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Goiás salta da 16ª para a 8ª posição no ranking nacional de geração de energia solar


Nos últimos dez meses, Goiás saltou da 16ª para a 8ª posição no ranking nacional de geração de energia solar distribuída. O crescimento é fruto direto do programa Goiás Solar, lançado pelo Governo de Goiás em fevereiro deste ano e coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima).

Para apresentar o balanço desses primeiros meses do programa, nesta terça-feira, dia 12, o secretário Vilmar Rocha reuniu membros do governo como os secretários Joaquim Mesquita (Segplan) e Francisco Pontes (SED), diretores da Celg G&T, Enel/Celg D, o presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, empresários e professores universitários.

“O programa Goiás Solar tem menos de um ano e já é uma referência nacional. Avançamos muito e agora já estamos planejando as ações para o ano que vem”, ressaltou o secretário. “O objetivo é alcançarmos no ano que vem a 6ª posição nacional em energia solar distribuída, que é essa que vai para as residências e para os prédios”, afirmou.

Lançado em fevereiro deste ano, o Programa Goiás Solar é parte do esforço do governo para a elaboração de políticas públicas e adoção de medidas que incentivem o consumo e a geração de energias limpas e renováveis, especialmente a solar, valorizando os recursos naturais estratégicos para o crescimento sustentável da economia goiana, o desenvolvimento de novos negócios, a geração de empregos, a preservação ambiental e o incentivo da cadeia produtiva.

O Goiás Solar atua em cinco eixos que tratam de questões tributárias, desburocratização, financiamentos, desenvolvimento e fomento da cadeia produtiva e ainda educação e comunicação. “O programa tem sido um ponto importante no impulsionamento da geração e do consumo de energia solar em Goiás”, destacou Vilmar Rocha. “Os equipamentos ainda são caros, mas temos trabalhado forte para baratear esses custos e criar linhas de financiamento específicos para a energia solar, inclusive a distribuída. O charme da energia solar é essa distribuída, porque ela é mais democrática e acessível”, completou.

Referência no País, o Goiás Solar ajudou a triplicar o número de usinas de energia solar fotovoltaica no Estado de Goiás, chegando a 412 instalações que geram cerca de 31.880 kilowatts por dia. Além disso, o programa propôs alianças estratégicas entre Estado, universidades, municípios, empresas, instituições financeiras e sociedade civil organizada. 

Outro dado importante apresentado na reunião é que o Goiás Solar tem auxiliado com a desburocratização e a redução da carga tributária, além da implementação de diversas iniciativas que corroboram com o desenvolvimento da geração e transmissão de energia solar. A intenção do Programa é capilarizar a geração de energia solar fotovoltaica para todas as regiões do estado, fomentando o uso desta energia em áreas urbanas e rurais.

Para o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, o rápido crescimento da energia solar em Goiás está diretamente relacionado a implementação do Programa Goiás Solar. Para ele, as estratégias, a metodologia utilizada e a concepção do Programa tem sido determinantes. “Este Programa saiu do papel e foi posto em prática”, afirmou. “Goiás é exemplo para o Brasil. O programa Goiás Solar é referência e tem sido apresentado em várias regiões do Brasil como um modelo a ser copiado”, disse.

Comunicação Setorial Secima

Fonte: Goiás Agora

Energia solar: um futuro sustentável

Apesar de seu uso ser discreto, o setor de energia solar cresceu 300% no último ano.


A energia solar fotovoltaica é gerada a partir da incidência de luz solar em placas fotovoltaicas. Seu uso pode reduzir em até 95% a dependência da energia distribuída pelas concessionárias. Além disso, trata-se de uma fonte renovável, sendo assim, de baixo impacto ambiental. No Brasil esta é uma opção viável para redu­ção de custos e está, apesar de ain­da pouco utilizada, em expansão.

