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Uso da energia solar no campo estimula negócios na Agrishow

Empresas do setor se mostram otimistas com participação na feira, que termina nesta sexta-feira (3/5)

Estande da Sices na Agrishow 2019 (Foto: Raphael Salomão/Ed. Globo)

O dia 24 de abril de 2019 representa um marco na história da Coopercitrus Cooperativa de Produtores Rurais, sediada em Bebedouro (SP). Foi a data de inauguração de uma usina fotovoltaica com 3,6 mil placas e 1,17 megawatt de potência. A instalação custou R$ 5 milhões, dos quais espera-se um retorno em economia na conta de luz e segurança energética com uma fonte limpa e renovável.

É o primeiro projeto desse tipo feito pela cooperativa, que afirma ter a maior usina fotovoltaica do agronegócio paulista. Um investimento que ajuda a reforçar o discurso de otimismo da indústria de energia solar fotovoltaica, que enxerga na atividade rural uma das que têm grande potencial de expansão de uso dessa fonte.

Dados da Associação Brasileira de energia Solar Fotovoltaica (Absolar) já mostram um forte crescimento nos últimos anos. Em 2017, a potência instalada em projetos rurais era de 9 megawatts. Em 2018, saltou para 47,2 e até março deste ano, estava em 60,3. Minas Gerais, seguido por Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

“Esse crescimento exponencial se deve ao aumento da energia elétrica que tem pressionado custos de consumidores e ao aumento da competitividade da energia solar fotovoltaica que está cada vez mais acessível”, analisa o presidente executivo da entidade, Rodrigo Sauaia.

Vendo um volume crescente de projetos, a Absolar entende que a demanda ajudará a aumentar a participação do segmento de geração distribuída, no qual está inserido o uso no meio rural, no mercado nacional. Área disponível e crédito atrativo são apontados como vantagens para ter uma usina solar no campo. “O setor rural está acordando para a oportunidade que a energia solar fotovoltaica representa para reduzir custo e aumentar a produtividade e competitividade”, diz Sauaia.

A presença do setor de energia solar fotovoltaica na edição deste ano da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP) reforça essa perspectiva otimista. A feira deste ano, que termina nesta sexta-feira (3/5) reúne estandes de diversas empresas, entre fabricantes de equipamentos e fornecedores de soluções de usinas para os mais variados tipos de projetos no meio rural.

A Sices Agro, segmento da Sices Brasil voltado para o campo, participa pela segunda vez. O gerente de marketing, Gabriel Terçarolli, explica que a divisão foi montada há quatro anos por conta do aumento da demanda do agronegócio, que já responde por 40% dos negócios da companhia no país.

Além dos equipamentos e de assessoria técnica, a empresa fornece soluções financeiras para viabilizar a aquisição da usina pelo produtor rural. Em projetos acima de 1MW, explica o executivo, a própria Sices faz a entrega da usina. Abaixo dessa potência, o trabalho é feito em parceria com integradores. O valor médio para projetos de 1 MW varia de R$ 3 a R$ 4 milhões, diz o executivo.

Terçarolli avalia que a procura por usinas fotovoltaicas é a “febre do ouro” no agronegócio, em função da tecnologia estar mais acessível e da energia elétrica mais cara. Só na Agrishow, garante ter em andamento negócios que podem chegar a até 30 MW de potência instalada em projetos de energia solar fotovoltaica de forma geral, metade para propriedades rurais.

“O investimento em energia solar se paga em torno de seis anos para uma sistema que vai ter mais 19 ou 20 de vida útil. Hoje, só não investe em energia solar quem não tem dinheiro para colocar, o que não é o caso do setor rural”, explica Terçarolli.

Já a WE Brazil Energy, empresa criada em 2015 e sediada em Campinas (SP) está na Agrishow pela primeira vez, conta seu CEO, Alex Magno. A empresa trabalha com fornecedores nacionais e estrangeiros de equipamentos para usinas fotovoltaicas e tem uma rede de integradores certificados para montar os projetos. 

Apostando no agronegócio como “potencial gigantesco” para a indústria de energia fotovoltaica, ele diz esperar negócios em torno de R$ 60 milhões em função do evento. “Estamos começando com o agro aqui e estamos surpreendidos. O agro é o grande negócio do Brasil e, se tiver um custo menor para produzir, terá mais crescimento”, diz Magno.

Outra empresa que estreou na Agrishow é a Fronius, multinacional austríaca com subsidiária brasileira sediada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Na divisão de energia solar, 30% das vendas já estão ligadas à demanda do agro e a expectativa é de continuar a crescer, acredita o gerente da área, Alexandre Borin.

“Esperamos que os projetos no agronegócio possam representar de 40% e 50% dos nossos negócios de inversores nos próximos dois anos”, diz.

A filial no Brasil importa e vende o inversor, aparelho que a empresa fabrica na Áustria e que torna a energia captada pelas placas solares consumível através da rede elétrica. Na Agrishow, seu público é o visitante, que pode conhecer seu produto, e a empresa do estande ao lado, com quem pode fazer um novo negócio ou reforçar seu relacionamento como fornecedor dos inversores.

Como produz apenas um componente do sistema das usinas, Borin não traça uma expectativa de negócios durante a Agrishow. Destaca, no entanto, a importância da presença institucional do departamento que gerencia na Fronius. E avalia que a participação confirma suas expectativas relacionadas ao potencial do setor agropecuário para a indústria de energia solar.

“A gente consegue ver pelas empresas que estão aqui. Nosso intercâmbio com essas empresas tem sido constante e é grande a possibilidade de fechar negócios depois da feira”, afirma. Além da divisão de energia solar, a Fronius apresentou na Agrishow produtos das suas outras duas unidades, de soldagem e a de baterias.

Brasil tenta proteger os direitos adquiridos na atualização das regras de geração distribuída

O Parque Solar Fotovoltaico em Inés Indart, na Argentina, foi realizado no âmbito do Programa de Geração Distribuída Renovável promovido pela Proinged. Fonte: Cooperativa Limitada de Consumo de Energia Elétrica da Salto.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), apoiada pela ABSolar, reafirma o compromisso do regulador de preservar os direitos adquiridos dos consumidores que já possuem uma instalação fotovoltaica de geração distribuída.

Durante o debate sobre a geração distribuída no Brasil, Daniel Vieira, assessor da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), ele reafirmou o compromisso do regulador para preservar os direitos adquiridos dos consumidores que já têm um sistema fotovoltaico geração distribuída.

Segundo Vieira, a atualização da Resolução Normativa nº 482 da ANEEL, que permite aos consumidores gerar e consumir energia própria a partir de fontes renováveis ​​com maior liberdade e economia, só entrará em vigor quando o Brasil atingir um nível mínimo de participação. a geração distribuída na matriz elétrica nacional.

"Mudanças nas regras de geração distribuída no Brasil, deverá ser publicado no segundo semestre deste ano, só será válida para novas conexões no Brasil, garantindo assim a segurança jurídica e contratos dos pioneiros que acreditaram nesta tecnologia "Vieira disse durante uma reunião convocada pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar) em São Paulo na semana passada. Um dos temas centrais da discussão foi o modelo de valoração da eletricidade e os benefícios da microgeração e da minigeração solar fotovoltaica distribuída para o setor elétrico, a sociedade brasileira e o desenvolvimento sustentável do país.

Ao longo do processo de debate regulatório, a ABSolar orientou a discussão sobre microgeração e microgeração solar fotovoltaica distribuída a partir de uma avaliação de alto nível, focada nos benefícios proporcionados à sociedade brasileira como um todo. "Na última audiência pública, as equipes técnicas da Aneel incorporaram corretamente vários dos atributos positivos da geração distribuída na metodologia de análise, comparando esses atributos com os possíveis custos existentes", lembrou o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia. Segundo ele, apesar de ser um bom começo, o projeto continua incompleto. "Há uma necessidade de melhorias, como ajustar premissas importantes e incorporar os outros benefícios relevantes que a geração distribuída adiciona ao país que ficaram de fora da análise", explicou.

Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSolar, lembrou que embora a geração distribuída esteja finalmente começando a crescer no país, o Brasil está muito atrás do mundo. "Portanto, ainda é cedo demais para qualquer mudança na norma. A geração solar fotovoltaica distribuída trouxe liberdade e escolha para menos de 75.000 usuários dos mais de 84 milhões de consumidores que ainda dependem de distribuidores. Em outras palavras, não representa nem metade de uma gota em um oceano de brasileiros cada vez mais pressionados por altas tarifas ”, disse Koloszuk.

De acordo com Barbara Rubim, vice-presidente de Geração Distribuída ABSolar, atualizar o marco regulatório deve considerar amplamente, energia, benefícios elétricos, econômicos, sociais e ambientais. "Além de reduzir as perdas na transmissão e distribuição e reduzir a capacidade, é necessário considerar, por exemplo, adiando investimentos em transmissão e distribuição de energia eléctrica, efeito bairro rede de alívio, gerando empregos, diversificação da matriz elétrica e redução das emissões de gases de efeito estufa, entre outros ", concluiu.

sistemas fotovoltaicos instalados no Brasil sob o quadro regulamentar para a geração distribuída, que inclui todas as instalações que não excedam 5 MW em tamanho, alcançou 501,9 MW no final de dezembro de 2018, de acordo com estatísticas publicadas pelo ABSolar .

Em crescimento acelerado, setor de energia solar fotovoltaica é promissor em Minas Gerais


Num momento em que Minas Gerais vive um dilema em relação à diversificação econômica do estado, quando muitos especialistas põem em dúvida as vantagens de sua histórica vocação minerária, um setor tem se destacado e se mostrado promissor: o de energia solar fotovoltaica. Minas lidera o ranking nacional na geração desse tipo de energia, seguido por Rio Grande do Sul e São Paulo, segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

De acordo com a associação, Minas Gerais tem 120,7 MW de potência instalada dessa matriz energética. Isso significa que, atualmente, o estado já é capaz de gerar eletricidade solar fotovoltaica para atender a cerca de 60.350 casas com quatro pessoas que consomem cerca de 240 kW por mês. Em julho de 2017, Minas Gerais tinha 19 MW de potência instalada. Ou seja, em pouco mais de um ano, houve um aumento de 531% na capacidade de geração.

Atualmente, Minas Gerais tem 120,7 MW de potência instalada para gerar energia solar fotovoltaica. Em pouco mais de um ano, houve um aumento de 531% na capacidade de produção

Um conjunto de fatores levou Minas a ser destaque no setor. Um deles é o alto índice de radiação da região, especialmente no norte do estado. Além disso, Minas já era protagonista no ramo de aquecimento solar de água. “Uma coisa puxou a outra, porque muitas empresas nessa área começaram a diversificar a atuação para a área de fotovoltaica”, explica Ivan Magela Corgozinho, mestre em Engenharia da Energia pelo Cefet-MG.

Ele destaca que o estado também teve muito investimento em projetos de pesquisa e desenvolvimento na área, realizados em universidades e laboratórios, até mesmo antes da regulamentação do mercado.

Tarifa alta de energia

O aumento do custo da energia elétrica no estado ao longo dos anos é outro motivo que impulsionou o setor. De acordo com o site da Agência Nacional de Energia Elétrica (Anaeel), o valor atual da tarifa convencional da Cemig, empresa de energia elétrica responsável por 96% da área de concessão em Minas Gerais, é de R$ 0,587/KWh. Além desse valor, há a cobrança de tributos e outros elementos, tais como ICMS, PIS/PASEP e Cofins, taxa de iluminação pública e o adicional de Bandeira Tarifária. Isso faz com que o valor cobrado pelo consumo de uma casa com quatro pessoas, que gira em torno de 240 kW por mês, chegue facilmente a 210 reais.

Na contramão disso, os custos para a instalação de um sistema solar fotovoltaico diminuíram e têm incentivado os mineiros a buscarem essa alternativa energética, conforme explica Alexandre Andrade, engenheiro de energia e sócio da empresa Solsist. “Por volta de 2014, quando a gente instalava uma usina, nós tínhamos que comprar as peças ou mandar fazê-las em vários lugares, inclusive fora do Brasil. Hoje em dia, o custo já caiu significativamente, e nós já conseguimos chegar a um distribuidor e comprar um kit completo”, afirmou.

Segundo ele, o custo de um sistema fotovoltaico para gerar 400 kW pode girar em torno de 15 mil reais. O tempo de retorno do investimento, que era de 10 anos, já caiu para entre 3 e 4 anos. Ele ressalta que os bancos têm oferecido financiamentos mais atrativos para quem deseja investir nesse tipo de energia, fazendo com que o valor das parcelas seja bem próximo do valor pago todo mês em energia comum.

Miriam Penna Diniz, diretora de negócios da empresa Emap Solar, confirma o crescimento do setor: “O mercado já entendeu e reconheceu a tecnologia como uma alternativa econômica, além de sustentável, uma vez que a demanda tem crescido tão rapidamente quanto o número de novas empresas”.


Uma das pioneiras no segmento de energia renovável em Minas Gerais, Miriam atuou na montagem da Usina Solar do Mineirão, primeiro estádio solar do Brasil. Foram 6 mil módulos instalados na cobertura do estádio, com capacidade de geração de 1.800 MWh/ano, volume equivalente ao consumo médio de 1.400 casas.

Mercado em potencial

A captação solar fotovoltaica ainda representa apenas 1,26% da energia gerada no Brasil. Apesar disso, o crescimento acelerado dos últimos anos está demonstrando que o país pode se tornar uma liderança mundial na área. Essa é a análise do CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia.

“Levantamento realizado pelo Ibope Inteligência em 2018 apontou que 9 em cada 10 brasileiros quer gerar energia renovável em casa. Além disso, outras pesquisas realizadas comprovaram que a fonte solar fotovoltaica conta com amplo apoio de mais de 85% da população brasileira”, ressalta Sauaia.

No caso de Minas Gerais, o especialista Ivan também afirmou que estudos apontam previsões muito boas. “Serão até 40 bilhões de investimento na economia mineira nos próximos anos em função da energia solar até 2040”.

ENTENDA MELHOR - Quer ter energia solar em casa? Saiba como

Segundo Alexandre, qualquer pessoa pode ter energia solar fotovoltaica em casa. Quando ela decide ter um sistema desse em sua residência, ela se torna uma espécie de fornecedora de energia para a concessionária de energia elétrica, no caso de Minas Gerais, a Cemig.

O equipamento instalado passa a medir o quanto a casa gastou e gerou. Se a geração no mês for positiva, isso fica como uma espécie de crédito para ser utilizado ao longo do tempo.

Isso permite, inclusive, que uma pessoa que não tenha um espaço para a instalação em sua residência possa fazer uma parceria com alguém (algum vizinho ou familiar, por exemplo) para que esses créditos sejam transferidos, desde que as faturas estejam no mesmo CPF ou CNPJ.

Energia solar cada vez mais competitiva


Embora pudesse ter avançado mais, não fosse o cancelamento de leilões em 2016, a energia solar fotovoltaica tem crescido no Brasil, tornando-se hoje um dos setores mais atraentes para investimentos. Como informa a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), esse tipo de energia atingiu há pouco a marca de 2.056 megawatts (MW) de potência instalada operacional, o equivalente a 1,2% da matriz elétrica do País, superando a energia nuclear (1.990 MW), suprida pelas usinas de Angra I e Angra II.

