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Italiano cria caixa compacta que fornece água potável e energia solar


O produto tem a capacidade de atender até 1.500 pessoas por unidade.

Levar água potável e energia para alguns lugares do mundo é um desafio que tem movimentado muitas empresas. Dentre as soluções, chama atenção um pequeno box criado uma empresa italiana que tem tecnologia suficiente para dupla função: garantir água limpa para os moradores e ainda gerar energia renovável.

Batizada de OffGridBox, a caixa é capaz de coletar, tratar e distribuir água potável. Isso porque possui um tanque de microfiltração de cinco estágios que absorve água suja e produz uma água potável livre de cheiros, transparente e sem bactérias. Além disso, pode gerar, converter e armazenar energia solar por meio de placas instaladas no topo. Uma inovação “dois em um” que pode ajudar incontáveis famílias ao redor do mundo.


O produto tem a capacidade de atender até 1.500 pessoas por unidade. O modelo mais básico possui 12 módulos solares, um inversor e armazenamento de bateria. Medindo um metro e meio, ele é capaz de fornecer energia para baterias de 300 famílias, sendo que cada unidade é capaz de carregar três luzes LED por quatro horas e dois celulares.

Foto: Off Grid Box

Após três anos no mercado, o produto já foi levado para organizações sem fins lucrativos em Madagascar, Nigéria, Ruanda, Colômbia, entre outros locais. Uma parte foi vendida para consumidores individuais, em parte amantes da natureza que viram na OffGridBox um bom acessório para levar aos campings. E ainda teve algumas unidades que foram para as Filipinas ajudando pessoas atingidas pelo tufão em 2013.

Mas, ainda o maior empecilho para que a caixinha mágica ganhe escala comercial é o seu preço: 15 mil dólares. “De volta à Itália, não é fácil encontrar a estratégia de financiamento, os mentores e os programas de aceleração adequados”, afirma o fundador e CEO Emiliano Cecchini.

Foto: Off Grid Box

Tendo seu projeto selecionado para um programa de aceleração em Boston, Cecchini aproveitará a oportunidade para reformular o negócio. Ao invés de esperar que cada unidade seja vendida a conta gotas, sua estratégia é levar o produto até as áreas que necessitam cobrando um valor pelo uso.

Foto: Off Grid Box

Uma família de quatro pessoas pagará 12 centavos de dólar (100 francos ruandeses) por dia e por água, sendo as baterias subsidiadas pela empresa. A ideia já está em testes em Ruanda, onde a companhia planeja instalar unidades em 18 aldeias. Inclusive, o governo local já contratou 14 pessoas para trabalhar em eletricidade nas áreas rurais. Com parcerias deste, a Off Grid Box tem a meta de atender 420 mil clientes finais até 2020.


Futuramente, a ideia é que cada unidade possa ter Wi-Fi e atividades comerciais associadas, o que abriria outras possibilidades de rentabilizar e criar um modelo de negócio que funciona.

Assista o vídeo:


Lei de incentivo ao aproveitamento de águas das chuvas é aprovada


O incentivo e a promoção da captação, preservação e aproveitamento de águas das chuvas serão incluídos entre os objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos. É o que estabelece a Lei 13.501/2017, sancionada na segunda-feira 30 de outubro e publicada na terça-feira (31) no Diário Oficial da União.

A nova lei tem origem no Projeto de Lei do Senado (PLS) 326/2015, aprovado no Senado em setembro de 2015 e ratificado sem modificações na Câmara dos Deputados em setembro de 2017. Entra em vigor já nesta terça-feira.

A Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/1997) já prevê entre seus objetivos assegurar a disponibilidade de água à atual e às futuras gerações com padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; a utilização racional e integrada da água, incluindo o transporte aquaviário; e a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.

A inclusão entre esses objetivos do incentivo à captação, preservação e aproveitamento de águas das chuvas segue tendência mundial de utilização de água não tratada para manutenção de jardins, limpeza de calçadas e em atividades agrícolas e industriais.

O autor do PLS 326/2015 é o ex-senador Donizete Nogueira (PT-TO). Na justificativa para o projeto, Donizete Nogueira alegou que a intenção é evitar o agravamento da crise hídrica. Conforme afirmou, cerca de 40% da população do planeta já enfrenta dificuldades de acesso à água. Ele citou estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar, dando conta de que, até 2050, cerca de cinco bilhões de pessoas estarão em situação de estresse hídrico.

Além de problemas para o consumo humano, ele afirmou que a falta de água será um fator limitante à produção agrícola e industrial. Para ele, é urgente melhorar a gestão dos recursos hídricos, estimulando práticas sustentáveis de utilização dos mananciais, redução de desperdício de água e captação da água da chuva.

No Senado, o PLS foi aprovado em decisão terminativa na Comissão de Meio Ambiente (CMA), onde foi relatado por Otto Alencar (PSD-BA). Ele apresentou voto pela aprovação do projeto, com duas emendas de redação. No relatório, Alencar afirmou que o PLS representa “uma iniciativa louvável que promove a preservação dos recursos hídricos”.

Fonte: Agência senado

Saiba o que é o selo de qualidade AQUA - Alta Qualidade Ambiental

O selo AQUA significa - Alta Qualidade Ambiental

É a 1ª norma brasileira para certificação de construções sustentáveis. Ele considera as especificidades do nosso país e utiliza 14 critérios para analisar os edifícios (da gestão da obra ao seu funcionamento posterior).

Sua criação traz maior competitividade aos empresários brasileiros, já que internacionalmente são exigidos selos desta natureza para que obras tenham reconhecimento. Como o Processo AQUA atende às necessidades legislativas, de clima e de fontes de energia do Brasil, é mais adaptado à nossa realidade do que selos como o LEED muito utilizado mundialmente.

Sua aplicação permite a redução do consumo de água, energia, CO2 e matérias primas, aumentando a qualidade de vida dos usuários e o desenvolvimento sócio-econômico-ambiental da região.


Como surgiu o AQUA:

Sua criação foi inspirada no selo francês HQE. Os criadores do AQUA consideram que tanto a França, como a Europa como um todo, estão bem adiantados nas pesquisas por soluções ambientais.

