Mostrando postagens com marcador MG. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador MG. Mostrar todas as postagens

Uso de energia solar no campo cresce com usinas flutuantes


O meio rural atingiu 15,8 megawatts de utilização operacional de energia solar fotovoltaica. Essa marca atual significa que este tipo de fonte cresceu nove vezes em 2017 e neste ano já dobrou o uso dessa tecnologia no campo.

“Os agricultores descobriram a energia solar fotovoltaica. São eles os responsáveis por levar o alimento do campo para as áreas urbanas, e passam, agora, a também ter uma complementação de renda, gerando energia elétrica para abastecer áreas urbanas e reduzir os seus gastos especificamente”, disse à Agência Brasil o presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia,.

Segundo o presidente, essa é uma novidade interessante, porque a demanda tem se espalhado em diversos segmentos. “O meio rural tem açudes usando energia solar fotovoltaica flutuante em Goiás. Tem projetos mais tradicionais de bombeamento e irrigação em Minas Gerais, quando começa o dia, o pivô é ligado e quando some o sol ele deixa de irrigar a plantação. Tem indústria de sorvete no Ceará. O período que vende mais sorvete é no verão e aí pode também gerar energia para garantir energia nesta estação do ano quando gastam mais para refrigerar o sorvete. No verão, eles gastam muito mais energia por conta da refrigeração, então, casa bem com a sazonalidade deles, com o custo também é bem positiva essa sinergia”, contou Sauaia.

Além do custo mais baixo, outra vantagem apontada por Rodrigo Sauaia para o uso desta tecnologia no campo é a de ela ser mais limpa. “Muitos desses produtores rurais, às vezes para levar irrigação para uma área produtiva distante da rede elétrica, tinham que levar um gerador a diesel barulhento e poluente no meio da plantação para gerar e poder irrigar. Era péssimo para o meio ambiente, caro para o produtor, mas ele precisava fazer isso. Agora, pode fazer isso com o sol, com um sistema móvel e com energia limpa e sem combustível, sem dor de cabeça para o produtor”, observou.

Usinas flutuantes

O engenheiro Orestes Gonçalves Júnior, da empresa F2 Brasil, foi o responsável pela instalação de um sistema de energia solar fotovoltaica flutuante em açudes da Fazenda Figueiredo, produtora de leite, em Cristalina, Goiás. Para o engenheiro, a utilização da área de açude amplia a conservação da região e dá melhor destinação a terras que estejam impactadas. Segundo ele, o uso das placas flutuantes permite ainda ao produtor aproveitar mais a propriedade e manter o solo para as plantações.

“Ele não está tirando parte agricultável para botar uma usina. A flutuante libera a área usada para a solar, para continuar fazendo desenvolvimento econômico da atividade do agronegócio e, por outro lado, reduz a evaporação que é um ativo, hoje, importante. Como está faltando muita água, principalmente, em algumas regiões como a do Rio São Francisco, se consegue ter algo em torno de 20% a mais de água por ano. Deixa de tirar água dos rios, ou tem melhor produtividade na irrigação dele fazendo reduzir a evaporação. É econômico, ambiental e ao mesmo tempo em maior volume de água nos açudes”, apontou.

Orestes Gonçalves Júnior destacou ainda que o produtor tem mais uma forma de lucrar com a solar flutuante em açude, que pode ser usado por mais de um produtor da região. Mais uma alternativa para o produtor é usar os açudes para desenvolver projetos de piscicultura.

Financiamentos

A energia solar também tem se mostrado um bom negócio para os produtores de agricultura familiar. O presidente da Absolar destacou as linhas de financiamento que o consumidor passou a ter para fazer a instalação do serviço. Ele contou que, no Paraná, um produtor familiar de leite está refrigerando o produto com a energia do sol, depois de conseguir um financiamento por meio do Programa Nacional de Fortalecimento de Agricultura Familiar (Pronaf), que neste caso, tem juros variando entre 2,5% a 5,5% ao ano.

Para o período de julho de 2018 a junho de 2019, o BNDES informou que os juros são de até 4,6% e a aquisição do equipamento deve estar vinculada a uma atividade econômica. “A dotação orçamentária ainda será publicada pelo Conselho Monetário Nacional”, completou o BNDES em resposta à Agência Brasil.

Para as pessoas físicas e jurídicas que queiram instalar projetos de energia solar fotovoltaica, o banco abriu linhas de financiamento no Programa Fundo Clima para 80% dos itens financiáveis, podendo chegar a R$ 30 milhões a cada 12 meses por beneficiário. Para renda anual de até R$ 90 milhões, o custo é de 0,1% ao ano com a remuneração do BNDES de 0,9% ao ano. Na renda anual acima de R$ 90 milhões, o custo tem o mesmo percentual, mas a remuneração do BNDES é de 1,4% ao ano.

Redução de custos

Na visão do presidente da Absolar, a redução de custos para a instalação de um sistema de energia fotovoltaica tem sido um atrativo para o aumento de consumidores neste tipo de fonte. “Em dois anos, a tecnologia barateou em 25%. Nos últimos dez anos, a energia solar fotovoltaica ficou entre 60 a 80% mais barata, com isso hoje em dia já é possível na maior parte do Brasil gerar e produzir a sua própria energia através do sol do seu telhado e no solo do que comprar a energia da rede, por exemplo. Não por acaso, o que mais leva as pessoas a investirem em energia solar fotovoltaica não é só pelo meio ambiente, mas pela economia no bolso que a tecnologia traz”.

Evolução

O presidente da Absolar comentou que o setor começou 2017 com mais ou menos 90 megawatts de energia solar fotovoltaica operando na matriz elétrica brasileira e terminou o ano com 1.145 megawatts, o que segundo ele, representa crescimento de mais de 11 vezes no período. “São poucos os setores na nossa economia que crescem mais de 11 vezes em um único ano. Essa é a velocidade exponencial que a fonte solar fotovoltaica está acelerando neste momento”.

A expectativa é fechar 2018 com cerca 2.400 megawatts e, assim, o setor vai mais do que dobrar e, permitir ao Brasil subir no ranking mundial da energia solar fotovoltaica. Atualmente o país está entre os 25 a 30, principais países em energia solar fotovoltaica.

No Rio de Janeiro, a distribuidora Light informou que, até maio de 2018, foram registradas 1.036 unidades de consumidores que utilizam a energia bidirecional, o que representa um crescimento de 150% nos últimos dois anos (2016-2018). Em créditos, segundo a empresa, durante o mês de abril deste ano, os consumidores obtiveram 300 Kwh com recursos da fonte solar fotovoltaica. No caso da Light, a maior concentração de usuários está nas zonas Sul e Oeste da cidade do Rio de Janeiro.


Energia solar no setor público

Na área pública, os projetos também estão se desenvolvendo. O presidente da Absolar lembrou que a sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, instalou um sistema de energia solar fotovoltaica no telhado. Além disso, o Ministério de Minas e Energia (MME) é o primeiro prédio do governo federal a receber este tipo de fonte.

“É o primeiro prédio da Esplanada dos Ministérios com energia solar fotovoltaica. Abastece de 5% a 7% da demanda elétrica do prédio”, completando que, diante do impedimento de tráfego aéreo na região por questão de segurança, só foi possível instalar o sistema em uma parte do telhado, já que o transporte de placas utilizadas no sistema ficou restrito.

A assinatura do termo de cooperação com o ministério foi em 2015 e o término da instalação ocorreu no fim de 2016. O projeto-piloto desenvolvido pelo setor custou R$ 500 mil e o governo federal não precisou pagar nada.

“O governo não tirou nenhum centavo do bolso, mas também não recebeu nenhum centavo nosso. Recebeu o sistema com o compromisso de que ele fosse aberto à sociedade brasileira para que ela pudesse acompanhar e entender. Tem uma TV no térreo que mostra em tempo real o quanto o sistema está produzindo de energia e subindo dá para fazer a visitação do sistema”, disse. Rodrigo Sauaia espera que outros ministérios também desenvolvam projetos semelhantes.

Contribuição

Para o executivo, um dos fatores que permitiram a expansão do setor foram os leilões que o governo federal tem realizado desde 2014. “Foi um leilão em 2014, dois em 2015, um em 2017 e agora um em 2018. Os projetos que foram contratados lá em 2014 e 2015 começaram a entrar em operação, por isso, esse salto grande que tivemos no mercado”.

