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Energia solar gera três vezes mais benefícios do que custos


Levantamento inédito da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), com base em dados oficiais dos órgãos de governo, mostra que os benefícios proporcionados pela energia solar na geração distribuída ajudam todos os consumidores brasileiros e a economia do País.

As análises da entidade apontam que, para cada R$ 1 investido em sistemas fotovoltaicos de pequeno e médio portes usados para abastecer residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos, o setor devolve mais de R$ 3 em ganhos elétricos, econômicos, sociais e ambientais aos brasileiros.

O cálculo foi feito a partir dos dados de investimentos realizados na área desde 2012, levando em consideração os incrementos de arrecadação dos governos federal, estaduais e municipais decorrentes desses aportes e a geração de novos empregos e renda no País com os negócios e projetos desenvolvidos no período, entre outros importantes indicadores. Tais atributos, ressalta a entidade, foram deixados de fora da conta tanto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) quanto pelo Ministério da Economia.

Desde 2012, os consumidores brasileiros já investiram mais de R$ 8,4 bilhões em sistemas de geração distribuída solar fotovoltaica. Os investimentos privados da população acrescentaram uma potência de mais de 1,9 gigawatt (GW) operacional, espalhado em mais de 70% dos municípios brasileiros. Só em 2019, a ABSOLAR calcula que o segmento criou 92 postos de trabalho por dia no País. No acumulado, já são mais de 100 mil empregos.

Estes sistemas ajudam a aliviar a operação da matriz elétrica brasileira, economizando água das hidrelétricas e reduzindo o uso de termelétricas caras e poluentes, trazendo economia mesmo aos cidadãos que nunca investiram na energia solar.

“Importante destacar que o dinheiro economizado na conta de luz do consumidor de energia solar é reinjetado na economia e ajuda a movimentar os setores de comércio e serviços, aquecendo a atividade econômica local. Surpreendente que o Ministério da Economia não tenha feito uma conta sequer sobre estes e outros benefícios para a economia do nosso País. A quem interessa este tipo de conta incompleta?”, indaga Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR.

Caso as regras vigentes sejam mantidas, a ABSOLAR projeta que a geração distribuída solar fotovoltaica pode acrescentar mais de R$ 13,3 bilhões em benefícios líquidos para todos os consumidores do setor elétrico até 2035. Os benefícios incluem ganhos pela energia evitada, diminuição de perdas de transmissão e distribuição e redução de contratação de novas usinas de geração.

Por isso, a entidade defende que todos os benefícios da geração distribuída solar fotovoltaica devam ser devidamente valorizados. “É chegada a hora, portanto, do Brasil fazer as contas completas e estabelecer um marco legal transparente, estável, previsível e justo, que acabe com a insegurança jurídica que paira sobre o mercado. O Executivo e o Congresso Nacional se mostraram sintonizados com os anseios de 93% dos brasileiros, que querem gerar energia limpa e renovável em seus telhados”, comenta Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR.

“As análises devem incluir, por exemplo, a postergação de investimentos em transmissão e distribuição de eletricidade, alívio das redes pelo efeito vizinhança, geração de emprego e renda, diversificação da matriz elétrica e redução de emissões de gases de efeito estufa, entre diversos outros benefícios que superam, em muito, quaisquer eventuais custos da geração distribuída”, conclui Sauaia. Absolar

Consumidor pagará 60% a menos pela energia solar daqui há 20 anos, diz estudo

Relatório da Statkraft aponta que 80% da eletricidade mundial será renovável em 2050, sendo a opção mais barata e limpa

Em 2050, o consumidor pagará pelo sistema solar fotovoltaico 60% menos do que hoje. Além disso, a capacidade global da fonte aumentará em 30 vezes até lá. As informações são do relatório da Statkraft Baixas Emissões – Cenário 2019. O relatório é desenvolvido anualmente pela empresa apontando o cenário de baixas emissões e a análise do desenvolvimento do mercado global de energia, com o objetivo de entender de maneira mais profunda as tendências do mercado.

O estudo aponta que 80% da eletricidade mundial será renovável em 2050. Já em 2035, a energia será capaz de atender quase 40% da demanda global de eletricidade, deixando a energia eólica, na segunda posição, com 30%. Diante deste cenário cada vez mais limpo, a fonte vilã das emissões de gases de efeito estufa será o gás natural. Em 20 anos, as emissões serão cerca de 44% menores do que as atuais.

O documento também prevê que quase todos os carros comercializados serão elétricos ou movidos a hidrogênio em 2050. Para o CEO da Statkraft no Brasil, Fernando De Lapuerta, o relatório mostra a tendência mundial de preocupação com o meio ambiente. “Globalmente, as emissões se reduzirão de maneira acelerada para cumprir as metas climáticas. O relatório nos mostra o caminho a seguir. Como é observado, as energias renováveis continuarão a entrar no mercado à medida que se tornarão mais acessíveis, com menor custo e serão a melhor opção em termos econômicos e, naturalmente, ambientais”.

Segundo projeções da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), em 2050, 40% da matriz elétrica mundial será composta energia solar. No Brasil, não será diferente, onde 38% da matriz energética será suprida por energia solar fotovoltaica nesse período.

A estimativa é de que, no país, a fonte ultrapasse a marca de 3.000 MW ainda em 2019, atraindo mais de R$ 5,2 bilhões em novos investimentos privados, com a instalação de mais de 1.000 MW adicionais em sistemas de pequeno, médio e grande portes, segundo projeções da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

Na contramão do mundo, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abriu consulta pública para a revisão das regras de geração distribuída, com a intenção de reduzir gradualmente os subsídios oferecidos hoje para quem usa o sistema. Na avaliação da Aneel, atualmente a produção desse tipo de energia já tem um custo viável, diferentemente de quando a medida foi implantada.

Elaborada em 2012, a resolução estabelece subsídios para incentivar esse tipo de prática, como a isenção do pagamento de tarifas pelo uso da rede elétrica e também do pagamento de outras componentes da conta de energia, como os encargos setoriais (que geram receita para subsidiar a tarifa social, por exemplo).

Para a ABSOLAR, as mudanças na regulamentação da geração distribuída no Brasil, propostas pela Aneel para entrar em vigor já em 2020, estão desequilibradas e seriam muito prematuras, diante do atual cenário brasileiro.

Fonte: Portal Solar

Setor de energia obtém o primeiro blockchain de código aberto e feito sob medida

Uma blockchain de energia de grau de empresa pública impulsionou a promessa de acelerar um futuro de eletricidade distribuída com baixo teor de carbono. Pela primeira vez, as empresas do setor energético estão hospedando nós validadores em uma rede descentralizada, à medida que buscam se adaptar a um sistema energético mais digitalizado e descentralizado.

O desenvolvedor suíço diz que seu sistema poderia ser outro ponto de inflexão na transição energética. Imagem: xresch / Pixabay

Depois de anos de campanha publicitária, blockchain deu um grande passo no sentido de cumprir uma das promessas do setor de energia. Na semana passada, a Energy Web Foundation (EWF) da Suíça lançou o que descreveu como a primeira blockchain pública, de código aberto e de nível corporativo, voltada para o setor de energia - a Energy Web Chain (EW Chain).