O engenheiro eletricista Pedro Provázio explica que só no ano de 2016, o setor cresceu mais de 300%, com perspectivas ainda maiores para os próximos anos. “É preciso pensar em soluções que atendam às demandas sem prejudicar o meio ambiente. A energia fotovoltaica se utiliza basicamente da incidência solar. Com o investimento no siste­ma é possível garantir um retorno do valor despendido em aproxima­damente 5 anos”, afirma.

De acordo com a Associação Bra­sileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o Brasil possui 12.520 sistemas solares fotovoltaicos conec­tados à rede, trazendo economia e engajamento ambiental a 13.897 unidades consumidoras, somando mais de R$ 850 milhões em inves­timentos acumulados desde 2012. Dados mais recentes da área de al­ternativas energéticas renováveis e sustentáveis revelam mais expansão.

“Esses números cresceram muito rapidamente, nesse ano de 2017, já se tem mais de 16.000 sis­temas fotovoltaicos homologados gerando energia no Brasil. Gran­des usinas fotovoltaicas já estão funcionando e outras ainda maio­res estão em construção”, revela Marcelo Reis Viana, representan­te comercial BrS Energia.

Atualmente, o Fórum Perma­nente de Assuntos Relacionados ao Setor Energético do Estado de Goiás, instituído pela Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, é presidido pelo deputado estadual Simeyzon Oliveira, e tem como ob­jetivo fomentar o uso de fontes ener­géticas renováveis e não degradá­veis e integrá-las a matriz hidráulica em Goiás. Para a elaboração de polí­ticas públicas e adoção de medidas que buscam o desenvolvimento da energia solar em Goiás foi criado o Programa Goiás Solar.

Entre as principais ações do Goiás Solar, explica Simeyzon, es­tão a isenção de ICMS para micro e pequenos geradores e consumido­res de energia solar, a ampliação e a criação de linhas de crédito exclusi­vas para financiamento, a simplifi­cação do licenciamento ambiental para instalação de usinas solares, o uso de placas solares nas casas dos programas habitacionais do Estado, bem como o uso de energia solar em prédios públicos e o estímulo à vinda e criação de novos empreen­dimentos para o Estado.

“Há dois anos, quando instituí­mos o Fórum Permanente de As­suntos Relacionados ao Setor Ener­gético do Estado de Goiás, tínhamos 16 conexões de sistemas de energia renováveis, em todo o Estado. Com esses incentivos nós conseguimos sair de 16 conexões para 487 cone­xões. O Estado de Goiás ocupava o 18º lugar no ranking nacional e hoje já somos o 6º. Tivemos um avanço, em dois anos, imenso e a projeção com o programa Goiás Solar é que nos próximos dois anos vamos che­gar na primeira colocação, como Es­tado de maior produção de energia de fontes limpas”, avalia.

Deputado estadual Simeyzon Oliveira, responsável pelo Fórum Permanente de Assuntos Relacionados ao Setor Energético do Estado de Goiás, instituído pela Assembleia Legislativa(Foto:ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA)

O representante comercial Marcelo Viana: “Você pode reduzir sua conta em até 95%. O último cliente que instalei vai pagar o sistema em menos de 5 anos. Vai trocar 300 contas ou mais”

VANTAGENS

Para o presidente do Fórum Per­manente de Assuntos Relacionados ao Setor Energético do Estado de Goiás, Simeyzon Oliveira, as vanta­gens do uso da energia solar para a sociedade e meio ambiente são sig­nificativos em termos de economia e sustentabilidade. Ele menciona que a primeira vantagem é o fato de se tratar de energia limpa sustentável.

De acordo com ele um dos gran­des geradores dos gases de efeito estufa são as usinas termelétricas que têm sido ligadas com a crise hídrica aumentando os valores das tarifas, com queima do combustível fóssil e danos ao meio ambiente. Si­meyzon observa que sendo o Brasil signatário da da COP 21, acordo de extensão global para frear as emis­sões de gases do efeito estufa e para lidar com os impactos da mudan­ça climática, a redução dos gases de efeito estufa, principalmente o CO2, tornam-se prioridade.

