eliminar 378 toneladas de dióxido de carbono da atmosfera. O efeito positivo desse sistema para o meio ambiente equivale ao plantio de 8.800 árvores.

Vantagem financeira

Embora valorize os benefícios ambientais da energia solar, Zindel diz que a maior motivação para instalar o sistema foi poupar dinheiro. Além disso, economizou com a implantação. Ele instalou sozinho boa parte dos painéis solares, seguindo instruções da fabricante Iron Ridge. “O rack foi um pouco delicado para instalar, mas nada tão ruim assim. Trabalhando em duas pessoas, instalamos os painéis solares em um dia”, conta o produtor americano.

No entanto, ele contratou um eletricista licenciado para conectar os painéis solares à rede de energia. “Puxo energia da rede elétrica quando necessário. Quando produzo mais do que preciso, o sistema a envia para a rede elétrica”, diz Zindel. Quando produz mais do que a fazenda demanda, Zindel vende o excedente de eletricidade para a cooperativa elétrica local.

O lema “faça você mesmo” deu certo na fazenda. “Ken Zingel atingiu uma economia considerável porque usou as próprias habilidades para instalar a maior parte de seu sistema”, afirma Michelle. “Ele é um ótimo exemplo do que muitos produtores agrícolas podem fazer.”

Padrão de qualidade

Nos Estados Unidos, os produtores recebem orientações que ajudam a evitar erros durante a instalação. Brian Cuffle, da Ameren Illinois (empresa de serviços de utilidade pública do Centro-Oeste dos EUA), pede para os clientes entrarem em contato antes de começar projetos de energia renovável. “Nosso foco na Ameren Illinois é guiar os clientes ao longo do processo regulatório padrão em vigor”, diz. “Não queremos que ninguém comece a trabalhar e, então, tenha de refazer tudo porque não cumpre com os padrões.”

Um fornecedor qualificado é outro aliado importante. “No Illinois, os instaladores devem ser certificados pela Illinois Commerce Commission para demonstrar que têm certo treinamento. Isso dá aos nossos clientes uma ideia de quem chamar”, afirma Cuffle.

Depois que a instalação é concluída, a Ameren Illinois realiza uma inspeção e um teste no local para garantir que o sistema de energia renovável faça uma interconexão segura com o sistema de utilidade pública. “Buscamos um tipo específico de inversor, uma desconexão de segurança em corrente alternada e sinalização adequada”, conta Cuffle. “Estamos 100% focados na segurança de nossos funcionários e clientes.”

Recompensa fiscal

Os produtores americanos que investem em energia renovável também podem receber uma ajuda do governo dos Estados Unidos, incluindo um crédito fiscal federal de 30% para sistemas de energia eólica e solar.

Outros fundos podem ser disponibilizados através de empréstimos e concessões do Programa Energia Rural para a América (REAP) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Além disso, alguns estados ajudam a financiar projetos através da venda de créditos de energia renovável.

Diante dos incentivos financeiros atuais, que cobriram mais de 40% do custo do projeto, o produtor Zindel achou a energia renovável impossível de ignorar. “Parecia uma proposta sem perdas”, diz. “Foi necessário um pouco de risco da minha parte, mas, no clima atual, investir em energia renovável não é uma decisão difícil.”

Fonte: SF Agro

COPAGRIL I: Projeto-piloto de produção de energia solar entra em operação


Entrou em operação há poucos dias o Projeto-piloto de Produção de Energia Fotovoltaica da Copagril, o qual atende a Loja Agropecuária instalada no município de Quatro Pontes (PR). De acordo com o engenheiro ambiental da Copagril, Dimas José Detoni, o sistema instalado tem o propósito de alcançar autossuficiência na geração de energia limpa e renovável na referida unidade da cooperativa, em função do alto custo que esse insumo representa. “Nosso objetivo é gerar 100% da energia elétrica consumida naquela unidade”, assegura.

Conversão – A energia solar fotovoltaica é a energia obtida através da conversão direta da luz em eletricidade, considerada limpa em razão de não ser derivada de combustíveis fósseis. “Do ponto de vista do usuário é considerada uma energia firme, com o benefício da disponibilidade linear, o que garante maior confiabilidade”, acrescenta Detoni.

Potência – O projeto da Copagril foi homologado e aprovado pela Copel, consistindo-se em um sistema de geração de energia solar fotovoltaica conectada à rede elétrica (on-grid-tie).

Placas – Na cobertura do prédio da Loja Agropecuária Copagril de Quatro Pontes foram instaladas 60 placas de 325 Wp. Esse conjunto de módulos tem 19,5 kWp de potência, com capacidade de gerar até 2.340 kWh por mês, sendo a estimativa de performance 80% de eficiência. “O sistema entrou em operação no dia 06 de março e nosso plano é acompanhar o seu desempenho mensalmente para poder realizar comparativos com períodos equivalentes e fazer uma avaliação após 12 meses”, explana o engenheiro.

Expansão do projeto – Em caso de produção de energia excedente ela irá para a rede da Copel, gerando créditos que podem ser compensados em outras unidades consumidoras da cooperativa. Conforme o Dimas Detoni, em uma visão macro, o projeto-piloto permitirá estudar a possibilidade de novos investimentos nesse modal de geração de energia. “Vamos avaliar a viabilidade de expandir o projeto para outras unidades da Copagril”, conclui o engenheiro. (Imprensa Copagril)



Fonte: Sistema Ocepar

Geração de energia solar é alternativa econômica e sustentável para pequenos produtores rurais

De acordo com Carlos Magno, fundador da empresa paulista, a energia solar é captada por meio de painéis fotovoltaicos, instalados na propriedade, e convertida em energia limpa e armazenada em baterias.

A utilização de energia solar nas propriedades rurais é uma alternativa para que o produtor economize até 90% do consumo de energia, além de auxiliá-lo a adquirir autonomia em locais de difícil acesso à rede elétrica, que podem deixá-lo vulnerável e reduzir a sua produtividade. A solução de baixo custo e fácil manutenção foi apresentada aos produtores pela startup iSolis Brasil, durante o AgriFutura – Inovações no Agronegócio, evento realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento nos dias 3 e 4 de março, na capital, para facilitar o acesso às novas tecnologias para o campo.