Blockchain tem sido apontado como o método ideal para aplicações no setor de energia, incluindo geração e distribuição peer-to-peer, comércio de certificados energéticos renováveis e operação dos programas de energia de resposta à demanda mais eficazes, mas tem sido assolado por problemas, falta de transparência sobre como as partes interessadas conduzem as operações, algo que a EWF afirma ter agora abordado.

Várias afiliadas da EWF, incluindo concessionárias e operadores de rede na Bélgica, França, Sudeste da Ásia e América Central, além de pelo menos uma empresa global de energia e desenvolvedores de blockchain da Fortune 500 OLI Systems, FlexiDAO, Wirepas e Virtudes Digitais, receberão nós de validadores multinacionais para rede pública baseada no ethereum.

Transparência

É essa rede de validadores corporativos que faz com que a cadeia EW esteja bem posicionada para ganhar favor entre os reguladores. Nos blockchains mais famosos, como o Bitcoin, a rede de validadores alcança o consenso por meio de uma abordagem conhecida como prova de trabalho. Isso significa que qualquer computador pode, em teoria, tornar-se um validador - geralmente anônimo - ou bloco mineiro. Há problemas com a prova de trabalho - é uma maneira intensiva de energia para executar um blockchain, seus tempos de bloco mais lentos apresentam desafios de escalabilidade e o anonimato dos nós validadores é visto como um obstáculo à aceitação no setor de energia. 

No projeto de rede de prova de autoridade pública (PoA) da EW Chain, todos os nós validadores que mantêm cópias do banco de dados blockchain e concordam em adicionar novos blocos de transações à cadeia são hospedados por entidades conhecidas. A EWF acredita que essa distinção fornece transparência e supervisão para os reguladores se sentirem mais confortáveis ​​com a tecnologia blockchain sendo usada para aplicações no setor de energia.

"Este é um momento decisivo para a aceleração de um sistema de eletricidade de baixo carbono e centralizado no cliente", disse Jesse Morris, diretor comercial da EWF. “Espero que olhemos para o lançamento da EW Chain como outro ponto de inflexão na evolução da eletricidade, assim como vemos agora o vento e a queda na curva de custos, a implantação de medidores inteligentes e outras infraestruturas digitais e o surto de veículos elétricos investimento e propriedade”.

Algoritmo PoA 

Embora a rede de nós validadores pareça pequena para um blockchain, o EWF afirma que até dez nós mais oferecem uma boa quantidade de descentralização por causa da abordagem do PoA ao consenso. Nomeadamente, o nó dado escolhido para validar o próximo bloco a ser adicionado à cadeia é selecionado essencialmente aleatoriamente por algoritmo. Por outro lado, blockchains com uma abordagem de prova de trabalho para o consenso são essencialmente uma corrida armamentista de poder computacional - um grupo suficientemente grande de mineradores de bloco pode teoricamente dominar.

O algoritmo PoA garante que o EW Chain seja altamente escalável e eficiente em termos de energia, o que equivale a baixos custos de transação para os participantes do mercado de energia. A cadeia em si é pública, o que significa que qualquer empresa, indivíduo ou dispositivo conectado à Internet pode transacionar pela rede sem permissão, aumentando a interoperabilidade da rede e reduzindo o custo de desenvolvimento da solução.

Pelo menos 17 aplicativos descentralizados (dApps) já estão ativos nas redes de teste do EWF e devem fazer a transição para a rede ao vivo nas próximas semanas. O primeiro lote de dApps se concentra na criação de valor para os clientes e negócios expandindo os mercados de comércio de energia renovável, aumentando a eficácia e a profundidade dos programas de resposta à demanda, reduzindo os custos de transação e simplificando a cobrança de EV.

"Nunca antes tivemos uma rede pública globalmente descentralizada e de código aberto, apoiada por algumas das maiores entidades corporativas do mundo, e muito menos no setor de energia", disse Morris. “Outros projetos de blockchain de energia baseados em tokens estão focados no fornecimento de aplicações descentralizadas singulares. Em contrapartida, o Energy Web é um projeto de infra-estrutura de blockchain focado no suporte a todos os desenvolvedores de blockchain que buscam acelerar a transição global de combustíveis fósseis para eficiência e energias renováveis​​”.

Cumprindo uma promessa

Quando estabelecido em 2017, o EWF foi sustentado com US $ 2,5 milhões de dez empresas de energia em nove nações: Centrica, Elia, Engie, Royal Dutch Shell, Sempra Energy, SP Group, Statoil ASA, Stedin, TWL (Technical Works Ludwigshafen AG) e Tóquio. Electric Power Co. Em março, a plataforma anunciou que o número de afiliados subiu para 100, com a empresa alemã EnBW, a petrolífera francesa Total e a State Grid EV Service Co, da concessionária estatal chinesa State Grid Corporation of China. os recém-chegados. Enquanto isso, concessionárias e operadores de rede lançaram demonstrações, pilotos e até mesmo implantação pré-comercial em redes de teste de energia da Web.

“Iniciamos a Energy Web Foundation em 2017 com uma promessa: uma versão de produção da Energy Web Chain até o segundo trimestre de 2019. Temos orgulho de anunciar que mantivemos nossa promessa. A Energy Web Chain está agora em execução no modo de produção ”, disse Hervé Touati, co-fundador e diretor executivo da EWF. “Nossa próxima meta, a ser alcançada [no] mais recente até o quarto trimestre de 2019, é descentralizar totalmente a cadeia. Nesse ponto, não será mais a cadeia 'nossa'; será a blockchain do setor de energia - a primeira blockchain pública em que os blocos são validados pelas empresas do setor de energia ”.

Economia sustentável deve focar na educação e fiscalização


Países defendem medidas para atingir desenvolvimento sustentável 

Representantes defendem o rigor na fiscalização ambiental para combater irregularidades 
FOTO: GOMES AVILLA/INSTITUTO BRASIL-ÁFRICA

Fatores como o crescimento não sustentável das indústrias e o mau uso dos recursos naturais provocam impactos negativos no meio ambiente. Para trocar experiências sobre o desenvolvimento sustentável, ministros, diretores e especialistas de vários países se reuniram, ontem (24), no Centro de Eventos do Ceará, na 1ª Conferência Ministerial Regional das Américas sobre Economia Verde, que vai até quarta-feira (26).

O evento funciona como uma rede estratégica para dar visibilidade a casos bem-sucedidos de investimento, além de ser um intercâmbio de soluções e experiências voltadas ao meio ambiente.

Entre os assuntos listados, estavam investimentos em educação e reforços em fiscalização, tidos como essenciais para consolidar a economia verde em todo o planeta, de acordo com os representantes. Especialistas afirmaram que países que conciliaram ações educativas e estimularam o diálogo entre o setor produtivo e a sociedade não enfrentam resistências em introduzir práticas ambientais que reduzam a poluição.

Oportunidades

O presidente do Instituto Brasil-África, João Bosco Monte, diz que a cidade foi escolhida para sediar o evento porque atualmente é destaque entre as demais. O fato, explica, pode suscitar outras possibilidades para o turismo sustentável e ecológico e para o desenvolvimento de negócios. "A beleza do evento é conhecermos o que tem de bom no nosso entorno. O Estado tem se apresentado como um hub de discussões, gerando muitas oportunidades para as empresas que têm relação com o assunto", pontua.

O Ceará tem se destacado no que diz respeito às produções agrícolas sustentáveis, principalmente no interior. Isso faz com que o Estado ganhe um destaque nacional quando comparado aos demais que aderem à economia verde, conforme a secretária de Política Agrária da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece), Rosângela Moura.