“Nossa luta pelas energias reno­váveis tem dois viés: primeiro, na redução das tarifas com relação a utilizar o mínimo possível as ter­melétricas; segundo, pela questão de serem energias limpas, que não geram nenhum tipo de poluição e o Estado de Goiás tem um grande potencial nessa geração de ener­gia, tanto por biomassa ou fotovol­taica. Somos o segundo Estado em incidência solar no Brasil, logo nós temos um potencial imenso que ainda é pouco explorado”.

Para o representante comercial Marcelo Viana a energia solar foto­voltaica melhora a qualidade de vida das pessoas, ao evitar o envio de mi­lhões de toneladas de poluentes na atmosfera, além de ser uma fonte crescente de empregos e economia.

“Você pode reduzir sua conta em até 95%, depende da sua tarifa e em que grupo de consumidor você está enquadrado, entre outros fatores. O último cliente que instalei, o Stopbar no Parque Atheneu, vai pagar o sis­tema em menos de 5 anos. Vai tro­car 300 contas ou mais (300 meses, ou 25 anos, que é o tempo de garan­tia das placas fotovoltaicas), por me­nos de 60 contas (o payback é de cer­ca de 5 anos = 60 meses)”.

Ele acrescenta que empresas que optarem por financiamen­tos podem ter uma redução ime­diata de até 20% na conta. “Você troca uma conta que aumenta a cada ano por outra de menor va­lor e congelada em parcelas fixas. E, após quitar as parcelas, você passa­rá a pagar somente a taxa mínima”.

Marcelo esclarece que se uma pessoa tem interesse em instalar o sistema de energia solar em casa ela precisa procurar uma empresa especializada, de preferência que já tenha sistemas instalados, e leve/ envie a cópia ou foto da última con­ta de energia. “Pelos dados da con­ta o seu sistema é dimensionado utilizando um moderno software específico, e é elaborada uma pro­posta comercial com todas infor­mações necessárias para se anali­sar a viabilidade do negócio. Vale lembrar que ela é muito viável tam­bém para empresas. A economia é proporcional ao consumo, não im­porta o tamanho do consumidor”.

Ele ainda ressalta que as pessoas que produzem energia solar rece­bem créditos por quilowatts hora, que podem ser usados em até 60 meses. Em Goiás existem cerca de 200 unidades instaladas e homolo­gadas, que produzem energia solar. Marcelo fiz que Goiás subiu de 16º para o 8º em produção de geração distribuída e afirma que até o fim do ano que vem, sejam criadas 5 mil unidades em habitações populares.

Goiás é referência nacional em energia renovável

  • Wandell Seixas

Presidido pelo deputado esta­dual Simeyzon (PSC), o Fórum Per­manente de Assuntos Relaciona­dos ao Setor Energético de Goiás realizou ontem, 24, sua 15ª reunião, desta vez Auditório da Celg GT, em Goiânia. Humberto Tannus, vice­-presidente da Celg G&T, afirmou que a companhia tem cada vez mais investido nas energias reno­váveis no estado de Goiás, e para­benizou o trabalho do Fórum Per­manente de Energia.

Simeyzon iniciou a reunião fa­lando sobre os avanços que estão sendo conseguidos a partir das re­uniões do Fórum, e as perspectivas para o próximo ano, com a ideia de que o Programa Goiás Solar englo­be todas as fontes de energias reno­váveis possíveis de serem usadas em Goiás. “Nós temos muito ain­da que avançar ainda na questão das energias renováveis, e não te­nho dúvida que o que fazemos aqui deixará um legado para o estado de Goiás, mas também para o Brasil”, afirmou o presidente do Fórum.

O deputado Simeyzon salien­tou ainda que serão realizadas reuniões executivas de trabalho por cada segmento de fonte re­novável (fotovoltaica, biomassa, eólica, hidrelétrica, e outras) no dia 4 de dezembro.