  • Data de criação: 03 de abril de 2008
  • Criador: Fundação Vanzolini, instituição privada, sem fins lucrativos, criada e gerida pelos professores do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP)

Como o empreendedor consegue o selo?

É necessário ter o controle total do projeto em todas as suas fases, por meio do Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) – considerado a “coluna vertebral” da certificação - para que sejam atendidos os critérios de desempenho da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE) – expressa em 14 categorias.

A certificação é concedida ao final de cada fase (e válida até o fim da próxima), após auditorias presenciais precedidas de análises técnicas. Estas são as fases:

  • Programa
  • Concepção (Projeto)
  • Realização (Obra)
  • Operação (Uso)

Quais critérios são considerados pelo AQUA?

São analisadas 14 categorias (conjuntos de preocupações), que se pode reunir em 4 famílias:


Sítio e Construção

1 - Relação do edifício com o seu entorno;
2 - Escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos. Canteiro de obras com baixo impacto ambiental;


Gestão

3 - Gestão da água;
4 - Gestão da energia;
5 - Gestão dos resíduos de uso e operação do edifício;
6 - Manutenção: permanência do desempenho ambiental;


Conforto

7 - Conforto higrotérmico;
8 - Conforto acústico;
9 - Conforto visual;
10 - Conforto olfativo;


Saúde

11 - Qualidade sanitária dos ambientes;
12 - Qualidade sanitária do ar;
13 - Qualidade sanitária da água.


*Os parâmetros podem ser considerados de modo diferenciado em função dos tipos de ambientes e seus usos. Exemplo: critérios 8 a 13.


Como é a classificação?

Diferentemente do LEED, que considera pontos para avaliar cada critério, o Processo AQUA realiza uma avaliação a partir dos 14 critérios e emite uma classificação:

  • Bom: é o mínimo aceitável para um empreendimento de Alta Qualidade Ambiental;
  • Superior: possui boas práticas de sustentabilidade;
  • Excelente: corresponde aos desempenhos máximos constatados em empreendimentos de Alta Qualidade Ambiental.
Este perfil de Qualidade Ambiental do Edifício (QAE) é próprio a cada contexto, assim como a cada empreendimento e sua pertinência deve ser justificada a partir de vários itens, como análise do local, dos custos, das características funcionais do empreendimento, dentre outros.

É exigido que o perfil de desempenho nas 14 categorias do Processo AQUA seja pelo menos Excelente em 3 categorias, Superior em 4 e Bom em 7.


Conclusão

O selo traz um retorno positivo para o empreendedor, por funcionar como marketing e mostrar que a empresa está interessada em soluções ambientais, sociais e econômicas.

A economia de água, energia, equipamentos e materiais são significativos ao longo do tempo e quem trabalha em ambientes inteligentes (com conforto, saúde e segurança) tem maior rendimento, aumentando sua produtividade.

Uma das grandes vantagens da Certificação Processo AQUA para o Brasil, segundo o site da Fundação Vanzolini, é o de que ele contém critérios adaptados ao país que exigem resultados de desempenho, não prescrevendo soluções de projeto pré-concebidas.


Investimento a longo prazo

Experiências de construções certificadas têm mostrado que, em poucos anos, um empreendimento recupera o que foi investido no projeto: com economia de água, de energia e em manutenção de equipamentos, e com uso do material adequado. Também existe um aumento concreto de produtividade dos empregados pelo fato de trabalharem com conforto, saúde e segurança.

A idéia é que, daqui pra frente, cada vez mais, tenhamos setores preocupados em construir de maneira sustentável. "Até termos bairros, cidades e países sustentáveis", sugere Patrick.

Nos últimos cinco anos, as construções fizeram progressos consideráveis, mas ainda será necessário mudar o paradigma: ao mesmo tempo em que as construtoras estão sob pressão para projetar e construir em um curto espaço de tempo e a custos baixos, o grande desafio será fazê-lo sem deixar de lado as reflexões necessárias para garantir qualidade e sustentabilidade às edificações. 

Além disso, por enquanto, a certificação avalia os procedimentos até a entrega do prédio, sendo que, mais de 80% do consumo acontece em sua fase operacional. Portanto, é preciso pensar em medidas para certificar a obra durante sua vida útil.

Uma das novidades para um futuro bem próximo é a construção de edifícios que funcionem como filtros de ar - tanto para que o ar chegue limpo a seu interior, como para que seja devolvido limpo à atmosfera. 

Com tantas demandas - e tantas possibilidades de inovação - será necessário formar, desde já, profissionais que sejam capazes de propor boas soluções de engenharia e arquitetura a custos viáveis.

Fonte: Fundação Vanzolini.


Energia do efluente sanitário

Águas residuais são consideradas inúteis - muito erradas! A água de lavagem tem uma temperatura média de 30 ° C. Água de toalete pode não só ser usada para produzir biogás ou fertilizantes, mas também recursos valiosos que de outra forma entrariam no sistema de esgoto sem uso. E ainda pior: anualmente, mais de 2 milhões de pessoas morrem de doenças diarreicas devido ao uso errado de águas residuais. Especialistas do “Grupo Água-Energia” do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe (KIT) estudam as possibilidades de eliminar esses problemas.

Cuidado, sem água potável. Apenas 0,3% da água na superfície da Terra é adequada para uso como água potável. Os cientistas do KIT estudam as possibilidades de melhorar o uso de águas residuais. - Foto: KIT

Embora cerca de 72% da superfície da Terra seja coberta por água, apenas 0,3% são adequados para uso como água potável.

“Com isso em mente, as águas residuais não são resíduos. Ele contém energia térmica, energia química na forma de compostos de carbono e nutrientes vegetais valiosos. Agora, temos que desenvolver processos para o uso desses recursos ”, diz Helmut Lehn, do Instituto de Avaliação de Tecnologia e Análise de Sistemas (ITAS).

O calor residual das águas residuais domésticas, por exemplo, pode ser usado com a ajuda de trocadores de calor em tubulações de esgoto.