Corona pensa em você e no meio ambiente, eles dão cerveja para quem faz reciclagem de plástico!



Eles criaram uma série de máquinas de venda automática, nas quais você não paga com dinheiro para uma cerveja gelada e espumante. O que você tem a fazer é inserir três garrafas pet vazias nelas e você está apto à receber uma garrafa de Corona em troca.

As máquinas serão colocadas em diferentes pontos turísticos de lugares como Itália, Espanha, Caribe, América Latina e, claro, também no México.


Além dessa iniciativa ecológica que dá cerveja para reciclagem, a Corona já criou um pacote de seis latas com material biodegradável. A empresa anunciou que, durante os meses de junho, julho e agosto de 2019, venderá uma edição especial em nove países e se comprometeu a limpar um metro quadrado de praias para cada seis pacotes vendidos.

Essa limpeza será feita em 23 países, incluindo o México, e a meta é cobrir dois milhões de metros quadrados.


Já estamos coletando garrafas plásticas e esperando máquinas de venda de cerveja chegarem às nossas cidades. Vamos ver o quanto podemos beber enquanto reciclamos.

As pessoas querem fazer um esforço para terem uma vida mais sustentável, mas a maior parte delas tem limitações financeiras

Helen Duphorn, Country Manager da IKEA Portugal, em entrevista à VISÃO. Foto: Luís Bar

A sustentabilidade ambiental e a redução de desperdício estiveram, desde sempre, no ADN da gigante retalhista IKEA. Ao longo dos anos, o grupo tem investido em parques eólicos, florestas certificadas, energia solar, empresas de reciclagem, entre outros, numa tentativa de se tornar cada vez mais verde. Quando as alterações climáticas e as necessidades urgentes de mudança de comportamento ocupam a agenda política e mediática, a VISÃO falou com Helen Duphorn, a country manager da IKEA em Portugal, para perceber a estratégia da empresa sueca que está na casa de muitos portugueses. A gestora salienta que Portugal fez uma mudança radical em termos de prioridades e preocupações, estando disposto a mudar comportamentos, mas salienta que a luta em prol dos Direitos Humanos, da igualdade de género e contra a violência doméstica são assuntos que andam de mãos dadas com a sustentabilidade ambiental.

A sustentabilidade é um tema para a IKEA há vários anos. Diria que é algo natural?

Absolutamente. O nosso principal objetivo, desde sempre, é ajudar as pessoas a melhorarem a sua vida em casa, o que significa que sempre tivemos e teremos de praticar preços acessíveis. Senão, não estamos a cumprir o nosso objetivo. A IKEA sempre foi muito boa a controlar os custos – e por isso é que só podemos contratar pessoas que partilhem dos nossos valores. Não há quaisquer luxos nesta empresa. Toda a gente está habituada a apanhar o autocarro, quando precisamos de voar para outro destino é sempre em classe econômica, cada um vai buscar o seu próprio café, não há quaisquer serviços extra que não sejam necessários. Seguimos exatamente os mesmo princípios na produção: tudo é pensado para que não se desperdice material, para que o processo de produção seja muito eficiente. Porque se não for assim, vai custar-nos dinheiro. 

É o mesmo no caso de não darmos boas condições de trabalho. E aqui não é apenas uma questão de dinheiro. Se queremos melhorar a vida das pessoas, temos de começar com os nossos colaboradores, e com os nossos fornecedores. Isso não é nada de novo. Pelo menos para nós. Por exemplo, eu fui responsável pela área das compras na Índia, Paquistão e Bangladesh, há 20 anos. E a parte fundamental do meu trabalho era garantir que as condições de trabalho – salários, subsídios de turnos, as próprias condições físicas – eram cumpridas.

E é possível manter preços baixos pagando um valor justo aos trabalhadores? Porque há muito a ideia de que, para ser justo na produção, tem de se cobrar muito pelo produto final.

Claro que é possível. Se não houver desperdício. E se isso for combinado com grandes volumes, não precisamos de margens enormes em cada um deles. É sempre suficiente, porque produzimos muito e vendemos muito. Há mais de 20 anos que pensamos desta forma. Digo isto para que perceba que a nossa visão acerca da sustentabilidade tem raízes muito profundas e antigas numa cultura de não haver desperdício. Tal como também temos uma cultura de cuidarmos uns dos outros, porque sabemos que, juntos, podemos realmente produzir o melhor resultado. Prestamos muita atenção ao que dizem os nossos colaboradores, os nossos fornecedores e os nossos clientes. 

Em média, temos uma relação de 10 ou 11 anos com os nossos produtores – que recebem, muitas vezes, a nossa ajuda quando precisam de fazer os investimentos necessários para serem mais sustentáveis. E, naturalmente, é importante que todas as pessoas que trabalham aqui percebam que somos consistentes, daí o grupo fazer investimentos em fontes de energia renováveis (parques eólicos, florestas certificadas, parques solares..). Se conseguirmos inspirar os nossos visitantes, os nossos consumidores, aí sim, é ainda melhor!

Sente que os consumidores portugueses estão mais sensíveis à questão do desperdício e da sustentabilidade ambiental?

Sim. Noto uma alteração, sobretudo, no último ano. Tem sido uma mudança muito rápida, e estes últimos meses foram surpreendentes. Claro que em Portugal as pessoas agora estão muito mais atentas à questão da sustentabilidade, querem ser mais responsáveis no consumo, em casa. Fizemos um inquérito enorme a consumidores da IKEA em vários países e essa preocupação é, efetivamente, real um pouco por todo o mundo. As pessoas querem fazer um esforço para terem uma vida mais sustentável, mas a maior parte delas tem limitações financeiras.

Há, muitas vezes, essa noção de que a sustentabilidade é algo para privilegiados…

É verdade, mas nós não aceitamos isso. Não pode ser assim.

Certo, mas então como é que as empresas podem trabalhar de forma a mostrar que é possível serem sustentáveis e rentáveis?

Bom, têm de começar por fazê-lo [risos]. E antes disso, o ponto de partida é pensar: que tipo de empresa quer ser? Porque está tudo nos valores e na identidade da empresa. Tal como uma pessoa: de que forma age com os seus amigos, com a sua família, com quem se cruza na rua? Temos isto na cabeça e isso reflete-se na forma como trabalhamos, como viajamos, como nos tratamos mutuamente no dia a dia. E depois, claro, se acreditamos no que estamos a fazer, podemos torná-lo real. E se se torna real, podemos convencer outros a seguir o mesmo caminho. Eu não acredito em empresas que acordam um dia e dizem “Ah, agora vamos ser supersustentáveis”. Não acredito nisso!

Mas as empresas têm um papel muito importante na sociedade...

Sim, e claro que acredito nele. Temos tantos colaboradores que vieram para cá porque acreditam na forma como trabalhamos… Quando falamos sobre sustentabilidade, há três pilares sobre os quais temos de nos focar. Primeiro, como cuidamos do nosso negócio? Isso tem que ver com o facto de tentarmos consumir o mínimo de energia e água, não desperdiçarmos comida nem material e, claro, trabalhar com todos os nossos colaboradores da forma mais sustentável possível; segundo, queremos estar socialmente comprometidos, não só nos lugares onde temos operações mas também além disso: apoiar lugares distantes onde houve desastres ambientais, por exemplo…; e, em terceiro lugar, tentamos trabalhar o nosso leque de produtos, para ajudar as pessoas neste caminho. 