O crescimento de projetos em residências, comércios, indústrias, prédios públicos e produtores rurais também contribuíram para a evolução do setor. “Esse mercado representou cerca de 15% no final do ano do que tínhamos instalado no país. Ele está distribuído ao redor de todos os estados brasileiros em pequenos sistemas junto aos consumidores em todo o Brasil”, disse, ressaltando, que esses consumidores se beneficiam com os créditos de energia para abater o consumo no futuro.

Fonte: IstoÉ

Avaliada em R$ 5 milhões, maior usina de geração de energia solar do Sul de Minas é inaugurada em Santa Rita do Sapucaí, MG

Usina que será inaugurada na ETE FMC terá capacidade para abastecer quase 900.
Maior usina de geração de energia solar é inaugurada em Santa Rita do Sapucaí (Foto: Luciano Ferraz/Portal da Cidade)

Uma usina de geração de energia solar com capacidade para abastecer o equivalente à energia consumida por 860 residências será inaugurada neste sábado (23) em Santa Rita do Sapucaí (MG). O projeto é da Companhia de Jesus, também conhecida como Ordem dos Jesuítas e a usina será instalada na Escola Técnica Eletrônica Francisco Moreira da Costa (ETE FMC). Construída durante 2 anos, a usina, com 4,2 mil painéis solares, é fruto de um investimento de R$ 5 milhões.

“Hoje a energia fotovoltaica é a que mais cresce no país em termos de geração. Estamos dobrando a cada ano o número de usinas que são construídas. A ETE está abrigando em 14 mil metros quadrados a geração de 1.1 MW. Toda essa energia gerada no nosso colégio será suficiente para abastecer os colégios e uma faculdade dos jesuítas no Estado de Minas Gerais”, diz o diretor-geral da ETE FMC, Alexandre Loures Barbosa.

Nova usina de geração de energia solar é inaugurada em Santa Rita do Sapucaí (Foto: Luciano Ferraz/Portal da Cidade)

Segundo o diretor, a nova usina vai funcionar como um grande laboratório para os alunos da instituição e também para a população de uma forma geral.

“Nós queremos divulgar essa tecnologia, nós queremos mostrar para a população como é uma tecnologia de geração barata, limpa e ao mesmo tempo capacitar os nossos técnicos para esse mercado que está crescendo cada vez mais. A produção dessa energia no país está crescendo de tal forma que a expectativa até 2030 é que a energia gerada pelo sol, percentualmente, seja de 10% de toda a energia gerada no país. Hoje ela é torno de 1%”, diz o diretor.

“Hoje se cada residência no Brasil tiver nos seus telhados essa geração de energia, ela será suficiente para abastecer duas vezes e meia o Brasil. Essa é uma tecnologia do futuro, ela vai dominar o futuro”

A usina solar recebeu o nome de “Padre Furusawa”, em homenagem a um padre jesuíta, de formação eletrotécnica, que dedicou sua vida ao trabalho na instituição, criada em 1958 e que hoje vive em uma casa de repouso dos jesuítas em Belo Horizonte.

“Toda parte elétrica da nossa escola foi montada pelo padre, que sempre foi um amante da natureza, sempre andou de bicicleta, nunca aceitou andar de carro. Pelo seu entendimento e conhecimento na área de energia e aliado a toda parte de cuidados com a natureza, a usina leva seu nome”, diz o diretor.

Nova usina de geração de energia solar terá capacidade para abastecer quase 900 residências (Foto: Divulgação / ETE FMC)

Além da usina em si, o projeto compreende novos laboratórios e o desenvolvimento de equipamentos solares para projetos sociais, com comunidades carentes.

Dados sobre a Usina Solar Padre Furusawa:
  • 15 mil metros quadrados
  • 4.200 painéis solares
  • Potência de 1,113 MWP / 1,5 GWH/Ano
  • Redução da emissão de 582 toneladas de CO2/Ano
  • Equivalente ao plantio de 5 mil árvores
  • Equivalente à demanda diária de 860 casas (Média Brasileira)
Fonte: G1

Clube de MG investe em energia solar em busca de economia




Diante das constantes altas no preço da eletricidade e aumento das tarifas, o clube recreativo Max Min, de Montes Claros (MG), inaugura nesta sexta-feira (25), um sistema próprio de geração de energia. Ao todo, foram instalados 936 painéis fotovoltaicos ocupando uma área de 1.656 metros quadrados, destes, uma parte está servindo como cobertura do estacionamento, que tem capacidade para 124 automóveis e outra parte instalada sobre o telhado de um ginásio de tênis.

Com um investimento em de R$ 1,3 milhão que deverá ser pago num prazo de até oito anos, o sistema fotovoltaico possui capacidade instalada de 248,04 kWp, gerando anualmente cerca de 388.181 kWh, suprindo 74% do consumo de energia elétrica para o clube, o que representa uma economia de cerca de R$ 3,5 milhões nos próximos 25 anos, evitando a emissão de 4.950.363 quilos de dióxido de carbono para o clube mineiro.

“Passamos um ano buscando alternativas para solucionar nosso problema com o alto custo da energia. Depois de analisar várias opções, foi a energia solar que se mostrou a solução mais viável e estamos muito satisfeitos com o acordo que fechamos com a Engie”, afirmou Wagner Batista Castro, presidente do Max Min Clube. O contrato foi assinado em outubro de 2017 e a usina foi instalada em seis meses.

A cidade de Montes Claros localizada a 422km da capital Belo Horizonte, é a maior cidade da região do norte do estado, com 402 mil habitantes e apresenta altos índices de irradiação solar, sendo bastante favorável a instalação de sistemas de geração de energia solar na região.

O presidente da Engie Solar, Rodolfo de Sousa Pinto, destacou o pioneirismo do clube ao investir em um sistema fotovoltaico. “É muito importante destacar que o Max Min é um dos clubes pioneiros em Minas Gerais e no Brasil a buscar, na energia solar, a solução para o alto custo da eletricidade. Acreditamos que ações como esta ajudarão a popularizar a fonte solar no país, o que trará ganhos para o meio ambiente e para a economia”.


Além do investimento para a instalação do sistema fotovoltaico, o Max Min Clube também organizou um plano de aumento de eficiência energética, trocando as lâmpadas incandescentes e fluorescentes que são menos eficientes por lâmpadas LED que são mais eficientes e possuem uma vida útil maior. O projeto que ainda está em andamento, já gerou uma economia de 33% no valor da conta de energia elétrica apenas com a troca das lâmpadas.

Além da questão econômica, o presidente do clube também comemorou o fato da iniciativa propor o uso dos recursos naturais alinhados à preservação ambiental e a sustentabilidade, proporcionando bem-estar e segurança aos associados, colaboradores, parceiros e visitantes do clube: “São projetos importantes que estão alinhados com outras ações de preservação do meio ambiente, como o reaproveitamento de 90% da água. O clube leva muito a sério a sustentabilidade e quando conseguimos aliar com corte de gastos, é melhor ainda”, avaliou.

Tarifas da Cemig terão aumento médio de 23,19%

Impacto tarifário para grandes consumidores da distribuidora é quase o dobro dos consumidores atendidos em baixa tensão, em consequência do peso da CDE.

Por SUELI MONTENEGRO

A revisão tarifária da Cemig vai levar a um aumento médio de tarifas de 23,19%, com efeito médio de 35,56% para os consumidores atendidos em alta tensão e de 18,63% para os clientes em baixa tensão. Para os consumidores residenciais, especificamente, o impacto será de 18,53%. As novas tarifas serão aplicadas a partir de 28 de maio.

Entre os fatores que impactaram o resultado da distribuidora estão a inclusão na tarifa dos próximos 12 meses de 10% em componentes financeiros, e a retirada de 6,24% em custos financeiros que haviam sido incluídos no ano passado. Os encargos setoriais tiveram peso de 3,3%, com destaque para o aumento das despesas da Conta de Desenvolvimento Energético. Os custos de transmissão representaram um impacto de 1,44%, enquanto a compra de energia impactou o índice em 4,2%, por conta, principalmente, do aumento do custo da energia das hidrelétricas em regime de cotas e de Itaipu.