"E é ainda mais eficaz usar as águas quentes da máquina de lavar roupa e do banheiro diretamente na casa para pré-aquecer a água para o banho", acrescenta Witold Poganietz, que lidera o grupo de pesquisa junto com Lehn. Esse sistema já está em operação em um bloco habitacional em Berlim.

Um dos principais pré-requisitos para o uso inteligente de águas residuais é a separação dos fluxos de águas residuais da casa de banho (água preta) e da casa de banho e cozinha (água cinzenta), continua Lehn. Se as fezes fossem removidas separadamente e não diluídas - usando, por exemplo, lavabos a vácuo como em aviões ou ICEs - três litros de biogás poderiam ser produzidos a partir de um litro de água residual.

“A adição de resíduos biológicos pode até aumentar o rendimento energético e a lixeira orgânica não será mais necessária”, diz Lehn. E acrescenta: “A urina é um fertilizante ideal, pois contém nitrogênio, potássio e fósforo”.

Como este último é considerado um recurso não renovável que deve ficar aquém mesmo antes do carvão e do petróleo, os estudos concentram-se em recuperá-lo das águas residuais municipais e do lodo de esgoto. Isso também pode ajudar a reduzir a demanda por fertilizantes artificiais, cuja produção exige muita energia.

De acordo com Franka Steiner, ITAS, a infraestrutura existente continuará a exigir limpeza complexa de águas residuais mistas, enquanto a separação dos fluxos de águas residuais pode ser implementada facilmente em áreas de desenvolvimento, onde novas casas são construídas. Isso também se aplica ao crescimento das áreas metropolitanas nos países limítrofes e em desenvolvimento.

“Aqui, os sistemas sanitários estão faltando completamente”, diz o geoecologista.

Em todo o mundo, ela aconselha as administrações municipais no planejamento de sistemas de águas residuais. Um sistema de separação que produz energia e nutrientes das águas residuais de vários milhares de habitantes está sendo testado pela cidade de Hamburgo em uma área de conversão. Este projeto é observado pelos pesquisadores do ITAS com grande interesse. 

Dia Mundial da Água da ONU comemora os milhões de mortes devido ao uso indevido de águas residuais

Para chamar a atenção para o problema mundial das águas residuais, o lema “Águas Residuais” foi escolhido para o “Dia Mundial das Nações Unidas” em 22 de março. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças diarreicas devidas ao uso indevido de águas residuais causam 4% de todas as mortes no mundo, com tendência crescente.

Muitas das mais de 2 milhões de vítimas por ano são crianças que vivem em países em desenvolvimento, diz Lehn. Para comparação: em 2015, cerca de 440.000 pessoas morreram de malária (metade de 15 anos antes) e 1,1 milhão de pessoas morreram de AIDS. O pesquisador do ITAS, Lehn, acha que um dos motivos para o aumento das doenças diarreicas fatais é a progressão da urbanização, com mais e mais pessoas vivendo em favelas urbanas densamente compactadas, sem tratamento higiênico com esgoto. 


ITAS Informa Cidadãos sobre Usos Potenciais de Águas Residuais

Na quinta-feira, 11 de maio, das 6 às 21 horas, os visitantes podem se informar sobre possíveis usos de águas residuais no prédio do ITAS (Karlstrasse 11, 76021 Karlsruhe). Especialistas do “Grupo Água-Energia” e profissionais dos setores de água servida e de desenvolvimento são convidados a dar conselhos. “Os cidadãos serão informados sobre o nosso atual sistema de tratamento de águas residuais, potenciais usos alternativos de águas residuais e os passos que devem ser tomados pelos proprietários de casas e municípios”, diz Helmut Lehn. 


Relacionamentos da Água, Energia e Resíduos: Simulação da ITAS na Semana Mundial da Água

Na Semana Mundial da Água, em Estocolmo, de 27 de agosto a 1º de setembro de 2017, o Grupo de Água-Energia do ITAS apresentará uma simulação. Espera-se que mais de 3000 visitantes de todo o mundo participem do evento sob o lema “Água e resíduos - reduzir e reutilizar”. “Nossa simulação destacará as relações tecnoeconômicas, socioculturais e ecológicas de água, energia e resíduos e nós planeja projetar conceitos para vários contextos urbanos ”, diz Jasmin Friedrich, cujos estudos se concentram no nexo água-energia. 


KIT Educa Especialistas para o Uso Sustentável da Água

Outra contribuição para resolver os problemas mundiais de água é o programa de mestrado do KIT "Água, Ciência e Engenharia". O KIT oferece educação interdisciplinar e orientada para a pesquisa na interface da engenharia hidrológica e das ciências naturais. O programa transmite conhecimentos especializados em engenharia hidráulica e ciências naturais, incluindo tecnologia de água e gestão de águas urbanas, engenharia hidrológica e hidráulica, ciência de sistemas ambientais e gestão de recursos hídricos. O programa é de caráter internacional, muitos dos cursos são em inglês. Os graduados se qualificam para atividades responsáveis ​​em escritórios de planejamento e engenharia, empresas industriais, no setor de serviços públicos, cooperação internacional para o desenvolvimento e ciência.

FONTE: Instituto de Tecnologia de Karlsruhe.