O País possui atualmente 73 usinas solares fotovoltaicas de grande porte, que carrearam investimentos de mais de R$ 10 bilhões, hoje em operação em nove Estados das Regiões Nordeste, Sudeste e Norte do País. Os investimentos podem crescer muito mais com o manifesto interesse de empresas nacionais e internacionais em participar dos seis leilões de energia nova a serem realizados entre 2019 e 2021, segundo foi divulgado pelo Ministério de Minas e Energia.

Independentemente desses certames, pequenas empresas e particulares se movimentam para investir nesta área com vistas a poupar gastos com energia. Uma startup japonesa, em parceria com uma empresa nacional, por exemplo, anunciou, no final do mês passado, a construção de uma pequena unidade solar, com capacidade de 1,1 MW, em Brasília. Iniciativas como esta já são bastante comuns também no agronegócio.

Na realidade, avanços tecnológicos têm favorecido a competitividade de usinas solares fotovoltaicas de grande porte, permitindo fortes reduções de preços, e não só em relação a combustíveis fósseis. As usinas solares, afirma a Absolar, estão em condições de ofertar energia elétrica a preços médios inferiores aos praticados por outras fontes renováveis, como biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

As maiores queixas dos empreendedores estão ligadas às altas tarifas alfandegárias para importação de matéria-prima necessária para produção de módulos fotovoltaicos, o que onera demasiado os custos de construção de usinas. Segundo empresários, isso acaba prejudicando a indústria nacional, já habilitada a fabricar todos os equipamentos utilizados.

Espera-se que, com a abertura comercial, que consta do programa econômico do atual governo, distorções como esta sejam eliminadas.

Financiamento amplia adesão à energia solar


O crescimento da oferta de linhas de financiamento para a geração distribuída solar fotovoltaica no Brasil tem ampliado o uso desta tecnologia em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos em todas as regiões do País.

Segundo mapeamento realizado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil conta atualmente com cerca de 70 linhas de financiamento para projetos de geração distribuída solar fotovoltaica.

Dentre as diversas instituições financeiras, destacam-se bancos públicos, como o Banco da Amazônia (Basa), o Banco do Brasil (BB), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Nordeste (BNB), bem como instituições privadas como Bradesco, BV Financeira, Santander e Sicoob, que já possuem linhas específicas para o setor.

Para o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, a ampliação da oferta de crédito e a crescente atratividade da geração distribuída solar fotovoltaica são fundamentais para democratizar o acesso à tecnologia aos consumidores públicos e privados.

“Com a geração distribuída solar fotovoltaica, os brasileiros ganham mais liberdade, poder de escolha e controle na gestão da sua demanda e conta de energia elétrica.

Com linhas de financiamento favoráveis, mesmo quem não tem recursos próprios disponíveis pode se tornar um gerador de energia renovável na sua casa ou empresa.

O investimento em um sistema fotovoltaico é recuperado em poucos anos e a vida útil do sistema é de mais de 25 anos”, esclarece Sauaia.

Camila Ramos, diretora-geral da consultoria Cela e coordenadora do trabalho de mapeamento das linhas de crédito, lembra que a disponibilidade e a competitividade das linhas de financiamento para energia solar fotovoltaica no Brasil aumentaram significativamente em 2018.

“Esta tendência é global e deve continuar ao longo dos próximos anos”, ressalta a executiva.

“O investimento em energia solar fotovoltaica tem uma motivação muito mais econômico-financeira do que exclusivamente ambiental.

A tecnologia proporciona uma ótima redução de gastos e, ao mesmo tempo, traz economia de dinheiro, contribuindo na prática para a construção de um País mais sustentável e com mais empregos renováveis locais e de qualidade”, destaca o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk.

Para o ano de 2019, a associação projeta um crescimento do mercado de geração distribuída solar fotovoltaica de mais de 97% frente ao total adicionado em 2018, com a entrada em operação de 628,5 MW, totalizando 1.130,4 MW acumulados até o nal do período.

Com este avanço, a participação do segmento no mercado solar fotovoltaico brasileiro subirá de 21,9% até 2018 para 34,2% até o nal de 2019, demonstrando a relevância cada vez maior deste segmento no setor. A previsão neste ano é de uma movimentação financeira de mais de R$ 3 bilhões ao redor do País.

São 500 MW de GD

O Brasil atingiu, em janeiro de 2019, a marca histórica de 500 megawatts (MW) de potência instalada em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica em residências, comércios, indústrias, produtores rurais, prédios públicos e pequenos terrenos.

Segundo mapeamento da Absolar, a fonte solar fotovoltaica, baseada na conversão direta da radiação solar em energia elétrica de forma renovável, limpa e sustentável, lidera com folga o segmento de microgeração e minigeração distribuída, com mais de 99,5% das instalações do País.

O Brasil possui cerca de 55 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental a 60.090 unidades consumidoras, somando mais de R$ 2,6 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, distribuídos ao redor de todas as regiões do País.

Energia solar deve crescer 44% no Brasil em 2019 com impulso de geração distribuída

O Brasil deverá ter um salto de 44 por cento na capacidade instalada de energia solar em 2019, o que levaria o país à marca de 3,3 gigawatts (GW) da fonte em operação, projetou em entrevista à Reuters o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia

O ano também deve marcar uma virada para o mercado solar brasileiro, segundo a entidade, com a expansão puxada pela primeira vez pela chamada geração distribuída –em que placas solares em telhados ou terrenos geram energia para atender à demanda de casas ou de estabelecimentos comerciais e indústrias.

Os projetos de geração distribuída (GD) deverão acrescentar 628,5 megawatts (MW) em capacidade solar ao país, um crescimento de 125 por cento, enquanto grandes usinas fotovoltaicas devem somar 383 MW até o final do ano, um avanço de 21 por cento.

“É uma marca importante para a geração distribuída. Aquela visão do passado de que a GD é cara não se sustenta mais, ela se tornou uma opção acessível, e existem diversas linhas de financiamento. A GD está ganhando participação no mercado brasileiro”, disse o presidente da Absolar.

Entre 2017 e 2018, a geração distribuída já havia mostrado ritmo mais forte, com expansão de 172 por cento, contra 86 por cento nas grandes usinas, mas os projetos de GD, menores, adicionaram naquele período 317 MW, contra 828 MW dos empreendimentos de grande porte, viabilizados após leilões de energia do governo.

Com a disparada das tarifas de energia no Brasil desde 2015 e a redução nos custos de equipamentos fotovoltaicos, os investimentos em GD podem ser recuperados em um período de três a sete anos, de acordo com Sauaia.

A nova dinâmica é resultado também da recente crise financeira atravessada pelo Brasil, que reduziu a demanda por eletricidade e levou ao cancelamento de um leilão de contratação de usinas renováveis em 2016.

Depois, em 2017 e 2018, as contratações de grandes usinas solares foram retomadas, mas os projetos viabilizados nos últimos leilões têm obrigação contratual de iniciar operação em 2021 e 2022, enquanto a geração distribuída tem continuado a crescer em ritmo acelerado.

“Com isso, esse ano de 2019, e até 2020, serão anos de enorme desafio para a geração centralizada… A Absolar recomenda que o novo governo estruture um planejamento previsível, com continuidade de contratação, para que o setor consiga se planejar”, disse Sauaia, acrescentando que o cancelamento de leilões em 2016 gerou enorme frustração em investidores.


A Absolar estima que a expansão da fonte neste ano deverá gerar investimentos totais de 5,2 bilhões de reais, com cerca de 3 bilhões de reais para a geração distribuída.