A REUNIÃO

A primeira palestrante foi Danusia Arantes, superinten­dente da Secima, que falou so­bre a Perspectiva para o plane­jamento da matriz energética para 2018. Simeyzon fez questão – como presidente do Fórum–de parabenizar o trabalho realiza­do por Danusia e pela Secretaria.

Danusia afirmou que Goiás, hoje, é referência nacional na pro­dução de energia renovável, e é ins­piração para diversos estados do Brasil, inclusive com a meta de es­tar entre os três maiores distribui­dores de energia renovável do país. Outro ponto importante informa­do pela superintendente da Seci­ma é o projeto de municipalização do Goiás Solar, “que irá gerar novos negócios e mais prospecção de em­presas para estas cidades”, afirmou.

Marcel Bruno, diretor-técnico da Agehab, falou sobre a conquis­ta do prêmio “Construir Mais – 2º Prêmio Sinduscon-GO de Boas Práticas”, que premiou o Progra­ma Casa Solar, que já instalou mais de 300 unidades de gera­ção distribuída fotovoltaica em casas populares em Goiás.

Augusto Francisco da Silva, di­retor técnico comercial da Celg GT, falou sobre os avanços da Celg GT em relação às usinas hidrelétricas e fotovoltaicas. A Celg GT possui hoje 31 empreendimentos hidrelétricos, com participação de 122MW da Celg GT, de um total de 628MW. Na área de geração solar fotovoltaica, seis usinas estão sendo construídas, e produzirão 30MW (5MW cada). A primeira deve entrar em opera­ção no primeiro semestre de 2018.

O diretor administrativo da W.S Indústria – Energia Eólica, Gabriel Henrique Carvalho, e o diretor téc­nico, Vinícius Jorge Neves, falaram sobre o projeto de geração de ener­gia eólica no estado de Goiás.

O projeto tem como objetivo de desenvolver um aerogerador de eixo vertical (AEV) com ren­dimento que pode chegar a 30% maior que o convencional, e que possa ser utilizado em regiões de baixa incidência de ventos. Alber­to Adriano Sjobom Junior, enge­nheiro da Saneago, fez palestra sobre o aproveitamento energé­tico da Barragem João Leite.

Enes Gonçalves Marra, enge­nheiro professor da UFG, ainda fa­lou sobre a experiência na partici­pação da Missão Econômica Goiás/ Israel. Oseias Varão (PSB), vereador de Goiânia, se tornou, nesta 15ª Re­união, o representante oficial do Fó­rum na Câmara Municipal da ca­pital, e afirmou que irá trabalhar na municipalização do Programa Goiás Solar, sendo uma conexão en­tre o estado e o município.

As reuniões do Fórum Perma­nente de Energia voltam a aconte­cer no dia 23 de fevereiro.

Fonte: DM / Cotidiano

Produtor investe em sistema fotovoltaico de energia, em Cristalina-GO



Devido ao alto consumo, a energia elétrica na Fazenda Figueiredo está por um fio. A propriedade de 3 mil hectares fica em Cristalina, cidade goiana no entorno do Distrito Federal, e é conhecida pela alta tecnologia empregada nos processos produtivos. A fazenda conta apenas com a rede da Celg Distribuição e um gerador, sistema incapaz de garantir o suprimento diário. A saída foi a instalação de uma usina com quase 2 mil painéis fotovoltaicos para geração de energia solar, a um custo de R$ 2 milhões. Algo em torno de R$ 7 mil para cada quilovolt-ampère (kVA), sendo que a usina vai ser enquadrada no Grupo A, ou seja, acima de 112 quilovolt-ampère.

A fazenda é pioneira no Brasil quando o assunto é o sistema de geração de energia solar flutuante, instalado em um lago artificial de 4 mil metros quadrados. O espaço foi construído para armazenar a água das chuvas. Apesar do alto investimento, ainda há o temor de escassez de energia para abastecer a ordenha, a fábrica de ração automatizada e o resfriador de leite. É o que conta o dono da Fazenda Figueiredo, o agropecuarista Luiz Carlos Figueiredo, cansado dos transtornos provocados pela insuficiência do recurso.