A energia é suficiente para alimentar sistemas de bombeamento de água e de irrigação, cercas elétricas de contenção de animais, resfriamento de câmaras frias, iluminação de galpões, controle de variáveis como temperatura e umidade em estufas, além de fornecimento de energia para a residência do produtor, entre outras atividades.

“Importante ressaltar que a energia solar não é gerada apenas quando o sol bate. Mesmo em tempo nublado, a luz passa pelas nuvens e é captada pelas placas, enviando energia para a bateria”, explicou Magno, destacando que os painéis são adequados a grandes extensões ou pequenas propriedades, duram em média 25 anos e exigem pouca manutenção.

Com o principal objetivo de atender áreas onde o produtor tem dificuldade em levar energia elétrica ao campo, o proprietário da empresa, criada há oito anos, explicou que cada projeto é feito de forma personalizada. “Os projetos são escalonados, para não onerar o produtor e para que ele observe e entenda como funciona o sistema, ampliando-o de acordo com sua necessidade. Assim, podemos estimar a quantidade de baterias que serão utilizadas para que a propriedade funcione por até alguns dias sem a captação da luz”, disse.

Além de econômica, a solução é sustentável por gerar energia limpa e renovável. “Cooperativas e associações de produtores rurais podem ficar livres do uso de geradores movidos a diesel ou gasolina e da instabilidade da falta de energia que pode comprometer uma produção que está armazenada em ambiente com temperatura controlada, por exemplo”, finalizou Magno.

Fonte: Setor Energético

Pequeno agricultor tem crédito para energia solar


Agricultores familiares podem gerar energia solar suficiente para suas propriedades e ainda fornecer ao sistema elétrico nacional.

Eles contam com linhas especiais de crédito fornecidas por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros abaixo do valor do mercado e até 10 anos para pagar.

Atenta a esse mercado ainda muito pouco atendido uma empresa de Florianópolis, solicitou e acaba de obter cadastro no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para fornecer essas usinas solares, que podem ser financiadas pelos agricultores com recursos do Pronaf.

A geração solar é nova no Brasil, especialmente no meio rural onde há um grande potencial de investimentos. Com juros especiais – no caso do Pronaf a taxa é de 2,5% ao ano – é possível pagar a usinas com valores mensais baixos e cobrir todo o custo mensal da conta de luz.

Quem já conta com projeto assim é a Erva Mate Gheno, no interior de Concórdia. A empresa instalou sua usina solar que passou a operar no final do ano passado.

Ela gera 98% da energia consumida na propriedade e ao invés de pagar a conta de luz de R$ 2,5 mil por mês da empresa, agora paga o financiamento do sistema fotovoltaico junto ao Banco do Brasil.

Para a Celesc, paga apenas um pequeno valor mensal para seguir conectada caso enfrente falta deenergia solar. O projeto da Gheno foi instalado pela mesma empresa e é o primeiro na América Latina para uma ervateira. O valor investido será pago em cinco anos e meio.

Para conceder o registro de produtos financiáveis, o Ministério do Desenvolvimento Agrário exige preço adequado, produto nacionalizado para ser financiado via Finame e que a empresa faça parte da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

A energia solar é um recurso plenamente disponível e viável que veio para impulsionar ainda mais o agronegócio brasileiro – avalia Rodolfo de Sousa Pinto, presidente da empresa.

País com forte potencial na geração solar, o Brasil registra uma acelerada expansão no número de sistemas fotovoltaicos. Somou em janeiro deste ano 20 mil unidades, quase quatro vezes mais frente às 7,7 mil de janeiro de 2017.

Cooperativas rurais e grandes propriedades também começam a investir nessa fonte de energia limpa. Pode ser alternativa de energia barata para o resfriamento de grãos em silos, com o objetivo de preservar a qualidade dos produtos.

A Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc) solicitou ao governo do Estado isenção do ICMS da energia pelo sistema de compensação para o uso de geração fotovoltaica, a exemplo do que ocorre em outros Estados. Esse pleito ainda não foi atendido.

Fonte: ABSOLAR

Economia com energia solar chama atenção de agricultores familiares

Fazenda em Ivinhema já está com as placas funcionando e outras seis já pediram financiamento para instalá-las.
Placas fotovoltaicas no telhado da fazenda de Maria Salete, em Ivinhema (Foto: divulgação)

A energia solar tem chamado a atenção de pequenos produtores rurais de Mato Grosso do Sul porque dependendo do consumo, a conta de luz pode cair mais da metade. Em Ivinhema, a 282 quilômetros da Capital, uma propriedade já está usando as placas fotovoltaicas e pelo menos outras seis pediram financiamento para instalá-las.

Essa fazenda onde a geração de energia a partir dos raios solares se tornou realidade pertence à Maria Salete Dloemer de Oliveira, 67 anos.

A verba para a compra e montagem dos equipamentos foi financiada pelo Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e o projeto foi elaborado pela Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural).

“Tinha um sonho de um dia colocar energia solar na minha casa. Foi uma luz que se abriu diante de mim. No dia 9 de outubro do ano passado o relógio foi colocado e já começou a funcionar. Foi uma das melhores coisas que fiz na minha vida”, disse Maria Salete ao Campo Grande News.

Ela tem uma pequena produção leiteira, algumas cabeças de gado e planta vegetais para consumo próprio. A renda da família vem da produção de pães e biscoitos, que são vendidos em feiras da região.

Maria Salete usa a eletricidade nas ordenhadeiras, na batedeira, na máquina de sovar massa e no forno. A conta estava acima dos R$ 200. Mês passado, usando os painéis solares, ela só desembolsou a taxa mínima da Energisa.

Placas solares geram energia durante o dia que retorna para o cliente como bônus durante a noite (Foto: divulgação / Solar Energy)

O financiamento só começa a ser pago daqui a dois anos. Foram R$ 43 mil divididos em 12 anos com juros de 2,5% ao ano.