Apesar da forte expansão, a energia solar ainda tem presença incipiente na matriz elétrica do Brasil, dominada por grandes hidrelétricas. A fonte responde atualmente por cerca de 1 por cento da capacidade instalada no país, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

INVESTIDORES

O mercado solar brasileiro é liderado atualmente pela italiana Enel, que possui 703 MW em capacidade em usinas solares em operação no país, seguida pela francesa Engie, com 218 MW e pela Atlas Renewable Energy, da empresa de investimentos britânica Actis, com 174 MW, segundo dados da consultoria ePowerBay.

O ranking poderá ainda em breve ser liderado pela chinesa CGN Energy International, que está em processo de aquisição de 450 MW em usinas solares da Enel, em negócio anunciado na quarta-feira.

A transação, quando concretizada, deve deixar a Enel na vice-liderança.

Também se destacam no setor solar do Brasil a Omega Geração e a francesa EDF (com 160,5 MW cada), a norte-americana AES, com a controlada AES Tietê (150 MW), a norueguesa Scatec (132 megawatts) e a espanhola GPG, da Naturgy (ex-Gas Natural Fenosa, com 120 MW), segundo o ranking da ePowerBay.

Fonte: Reuters

Usinas fotovoltaicas enfrentam longa espera para se conectar ao sistema


Segmento cresce no Brasil puxado por projetos de geração distribuída, entretanto, ainda tropeça em dificuldades burocráticas, falta de oferta local de equipamentos e cancelamento de leilões

Com crescimento puxado pela Geração Distribuída (GD), conhecida como autogeração, o setor de energia solar enfrenta dificuldades burocráticas para efetuar a conexão com o sistema e de oferta de equipamentos no País.

“Muitas distribuidoras têm dificuldades de atender solicitações das usinas rapidamente e isso acaba travando o mercado. Atrasa o processo e traz insegurança para o investidor”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Carlos Evangelista.

Ele explica que o processo de conexão, previsto para 40 dias, muitas vezes demora de três a quatro meses. “Quando ocorre esse atraso, fica registrado na Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica], mas na prática, isso não acelera a conexão.”

O diretor de novos negócios da Sices Brasil, Lucas Troia, destaca que o País também passa por problemas em relação à disponibilidade de equipamentos. “O mercado chinês, que é o principal fabricante, aqueceu e está consumindo mais. Acaba sobrando menos produtos para o Brasil.”

O executivo da empresa de fornecimento de sistemas fotovoltaicos para geração de energia solar explica que o mercado nacional acaba ficando refém da demanda global. “Há vulnerabilidade em relação à flutuação cambial. Os módulos e os inversores são importados”, relata.

Troia conta que o custo da produção local é muito elevado em relação à China. “Por conta da tributação, a fabricação acaba encarecendo. Para fazer o financiamento via BNDES, é exigido um índice de nacionalização dos componentes. Os investidores têm que fazer a conta se vale a pena ou não”, observa.

Ele acredita que, com o crescimento do mercado, no futuro haverá novos playerspara fabricação no Brasil.

De acordo com projeções da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o setor ultrapassará a marca de 3 mil megawatts (MW) até o final do ano, atraindo ao País mais de R$ 5,2 bilhões em novos investimentos privados, com a instalação de mais de 1 mil MW adicionais em sistemas de pequeno, médio e grande porte.

Com isso, o crescimento anual do mercado será de 88,3% sobre 2018. No segmento de microgeração e minigeração distribuída, a estimativa é de avanço de 97% ante o ano passado. “A GD está crescendo de uma forma exponencial no Brasil. São mais de 73 mil conexões desde a publicação da resolução normativa 482/2012”, conta Evangelista.

Recentemente, a Aneel abriu uma consulta pública para atualização da resolução. “A discussão mais relevante é a remuneração do fio. Alguns agentes entendem que a GD deveria remunerar mais o distribuidor pelo uso da infraestrutura”, conta o dirigente.

Troia entende que o processo de discussão será muito intenso e espera que a revisão seja favorável ao desenvolvimento do mercado. “É importante que essa revisão não venha a atrapalhar o segmento, que tem um grande potencial de gerar renda e emprego e ser um motor para a economia.”

Troia conta que a Sices Brasil cresceu 300% em 2018, alcançando o faturamento de R$ 666 milhões, ante R$ 182 milhões em 2017. A expectativa é manter esse patamar de crescimento em 2019 e investir até R$ 300 milhões nos próximos dois anos. “A procura está crescendo muito, por conta do aumento das tarifas e da redução de custos da energia solar. Também é benéfica a maior difusão de informações.”

Leilões

Ao contrário da área de GD, a geração centralizada, composta por usinas de grande porte, deverá ter incremento abaixo do esperado pelo mercado. De acordo com a Absolar, em 2019, serão adicionados 380 MW. “Houve uma desaceleração dos leilões de energia e o mercado fotovoltaico ficou todo voltado para a geração distribuída”, diz Evangelista.

Para a Absolar, o baixo volume é resultado do cancelamento, pelo Ministério de Minas e Energia (MME), de dois leilões de energia solar que seriam realizados em 2016. A participação do segmento de geração centralizada no mercado fotovoltaico passará de 78,1% até 2018 para 65,8% até o final de 2019.

fonte: DCI

Piauí quer economizar R$ 7 milhões ao ano com PPP em energia solar

Apresentação do projeto de miniusinas na Associação Brasileira de Energia Solar. 
Foto: Cortesia / Governo do Piauí

O governo do estado do Piauí estima economia de R$ 7 milhões por ano com a instalação de oito usinas para produção de enegia solar fotovoltaica, com capacidade instalada de 5 MW, nos municípios de Caraúbas, Miguel Alves, José de Freitas, Piracuruca, Cabeceiras e Canto do Buriti. As usinas fazem parte de um programa de Parceria Público-Privada para a implantação, operação e gestão de miniusinas de produção de energia fotovoltaica apresentado nesta semana pelo governador Wellington Dias para a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar) em evento na Fiesp.

A proposta é que o estado produza a sua própria energia e a lance na rede de distribuição para que seja compensada com o consumo pelos órgãos do governo, o que representa uma economia inicial de 14%. “As miniusinas são capazes de fornecer a energia demandada pelo estado e torná-lo autossuficiente nessa área, inclusive com economia de despesa pública. Atualmente, são gastos R$ 3,8 milhões por mês com energia elétrica. Com as miniusinas, o estado deve economizar cerca de R$ 580 mil por mês, quase R$ 7 milhões por ano”, complementou o governador.

De acordo com o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Lopes, a iniciativa servirá de exemplo para outros estados, municípios e até mesmo para o governo federal investir em energia solar para reduzir os seus gastos, sem precisar de recursos próprios e trabalhando em parceria com empresas do setor privado.

“O Piauí hoje é uma liderança importante em energia solar nas usinas de grande porte. É o 3º do país com praticamente 700 mw contratados e receberá investimentos na ordem de R$ 3 bilhões ao longo dos próximos anos. Na geração distribuída, é o 17º estado, portanto, tem espaço para avançar. Essa iniciativa do governo em geração distribuída pode ser casada com o programa Piauí Solar, que ajuda a levar energia solar e democratizar o acesso da energia para a população, empresas e municípios piauienses”, diz Rodrigo Lopes.

Enel Green Power investe no estado

Em outubro do ano passado, a Enel Green Power anunciou o início da construção do parque solar São Gonçalo, com capacidade para 475 MW, na cidade de São Gonçalo do Gurguéia. O projeto, com investimentos da ordem de R$ 1,4 bilhão, deve entrar em operação em 2020. Depois de totalmente instalada e funcionando, a usina poderá gerar mais de 1.200 GWh por ano, evitando emissão de mais de 600.000 toneladas de CO2 para a atmosfera.