O projeto foi iniciado em novembro de 2016 e concluído no mês de abril. Mas ainda aguardava, no final de julho, a ligação com a rede da Celg, já que a energia fotovoltaica precisa de outra energia para funcionar. E, além disso, parte da produção retorna à rede da distribuidora.

“É um projeto-piloto para atender a ordenha e a leiteria. O resfriamento do leite é feito em três tanques, mas só posso usar metade dos equipamentos, devido à insuficiência de energia”, diz Figueiredo, ao destacar que os processos produtivos na propriedade passam por rigoroso planejamento, visando agredir ao mínimo o meio ambiente.

A fazenda adota o conceito de sustentabilidade, que abrange desde o uso racional da água nos estábulos à separação dos dejetos dos animais, com vista à posterior geração de gás. Para isso, Figueiredo conta que já pensa em adquirir biodigestores. “Aí o ciclo fica completo. Mas preciso de energia para trabalhar e a fotovoltaica se apresentou como alternativa sustentável aqui na fazenda”, conta, animado e já pensando em outra usina para abastecer os equipamentos de irrigação.

Figueiredo diz que até pensou na geração de energia eólica (ventos). Mas precisaria de mais espaço. A hidráulica precisaria de água em abundância, um recurso que também precisa ser preservado. “Somos atendidos pela Celg, a um custo mensal de aproximadamente R$ 30 mil, mas a energia está no limite e eu uso apenas metade dos equipamentos. Preciso produzir e a energia é decisiva no processo”, argumenta o agropecuarista, que espera o retorno do investimento em até seis anos. Com gerador a diesel, ele gasta outros R$ 15 mil e a energia ainda é insuficiente.

Na propriedade, a ordenha, o resfriamento do leite e a fábrica de ração compõem o conjunto de equipamentos, que conta ainda com aproximadamente 200 ventiladores para o conforto de 852 animais em lactação. O conforto animal, conta, representa o maior gasto em energia. Além da ventilação, são utilizados sprays com água para derrubar a temperatura dos animais, todos de genética holandesa pura. O resultado são 26.639 litros diários de leite, com produtividade média de 31,5 litros por vaca, diariamente. O objetivo é atingir os 40 litros diários. A ordenha suporta tranquilamente a produção diária de 30 mil litros. Mas é preciso energia para funcionar em toda a potência.


Consumo

Hoje, com a produção nesse patamar, o consumo de energia da Celg na propriedade é de 77 mil quilovolt-ampère, mensal. O produtor vai continuar com a energia da Celg após a usina entrar em funcionamento. E ainda vai manter o gerador. “Preciso aumentar a produção para otimizar o sistema e aproveitar a estrutura que possuo na fazenda.” Se fosse utilizar todo os equipamentos da propriedade, seriam necessários 500 quilovolt-ampère, diariamente.

A Figueiredo dispõe de alta tecnologia, além de, segundo ele, possuir um dos melhores rebanhos de gado holandês da América Latina. Uma promissora aposta na diversificação da produção. Hoje, conta ele, é feita a coleta de embrião para que a vaca nelore produza bezerro holandês, iniciativa que já tem dado excelentes resultados. “É uma atividade muito profissional, não é para qualquer um”.

Questionado sobre as vantagens da instalação da usina, Figueiredo diz que o sistema não será capaz de atender o consumo total, mas espera economia de 80% com energia. “Tudo feito com recurso próprio”. A usina flutuante, por ser instalada em um lago, também pode gerar até 15% a mais de energia devido às condições térmicas.

E, sobre a água, as placas ainda contribuem para evitar até 70% da evaporação da água. Por fim, a facilidade de limpeza do equipamento, já que há água disponível. “Nosso futuro, o das usinas hidrelétricas, está limitado. A maior fonte de compensação é a fotovoltaica”, diz.

