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Santander abre crédito para financiar equipamentos de energia solar

A instituição vai desembolsar R$ 1,8 bilhão em créditos para a geração de energia fotovoltaica até 2021.Energia solar: o banco informou que as taxas vão de 0,99% a 1,08%, dependendo da quantidade de parcelas acordadas (Ben-Schonewille/Thinkstock)

O Banco Santander anunciou nesta terça-feira uma oferta de crédito para financiar equipamentos de energia solar no Brasil para estimular o aumento de fontes renováveis.

Em entrevista coletiva em São Paulo, dirigentes da instituição disseram que serão desembolsados R$ 1,8 bilhão em créditos para a geração de energia fotovoltaica até 2021, o que representa um crescimento de 11% para 16% na participação da organização no total de unidades geradoras de energia solar instaladas no Brasil para os próximos três anos.

A partir desta linha de crédito, o banco passa a oferecer financiamento direto nas agências para pessoas físicas, jurídicas e produtores rurais, e não mais apenas na financeira interna da instituição.

“Incluímos a energia renovável na prateleira das ofertas disponíveis nas agências para clientes físicas ou jurídicas, além dos produtores rurais”, afirmou o superintendente executivo de Segmentos do Santander Brasil, Geraldo Rodrigues Neto.

As taxas vão de 0,99% a 1,08%, dependendo da quantidade de parcelas acordadas, valores que mudam para o produtor rural, que pode financiar a 1,12% ao mês semestral ou anualmente, de acordo com o ano safra.

Embora o Brasil seja reconhecido como um dos principais países com capacidade para geração fotovoltaica, ainda produz pouco quando comparado com potências no assunto, como China e Espanha.

Segundo o banco, as taxas aplicadas são menores que as praticadas atualmente, de 1,69% ao mês.

“Temos uma meta ambiciosa de crescimento, porque se trata de um mercado exponencial no Brasil. Mas acreditamos que, com as adequações, vamos contribuir para que um número ainda maior de pessoas e empresas produzam sua própria energia limpa”, Rodrigues Neto.

Neste contexto, o Santander obteve junto à Corporação Andina de Fomendo (CAF), banco de desenvolvimento da América Latina US$ 100 milhões (cerca de R$ 400 milhões) para o financiamento de equipamentos.

A estratégia de captação de recursos fora do país comprova uma tendência do Santander em buscar parcerias para fomentar linhas internas ou com propósitos muito específicos de crédito, como é o caso do projeto de energia solar.

Ao longo dos últimos três anos, o Santander dobrou o número de sistemas fotovoltaicos financiados anualmente e a previsão indicada é de que o ritmo cresça mais veloz a partir desse segundo semestre de 2018.

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que a energia solar corresponde a apenas 0,7% da matriz elétrica nacional, mas pode ter um salto no número de instalações de 57 mil, em 2018, para 276 mil até 2021.

“Os indicadores mostram que o potencial de crescimento da energia fotovoltaica no Brasil é imenso, e essa ampliação será fundamental para o cumprimento dos compromissos assumidos pelo País no Acordo do Clima de Paris, que incluem assegurar que os 45% de nossa matriz energética será composta por fontes renováveis até 2030”, acrescenta a superintendente executiva de sustentabilidade do banco, Karine Bueno.

Segundo ela, cerca de 60% do volume de negócios em geração de energia solar está concentrado em pessoas jurídicas, enquanto o agronegócio desperta atenção pelo potencial uso de fontes renováveis no campo.

Segundo os dirigentes, o payback do cliente pode ser de quatro a sete anos: “após esse período, o cliente continua a usufruir dos benefícios e da economia proporcionados pela energia solar durante toda a vida útil do equipamento, que é superior a 25 anos, com baixo custo de frequência e manutenção”, reiterou Bueno.

Fonte: Exame

Novas tecnologias em energia solar são debatidas em São Paulo

O maior evento do setor na América do Sul acontece em São Paulo até o dia 30 de agosto, com mais de 200 expositores.

Crédito: Shutterstock/Daryna Andriianova
A Intersolar South America 2018 joga uma luz sobre as novas tecnologias em energia solar

Mesmo em São Paulo, que já foi apelidada de “terra da garoa”, o sol brilha forte em vários dias do ano. Afinal, estamos em um país tropical, uma ótima razão para aproveitarmos o potencial energético do astro-rei. Pois é justamente na capital paulista que estão em debate as principais novidades sobre tecnologias em energia solar, no maior evento sobre o tema na América do Sul: a Intersolar South America 2018, que acontece entre 28 e 30 de agosto.