Porque as nossas torneiras, efetivamente, permitem uma significativa poupança de água; porque se usarem as nossas caixas para comida, que toda a gente tem dinheiro para comprar, e que mantêm a qualidade dos alimentos muito mais tempo, reduzem imenso o desperdício alimentar e poupam muito dinheiro; já para não falar das lâmpadas LED, por exemplo… e também tentamos e esperamos ser uma inspiração no que toca à alimentação.

De que forma?

As nossas almôndegas vegetarianas – estamos a tentar ter mais opções de refeições sem carne – são atualmente o terceiro prato mais vendido no nosso restaurante e também dos produtos mais vendidos em loja, para quem as quer levar para casa. Basicamente, porque reduzimos o preço. Quando tornamos os produtos sustentáveis acessíveis, além de saborosos, as pessoas compram-nos. Eu não posso falar pelas outras empresas, só por nós.

No âmbito dessa vida sustentável, quais são os maiores desafios em Portugal?

Acho que os nossos desafios são mais ou menos os mesmos em qualquer lugar, porque o que me parece é que as pessoas querem, fundamentalmente, cuidar do meio ambiente. E querem, certamente, garantir um planeta para os seus filhos, pelo que não acho que nesse aspeto as pessoas sejam tão diferentes nos vários países. O que penso é que as pessoas não sabem realmente como o fazer. Precisam de informação, de ideias e de apoio para o conseguir. A maior parte das pessoas não tem dinheiro ilimitado, e, portanto, não pode investir em todas as soluções que aparecem; precisa de pensar duas vezes antes de gastar dinheiro. Fazer a diferença é conseguir fornecer soluções a um preço justo.

As pessoas estão, então, à procura de respostas e de quem as ajude nesse caminho?

Sim. E há ainda uma outra coisa que temos de ter em atenção, e que para nós é muito cara, que é a igualdade. Se estamos a falar de sustentabilidade, estamos a falar naturalmente também de Direitos Humanos e de dar oportunidades a toda a gente. Por exemplo, aqui sinto mesmo uma diferença em relação à Suécia, para não ir mais longe. As questões da igualdade de género, da violência doméstica, que ainda é pouco falada por cá, tendo em conta o panorama. Tudo está muito ligado quando falamos de sustentabilidade. 

Como é que alguém pode ter uma vida sustentável em casa se estiver preocupada com a própria segurança?

Uma das questões que me chamaram a atenção foi o facto de apostarem na economia circular.

or que razão um retalhista quer dar uma segunda vida aos seus móveis? Isso faz sentido em termos de negócio?

Todo o sentido [risos]. Nós estamos a produzir bons produtos, e queremos que eles durem muito, esperamos que as pessoas vivam felizes com o que compram. Se a sua irmã, a sua prima ou os seus amigos conseguirem usar mobília sua, em segunda mão, isso é incrível. Entre outras coisas, porque aumenta a confiança nas marcas. Se alguém estiver numa situação complicada e precisar de sair de casa, com filhos, por exemplo, e puder usufruir de produtos que já tenham sido usados porque continuam em boas condições, é uma ajuda preciosa....

Mas como é que uma operação sobrevive assim?


Porque as necessidades de conforto, de se sentir bem numa casa, são infinitas. Isso não significa que tenha de mudar imensas coisas, muitas vezes. Naturalmente, há situações diferentes em diversos países – é claro que na Índia temos centenas de milhares de pessoas com necessidades de mobilar a casa. Em Portugal, ou na Suíça, por exemplo, quando se visita alguém, por norma as pessoas estão muito orgulhosas das casas, é muito giro! Mas também acontece quase sempre apontarem para um quarto e dizerem: “Ah, este quarto não quero mostrar.” [Gargalhada.] E é precisamente aquele quarto que eu quero ver, porque significa que há ali espaço para novos produtos. 

É verdade que cada vez se vive mais em casas pequenas, porque toda a gente se está a mudar para as cidades, mas, na realidade, as vossas habitações não são assim tão pequenas. As pessoas têm tanto espaço que podiam usar de uma forma mais inteligente – sobretudo espaço de arrumação. Mesmo quando os casais dão o berço do bebé a uns amigos, ou passam a mesa da sala de jantar aos filhos, a verdade é que também estão a entrar numa outra fase da vida e vão precisar de outro tipo de mobília. Não é uma questão para nós. Efetivamente, encorajamos mesmo as pessoas a reciclarem e a repararem os seus produtos. E, além disso, garantimos uma relação com os nossos consumidores, o que os torna bons embaixadores da nossa marca.



Por Jornalista: MARGARIDA VAQUEIRO LOPES

Uso eficiente de energia - Empresários participaram de palestras sobre os benefícios da eficiência energética para empresas, condomínios e instituições

Workshop Eficiência Energética aconteceu na última segunda-feira (10), no auditório do JCPM Trade Center.

É com o objetivo de incentivar o consumo eficiente e esclarecer os impactos do desperdício de energia que a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) promove atividades no Recife, em Caruaru e em Petrolina. Na última segunda-feira, no auditório do JCPM Trade Center, no bairro do Pina, zona sul do Recife, a empresa realizou o primeiro Workshop de Eficiência Energética. O evento foi organizado pelo Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) e contou com mais de 220 inscritos.

As atividades, que fazem parte do Programa de Eficiência Energética da CELPE, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), são direcionadas para os setores residencial, comercial, serviços, industrial e poder público (municipal, estadual e federal). No Recife, oito especialistas palestraram durante todo o dia, apresentando os benefícios que uma gestão eficiente pode trazer para um negócio ou condomínio habitacional em termos de custo, produtividade e sustentabilidade. O evento também possibilitou que os participantes sanassem suas dúvidas diretamente com os palestrantes, através de um quadro de perguntas e respostas.

A ideia do workshop é atrair atenções para a Chamada Pública de Projetos, mecanismo instituído pela Aneel que recebe dos próprios consumidores novas ideias para o combate ao desperdício de energia. Um edital é lançado anualmente, convocando a sociedade para apresentar projetos de eficiência energética que estejam de acordo com os critérios técnicos estabelecidos, entre eles a viabilidade econômica das ações propostas. Neste ano, o edital foi lançado entre março e maio, mas há a perspectiva de fazer uma nova chamada ainda em 2019.

João Gabriel Pereira de Almeida (Especialista em projetos de Iluminação Artificial).
Luiz Pessoa/JC360

“Nossos clientes precisam saber que existem recursos disponíveis para projetos de eficiência energia. A ideia do workshop surgiu da necessidade de difundir esse conhecimento, buscando atrair mais adesão às chamadas públicas para que um número maior de consumidores possam economizar energia”, explica a gerente de Eficiência Energética da Neoenergia, Ana Mascarenhas. “Nós esperávamos 200 inscritos, mas superamos as expectativas, então conseguimos atingir a nossa meta e passar as orientações para um bom número de pessoas”, acrescenta.