Toda a energia gerada na propriedade alimenta também a chácara do filho, já que é possível repartir o que ela não consome. Então a parcela em torno de R$ 300 será divida entre eles, cada um pagando cerca de R$ 150.

“Como hoje só estou pagando a taxa mínima, com essa economia que estou fazendo, estou guardando um pouquinho para pagar as parcelas”, diz Maria Salete.

Projeto – Moacir Lourenço é dono de um laticínio em Ivinhema. O filho dele enviou uma carta consulta pedindo empréstimo do Pronaf para instalar os paineis fotovoltaicos na fazenda e dividir a energia produzida com a empresa da família. Juntas, as duas propriedades gastam R$ 2,8 mil de luz por mês. Se pelo menos uma pagar apenas a taxa mínima, a economia já vai ser grande.

“Eu acredito que em até quatro meses já vai estar tudo resolvido. Nos vai trazer uma boa economia”, diz o empresário ao Campo Grande News.

A carência do financiamento vai ajudar a incrementar os negócios. “O dinheiro que nós formos economizando mês a mês, eu pretendo investir em melhoras no meu laticínio, dar uma incrementada”, afirma.

Energia solar pode ser financiada para agricultores familiares (Foto: divulgação / Solar Energy)

Procedimentos – A Agraer tem escritórios em todos os municípios de Mato Grosso do Sul e está aberta para ajudar os agricultores familiares na elaboração do projeto, imprescindível para a adesão ao Pronaf.

Arizoly Mendes, gestor de desenvolvimento rural da unidade de Ivinhema, afirma que os beneficiados com a chamada pública da sustentabilidade pelo Governo Federal não pagam nada pelo serviço. Os demais pagam uma pequena taxa. A partir daí uma carta consulta é enviada para análise da instituição financeira que libera a verba.

“É preciso apresentar a declaração de aptidão ao Pronaf, emitida pela Agraer. Para obter esse documento, precisa comprovar que a propriedade não tem mais de quatro módulos fiscais, no caso de Ivinhema, 130 hectares. Aqui na cidade as propriedades já são pequenas, então isso não é empecilho”, explica.

Com o processo montado, é só esperar a análise. Se aprovado, será preciso contratar uma empresa que faça a instalação dos equipamentos.

No caso de Maria Salete, o serviço foi executado pela Solar Energy. Hewerton Elias Martins, diretor-presidente da companhia, explica que durante o dia, as placas usam os raios solares para gerar energia. Tudo o que não é consumido naquele momento, é jogado na rede da Energisa e vira uma espécie de bônus, devolvido à noite quando os painéis param de trabalhar.

“O primeiro projeto que atendeu agricultores familiares no Brasil foi no Paraná e um ano depois, a Maria Salete em Ivinhema. Agora que começou esse trabalho de divulgação. A energia solar é uma coisa muito antiga, foi o custo que agora está viável”, completa.

Fonte: Campo Grande News

Primeira fazenda de erva-mate com 100% de energia solar é de Concórdia


A Gheno Erva-Mate, de Concórdia (SC), se tornou a primeira ervateira brasileira autossustentável em energia, ao investir quase R$ 100 mil em um sistema de eletricidade produzida a partir da luz do sol. Com isso, a empresa garantiu abastecimento de todo o parque de máquinas, além de economizar em conta de luz e reduzir impactos ao meio ambiente.

“Nós não pensamos no barateamento do custo (da produção), mas sim na melhoria do processo. Já que ficamos do lado de uma reserva florestal buscamos uma forma de gerar menos impacto”, disse Gilnei Ghenson, diretor da Gheno Erva-Mate.

Os 32 módulos de painéis fotovoltaicos instalados na propriedade dão uma capacidade total de 16,743 kWp. Já no primeiro mês após a instalação, ainda sem operação completa do sistema, a empresa economizou 77% na conta de energia. De acordo com o diretor, a média mensal do valor da conta de energia elétrica da empresa girava em torno de R$ 2,2mil, com apenas 15 dias de funcionamento do sistema o valor da conta caiu para R$ 500. “Nossa meta é de nos próximos meses zerar o custo com energia”, disse o diretor. A produtora de erva-mate financiou 80% do investimento, com parcelas que serão cobertas pelo dinheiro que será economizado.

O uso da energia solar em uma produção como a da Gheno, que gera de 80 mil a 100 mil kg mensais de erva-mate processada, pode, ao longo de 25 anos de operação, evitar a emissão de 308.185 kg de CO2 na atmosfera, o que equivale a um carro 1.0 rodado 174.116 km, 566 árvores terem sido plantadas ou a “Pegada de Carbono” de seis pessoas. (Globo Rural)

Fonte: Michel Teixeira

Primeiro sítio de agricultura familiar com energia solar de MS está em Ivinhema

Com apoio da Agraer e do Pronaf, investimento foi de R$ 42 mil.

Da Redação / Imagens: Divulgação/Agraer

Conhecido pelos investimentos em agricultura familiar, Ivinhema lidera mais uma iniciativa para o setor em Mato Grosso do Sul. Agora, o município é o primeiro do Estado a contar com um sítio mantido a partir de energia solar. A iniciativa foi desenvolvida com apoio da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Para desenvolver a medida, foram investidos cerca de R$ 42 mil. O financiamento ficou por conta do Pronaf, que permitiu juros de 5,5% ao ano, além de carência de três anos e prazo de 10 anos para pagamento. “O valor em si é caro, mas você está investindo em sua propriedade e tem toda a questão do parcelamento com taxas de juros abaixo do mercado, sem contar a economia na redução da conta de luz", afirmou a agricultora Maria Salete Boemer.

Para a produtora, o empréstimo acaba se pagando “pela economia que eu estou fazendo". “Esses dias eu estava comentando com a família que nunca paguei uma coisa com tanto gosto como estou pagando esse empréstimo. A minha conta de energia deste mês é de R$ 24,00 e eu cheguei a pagar R$ 130, R$ 140 e R$ 160 e, às vezes, até um pouco mais. O meu filho que também faz uso da energia, mora aqui do lado, vai pagar R$ 29,00”, complementou Maria. 