WATERSEER É UM CONDENSADOR DE ÁGUA DE BAIXO CUSTO QUE PRODUZ ÁGUA POTÁVEL A PARTIR DO AR


Em todo o mundo, uma criança morre a cada 90 segundos por falta de água potável, cerca de 1000 por dia. Diariamente cerca de 10.000 pessoas morrem de desidratação e doenças transmitidas pela água. Em algumas regiões desérticas do mundo, a água acaba se tornando um artigo de luxo pois as chuvas são escassas. O maior desafio da tecnologia atual é como fornecer água limpa de forma fácil e barata para milhões de pessoas que vivem em regiões áridas ou onde as fontes de água estão contaminadas pela poluição causada pelo homem.
Um novo condensador de água desenvolvido pela Vici Labs, em colaboração com a UC Berkeley e a National Peace Corps Association, visa fornecer uma fonte sustentável e segura de água limpa para milhões de pessoas que vivem sem abastecimento de água. O WaterSeer poderia ajudar a aliviar algumas dos problemas causadas pela falta de água no mundo todo.
As pessoas que vivem nas cidades, onde a maioria das casas e empresas têm acesso à água limpa que sai da torneira, não precisam se preocupar com a maioria das doenças transmitidas pela água ou desidratação, além da capacidade para lavar as roupas e utensílios, mas essas preocupações são muito reais para milhões de pessoas que não tem uma fonte de água limpa. O WaterSeer é um dispositivo concebido para produzir água 24 horas por dia sem precisar de energia elétrica, sem produtos químicos, é totalmente não-poluente e sua construção simples é barata e livre de manutenção.
Ele pode “puxar” a umidade do ar e condensá-la em água, utilizando a diferença de temperatura entre a turbina que está cima do solo e a câmara de recolhimento que está instalada a 2 metros no subsolo. A água potável pode então ser entregue à superfície através de uma bomba simples e mangueira, e o dispositivo pode produzir 11 litros de água por dia em regiões áridas e 37 litros em áreas mais úmidas. E a melhor parte é que o WaterSeer custa apenas US $ 134.

A turbina que fica acima do solo gira movimentada pelo vento, que por sua vez movimenta as pás do ventilador interno que empurram o ar para baixo em uma câmara de condensação, onde o ar é naturalmente resfriado pela terra circundante, o que faz com que o vapor de água se condense em água em estado líquido que flui para um reservatório abaixo.
A água que se condensa a partir do ar utilizando o WaterSeer é pura, água destilada e sem impurezas. É mais limpa do que a água da chuva e do que a água da torneira, sem quaisquer aditivos, impurezas ou produtos químicos de qualquer tipo.

WaterSeer

A equipe está atualmente procurando financiamento coletivo através do Indiegogo para gerar pré-encomendas do WaterSeer que vai funcionar através do modelo “para cada compra, um será doado”. Quando alguém compra o dispositivo, outro irá para uma família que vive sem acesso a água limpa. No Brasil existem várias regiões onde a seca é constante e a falta de saneamento básico é um grande problema para se obter água limpa.
O WaterSeer seria uma ótima alternativa para ser instalado nessas regiões pois além de barato, ele produz água sem precisar de energia ou manutenção. Uma alternativa seria os governos estaduais adquirir vários desses e instalá-los em regiões sem saneamento básico ou regiões áridas para facilitar a vida das pessoas.

Via  Stylo Urbano por Renato Cunha

CNI PROPÕE MUDANÇAS NA LEI PARA INCENTIVAR REÚSO DE ÁGUA NO BRASIL

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) acompanha de perto das questões relacionadas a saneamento básico no Brasil por meio da sua Rede de Recursos Hídricos.
Com base nesse trabalho, a entidade vem discutindo as questões relacionadas a adoção do reúso de água no Brasil e já tem propostas de alteração da Lei Federal de Saneamento Básico (11.455/2007) para que se incentive o investimento na construção de plantas que tratem os esgotos para produção de água e para garantir que os compradores de água de reúso recebam o recurso na qualidade, periodicidade e preço compatíveis com a demanda.
As sugestões de mudanças foram apresentadas pelo engenheiro Percy Soares, coordenador da Rede de Recursos Hídricos da CNI, durante painel do “16º Encontro Técnico de Alto Nível: Reuso da Água”, organizado pelo Centro Internacional de Referência em Reúso da Água (CIRRA) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
O evento aconteceu no Auditório Professor Francisco Romeu Landi, Prédio da Administração da Poli, no campus do Butantã, em São Paulo, e teve apoio da Associação Internamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (AIDIS)e da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, Seção São Paulo (ABES).
A primeira mudança sugerida na legislação e apresentada pelo executivo da CNI se refere ao artigo 3º da lei 11.455, que trata dos conceitos fundamentais da lei federal de saneamento ambiental.
Um dos itens do artigo define o que é o esgotamento sanitário: “constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente”.
A CNI propõe um acréscimo nesse item, no qual deve-se abranger “a destinação para sistema de reúso”, de modo a garantir a legalidade das ações de quem destinar o esgoto para tratamento em plantas de reúso de água.
A segunda alteração seria a criação de um novo artigo dentro da lei de saneamento básico que exclua algumas atividades da classificação de serviço público, como “ações de saneamento executadas por meio de soluções individuais; abastecimento de água não potável, inclusive as provenientes de soluções alternativas e sistemas de reúso; ações e serviços de saneamento básico de responsabilidade privada, incluindo o manejo de resíduos e de responsabilidade do gerador; e utilização de efluentes de estações de tratamento de esgoto para produção de água de reúso”.
Um parágrafo inserido nesse novo artigo esclarece ainda que, mesmo não sendo atividades de serviço público, elas podem ser executadas, integral ou parcialmente, por prestadores de serviços públicos de saneamento básico, inclusive as concessionárias e órgãos da administração indireta.
Essa seria uma forma de garantir, no marco legal, que uma empresa que investiu na construção de uma planta de reúso de água para tratar seu próprio esgoto possa definir, com base nos critérios estratégicos que atendam seus negócios, seus requisitos de produção como, por exemplo, qual a quantidade de água que deseja produzir e para qual finalidade essa água seria utilizada, atendendo os critérios de qualidade da água para reúso estipulados em legislação.
Para a CNI, o grande gargalo na implementação do reúso de água no Brasil, hoje, é a regulação, pois sua ausência cria insegurança e afasta os investimentos.
“Segurança não é apenas um padrão técnico, mas precisamos olhar as questões econômicas e regulatórias. Precisamos saber quem regulamenta o quê. Hoje faltam regras claras para definição das competências [entre os atores que regulam o saneamento]”, apontou.
Ele citou uma situação hipotética, em que uma empresa usa água de reúso e obedece uma determinada portaria da Cetesb, companhia de saneamento estadual de São Paulo, mas depois a fiscalização a autua, dizendo que a empresa precisava também ter observado uma resolução do Conama, órgão ambiental federal, ou uma portaria do Ministério da Saúde. “Precisamos ter claramente as responsabilidades e atribuições para não nos perdermos num cipoal legal”, afirmou.
Reúso: caminho obrigatório – Experiências em estágio comercial de diversos países comprovam que é mais do que viável articular os elementos econômicos, regulatórios e sociais para tornar o reúso da água um grande negócio.
Alguns desses exemplos foram citados pelo professor Rafael Dautant, da Universidade de Carabobo, da Venezuela: a planta de reúso do complexo turístico de Caribbean Tucacas, na Venezuela, que utiliza a água para irrigação das plantas ornamentais do parque; a planta de tratamento de águas residuais Dulces Nombres, do México, que produz água para uso industrial; a planta da Avícola La Guasima, na Venezuela; e a planta de reúso de Ariake, de Tóquio, no Japão, foram algumas das citadas.
A apresentação de Dautant deixou claro que os países que quiserem garantir sua segurança hídrica não poderão deixar de investir no reúso de água.
Em sua palestra sobre “O Uso Confiável da Água para Reúso no Âmbito do Desenvolvimento Sustentável”, anterior à apresentação de Percy Soares, da CNI, Dautant lembrou que as projeções indicam um crescimento populacional crescente – deveremos ter 9 bilhões de pessoas em 2050 –, mas a produção de água pela natureza seguirá o mesmo ciclo natural que já conhecemos (simplificadamente: evaporação, transpiração, formação de vapor de água, precipitação, infiltração no solo e depósito em rios, lagos, oceanos).
Aliás, as pesquisas indicam que as áreas secas, antes restritas a pontos isolados e concentradas no norte da África, vão se expandir em razão das mudanças climáticas globais.
Em 2025, o Peru, na América do Sul, já deverá ser considerada uma região de seca, por exemplo.
“Vamos ser obrigados a fazer aproveitamento de água da chuva, de águas residuais, promover mudanças no padrão de consumo, reduzir as perdas de água tratada, promover o uso racional, inteligente e sustentável da água, economizar na produção de energia”, enumerou.
O reúso entra como uma das soluções para o problema da escassez da água.
“Precisamos pensar alternativas como controlar a fonte, em vez de apenas tratar a água; recuperar, em vez de somente pensar na contenção de perdas; reusar em vez de descarregar; pensar o desenvolvimento com estratégias que demandem por menos água”, comentou.
Além das apresentações de Percy Soares e Rafael Dautant, o primeiro dia da programação do 16º Encontro Técnico de Alto Nível: Reuso da Água trouxe a palestra do engenheiro Sérgio Razerra, presidente da Fundação Comitê de Bacias do PCJ (Piracicaba, Capivarí e Jundiaí), que falou sobre os programas de reúso em desenvolvimento nessa área.
Maxpress