A diferença entre os efeitos da revisão para os consumidores conectados em alta e em baixa tensão é explicada pelo aumento de 35% da cota anual da CDE, que afeta mais os grandes usuários da rede, que são os consumidores industriais de energia. No caso da Cemig aproximadamente 75% do mercado de alta tensão são de consumidores livres, que tem custos da CDE e da Rede Básica mais significativos.

Além da revisão tarifária, a Aneel aprovou os limites dos indicadores de qualidade DEC e FEC – que medem a duração e a frequência das interrupções no fornecimento de energia na área concessão da distribuidora – para o período de 2019 a 2023. A Cemig atende 8,3 milhões de unidades consumidoras em 774 municípios de Minas Gerais.

Minas Gerais ganha Usina Solar com sistema de Armazenamento

Pioneiro, empreendimento será acionado em Uberlândia, com proposta inovadora capaz de abastecer a rede de distribuição durante o dia e à noite. Investimento foi de R$ 22 milhões.


Empreendimento fotovoltaico instalado pelo grupo Alsol no Piauí serviu de modelo aos investimentos que estão sendo feitos em Minas.
Minas Gerais já é o estado que mais utiliza equipamentos para gerar energia solar e hoje dá mais um passo importante para o setor. Em Uberlândia, no Triângulo, 1.152 placas de geração fotovoltaica conectadas a baterias vão trazer inovação importante para o Brasil, com reflexos no exterior. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) inaugura a primeira minigeração conectada à rede no país com potencial para fornecer aproximadamente 480kWh/ano. A novidade principal do projeto – que conta com parceria da Alsol Energias Renováveis, do Grupo Algar, na execução –, é o armazenamento da energia captada ao longo do dia para ser devolvida à rede no período noturno coincidindo com o horário de maior demanda.

O investimento, segundo a Cemig, é de R$ 22,7 milhões, sendo R$ 17,5 milhões aplicados com recursos próprios da concessionária e outros R$ 5,2 milhões assumidos pela Alsol. Até então, todas as usinas que já operam em Minas fornecem energia para a rede durante o período em que a luz solar está presente, mas no momento em que o sistema é mais demandado essa contribuição não pode mais ser dada. Isso, porque a tecnologia opera por disponibilidade, não de acordo com a demanda.

Com a nova usina, essa lógica é invertida, já que ela mescla o envio da energia para rede e o armazenamento ao longo do dia com a presença do sol. A partir das 18h a tecnologia permite que seja injetado na rede seu potencial de 1MW por até três horas, justamente o período de maior demanda. Ao todo, a planta fotovoltaica de 300kWp (quilowatt-pico). “Um inversor capta a luz e a transforma em energia, aí a tecnologia desenvolvida passa, a partir do momento em que o sol se põe, a fazer com que o que foi armazenado passe a ser modulado e injetado na rede. Com isso, você entrega um bloco de energia para o sistema”, afirma Gustavo Malagoli, presidente da Alsol e responsável pelo projeto. Economia: Ministério de Minas e Energia aprova sistemática para realização de leilão A-6

Ainda de acordo com Malagoli, a tecnologia nacional traz ainda características ambientais importantes, já que usa três tipos de baterias que seriam descartadas no meio ambiente, mas que no sistema ainda podem ser reutilizadas. “Essas baterias precisam ser descartadas, mas ainda têm vida residual que será reaproveitada. Com esse uso, é possível prolongar a vida dessas baterias. Assim, também estamos dando mais um aspecto de cuidado com o meio ambiente”, ressalta. Também está planejado o desenvolvimento de um hardware que possibilitará que o tradicional inversor fotovoltaico seja acoplado às baterias sem a necessidade de troca por um modelo híbrido, que tem alto custo.

Frederico Ribas Soares, gerente de gestão, de tecnologia e inovação da Cemig, destaca que a usina provoca impacto bastante positivo na rede. Além da qualidade da energia a ser produzida e disponibilizada para os consumidores, o aspecto ambiental é bastante relevante e ainda traz uma forma nova de comercializar. “A usina traz um modelo novo de negócio, e exploração de serviço novo que a companhia ainda não faz. Tanto a Alsol quanto a Cemig terão a possibilidade de oferecer um serviço novo que combina armazenamento com qualidade e energia limpa”, afirmou.

A entrega é parte de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) proposto pela Cemig e aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em abril do ano passado. De acordo com Carlos Renato França Maciel, superintendente de tecnologia e eficiência energética da Cemig, o projeto atende ao acordo que prevê a destinação pela companhia de percentual do seu faturamento à pesquisa. “Essa tecnologia é fruto desse investimento e traz resultado bastante importante e muito nobre para o setor”, conta.

A energia gerada é suficiente para atender pelo menos 250 residências com consumo médio de 150 kWh/mês. A ideia é que a energia gerada na usina de Uberlândia seja utilizada por empresas com elevado consumo de energia no horário de ponta brasileiro, no modelo de geração compartilhada. A geração anual de energia limpa pela unidade será equivalente a mais de 66 toneladas de CO2 neutralizado e 266 unidades de árvores plantadas, informa a Alsol.

Engrenagem 

A usina dispõe de 1.152 placas que captam a luz solar ao longo do dia. O inversor faz com que parte da energia gerada seja encaminhada diretamente à rede e outra parte seja direcionada às baterias, que vão acumulando o potencial energético. A partir das 18h, a tecnologia desenvolvida em hardware passa a injetar na rede o insumo que foi armazenado nas baterias, por meio de um equipamento chamado de retificador.


Governo tem bilhões para geração caseira de energia, mas exclui Sul e Sudeste

Plano com R$ 3,2 bilhões para financiar placas fotovoltaicas, que será lançado nesta quarta (4), vale apenas para Norte, Nordeste e Centro-Oeste.


O Ministério de Integração Nacional lança nesta quarta-feira (4) a principal iniciativa para difundir a microgeração de energia solar no Brasil até o momento. Trata-se da oferta de R$ 3,2 bilhões para financiar a instalação de placas fotovoltaicas em residências e estabelecimentos comerciais nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. O que se espera é que com a facilitação do pagamento, cresça o número de pessoas que geram a própria energia, reduzindo em até 90% as despesas com energia elétrica.

No entanto, essa medida não chega aos estados do Sul e do Sudeste, visto que os recursos do financiamento vêm dos fundos constitucionais destinados ao desenvolvimento socioeconômico das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, além do Norte de Minas Gerais e do Norte do Espírito Santo. Os fundos constitucionais não chegam ao Sul e ao Sudeste porque têm como objetivo, justamente, diminuir a disparidade de desenvolvimento entre as cinco regiões do país.

De acordo com o presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Lopes Sauaia, a iniciativa do governo federal é extremamente estratégica e relevante para o setor, visto que o acesso ao crédito seria o grande gargalo para o avanço da energia solar no país.

“A instalação das placas fotovoltaicas contribui diretamente na redução dos gastos com energia elétrica, geração de empregos de qualidade e com a sustentabilidade ambiental, por ser uma energia limpa”, pontua Sauaia. Segundo dados do presidente, a tecnologia permite a redução de 80% a 90% dos gastos mensais com energia.

O investimento para a instalação das placas em uma residência tem diminuído, e hoje é de cerca de R$ 15 mil para qualquer região do país. De qualquer forma, segundo Sauaia, o investimento é recuperado em, aproximadamente, cinco anos, sendo que a tecnologia tem vida útil de 25 anos. “Nem todo o brasileiro tem esse recurso disponível para investir. Por isso o financiamento é tão importante”, reforça.

As linhas de crédito serão oferecidas pelo Banco do Nordeste, Banco da Amazônia (Basa) e Banco do Brasil com juros muito abaixo das taxas de mercado e prazos mais longos de pagamento. Até então, o financiamento para viabilizar o uso da energia fotovoltaica só era permitido para pessoas jurídicas e agricultores.

Números desanimadores

Apesar do imenso potencial, o Brasil está atrasado quando se trata de geração de energia solar. Existem cerca de 82 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica no país, das quais menos de 30 mil – 0,04% do total – podem gerar de energia solar fotovoltaica, o que representa 0,04% do total.

O governo federal estima que em 2026 cerca de 770 mil consumidores terão adotado os sistemas fotovoltaicos, totalizando 3,3 gigawatts (GW), o equivalente 0,6% do consumo nacional de energia.

