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EDIFICAÇÕES SUSTENTÁVEIS E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA


Produto da parceria entre a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) e o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV EAESP (GVces).

Este relatório tem como objetivo apresentar um conjunto de propostas para que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) tenha condições de expandir o montante de recursos destinados ao financiamento de projetos que promovam a eficiência energética.

Por eficiência energética entende-se conservação e uso racional de energia por meio de medidas de iluminação, de climatização (aquecimento e refrigeração) e envoltórias (ventilação natural e isolamento térmico).

Inclui-se neste conceito a geração de energia por meio de fontes renováveis.

O estudo se propõe, também, a subsidiar melhorias em mecanismos financeiros existentes ou a criação de novos instrumentos voltados para o financiamento dos projetos citados.

O estudo considera, para fins de escopo, o financiamento para (i) edificações sustentáveis novas, (ii) projetos de retrofit em edificações existentes e (iii) aquisição e implementação de sistemas de painéis solares fotovoltaicos de forma isolada.

Dentre essas categorias, estão incluídas implantações de projetos por parte de pessoas físicas e/ou jurídicas, edificações do tipo residencial e/ou comercial, abrangendo nesta última categoria empreendimentos imobiliários tais como prédios de escritórios, centros comerciais, shoppings, hotéis, escolas, entre outros.

Estão fora do escopo desse estudo as plantas industriais.

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FGV

Casa dos anos 60 é reformada com material bio-compósito e usará energia limpa


Quando a proprietária Pam Bosch estava procurando maneiras de reformar sua casa dos anos 60 em Bellingham, Washington nos Estados Unidos, ela estava determinada a reformar a casa com material bio-compósito e energia limpa. Através de sua pesquisa a vários materiais sustentáveis, ela descobriu que o hempcrete, um composto à base de cânhamo feito de uma mistura de cânhamo, limão e água, seria a melhor opção. Trabalhando em colaboração com Matthew Mead da Hempitecture, a agora Highland Hemp House, alimentada por energia solar, foi reconstruída com um invólucro térmico de isolamento.

Quando estava inspirada a reformar sua casa usando materiais sustentáveis, ecológicos e não-tóxicos, Bosch decidiu por vez trabalhar com hempcrete, um material de construção bioagregado que é derivado do núcleo amadeirado do caule de cânhamo industrial. Quando combinado com cal hidratada e água, ele se solidifica absorvendo dióxido de carbono, resultando em um material parecido com concreto. No entanto, quando comparado ao concreto, o hempcrete é um material mais sustentável e acessível, que é estimado para absorver cerca de sete quilos de CO2 por metro cúbico.


Para começar o processo de reforma da casa de três andares, Mead trabalhou com empreiteiros locais para criar uma nova estrutura adequada para um sistema de parede de concreto bruto. Uma vez que a casa foi preparada para o novo ‘envelope’, o próximo passo foi criar o material misturando agregado de cânhamo com cal. Quando misturado em uma proporção específica, o material se solidifica, criando uma textura semelhante à do concreto. O material foi então moldado junto as paredes da casa, formando assim paredes monolíticas.


À distância, o processo de construção da casa pode parecer com qualquer outra reforma comum. No entanto, ao trabalhar com o cânhamo, a Highland Hemp House, feita por Pam Bosch, é isolada com um material que é à prova de fogo, arejada, resistente a mofo, pragas e com controle de umidade. Além disso, estima-se que o novo envelope térmico da casa retire cerca de 7 mil quilos de CO2.


Masdar City: a cidade inteligente em busca da emissão zero de gás carbônico


Enquanto muitos acham que o uso de tecnologias limpas é algo reservado somente para o futuro, uma cidade construída em meio ao deserto nos Emirados Árabes Unidos prova exatamente o contrário. O monumento tecnológico conhecido como Masdar City mostra que é possível construir ambientes gigantescos que consomem uma quantidade muito pequena de energia.

Masdar City, cidade que está sendo construída em Abu Dhabi, localizada nos Emirados Árabes Unidos, pretende ser referência de gestão sustentável entre os países do Oriente Médio, além de ser destaque em construções que não emitam CO2. Para isso, o governo de Abu Dhabi está fazendo um investimento de US$ 22 bilhões, auxiliando no desenvolvimento de projetos como por exemplo o de de energia solar, sistema de trânsito rápido comandados pela equipe de engenheiros da empresa Mubadala Development Company.

Além de comportar vários projetos também ligados à sustentabilidade, a cidade precisará trazer retorno financeiro, claro! A ideia é que a cidade seja não só sustentável, mas que os custos para mantê-la não sejam tão caros. O principal objetivo é que Masdar City tenha uma vida econômica e social próprias, não sendo somente uma cidade modelo.

Se a meta principal é a emissão zero de gás carbônico, o caminho para este resultado é a integração de tecnologias que favoreça a energia limpa, e a primeira delas é solar. Masdar City foi projetada para utilizar energia fotovoltaica gerada pelos painéis solares instalados nos telhados de seus edifícios.


O transporte da cidade vai usar a energia elétrica e com isso poupar a natureza de 1 bilhão de toneladas de gases poluentes que seriam emitidas anualmente. O transporte interno será por trilhos magnéticos, que vão usar energia elétrica, substituindo assim os automóveis que emitem C02.

Masdar não quer parar por aí. Além da emissão zero de gases tóxicos. Quer atingir um número significativo na redução do uso de água da cidade. Com o projeto será possível economizar 54% deste recurso natural através da dessalinização do mar, tornando a água potável. As centrais dessalinizadoras utilizarão da luz solar para fazer os sais que estão em excesso na água evaporar, deixando-a mais próxima do padrão adequado para o consumo humano. 

O papel das centrais dessalinizadoras será auxiliar em um dos estágios do tratamento de água. Para economizar água, Masdar terá contadores para identificar vazamentos em todo o sistema. Além disso, as águas residuais tratadas serão responsáveis pela redução de 60% no consumo de água por metro quadrado.


Arquitetura sustentável será fonte de milhões de empregos


O ‘Boom’ da arquitetura sustentável deve gerar mais de 6,5 milhões de postos de trabalho até 2030, diz OIT.

Uma sequência de colinas, cobertas por flores nativas, suculentas e canteiros de morangos silvestres, se erguem ao redor de Scott Moran. Borboletas voam de flor em flor, enquanto ele observa um casal de falcões de cauda vermelha ensinando os filhotes a caçar no topo das montanhas.

Moran não está contemplando uma paisagem bucólica no campo. Na verdade, ele está em seu horário de almoço, no topo do prédio em que trabalha, no centro de São Francisco, nos Estados Unidos. O burburinho da agitação da vida urbana o cerca por todos os lados.

Ele trabalha na Academia de Ciências da Califórnia. O edifício conta com uma cobertura de 10 mil metros quadrados de “telhado vivo“, onde vivem cerca de 1,7 milhão de plantas, pássaros e insetos. O espaço foi meticulosamente projetado para estar entre um dos mais sustentáveis do mundo.