Chuveiro utiliza apenas 10 Litros de Água e Permite Banho Infinito

Em apenas quatro processos de filtragem, a água é limpa e liberada novamente para consumo do usuário.


Já se imaginou tomando aquela ducha maravilhosa sem precisar se preocupar com a quantidade de tempo que o chuveiro está ligado ou com a água descendo pelo ralo? Pois é, esse “sonho” pode parecer um pouco quanto irresponsável com o meio ambiente, mas, pelo menos na Europa, essa ideia ganhou vida e já foi até apresentada.


Mas, diferentemente do que pode parecer, o Showerloop (nome dado ao chuveiro sustentável) foi desenvolvido com o intuito de aliar as necessidades do usuário – que procura por um momento para relaxar – e a natureza, que não pode sofrer com as ações do homem. O projeto foi apresentado pelo engenheiro ambiental e designer finlandês, Jason Selvarajan, que explicou como desenvolveu um sistema que necessita de apenas 10 litros de água – o equivalente à quantidade gasta em um minuto com o chuveiro convencional – para abastecer a ducha ‘infinita’.


De acordo com Jason, a nova criação apresenta uma estrutura responsável por armazenar a água em um grande reservatório principal, que, em seguida, liberará a quantidade de água necessária para abastecer todo o ciclo de funcionamento do Showerloop.

Quando a água é liberada pelo chuveiro e então escorre pelo ralo, o processo de tratamento e limpeza acontece em apenas quatro etapas: um filtro de tela, que impede que fios de cabelo e outras matérias prossigam dentro do sistema (como em uma pia de cozinha), um filtro de microfibra/geotêxtil, uma camada de areia e uma camada de carvão ativado. Ao final das quatro filtragens, a água retorna ao seu nível de potabilidade e então liberada para o uso novamente.
Após o banho terminar, basta apenas que o usuário pressione um comando para que o sistema evacue a água – que, em seguida, será direcionada para jardins, pias, entre outros. A iniciativa tem chamado a atenção do público, e os responsáveis pelo produto estabeleceram um valor para comercialização do Showerloop. Aos europeus que estiverem interessados na engenhoca, o kit completo da empresa já pode ser adquirido pelo valor de 1.500 euros.

Fonte: Pensamento Verde

Confira abaixo a apresentação do chuveiro sustentável por seu criador, Jason Selvarajan:



Crise hídrica no Brasil: causas e como combater


Você já ouviu falar na crise hídrica ou na crise da água? É um problema real e que exige em nosso país, mas nem todos estão cientes disso e falta muita informação. Desse modo, não há como as pessoas se conscientizarem e buscarem formas de ajudar a combater o problema. Afinal, nada irá mudar se os humanos, que são os principais responsáveis por vários problemas desse tipo, ficarem cientes de suas ações e tentarem melhorar.

Faltam iniciativas do governo para informar a população, o que resulta no descaso de milhares de pessoas com a água, que é um recurso natural infelizmente esgotável e que, se acabar, pode prejudicar a nossa qualidade de vida em diferentes níveis. Apesar de ter alguns fatores naturais, a crise hídrica também é desenvolvida devido a alguns fatores de gestão pública.

Se você quer saber mais sobre o problema, entender suas consequências e ver o que pode fazer para ajudar, continue lendo a seguir.