Para a Celpe, o workshop de eficiência energética é uma oportunidade para estreitar o relacionamento com o cliente e apresentar novos projetos que trazem benefícios para o sistema elétrico e a sociedade. “Além da sustentabilidade dos seus negócios, eles têm uma redução significativa da energia, que muitas vezes é o principal custo para empresas e residências”, comenta o superintendente de Relacionamento com o Cliente da Celpe, Pablo Andrade. “Aqui no evento já recebemos vários feedbacks positivos. Uma vez que nossos clientes sabem como podem participar dos projetos de eficiência energética, isso naturalmente traz um ganho muito grande”, complementa.

O gestor de Eficiência Energética da Celpe, Daniel Sarmento, falou dos mecanismos da Chamada Pública com o intuito de esclarecer todas as dúvidas dos participantes. “A chamada pública é a porta de entrada para o Programa de Eficiência Energética. Os interessados devem inicialmente buscar parcerias com uma empresa de engenharia que vai ajudar a construir o projeto e identificar oportunidades de eficiência energética da unidade consumidora. Essa parceria é importante porque a empresa que elaborar a proposta será responsável por toda a realização do projeto”, explica.

Alberto Fossa (dir. executivo da ABRINSTAL e especialista em energia pela ONU).
Luiz Pessoa/JC360

Especialistas

O workshop reuniu especialistas de determinadas áreas em dois ambientes com atividades simultâneas. Na sala A, palestraram o diretor executivo da ABRINSTAL, Alberto Fossa, e o engenheiro eletricista João Gabriel Pereira. De acordo com Alberto Fossa, o conceito de gestão energética começou a se materializar em 2008 e precisa estar mais presente nas empresas.

“O primeiro passo é mudar a cultura nas organizações. As pessoas, quando pensam em eficiência energética, imaginam trocar as lâmpadas por LED, mas na verdade você precisa atuar de forma muito mais ampla”, salienta Alberto Fossa. “Muitas vezes o conceito é aplicado para indústrias, mas hoje em dia, do ponto de visto do consumo mundial, as edificações são um grande polo consumidor de energia. Então precisamos falar mais sobre isso”, afirma ele.

João Gabriel Pereira falou sobre os impactos da iluminação artificial nas empresas. “Dependendo do negócio, a iluminação pode ser responsável por mais da metade da energia consumida por uma empresa. É importante entender esses fatores para reduzir os custos operacionais. Além disso, um bom sistema de luz pode melhorar a produtividade de uma empresa em até 10%”, cita o especialista.

Tomaz Cleto (especialista em sistemas de climatização e ar condicionado). - Luiz Pessoa/JC360

Já na sala B do evento, os participantes aproveitaram uma tarde de palestras com Tomaz Cleto, vice-presidente de eficiência energética da ABRAVA e especialista em sistemas de climatização e ar condicionado, e Rodolfo Pinheiro, gestor de energia e especialista em eficiência energética no SENAI-IST Energia em São Paulo.

Tomaz abordou a temática da climatização eficiente. Os sistemas de ar condicionado estão presentes em diversos campos de atuação, como residências, edifícios comerciais, hospitais e laboratórios, na indústria e galpões de logística. Esses sistemas, que estão aliados ao aspecto do conforto ambiental, quando eficientizados podem gerar retornos financeiros para as empresas.

“É extremamente sensível investir em sistemas de ar-condicionado eficientes, não só apenas na questão de equipamento, mas toda a concepção do sistema para que tenha meios de ter um consumo menor no prédio, por exemplo, no sistema como um todo. É extremamente importante ter esse olhar sempre”, esclarece Tomaz.

Rodolfo Pinheiro (Gestor de Energia e Especialista em Eficiência Energética no SENAI - IST ENERGIA). - Luiz Pessoa/JC360

Após essa palestra, Rodolfo Pinheiro falou sobre a importância da atuação na gestão de energia e da eficiência energética na indústria, um dos grandes consumidores no setor elétrico. “As ações de eficiência energética direcionadas a indústria acabam trazendo um impacto muito grande sobre o setor elétrico no geral. Para indústria, por outro lado, a energia tem participação cada vez maior nos custos de produção, então a gente fazer eficiência energética na indústria, trabalhar a eficiência, impacta diretamente na competitividade dessa Indústria. A partir do momento que se consegue fazer eficiência energética, é possível reduzir seus custos com insumos energéticos e automaticamente à competitividade dela frente aos seus concorrentes diretos aumenta e melhora”, completa Rodolfo.


Daniel Sarmento (Gestor da Unidade de Engenharia e Projetos de Eficiência Energética). - Luiz Pessoa/JC360

Ana Mascarenhas (Gerente de Eficiência Energética da Neoenergia). - Luiz Pessoa/JC360

Ana Mascarenhas e Daniel Sarmento durante palestra no workshop. - Luiz Pessoa/JC360

Workshop aconteceu no auditório do JCPM Trade Center. - Luiz Pessoa/JC360

Pablo Andrade e Leonardo Lopes, ambos da Celpe, fizeram parte da programação da manhã. - Luiz Pessoa/JC360

Programação contou com o dia todo de palestras. - Luiz Pessoa/JC360

Para finalizar cada turno de palestras, os participantes aproveitaram coffee end. - Luiz Pessoa/JC360

Evento contou com mais de 220 inscritos. - Luiz Pessoa/JC360

FONTE: JC Online

Governo do Reino Unido pode intervir para impor preço mínimo para a energia solar vendida à rede

O lançamento do regime de Garantia de Exportação Inteligente do Reino Unido hoje não incluiu um piso de preços - como previsto pelo órgão comercial STA, mas o governo não descartou a intervenção futura. Os clientes comerciais, no entanto, ainda não têm como garantir o pagamento pelo excesso de energia.

A ministra da Energia do Reino Unido, Claire Perry, assegurou anteriormente que os geradores de pequena escala receberão pagamentos pela energia exportada para a rede. Geradores comerciais ainda estão esperando para aprender como. Imagem: revista pv / Max Hall

A Solar Trade Association (STA) do Reino Unido acolheu hoje a publicação Smart Guarantee Guarantee (SEG), trazida para substituir a tarifa de exportação anteriormente paga a geradores solares de pequena escala pelo excesso de energia alimentada na rede, e que expirou em abril.

Conforme antecipado pelo órgão de comércio solar, o governo não anunciou um preço mínimo para a energia solar exportada por geradores residenciais, mas deixou a porta aberta para tal movimento se as empresas de energia não fornecerem um mercado suficientemente competitivo para os geradores.

O que constituiria um mercado competitivo não foi definido e o STA afirmou hoje que “uma oferta doméstica existente ligada ao preço grossista” deve ser considerada como o requisito mínimo. A STA destacou anteriormente a tarifa fixa de exportação de £ 0,055 / kWh oferecida pela Octopus Energy com sede em Londres, além de uma tarifa inteligente potencialmente mais alta oferecida pelo mesmo fornecedor a geradores com armazenamento solar.

C&I deixa alto e seco

O STA também apontou que o SEG somente se aplicará a painéis solares residenciais, o que significa que os proprietários de sistemas comerciais e industriais (C & I) solares de pequena escala ainda são deixados sem acesso a pagamentos pelo excesso de energia.

Sob as regras da garantia, as empresas de energia com pelo menos 150.000 clientes de varejo devem publicar suas condições de pagamento para pequenos geradores solares exportando energia excedente para a rede a partir de 1º de janeiro. Empresas menores podem fazê-lo voluntariamente, como o Octopus faz.