Scott Moran trabalha na Academia de Ciências da Califórnia, que conta com um ‘telhado vivo’ Foto: GETTY 

Painéis solares que circundam o “telhado vivo” fornecem 5% da energia do prédio, enquanto a água que escoa pelos canos dos banheiros também gera energia. Claraboias abrem e fecham automaticamente para ajudar a regular a temperatura no interior do edifício, enquanto a luz natural é usada para iluminar o máximo possível o ambiente.

Nos 15 anos em que trabalha na Academia, Moran ajudou a projetar, a construir e agora – como diretor sênior de exposições e arquitetura – a manter os sistemas sustentáveis do edifício. É o tipo de função que ele acredita que se tornará ainda mais importante no futuro.
“Está ficando cada vez mais claro que os edifícios precisam ser projetados e usados de forma a economizar o máximo de energia e água possível”, diz Moran.

“Isso requer uma tecnologia sofisticada e haverá muita demanda por profissionais com as habilidades necessárias para que isso aconteça.”

A construção de novos prédios sustentáveis, como esse em que Moran trabalha, deve gerar mais de 6,5 milhões de postos de trabalho até 2030, segundo previsões da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Depois da área de energia, este será o segundo setor que mais vai crescer no âmbito de empregos verdes nas próximas décadas.


Construção verde

Esse “boom” é resultado de uma necessidade cada vez maior de edifícios que consigam lidar com múltiplos desafios: cumprir as metas do acordo climático de Paris, custos crescentes de energia, escassez de água e aumento do risco de condições meteorológicas extremas. Tudo isso está levando a um movimento conhecido como construção verde.

Foto: GETTY IMAGES

Arquitetos, engenheiros e construtoras tentam criar edifícios que consumam o mínimo de eletricidade possível, gerem sua própria energia, reciclem água e sejam capazes de se aquecer ou resfriar sem necessidade de ar-condicionado ou aquecedor central.

As novas tecnologias estão ajudando a transformar residências e empresas em estruturas inteligentes e sustentáveis.


Novas competências profissionais

Em 2000, apenas 41 projetos de construção foram oficialmente classificados como edifícios verdes nos EUA. No ano passado, esse número saltou para mais de 65 mil. Em outros lugares do mundo, inclusive no Brasil, houve aumentos semelhantes – e essa é uma tendência que deve continuar.

Gráfico do crescimento de edificações LEED no Brasil – Fonte GBC Brasil – Novembro de 2018

“Governos de todo o mundo se comprometeram a limitar o aquecimento global a 2 °C como parte do Acordo de Paris”, lembra Terri Wills, presidente-executiva do World Green Building Council.

“Atualmente, os edifícios geram cerca de 38% das emissões globais de gases de efeito estufa relacionados a energia. Isso significa que não atingiremos a meta de 2 °C, a menos que todos os prédios se tornem mais sustentáveis em termos de construção e funcionamento”, diz Wills.

O próprio prédio em que ela trabalha, no centro de Londres, contém exemplos de recursos que podem se tornar padrão nos imóveis no futuro.

Grande parte do material utilizado na construção é reciclado ou proveniente de fontes naturais, como madeira, na tentativa de reduzir as emissões de carbono geradas no processo de construção.

A iluminação especializada se adapta à quantidade de luz natural que entra pelas janelas, enquanto a energia solar aquece a água usada nos banheiros do escritório.

O Bosco Verticale é um modelo de edifício residencial sustentável em Milão, na Itália

“Todos vão precisar de novos tipos de expertise”, diz Wills. “Haverá necessidade de engenheiros que saibam lidar com sistemas de energia renovável, arquitetos capazes de elaborar projetos bonitos com emissões zero ou que utilizem materiais reciclados.”
“Precisamos de planejadores urbanos que consigam conectar os transportes públicos de maneira eficiente e especialistas em finanças que saibam gerenciar construções verdes”, completa.

Algumas profissões provavelmente serão mais demandadas do que outras. O Escritório de Estatísticas de Trabalho dos EUA prevê um crescimento de 105% nos empregos para instaladores de painéis solares até 2026, com a criação de mais de 11,8 mil postos de trabalhos no país.


Mais empregos no setor da Arquitetura Sustentável

Seguindo a tendência, o governo chinês estabeleceu metas agressivas como parte de seu plano quinquenal, exigindo que 50% de todos os prédios urbanos novos tenham certificação verde.

Foto: GETTY IMAGES

“Haverá também a necessidade de tornar os edifícios existentes mais resistentes ao clima”, diz Nicolas Maitre, economista da OIT, que vem pesquisando o impacto da construção verde na economia.

“No Reino Unido, serão criados cerca de 20 postos de trabalho para cada US$ 1 milhão investido na infraestrutura existente, enquanto na China serão cerca de 200 e no Brasil, 160. Estes também serão empregos qualificados.”

“Haverá ainda a criação de muitas vagas ligadas à construção no setor hídrico, à medida que os países tentam se adaptar às mudanças climáticas. Na Argentina, por exemplo, seu plano nacional de 15 anos para a água vai resultar em 200 mil postos de trabalho”, completa.

A crescente demanda por especialistas no setor da arquitetura sustentável significa que muitas empresas já estão com dificuldade para recrutar profissionais suficientes.

“Na parte de engenharia, estamos com dificuldade para contratar todo o pessoal de que precisamos”, conta Alisdair McGregor, diretor e engenheiro mecânico da Arup, que liderou a construção do prédio da Academia de Ciências da Califórnia.

“Em meados da década de 1990, a arquitetura sustentável era quase uma sociedade secreta de cerca de 100 pessoas que participavam de conferências, mas a partir de 2000 ela explodiu. Estamos vendo muitos clientes importantes – tanto governamentais, quanto corporativos – que estão querendo fazer isso.”
“Existe agora uma grande demanda por engenheiros criativos para trabalhar nesses projetos. As empresas de arquitetura com as quais trabalhamos estão vivendo o mesmo cenário”, acrescenta.

Alice Moncaster, especialista em construção sustentável na Universidade Aberta do Reino Unido, espera que a demanda por novas habilidades na indústria de construção também encoraje mais mulheres a assumirem funções nessa área.


Demanda por instaladores de painéis solares é uma das que têm viés de alta


“Há uma falta de diversidade chocante dentro do setor”, diz ela. “Minha esperança é que as novas habilidades [requisitadas] incentivem mais mulheres e permitam que elas cresçam em todas as profissões da área de construção sustentável.”

Empregos completamente novos provavelmente vão surgir diante da crescente demanda por edifícios verdes. A OIT prevê a criação de cargos como ecodesigner – para projetar produtos mais eficientes -, e especialistas em eficiência energética se tornarão cada vez mais importantes em países como a China e a Índia, onde o setor de construção civil está em expansão.

“Vamos ter necessidade de profissionais para atuar como consultores de emissões, por exemplo, que possam avaliar o impacto do carbono em uma construção e ajudar a reduzi-lo”, diz Wills.
“Haverá uma demanda enorme por habilidades que até agora eram amplamente especializadas.”

