É a 1ª norma brasileira para certificação de construções sustentáveis. Ele considera as especificidades do nosso país e utiliza 14 critérios para analisar os edifícios (da gestão da obra ao seu funcionamento posterior).
Sua criação traz maior competitividade aos empresários brasileiros, já que internacionalmente são exigidos selos desta natureza para que obras tenham reconhecimento. Como o Processo AQUA atende às necessidades legislativas, de clima e de fontes de energia do Brasil, é mais adaptado à nossa realidade do que selos como o LEED muito utilizado mundialmente.
Sua aplicação permite a redução do consumo de água, energia, CO2 e matérias primas, aumentando a qualidade de vida dos usuários e o desenvolvimento sócio-econômico-ambiental da região.
Como surgiu o AQUA:
Sua criação foi inspirada no selo francês HQE. Os criadores do AQUA consideram que tanto a França, como a Europa como um todo, estão bem adiantados nas pesquisas por soluções ambientais.
- Data de criação: 03 de abril de 2008
- Criador: Fundação Vanzolini, instituição privada, sem fins lucrativos, criada e gerida pelos professores do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP)
Como o empreendedor consegue o selo?
É necessário ter o controle total do projeto em todas as suas fases, por meio do Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) – considerado a “coluna vertebral” da certificação - para que sejam atendidos os critérios de desempenho da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE) – expressa em 14 categorias.
A certificação é concedida ao final de cada fase (e válida até o fim da próxima), após auditorias presenciais precedidas de análises técnicas. Estas são as fases:
- Programa
- Concepção (Projeto)
- Realização (Obra)
- Operação (Uso)
Quais critérios são considerados pelo AQUA?
São analisadas 14 categorias (conjuntos de preocupações), que se pode reunir em 4 famílias:
Sítio e Construção
1 - Relação do edifício com o seu entorno;
2 - Escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos. Canteiro de obras com baixo impacto ambiental;
2 - Escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos. Canteiro de obras com baixo impacto ambiental;
Gestão
3 - Gestão da água;
4 - Gestão da energia;
5 - Gestão dos resíduos de uso e operação do edifício;
6 - Manutenção: permanência do desempenho ambiental;
Conforto
7 - Conforto higrotérmico;
8 - Conforto acústico;
9 - Conforto visual;
10 - Conforto olfativo;
Saúde
11 - Qualidade sanitária dos ambientes;
12 - Qualidade sanitária do ar;
13 - Qualidade sanitária da água.
*Os parâmetros podem ser considerados de modo diferenciado em função dos tipos de ambientes e seus usos. Exemplo: critérios 8 a 13.
Como é a classificação?
Diferentemente do LEED, que considera pontos para avaliar cada critério, o Processo AQUA realiza uma avaliação a partir dos 14 critérios e emite uma classificação:
- Bom: é o mínimo aceitável para um empreendimento de Alta Qualidade Ambiental;
- Superior: possui boas práticas de sustentabilidade;
- Excelente: corresponde aos desempenhos máximos constatados em empreendimentos de Alta Qualidade Ambiental.
Este perfil de Qualidade Ambiental do Edifício (QAE) é próprio a cada contexto, assim como a cada empreendimento e sua pertinência deve ser justificada a partir de vários itens, como análise do local, dos custos, das características funcionais do empreendimento, dentre outros.
É exigido que o perfil de desempenho nas 14 categorias do Processo AQUA seja pelo menos Excelente em 3 categorias, Superior em 4 e Bom em 7.
Conclusão
O selo traz um retorno positivo para o empreendedor, por funcionar como marketing e mostrar que a empresa está interessada em soluções ambientais, sociais e econômicas.
A economia de água, energia, equipamentos e materiais são significativos ao longo do tempo e quem trabalha em ambientes inteligentes (com conforto, saúde e segurança) tem maior rendimento, aumentando sua produtividade.
Uma das grandes vantagens da Certificação Processo AQUA para o Brasil, segundo o site da Fundação Vanzolini, é o de que ele contém critérios adaptados ao país que exigem resultados de desempenho, não prescrevendo soluções de projeto pré-concebidas.
Investimento a longo prazo
Experiências de construções certificadas têm mostrado que, em poucos anos, um empreendimento recupera o que foi investido no projeto: com economia de água, de energia e em manutenção de equipamentos, e com uso do material adequado. Também existe um aumento concreto de produtividade dos empregados pelo fato de trabalharem com conforto, saúde e segurança.
A idéia é que, daqui pra frente, cada vez mais, tenhamos setores preocupados em construir de maneira sustentável. "Até termos bairros, cidades e países sustentáveis", sugere Patrick.
Nos últimos cinco anos, as construções fizeram progressos consideráveis, mas ainda será necessário mudar o paradigma: ao mesmo tempo em que as construtoras estão sob pressão para projetar e construir em um curto espaço de tempo e a custos baixos, o grande desafio será fazê-lo sem deixar de lado as reflexões necessárias para garantir qualidade e sustentabilidade às edificações.
Além disso, por enquanto, a certificação avalia os procedimentos até a entrega do prédio, sendo que, mais de 80% do consumo acontece em sua fase operacional. Portanto, é preciso pensar em medidas para certificar a obra durante sua vida útil.
Uma das novidades para um futuro bem próximo é a construção de edifícios que funcionem como filtros de ar - tanto para que o ar chegue limpo a seu interior, como para que seja devolvido limpo à atmosfera.
Com tantas demandas - e tantas possibilidades de inovação - será necessário formar, desde já, profissionais que sejam capazes de propor boas soluções de engenharia e arquitetura a custos viáveis.
Fonte: Fundação Vanzolini.
Nenhum comentário:
Postar um comentário