O sistema consegue gerar energia para abastecer o sítio, incluindo eletrodomésticos e iluminação da residência, além de auxiliar na produção de leite, ao levar energia para o triturador, ordenhadeira e outros equipamentos. A capacidade de geração está em mais de 700 kwh/mês somente com energia solar, que é processada através de 32 m² de placas fotovoltaicas. 

E mesmo com o céu nublado, há produção. “O sistema já vem com para-raio, tem garantia de 25 anos e a gente está produzindo mais energia do que o esperado", acrescentou a agricultora.


Expansão 

Com metas atingidas, a Agraer agora estuda desenvolver o mesmo projeto para outras propriedades rurais. Além da economia, a medida também contribui para a sustentabilidade e isso pode agregar valor aos produtos de agricultores familiares.

A agência divulgou que há estudos que indicam uma produção de energia ainda sem ser aproveitada. "Uma minúscula proporção dos raios solares chega à Terra, o equivalente a 3.766.800 hexajoules de energia por ano. Para se ter uma ideia, um joule, parcela ainda menor de energia, é a quantidade que gastamos para erguer uma maçã, por exemplo", divulgou.

“O agricultor familiar que tiver interesse pode procurar uma das unidades da Agraer em qualquer um dos 79 municípios do Estado. Estamos à disposição para elaborar o projeto de crédito rural que possibilita o acesso ao financiamento deste tipo de sistema”, destacou o coordenador regional da Agraer de Nova Andradina, Sandro Polloni.

Energia solar se torna solução no agronegócio

Cada vez mais o setor vem se aperfeiçoando e inserindo tecnologias que garantem o avanço ininterrupto do segmento.

Considerado um dos segmentos mais proeminentes na economia nacional, o agronegócio tem seus segredos para estar em constante ascensão no Brasil. Um exemplo dessa potência é a avicultura brasileira, um dos principais braços do setor, que tem cuidado a cada dia para manter-se no topo do ranking dos maiores exportadores de carne de ave do mundo. No entanto, com a chegada da primavera e do verão, épocas do ano com maior índice de chuvas repentinas e quedas de energia, algumas empresas localizadas em áreas rurais, como granjas, entram em estado de alerta.

Essa preocupação chega com um objetivo aparentemente simples: não deixar os criadouros sem energia suficiente para garantir a temperatura ideal aos animais, fator importante para o sucesso da produção animal. Mas a principal pergunta para suprir essa necessidade é: como garantir energia nestes ambientes, ainda mais nessas estações do ano?

De acordo com o diretor de marketing e comercial da NHS, Ronaldo Paiva, empresa especializada na fabricação de inversores destinados ao mercado de energia solar, uma das alternativas é a instalação de sistemas fotovoltaicos, que ajudam a gerar energia através da captação da luz do sol.

“As principais indústrias do agronegócio, hoje, contam com equipamentos eletrônicos sofisticados em suas unidades operacionais, como granjas e criadouros. E como todos estes equipamentos precisam de energia para funcionar é importante que estas empresas se adaptem para que não haja falta de energia e a produção animal continue com o status de excelência”, comenta o executivo.

Novidades para o futuro

Segundo Ronaldo, já no primeiro semestre de 2018, a empresa disponibilizará ao mercado os primeiros modelos de inversores solares híbridos. O equipamento, junto ao sistema fotovoltaico e baterias, vai possibilitar ao consumidor a geração e o armazenamento de energia para o consumo no período noturno.

“Existe uma grande expectativa do mercado para este novo produto, previsto para meados do início do próximo ano. Além de garantir autonomia de energia no período da noite, mesmo sem o fornecimento da concessionária, o sistema vai reduzir significativamente os gastos com energia”, conclui Ronaldo.

Fonte: segs

Combinar Painéis Solares Com A Agricultura Torna A Terra Mais Produtiva


Os painéis solares são coisas maravilhosas, mas eles ocupam muito espaço, especialmente para sistemas maiores, de escala de utilidade. Em alguns países densamente povoados, como a China e a Índia, onde a perda de terras agrícolas pode levar a pessoas com fome, estão sendo construídas fazendas solares flutuantes para aproveitar a superfície de lagos e rios. Pesquisadores do Instituto Fraunhofer para sistemas de energia solar conduziram um experimento perto do lago de Constança – que faz fronteira com a Alemanha, Lichtenstein e Suíça.

De acordo com um comunicado de imprensa da Fraunhofer, o experimento envolve 720 painéis solares bi-faciais que cobrem cerca de um terço de um hectare de terra agrícola. Os painéis estão montados o suficiente para permitir que as culturas plantadas abaixo recebam quase tanto sol quanto fariam se os painéis não estivessem lá e para permitir que a maquinaria agrícola funcionasse sob eles. Após um ano de testes, a pesquisa mostrou que o sistema de dupla utilização aumentou a produtividade total da terra em 60%.

Fraunhofer refere-se ao sistema de dupla utilização como “agrofotovoltaica”, ou APV. “A APV tem o potencial de abrir novo espaço que é urgentemente necessário para a expansão da FV na Alemanha, diz o professor Hans-Martin Henning, diretor do Fraunhofer ISE. “Ao mesmo tempo, a APV pode mitigar os interesses conflitantes entre a agricultura e os sistemas fotovoltaicos de espaço aberto para terras viáveis. Antes da disponibilidade do mercado, no entanto, outros setores e sistemas de tamanho diferente ainda precisam ser testados. Além disso, a integração técnica deve ser avançada, por exemplo, a implementação do armazenamento “.

As primeiras culturas testadas foram trigo de inverno, batatas, celeríaco e capim de trevo. “O rendimento do capim do trevo sob a matriz fotovoltaica foi apenas 5,3 por cento menos do que o plano de referência”, informa a professora Petera Högy, especialista em agricultura da Universidade de Hohenheim. O rendimento para batatas, trigo e celíacos foi cerca de 19 por cento menos.

“Do ponto de vista da ciência agrícola, a agrofotovoltaica é uma solução promissora para aumentar a eficiência do uso da terra e a parcela de energia renovável fornecida pelo setor agrícola”, diz a professora Iris Lewandowski, que lidera o departamento de produtos bio-baseados e culturas energéticas em a Universidade de Hohenheim.