No que diz respeito à diversificação da produção, a fazenda também poderá produzir, em breve, gás a partir do esterco animal. É outro sonho acalentado por Figueiredo, que almeja avançar mais, em menos de dez anos. Hoje é feita, além da silagem e produção de aveia para alimentação do rebanho, a compostagem orgânica. A água que lava os estábulos é separada do sedimento sólido (fezes) e, depois de adicionada água limpa, é utilizada nos equipamentos de irrigação nas lavouras.

Na Fazenda Figueiredo, 600 hectares são irrigados. A produção de feijão em 400 hectares tem produtividade de 50 sacas de 60 quilos por hectare. No cultivo de verão, a soja é uma das commodities, com produtividade de 60 sacas de 60 quilos por hectare. A produção de aveia compreende 200 hectares irrigados para semente e feno. Em outra fazenda de Figueiredo (são seis, no total, distribuídas entre Goiás, Minas e Paraná),1 mil hectares de café irrigado, com produtividade de 50 sacas de 60 quilos por hectare. A produção é exportada para a Europa.

Procurada pela reportagem, a área de Planejamento de Sistemas da Celg Distribuição (Celg D) esclareceu que já foram registradas na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 217 unidades de geração, sendo 16 rurais, enquadradas como mini ou microgeração. Do total, três são térmicas a biomassa, e o restante (214) são fotovoltaicas. As unidades estão com os processos completamente concluídos e estão em operação.

O sistema de medição possui medidores específicos que registram a energia entregue pela distribuidora, no caso a Celg, e a energia recebida como excedente da energia gerada. “Energia excedente é a diferença entre o consumo próprio da unidade consumidora, e a energia gerada pelo sistema fotovoltaico, ou térmico à biomassa”, esclarece o departamento, por e-mail. Todo o processo é regulamentado pela Aneel.


Inovação que garante resultados

A usina da Fazenda Figueiredo é o primeiro projeto do Brasil a ser erguido em uma propriedade rural e conectado diretamente à rede de energia. Para concluí-lo houve consultoria da MTEC Energia, empresa responsável pela construção, além de técnicos da França e da Alemanha. “Quando eu decidi implantar a usina na minha fazenda, fiz questão de escolher o que havia de melhor no mercado para que os resultados também sejam os melhores”, afirma Luiz Figueiredo.

Diretor-executivo da MTEC, o engenheiro eletricista José Carlos Tormim conta que a usina apresenta três diferenciais das demais no País. “O primeiro deles é a eficiência, já que o aumento de geração de energia se deve em função do resfriamento da temperatura dos painéis fotovoltaicos instalados no espelho- d’água”. Estudos feitos pela empresa Ciel& Terre International apontam que este tipo de tecnologia gera aproximadamente 14% a mais de eletricidade do que a geração solar em terra ou no telhado.

O segundo diferencial é que os painéis impedem até 70% da evaporação do lago na qual está instalada, além de ocupar uma área que, até então, estava em desuso. É também um sistema híbrido. “A usina foi projetada para trabalhar ligada tanto à rede de energia elétrica, quanto a um grupo motor- gerador”, argumenta Tormim.

Quando a rede elétrica estiver fora de funcionamento, ocasionado por queda de energia, o gerador a diesel é acionado automaticamente. E, com isso, a geração de energia não é interrompida. “Nessa situação, a energia fotovoltaica reduz significativamente o consumo de combustível do gerador”, ressalta.

Na Fazenda Figueiredo foram instalados 1,15 mil painéis, totalizando 304 quilowatt-pico (kWp), garantindo uma produção estimada de 50 megawatt-hora (MWh), mensalmente. A energia produzida na propriedade equivale às necessidades anuais de consumo de mais de 170 casas populares.

Em um cenário altamente promissor e ambientalmente sustentável, a geração de energia solar no País deve atingir o patamar de 1 mil megawatts (MW) de capacidade instalada até o final deste ano, conforme projeção da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Um salto de 325% em relação à capacidade atual de 235 megawatts. Ou seja, suficiente para abastecer aproximadamente 60 mil casas, com até cinco pessoas em cada.