Mas a Absolar acredita que este número está subestimado. E diz que com apoio dos governos e de políticas públicas, seria possível ultrapassar um milhão de consumidores de energia solar ainda em 2025, o que representaria 4,5 GW, ou 1% do consumo do país.

A situação do Paraná

Com a restrição legal da área de abrangência dos fundos constitucionais, o financiamento não chega às regiões Sul e Sudeste do Brasil. Por isso, a Absolar tem trabalhado junto ao BNDES, à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil para que essas instituições passem a oferecer linhas de crédito a preços competitivos, de modo que os brasileiros que morem nessas regiões possam investir em energia solar, passando a produzir a própria energia em suas residências.

Além do trabalho junto às instituições financeiras públicas, os próprios estados têm tomado ações para incentivar a população a gerar energia renovável. Neste sentido, uma das principais medidas diz respeito ao Convênio ICMS 16, de 22 de abril de 2015, que autoriza que os estados isentem de ICMS as residências e empresas que produzam a própria energia. Vinte e quatro estados brasileiros já aderiram a este termo. Apenas três não finalizaram a adesão, são eles: Paraná, Amazonas e Santa Catarina.

“O Paraná ainda precisa fazer sua lição de casa no que diz respeito à energia solar”, critica Rodrigo Lopes Sauaia, presidente-executivo da Absolar. Para reverter essa situação, está marcada para o próximo dia 10, terça-feira, às 9h, a audiência pública “Otimização pública das energias solar, eólica, biomassa e outras no estado do Paraná”, na Assembleia Legislativa do Paraná.

Durante o evento, serão discutidos o incentivo ao uso das energias renováveis no Paraná e as ações públicas que precisam ser desenvolvidas para o avanço dessas tecnologias.

Estados com maior capacidade de geração de energia solar

Minas Gerais – 50,7 megawatts (MW) de capacidade instalada
Rio Grande do Sul – 30,2 MW
São Paulo – 26,8 MW
Ceará – 12,8 MW
Santa Catarina – 12 MW
Paraná – 11,4 MW
Rio de Janeiro – 11,1 MW

Fonte: Gazeta do Povo

Prefeitura busca economizar 10% na conta de luz com energia solar nas escolas

Projeto deve ser inaugurado até o fim deste ano e feito por meio de PPP. Seis empresas já estão interessadas.
TODOS OS PRÉDIOS da rede municipal de ensino devem utilizar energia solar CAMILA DE ALMEIDA

A Prefeitura de Fortaleza deve lançar, nesta semana, edital para escolher as empresas que farão estudo de viabilidade econômico-financeira para a Parceria Público-Privada (PPP) que será responsável pela geração de energia solar (fotovoltaica) nas escolas municipais. O projeto visa reduzir o valor da conta de energia das escolas, que atualmente custa cerca de R$ 11 milhões por ano aos cofres municipais. O montante representa 10% do que o Município gasta anualmente com luz elétrica, R$ 111 milhões.

O valor do investimento necessário à instalação de placas solares nos prédios da rede de ensino será definido no edital. O projeto já chamou a atenção seis empresas. De acordo com o secretário municipal de Governo, Samuel Dias, o processo terá início com o lançamento de uma Proposta de Manifestação de Interesse (PMI), etapa que antecede a PPP.

“O edital será o mais aberto possível, até mesmo a energia eólica pode entrar. O projeto vai contemplar toda a rede municipal de ensino, que hoje conta com 558 prédios”, afirma o secretário, ressaltando que, além se ser uma contribuição para o meio ambiente, a ação vai desonerar os cofres da Prefeitura. “Nossa expectativa é que tudo seja implantado até o fim deste ano. É algo que queremos para ontem”, observa.


Para o consultor na área de energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará da (Fiec) e presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará, Jurandir Picanço, o projeto beneficiará a Cidade. “É um programa elogiável. Espero que a Prefeitura tenha sucesso”, declara.

Segundo ele, o retorno do investimento em um projeto desta natureza é variável, pois depende das condições mais adequadas para a instalação das placas solares, como incidência de insolação e valor da tarifa paga à distribuidora de energia. “Quanto maior a tarifa da concessionária, que é a Enel, no caso do Ceará, mais rápido será o retorno. É um investimento que se paga, geralmente, de três a sete anos”, explica.

O valor dos projeto, acrescenta o especialista, também depende da dimensão do local a ser implantado. “Nas instalações de baixa tensão, que são as mais comuns, como residências, pequenas indústrias e padarias, varia de R$ 20 mil a R$ 600 mil, em função do consumo que se deseja”, exemplifica. “Para as escolas, que são de alta tensão, os custos dos projetos devem partir para R$ 300 mil por por prédio, em média”.

Iniciativa semelhante já se verifica em escolas do Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal e Rio Grande do Sul, que usam energia solar para diminuir os custos com energia. Em Fortaleza, a Escola de Tempo Integral (ETI) Professor Alexandre Rodrigues de Albuquerque, inaugurada em março do ano passado no bairro Siqueira, já conta com dez placas fotovoltaicas para produção da própria energia. Estimada em 4.500 kWh/ano, a produção gera uma economia de cerca de R$ 2 mil anuais.

No cenário nacional, Picanço avalia que o Brasil está caminhando bem no setor de energias renováveis, com destaque para o estado de Minas Gerais. Ele lembra que o Governo do Ceará já criou, em janeiro de 2017, o Fundo de Incentivo à Eficiência Energética e Geração Distribuída (FIEE) para aplicação de energias renováveis nos prédios públicos.

Conforme dados do Governo Federal, o Brasil tem pouco mais de 40% de sua energia gerada por fontes renováveis. Em relação à geração de eletricidade, as hidrelétricas ainda são as fontes principais, respondendo por 64% da produção. Uma matriz pouco diversificada pode resultar em problemas de abastecimento, causando insegurança energética.

Fonte: O Povo

Passagem de linha de transmissão de energia eólica por reserva ecológica gera polêmica

A Reserva Ecológica Verdes Pastos, com 122 equitares, localizado no Município de São Mamede, Sertão da Paraíba, que serve de refúgio para animais recuperados pelo IBAMA além de campo de estudos para alunos da UFCG sofre a ameaça de ser “invadida” por torres de transmissão da empresa geradora de energia eólica em funcionamento no vizinho município de Santa Luzia.

As linhas de transmissão devem se estender de Santa Luzia até o Estado vizinho, Ceará, e será necessário passar por áreas rurais onde serão colocadas torres de energia e o caminho passa pela Reserva Ecológica Verdes Pastos.

O diretor da Reserva, Pastor John Philip Medcraft, Inglês radicado no Brasil , recebeu o comunicado da empresa Avalicon Soluções em Engenharia de Avaliação, Topografia e Regularização Fundiária, que tem sede em Minas Gerais, e está responsável pela construção das redes de transmissão que serão montados para levar a energia elétrica produzida pelas usinas eólicas na região de Santa Luzia.

A construção de torres com cabos de alta tensão necessitam derrubar árvores e abrir caminhos modificando a paisagem por onde passa, o que motivou o pastor John a fazer um apelo para que utilizem um outro caminho que não destrua uma reserva natural. “Se você vai ter um rastro rasgado e destruído por tratores de esteira de 60 metros de largura no meio de uma reserva, acabou a reserva”, desabafa.

A reportagem tentou entrar em contato com a empresa Avalicon Soluções em Engenharia de Avaliação, Topografia e Regularização Fundiária que tem sede em Belo Horizonte Minas Gerais, mas não obteve êxito na respostas.

Fonte: paraiba.com.br

Fazenda Solar por assinatura entra em operação em Minas Gerais

Em dezembro, a Órigo Energia (antiga EBES - Empresa Brasileira de Energia Solar) anunciou o início das operações da primeira Usina Solar, modelo de assinatura, do Brasil. A usina de 2,5 hectares e capacidade de geração de 170 MWh/mês, localizada em João Pinheiro (MG), iniciou seus trabalhos com 63 clientes ativos.
Os planos de assinatura mensais, oferecidos em regiões atendidas pela CEMIG - Companhia Energética de Minas Gerais, neste primeiro momento estão disponíveis apenas para empreendimentos comerciais. No processo de adesão, a Órigo Energia analisa o consumo dos últimos 12 meses do cliente e indica a quantidade de lotes necessários para atender a demanda. Em seguida, a CEMIG credita a energia gerada pelo lote na conta do cliente.