A STA se comprometeu a manter uma tabela on-line da SEG, indicando quais empresas de energia estão oferecendo as melhores ofertas para os exportadores de energia solar.

Com referência à falta de um preço mínimo de exportação e ao fato de o governo do Reino Unido ter sido forçado a limitar as contas de energia residencial desde o final de 2018, Léonie Greene disse: “É uma exigência da legislação da UE. para oferecer um pagamento justo pela taxa de mercado para exportações de energia solar em pequena escala e o governo decidiu deixar isso para um mercado que não confia em fornecer energia a um preço justo ”.

Garrafas verdes, energia verde: Heineken mira 100% de renováveis no Brasil até 2023


Famosa por suas garrafas verdes, a cervejaria holandesa Heineken decidiu apostar também em energia verde, com uma meta global de usar geração renovável em suas operações que deverá ser antecipada pela unidade da companhia no Brasil, disseram executivas do grupo à agência Reuters. 

O movimento rumo a esse objetivo passa pela inauguração nesta quinta-feira de um parque eólico em Acaraú, no Ceará, que recebeu cerca de R$ 40 milhões em investimentos da Heineken Brasil e produzirá energia suficiente para abastecer cerca de 30% do consumo das 15 cervejarias da marca no país. 

"Temos uma meta global da companhia de até 2030 ter 70% da energia utilizada nas cervejarias de fontes renováveis. Aqui no Brasil, acreditamos que vamos gerar com renováveis o equivalente a 100% do consumo de nossas cervejarias até 2023, ou seja, muito antes da meta global", afirmou a vice-presidente de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Heineken Brasil, Nelcina Tropardi. 

A estratégia da Heineken de apostar em energia limpa segue uma nova tendência global no mundo corporativo, com cada vez mais empresas mirando fontes renováveis por questões de sustentabilidade e marketing ou até mesmo para redução de custos.

Além do parque eólico, a Heineken pretende instalar caldeiras movidas a biomassa de madeira em todas suas cervejarias no Brasil para atender a meta. Até o momento, quatro unidades já utilizam a tecnologia, e mais duas iniciarão a geração de energia própria ainda em 2019. "A ideia é que até 2023 todas as cervejarias tenham caldeiras de biomassa, que utilizarão cavaco de madeira, e portanto energia renovável", disse a gerente sênior de sustentabilidade da Heineken Brasil, Ornella Vilardo.

Os investimentos em energia renovável vêm em momento em que a Heineken tem ampliado as vendas no Brasil e reduzido a distância para a líder de mercado Ambev após ter fechado em 2017 a aquisição das operações no país da japonesa Kirin Holdings por US$ 1,2 bilhão. Na época, a operação dobrou a participação da empresa no mercado brasileiro, para quase 20%.

O parque eólico no Ceará, inclusive, é um legado desse negócio --o projeto começou a ser desenvolvido pela Brasil Kirin e estava com praticamente metade das obras concluídas na época da aquisição. 

"A Heineken resolveu fazer um investimento para terminar o parque e colocá-lo em funcionamento porque isso está totalmente alinhado com nossa estratégia de sustentabilidade", afirmou Nelcina.

O parque não abastece diretamente as cervejarias, porque possui contratos de longo prazo já fechados anteriormente para a venda de sua produção, mas sua geração atende o objetivo da política de sustentabilidade da Heineken de compensar suas emissões de carbono. 

Nova tendência

Corporações assinaram contratos para comprar mais de 32 gigawatts em energia limpa desde 2008, um montante comparável à capacidade de geração da Holanda, com 86% dos negócios a partir de 2015 e mais de 40% só em 2018, apontou estudo da Bloomberg New Energy Finance em janeiro. 

Até o momento, no entanto, os negócios estão concentrados principalmente nos Estados Unidos, que respondeu por mais de 60% dos contratos privados renováveis em 2018, com 8,5 gigawatts, o triplo do registrado em 2017.

"Cada vez mais os consumidores se preocupam em saber sobre a empresa que fabrica o que eles estão consumindo. Nunca vivemos uma era em que a reputação de uma empresa é tão importante como hoje em dia", afirmou Nelcina, da Heineken. 

Além da cervejaria, outras empresas têm perseguido o uso de energia limpa no Brasil. A mineradora Vale, por exemplo, quer ter 100 por cento de renováveis já em meados da próxima década, meta que segue válida mesmo após o desastre do rompimento de uma barragem da companhia em Brunadinho (MG) em janeiro.

Dias antes a companhia havia anunciado um contrato para comprar energia de um parque eólico da desenvolvedora Casa dos Ventos, em negócio que inclui uma opção de aquisição do empreendimento de geração no futuro.

"A Vale mantém o seu plano de ter 100% de autoprodução de energia elétrica até 2025 por meio do uso de fontes renováveis e, para tanto, vem pesquisando soluções no mercado para atingir este objetivo", afirmou a companhia em nota à Reuters.

Um fator que ajuda a atrair os investimentos nesses contratos e em geração própria com renováveis é a redução nos custos de implementação de parques eólicos e solares nos últimos anos, que pode permitir às empresas acessar energia limpa a preços competitivos frente ao cobrado por distribuidoras de eletricidade, disse o sócio especialista em energia do Cascione Pulino Boulos Advogados, Daniel Engel.

"No Brasil, a energia elétrica é muito tributada e tem subsídios cruzados, então faz sentido esse mercado, tem potencial para se desenvolver mais rápido que em outros países", apontou ele, ressaltando que o nicho ainda pode ganhar algum impulso adicional caso sejam feitos ajustes na regulação. 

"É um tema que discutimos muito com clientes e eles mostram muito interesse em conhecer o produto... é uma coisa recente, mas tem bastante movimento", acrescentou.

FONTE: UOL, Por Luciano Costa

Cidades Inteligentes - “Smart City”


Dado a rápida e eficaz evolução tecnológica que temos testemunhado nos últimos anos e consequente melhoria da qualidade de vida nos locais onde esta se concentra, que por sua vez levou a uma migração em massa das zonas rurais para as zonas urbanas, o Homem teve a necessidade de responder à rápida movimentação humana que se verificou, com o objetivo de manter as altas condições de vida que havia nas cidades, tornando os serviços mais eficazes, de modo a que o aumento de habitantes não congestione a sua eficiência. Com isto, seria criado o conceito de “smart city”, que seria aperfeiçoado ao longo dos anos com a chegada de novas tecnologias e novas ideias, com o objetivo de melhorar as condições de vida dentro das cidades. 

O subtema proposto ao nosso grupo (Infraestrutura tecnológica: caracterização, desafios e tendências) visa focar a importância que a tecnologia teve para o conceito de “smart city”, os tipos de tecnologias que estão implementadas nas “smart cities” de hoje em dia, juntamente com as que serão implementadas no futuro. Porém a implantação destas tecnologias não são simples, pois requerem enfrentar desafios a nível tecnológico, que podem não ser satisfeitas com a que temos hoje. 

Concluindo, com a criação deste relatório, e posteriormente um póster e uma apresentação, pretendemos dar a conhecer este conceito de “smart city” que, embora de momento não pertença ao nosso quotidiano, fará parte das nossas vidas, caso a evolução tecnológica à qual assistimos continue.

O que é uma “smart city”? 