A instalação solar de 194 quilowatts gerou 1266 quilowatts-hora de eletricidade por quilowatt instalado, um terço do que o valor médio de 950 quilowatts-hora por quilowatt na Alemanha. 40% da potência produzida foi utilizada para carregar as baterias do equipamento elétrico e colher colheitas. A equipe acredita que 70% da energia poderia ser utilizada se uma bateria de armazenamento fosse incluída no sistema.

“Para fornecer a prova de conceito necessária antes da entrada no mercado, precisamos comparar outras aplicações técnico-econômicas da APV, demonstrar a transferibilidade para outras áreas regionais e também realizar sistemas maiores”, diz o gerente de projeto, Stephan Schindele. As experiências envolvendo energia solar em combinação com frutas, bagas, lúpulo e uvas são planejadas para o futuro, juntamente com várias tecnologias, como armazenamento de energia, filmes especiais com células solares orgânicas e sistemas de tratamento de água solar fotovoltaica.

Embora seja necessária mais pesquisa, os resultados iniciais indicam que a APV é um avanço significativo para a energia solar nas configurações agrícolas.

Fonte: Folha Sustentável

Estufa solar inteligente gera energia elétrica de forma sustentável

Os tomates e os pepinos estão entre as principais culturas produzidas em estufa em todo o mundo. As plantas são sensíveis não apenas à intensidade da luz, mas também à cor.

Estufa solar inteligente | Reprodução

Colocar painéis solares num telhado é uma boa ideia. Cultivar alimentos em uma estufa também é uma ótima ideia. Mas colocar essas ideias em comum geralmente não funciona porque os painéis solares bloqueiam a luz solar, e as plantas precisam florescer. Pesquisadores da Universidade da Califórnia, criaram uma nova tecnologia de painéis solares que chamam de sistemas fotovoltaicos. Ele usa parte do espectro de luz visível para gerar eletricidade.

Quais são as vantagens de usar uma Estufa solar inteligente para a agricultura?

Os sistemas fotovoltaicos seletivos de comprimento de onda (WSPV) usam painéis de telhado transparentes embutidos com um corante magenta luminescente para absorver alguns dos comprimentos de onda azul e verde da luz solar e transferi-lo para tiras fotovoltaicas estreitas que geram eletricidade. Os outros comprimentos de onda passam para o interior da estufa. Qual o resultado? Uma energia solar que custa menos por watt do que os sistemas convencionais existentes no telhado, e um aumento no crescimento de muitas frutas e vegetais através do novo sistema.

Dentro de duas estufas experimentais – uma no campus e outra em Watsonville, Califórnia – a equipe levantou 20 variedades de tomates, pepinos, limões, limas, pimentas, morangos e manjericão. “80% das plantas não foram afetadas, enquanto 20% realmente cresceram melhor sob as janelas magentas”, relata Michael Loik, professor de estudos ambientais da Universidade da Califórnia.

Ele é o principal autor de um artigo sobre o programa publicado na edição atual do jornal Earth’s Future da American Geophysical Union. “Demonstraram que” estufas inteligentes “podem capturar energia solar para eletricidade sem reduzir o crescimento da planta, o que é bastante emocionante.” Há mais boas notícias. As plantas nas estufas equipadas com WSPV usaram 5% menos de água do que aquelas criadas em instalações convencionais.

“Eu pensei que as plantas crescessem mais lentamente, porque é mais escuro sob esses painéis rosa. A cor da luz faz com que seja como estar no Planeta Vermelho “, diz Loik. “As plantas são sensíveis não apenas à intensidade da luz, mas também à cor.

O uso de estufas para crescer frutas e vegetais em todo o mundo aumentou 600% nos últimos 20 anos e as estufas agora cobrem o equivalente a 9 milhões de acres – o dobro do tamanho de Nova Jersey. “É grande e está ficando maior”, diz Loik. “O Canadá depende fortemente de estufas para a produção de vegetais e seu uso também está crescendo na China.” Os tomates e os pepinos estão entre as principais culturas produzidas em estufa em todo o mundo. As estufas plásticas também estão se tornando populares para a agricultura comercial em pequena escala e a produção de alimentos domésticos, acrescenta.

As estufas consomem muita eletricidade para dirigir os ventiladores, as luzes, os tubos e os sistemas de monitoramento dentro. “Esta tecnologia tem o potencial de tirar inundações offline”, diz Loik, especialista em mudanças climáticas, fisiologia vegetal, recursos hídricos e tecnologias sustentáveis. O custo por watt do sistema WSPV é de 65 centavos por watt – cerca de 40% menos do que o custo por watt das células fotovoltaicas tradicionais à base de silício. “Se as estufas geram eletricidade no local, isso reduz a necessidade de uma fonte externa, o que ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa ainda mais”, acrescenta. “Estamos nos movendo em direção a estufas auto-sustentáveis”.

Esta é mais uma boa notícia sobre o casamento da energia solar e da agricultura. O Instituto Fraunhofer para sistemas de energia solar, na Alemanha, informa que os painéis solares montados acima das terras agrícolas podem aumentar a eficiência de cada acre de terra em até 60%. O aquecimento global já está mudando a agricultura tradicional. As estufas podem ser vitais para alimentar o planeta nos próximos anos, uma vez que a mudança climática torna algumas áreas agrícolas menos produtivas, reduzindo os rendimentos por acre.

Fonte: Folha Sustentável

Agricultor usa energia solar de forma criativa no campo

As células solares foram ligadas a uma bateria de veículo, que ajuda no bombeamento de água para a plantação.
Ernane cavou um poço, mas os motores para levar a água até o roçado trabalham com 220 Volts, impossível de se instalar por falta de energia ( Fotos: Marcelino Júnior )

Morador do Sítio Furnas, a cerca de cinco quilômetros de Taperuaba, distrito deste Município de Sobral no Norte do Estado do Ceará, o agricultor Ernane Pinto Vasconcelos, 68, aprendeu cedo a utilizar da criatividade para lidar com as dificuldades impostas pela árdua vida no campo.