Para enfatizar esse aspecto, Wills mostra outro atributo literalmente verde de seu escritório – uma parede coberta de plantas que ajudam a limpar o ar.

As “paredes vivas” estão cada vez mais presentes em edifícios ao redor do mundo – o One Central Park, em Sydney, na Austrália, tem o jardim vertical mais alto do mundo, enquanto a nova sede do Google em Londres vai contar com uma ampla área verde na cobertura.

“Temos uma equipe especializada que vem cuidar da nossa ‘parede viva'”, explica Wills. Moran também acredita os prédios sustentáveis vão exigir habilidades que não tiveram muito destaque no setor da construção civil no passado.
“É preciso um conjunto de habilidades diferentes para cuidar de um telhado vivo, em comparação com o paisagismo padrão”, diz ele.
“Você precisa entender o ambiente, como a direção do sol e do vento podem afetar (o jardim). Mas também estamos vendo a tecnologia sendo integrada a tudo.”
“Nosso edifício todo é controlado por um sistema central de computadores, então, agora a gente pode andar com um iPad na mão e fazer todos os ajustes em tempo real”, explica.
“Isso é algo que vai se tornar apenas mais um atributo dos edifícios no futuro.”
Fonte: BBC Brasil

Paraná é líder de edifícios autossuficientes no país


Paraná tem cinco edifícios autossuficientes em energia, ou seja, edificações que produzem toda a energia que consomem, sem depender da concessionária para abastecimento. Das sete construções com o selo no país, cinco delas estão no Estado, o que concede a liderança no ranking nacional de edificações autossuficientes em energia.

As 5 construções certificadas ou em processo final de certificação no Estado são: Sede da empresa de engenharia Petinelli (Curitiba),Geo Energética (Tamboara), De Paola (Curitiba), Plasmetal (Londrina) e RAC Engenharia (Curitiba). A sede do Sebrae Cuiabá, no Mato Grosso, e o empreendimento comercial Espaço Lar Verde Lar, em Governador Valadares (MG), completam a relação de construções com o selo Zero Energia no país.Centro de Sustentabilidade Sebrae-MT Foto: Divulgação

“O Paraná possui um ambiente empresarial muito competitivo e as empresas da região entendem o papel da tecnologia no sucesso dos seus negócios. Energia configura como a segunda principal despesa, depois apenas de recursos humanos, para a grande maioria das empresas. Estamos falando de uma questão estratégica e a auto geração passa a ser avaliada de forma seria como alternativa”, argumenta o diretor da Petinelli, Guido Petinelli.


A sede da empresa em Curitiba tem 388 m² de área construída, com um ambiente de escritórios open plan, duas salas de reuniões, uma área para treinamentos e cursos e um lounge. A edificação tem um consumo anual de energia de 19,3 mil kWh, que é utilizada para iluminação, ar condicionado e tomadas. Para conseguir gerar toda a energia que precisa, a empresa investiu R$75 mil na implantação de um sistema fotovoltaico com 56 módulos e um inversor de frequência de 12kW, além de todos os itens de segurança que compõem o sistema, como disjuntores, cabos e outras peças.

Guido explica que o monitoramento e controle da energia gerada e consumida é feito a cada 15 minutos a partir da medição direta do inversor de frequência. Esta medição, no mesmo instante, é disponibilizada na internet para o monitoramento remoto do sistema, permitindo também informar possíveis problemas que venham a ocorrer no sistema de geração de energia.

Se, porventura, a energia gerada exceder a consumida, ela será destinada à rede pública e a concessionária (no Paraná, a Copel) vai gerar créditos em kWh para a empresa. Em períodos de menor produção de energia, como no inverno, se o consumo for maior do que a geração, a empresa poderá usar os créditos gerados para compensação. Os créditos são cumulativos e podem ser utilizados em até cinco anos.

De acordo com Guido, a previsão é de que o investimento seja recuperado em seis anos e a empresa economize R$ 12,6 mil ao ano gerando a sua própria energia. Apesar dos benefícios econômicos, ele afirma que a importância do selo Zero Energy está na mudança de um paradigma sobre edificações sustentáveis no Brasil.

“Nós não estamos mais falando de contrapontos, mas de performance verificada. Não é a promessa de economia, mas sim a economia real. Até então, o sistema de certificação ambiental fornecia um selo ao projeto e à obra. Agora, o que está sendo avaliado é a operação, ou seja, o desempenho real da edificação quanto à produção de consumo de energia”, destaca.

O selo Zero Energy foi lançado pelo GBC Brasil em agosto de 2017. A certificação é uma chancela concedida aos edifícios autossuficientes, que comprovem o consumo zero de energia local de sua operação anual devido à combinação de eficiência energética e geração de energia por fontes renováveis.

Fonte: Bem Paraná

Como transformar a energia e construir a paisagem com NZEBs?


Tendo em vista as barreiras acima mencionadas e o tremendo potencial dos NZEBs, há uma necessidade urgente de uma plataforma comum, representando diferentes partes interessadas com conhecimento e experiência adequados. A plataforma poderia incluir o Escritório de Eficiência Energética, Ministério de Energia, MNRE, Ministério do Desenvolvimento Urbano, departamentos de planejamento urbano, planejadores / consultores de construção, fabricantes de material de construção, organizações acadêmicas e de pesquisa e corporações municipais. Sugerimos que um consórcio acadêmico-industrial-governamental seja criado para desenvolver e promover um roteiro NZEB bem definido para o desenvolvimento em larga escala.

O objetivo deste consórcio deve ser definir um pequeno alvo para a adoção de NZEBs na Índia, até 2030, para teste. Isso permitirá que o consórcio e outros especialistas avaliem o desempenho real dos NZEBs e resolvam problemas que possam surgir. Assim, o consórcio será capaz de desenvolver uma estratégia de design específica para integrar tecnologias energeticamente eficientes e renováveis, especialmente BIPV e RTPV. Eventualmente, o consórcio também deve ser responsável pela obtenção de apoio financeiro de diferentes agências de financiamento nacionais e internacionais.

Consórcios semelhantes devem ser reconhecidos no nível central, bem como no nível estadual. O consórcio central terá que abrigar todos os consórcios estaduais e fornecer orientação e apoio. Estas colaborações contribuirão significativamente para alcançar os objetivos solares atuais e futuros, estabelecidos pelo MNRE. A este respeito, os projetos piloto do NZEB, para os segmentos residencial e comercial, devem ser demonstrados e monitorados por todos os consórcios estaduais. Após a experimentação nos estados, os NZEBs piloto devem ser lançados em todas as cidades do país.

Enquanto isso, economias de eletricidade de longo prazo, economia de custos e benefícios ambientais dos NZEBs devem ser reconhecidos e compartilhados com o público para aumentar a conscientização por meio de canais tradicionais e sociais. Um grande número de engenheiros e técnicos deve ser treinado para projetar e desenvolver NZEBs econômicos. A Comissão Reguladora de Eletricidade do Estado (SERC) de cada estado pode formular tarifas / incentivos tarifários atraentes para vender o excedente de energia à rede local de serviços públicos. 