No último dia 6, a Enel anunciou também o início da construção da fazenda eólica Lagoa dos Ventos, nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí, Queimada Nova and Dom Inocêncio. O projeto vai demandar cerca de R$ 3 bilhões e terá capacidade instalada de 716 MW, devendo entrar em operação em 2021. Serão 230 turbinas e quando estiver operando em plena capacidade será capaz de gerar mais de 3,3 TWh por ano, evitando a emissão de mais de 1,6 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.

A Absolar cria um canal de denúncias contra distribuidores

De Stock: América Central forte internacional / luz do sol.

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica acaba de lançar um serviço para denunciar distribuidores de energia que quebram as regras e dificultam o acesso dos consumidores à geração distribuída.

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) acaba de lançar um serviço para denunciar distribuidores de energia que quebram as regras e dificultam o acesso dos consumidores à geração distribuída.

A entidade criou uma espécie de Ouvidoria on-line para que as empresas do setor possam relatar oficialmente os problemas encontrados pelas empresas durante todo o processo de conexão dos clientes à rede de distribuição de energia local. O endereço do novo serviço da entidade é http://www.absolar.org.br/ouvidoria.

Entre as queixas mais frequentes estão os atrasos na fiscalização e homologação do sistema instalado - muito além dos prazos estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a cobrança excessiva de valores em obras para a conexão com a rede e a exigência de documentos não autorizados pela Aneel.

"São reclamações recorrentes no país, tanto das empresas instaladoras quanto dos próprios consumidores", alerta Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar. "Os distribuidores de energia ainda não perceberam que os tempos mudaram e que os clientes não podem mais tolerar o tratamento", acrescenta.

Segundo Koloszuk, o setor de energia está passando por um momento muito semelhante ao da telefonia há vinte anos. "Hoje em dia, a telefonia evoluiu, é digital, o consumidor tem a liberdade de escolher quem comprar o serviço e não está atrelado ao monopólio de uma empresa", afirma.

Segundo a pesquisa exclusiva do Portal Solar, o maior mercado da cadeia de geração de energia solar distribuída no país, os atrasos na aprovação de sistemas fotovoltaicos em residências, empresas e indústrias já geraram perdas de 200 milhões de dólares para os consumidores.

Segundo o estudo, os distribuidores levam em média quatro meses para aprovar cada instalação de um sistema fotovoltaico distribuído, período que deve durar no máximo uma semana. Esse atraso gera cobranças e impede que os consumidores usem os créditos de energia das concessionárias públicas de energia.

Em novembro passado, as distribuidoras brasileiras solicitaram a alteração do regulamento para geração distribuída. Segundo novas estatísticas publicadas pela Absolar, a geração distribuída de energia solar chega a 500 MW no Brasil.

Armazenamento da energia solar fotovoltaica: a nova fronteira


Por Ronaldo Koloszuk, Rodrigo Sauaia e Markus Vlasits

Nos Estados Unidos há mais de 800 MWh em bancos de baterias “estacionárias”, ou seja, instaladas na infraestrutura da matriz elétrica ou em consumidores. As baterias estacionárias são usadas para regular e melhorar a frequência e tensão da rede elétrica, para “arbitrar” o consumo em horários de ponta e fora-ponta e para proteger consumidores contra surtos e falhas de fornecimento. Tais usos deverão crescer fortemente, contribuindo para acelerar a transição de geradores baseados em fontes fósseis, poluidoras e mais caras para fontes renováveis, limpas e mais competitivas, porém com perfil de geração variável.

Um fator decisivo para o avanço do armazenamento de energia elétrica é a redução dos custos das baterias. Segundo a Bloomberg New Energy Finance, o preço de baterias de íons de lítio despencou mais de 75% entre 2010 e 2018, sendo a segunda tecnologia que mais se barateou no setor elétrico mundial, atrás apenas da solar fotovoltaica, com redução de 83% no mesmo período.

O barateamento das baterias continuará firme nos próximos anos, aproximando a tecnologia do mercado. Para dispositivos eletroeletrônicos e na mobilidade elétrica, a tecnologia de íons de lítio tem sido a mais indicada, pela maior densidade elétrica em comparação com as opções disponíveis. Já para o uso estacionário existem boas alternativas, com vantagens importantes. Uma delas, por exemplo, é a bateria de fluxo de ferro que, apesar da menor densidade elétrica, é mais resistente à degradação, não é inflamável e não contêm materiais escassos ou de alta toxicidade em sua composição.


E o que esperar do armazenamento no Brasil?

Baterias cada vez mais baratas acelerarão a substituição de geradores a diesel, caros, poluentes e barulhentos, por sistemas híbridos combinando geração solar fotovoltaica e armazenamento. Para os consumidores conectados à rede, em áreas urbanas e rurais, que reclamam das interrupções ou instabilidades no fornecimento de eletricidade, as baterias serão parte da solução. Adicionalmente, muitos consumidores em média tensão, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, pagam tarifas elevadíssimas no horário ponta e as baterias ajudarão a reduzir estes custos.

Baterias também serão um ativo valioso para as distribuidoras: além de melhorar a qualidade do fornecimento de energia elétrica, o armazenamento permite a expansão mais eficiente das redes de distribuição, aliviando os picos de demanda em momentos de consumo elevado. Em 2017, a ANEEL aprovou 23 projetos de P&D de armazenamento por meio da Chamada de P&D Estratégico nº 21/2016, atualmente em fase de implantação. Adicionalmente, estão sendo desenvolvidos os primeiros projetos comerciais no Brasil, em regiões como Goiás, Pernambuco e Minas Gerais.

Para a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) e o setor solar fotovoltaico, o armazenamento competitivo é tema de grande interesse: ele proporcionará mais valor e novas funcionalidades aos sistemas solares fotovoltaicos, trazendo aos consumidores maior liberdade e autonomia, e contribuindo para ampliar a participação da fonte solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira. Com isso, ofereceremos novos serviços e opções, como uma gestão precisa da geração e do consumo locais, a criação de microrredes e comunidades de compartilhamento e armazenamento da geração solar fotovoltaica, e o aumento do poder de decisão do consumidor, usando a rede elétrica quando for vantajoso e protegendo os consumidores de custos elevados.

Armazenamento e energia solar fotovoltaica, cada vez mais competitivas, seguirão juntas, abrindo as portas para novas oportunidades de negócio e de crescimento no setor elétrico brasileiro.


Energia Solar teve bom crescimento em 2018, passa de dois mil MW e projeta um ano ainda melhor


A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) confirmou que o Brasil ultrapassou a marca histórica de 2 mil megawatts (MW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica conectados na matriz elétrica nacional em 2018. E acredita que esta trajetória de crescimento seguirá em ritmo acelerado em 2019. 

Segundo a associação, o setor solar fotovoltaico ultrapassará a marca de 3 mil MW até o final do ano, atraindo ao País mais de R$ 5,2 bilhões em novos investimentos privados, com a instalação de mais de 1 mil MW adicionais em sistemas de pequeno, médio e grande porte. Com isso, diz a ABSOLAR, o crescimento anual do mercado será de 88,3% frente ao crescimento do ano de 2018, ajudando a acelerar a economia nacional.

O presidente do conselho de administração da associação, Ronaldo Koloszuk (foto), diz que “O mito de que a energia solar fotovoltaica era cara já caiu por terra. Já é uma das fontes renováveis mais competitivas do Brasil, com retornos sobre investimento entre 3 e 7 anos na geração distribuída. Com isso, a energia solar fotovoltaica crescerá mais de 80% em 2019 e será uma grande locomotiva de prosperidade, contribuindo para o progresso e desenvolvimento econômico, social e ambiental do Brasil. 