Acostumado, desde criança, com a lida diária da roça, Ernane segue investindo no cultivo de arroz, milho, feijão, hortaliças, frutas e verduras para seu sustento. Mas, sem energia elétrica, o agricultor ficava impossibilitado de ampliar sua produção, por meio da irrigação. Dessa forma, contava apenas com o período das escassas chuvas para potencializar a plantação, que nunca usou agrotóxicos.

Placas Solares

Para ter um melhor aproveitamento das precipitações da quadra chuvosa, que chegaram a 600 mm, neste ano, na região, Ernane escavou um poço profundo; mas os motores mais comuns para levar a água até o roçado trabalham com 220 Volts, impossível de se instalar pela falta de energia no local. Numa oportunidade única, o agricultor encontrou células de placas solares que tinham sido descartadas, por uma escola na comunidade, por estarem danificadas e sem utilização.

A ideia foi consertar o equipamento e encontrar um meio de utilizá-lo no campo. Após alguns testes, Ernandes comprou a fiação necessária e ligou as placas a uma bateria comum, de veículo, com 12 Volts, recarregável. Outras pequenas peças de autos, como coroas, piões e correntes, também foram necessárias para finalizar a engenhoca.

Mesmo com apenas o conhecimento básico sobre instalações elétricas, o resultado do improviso do agricultor foi positivo, o que ampliou as possibilidades de produção para o agricultor, que utiliza o equipamento, com sucesso, há quatro anos. “Eu fiz um esquema para controlar a voltagem, que, dependendo da intensidade dos raios solares, pode aumentar muito a energia distribuída pela bateria até os motores, responsáveis pelo bombeamento da água do poço até a plantação, sempre verdinha”, explica o agricultor, que viu na necessidade diária, a criatividade necessária ao empreendimento.

Demanda

Além da busca pela melhoria das condições de manutenção do sítio onde mora, Ernane revela que, por conta dos custos, ainda não tem os recursos financeiros necessários para incrementar as atividades no campo.

“Na época, eu fiz uma pesquisa, e pela minha necessidade, para dar conta de toda a demanda por energia, aqui do sítio, eu precisaria de umas 20 placas como as que utilizo. Mas elas são caras, chegando a cerca de R$ 900 a R$ 1.000, cada célula de 250 Watts”, revelou.

“Eu considero o seu Ernandes um agricultor experimentador, aquele que está sempre em busca de novidades para inovar. Esse sistema montado por ele ajuda na irrigação de uma forma diferenciada. O mais incrível é que ele consegue plantar até arroz, nessas condições, além de tudo por aqui ser orgânico. Quando ele não tem Sol o suficiente para mover a engrenagem, conta, ainda, com a ajuda da energia eólica por meio de um catavento, feito por ele mesmo, que é uma segunda fonte de energia renovável para o ano inteiro.

Duas saídas criativas, ainda mais para quem mora distante. Ele, com certeza, é um grande exemplo para a agricultura familiar aqui de Taperuaba”, parabenizou o engenheiro agrônomo Dário Leite Costa, que, vez ou outra, tem trocado algumas informações e ideias sobre técnicas de cultivo com o experiente agricultor.

Enquete

- O que acha do uso da energia solar na roça?

“Eu estranhei, no início, mas, com o tempo, vi que era uma forma simples de dar conta da roça. Já serve de exemplo para os outros moradores que não têm condições de investir em instalação de rede elétrica”

José Rodrigues de Sousa

- Agricultor

“O investimento é caro para a instalação de equipamentos de irrigação, por isso, ser criativo é uma vantagem. Ele serve como inspiração para mim e outros jovens, que aprendemos muito com suas ideias”

Fonte: Diário do Nordeste

Energia solar fotovoltaica para agricultura: colhendo a energia do Sol!


Os altos preços da energia elétrica reduzem a produtividade do setor de produção e da agricultura brasileira. A fim de fornecer eletricidade barata em áreas remotas, a utilização da energia solar fotovoltaica oferece soluções especificamente projetadas para o setor agrícola ajudando na redução dos custos com a energia.

Geração de Energia Solar 

Os criadores de frango descobriram que a energia solar fotovoltaica no telhado contribui para reduzir seus custos gerais de energia.

O uso óbvio e prático da geração de energia solar é compensar a energia elétrica utilizada pelas instalações para várias tarefas, desde a iluminação até as diversas máquinas utilizadas na propriedade. Recentemente, os agricultores, os pecuaristas, e em especial os criadores de frango descobriram que a energia solar fotovoltaica contribui para reduzir seus custos gerais de energia para um gasto mínimo. Os retornos e benefícios de tal investimento são claros para todos, especialmente nas atividades onde as margens são tradicionalmente estreitas. Os edifícios agrícolas (galpões, celeiros, aviários, outros), com os seus grandes espaços no telhado ou nas propriedades com área para instalação ao solo, são ideais para a colocação de sistemas de energia solar fotovoltaica.

Bombeamento de água com energia solar 

Investir no bombeamento solar na agricultura reduz os custos com energia na irrigação.

Ambos sistemas de irrigação conectados ou isolados da rede elétrica podem utilizar a energia do Sol instalando um sistema especificamente projetado para atender às exigências da bomba de água. As bombas para irrigação geralmente estão localizadas em áreas com custos altos e não confiáveis ​​tanto para o uso de combustível quanto para a energia elétrica da rede. 

Os sistemas fotovoltaicos são econômicos para o abastecimento remoto de água do gado, para aeração das lagoas e para pequenos sistemas de irrigação. Investir na agricultura de bombeamento solar irá reduzir os custos com energia na irrigação e também criar segurança energética para o futuro, uma vez que a vida útil do sistema de energia solar pode fornecer energia de baixo custo por mais de 25 anos.

Produtor investe em sistema fotovoltaico de energia, em Cristalina-GO



Devido ao alto consumo, a energia elétrica na Fazenda Figueiredo está por um fio. A propriedade de 3 mil hectares fica em Cristalina, cidade goiana no entorno do Distrito Federal, e é conhecida pela alta tecnologia empregada nos processos produtivos. A fazenda conta apenas com a rede da Celg Distribuição e um gerador, sistema incapaz de garantir o suprimento diário. A saída foi a instalação de uma usina com quase 2 mil painéis fotovoltaicos para geração de energia solar, a um custo de R$ 2 milhões. Algo em torno de R$ 7 mil para cada quilovolt-ampère (kVA), sendo que a usina vai ser enquadrada no Grupo A, ou seja, acima de 112 quilovolt-ampère.