Com a evolução tecnológica que se tem vindo a verificar nas últimas décadas, a migração de multidões oriundas de regiões rurais para cidades (à procura de novos trabalhos e uma superior qualidade de vida, relativamente às zonas rurais) tem sido um assunto presente no nosso quotidiano. Como resultado destes movimentos em massa, os serviços públicos das cidades têm visto o seu trabalho ser dificultado com a enorme quantidade de pessoas a satisfazer, levando à necessidade de os tornar cada vez mais eficazes e menos dispendiosos, que por sua vez leva a uma evolução saudável da cidade em causa. 

Porém, o conceito de “smart city” vai muito além das relações transacionais entre os serviços públicos e o cidadão comum. Aliás, o conceito “smart city” não existe por si só. Esta é designada por um conjunto de passos que um cidadão toma, juntamente com os serviços, para tornar a cidade um local mais habitável/confortável, tornando os serviços mais eficientes e sólidos, prontos a responder a qualquer situação. Os cidadãos são ingredientes-chave para o desenvolvimento da “smart city”, oferecendo feedback que visa o aumento de eficiência dos serviços oferecidos pela cidade. 

A manutenção e desenvolvimento de uma “smart city” envolvem 5 pontos: 
  • A existência de uma grande infraestrutura digital moderna, mas segura, para que os cidadãos possam aceder a qualquer tipo de informação quando quiserem, onde quiserem; 
  • O reconhecimento que o melhoramento dos serviços públicos vem com uma mentalidade centrada nos cidadãos (onde as necessidades dos habitantes vêm primeiro, oferecendo serviços de forma coerente, rápida e eficaz, de modo a estarem acessíveis para os cidadãos a qualquer momento);
  • Uma infraestrutura física inteligente, que possibilita aos serviços utilizar ao máximo os dados, quer de modo a manusear de forma eficiente os serviços públicos, quer de modo a investir estrategicamente na cidade e na comunidade (Ex: fazer com que os transportes públicos cooperem com as horas de ponta da cidade); 
  • Abertura para aprender com outros e experimentar novas técnicas e modelos de trabalho; 
  • Transparência de resultados/desempenho, como por exemplo, um painel de serviços da cidade de modo a que os cidadãos possam comparar e desafiar o desempenho desses serviços. 
Porém, de acordo com estudos realizados pelo governo britânico, as cidades e empresas concordam que há ainda um sexto ponto para o sucesso de uma “smart city”: que a pessoa em cargo tenha uma visão clara e consistente sobre o que a cidade oferece às pessoas, comprometendo-se a fazer qualquer alteração que seja necessária. Deste modo é possível criar um ambiente saudável para o desenvolvimento de negócios, que por sua vez aumenta a qualidade de vida dos cidadãos residentes.



De acordo com um artigo no site da Forbes, pode-se considerar uma cidade como sendo “smart” se ela conter cinco das seguintes oito características vistas na imagem colocada acima. Também neste artigo podemos encontrar que a contínua migração para zonas urbanas levará ao estabelecimento de 26 “smart cities” até 2025, em que se estima que 50% destas estejam na América do Norte e Europa. 

Já num estudo realizado por Frost & Sullivan, os negócios envolventes no desenvolvimento de “smart cities” contêm um potencial combinado de $1.5 triliões que separam em energia, saúde, tecnologia, transportes, construção e administração. Embora seja um negócio envolvendo um enorme potencial, os riscos de investimento ainda são altos, pois ainda não existe um modelo fixo de desenvolvimento de uma “smart city”, mesmo com o projeto Masdar em desenvolvimento.


O porquê das “smart cities” fazerem parte de um futuro próximo. 

Embora atualmente o Homem possui recursos suficientes para manter o crescimento populacional sem prejudicar o bom funcionamento das cidades atuais, devem ser feitas mudanças para que estes recursos sejam aproveitados de forma eficiente, evitando assim a destruição do meio ambiente. 

Um dos maiores problemas que as cidades de grande dimensões enfrentam, é o problema de congestionamento de trânsito, havendo cidades como Istambul, que segundo um estudo realizado na Europa pela empresa de GPS, TomTom, têm em média, os tempos de viagem 57% mais longos do que quando o trânsito flui normalmente e 84% mais longos durante as horas de ponta. Seguindo-se de Varsóvia e Marselha com médias respetivas de 45% e 42%. 

Já em Portugal, Lisboa e Porto ficaram em 34º e 43º lugar neste estudo, com taxas de congestionamento de 21% e 17%, tendo Lisboa descido 12 lugares na tabela desde o último trimestre, e Porto fazendo a sua primeira aparência neste estudo.

Embora os números sejam animadores, problemas como o congestionamento continuam a ser obstáculos sérios para qualquer cidade que se deseje modernizar. 

O problema do congestionamento carrega consigo, dentro das grandes cidades atuais, outros sub-problemas, entre eles: 
  • Ecológicos; 
  • Eficiência dos transportes públicos. 

Problemas Ecológicos 

Este problema tem nas cidades como fonte principal o congestionamento de trânsito nas vias públicas, gerando emissões de CO2 e polução sonora, desnecessárias e facilmente evitáveis. 

Investindo por exemplo, num sistema de metro subterrâneo, é possível proporcionar um sistema de transporte, mais rápido que os automóveis individuais, e mais confortável que ir a pé, no ambiente urbano, sem sacrificar, por exemplo uma faixa na via pública exclusiva para autocarros. Deste modo, proporciona-se um meio de transporte que funciona com energias renováveis (eletricidade) mantendo a elevada capacidade de transporte dos autocarros. 

Problemas relacionados com a eficiência dos transportes públicos 

Um dos problemas de meios de transporte públicos (Ex: Autocarros), é que nalgumas cidades utilizam a mesma via publica que os transportes pessoais, que durante horas de ponta pode levar a que eles fiquem presos em congestionamentos, prejudicando o seu bom funcionamento. 

Existem maneiras de prevenir isto, como por exemplo, reservar uma faixa na via pública exclusiva para os autocarros, porém nalguns casos esta solução retira uma faixa aos transportes pessoais resultando em maior congestionamento nas restantes vias e uma faixa praticamente vazia para os autocarros. 

De modo a prevenir isto, deve-se fazer uma recolha de dados do fluxo de trânsito durante os vários dias da semana, ajustando os horários dos transportes públicos de forma a baixar a quantidade de congestionamentos, abrindo a faixa reservada a autocarros aos veículos de transporte pessoal conforme necessário. 

Outra solução, como dito no problema anterior, seria investir num sistema de metro subterrâneo, que por não recorrer às vias públicas, não interfere com o trânsito nas vias públicas, resultando numa maior fluidez no trânsito, ao reduzir o tempo perdido em congestionamentos.


Quais as diferenças entre uma cidade tradicional e uma “smart city”? 

As cidades inteligentes trazem muitos benefícios aos habitantes, proporcionando, a muitos níveis, uma melhoria significativa na qualidade de vida. Estas, com a tecnologia nelas usada, promovem o seu desenvolvimento de forma mais rápida e inteligente. 


Quais as vantagens das “smart cities”? 