Crise Hídrica

A crise hídrica é um problema bem real em nosso país. Ela ocorre principalmente quando os níveis de água nos reservatórios estão baixos, quando deveriam estar em níveis normais para que toda a população pudesse ter acesso à água. O problema da água em nosso país se tornou algo pior a partir de 2014, sendo que a região Sudeste na época foi a mais afetada. A crise hídrica que o Brasil vive desde então é considerada uma das piores da história.

O Brasil possui um quinto das reservas hídricas existentes no mundo e atualmente o problema da água já afetou diferentes regiões do país. Já foi comprovado através de estudos que a falta dos recursos hídricos será algo muito comum nos próximos anos. O que piora ainda mais a situação é o fato de a distribuição dos reservatórios não ser algo dinâmico em todas as regiões. Apesar da região Norte brasileira possuir a maior quantidade de reservatórios, é a região com menor densidade demográfica.

Por outro lado, as regiões sudeste e nordeste contam com poucos reservatórios e são as regiões onde há um maior número de população.


Causas da Crise Hídrica

Para entender como surgiu a crise hídrica em nosso país, é preciso entender quais são as causas do problema e podem ser vários. Algumas das causas são influenciadas diretamente pela ação humana, por isso depois de conhecer as causas, é preciso olhar para a sua rotina e ver o que você pode fazer para tentar combater essa crise hídrica.

Uma das causas pode ser o aumento do consumo de água. O consumo da água em nosso país é maior do que a capacidade que possuímos. O aumento a esse consumo se deve principalmente pelo crescimento da população, assim como o crescimento da indústria e da agricultura, que também influenciam no consumo da água. A Agência Nacional de Águas informa que, a cada 100 litros de água que são consumidos, cerca de 72 litros são destinados para a irrigação agrícola.

Com o aumento do consumo de água, vem também o desperdício, sendo essa uma das grandes causas da crise hídrica. O próprio setor da agricultura é um dos que mais desperdiça água, mas isso também é bem comum em nosso dia a dia. Vazamentos, banhos mais demorados e também o simples ato de deixar a torneira aberta quando não é necessário, são ações que promovem o desperdício da água.

Outra causa da crise hídrica em nosso país é a diminuição do nível das chuvas e isso pode acontecer também devido ao desmatamento que está cada vez maior na floresta amazônica. A floresta amazônica contribui para o fenômeno que traz umidade para todas as regiões da América do Sul e pode promover mais chuvas. Com menos chuva, os reservatórios de água não conseguem estabelecer o nível indicado, o que causa a escassez de água.


Regiões mais afetadas com a Crise Hídrica

Entre os anos de 2014 e 2015, a região mais afetada com a crise de água foi a sudeste. Isso porque em São Paulo, o reservatório conhecido como Cantareira, sofreu bastante com a falta de chuvas. Ele é responsável pelo fornecimento de água a quase 10 milhões de pessoas no estado e possui uma capacidade totalmente para 1,46 trilhão de trilhos, sendo que o volume útil é de 973 bilhões. Esse volume se esgotou completamente em 2014 e com isso, eles passaram a usar o ‘volume morto’ que consiste em um volume abaixo do nível das comportas. O reservatório voltou a se recuperar em 2016.

A crise hídrica na região Nordeste dura até hoje e já existe há bastante tempo. Tanto é que diversas cidades da região já declararam situação de emergência ou de calamidade pública entre 2015 e 2017. Muitos reservatórios ainda encontram dificuldade para voltar ao nível normal de água.

Métodos para combater a Crise Hídrica

Ainda que a crise hídrica seja algo muito grave em nosso país e que parece que não haverá retorno, cada um de nós pode fazer a sua parte diariamente em sua rotina. Há várias ações pequenas que podem não representar muito para você, mas que fazem toda a diferença para ajudar a economizar água e garantir o recurso por muito mais tempo para toda a população.

Por exemplo, todos devem ter a consciência de usar a água de maneira racional, usando somente aquilo que é necessário, sem gastos e exageros. É indicado também adotar medidas e práticas para fazer o reuso e a reutilização da água. É de responsabilidade do governo e também de cada um de nós promover a conservação das bacias hídricas, assim como das nascentes de água e dos rios. A agricultura, por exemplo, pode adotar técnicas de irrigação que sejam mais eficientes e desperdiçam menos água.

Em nosso dia a dia, podemos demorar menos no banho, desligar as torneiras enquanto escovamos os dentes e fazemos a barba, assim como lavar o carro com balde ao invés de mangueira. Observe a sua rotina e veja o que você pode mudar para ajudar o meio ambiente e a crise hídrica.


O que é pegada hídrica?

Pegada hídrica mede o consumo de água direto e indireto.


Pegada hídrica é o rastro que deixamos ao consumir água direta e indiretamente. E o consumo de água no planeta está ligado às diversas funções da água, tanto no cotidiano das pessoas, como na produção de alimentos, roupas, papel e entre outros. E a quantidade de água usada para esses meios é enorme e muitas vezes desproporcional. Para produzir um quilo de carne bovina, por exemplo, são gastos 15,5 mil litros de água, um pouco mais que os dez mil litros de água gastos para fazer um quilo de algodão. Esses são dados da Water Footprint, organização internacional sem fins lucrativos que promove estudos relacionados ao consumo de água.

Essa organização criou um indicador de água chamado Pegada Hídrica, que mede e analisa a quantidade de água gasta para fabricar um produto, além de aferir o consumo individual das pessoas em todo o mundo. No Brasil, o consumo de água é de 2027 metros cúbicos per capita ao ano e ainda tem 9% da sua pegada hídrica total fora das fronteiras do país, ou seja, exportamos água por meio de nossos produtos. 

A pegada é dividida em três tipos: a azul, que mede o volume das águas de rios, lagos e lençóis freáticos, usualmente utilizadas na irrigação, processamentos diversos, lavagens e refrigeração; a pegada hídrica verde, que se relaciona à água das chuvas, necessária ao crescimento das plantas; e a pegada hídrica cinza, que mede o volume necessário para diluição de um determinado poluente até que a água em que este efluente foi misturado retorne a condições aceitáveis, de acordo com padrões de qualidade estabelecidos.