Este será mais um ano radiante para o mercado solar fotovoltaico brasileiro, repleto de boas oportunidades, novos negócios, atração de investimentos e geração de mais empregos. O País tem um potencial solar privilegiado e poderá se tornar uma das principais lideranças em energia solar fotovoltaica no planeta ao longo dos próximos anos”.

No segmento de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica, composto por sistemas de pequeno e médio porte instalados em residências, comércios, indústrias, produtores rurais, prédios públicos e pequenos terrenos, a ABSOLAR projeta um crescimento do mercado de mais de 97% frente ao total adicionado em 2018, com a entrada em operação de 628,5 MW em 2019, totalizando 1.130,4 MW até o final do período. 

Com este avanço a participação do segmento de geração distribuída no mercado solar fotovoltaico brasileiro subirá de 21,9% até 2018 para 34,2% até o final de 2019, demonstrando a relevância cada vez maior deste mercado para o setor.

Já no segmento de geração centralizada solar fotovoltaica, composto por usinas de grande porte, a ABSOLAR projeta a adição de mais de 380 MW, número muito inferior às expectativas do mercado. O pequeno volume é resultado do cancelamento, pelo Ministério de Minas e Energia, de dois leilões de energia solar fotovoltaica que seriam realizados em 2016. 

A situação diminuirá a participação do segmento de geração centralizada no mercado solar fotovoltaico brasileiro de 78,1% até 2018 para 65,8% até o final de 2019, evidenciando o impacto negativo do cancelamento dos leilões de energia de 2016.

Energia solar fotovoltaica atinge marca histórica de 500 MW em microgeração e minigeração distribuída no Brasil


O Brasil acaba de atingir a marca histórica de 500 megawatts (MW) de potência instalada em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica em residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos.

Segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a fonte solar fotovoltaica, baseada na conversão direta da radiação solar em energia elétrica de forma renovável, limpa e sustentável, lidera com folga o segmento de microgeração e minigeração distribuída, com mais de 99,5% das instalações do País.

A energia solar fotovoltaica agrega inúmeros benefícios para o progresso do Brasil, dentre eles: redução de gastos com energia elétrica, atração de investimentos, geração de empregos locais de qualidade, redução de impactos ao meio ambiente, redução de perdas elétricas na rede nacional, postergação de investimentos em transmissão e distribuição e alívio do sistema elétrico em horários de alta demanda diurna, como nos meses de verão.

Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 75,5% do total. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (16,8%), consumidores rurais (4,3%), indústrias (2,7%), poder público (0,7%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,01%).

Em potência instalada, os consumidores dos setores de comércio e serviços lideram o uso da energia solar fotovoltaica, com 43,2% da potência instalada no País, seguidos de perto por consumidores residenciais (35,7%), indústrias (10,3%), consumidores rurais (7,3%), poder público (3,2%) e outros tipos, como serviços públicos (0,3%) e iluminação pública (0,01%).

De acordo com a entidade, o Brasil possui hoje 49.177 sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental a 60.090 unidades consumidoras, somando mais de R$ 2,6 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, distribuídos ao redor de todas as regiões do País.

O presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, ressalta que o crescimento da microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica é impulsionado por três fatores principais: 
  1. a forte redução de mais de 83% no preço da energia solar fotovoltaica desde 2010; 
  2. o forte aumento nas tarifas de energia elétrica dos consumidores brasileiros, pressionando o orçamento de famílias e empresas; e 
  3. o aumento no protagonismo e na responsabilidade socioambiental dos consumidores, cada vez mais dispostos a economizar dinheiro ajudando, simultaneamente, a preservação do meio ambiente.

Fonte: ABSOLAR.

Energia Fotovoltaica no campo uma necessidade para Redução de custos


A redução de custo para a implantação de painéis de geração de energia fotovoltaica no campo nos últimos anos vem expandindo as possibilidades de adoção de energia Fotovoltaica neste segmento. A geração por meio de painéis solares, alternativa às concessionárias de energia elétrica e ao uso de diesel para com o impacto na emissão de gases de efeito estufa, tem peso importante no bolso do produtor rural.

Destaca-se que a procura por sistemas fotovoltaicos está em alta. desde 2015, quando surgiu a possibilidade de fechar consórcio entre os produtores para a implantação das usinas, o meio rural brasileiro atingiu 15,8 megawatts de utilização operacional de energia solar fotovoltaica. Essa marca significa que o uso da energia solar cresceu nove vezes em 2017, e já dobrou neste ano, o sistema é ideal para propriedades com alto consumo de luz, como as que lidam com irrigação, armazenagem de grãos, criação de animais em granjas, entre outras situações. O produtor gera energia com os painéis e pode abastecer o sistema geral.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, os agricultores passam agora a também ter uma complementação de renda, gerando energia elétrica para abastecer áreas urbanas e reduzir os seus gastos especificamente. “O meio rural tem açudes usando energia solar fotovoltaica flutuante em Goiás, assim como projetos mais tradicionais de bombeamento e irrigação, em Minas Gerais”, conta.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, os agricultores passam agora a também ter uma complementação de renda, gerando energia elétrica para abastecer áreas urbanas e reduzir os seus gastos especificamente. “O meio rural tem açudes usando energia solar fotovoltaica flutuante em Goiás, assim como projetos mais tradicionais de bombeamento e irrigação, em Minas Gerais”, conta.

FAZENDA 100% ABASTECIDA

Em Itajobi (SP), município na região de São José do Rio Preto, 264 painéis fotovoltaicos foram instalados na fazenda Panorama. O sistema ocupa 620 m² do telhado de um dos dois galpões da granja de frangos, e têm potência para gerar 84.480Wp. O proprietário Fernando Cuelhar explica que 100% do consumo de energia elétrica da fazenda é suprido pelo sistema. “A energia solar gerada abastece a granja de 60 mil aves, a irrigação do pomar de limões, a cerca elétrica e a sede. Ou seja, 100% da propriedade”, afirma.

Após a instalação do sistema fotovoltaico, a economia na conta de energia elétrica chega a R$ 7 mil por mês. “A redução de custos é essencial para a competitividade das nossas atividades. Isso sem falar na sustentabilidade, pois há redução de CO2 e no corte de árvores”, Comenta Cuelhar.

FINANCIAMENTOS

A energia solar também é um bom negócio para os produtores de agricultura familiar. O Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento de Agricultura Familiar) oferece financiamentos com juros variando entre 2,5% a 5,5% ao ano. Já o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) oferece recursos com juros de até 4,6% e a aquisição do equipamento deve estar vinculada a uma atividade econômica.

Para as pessoas físicas e jurídicas que queiram instalar projetos de energia solar fotovoltaica, o banco abriu linhas de financiamento no Programa Fundo Clima para 80% dos itens financiáveis, podendo chegar a R$ 30 milhões a cada 12 meses por beneficiário. Para renda anual de até R$ 90 milhões, o custo é de 0,1% ao ano com a remuneração do BNDES de 0,9% ao ano. Na renda anual acima de R$ 90 milhões, o custo tem o mesmo percentual, mas a remuneração do BNDES é de 1,4% ao ano.

PR é o sexto estado que mais usa a energia solar

Mas em potência instalada Estado é o quinto do País, gerando 5,4% do total nacional.
Telhado com placas fotovoltaicas em prédio de Curitiba: economia limpa (Foto: Franklin de Freitas)

O Paraná é hoje o sexto estado do País em unidades com sistema de energia solar conectados ao sistema. São 2.767, entre sistemas de energia solar residenciais, comerciais, industriais, rurais e outros. Mas, quando se fala em potência instalada, o Estado pula uma casa e aparece em quinto, gerando 5,4% da energia solar produzida no Brasil.