A estimativa põe o Brasil entre os 30 principais geradores dessa fonte de energia no mundo. E a expectativa do segmento é estar entre os cinco primeiros até 2030 em potência instalada anual. Os investimentos até o fim de 2017 devem totalizar R$ 4,5 bilhões.


Expansão

Parceria recente entre a empresa brasileira Sunlution e a francesa Ciel & Terre International quer lotar os reservatórios das hidrelétricas de painéis solares. Detentora da tecnologia para usinas flutuantes, a francesa chega ao Brasil visando atender esse nicho.Sócio-diretor da Ciel& Terre Brasil, Orestes GonçalvesJunior concedeu entrevista por e-mail à Safra e atestou que a Fazenda Figueiredo é pioneira na instalação da usina solar flutuante.

O projeto resulta de um consórcio entre a empresa MTEC com projeto elétrico e Ciel & Terre Brasil (com desenho da ilha e projeto de ancoragem). Os equipamentos são da marca WEG. Há outros dois projetos de 5 megawatts cada, nas usinas hidrelétricas de Balbina (no município de Presidente Figueiredo/AM) e Sobradinho (localizada nos municípios de Sobradinho e Casa Nova/BA).

Dentre os benefícios, Gonçalves Junior destaca que, ambientalmente, a geração solar flutuante é a que representa o menor impacto. “A área utilizada, chamada de antropizada, representa uma área alterada por consequência de atividade humana ou uma área cujas características originais foram alteradas”.

Portanto, os açudes e lagos são áreas “já impactadas que receberão uma usina solar flutuante que ambientalmente terá impacto neutro ou mesmo positivo. Ponto importante é a preservação de áreas produtivas”. Não há, segundo ele, prejuízos com geração solar flutuante, há fazendas de peixes que cobrem parte do lago artificial com usinas solares flutuantes, já que os peixes se reproduzem por baixo da usina.

Ele explica que as usinas solares flutuantes são colocadas em lagos e açudes, sobretudo em locais onde se despejam esgoto sem tratamento de forma a evitar a fotossíntese e não proliferar algas. “Com isso, contribuindo de forma eficaz (para mitigar) um problema enorme de não tratamento de esgoto que prejudica demais o meio ambiente”.

O funcionamento da usina solar flutuante tem as mesmas características da instalada em solo ou no telhado, com a vantagem de produzir mais energia que as outras duas formas (solo e telhado). Gonçalves Junior diz que o Brasil caminha rumo à sustentabilidade, mas falta acesso a financiamentos de longo prazo por bancos de desenvolvimento para estimular as pessoas físicas e jurídicas a investir em geração solar distribuída.

“Também será muito positivo estimularmos as pessoas a produzir para comercializar a energia com terceiros”. E, no caso da Fazenda Figueiredo, a taxa de retorno nominal supera os 21%, “o que representa um investimento muito melhor do que aplicar o dinheiro no banco”.

Há mais de 90 usinas do tipo no mundo em países com muito menos insolação que o Brasil. E há mais de 200 megawatts instalados e em instalação no planeta. “A geração solar flutuante preserva a terra para usos mais nobres e é ambientalmente mais correta, quanto ao respeito ao meio ambiente, que as outras formas de energia solar ou de outras fontes de geração”.

Usinas solares flutuantes – e a da Fazenda Figueiredo segue o padrão – são ancoradas nos lagos e reservatórios. A tecnologia suporta ventos de até 210 quilômetros por hora, além de ondas de até 1,5 metro. Os requisitos atendem preceitos internacionais.

Assista a Reportagem:


Goiânia ganha maior usina solar urbana do Brasil


A cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás, recebeu em junho, a maior usina de energia solar fotovoltaica instalada em área urbana do país, superando a usina do AquaRio. O sistema fotovoltaico foi instalado sobre o telhado da nova loja Assaí Atacadista na cidade, em parceria com a Green Yellow, desenvolvedora e parceira do projeto.