Gasto invisível

A maior preocupação do indicador é pelo fato desse consumo ocorrer de duas formas: a direta, quando alguém abre a torneira para realizar alguma ação; ou a indireta, via aquisição de objetos de consumo, como roupas, produtos alimentícios, etc. O problema dessa segunda forma é que ela passa despercebida pelas pessoas. Isso porque não é intuitivo que, ao consumirmos os produtos, neles estejam embutidas enormes quantidades de água para sua produção. Segundo dados do estudo Água: Debate estratégico para brasileiros e angolanos feito pelo professor doutor da USP, Maurício Waldman, a agricultura é, de longe, a que mais gasta água (entre 65% e 70% do consumo), seguida pela indústria (24%) e pelo uso doméstico (entre 8% e 10%).

Por isso a importância desse indicador, que alerta para o gasto “oculto” de água e busca conscientizar as pessoas que o fator da água é muito relevante nas opções de consumo de cada um. Para tornar mais clara essa relação entre consumidor e produto, a pegada hídrica propõe mostrar o volume de água gasto em cada produto, oferecendo condições ao consumidor de optar pelo produto que se apresente como mais econômico e, como consequência, seja uma maneira de estimular fabricantes a reduzir, em seus processos de produção, o uso desse recurso tão importante.

Exigências

Outra ideia da organização é criar um projeto de lei que obrigue os fabricantes a apresentarem, nas embalagens dos seus produtos, rótulos indicando a quantidade de água gasta em sua produção. Essas propostas da organização surgem na tentativa de reduzir problemas relacionados à escassez de água, que segundo relatório da Water Footprint, chega a afetar, pelo menos um mês por ano, mais de 2,7 bilhões de pessoas.

E essa preocupação quanto à pegada hídrica deve compreender a origem, a quantidade e a qualidade da água, pois é muito importante observá-la a partir dos mananciais e rios, que marcam o início de sua trajetória. Isso porque em caso de contaminação por resíduos mal depositados ou problemas em tubulações, a água contaminada tende a espalhar-se por residências, com efeitos imprevisíveis ao ser consumida.

Além das ideias apresentadas pela organização, a diminuição no consumo e maior conscientização da população podem se dar pelo surgimento de novas tecnologias capazes de criar meios para economia, como sensores de presença que suspendem a vazão quando ela não é necessária, captação de água da chuva, temporizadores, dentre outras alternativas para o consumo mais responsável.

Aproveite também para testar a sua pegada hídrica. O site da Water Footprint apresenta uma espécie de calculadora que, baseada em informações sobre seu consumo, informa o tamanho da sua pegada hídrica.

A tecnologia de apenas US$ 16 capaz de purificar água para uma família inteira por um ano


A falta de água potável é um problema sério em todo o mundo. Apesar de estimativa oficial da ONU garantir que 750 milhões de pessoas vivem sem acesso à água, cientistas holandeses refizeram a conta e chegaram a conclusão de que pelo menos quatro BILHÕES de pessoas sofrem com a falta do recurso – pelo menos uma vez por ano.

O professor de química Thalappil Pradeep, do Instituto Indiano de Tecnologia, passou 14 anos de sua vida trabalhando em um mecanismo que pudesse ajudar a combater o problema. Trata-se de um sistema de purificação de água baseado em tecnologia de nanopartículas. A ideia é tornar acessível e potável a água dos lençóis freáticos indianos, que são contaminadas com arsênio, substância cancerígena também ligada a diabetes e doenças cardiovasculares.

“Água é um direito humano. Mas, em países em desenvolvimento, o acesso à água limpa e saudável está longe da igualdade”, diz Thalappil, que completa: “A tecnologia para tratar água deve ser algo acessível e com baixa pegada ecológica. Não pode demandar nenhuma eletricidade ou contaminar outros recursos no processo”.

O primeiro modelo do sistema desenvolvido pelo indiano ficou pronto em 2012 e foi chamado de AMRIT — foi o primeiro dispositivo deste tipo criado no país, que recentemente passou a implantar vários modelos da tecnologia em todo seu território. Diante da demanda, Thalappil e seus estudantes pesquisadores abriram a empresa InnoNano Research Private Ltd para manter a produção e instalação dos equipamentos.

Existem três tamanhos do mesmo dispositivo. O mais barato custa US$ 16, já com taxa de instalação inclusa, e é suficiente para filtrar água para uma família inteira durante um ano. O médio, ideal para escolas e hospitais, custa US$ 500. Para dar conta de uma vila inteira, porém, o preço sobre para US$ 1.200, sendo que esse equipamento é capaz de produzir 300 litros de água potável por hora.

Curtiu? Por enquanto, 330 filtros de médio porte serão instalados, beneficiando 500 mil indianos residentes do estado de West Bengal. Segundo o The Water Project, atualmente 21% das doenças na Índia são causadas pelo consumo de água contaminada e cem mil mortes anuais estão relacionadas ao mesmo problema.

Cientistas refazem conta e chocam: QUATRO BILHÕES de pessoas sofrem com falta de água no mundo


Segundo a ONU, 750 milhões de pessoas vivem sem acesso à água. Mas pesquisadores holandeses foram além das estimativas usuais, que utilizam números do ano inteiro, e estudaram, mês a mês, todos os países e suas dificuldades com relação ao uso e disponibilidade do recurso. O resultado é chocante! Pelo menos um mês ao ano, 4 bilhões de pessoas sofrem com a falta de água no mundo. 

O estudo, publicado na Science Advances, analisa mudanças sazonais e inclui locais que passavam necessidade por “apenas” alguns meses, antes não contabilizados. A maior parte da população é da Índia e da China, mas o Brasil também está nesta!

Para os pesquisadores, há dois principais fatores que colaboram com a falta de água esporádica: alta densidade populacional e presença forte da agricultura de irrigação na região.