No começo do ano Brasil alcançou a marca histórica de 1 gigawatt (GW) de potência instalada em usinas de fonte solar fotovoltaica conectadas à matriz elétrica nacional. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), responsável pelo levantamento, a potência é suficiente para abastecer 500 mil residências e atender o consumo de 2 milhões de brasileiros.

Os painéis solares, que usam a luz do sol para gerar energia elétrica e que até seis anos atrás eram praticamente desconhecidas do público, hoje já alimentam mais de 42 mil casas, empresas e demais estabelecimentos do Brasil. Segundo as projeções oficiais da Agência Nacional de Elétrica (Aneel), isso é só o começo de uma expansão que irá chegar a mais de 886 mil clientes até 2024.

No caso do Paraná, chama a atenção o fato de situar-se no top dez ente os estados, à frente de regiões com índices de radiação solar bem melhores que o seu, como a Bahia e o Espírito Santo. Lembrando que o clima no Estado tem épocas do ano com muita instabilidade de nuvens.

Se fôssemos comparar o Brasil com os Estados Unidos em termos de energia solar fotovoltaica, certamente a nossa Califórnia (estado mais solar dos EUA) seria Minas Gerais. O Estado foi pioneiro na isenção do ICMS sobre energia solar e a cara tarifa energética local, associada aos altos níveis de radiação mineiro, fazem dos sistemas fotovoltaicos conectados à rede uma ótima solução.

Isenção do ICMS

Em julho passado a governadora Cida Borghetti sancionou a lei que isenta o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do fornecimento de energia elétrica produzida por mini e microgeração no Paraná. O benefício será concedido por um prazo de até 48 meses e visa incentivar a geração de energia por fontes alternativas no Estado, como a solar, eólica, de biogás e biometano.

A medida é válida para unidades com potência instalada de até 1 megawatt (MW) de energia. O consumidor que optar por gerar a própria energia por meio de fontes renováveis poderá compartilhar a produção excedente na rede pública de abastecimento e obter descontos na conta de luz. O abatimento ocorre por meio da isenção do ICMS sobre a energia elétrica trocada entre consumidor e distribuidora.

Fonte: Bem Paraná

Quer produzir sua energia elétrica? Veja por que este é um ótimo momento!

Mais de 40 mil imóveis se beneficiam da energia solar para economizar com eletricidade. Custo hoje é de 17% do que era no início da década

INSTALAÇÃO DE MÓDULO FOTOVOLTAICO, RESPONSÁVEL POR CAPTAR A ENERGIA SOLAR (FOTO: SEAN GALLUP/GETTY IMAGES)

A energia solar é a fonte de eletricidade cujo uso mais cresce no Brasil. Não só por ser limpa e atrativa para investimentos, mas também por permitir que cada consumidor produza sua própria energia e chegue a reduzir seus custos em até 90%. Regulamentada em 2012 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a possibilidade de geração distribuída, em que a energia gerada e não consumida nas pontas do sistema vai para a rede elétrica, gerando créditos para quem produziu, vem trazendo mais e mais famílias e empresas para um modelo mais sustentável de consumo energético.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil conta com 1,7 mil megawatts de capacidade instalada para produção de energia com sistema solar fotovoltaico. Isso representa apenas cerca de 1% da matriz energética nacional, mas o crescimento é rápido: só no ano passado, foram cerca de 900 megawatts adicionados, o que coloca o país como o décimo que mais adicionou capacidade produtiva em todo o mundo no período, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA).

E a expansão seguirá acelerada: com investimentos que ultrapassam R$ 5 bilhões, mais 1,1 mil megawatts terão entrado em operação ao final de 2018, praticamente dobrando, em apenas um ano, a produção de eletricidade desse modo.

Embora a maior parte da geração de energia em sistemas fotovoltaicos – aqueles em que os painéis como os vistos na foto acima captam a energia solar e a levam em forma de eletricidade para dentro das casas – seja “centralizada”, a partir de grandes usinas, a que é feita pelos próprios consumidores também já conquistou seu espaço: responde hoje por 350 megawatts do total (praticamente o dobro do ano passado), segundo a Absolar. São 37,1 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, beneficiando 44,7 mil unidades consumidoras (há meios de geração compartilhada em que um mesmo sistema beneficia mais de uma casa).

Ou seja: energia limpa, gerada na própria casa ou negócio, barateando a conta de luz e cada vez mais disseminada. Conversamos com Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, a entidade que reúne as empresas especializadas na instalação dos sistemas de geração de energia solar, para tirar as principais dúvidas sobre como entrar nesse mercado. Veja as respostas para as principais dúvidas abaixo.

Do que estamos falando, afinal?

Você já deve ter visto o sistema de aquecimento de água utilizando placas que captam a energia solar, e um pequeno reservatório. Conhecidos como boilers, esses equipamentos normalmente usados em áreas rurais mantêm a água aquecida para ser usada nas residências sem o gasto de energia elétrica. Não é, no entanto, deste tipo de energia solar que estamos falando quando o assunto é geração de energia elétrica com base em sistemas fotovoltaicos. “Muitas pessoas ainda relacionam a energia solar com o aquecimento de água, e não é isso. Quando falamos em energia solar fotovoltaica, é a conversão direta da irradiação solar em energia elétrica, por meio de equipamentos específicos que são instalados”, explica Sauaia.

Quais equipamentos são necessários?

Há quatro componentes principais nos sistemas fotovoltaicos, além dos cabos e conectores necessários para que todos funcionem no mesmo sistema:
  • Módulo fotovoltaico: são as placas coletoras (às vezes também chamados de painéis solares), que recebem a irradiação solar;
  • Rastreador solar: também chamado de “estrutura de suporte”, ele orienta as células do módulo fotovoltaico conforme a movimentação do sol durante o dia, seguindo o astro durante o dia, mais ou menos como fazem os girassóis;
  • Inversor: responsável por transformar a energia solar em corrente elétrica, é um quadro normalmente localizado numa das paredes externas do imóvel e fica ligado, por um lado, aos módulos solares, e, por outro, ao quadro de energia, para distribuir a eletricidade;
  • Medidor bidirecional: o famoso “relógio de luz”, que mede o consumo. Mas, nesse caso, não apenas da energia enviada para dentro do imóvel. Também é medido o que não foi utilizado e acabou sendo levado à rede elétrica.
DOS MÓDULOS FOTOVOLTAICOS, A ENERGIA SOLAR VAI AO INVERSOR QUE A TRANSFORMA EM ELETRICIDADE E DISTRIBUI POR MEIO DO QUADRO ELÉTRICO. DEPOIS, O QUE NÃO É CONSUMIDO VAI PARA A REDE ELÉTRICA, GERANDO CRÉDITOS PARA O CONSUMIDOR (FOTO: ABSOLAR)


Como instalar tudo isso?

Segundo Rodrigo Sauaia, não é preciso se preocupar muito com as tecnicalidades. Há, afirma, milhares de empresas especializadas na instalação e gestão de sistemas fotovoltaicos espalhadas pelo Brasil que cuidam de todo o processo. “Basta pegar a conta de energia elétrica e leva-la a uma empresa especializadas em energia solar fotovoltaica. Ela vai então analisar e fazer uma cotação para que o consumidor avalie quanto ele precisaria investir no sistema”, diz o presidente da Absolar.

A empresa cuida de todos os equipamentos, com exceção do medidor bidirecional, que é de responsabilidade da distribuidora de energia. Mas, segundo o executivo, boa parte das companhias especializadas fazem também a intermediação desse processo, assim como o contato com a distribuidora para ligar a rede elétrica à instalação fotovoltaica. 