A fazenda é pioneira no Brasil quando o assunto é o sistema de geração de energia solar flutuante, instalado em um lago artificial de 4 mil metros quadrados. O espaço foi construído para armazenar a água das chuvas. Apesar do alto investimento, ainda há o temor de escassez de energia para abastecer a ordenha, a fábrica de ração automatizada e o resfriador de leite. É o que conta o dono da Fazenda Figueiredo, o agropecuarista Luiz Carlos Figueiredo, cansado dos transtornos provocados pela insuficiência do recurso.

O projeto foi iniciado em novembro de 2016 e concluído no mês de abril. Mas ainda aguardava, no final de julho, a ligação com a rede da Celg, já que a energia fotovoltaica precisa de outra energia para funcionar. E, além disso, parte da produção retorna à rede da distribuidora.

“É um projeto-piloto para atender a ordenha e a leiteria. O resfriamento do leite é feito em três tanques, mas só posso usar metade dos equipamentos, devido à insuficiência de energia”, diz Figueiredo, ao destacar que os processos produtivos na propriedade passam por rigoroso planejamento, visando agredir ao mínimo o meio ambiente.

A fazenda adota o conceito de sustentabilidade, que abrange desde o uso racional da água nos estábulos à separação dos dejetos dos animais, com vista à posterior geração de gás. Para isso, Figueiredo conta que já pensa em adquirir biodigestores. “Aí o ciclo fica completo. Mas preciso de energia para trabalhar e a fotovoltaica se apresentou como alternativa sustentável aqui na fazenda”, conta, animado e já pensando em outra usina para abastecer os equipamentos de irrigação.

Figueiredo diz que até pensou na geração de energia eólica (ventos). Mas precisaria de mais espaço. A hidráulica precisaria de água em abundância, um recurso que também precisa ser preservado. “Somos atendidos pela Celg, a um custo mensal de aproximadamente R$ 30 mil, mas a energia está no limite e eu uso apenas metade dos equipamentos. Preciso produzir e a energia é decisiva no processo”, argumenta o agropecuarista, que espera o retorno do investimento em até seis anos. Com gerador a diesel, ele gasta outros R$ 15 mil e a energia ainda é insuficiente.

Na propriedade, a ordenha, o resfriamento do leite e a fábrica de ração compõem o conjunto de equipamentos, que conta ainda com aproximadamente 200 ventiladores para o conforto de 852 animais em lactação. O conforto animal, conta, representa o maior gasto em energia. Além da ventilação, são utilizados sprays com água para derrubar a temperatura dos animais, todos de genética holandesa pura. O resultado são 26.639 litros diários de leite, com produtividade média de 31,5 litros por vaca, diariamente. O objetivo é atingir os 40 litros diários. A ordenha suporta tranquilamente a produção diária de 30 mil litros. Mas é preciso energia para funcionar em toda a potência.


Consumo

Hoje, com a produção nesse patamar, o consumo de energia da Celg na propriedade é de 77 mil quilovolt-ampère, mensal. O produtor vai continuar com a energia da Celg após a usina entrar em funcionamento. E ainda vai manter o gerador. “Preciso aumentar a produção para otimizar o sistema e aproveitar a estrutura que possuo na fazenda.” Se fosse utilizar todo os equipamentos da propriedade, seriam necessários 500 quilovolt-ampère, diariamente.

A Figueiredo dispõe de alta tecnologia, além de, segundo ele, possuir um dos melhores rebanhos de gado holandês da América Latina. Uma promissora aposta na diversificação da produção. Hoje, conta ele, é feita a coleta de embrião para que a vaca nelore produza bezerro holandês, iniciativa que já tem dado excelentes resultados. “É uma atividade muito profissional, não é para qualquer um”.

Questionado sobre as vantagens da instalação da usina, Figueiredo diz que o sistema não será capaz de atender o consumo total, mas espera economia de 80% com energia. “Tudo feito com recurso próprio”. A usina flutuante, por ser instalada em um lago, também pode gerar até 15% a mais de energia devido às condições térmicas.

E, sobre a água, as placas ainda contribuem para evitar até 70% da evaporação da água. Por fim, a facilidade de limpeza do equipamento, já que há água disponível. “Nosso futuro, o das usinas hidrelétricas, está limitado. A maior fonte de compensação é a fotovoltaica”, diz.

No que diz respeito à diversificação da produção, a fazenda também poderá produzir, em breve, gás a partir do esterco animal. É outro sonho acalentado por Figueiredo, que almeja avançar mais, em menos de dez anos. Hoje é feita, além da silagem e produção de aveia para alimentação do rebanho, a compostagem orgânica. A água que lava os estábulos é separada do sedimento sólido (fezes) e, depois de adicionada água limpa, é utilizada nos equipamentos de irrigação nas lavouras.

Na Fazenda Figueiredo, 600 hectares são irrigados. A produção de feijão em 400 hectares tem produtividade de 50 sacas de 60 quilos por hectare. No cultivo de verão, a soja é uma das commodities, com produtividade de 60 sacas de 60 quilos por hectare. A produção de aveia compreende 200 hectares irrigados para semente e feno. Em outra fazenda de Figueiredo (são seis, no total, distribuídas entre Goiás, Minas e Paraná),1 mil hectares de café irrigado, com produtividade de 50 sacas de 60 quilos por hectare. A produção é exportada para a Europa.

Procurada pela reportagem, a área de Planejamento de Sistemas da Celg Distribuição (Celg D) esclareceu que já foram registradas na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 217 unidades de geração, sendo 16 rurais, enquadradas como mini ou microgeração. Do total, três são térmicas a biomassa, e o restante (214) são fotovoltaicas. As unidades estão com os processos completamente concluídos e estão em operação.