Enquanto isso, os departamentos acima mencionados, associados ao setor de construção, também devem planejar e desenvolver cidades com energia líquida zero, tornando os NZEBs viáveis ​​e escalonáveis, com projetos similares para todo e qualquer edifício. Pode-se argumentar que a condução de tais projetos-piloto no contexto indiano ajudará a descarbonizar o setor de construção e garantir uma completa reformulação do setor a longo prazo. 

Tais esforços têm o potencial de atender não apenas aos alvos solares, mas também cruzar as metas de maneira sustentável e segura. Eles também abrirão o caminho para a criação de um marco regulatório para os NZEBs. Podemos, assim, alcançar o sonho de compensar completamente o impacto climático adverso dos edifícios apenas implementando técnicas sustentáveis ​​e aproveitando o Sol, algum dia.

Dicas para projetar NZEBs utilizando energia solar

No entanto, a questão permanece: como podemos acelerar o crescimento dos NZEBs e implementá-lo em grande escala nas cidades indianas? A construção de NZEBs requer uma abordagem dupla: incorporar técnicas de eficiência energética para diminuir a demanda de energia e aproveitar as fontes renováveis ​​de energia, como a solar, para atender à demanda residual (ver Figura 2). 

Para prédios mais antigos, podemos considerar o aperfeiçoamento de tecnologias de eficiência energética e medidas solares descentralizadas viáveis ​​para atender parcialmente a demanda de energia. No entanto, ao incorporar esses elementos ao projetar edifícios, a demanda de energia pode ser significativamente reduzida e a demanda reduzida pode ser completamente atendida pelas tecnologias solares.

Figura 2: Exemplo mostrando uma estratégia para impulsionar o NZEB para o setor residencial (para consumo de energia)

Normalmente, em edifícios residenciais e comerciais, o consumo máximo de eletricidade é de aparelhos de iluminação e refrigeração. Assim, para reduzir o consumo de energia de um edifício, fatores como orientação do prédio, posicionamento das janelas e construção de elementos de sombreamento horizontais e verticais devem ser levados em consideração para maximizar a colheita de luz do dia. Ao adotar ventilação natural, ventilação cruzada, janelas de painel duplo ou triplo e fixar materiais de isolamento nas paredes e telhados, a entrada de calor solar também pode ser reduzida. 

Além disso, luzes LED (Diodo Emissor de Luz) com controles de iluminação automáticos, aparelhos elétricos com classificação de cinco estrelas, ventiladores de teto com eficiência energética e sistemas de ar condicionado devem ser incentivados para conservação de energia. Ao incluir todos esses recursos, a demanda de energia pode ser reduzida em até 60%, e a demanda residual pode ser atendida pelos sistemas fotovoltaicos solares no local.

A fixação de painéis solares fotovoltaicos nos telhados tornou-se uma prática comum para aproveitar a energia solar, normalmente após a construção de um edifício. No entanto, além dos telhados, os módulos solares também podem ser montados na construção de envelopes. O BIPV é uma tecnologia alternativa emergente que incorpora módulos fotovoltaicos leves, robustos e resistentes a intempéries nas fachadas de edifícios, fachadas, claraboias e janelas durante as fases iniciais de projeto e construção. O BIPV está ganhando força no país e tem o potencial de se tornar parte integrante dos NZEBs.

Do ponto de vista do design, o ângulo de inclinação ideal para um módulo solar está próximo da latitude da localização (com desvio ± 5ᵒ) e a orientação é para o sul na maioria dos casos para sistemas RTPV. Um típico sistema RTPV de 1 kW pode gerar 1.500 a 1.600 unidades em média todos os anos. Mas, para a implementação do BIPV, os módulos solares podem ser montados verticalmente, bem como com inclinação, nas fachadas e nas paredes de cortina, dependendo do material e do design da fachada. 

Os resultados iniciais do estudo e os cálculos realizados pelo Centro de Estudos de Ciência, Tecnologia e Política (CSTEP) revelam que um sistema BIPV voltado para o sul, verticalmente alinhado, gera 50% menos energia do que sua capacidade nominal em qualquer outra posição. Um sistema inclinado, por outro lado, executa conforme as expectativas. Contudo, deve-se ter em mente que haverá um custo adicional de construção de estruturas elevadas em um sistema BIPV inclinado. O custo nivelado da eletricidade é bastante semelhante para ambos os sistemas e próximo às tarifas de varejo para a categoria de consumo doméstico, o que as torna viáveis ​​em uma fachada voltada para o sul.

No momento, o investimento inicial para o BIPV é alto (embora seus benefícios de longo prazo superem os custos iniciais). No entanto, o custo total do BIPV pode reduzir, em comparação com o custo dos materiais de construção convencionais e construção, com benefícios fiscais e incentivos adequados.


Atualmente, os sistemas BIPV não são 100% viáveis ​​para a infra-estrutura indiana existente devido a certos desafios, como congestionamentos pesados, infraestrutura deficiente e planejamento urbano inadequado. Estes podem dificultar o desenvolvimento de um quadro regulamentar específico e política, ea falta de apoio do governo para os sistemas BIPV na Índia. Consequentemente, é altamente recomendável que os próximos edifícios e comunidades de energia zero sejam planejados para aproveitar o máximo potencial solar usando envelopes de edifícios. A utilização de tecnologias solares é prudente devido ao seu desempenho eficiente, menor custo, durabilidade, apelo estético e vida útil mais longa.

A ignorância do NZEB é um gargalo?

O conceito NZEB não foi implementado em grande escala na Índia devido à ausência de uma política específica do NZEB, programas governamentais bem definidos, conscientização, projetos piloto e falta de histórias de sucesso / fracasso. Além disso, o país não possui especialistas em design e arquitetos qualificados com conhecimento adequado para implantar NZEBs. Assim, os programas de treinamento e desenvolvimento para a construção de métodos de simulação precisam ser incentivados como parte do currículo educacional. Há também a necessidade de ferramentas computacionais avançadas e personalizadas para projetar e simular um NZEB inteiro, conforme a escolha dos usuários. Tais ferramentas de simulação podem ser úteis para avaliar e comparar o desempenho de um edifício antes e depois de incorporar elementos NZEB.

O fator custo é um dos maiores gargalos na adoção dos NZEBs; o custo total dos NZEBs é quase 30% superior ao dos edifícios convencionais. Não obstante, os NZEB valem a pena devido ao seu valor premium, e os sistemas RTPV e BIPV no local oferecem retornos decentes ao longo do tempo. O projeto de tarifas atraentes de tarifas feed-in, para vender o excedente de eletricidade gerado na rede local, pode ser outro benefício da perspectiva de custo. Além disso, a assistência financeira ou subsídio de capital do governo também pode reduzir o custo total do projeto NZEB.

NZEBs-Edifícios de energia zero: descarbonizando a Índia com ajuda do sol

Indira Paryavaran Bhawan, Nova Delhi, o primeiro edifício de energia zero da Índia (NZEB), construído com metodologias integradas de conservação de energia e um sistema solar fotovoltaico supereficiente de 930 kW de capacidade.