Ao longo de três dias, representantes do setor privado, da academia e do poder público vão falar sobre tendências e também efetuar transações, uma vez que muitas empresas do segmento estão presentes na Intersolar.

A expectativa dos organizadores é que haja um aumento de cerca de 10% em relação aos números verificados no evento em sua edição de 2017. No ano passado, foram 220 expositores internacionais e mais de 12 mil visitantes, além de 89 palestrantes e 1.500 participantes em um congresso realizado simultaneamente à feira.

Nesta edição, haverá workshops, conferências e debates sobre métodos de produção fotovoltaica, tecnologias de armazenamento de energia elétrica e financiamento e planejamento de projetos, entre outros tópicos.

A empolgação ao reunir “players” do setor em um evento se justifica ao analisarmos os números desse mercado no Brasil: temos hoje 24.732 sistemas fotovoltaicos, somando mais de R$ 1,6 bilhão em investimentos acumulados desde 2012. A maior parte dos sistemas (78%) está em unidades residenciais.

A potência instalada no país atingiu 224 megawatts (MW), e, de acordo com a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), neste ano devem entrar em operação 33 novas plantas fotovoltaicas, gerando mais 929,3 MW de capacidade instalada.Crédito: Divulgação - A Intersolar South America 2018 também é um balcão de negócios

CONFIRA AS NOVIDADES DE TECNOLOGIAS EM ENERGIA SOLAR

Entre as novidades apresentadas na Intersolar South America 2018, destaque para o inversor e sistema de armazenamento de energia residencial PVS-175, da ABB, eleito como a mais inovadora entre as soluções fotovoltaicas na Intersolar Europa; os fixadores para telhados da Thesan; e tecnologias de ponta em cabos e conectores, como os da Nexans, da Prysmian Group e da General Cable.

Para quem gosta de números, a Greener, empresa de pesquisa e consultoria especializada no setor de energia solar fotovoltaica, vai apresentar um estudo sobre o mercado fotovoltaico de geração distribuída.

Interessados em investir no segmento, por sua vez, poderão conhecer a linha de crédito da Portal Solar para o financiamento de projetos de geração distribuída em unidades residenciais, comerciais e industriais.

Em parceria com o Banco Votorantim, os planos são para sistemas fotovoltaicos orçados entre R$ 5.000 e R$ 500 mil, com juros entre 1,48% e 1,78% ao mês e parcelamento de 12 a 60 meses. Entre os itens financiados, há geradores fotovoltaicos, equipamentos de instalação, inversores e sistemas de bombeamento.

Energia solar ganha espaço na Zona Rural do Noroeste Paulista

Produtores investem em painéis solares e reduzem gastos com energia.
Energia solar ganha espaço na Zona Rural do Noroeste Paulista (Foto: Reprodução/TV TEM)

Quase duas toneladas de abóboras saem todo mês da plantação de Ademir Ralio, em Votuporanga (SP). Para manter a lavoura bonita e produtiva, não pode faltar energia, que garante o funcionamento dos aspersores, bomba d’água e das lâmpadas da casa.

O agricultor chegou a gastar até R$ 1 mil com energia elétrica na época de seca. Para deixar a conta mais barata, Ademir investiu em energia solar, que tem ganhado cada vez mais espaço nas cidades e também no campo. Agora, o agricultor garante que paga a conta de energia a cada dois meses e gasta no máximo R$ 90.

As 36 placas fotovoltaicas instaladas fazem parte de um sistema responsável por gerar toda a energia consumida na propriedade. O equipamento instalado neste ano tem sistema conectado na rede elétrica.

O engenheiro elétrico Arley da Silva explica que a energia produzida é consumida de forma instantânea. Caso o consumo seja menor que a produção, o excedente vira crédito de energia para ser usado em outro momento.

Ademir investiu pouco mais R$ 60 mil e fez um financiamento em dez parcelas anuais. Com a economia na conta, a expectativa é que em seis ou sete anos o equipamento seja pago.

Dados da Associação Brasileira de Energia Solar mostram que o meio rural brasileiro atingiu 15,8 megawatts de utilização operacional de energia fotovoltaica. Isso significa que o uso de energia solar cresceu nove vezes em 2017 e já dobrou neste ano.