Em 2014 e 2015, o Estado de São Paulo sofreu um verdadeiro drama. Várias represas responsáveis por abastecer a maior cidade do país secaram. A população, desesperada, tentou de tudo para reduzir o consumo. A cantareira alcançou seu nível mais baixo da história e uma rádio chegou a sortear água para seus ouvintes.

Foto: Ninja Midia/Creative Commons

Cisternas: aprenda a aproveitar a água da chuva


Diante da crise d’água em São Paulo, a iniciativa independente de cidadãos preocupados em melhorar essa situação, ou pelo menos amenizá-la, fez com que fosse criado o ‘Movimento Cisterna Já’. Ele tem o objetivo de promover a captação e o aproveitamento de água de chuva.

O grupo é composto por pessoas ligadas à permacultura e desde agosto de 2014 busca soluções para essa questão. De acordo com Claudia Visoni, uma das criadoras da iniciativa, as cisternas foram identificadas como a ação mais simples e imediata, pois qualquer pessoa pode construí-las. “Afinal, se os reservatórios não dão conta do abastecimento, segurar a água que cai do céu é uma solução”, conta.


Mas, como nas grandes cidades a água da chuva é escoada rapidamente e, em contato com o chão ou esgoto, todo esse potencial é perdido, o movimento tomou partido da situação, não para fazer cisternas para todo mundo, mas para ao menos ajudar a população com uma solução nessa crise.

O vídeo abaixo mostra como é simples e barato construir a própria cisterna. Quem fala é Edison Urbano, criador do site Sempre Sustentável. Preocupado com o meio ambiente, ele teve a iniciativa de criar e disseminar o projeto experimental de aproveitamento da água de chuva com a tecnologia da Minicisterna para Residência Urbana. Veja:


E você também pode acessar o site do Movimento Cisternas Já, e até mesmo o do Sempre Sustentável, para ver os manuais e locais indicados para comprar os materiais.

Lembrando que a água coletada pela cisterna deve se destinar apenas ao uso não potável, como descarga sanitária, faxina e regar plantas, por exemplo, e pode suprir até 50% do consumo de uma residência.





E então, achou simples? A iniciativa das cisternas pode ajudar na economia de água e grande parte da população.

Aproveitamento de água da chuva: para uso não potável


A chuva é um recurso natural de nosso alcance que nos permite dispor de uma reserva de água de ótima qualidade para destinar à rega de jardins, e lavagem de piso e outros espaços.

É uma água que cai do céu de forma gratuita e que infelizmente no Brasil é desperdiçada se misturando ao sistema de esgoto. Na Alemanha, por exemplo, essa água é coletada em um sistema individual de água de chuva, onde alguns distritos subsidiam estas instalações.

Aproveitando essa água, contribuímos com a diminuição da escassez de água, que já atinge várias regiões do país. Já passou o momento de planejar um novo consumo, mais racional, mais inteligente e mais solidário.

Uma das maneiras de evitar esse desperdício é utilizando o sistema de aproveitamento de água da chuva para uso não potável nas edificações, que pode significar mais de 50% do consumo total.

Como funciona o sistema de aproveitamento de água da chuva para uso não potável:

Se sua edificação não possui uma estrutura composta por coletores de água, como por exemplo, calhas e condutores, o ideal primeiramente seria instalar esses equipamentos para captação e após instalados será necessário direcionar toda a água para um reservatório. As primeiras águas da chuva devem ser descartadas, pois são águas que lavam o telhado.

O Movimento Cisterna Já divulga como é possível fazer uma minicisterna de uma maneira fácil, de baixo custo e dentro das normas técnicas. Veja o esquema abaixo:

Esquema de aproveitamento de água da chuva – Crédito: Site Sempre Sustentável

Crédito: Sempre Sustentável

A instalação do sistema de captação de água da chuva pode ser desde o mais simples até o mais sofisticado. Veja nas fotos algumas opções:

Imagem: Ecoassist

Caso queira ir mais longe com a captação de água, será necessário instalar uma segunda caixa d’água para alimentar uma rede específica de encanamentos, que não deve se misturar a rede de água, para abastecer locais como os vasos sanitários e máquinas de lavar.

Equipamentos do sistema completo de captação e aproveitamento da água de chuva:

– Bacia Coletora (telhado): Funciona como captadora da água de chuva;

– Calhas e coletores: Reune a água que vem do telhado;

– Filtro grosseiro: Retem os resíduos sólidos, como galhos, folhas, e outras impurezas grosseiras;

– Filtros de areia: Retem a maior parte dos contaminantes presentes na água bruta;

– Filtro desferrizador: Remove o ferro e o manganês presente na água;

– Separador de Primeiras Águas: Abstrai a primeira chuva;

– Unidade de desinfecção: Garante a segurança sanitária de um sistema de aproveitamento de águas pluviais, podem ser empregados: cloro, ozônio ou radiação ultravioleta;

– Reservatório (cistena): Para acumular a água de chuva. O reservatório deve ser fechado para evitar entrada de sujeiras e da luz solar;

– Sistema de Pressurização: Bombas e sistema de segurança e automação para envio da água estocada para caixas de alimentação;

– Caixas de alimentação secundária ou reservatório elevado;

– Rede de aproveitamento: Tubulação exclusiva e independente para aproveitamento da água reservada. Não pode misturar com água de distribuição.


Apesar de ser uma alternativa ecologicamente correta, o aproveitamento de águas pluviais deve ser implementado de forma responsável. A água de chuva possui substâncias tóxicas e bactérias que em caso de ingestão ou contato com a pele e mucosas pode causar doenças, desde simples irritações na pele a graves infecções intestinais

É fundamental estar por dentro das normas técnica brasileiras, caso queira se aprofundar no assunto. Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação do aproveitamento de água da chuva:
  • NBR 15527 – Água de Chuva – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis
  • ABNT NBR 5626:1998, Instalação predial de água fria;
  • ABNT NBR 10844:1989, Instalações prediais de águas pluviais;
  • ABNT NBR 12213:1992, Projeto de captação de água de superfície para abastecimento público;
  • ABNT NBR 12214:1992, Projeto de sistema de bombeamento de água para abastecimento público;
  • ABNT NBR 12217:1994, Projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público.