Os edifícios indianos são beberrões silenciosos de energia. Eles respondem por 35% do consumo total de energia da Índia e geram uma quantidade significativa de gases de efeito estufa. Por causa da crescente população e urbanização, a construção (e consumo de energia) dos edifícios tem crescido de forma desenfreada. Espera-se que a próxima década testemunhe volumes maciços de construção civil, o que aumentará ainda mais o consumo de energia.

Embora exista um forte impulso político para a adoção de tecnologias de energia renovável, como a energia solar fotovoltaica no telhado (RTPV), o potencial para construir edifícios com energia zero não tem sido explorado extensivamente - embora experimentos em todo o mundo (e Índia) tenham mostrado possibilidade.

Os edifícios de energia líquida zero (NZEBs) - edifícios 100% eficientes em termos energéticos e sustentáveis ​​- podem ser uma virada de jogo, não apenas para o setor de construção da Índia, mas também para o setor de energia. Os NZEBs têm menor demanda de energia que os edifícios convencionais e produzem pelo menos tanta energia quanto consomem em um ano, através de tecnologias de energia renovável no local. 

NZEBs são comumente conectados em rede para economizar custos de bateria. Isso permite que eles consumam eletricidade durante a noite e durante os dias nublados e devolvam uma quantidade equivalente de eletricidade à rede local em dias ensolarados. Assim, anula as emissões líquidas de carbono dos edifícios.

No contexto indiano, iniciativas proativas do governo incentivam tecnologias fotovoltaicas (PV) descentralizadas, como RTPV e (em certa medida) painéis fotovoltaicos solares integrados (BIPVs). No entanto, isso não evoluiu para uma política integrada que visa atingir o consumo de energia zero dos edifícios.

Esses edifícios verdes podem apoiar significativamente a meta de Contribuição Nacional Determinada da Índia para reduzir a intensidade de emissões do PIB em 33-35% (a partir dos níveis de 2005) até 2030. Além disso, os NZEB podem emergir como um farol para aumentar a geração e suporte fotovoltaico solar descentralizado. os esforços do Ministério de Energia Nova e Renovável (MNRE) também. Os NZEBs podem ajudar a mitigar as conseqüências da mudança climática, trazendo uma revolução tanto para a construção quanto para o setor de energia.

Status atual: progresso lento é melhor que nenhum progresso

O Indira Paryavaran Bhavan em Nova Delhi (construído em 2014) é o primeiro NZEB da Índia, construído com metodologias integradas de conservação de energia e um sistema solar fotovoltaico supereficiente de 930kW de capacidade. Esse sistema gera quase 1.491.000 unidades por ano, enquanto a demanda geral de energia do edifício é de aproximadamente 1.421.000 unidades por ano. No entanto, apesar de seu potencial promissor para explorar a energia solar e abordar os desafios ambientais, apenas sete estados indianos (incluindo Delhi) construíram NZEBs até agora (ver Figura 1).

Figura 1: NZEBs estabelecidos na Índia

Globalmente, no entanto, há uma pressão política significativa para os NZEBs. Por exemplo, a União Européia determinou que todos os novos edifícios públicos (pós dezembro de 2018) sejam NZEBs e que todos os edifícios futuros dos estados membros sejam NZEBs até dezembro de 2020. Califórnia, como parte de seu Plano Estratégico de Eficiência Energética a Longo Prazo , determinou que todos os novos edifícios domésticos sejam de energia zero até 2020 e que todos os novos edifícios comerciais sejam de energia zero até 2030.

Considerando as necessidades de habitação e energia da Índia, especialmente seus compromissos para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, é hora de desenvolvermos uma política abrangente que vise reduzir o consumo de energia dos edifícios.

Dicas para remodelações amigas do ambiente


Felizmente, é possível tomar medidas para fazer remodelações amigas do ambiente. Veja as nossas dicas e poupe ainda dinheiro.

Remodelar uma casa pode dar-lhe um início fresco e saudável, até que comece a preocupar-se com questões como o impacto ambiental dos materiais comprados ou os desperdiçados, das novas toxinas introduzidas, e muito mais.

Planeie as suas remodelações amigas do ambiente

Durante a fase de planeamento é a altura ideal para se começar a pensar sobre os aspetos ambientais da sua remodelação. Considere o ambiente quando for contratar profissionais, decidir o que vai fazer com os materiais demolidos, e durante a escolha dos novos materiais.

Contratar profissionais amigos do ambiente

Se a sua remodelação é uma obra séria, como refazer uma cozinha ou acrescentar um quarto à casa, provavelmente vai contratar uma série de profissionais, como um arquiteto para projetar o projeto, um engenheiro para rever os planos, e um empreiteiro para gerir a construção.

Contratar os profissionais certos é a sua primeira oportunidade de fazer escolhas amigas do ambiente. Comece por perguntar a vizinhos e amigos, e por pesquisar na internet quais os profissionais que se destacam pela experiência em remodelações amigas do ambiente. Quando os encontrar, peça exemplos de trabalhos e peça para explicarem o que fazem em especial nas suas remodelações que as tornem amigas do ambiente. Para além de tudo isto, os profissionais saberão mais sobre a toxicidade e a sustentabilidade de determinados produtos, bem como a forma de tirar o maior proveito da luz natural e do calor, reduzindo assim o consumo.


Pense nos materiais demolidos

Enquanto está a planear como demolir o que tem, pense no que irá fazer com esses materiais. Quanto menos desprestígio, melhor. Considere se consegue reutilizar ou reaproveitar alguns materiais antigos. Além disso, descubra se é possível vender ou doar os materiais utilizáveis.

A escolha dos materiais. A fase de planeamento é também quando você vai decidir os materiais que deseja usar. Procure produtos certificados. Todos os produtos certificados são submetidos a procedimentos de certificação rigorosos para testar o impacto ambiental.

Veja também os melhores substitutos amigos do ambiente, muitos dos quais irão ser mais baratos que os seus concorrentes menos amigos do ambiente. Por exemplo:
  • Linóleo, em vez de vinilo. Segundo a Greenpeace, o vinil é o plástico mais prejudicial para o ambiente, e é feito com substâncias que podem contribuir para problemas de saúde graves. O verdadeiro linóleo, é feito a partir de óleo de linhaça, e é uma escolha melhor.
  • Poucas ou nenhumas tintas com VOC. As tintas regulares libertam compostos orgânicos (VOC), mas as tintas sem VOC estão agora disponíveis.
  • Bambu, cortiça ou madeira recuperadas em vez de carpetes ou madeira. As carpetes são uma particularmente má escolha porque emitem muitos VOCs. Se quiser ter uma carpete, procuro produtos certificados. Considere opções Eco-Friendly como a utilização de cortiça e bambu, sendo que ambos crescem rapidamente, os custos serão mais acessíveis.

Considerações especiais, projeto a projeto

Aqui seguem alguns dos projetos de remodelações mais comuns, juntamente com alguns conselhos específicos sobre o que pode fazer para torná-los Eco-Friendly.