A energia renovável também ajuda a matar a sede do rebanho de uma fazenda de 100 hectares em Marinópolis (SP). O bebedouro, com capacidade para 23 mil litros, está sempre cheio por causa do sol. Neste caso, o sistema não é conectado à rede elétrica. Três placas são responsáveis por puxar do poço profundo aproximadamente 3 mil litros de água por hora. Em dias ensolarados a máquina trabalha pelo menos 6h.

Do reservatório, a água segue por gravidade pelos canos até chegar aos animais. Foi a solução para um problema que apareceu há quase cinco anos, quando uma estiagem forte deixou o gado sem água.

Milton Carlos Branco, gerente da fazenda, fala que um transformador com energia elétrica iria custar cerca de cem mil reais. Para instalar o gerador a base de energia solar, o investimento foi de R$ 7,2 mil.

Fonte: G1

Energia Solar ganha espaço na zona rural do nordeste paulista


Embora saiam quase duas toneladas de abóboras todo mês da plantação de Ademir Ralio, em Votuporanga (SP). Para manter a lavoura bonita e produtiva, não pode faltar energia, que garante o funcionamento dos aspersores, bomba d’água e das lâmpadas da casa.

Eventualmente, o agricultor chegava a gastar até R$ 1 mil com energia elétrica. Para deixar a conta mais barata, Ademir investiu em energia solar, que tem ganhado cada vez mais espaço nas cidades e também no campo. Em suma, o agricultor garante que paga a conta de energia a cada dois meses e gasta no máximo R$ 90.

As 36 placas fotovoltaicas instaladas fazem parte de um sistema responsável por gerar toda a energia consumida na propriedade. Porquanto, o equipamento instalado neste ano tem sistema conectado na rede elétrica.

O engenheiro elétrico Arley da Silva explica que a energia produzida é consumida de forma instantânea. Ou seja, caso o consumo seja menor que a produção, o excedente vira crédito de energia para ser usado em outro momento.

Ademir investiu pouco mais R$ 60 mil e fez um financiamento em dez parcelas anuais. Com a economia na conta, a expectativa é que em seis ou sete anos o equipamento seja pago.

Mercado Promissor

Dados da Associação Brasileira de Energia Solar mostram que o meio rural brasileiro atingiu 15,8 megawatts de utilização operacional de energia fotovoltaica. Isso significa que o uso de energia solar cresceu nove vezes em 2017 e já dobrou neste ano.

A energia renovável também ajuda a matar a sede do rebanho de uma fazenda de 100 hectares em Marinópolis (SP). O bebedouro, com capacidade para 23 mil litros, está sempre cheio por causa do sol. Uma vez que, neste caso, o sistema não é conectado à rede elétrica. Três placas são responsáveis por puxar do poço profundo aproximadamente 3 mil litros de água por hora. Em dias ensolarados a máquina trabalha pelo menos 6h.

Por fim, do reservatório, a água segue por gravidade pelos canos até chegar aos animais. Foi a solução para um problema que apareceu há quase cinco anos, quando uma estiagem forte deixou o gado sem água.

Milton Carlos Branco, gerente da fazenda, fala que um transformador com energia elétrica iria custar cerca de cem mil reais. No entanto, para instalar o gerador a base de energia solar, o investimento foi de apenas R$ 7,2 mil.

Fonte G1

Saiba onde é mais vantajoso instalar energia solar residencial

Instalação de painel solar residencial

Com uma das tarifas mais altas do Brasil, Niterói, na Região Metropolitana do Rio, é uma das cidades brasileiras onde o investimento em energia solar é mais vantajoso. De acordo com levantamento da Comerc Energia, os consumidores da cidade, atendida pela Enel Distribuidora Rio, recuperam em 2,79 anos o que investiram em sistemas de geração própria de energia solar fotovoltaica, superando Teresina, que lidera o ranking das capitais brasileiras, com retorno em 2,86 anos. 

O Rio de Janeiro, atendido pela Light, ocupa o oitavo lugar no ranking das capitais, com prazo para retorno dos investimentos de 3,18 anos, enquanto São Paulo (Eletropaulo) aparece na 24ª posição. Rio Branco, no Acre, é a capital onde o retorno é mais demorado: 6,63 anos.