Foram instalados 2800 painéis em uma área de cerca de 8 mil m² que podem chegar a uma potência máxima de 940 kWp, gerando em média 125 kWh por mês, o que corresponde a 1500 MWh por ano.

O sistema fotovoltaico será alugado, ao longo de sua vida útil, pela Green Yellow a rede atacadista, por meio de um aluguel fixo, tornando-se responsável por economizar 40% de energia elétrica da loja, o equivalente ao que é consumido pelo sistema de ar-condicionado e iluminação de todo o prédio.


Com mais de 11 mil metros quadrados de área construída, a rede atacadista Assaí gerou cerca de 500 empregos diretos e indiretos e, ao longo dos 25 anos de vida útil do sistema, evitará a emissão de quase 3mil toneladas de gases poluentes do efeito estufa, isso equivale por exemplo, a 18 mil árvores plantadas, gerando uma economia de 2,6 milhões de reais com energia limpa e segura.

Os equipamentos do sistema fotovoltaico são importados da China, Itália e Alemanha e, para a instalação do projeto, foram levados em consideração a tarifa da concessionária e a irradiação solar em um período de 20 anos para a execução do projeto.

Com a energia que será produzida pela atacadista de Goiânia, é possível suprir o consumo de 757 residências em um ano; manter ligados 5300 televisores durante cinco horas por dia, todos os dias do ano; carregar 359 mil celulares durante um ano todo ou ainda, suprir o consumo de todas as linhas do metro de SP por um dia.


A rede, que já vem implementando em suas novas lojas o conceito de sustentabilidade, leva em consideração os ganhos para o meio ambiente, aprimorando sua eficiência energética.

Este é o segundo sistema fotovoltaico instalado da rede atacadista, o primeiro foi inaugurado em janeiro deste ano, em Várzea Grande, no estado de Mato Grosso, esta também é a maior usina do estado, instalada em uma área de 2mil m², recebeu 1440 painéis no telhado de seu estacionamento, possuindo uma potência instalada de 300kWp que produz cerca de 11% a 15% do consumo total da loja. 

Segundo o presidente da Assaí atacadista, Belmiro Gomes, a intenção é fazer com que o projeto se estenda para outras lojas da rede, criando o conceito de atacado do futuro, operando cada vez mais de forma sustentável, mantendo sempre a característica da rede de operação de baixo custo a preços competitivos.

S4 Solar do Brasil vai montar fábrica painéis fotovoltaicos no Brasil


A S4 Solar do Brasil, empresa de energia solar, anunciou que fez uma parceria com fornecedores de equipamentos, Meyer Burger, Confirmware e Jinchen Machinery Co para fornecer uma linha de fabricação de painéis solares de 100 MW por ano, a um custo de cerca de R $ 30 milhões.

S4 Solar disse que já tem contratos assinados de fornecimento de módulos com empresas agrícolas nas regiões de Mato Grosso e Goiás de 45MW. A fábrica será localizada no Distrito Agro-Industrial de Anápolis (DAIA), em Goiás.

“Nós já temos 45 MW de energia solar contratados de empresas agrícolas em Mato Grosso e Goiás”, observou João Eugenio Jr., presidente da S4 Solar. “Temos trabalhado duro na disseminação da tecnologia entre as empresas nos últimos anos.”

S4 solar observou que vai fabricar fabricar módulos fotovoltaicos com a tecnologia tradicional de silício cristalino, bem como os módulos de vidro/vidro, uma vez que a linha estiver implementada.

A empresa espera que a produção comece com cerca de 2 MW por mês em janeiro de 2015, aumentando para 7-8MW por mês no primeiro ano de produção.

S4 Solar pretende também pretende ser a pimeira empresa de energia solar no Brasil a começar fabricar também células fotovoltaicas.

A empresa planeja obter todas as certificações internacionais necessárias para exportar os painéis fotovolticos fabricados no Brasil para diversas regiões do mundo.