O consumidor pode escolher entre dois planos de assinatura (sem nenhum investimento): Plano Solar Basic e Plano Solar Plus. O primeiro é destinado para clientes que ainda precisam se adaptar a esse tipo de consumo, mas desejam utilizar fontes sustentáveis de energia. E o segundo também garante uma economia de até 10% na conta, com fidelidade associada. Ambos os planos contam com serviço de monitoramento on-line de geração e consumo de energia.

A empresa

Cemig vai fornecer energia solar fotovoltaica dentro de um ano

Com investimento de R$ 24,4 milhões, Cemig vai instalar painéis fotovoltaicos flutuantes em cima de espelho d’água de reservatório localizado no Norte de Minas.
Projeto será implantado em Santa Marta, no município de Grão Mogol, onde já existe uma PCH 
(foto: Cemig/Divulgação)

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) vai instalar a primeira usina híbrida de geração de energia do país, com a geração de energia solar fotovoltaica. O projeto será implantado na localidade de Santa Marta, no município de Grão Mogol (Norte de Minas). O investimento é de R$ 24,4 milhões, envolvendo também os recursos aplicados em pesquisa e desenvolvimento.

A principal inovação é que serão instalados painéis fotovoltaicos flutuantes, em cima do espelho d’água do reservatório de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) já existente. O projeto vai permitir o estudo da conexão de duas fontes de energia diferentes no Sistema Interligado Nacional (SIN), objetivando promover o desenvolvimento sustentável da região.

A usina híbrida será instalada em parceria com o Movimento dos Atingidos por Barragens (Mab), sendo o maior projeto desenvolvido pela estatal em conjunto com os movimentos sociais. O prazo de implementação é de quatro anos, mas a geração deverá ser iniciada dentro de um ano, com a conexão com o SIN. De acordo com a Cemig, o projeto visa “promover, de forma social, a região onde será inserido o desenvolvimento econômico, que vai permitir o estudo da conexão de duas fontes de energia diferentes no sistema.

O convênio com o Mab foi assinado pelo governador Fernando Pimentel na quinta-feira. A iniciativa também terá a participação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e das subsidiárias da Cemig, Axxiom Soluções Tecnológicas e Efficientia S.A, que ficarão responsáveis pela instalação das células fotovoltaicas e a supervisão, controle e automação da conexão das fontes de energia com o sistema nacional.

O projeto visa aproveitar as boas condições de luminosidade da região para a produção de energia elétrica. Conforme revelou reportagem publicada pelo Estado de Minas, o estudo Atlas Solarimétrico de Minas Gerais, realizado pela Cemig ao longo de cinco anos, mostrou que o Norte de Minas tem o melhor potencial para a geração de energia solar do estado. O mesmo estudo revela que seis microrregiões mineiras têm potencial para geração solar em um patamar que é praticamente o dobro da capacidade da Alemanha, país que há anos recorre a esse tipo de energia.

EMPREGO E RENDA - Santa Marta tem uma Pequena Central Hidrelétrica, construída há mais de 60 anos e que tem 1MW de potência de geração hídrica. Conforme a Cemig, serão instaladas células fotovoltaicas com potência total de 1,2 MWp (megawatt-pico) no espelho d’água do reservatório da pequena hidrelétrica, que abrange uma área de 27 hectares (27 campos de futebol).

Com a instalação da planta-piloto fotovoltaica flutuante, a usina híbrida passará a uma potência total de 2,2MW no momento de maior radiação solar do dia. Essa energia será usada para abastecer 1,25 mil famílias de 21 municípios, localizados numa região semiárida, próxima do reservatório. Além disso, serão gerados emprego e renda, com o aproveitamento de mão de obra oriunda das cidades do entorno.

Fonte: em.com.br

OI PRODUZIRA SUA PRÓPRIA ENERGIA A PARTIR DE UMA USINA SOLAR EM MINAS GERAIS


A Oi apresentou nesta quinta, 15, projeto para gerar energia a partir de fazendas solares nos municípios de Janaúba e Capitão Enéas, no Norte de Minas Gerais, a partir de novembro de 2018. A iniciativa é uma parceria com a GD Solar, empresa brasileira que está prospectando as áreas para a criação de duas fazendas, que terão potência de 5 MWp cada e capacidade de gerar 1,7 GWh/mês, o equivalente ao consumo mensal de 10 mil residências.

Segundo a Oi, trata-se de parte do projeto de melhora da eficiência energética, e que também faz parte do plano estratégico de diversificar a matriz de consumo utilizando fontes renováveis com menor custo, complementando a aquisição de energia no mercado. Assim, a companhia espera que a geração fotovoltaica”compense” as contas de suas unidades de consumo, injetando na rede de distribuidora local o volume energético para cerca de 3 mil unidades da tele em Minas Gerais, entre prédios, estações e outros imóveis.

O investimento da Oi visa não apenas gerar energia limpa, mas também reduzir custos. A empresa avaliou que o Estado de Minas Gerais apresenta condições de irradiação solar “muito favoráveis”, enquanto conta com “alto custo de tarifa”. De qualquer forma, a empresa estuda ampliar as soluções de geração distribuída para outros estados.

O plano de eficiência energética da Oi foi inaugurado em 2015. Desde então, a empresa afirma ter aumentado o consumo de energia limpa de fontes renováveis e vendida a preços mais baratos do que a eletricidade comum. Com isso, em dois anos, a participação do consumo de energia limpa passou de 15,8% do total para 22,4% na operadora. 

A meta é de chegar a R$ 428 milhões de economia de 2015 até 2019, quando o percentual de uso de energia limpa almejado será de 42,5%. A tele ainda tem como parte do programa a troca de 100 mil lâmpadas fluorescentes por do tipo LED (que consomem menos e duram mais) em cinco estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Paraná.

FONTE: Teletime

Teles vão liderar a demanda por autogeração de energia elétrica

Vivo confirma para 2018 iniciativas de produção para consumo próprio; Oi planeja 22 usinas até 2021 e Claro espera encerrar este ano com 45 unidades em operação.

Menos convencional que outras fontes renováveis, biogás está nos planos de Oi e Claro para geração de energia para consumo próprio. FOTOS: DREAMSTIME

Empresas de telecomunicações como Vivo, Claro e Oi devem colaborar com um crescimento exponencial da produção de energia para consumo próprio (geração distribuída) nos próximos anos.

Cerca de 32,2 mil unidades consumidoras de energia (UCs) são atendidas via geração distribuída, conforme balanço da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Recém-anunciada, a contratação de duas fazendas de geração de energia solar pela Oi deve adicionar 3 mil UCs à lista ainda neste ano. “Queremos 22 fazendas de fontes mistas até 2021, no máximo 2022”, afirmou ao DCI o diretor de patrimônio e logística da Oi, Marco Antônio Vilela, sinalizando que o movimento deve se intensificar. A companhia está prospectando parceiros para as próximas 20 estruturas; Nordeste e Sudeste são os primeiros alvos.

“Estamos analisando projetos eólicos e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Também há um [projeto] bem avançado de biogás”, afirmou Vilela.

As duas fazendas já contratadas devem iniciar operação em novembro. Localizadas em Minas Gerais e com a GD Solar a cargo da construção, a dupla poderá gerar 1,7 GWh/mês, suficiente para suprir o consumo mensal de 10 mil residências.

A aposta em geração distribuída faz parte da estratégia que também envolve ações de eficiência e compra de energia no mercado livre. Vilela explica que a conta anual de energia da Oi seria de R$ 1,1 bilhão sem o esforço; com ele, o montante cai para R$ 750 milhões. Hoje, as 63 mil UCs da Oi consomem 1,6 mil GWh em um ano.

A meta é que 42,5% da energia consumida pela Oi seja oriunda de fontes limpas em 2019. O cálculo considera o montante comprado no mercado livre (atuais 22,4%) somado à capacidade das fazendas próprias.

Mais ambiciosos são os planos da Claro Brasil, dona das marcas Claro, Net e Embratel: a meta é que 80% das cerca de 55 mil UCs sejam atendidas via geração distribuída até o fim do ano, quando a empresa espera contar com 45 usinas.