Atualmente, a tecnologia é uma área em constante desenvolvimento, pelo que, todos os dias se descobrem novos métodos ou sub-áreas que são mais aprofundadas. Com isto, temos vários aspetos que colocam estas cidades à frente das tradicionais: 
  • Social; 
  • Comunicação; 
  • Educação; 
  • Segurança Pública; 
  • Mobilidade; 
  • Ecologia; 
  • Turismo; 
  • Arquivos; 
  • Visibilidade.
SOCIAL: A componente social é a componente que engloba todas visto que todas contribuem para uma melhor qualidade de vida a nível social. As tecnologias, neste departamento, estabelecem uma ligação mais próxima com o cidadão, promovendo uma sociedade mais ativa e participativa que incluem as pessoas em campanhas e objetos de desenvolvimento. 

COMUNICAÇÃO: A comunicação é bastante importante numa cidade, pelo que, se for efetuada eficazmente, resulta na facilidade de resolver situações. Consequentemente, se os serviços e órgãos de uma cidade estiverem todos interligados, a comunicação entre eles é gratuita e muito mais eficiente. Além disso, a comunicação com o público e a consulta de informação, bem como a resolução de problemas através de meios tecnológicos favorece toda a população. Um exemplo de uma tecnologia que está em desenvolvimento no campo da comunicação é o “CCG’ Real Time Location System”, que visa melhorar a determinação da localização de pessoas dentro de edifícios, através de ondas rádio. Deste modo, operações policiais tornar-se-ão mais eficazes, sendo possível seguir o rasto de pessoas e/ou equipamentos. 

EDUCAÇÃO: A educação é o exemplo ideal de como as tecnologias favorecem o crescimento de conhecimento. A internet facilita imenso a pesquisa e desenvolvimento de conhecimento. A nível escolar, as tecnologias incentivam não só os alunos, como forma mais apelativa de aprender, mas também facilitam aos professores a maneira como apresentam a matéria aos alunos. Na parte administrativa da educação, também são essenciais estes métodos digitais no tratamento da informação. 

SEGURANÇA PÚBLICA: A segurança é um fator muito importante no nosso quotidiano. As cidades mais evoluídas, como é o caso das cidades inteligentes, utilizam a tecnologia mais avançada também no campo da segurança. São exemplo, câmaras de vigilância, sistemas de identificação por impressão digital e/ou cartões eletrônicos que barram acessos, sensores que indicam a existência de fumo e incêndios e o contacto destas situações às entidades competentes de forma rápida e eficaz. 

MOBILIDADE: Nesta área, a tecnologia tem várias aplicações, que, interligadas com outras áreas, a favorecem. A internet, veio “encurtar” muitas distâncias, ou seja, com o contacto que é possível efetuar via internet, distâncias deixam de ser percorridas, melhorando a mobilidade. Já noutro campo, é atualmente possível saber quantos minutos faltam para o autocarro chegar através de uma simples mensagem ou de um acesso a uma aplicação no telemóvel. Ainda nesta área, a tecnologia usada na segurança, como as câmaras, são também usadas para vigilância do trânsito e assim pode ser monitorizado de uma forma mais eficaz, melhorando as condições de salvamento, por exemplo, em caso de acidente. Os temporizadores sincronizados dos semáforos são também uma grande ajuda na regulação do trânsito. Os carros, bicicletas, motas elétricas são outra aplicação das tecnologias. A criação de sistemas de estacionamento inteligente, serviços de partilha de carro ou bicicleta, fazem também parte de cidades deste gênero. 

ECOLOGIA: As smart cities apostam também na ecologia e no bem-estar ambiental. Com isso, os edifícios são pensados de forma a incluírem materiais inteligentes, técnicas construtivas ideais e energias renováveis. São também instalados contadores inteligentes para que a fatura da eletricidade seja mais baixa. Na rua, os candeeiros têm sensores para que se acendam apenas quando é necessário, como é o exemplo da “SInGeLu”, que consegue regular a intensidade da luz dos espaços públicos, dependendo da intensidade da luz ambiente (acredita-se que esta tecnologia pode baixar até 40% o custo total da energia gasta por iluminação pública). A economia de água também está pensada através de sistemas inteligentes de gestão de água bem como de resíduos. Assim, a gestão ambiental é muito melhor monitorizada e, consequentemente, melhorada. 

TURISMO: Numa cidade deste tipo, um conjunto de informações sobre a cidade é relevante no turismo. Uma cidade que se apresenta bem e informa capazmente os turistas é um chamariz para estes. A divulgação de hotéis, locais de interesse, bem como, a disponibilização de wi-fi em locais que são muito frequentados, são métodos utilizados que resultam na melhoria da imagem da cidade e que trazem turistas e muitas vezes viagens de negócios. 

ARQUIVOS: Um arquivo é extremamente necessário em qualquer lugar. Os serviços e órgãos de uma cidade necessitam de estar organizados com software que simplifique o dia-a-dia dos seus trabalhadores mas dos seus clientes e/ou utilizadores. Um serviço bem organizado, melhora a imagem e, consequentemente, melhora a imagem da cidade. 

VISIBILIDADE: Uma cidade digital é muito mais reconhecida. Qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo é capaz de pesquisar e obter informação sobre uma cidade informatizada. Uma cidade inteligente projeta-se para o exterior muito mais facilmente.


Qual o futuro das “smart cities”? 

Como foi dito no início deste relatório, as cidades estão a adaptar-se lentamente a este novo conceito de cidade inteligente, porém está em desenvolvimento um projeto que visa revolucionar o simples conceito de cidade. Este projeto tem o nome de Projeto Masdar e será uma cidade totalmente inteligente criada em Abu Dhabi, que terá como característica principal a não-emissão de gases com efeito de estufa, tornando-se assim em espaço urbano completamente sustentável. 


Esta cidade incorpora técnicas de sucesso de planeamento de território e de desenvolvimento sustentável utilizadas por diferentes cidades de todo o mundo, surgindo como uma resposta à questão das mudanças climáticas e do aquecimento global, mostrando que o conceito de uma cidade sustentável pode ser economicamente viável. A ajudar na construção desta “smart city” estão envolvidas empresas como a BP e a General Electrics e entidades como o MIT. 

Para ser sustentável, esta cidade será sustentada por energia totalmente renovável, porém isto vai deixar de ser possível à medida que a cidade cresce, fazendo com que seja necessária energia renovável proveniente de fora da cidade. Para isto já existem vários projetos de energias renováveis em construção espalhados pelos Emirados Árabes Unidos, que têm como objetivo fornecer energia limpa para Masdar.


Conclusão 

Com a contínua e crescente evolução tecnológica que podemos verificar no nosso dia-a-dia, o Homem verificou que este leque de novas tecnologias pode ser aplicado no combate a problemas sérios como é o caso do aquecimento global, cujo um dos principais contribuintes é a cidade moderna devido à grande libertação de gases com efeito de estufa. 

Após a realização deste trabalho que nos foi dado por docentes da FEUP, o nosso grupo pôde verificar que a tecnologia será um agente essencial para combater o problema do aquecimento global, pois a sua aplicação em grandes zonas urbanas fará com que a emissão de gases poluentes seja reduzida, fazendo também com que o aproveitamento dos recursos naturais não-renováveis cresça exponencialmente. 

Podemos também concluir que as cidades de hoje em dia estão a começar a aderir ao conceito de “smart city” com o objetivo de se tornarem menos poluentes, mais organizadas e o mais sustentáveis possível, de uma forma a que o seus cidadãos tenham a melhor qualidade de vida possível. Porém a questão que se levanta é a de esta transição ser economicamente viável, algo a que o Projeto Masdar visa responder afirmativamente.