Remodelação de uma cozinha

As cozinhas estão no topo da lista das remodelações da maioria das pessoas. Se está a remodelar a sua, aqui estão algumas ideias para torná-la mais Eco-Friendly:
  • Escolha aparelhos com classificação da Energy Star, que usarão menos energia e muitas vezes não custam mais.
  • Coloque armários livres de formaldeído para evitar a libertação de toxinas ambientais. Melhor ainda, seria você escolher o tipo de madeira baseado na certificação FSC para um material mais Eco-Friendly.
  • Instale alternativas ao granito, como: bancadas com conteúdo reciclado, incorporando vidro, papel ou cortiça.
  • Obtenha um filtrador de água em vez de comprar água engarrafada.
  • Tire proveito da luz natural, com janelas bem colocadas.
  • Mantenha a geladeira fora da luz solar e longe do fogão, para evitar aquecer desnecessariamente e ter de trabalhar mais.

Remodelação de uma casa de banho

As casas de banho são outro lugar que fica nos topos das listas de remodelações. Aqui ficam algumas dicas Eco-Friendly:
  • Substitua as sanitas por modelos de baixo fluxo.
  • Instale azulejos feitos de material reciclado.
  • Use cabeças de alta pressão no chuveiro, para evitar usar muita água.

Construção de um novo espaço

Se está a adicionar um novo espaço à sua casa, preste atenção a estas dicas Eco-Friendly:
  • Não construa mais do que precisa. Consumir e cobrir o menos possível de terra é sempre amigo do ambiente.
  • Instale ventiladores de teto para manter o ar quente em baixo no Inverno e para fornecer ar fresco no Verão.
  • Instale isolamento nas paredes para evitar a transferência de calor.
  • Coloque estrategicamente janelas e saliências para aproveitar o calor do Sol.

Considere as remodelações Eco-Friendly, visto que permitem ajudar a reduzir o impacto ambiental e ao mesmo tempo a poupar dinheiro.

Casa do futuro: projeto que respeita natureza e gera economia já é realidade


O sonho de viver em uma “casa do futuro” parece cada vez mais possível no presente. Utilizando recursos naturais e técnicas de construção sustentáveis, as residências ecologicamente corretas já são uma realidade. Especialistas afirmam que, além de respeitar o meio ambiente, as moradias verdes podem ser eficientes, econômicas e, principalmente, mais saudáveis.

Para quem ainda está na fase de construção, a dica é investir em um bom projeto, ou corre-se o risco de gerar mais prejuízos e problemas, tanto para o usuário quanto ao meio ambiente, alerta a arquiteta Iara Ferraz, especialista em edificações sustentáveis. “Apesar de parecer simples, nem todas as soluções servem para todos os lugares.”



O potencial de economia de energia elétrica é um dos principais aspectos da chamada “casa do futuro”. Mas para funcionar bem é necessário, na base, um bom planejamento de eficiência energética, garante a arquiteta.

“Ainda não temos no Brasil a utilização de fontes de energias renováveis em larga escala, como a fotovoltaica, eólica, por isso nossas edificações ainda são todas construídas e pensadas para o uso da rede elétrica”, observa Ferraz.

Por isso, além de placas solares no teto, do uso de lâmpadas LED, de baixo consumo, de aparelhos eletrodomésticos com selo Procel (de eficiência energética), a arquiteta recomenda a atenção especial ainda no projeto, para alguns detalhes bem específicos.

“O posicionamento das aberturas da casa deve considerar o comportamento do sol onde a edificação será construída. Saber em quais horas há mais incidência de luz solar permite usar essa iluminação natural durante boa parte do dia, reduzindo assim o consumo de energia elétrica”, explica a arquiteta.

Muitas construções de uso comercial já utilizam a captação de luz natural, gerando assim uma economia importante, pois durante várias horas do dia a iluminação elétrica torna-se desnecessária.

Essas edificações além de “verdes”, ou “ecológicas” são inteligentes, diz a arquiteta. Segundo ela, basta olhar para os muitos prédios pela cidade, cheios de janelas, mas que não permitem iluminação natural em seu interior. “Precisam de luzes acesas o tempo todo, mesmo em um dia iluminado, é uma dicotomia.”

Ventilação

O posicionamento correto das aberturas da edificação também pode fazer toda a diferença em outros pontos importantes. “A ventilação natural vai manter a casa sempre arejada e saudável, por causa da renovação do ar, que impede a proliferação de microrganismos no ambiente e pode ainda dispensar o uso de ar-condicionado, umidificadores ou ventiladores, o que vai representar também uma economia e tanto para o bolso”, observa Ferraz.

A especialista lembra que nessa questão térmica, a casa pode ainda contar com o auxílio luxuoso de elegantes plantinhas. “O ideal é optar pelo tipo de vegetação que mantém as folhas nos períodos quentes mas que as perde no frio”. Na frente da janela da sala, por exemplo, uma espécie desse tipo, durante o verão pode fazer sombra e evitar que o sol intenso da tarde cozinhe o ambiente, e no inverno ela vai permitir que a luz solar entre e deixe a casa desejavelmente mais quentinha.



Fonte: Metro

Inspirado no Brasil, bar é feito com itens de demolição em Xangai


Parece até piada, mas é real: um escritório de arquitetura projetou um bar na China com materiais reaproveitados inspirado no Brasil e batizou-o de “Barraco”. E se você acha absurdo, talvez não saiba que em plena Vila Madalena, bairro nobre da capital paulista, fazia sucesso um bar chamado Favela.

Segundo a equipe arquitetônica Quarta & Armando (Q&A), que tem base em Xangai e Turin, no bar brasileiro a ideia foi “criar a atmosfera informal, desordenada e colorida das cidades tropicais”. Para tanto, foram usados materiais reutilizados, portas e janelas de edifícios demolidos em Xangai e objetos aleatórios que foram encontrados ao longo da busca.

Até o processo de construção do Barraco seguiu uma linha menos rígida: uma grade estrutural de inclinação irregular foi criada e só no local foi tomada a decisão de como organizar e instalar cada painel suspenso, cada porta e janela, um por um. É claro, que houve um tempo de curadoria em selecionar cada item cuidadosamente dos edifícios demolidos em torno de Xangai.

Dentro do bar o colorido chama atenção, em especial o amarelo que se destaca em meio aos móveis de madeira. As cores também traçam um paralelo interessante com as diversas plantinhas penduradas no teto, que dão frescor ao ambiente. 

As áreas de estar são compostas por banquetas baixas e altas, cadeiras de praia no lado de fora e balanços com corda de sisal pendurados ao redor do Barraco. Apesar de ainda possuir um conjunto de poltronas confortáveis, o que impera são os ares rústicos. 

Uma coisa interessante no projeto é que para fechar o bar, a última parte do teto, em direção à rua, pode ser vedada ao deslizar sobre as estruturas laterais de aço. Tal cobertura, durante o expediente, funciona como um bar ao ar livre. Outra funcionalidade fica dentro do estabelecimento: uma mesa/porta que pode ser movida e puxada em direção ao teto para fornecer mais espaço durante uma festa ou evento maior. Até que esse barraco revela bem o espírito do brasileiro de dar um jeitinho para tudo. 