O sistema de medição possui medidores específicos que registram a energia entregue pela distribuidora, no caso a Celg, e a energia recebida como excedente da energia gerada. “Energia excedente é a diferença entre o consumo próprio da unidade consumidora, e a energia gerada pelo sistema fotovoltaico, ou térmico à biomassa”, esclarece o departamento, por e-mail. Todo o processo é regulamentado pela Aneel.


Inovação que garante resultados

A usina da Fazenda Figueiredo é o primeiro projeto do Brasil a ser erguido em uma propriedade rural e conectado diretamente à rede de energia. Para concluí-lo houve consultoria da MTEC Energia, empresa responsável pela construção, além de técnicos da França e da Alemanha. “Quando eu decidi implantar a usina na minha fazenda, fiz questão de escolher o que havia de melhor no mercado para que os resultados também sejam os melhores”, afirma Luiz Figueiredo.

Diretor-executivo da MTEC, o engenheiro eletricista José Carlos Tormim conta que a usina apresenta três diferenciais das demais no País. “O primeiro deles é a eficiência, já que o aumento de geração de energia se deve em função do resfriamento da temperatura dos painéis fotovoltaicos instalados no espelho- d’água”. Estudos feitos pela empresa Ciel& Terre International apontam que este tipo de tecnologia gera aproximadamente 14% a mais de eletricidade do que a geração solar em terra ou no telhado.

O segundo diferencial é que os painéis impedem até 70% da evaporação do lago na qual está instalada, além de ocupar uma área que, até então, estava em desuso. É também um sistema híbrido. “A usina foi projetada para trabalhar ligada tanto à rede de energia elétrica, quanto a um grupo motor- gerador”, argumenta Tormim.

Quando a rede elétrica estiver fora de funcionamento, ocasionado por queda de energia, o gerador a diesel é acionado automaticamente. E, com isso, a geração de energia não é interrompida. “Nessa situação, a energia fotovoltaica reduz significativamente o consumo de combustível do gerador”, ressalta.

Na Fazenda Figueiredo foram instalados 1,15 mil painéis, totalizando 304 quilowatt-pico (kWp), garantindo uma produção estimada de 50 megawatt-hora (MWh), mensalmente. A energia produzida na propriedade equivale às necessidades anuais de consumo de mais de 170 casas populares.

Em um cenário altamente promissor e ambientalmente sustentável, a geração de energia solar no País deve atingir o patamar de 1 mil megawatts (MW) de capacidade instalada até o final deste ano, conforme projeção da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Um salto de 325% em relação à capacidade atual de 235 megawatts. Ou seja, suficiente para abastecer aproximadamente 60 mil casas, com até cinco pessoas em cada.

A estimativa põe o Brasil entre os 30 principais geradores dessa fonte de energia no mundo. E a expectativa do segmento é estar entre os cinco primeiros até 2030 em potência instalada anual. Os investimentos até o fim de 2017 devem totalizar R$ 4,5 bilhões.


Expansão

Parceria recente entre a empresa brasileira Sunlution e a francesa Ciel & Terre International quer lotar os reservatórios das hidrelétricas de painéis solares. Detentora da tecnologia para usinas flutuantes, a francesa chega ao Brasil visando atender esse nicho.Sócio-diretor da Ciel& Terre Brasil, Orestes GonçalvesJunior concedeu entrevista por e-mail à Safra e atestou que a Fazenda Figueiredo é pioneira na instalação da usina solar flutuante.

O projeto resulta de um consórcio entre a empresa MTEC com projeto elétrico e Ciel & Terre Brasil (com desenho da ilha e projeto de ancoragem). Os equipamentos são da marca WEG. Há outros dois projetos de 5 megawatts cada, nas usinas hidrelétricas de Balbina (no município de Presidente Figueiredo/AM) e Sobradinho (localizada nos municípios de Sobradinho e Casa Nova/BA).

Dentre os benefícios, Gonçalves Junior destaca que, ambientalmente, a geração solar flutuante é a que representa o menor impacto. “A área utilizada, chamada de antropizada, representa uma área alterada por consequência de atividade humana ou uma área cujas características originais foram alteradas”.

Portanto, os açudes e lagos são áreas “já impactadas que receberão uma usina solar flutuante que ambientalmente terá impacto neutro ou mesmo positivo. Ponto importante é a preservação de áreas produtivas”. Não há, segundo ele, prejuízos com geração solar flutuante, há fazendas de peixes que cobrem parte do lago artificial com usinas solares flutuantes, já que os peixes se reproduzem por baixo da usina.

Ele explica que as usinas solares flutuantes são colocadas em lagos e açudes, sobretudo em locais onde se despejam esgoto sem tratamento de forma a evitar a fotossíntese e não proliferar algas. “Com isso, contribuindo de forma eficaz (para mitigar) um problema enorme de não tratamento de esgoto que prejudica demais o meio ambiente”.

O funcionamento da usina solar flutuante tem as mesmas características da instalada em solo ou no telhado, com a vantagem de produzir mais energia que as outras duas formas (solo e telhado). Gonçalves Junior diz que o Brasil caminha rumo à sustentabilidade, mas falta acesso a financiamentos de longo prazo por bancos de desenvolvimento para estimular as pessoas físicas e jurídicas a investir em geração solar distribuída.

“Também será muito positivo estimularmos as pessoas a produzir para comercializar a energia com terceiros”. E, no caso da Fazenda Figueiredo, a taxa de retorno nominal supera os 21%, “o que representa um investimento muito melhor do que aplicar o dinheiro no banco”.

Há mais de 90 usinas do tipo no mundo em países com muito menos insolação que o Brasil. E há mais de 200 megawatts instalados e em instalação no planeta. “A geração solar flutuante preserva a terra para usos mais nobres e é ambientalmente mais correta, quanto ao respeito ao meio ambiente, que as outras formas de energia solar ou de outras fontes de geração”.

Usinas solares flutuantes – e a da Fazenda Figueiredo segue o padrão – são ancoradas nos lagos e reservatórios. A tecnologia suporta ventos de até 210 quilômetros por hora, além de ondas de até 1,5 metro. Os requisitos atendem preceitos internacionais.

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