Classificado como “agressivo” pelo diretor de suporte financeiro ao negócio da Claro Brasil, João Pedro Correia Neves, o projeto conectaria mais UCs à geração distribuída do que o montante atendido no País atualmente. Segundo Neves, das cerca de 32 mil UCs reportadas pela Aneel, “em torno de 5 mil” pertencem à Claro.

A estratégia do grupo prevê quatro parques eólicos (um está pronto e outros dois, em fase bem adiantada) e 20 solares. Capazes de atender uma cidade de 250 mil casas, três deles entraram em operação em Minas Gerais ano passado. Boa parte dos restantes “já tem terreno e parceiros contratados”, afirmou Neves.

No fim de janeiro também foi inaugurada a primeira central geradora hidroelétrica (CGH) para uso da empresa, localizada na região Centro-Oeste. A Claro Brasil ainda planeja três usinas de cogeração qualificada e seis baseadas no uso do biogás. “Em lugares onde há abundância de lixo essa opção é interessante”, diz.

Neves conta que o gasto anual com energia da Claro Brasil ronda os R$ 800 milhões; a demanda da empresa bate os 750 GWh/ano, bem menor que a da Oi, mas superior a da TIM (722 GWh/ano). No caso desta, os primeiros esforços no campo ocorreram em 2017, quando 5 CGHs foram arrendadas para suprir a demanda de cerca de mil UCs. Já a Algar informou que usa a modalidade desde 2014.

Maior grupo de telecom do País, a Vivo confirmou à reportagem que “está prospectando iniciativas de geração distribuída que devem ser anunciadas ao mercado ainda em 2018”, mas sem entrar em detalhes. A companhia também informou que 26% da energia consumida é limpa e oriunda do mercado livre; a meta é atingir 60% até 2020.

Outros setores

De acordo com especialistas ouvidos pelo DCI, o movimento por autogeração de energia também ocorre em outros setores da indústria. Em 2014, a Honda inaugurou um parque eólico na cidade de Xangri-lá (RS) para suprir a demanda energética da empresa em território nacional.

Segundo a presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Élbia Gannoum, outras empresas do setor automotivo tinham projetos similares, mas as iniciativas foram freadas pela crise. “Desde o ano passado houve uma retomada . Outros setores da economia estão interessados na autoprodução”.

O presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, aponta que os setores da construção civil, agronegócio e do comércio têm investido em autogeração. “É uma ferramenta de redução de custos e também um diferencial de sustentabilidade.”

Sauaia também explica que, além de abastecer a demanda energética de suas operações, as empresas podem comercializar energia excedente. “O modelo de mercado livre permite a compra e produção de energia pelo consumidor”, completa Gannoum. “Essa regulamentação propicia iniciativas.”

Outro fator que explica o crescente interesse por projetos de autogeração são incentivos fiscais. Atualmente, 24 unidades da federação oferecem isenção de imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) sobre energia solar. As exceções são Amazonas, Paraná e Santa Catarina.

Minas Gerais se destaca como líder nacional na geração solar distribuída. Além da alta incidência solar, o amplo número de projetos decorre de um programa estadual de incentivos a fontes renováveis. “É o único estado do Brasil que isenta projetos até 5 MW”, explica Sauaia. “O estado tornou-se referência nacional para o incentivo tributário para energia fotovoltaica, o que traz maior segurança jurídica e atrai investimentos.

” O executivo afirma que os projetos de energia solar também são atraentes por se tratar de uma tecnologia versátil e de fácil aplicação. “Também pesa o baixo custo de manutenção e operação. Os preços vêm caindo, o mercado crescendo e tornando-se mais competitivo”, finaliza Sauaia.

Fonte: DCI

Economia com microgeração de energia solar ultrapassa os 60%

Sistema afasta consumidor das variações de preço impostas pelas bandeiras tarifárias.

Frei Hudson afirma que a possibilidade de utilizar a energia gerada em outras casas da Ordem no Estado também influenciou

Morador de Capinópolis, no Triângulo Mineiro, Antônio das Graças Basílio, 64, utiliza um sistema de microgeração de energia solar em sua casa há cerca de três meses. E já economiza mais de 60% no valor da conta de luz. “Mesmo com chuva, consigo gerar pelo menos 75% da energia que consumo”, conta o aposentado, que investiu cerca de R$ 18 mil na instalação. “Minha expectativa é ter retorno do que gastei nos próximos cinco anos. Fico satisfeito, já que as placas podem durar até 25 anos”, conta.

O prazo para retorno do investimento em microgeração solar está caindo, segundo Marcelo Belém, empresário do setor e sócio da Terra e Sol. Segundo ele, em 2014 os investimentos se pagavam com dez anos de uso e hoje esse período é de quatro anos, em média. “O prazo para o payback (retorno) está menor a cada ano, devido à elevação das tarifas de energia e à queda gradativa dos custos de instalação e de aquisição de materiais para sistemas fotovoltaicos,” explica Belém.

O empresário ressalta que outra vantagem da geração fotovoltaica é que o consumidor fica “isento das perturbações no sistema de tarifação das concessionárias de energia, em função do volume baixo dos reservatórios, como as bandeiras tarifárias”, argumenta.

As bandeiras tarifárias foram um dos motivos que fizeram a Ordem dos Carmelitas Descalços de Minas Gerais investir cerca de R$ 100 mil em um sistema de captação fotovoltaica em um convento de Belo Horizonte, que começou a funcionar no mês passado. “Primeiramente, nosso objetivo é a economia, tivemos muitas bandeiras vermelhas no ano passado”, afirma frei Hudson, membro do comitê econômico da Ordem. Durante o ano passado, as bandeiras vermelhas foram permitidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em seis meses, as amarelas em três meses e as verdes foram aplicadas nos três restantes.

Frei Hudson diz que a possibilidade de utilizar a energia gerada em outras casas da Ordem no Estado também contou na hora de fazer o investimento. “A instalação foi feita em uma única casa, mas podemos usar a energia excedente, que gera um crédito, nas outras três casas da Ordem. Nossa expectativa é que a economia ocorra nelas também”, afirma. A Ordem tem mais uma casa em Belo Horizonte e duas em Caratinga e região, na Zona da Mata. A regulação da Aneel permite que a energia gerada em um sistema seja utilizada em outro endereço, desde que os imóveis sejam atendidos pela mesma distribuidora, como a Cemig, e a conta de luz tenha o mesmo nome ou CNPJ.

Ranking. Minas Gerais tem o maior número de conexões em sistemas solares, e está à frente de São Paulo e Rio Grande do Sul, segundo a Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD).

Empresário Arthur Philip optou por fazenda solar e economizou sem fazer investimentos

Para as pequenas e médias empresas as fazendas solares de Minas Gerais são uma alternativa para quem quer economizar na conta de luz sem investir no equipamento. A economia, porém, é menor, fica em torno de 10%. Para o empresário Arthur Philip de Oliveira Ferreira, 32, vale a pena.

“Uma economia de 10%, sem ter que fazer qualquer investimento, para um pequeno empresário, em tempos de crise, é muita coisa”, afirma Ferreira, que é proprietário da rede de churrascarias Farroupilha, com três unidades na capital mineira e do restaurante Mineiríssimo, na Pampulha. Ele já adotou a energia solar ‘alugada’ em três dos seus empreendimentos e espera uma mudança no registro da conta de luz da quarta unidade para fazer a mudança. “Cheguei a estudar a instalação das placas fotovoltaicas, mas achei o investimento alto, até porque trabalho com alguns imóveis alugados. Foi mais prático fazer o contrato com a fazenda”, explica o empresário.

Diretor de novos negócios da Órigo Energia, Rodolfo Molinari explica que a fazenda solar que funciona em João Pinheiro, noroeste do Estado, tem capacidade de geração de 1 MW e 63 clientes em todas as regiões de Minas. “Temos clientes no Sul, no Triângulo Mineiro, na capital e na Zona da Mata” conta Molinari. A Fazenda pode oferecer energia para pequenas e médias empresas desde que a Cemig seja a distribuidora.