Custo de instalação de equipamentos de energia solar cai 50% no país

O Índice Comerc Solar leva em conta as tarifas cobradas pelas distribuidoras, incluindo os impostos, e a incidência solar de cada cidade. Como a vida útil das placas fotovoltaicas é de 25 anos, em média, esses números demonstram que o investimento vale a pena: no caso de Niterói, pelos cálculos da Comerc Energia, o consumidor usufruiria de energia gratuita por cerca de 22 anos.

A procura por energias alternativas em residências e pequenos negócios (os chamados consumidores de baixa tensão) vem crescendo no Brasil devido aos reajustes da conta de luz, que este ano variaram de 9,3% a 21,44%. Agora, com a redução do custo de instalação e geração de energia solar pelos próprios consumidores e dos prazos de recuperação desse investimento, a tendência é que a procura aumente ainda mais. 

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) mostram que o número de unidades de geração solar fotovoltaica de geração distribuída mais que dobrou este ano, passando de 16,4 mil em janeiro para 34 mil. No mesmo período, a potência instalada saltou de 136 mil megawatts (MW) para 329 MW. Isso equivale à geração de energia de 30 pequenas hidrelétricas, ou de três usinas de porte médio.

Um sistema de geração solar fotovoltaica pode ser instalado em qualquer casa ou prédio, seja residencial, comercial ou industrial, de baixa ou alta tensão. Basta ter espaço para a instalação dos painéis. Onde não houver espaço físico pode ser adotada a gestão compartilhada, no qual um grupo de investidores pode instalar o sistema em outro local, desde que atendido pela mesma distribuidora de energia. Cada um receberá os créditos equivalentes à energia gerada em suas contas de luz. O sistema gera energia mesmo sem sol, porque funciona pela radiação.

Fonte: O Globo

Estudante desenvolve climatizador de ambiente movido a energia solar


Vender uma moto e escolher entre comprar um carro novo ou investir no futuro. Para muitos jovens, a vontade de ter um carro do ano fala mais alto. Mas esse não foi o caso do estudante Vitor Souza, de 23 anos. Ele cursa o terceiro ano de Tecnologia em Mecatrônica no IFSB (Instituto Federal de São Paulo) em Birigui, mas antes disso, fez um curso técnico em Eletrotécnica.

O futuro de Vitor, mencionado no começo da reportagem, é o investimento que ele fez para construir um climatizador movido a energia solar. Tudo foi feito na casa dele, no bairro Concórdia, em Araçatuba. O protótipo está em constante desenvolvimento e já custou R$ 5 mil. A ideia de Vitor é terminar o processo de patente e produzir o climatizador em larga escala.

O climatizador funciona, basicamente, com duas placas de energia solar, instaladas no teto da casa dele, duas baterias, dentro do imóvel e uma grande caixa com um ventilador. 

Também é usada água, que é evaporada no processo.

Segundo o estudante, a temperatura do ambiente, usando o climatizador, atinge a 22ºC, temperatura considerada agradável para uma cidade como Araçatuba. Ainda segundo ele, outro benefício, fora o de não gastar energia elétrica, é que a água evaporada no processo ajuda quem tem problemas respiratórios, diferentemente de um aparelho de ar-condicionado.

O motor foi o próprio Vitor quem fabricou. A reportagem conheceu a engenhoca e constatou que praticamente não emite nenhum ruído. E o ambiente fica mesmo com uma temperatura baixa.

Vitor contou que todo o processo de fabricação do climatizador durou seis meses, mas ele está em constante modificação. A ideia é que ele funcione por meio de aplicativo de celular e não só por controle remoto. Isso porque os controles são frágeis e muitas vezes se quebram. “Pelo celular acaba sendo mais fácil, até pela inclusão. A pessoa abre o aplicativo, liga, desliga, muda a temperatura, a velocidade. Fica bem mais prático”, afirma.

Projeto personalizado

Todavia, apesar do tamanho do motor, o estudante disse que ele pode ser menor ou até maior, dependendo da necessidade. “Já fiz um projeto pra oito adaptações dele. Ou seja, com oito tamanhos, mas o ideal é o uso comercial dele, em lojas, supermercados, indústrias. O uso em casa acaba não sendo viável”, relata.

As duas placas de energia solar que ele utiliza para funcionar o climatizador são de 275 watts cada uma. Os climatizadores que existem no mercado atualmente consomem, em média, 1 kilowatt (ou mil watts). No entanto, segundo ele, não existe hoje para venda climatizadores que utilizam a energia solar fotovoltaica, somente por energia elétrica, o que acaba gerando alto custo.