Fotos: Dirk Weiblen

Sustentabilidade na arquitetura: o que ela pode representar para projetos arrojados?


Veja como a sustentabilidade na arquitetura pode te ajudar a contribuir com a preservação e o bem-estar do mundo em que vivemos

Um projeto arquitetônico sustentável busca reduzir, ou evitar completamente, o esgotamento de recursos críticos como energia, água, terra e matérias-primas; prevenir a degradação ambiental causada por instalações e infraestruturas; e construir ambientes que sejam habitáveis, confortáveis, seguros e produtivos.

Edifícios usam recursos (energia, água, matérias-primas, etc.), geram resíduos, emitem gases para a atmosfera potencialmente prejudiciais e mudam fundamentalmente a função do terreno e a capacidade desse terreno de absorver e capturar água do solo.

Proprietários de prédios, arquitetos e construtores enfrentam desafios únicos para atender às demandas por instalações novas e renovadas que sejam acessíveis, seguras, saudáveis e produtivas, minimizando os impactos negativos para a sociedade, o meio ambiente e a economia.

Além de incluir conceitos de arquitetura sustentável em novas construções, os defensores da sustentabilidade geralmente incentivam a modernização de edifícios existentes em vez de construir novos. Essa ação pode muitas vezes ser mais rentável do que construir uma nova instalação.

Projetar grandes reformas e modernizações para que os edifícios existentes incluam atributos de projetos sustentáveis reduz os custos de operação e os impactos ambientais e pode aumentar a resiliência dos edifícios.

A “energia incorporada” do edifício existente (um termo que expressa o custo dos recursos em trabalho humano e materiais consumidos durante a construção e uso do prédio) é desperdiçada quando se permite que a edificação se decomponha ou seja demolida.

Crédito da imagem: Scott Webb/Pexels

E, embora a definição de arquitetura sustentável evolua ao longo do tempo, seis princípios fundamentais persistem. Abaixo, veja cada um deles e saiba o que a sustentabilidade na arquitetura pode representar para projetos arrojados.

1. Otimiza o potencial da edificação

A criação de edifícios sustentáveis começa com a seleção adequada do local, incluindo a consideração da reutilização ou reabilitação de edifícios existentes. A localização, orientação e paisagismo de um edifício afetam os ecossistemas locais, os métodos de transporte e o uso de energia.

Incorporar princípios inteligentes de crescimento ao processo de desenvolvimento do projeto de imóveis à venda é importante tanto se estamos falando de um único prédio, um campus ou um grande complexo.

A segurança física é um problema crítico na otimização do design do prédio, pois inclui ruas de acesso, estacionamento, barreiras de veículos e iluminação de perímetro. Seja projetando um novo edifício ou reformando um edifício existente, a arquitetura do local deve integrar-se a um design sustentável para alcançar um projeto bem-sucedido.

O local de um edifício sustentável deve reduzir, controlar e/ou tratar o escoamento de águas pluviais. Se possível, esforce-se em apoiar a flora e fauna nativas da região no desenho da paisagem dos seus imóveis.

2. Otimiza o uso de energia

Com a demanda cada vez maior de recursos de combustíveis fósseis e preocupações crescentes sobre a independência e segurança energética, e com os impactos das mudanças climáticas globais se tornando mais evidentes, é essencial encontrar maneiras de reduzir a carga de energia, aumentar a eficiência e maximizar o uso de fontes renováveis nos seus imóveis à venda.

Melhorar o desempenho energético dos edifícios existentes é importante para aumentar a nossa independência energética. Organizações governamentais e do setor privado estão se comprometendo cada vez mais com a construção e operação de prédios com energia zero para reduzir significativamente a dependência de combustíveis fósseis.

3. Protege e preserva os recursos hídricos

Em muitas partes do Brasil, a água doce é um recurso cada vez mais escasso.

Como a construção modifica fundamentalmente a função ecológica e hidrológica das terras não construídas, um edifício sustentável deve procurar minimizar a cobertura impermeável criada, por meio de práticas que possam reduzir esses impactos usando água de maneira eficiente e reutilizando ou reciclando água para uso local, quando possível.

O esforço para levar água potável para as nossas torneiras domésticas consome enormes recursos energéticos em bombeamento, transporte e tratamento.

Muitas vezes, substâncias químicas potencialmente tóxicas são usadas para tornar a água potável, além de que os custos ambientais e financeiros do tratamento de esgoto são muito significativos.

É por isso, portanto, que vale a pena nós nos utilizarmos da arquitetura sustentável na construção de complexos de casas e apartamentos.

4. Otimiza o espaço de construção e o uso de materiais

Enquanto a população mundial continua a crescer (para mais de 9 bilhões até 2050), o consumo de recursos naturais continuará a aumentar e a demanda por bens e serviços adicionais continuará a reduzir os recursos disponíveis.

É essencial obter um uso integrado e inteligente de materiais que maximizem o valor do prédio, evitem a poluição desenfreada e preservem os recursos naturais.

Os materiais utilizados em um edifício sustentável minimizam os impactos ambientais do ciclo de vida de um prédio, como o aquecimento global, o esgotamento de recursos e a toxicidade.

Os materiais ambientalmente preferíveis reduzem os impactos na saúde humana e no meio ambiente e contribuem para melhorar a segurança e a saúde dos trabalhadores e para reduzir os custos de descarte.

5. Melhora a qualidade ambiental interna

A qualidade ambiental interna de um edifício tem um impacto significativo na saúde, conforto e produtividade dos ocupantes.

Entre outros atributos, um edifício sustentável maximiza a iluminação natural, tem ventilação e controle de umidade apropriados, otimiza o desempenho acústico e evita o uso de materiais com emissões de Compostos Orgânicos Voláteis (COVs).

Os princípios da qualidade ambiental interna também enfatizam o controle dos ocupantes sobre sistemas como iluminação e temperatura, sendo por isso muito utilizados ultimamente em apartamentos para vender em Florianópolis.

6. Otimiza as práticas operacionais e de manutenção

Considerar questões operacionais e de manutenção de um edifício durante a fase de projeto preliminar de uma instalação contribui para a melhoria dos ambientes de trabalho, para uma maior produtividade, para a redução de custos de energia e de recursos e para a prevenção de falhas no sistema estrutural.

Incentive os operadores de edifícios e o pessoal de manutenção a participar das fases de projeto e desenvolvimento, a fim de garantir operações e manutenção ideais do edifício e de seus recursos, como instalações de águas pluviais projetadas para reduzir o impacto do edifício sobre o solo.

Recrute, desenvolva e treine o pessoal de manutenção para operar edifícios de alto desempenho cada vez mais sofisticados.

Arquitetos podem especificar materiais e sistemas que simplifiquem e reduzam os requisitos de manutenção; que requeiram menos água, energia e produtos químicos/tóxicos; e que sejam rentáveis e reduzam os custos do ciclo de vida da edificação.