Molinari conta que a empresa planeja oferecer o serviço para pessoas físicas, mas que a regulamentação da Aneel, nesse caso, é mais complexa. Por isso, a empresa optou por atender pessoas jurídicas. “A regulação para pessoas físicas não é inviável mas é mais complexa. Um aprimoramento pela Aneel seria bem-vindo e já fizemos algumas sugestões à agência”, diz.

Fonte: O Tempo

Claro inaugura maior complexo solar fotovoltaico dedicado a uma empresa no Brasil



A Claro Brasil, que engloba as marcas Claro, Embratel e Net, acaba de inaugurar o primeiro complexo de usinas solares e criar a maior operação solar dedicada a uma empresa no País.

O complexo fica nas cidades de Várzea da Palma e Buritizeiro, em Minas Gerais, ocupa uma área de 45 hectares e gerará energia suficiente para suprir uma cidade de 250 mil habitantes.

Há um ano, a tele fez um projeto-piloto em Várzea de Palmas, com um terço do atual espaço. A iniciativa é chamada de Programa A Energia da Claro e prevê o uso de energia limpa, obtida por meio de geração distribuída (que é toda produção de energia elétrica proveniente de empresas concessionárias, permissionárias ou autorizadas que são conectados diretamente ao sistema elétrico de distribuição do próprio comprador, ou seja, autossuficiência) em todas as suas operações e instalações no Brasil.

A energia usada pela Claro virá de várias fontes: solar, eólica, hidrelétrica, biogás e cogeração qualificada. A meta é cobrir 80% da energia usada em todo o território nacional, equivalente a mais de 600 mil MWh/ano. Esse primeiro complexo de usinas em Minas gerará 35 MWh/ano.


Segundo a operadora, para 2018 estão previstas as inaugurações de mais 20 parques solares, quatro parques eólicos, seis usinas de biogás e três de cogeração qualificada. A segunda fase do projeto, também a ser implantada no ano que vem, incorporará ao programa a energia gerada por pequenas centrais hidrelétricas (as CGH).


Pirapora, a mais poderosa estação de energia solar da América Latina

Localizada no estado brasileiro de Minas Gerais, entrou em operação duas das três fases do projeto solar fotovoltaico Pirapora com potência acumulada de 284 MWp.



No total, a produção do complexo solar mais poderoso da América Latina, de quase 400 MWp, fornecerá eletricidade para 420 mil famílias no Brasil a cada ano.

O projeto beneficia de contratos de vendas de eletricidade de 20 anos (PPA), concedidos em 2014 e 2015 no contexto de um leilão de reserva federal, para a CCEE (Câmara de Marketing Eletrônico).

A EDF Energies Nouvelles possui 80% das ações do complexo solar da Pirapora, sendo que os 20% restantes são detidas pela Canadian Solar Inc. (CSI), uma das principais empresas de energia solar do mundo, que fabrica localmente os 1.235.070 painéis solares do complexo.

Os módulos são instalados em estruturas de rastreamento para um eixo horizontal, para otimizar a eficiência da instalação. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) liberou as operações comerciais de quatro usinas solares fotovoltaicas em Pirapora (MG). O despacho com o anúncio foi publicado, no Diário Oficial da União.

Foram liberados 61,9 Megawatts (MW) dos quatro empreendimentos (Pirapora 5, 7, 9 e 10) que estão sendo construídos pela EDF Energies Nouvelles, em sociedade com a fabricante de equipamentos Canadian Solar. Eles foram contratados no 7° Leilão para Contratação de Energia de Reserva, promovido em 2015.

Complexo solar é o primeiro de grande porte a iniciar a operação comercial na região Sudeste. Quando concluído, terá capacidade instalada com 120 MW de potência – o que equivale ao atendimento a 190 mil residências.

O comissionamento completo da Pirapora está previsto para o segundo semestre de 2018.

Fonte: EDF Energies Nouvelles/Diário Oficial da União.

Cinco lugares que mais produzem energia solar no Brasil

Estados das regiões Sul e Sudeste concentraram o maior número de instalações de sistemas fotovoltaicos em 2017

Os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná são os que mais tiveram instalações de sistemas fotovoltaicos no Brasil, tecnologia capaz de produzir energia através da luz do sol. Do total de conexões para captação de energia solar no país, 75% foram feitas nos cinco estados, o que, em números, representa 9.293 instalações. 

As informações são da 1ª pesquisa da Greener, em 2017, divulgada pela Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) e correspondem entre os meses de janeiro e agosto do último ano.

De acordo com o diretor de marketing e comercial da NHS, Ronaldo Paiva, vários benefícios, entre eles, a redução significativa nos gastos com o consumo de energia elétrica tem feito com que grandes empresas invistam no sistema de captação de energia solar. “Essa é uma alternativa que vem possibilitando as empresas a terem uma economia que pode chegar a mais de 90%, dependendo da potência do equipamento instalado”, ressalta.

Crescimento constante

Segundo Ronaldo, o segmento vem sendo visto com bons olhos e a tendência é que o número de instalações continue crescendo ainda mais no país. “De janeiro a outubro de 2017, por exemplo, a quantidade de instalações para a geração de energia solar aumentou 100% em comparação ao mesmo período do ano anterior (2016)”, ressalta.

Fonte: Setor Energético

As dificuldades para a expansão da energia solar no Brasil

Dois dos maiores empreendimentos da área foram inaugurados em 2017, mas falta estratégia mais ampla vinda do governo, de acordo com especialista.

NO INÍCIO DE 2018, PAÍS ULTRAPASSOU MARCA DE 1 GIGAWATT DE CAPACIDADE INSTALADA EM PROJETOS DE ENERGIA SOLAR

No segundo semestre de 2017, foram inaugurados no Brasil os dois maiores empreendimentos de energia solar da América Latina. As iniciativas, uma no Piauí e outra em Minas Gerais, são de empresas estrangeiras que ganharam o direito de implementar e operar as usinas, depois de vencerem leilões promovidos pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Em janeiro de 2018, a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) anunciou que o país havia ultrapassado a marca recorde de 1 gigawatt de capacidade instalada em projetos de energia solar em operação. De acordo com a entidade, apenas 30 países do mundo atingiram esta marca, que capacidade energética para abastecer 500 mil domicílios por um ano.

As inaugurações e a marca sugerem que a energia solar finalmente começa a prosperar no país, depois de anos ter sido vista, junto com a eólica, como algo secundário e extravagante, inclusive por governos que tinham nas hidrelétricas de grande porte seu principal paradigma de geração de energia. Segundo dados de 2015, apenas 0,01% da energia gerada no país veio de fontes solares, o que faz dessa alternativa a menos consumida entre as renováveis.

“O Brasil está mais ou menos 15 anos atrasado em relação ao setor fotovoltaico em outros países.” Rodrigo Sauaia Presidente da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica)

“Claramente, há uma tendência de crescimento na solar, a exemplo do que aconteceu com a eólica a partir de 2009”, disse ao Nexo Osvaldo Soliano, doutor em política energética pela universidade de Londres e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Ele lembra que o contexto é amplamente favorável às alternativas renováveis, incluindo o esgotamento do modelo de grandes hidrelétricas, do qual o governo federal agora se afasta, e a vigência do Acordo de Paris, compromisso assinado por 195 países com o objetivo de reduzir emissões de gases que contribuam para o aquecimento global.

“O Brasil é um importante mercado estratégico para o Grupo EDF, que pretende dobrar sua capacidade renovável na França e no mundo todo até 2030”, disse em agosto de 2017 o diretor geral da EDF Energies Nouvelles, Antoine Cahuzac. A EDF tem controle de 80% da usina solar de Pirapora, em Minas Gerais (os outros 20% são da sino-canadense Canadian Solar).

Atualmente, segundo Soliano, empresas de fora do país tendem a dominar os projetos maiores, pois já tocam operações internacionais de grandes escala e tem acordos de fornecimento para volumes de compra grande, permitindo alcançar um preço melhor para a energia final gerada que competidores nacionais em um leilão.

Potencial solar

O espaço para expansão do setor é gigantesco, baseado na medição da irradiação solar do país, ou insolação, que só perde para a Austrália no mundo.

Em comparação com a Alemanha, um dos países de referência em termos de incentivo à geração solar, o Brasil fica em vantagem: o país europeu tem índice de irradiação equivalente a 900 e 1.250 quilowatts-hora (KWh) por metro quadrado (m²) por ano, enquanto que aqui este número fica entre 1.500 e 2.400 KWh m²/ano.