Quanto custa? E quanto se pode economizar?

Todo esse processo, afirma o presidente da Absolar, costuma sair em torno de R$ 15 mil, gerando uma economia de 80% a 90% na conta de luz. “Isso pensando em uma residência da média brasileira, para uma família de quatro pessoas”, esclarece. Dependendo do tamanho do imóvel, do consumo de energia e dos equipamentos usados, é necessária uma quantidade maior de módulos fotovoltaicos, o que encarece o processo.

Mas, uma vez feito, o investimento tende a “se pagar”, na forma de redução da conta de energia elétrica, em “mais ou menos quatro a sete anos”, de acordo com o especialista.

Há, entretanto, outras formas de se contratar o serviço, sem necessariamente fazer o investimento todo. Foi regulamentado recentemente o processo de geração compartilhada de energia, em que consumidores se unem em uma cooperativa para construir uma pequena central de geração. Nesse caso, a própria empresa fornecedora banca a compra dos equipamentos, e um contrato a longo prazo garante que os consumidores a paguem num prazo maior. É bom ressaltar, entretanto, que nesse caso a economia mensal é menor, já que essa espécie de financiamento será paga juntamente com a energia gasta.

É possível zerar a conta de luz? Ou ter créditos de energia?

Sim e não. Os consumidores terão seu sistema fotovoltaico projetado para gerar a maior economia possível na conta de luz tendo por base a energia consumida anualmente e a demanda média do imóvel. Isso significa que em alguns meses o sistema pode gerar mais economia e em outros meses, menos.

Assim, se consumir menos do que é produzido pelo sistema fotovoltaico, o consumidor pode abater quase completamente a conta de luz – mas não deixará de pagar o “custo disponibilidade” da energia elétrica, uma taxa mínima cobrada pelas empresas para prestar o serviço de distribuição. Por isso se fala em uma redução de, no máximo, 90%.

Mas, ainda assim, é possível gerar créditos com excedentes de energia. A luz excedente é depositada na rede para que outros usuários a utilizem, e os créditos gerados podem ser usados por até 60 meses. Por exemplo: um pouco da energia produzida durante o dia gera crédito para consumo durante a noite, quando não há como captar a luz solar.

CASAS COM CAPTAÇÃO DE ENERGIA SOLAR. CONTA DE LUZ PODE CAIR ATÉ 90% (FOTO: MIGUEL VILLAGRAN/GETTY IMAGES)


Qualquer região do Brasil ou tipo de imóvel pode produzir a energia dessa forma?

De acordo com o presidente da Absolar, sim. Como a geração de energia depende da incidência de luz solar, algumas regiões do planeta, dependendo da inclinação no globo, podem ter sua produção prejudicada. Mas não é o caso do Brasil, que, apesar da sua grande extensão, não ocupa os extremos da Terra.

Quanto aos imóveis, mesmo quem mora em apartamento ou de aluguel pode se beneficiar, por meio da geração compartilhada. O mesmo vale para quem quer abastecer de energia uma empresa com várias unidades. Ele explica que a geração de energia em um local pode gerar crédito para abater o consumo em outro, comouma casa de campo gerando créditos para um apartamento na cidade."A única exigência é que os imóveis estejam todos sob a mesma titularidade e sejam atendidos pela mesma distribuidora de energia”, explica.

E se a tendência não se confirmar e o país deixar de investir nesse tipo de energia?

É bastante difícil que isso aconteça. Não só pela necessidade ambiental ou porque no mundo inteiro a energia solar fotovoltaica vem crescendo a ritmos acelerados, mas porque investimentos a longo prazo vêm sendo feitos por aqui e barateando o custo da energia. “Hoje, essa energia custa apenas 17% do que custava em 2010”, diz Sauaia.

Em seu relatório anual sobre o setor energético, a Bloomberg prevê que as energias solar e eólica, combinadas, deverão representar 50% da produção mundial em 2050. No Brasil, o presidente da Absolar prevê que, em 2030, os sistemas fotovoltaicos pulem para 10% da matriz energética.

Como obter mais informações?

Dependendo da região, a distribuidora de energia pode ter exigências específicas para a geração distribuída de energia. E elas são obrigadas pela regulamentação do setor a ter um espaço em seu site na internet com as orientações a respeito. Por isso, é importante procura-las, assim como consultar as empresas especializadas em energia fotovoltaica da sua cidade.

Cresce o uso de energia fotovoltaica no campo


A redução de custo para a implantação de painéis de geração de energia fotovoltaica nos últimos anos vem expandindo as possibilidades de adoção deste tipo de fonte sustentável no campo. A geração por meio de painéis solares, alternativa às concessionárias de energia elétrica e ao uso de diesel para com o impacto na emissão de gases de efeito estufa, tem peso importante no bolso do produtor rural.

O empresário do setor fotovoltaico Newton Koeke, dono de uma empresa de Birigui que implanta a tecnologia na cidade e em propriedades rurais, destaca que a procura por sistemas fotovoltaicos está em alta. “Desde 2015, quando surgiu a possibilidade de fechar consórcio entre os produtores para a implantação das usinas, o meio rural brasileiro atingiu 15,8 megawatts de utilização operacional de energia solar fotovoltaica. 

Essa marca significa que o uso da energia solar cresceu nove vezes em 2017, e já dobrou neste ano”, conta. Koeke afirma que o sistema é ideal para propriedades com alto consumo de luz, como as que lidam com irrigação, armazenagem de grãos, criação de animais em granjas, entre outras situações. “O produtor gera energia com os painéis e pode abastecer o sistema geral”.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, os agricultores passam agora a também ter uma complementação de renda, gerando energia elétrica para abastecer áreas urbanas e reduzir os seus gastos especificamente. “O meio rural tem açudes usando energia solar fotovoltaica flutuante em Goiás, assim como projetos mais tradicionais de bombeamento e irrigação, em Minas Gerais”, conta.

FAZENDA 100% ABASTECIDA

Em Itajobi (SP), município na região de São José do Rio Preto, 264 painéis fotovoltaicos foram instalados na fazenda Panorama. O sistema ocupa 620 m² do telhado de um dos dois galpões da granja de frangos, e têm potência para gerar 84.480Wp. O proprietário Fernando Cuelhar explica que 100% do consumo de energia elétrica da fazenda é suprido pelo sistema. “A energia solar gerada abastece a granja de 60 mil aves, a irrigação do pomar de limões, a cerca elétrica e a sede. Ou seja, 100% da propriedade”, afirma.

Após a instalação do sistema fotovoltaico, a economia na conta de energia elétrica chega a R$ 7 mil por mês. “A redução de custos é essencial para a competitividade das nossas atividades. Isso sem falar na sustentabilidade, pois há redução de CO2 e no corte de árvores”, Comenta Cuelhar.

FINANCIAMENTOS

A energia solar também é um bom negócio para os produtores de agricultura familiar. O Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento de Agricultura Familiar) oferece financiamentos com juros variando entre 2,5% a 5,5% ao ano. Já o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) oferece recursos com juros de até 4,6% e a aquisição do equipamento deve estar vinculada a uma atividade econômica.

Para as pessoas físicas e jurídicas que queiram instalar projetos de energia solar fotovoltaica, o banco abriu linhas de financiamento no Programa Fundo Clima para 80% dos itens financiáveis, podendo chegar a R$ 30 milhões a cada 12 meses por beneficiário. Para renda anual de até R$ 90 milhões, o custo é de 0,1% ao ano com a remuneração do BNDES de 0,9% ao ano. Na renda anual acima de R$ 90 milhões, o custo tem o mesmo percentual, mas a remuneração do BNDES é de 1,4% ao ano.