Conforme o estudante, a climatização de ambientes é uma das coisas que mais custam para as casas e empresas. Ele exemplificou o uso de ar-condicionado, que dependendo da potência e continuidade, pode gerar um gasto de, em média, R$ 100 a mais em uma casa. Contudo, em uma loja esse custo chega a R$ 300 a mais. “Com um climatizador desse, o custo é zero. Só mesmo o do investimento pra comprar”, acrescenta.

Sobre valores, Vitor contou que equipamentos similares hoje são encontrados entre R$ 10 mil e R$ 12 mil, em média e ainda vão consumir energia elétrica. Se produzido em larga escala, o climatizador projetado por ele pode custar até menos.

Ademais, o processo para patentear o projeto já começou, mas pode demorar vários anos. No entanto, até que ele seja concluído, o direito fica “reservado” ao estudante. Assim, se alguém tentar patentear algo semelhante, não vai conseguir porque Vitor entrou com o pedido primeiro. Ele contou que, tendo o investimento, material e a tecnologia, é possível fabricar um climatizador por dia. “Consigo montar uma linha de produção para fazer bem mais, pois já trabalhei controlando processos. Eu fiz este pensando na montagem fácil e rápida”, conclui.

Fonte: Portal UDOP – Folha da Região – Araçatuba/SP

Projeto prevê desconto para uso de energia solar

Vereador quer incentivar produção de energia solar fotovoltaica em imóveis da cidade.
Salatino: “se utilizar potencial teórico de geração somente nas residências, Brasil produziria para abastecer 2,3 vezes o consumo residencial atua” / foto: Divulgação

O vereador Flávio Salatino (MDB) quer ampliar, por meio de projeto protocolizado na Câmara de Araçatuba, o desconto no “IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano)” para quem faz uso de sistema gerador de energia solar.

Atualmente, a lei do “IPTU Sustentável” prevê o desconto para quem utiliza sistema de aquecimento elétrico solar para reduzir parcial ou integralmente o consumo de energia elétrica da residência, integrado com o aquecimento da água. Para quem utiliza o sistema com essa finalidade, o desconto no imposto é de 4%.

A proposta de Salatino pretende modificar esse trecho da lei para incluir quem faz uso de sistema gerador de energia solar fotovoltaica, que capta a energia solar e a converte em energia elétrica por meio do efeito fotovoltaico, com o objetivo de reduzir parcialmente ou totalmente o consumo de energia elétrica do imóvel.

Fonte: Folha da Região

Com conta de luz alta, procura por painéis solares aumenta 20% em Jundiaí

Foto: Rui Carlos/Jornal de Jundiaí

A procura pela instalação de painéis solares de energia fotovoltaica em residências e empresas aumentou 20% no último semestre, comparado ao mesmo período de 2017, em Jundiaí. Segundo o proprietário de uma loja especializada neste segmento, Josué Inácio Martins, o principal benefício deste equipamento é a economia gerada na conta de energia.

Hoje, em média, o custo para equipar uma casa com este recurso gira em torno de R$ 30 mil. “O valor é um investimento, que gradativamente o proprietário terá o retorno, através da redução de gastos na fatura mensal de energia. Além disso, o material tem durabilidade de 25 anos”, explica Martins.

O empresário Aguinaldo Galdino, de 49 anos, instalou um painel solar em sua casa e outro em sua empresa em Jundiaí. “Há um ano utilizo esse equipamento em minha residência e estou muito satisfeito com a economia gerada. Afinal, o gasto mensal da fatura de energia era cerca de R$ 1 mil e, agora estou pagando por volta de R$ 170,00. Uma economia de 83%”, diz. Quando adquiriu o equipamento, Galdino explicou que a projeção para o retorno do investimento acontecerá num prazo de aproximadamente 4 anos.
CPFL

De acordo com levantamento da CPFL Piratininga, cada vez mais os consumidores de Jundiaí estão optando por gerar a própria energia por meio da instalação de placas solares. No acumulado, de janeiro a junho de 2017, foram instaladas 20 placas e, em 2018, no mesmo período, 61, ou seja, crescimento de 205%.
BRASIL

A energia elétrica foi o item que mais impactou o índice da inflação de julho, fechando o período com 0,33%. E também foi o que mais influenciou no Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) acumulado de 2018. Além disso, sem chuva suficiente nos reservatórios das hidrelétricas, as contas chegarão com a bandeira vermelha, sinal de cobrança de R$ 0,05 a mais por quilowatt-hora consumido.