“O pior sol do Brasil, que está lá no Paraná e tem uma irradiação de 1500 KWh m2/ano, é superior ao melhor sol da Alemanha”, comparou ao site da EBC o diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone.

Atrasos e percalços

“O Brasil está mais ou menos 15 anos atrasado em relação ao setor fotovoltaico em outros países”, afirmou ao Nexo o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia. O primeiro programa federal de energias renováveis, o Proinfa, lançado em 2002, deixou de fora a solar, selecionando apenas projetos referentes a biomassa, eólica e pequenas centrais hidrelétricas. Apenas em 2014 foi realizado o primeiro leilão que contemplou iniciativas na área da geração fotovoltaica.

EM TERMOS MUNDIAIS, ÍNDICE DE IRRADIAÇÃO SOLAR NO BRASIL SÓ FICA ATRÁS DA AUSTRÁLIA

Para Sauaia, de lá para cá, o setor solar tem se mostrado cada vez mais competitivo. Em dezembro de 2017, pela primeira vez as empresas da área conseguiram ofertar em um leilão energia mais barata que a gerada por biomassa, termelétrica ou pequena hidrelétrica.

Em novembro, o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Fabio Alves, declarou ao jornal O Globo que a perspectiva é de crescimento robusto de agora em diante. Segundo ele, a previsão é de um crescimento de cerca de 50 mil MW na capacidade de geração de energia no país, com metade desse total vindo de fontes eólica ou solar.

Entretanto, não há qualquer proposta ou estratégia mais ampla em relação à energia solar vinda do governo ou do Congresso. Ao contrário, o segundo semestre de 2017 registrou duas iniciativas em direções contrárias, vindas de Brasília.

Em agosto, congressistas aprovaram uma medida provisória editada pelo presidente Michel Temer que concede benefícios tributários, parcela dívidas e suspende a cobrança de impostos de empresas do setor petrolífero que atuam no país.

Entre os que votaram pelo decreto está o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), que propôs em 2016 uma emenda constitucional instituindo a cobrança de royalties da geração de energia eólica. Fortes defende também a ampliação da taxação também para a energia solar.

“É um retrocesso: de um lado temos parlamentares querendo tributar o sol e o vento. De outro lado, temos o governo isentando os combustíveis fósseis de impostos. Será que esse é o caminho que os brasileiros querem para um país?”, questionou Sauaia. O presidente da Absolar lembra que a área já conta com uma carga tributária maior sobre equipamentos.

Os dois maiores projetos:

PARQUE SOLAR NOVA OLINDA (RIBEIRA DO PIAUÍ-PI) - Em Ribeira do Piauí, a 380 quilômetros de Teresina, foi inaugurado em novembro de 2017 o maior parque solar em operação da América Latina. Com 930 mil placas de captação de energia fotovoltaica, o empreendimento é capaz de suprir 300 mil domicílios. A energia que as placas capturam é enviada para uma subestação da Chesf localizada no município vizinho de São João do Piauí. O parque é administrado pela empresa italiana Enel, que conseguiu autorização para a construção e operação do parque por meio de leilão realizado em 2015. A empresa conseguiu financiamento do Banco do Nordeste para o empreendimento, que custou cerca de US$ 300 milhões. O governo do Piauí contribuiu com aproximadamente US$ 80 milhões.

PIRAPORA II (PIRAPORA-MG) - Quando estiver em operação plena, a usina solar de Pirapora será a maior da América Latina. O projeto começou a funcionar em setembro, a segunda fase foi iniciada em outubro e a terceira e última etapa se concluirá ao final do primeiro semestre de 2018. Quem encabeça o projeto é uma parceria entre as empresas francesa EDF Energies Nouvelles e canadense Canadian Solar. A capacidade total de geração do projeto será suficiente para abastecer 420 mil casas por um ano. O empreendimento obteve financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no valor de R$ 529 milhões.

Fonte: Nexo

Sul de Minas terá 1ª usina do país com geração de energia elétrica a partir do lixo

Segundo Furnas Centrais Elétricas, projeto é pioneiro no Brasil e irá utilizar resíduos sólidos como combustível para nova tecnologia com menor taxa de emissão de poluentes; planta será construída em Boa Esperança.

O município de Boa Esperança (MG) deverá ganhar em breve a primeira usina do país que irá gerar energia elétrica a partir do lixo. O projeto, comandado por Furnas Centrais Elétricas, já teve sua 1ª fase concluída após testes realizados em uma planta experimental em Mauá, no interior de São Paulo. O próximo passo agora é a construção da usina no Sul de Minas, que terá capacidade de 1 MW e será interligada com a rede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Segundo Furnas, a energia será gerada por meio de um processo que vai utilizar a gaseificação a leito fluidizado, uma tecnologia 100% nacional, que emite menos poluentes que outros processos já existentes.

"Esse é um projeto que usa a tecnologia de gaseificação, que é bastante diferente da incineração. A taxa de poluentes é muito baixa, é uma tecnologia que a gente entende que consegue dar destino para todos os resíduos sólidos de uma maneira geral e através do gás produzido, gerar a energia elétrica. O lixo é um combustível para o nosso processo a partir de agora. Esse processo já foi validado em uma primeira fase em uma planta reduzida de um parceiro e agora vamos partir para uma fase de tentar uma escala maior, com volumeres maiores, se aproximando de um modelo real, com toda a dinâmica de coleta e catação de resíduos", diz Nélson Araújo dos Santos, gerente de pesquisa e desenvolvimento de Furnas.
Usina que irá gerar energia elétrica a partir do lixo será construída em Boa Esperança (Foto: Divulgação / Furnas Centrais Elétricas)

Com a instalação da usina, todo o lixo depositado no aterro sanitário da cidade e os novos resíduos que forem recolhidos no município servirão de combustível para a geração de energia elétrica.

"Vamos usar todo o material depositado no aterro mais o que será descartado diariamente. Então você pega todo o passivo ambiental que já existe lá, mais o material novo, faz o mix e transforma isso em combustível derivado de resíduo e aí sim, ele vai para o equipamento. A ideia é dar uma destinação para o lixo novo e reduzir o passivo ambiental dos aterros que já existem", explica Luiz Eduardo Marques Moreira, Superintentende de Desenvolvimento de Novos Negócios de Furnas.

A planta da usina ocupará uma área de 7,8 mil metros quadrados, que está sendo cedida pela Prefeitura de Boa Esperança. O custo total do projeto é de R$ 32 milhões e a previsão é que ela seja entregue ainda neste ano e comece a operar em até 18 meses. Quando ativa, a usina poderia gerar o correspondente a 25% de toda energia elétrica utilizada no município.

Embora a quantidade de funcionários necessários para a operação da usina seja pequena, em torno de oito pessoas, uma das ideias é que catadores, que hoje trabalham no aterro sanitário fazendo a coleta do lixo, possam fazer o mesmo trabalho dentro da usina que será construída.

"Será feito um trabalho de treinamento junto com a prefeitura para a mão de obra que vai operar a usina. A ideia é utilizar pessoas da comunidade ou antigos catadores, pegar pessoas que venham sendo afetadas por esse processo e trazê-las para uma situação melhor. Mesmo com a usina, o processo dos catadores é importante, para a pré-seleção. Mas ao invés de trabalhar no lixão, elas agora vão trabalhar nas usinas fazendo um processo de reciclagem prévio", diz o superintendente de Furnas.

A princípio, toda a energia gerada pela nova usina será utilizada pelo município para abastecimento de prédios públicos. Mas, o restante, conforme Furnas, poderá ser comercializado, já que a usina estará interligada à rede da Cemig. Boa Esperança foi escolhida para abrigar a primeira unidade após estudo técnico feito por uma universidade do Rio de Janeiro e também devido à proximidade com a hidrelétrica e o reservatório de Furnas. Mas a intenção é que o projeto se expanda e outras usinas do tipo possam ser construídas em outras cidades.

"Com essa tecnologia, essa será a primeira do país. A gente espera que essa usina venha atender todas as nossas expectativas e se concretizando isso, que ela vire um modelo de negócio para o futuro", conclui Moreira.


Por: Por Lucas Soares / Samantha Silva, G1 Sul de Minas