E aí, já sabia de todos esses benefícios que a sustentabilidade na arquitetura pode proporcionar tanto a projetos simples quanto aos arrojados? Compartilhe o post nas redes sociais e incentive esses cuidados extras com a natureza e com o meio em que vivemos!

Edificações verdes alcançam patamar histórico

Parque Corporativo Viracopos

“Edificações verdes alcançaram um patamar histórico nos últimos 10 anos e deixaram de ser um privilégio das construções de alto padrão”, anunciou Felipe Faria, CEO do Green Building Council (GBC) no Brasil – entidade que reúne empresas da construção civil, incorporadores e grandes fornecedores de materiais e certifica empreendimentos com o selo LEED no país. Segundo ele hoje, diversos empreendimentos já trazem um novo olhar sobre o planejamento urbano e vêm compor um panorama de inovação, com tecnologia e funcionalidade. As razões desse crescimento estão nos benefícios que as edificações verdes trazem às pessoas e ao meio ambiente. Além disso, as construções sustentáveis são consideradas hoje o melhor modelo de negócio no segmento imobiliário, gerando mais valor ao imóvel.

Com diversos empreendimentos certificados ou em processo de certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design, ou Liderança em Energia e Design Ambiental, em tradução livre), a Bresco mantém no Parque Corporativo Viracopos, em Campinas, um terreno com 1 milhão de metros quadrados que reúne prédios de escritório, centros de treinamento, galpões para logística, indústria leve e tecnologia, além de um hotel da um hotel da rede Ramada, uma de suas iniciativas mais inovadoras. “Usina de energia solar, estação de tratamento de esgoto com uso de membranas ultrafiltrantes, o que permite a utilização de todo o esgoto tratado como água de reúso, destinada a irrigação de praças e fornecimento aos imóveis do empreendimento, posto para abastecimento de carros elétricos e um programa de controle da fauna e flora da região foram algumas das iniciativas que tomamos no desenvolvimento do projeto”, conta Carlos Sisti, diretor de operações da empresa, especializada em terceirização imobiliária.

Dentro do empreendimento, entre outros imóveis, a companhia mantém o G1 Viracopos, que visa atender a demandas logísticas com total flexibilidade e é um dos primeiros galpões no Brasil com o teto coberto com painéis solares. “São 3 000 metros quadrados de painéis, que permitem a geração de até 300 kWp/h e o abastecimento de 100% das áreas comuns do empreendimento”, afirma Sisti. O Parque Corporativo possui ainda uma área verde preservada em forma de parque linear, com mais de 270 000 metros quadrados, onde foi realizado o plantio de mais de 26 000 mudas da Mata Atlântica na zona de preservação ambiental, para incremento da diversidade da flora na região, irrigadas com água de reúso. Nesse espaço, a Bresco disponibilizou pistas de caminhada e corrida e estações para prática de exercícios construídas com madeira de reflorestamento. Esse benefício pode ser usufruído por todos os ocupantes do Parque Corporativo, que têm acesso ao local dirigindo as bicicletas também fornecidas pela Bresco.

Investimento no futuro

A preocupação com a sustentabilidade não é novidade na Bresco. O caráter patrimonialista da empresa, que privilegia investimentos de longo prazo, mantendo a qualidade e a valorização das propriedades, coloca na ponta do lápis eventuais custos iniciais maiores no desenvolvimento de empreendimentos sustentáveis e sempre enxerga uma equação positiva numa perspectiva futura. Em 2016, o Hub Natura, galpão desenvolvido sob medida (built to suit) para a Natura com o objetivo de fazer o armazenamento de produtos acabados, é o primeiro projeto de centro de distribuição com utilização do sistema de transelevadores e pé-direito de 19 metros a receber a certificação LEED Silver do GBC no Brasil. “Na certificação LEED, a redução de consumo de energia tanto durante a construção como na operação gera grandes pontuações. Por ser um galpão construído para operação robotizada, a eficiência energética foi um desafio para alcançarmos a certificação”, explica Carlos Sisti.

Felipe Faria concorda que essa visão de futuro da companhia se mostra virtuosa. “Em linhas gerais, podemos dizer que o custo de construção de um empreendimento compatível com as normas ‘verdes’ pode sair até 6% mais alto. Porém, se levarmos em consideração que apenas 15% dos custos de um prédio corporativo ao longo de 40 anos estão na fase de construção, a vantagem é clara para quem enxerga o longo prazo”, diz.

O CEO do GBC lembra também que, hoje em dia, muitos fornecedores já estão preparados para as construções sustentáveis e que, muitas vezes, com o projeto seguindo as regras de certificação desde o início de seu desenvolvimento, a diferença de custos iniciais pode chegar a zero. “O mais importante, no entanto, é considerar que os ganhos são muito maiores do que isso. Alguns estudos já apontam que o conforto visual, de luz e temperatura gerado nos prédios verdes aumenta a satisfação e a produtividade dos funcionários”, completa.

Foi esse conceito que motivou a direção brasileira da rede hoteleira Vert Hotéis, das marcas Ramada, eSuites e Wyndham, a participar do projeto e da construção de um hotel totalmente sustentável. “O posicionamento da empresa no mundo todo afirma que ‘Somos todos hóspedes do planeta’. E que, portanto, precisamos gerar o menor impacto possível na natureza, deixando o local onde atuamos igual ou melhor do que o encontramos”, afirma Erica Drumond, presidente da Vert Hotéis no Brasil.

A Bresco desenvolveu e construiu o primeiro hotel Ramada no Brasil, localizado justamente no Parque Corporativo Bresco Viracopos, com certificação LEED, inaugurado em dezembro de 2016 com oferta de 200 quartos e operado desde então pela Vert Hotéis. “Participamos de toda a concepção e construção do projeto. Depois de tudo construído da maneira ideal, o próximo passo foi treinar e conscientizar os profissionais do hotel para evitar desperdícios, utilizar todos os equipamentos do jeito correto e manter as condições sustentáveis da edificação”, conta Erica.

Além dos ganhos ligados à qualidade de vida e preservação ambiental, as construções sustentáveis também agregam ganhos financeiros. Estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), que analisou mais de 2 000 prédios comerciais na cidade de São Paulo entre o primeiro trimestre de 2010 e o terceiro trimestre de 2014, aponta que as construções verdes são hoje a melhor opção de negócio no mercado imobiliário. Os dados mostram que o reconhecimento de uma edificação como sustentável promoveu uma valorização por metro quadrado no aluguel de 4% a 8%.

No mesmo estudo, também se identificou que as construções verdes registraram taxa de vacância de 28,6% contra 34,1% nos edifícios não certificados. Outro ponto avaliado é que elas têm taxas de condomínio com valores entre 15% e 25% abaixo dos cobrados nos prédios convencionais. “Soma-se a isso uma percepção do mercado de que as pessoas têm uma predisposição para investir em imóveis sustentáveis, o que por si só agrega valor aos empreendimentos”, afirma Felipe Faria.

Fonte: Procel Info