Fonte: Jornal de Jundiaí

Novo material bidimensional pode revolucionar geração de energia solar


Após o isolamento do grafeno, em 2004, iniciou-se uma corrida para se conseguir sintetizar novos materiais bidimensionais – como são chamados materiais com espessura de um átomo até alguns poucos nanômetros (da bilionésima parte do metro). Tais materiais possuem propriedades únicas ligadas à sua dimensionalidade e podem ser protagonistas do desenvolvimento da nanotecnologia e da nanoengenharia.

Um grupo internacional, com a participação de pesquisadores do Brasil lotados à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), conseguiu dar origem a um novo material com essas características.

Os cientistas conseguiram extrair de um minério de ferro comum, como os explorados por muitas mineradoras no Brasil, um material chamado hemateno, que tem três átomos de espessura e propriedades fotocatalíticas incomuns.

O novo material foi descrito em um artigo publicado na revista Nature Nanotechnology. A pesquisa foi feita no Centro de Engenharia e Ciências Computacionais (CECC) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) – e em um estágio de pesquisa no exterior, realizado também com Bolsa da (FAPESP).

“O material que sintetizamos pode atuar como fotocatalisador – para dividir a água em hidrogênio e oxigênio – e permitir a geração de energia elétrica a partir de hidrogênio, por exemplo, além de ter diversas outras aplicações”, disse Douglas Soares Galvão, um dos autores do estudo e pesquisador principal no CECC.

O novo material foi extraído da hematita – mineral que é a principal fonte de ferro e o mais comum, barato e importante dos metais, usado em vários produtos, principalmente ao ser transformado em aço.

Ao contrário do carbono e de sua forma bidimensional (grafeno), a hematita é um material não van der Waals, como se chamam aqueles mantidos unidos por redes de ligações tridimensionais, em vez de interações atômicas não covalentes – em que não há compartilhamento de um ou mais pares de elétrons entre os átomos participantes na ligação – e, comparativamente, mais fracas do que as dos materiais van der Waals.

Por ser um mineral que ocorre naturalmente, ser um material não van der Waals e ter cristais grandes e altamente orientados, os pesquisadores levantaram a hipótese de que a hematita poderia atuar como um excelente precursor para obtenção de um novo material bidimensional não van der Waals.

“A maioria dos materiais bidimensionais sintetizados até hoje foi derivada de amostras de sólidos de van der Waals. Materiais bidimensionais não van der Waals, com camadas atômicas altamente ordenadas e grãos grandes, ainda são raros”, disse Galvão.

A fim de obter a partir da hematita um material com tais características – o hemateno -, os pesquisadores utilizaram a técnica de esfoliação líquida em um solvente orgânico, a N-dimetilformamida (DMF). Por meio de microscopia eletrônica de transmissão, eles conseguiram confirmar a esfoliação e a formação do hemateno em folhas soltas de três átomos de ferro e de oxigênio (monocamada) e em folhas soltas empilhadas aleatoriamente (bicamada).

Com ensaios e cálculos matemáticos foram estudadas as propriedades magnéticas do hemateno. Por meio desses cálculos e testes, os pesquisadores descobriram que as propriedades magnéticas do hemateno diferem daquelas da hematita.

Enquanto a hematita é tipicamente antiferromagnética – seus dipolos magnéticos estão dispostos antiparalelamente -, os testes mostraram que o hemateno é ferromagnético, como um ímã comum.

“Nos ferromagnetos, os momentos magnéticos dos átomos apontam na mesma direção. Nos antiferromagnetos, os momentos nos átomos adjacentes se alternam”, explicou Galvão.

Fotocatalisador eficiente

Os pesquisadores também avaliaram as propriedades fotocatalíticas – de aumentar a velocidade de uma fotorreação pela ação de um catalisador – do hemateno. Os resultados das análises também demonstraram que a fotocatálise do hemateno é mais eficiente do que a da hematita, que já era conhecida por ter propriedades fotocatalíticas, mas não suficientemente boas para serem úteis.

Para um material ser um eficiente fotocatalisador, ele deve absorver a parte visível da luz solar, por exemplo, gerar cargas elétricas e transportá-las à superfície do material de modo a realizar a reação desejada.

A hematita, por exemplo, absorve a luz do sol da região ultravioleta à amarelo-alaranjada, mas as cargas produzidas são de vida muito curta. Como resultado, elas se extinguem antes de chegar à superfície.

Já a fotocatálise do hemateno é mais eficiente, uma vez que os fótons geram cargas negativas e positivas dentro de poucos átomos da superfície, compararam os pesquisadores. E, ao emparelhar o novo material com matrizes de nanotubos de dióxido de titânio – que fornecem um caminho fácil para os elétrons deixarem o hemateno -, eles descobriram que poderiam permitir que mais luz visível fosse absorvida.

“O hemateno pode ser um eficiente fotocatalisador, especialmente para dividir a água em hidrogênio e oxigênio, mas também pode servir como um material magnético ultrafino para dispositivos baseados em spintrônica [ou magnetoeletrônica]”, disse pesquisador do CEPID FAPESP.

O grupo tem investigado outros materiais não van der Waals por seu potencial para dar origem a outros materiais bidimensionais com propriedades exóticas. “Há uma série de outros óxidos de ferro e seus derivados que são candidatos a dar origem a novos materiais bidimensionais”, disse Galvão.

Escola implanta programa com laboratório de energias renováveis e teto verde em SP

O programa batizado de Rena Sustentável envolve todos os alunos, da Educação Infantil ao Ensino Médio do Colégio Renascença.


De eletrônicos ao lixo orgânico, o programa multidisciplinar do Colégio Renascença, em São Paulo, está mudando a relação dos estudantes com o meio ambiente – que, em um mês deixaram de enviar 6,1 kg de CO2 à atmosfera. Com iniciativas que incluem a permacultura e a produção de Biocombustíveis, o programa Rena Sustentável começou com um minhocário para realizar a compostagem de restos de alimentos que antes iriam direto para o lixo e agora já se prepara para a implantação de um teto verde produtivo.

O programa envolve todos os alunos, da Educação Infantil ao Ensino Médio e é coordenado pela professora Fátima Primon, Coordenadora de Ciências Naturais. O intuito é sensibilizar os alunos em relação às questões ambientais, vivenciando as práticas da sustentabilidade mais de perto e aprendendo sobre a preservação do meio ambiente e o uso de recursos naturais renováveis.

As famílias também poderão colher os frutos do trabalho dos alunos que terão a oportunidade de levar para caso o adubo produzido na escola ou descartar na escola aparelhos eletrônicos sem uso ou quebrados – para que não poluam o meio ambiente.

Teto Verde

Um setor do 3° andar da sede do Renascença, na Barra Funda, será transformado em teto verde produtivo de acordo com os princípios da permacultura. Do ensino Infantil até o ensino médio, cada segmento efetuará plantios e depois acompanhará determinado grupo de plantas.

Os plantios serão setorizados, desde o Jardim dos Sentidos, que contará com diversos temperos com cheiros e texturas diferentes; plantas medicinais; Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANCS) –que também evitam pragas e ajudam no controle de todo ecossistema.

Já os alunos mais velhos trabalharão com grupos em estufa e plantas bioindicadoras para estudar os impactos da poluição. “Como estamos próximos à Marginal Tietê, onde há uma frota pesada de automóveis, o nosso teto verde contará com plantas bioindicadoras de poluição que serão acompanhadas pelos alunos do 9° ao 2° ano do ensino”, conta a coordenadora do projeto.

Laboratório de renováveis

Além de trabalhar com a pesquisa sobre poluição atmosférica, os estudantes do Colégio também terão à disposição um laboratório de energias renováveis.

“Estamos preocupados em aplicar conceitos de sustentabilidade em todo o nosso ambiente, aproveitando toda espécie de resíduo gerado para produzir energia limpa”, de acordo com a coordenação do programa.

Nossos professores pautam suas práticas numa abordagem envolvendo relações CTSA (Ciência-Tecnologia-Sociedade-Ambiente), instigando os educandos a buscar alternativas para suprir demandas energéticas locais com menor impacto ao meio. Os projetos estão dirigidos inicialmente à produção de biocombustíveis e aproveitamento da energia solar, ocorrendo inserção de outras modalidades de energia conforme composição de linhas de pesquisa nascidas nas aulas de iniciação científica e monografia.

Biofertilizante

Os restos de alimentos que antes eram jogados no lixo agora são enviados ao minhocário que faz a compostagem dos resíduos orgânicos e produz o biofertilizante que o jardineiro do colégio já utiliza para cuidar do solo. Semanalmente são 8 litros de biofertilizante produzidos e, em breve, terá o Húmus – considerado o mais completo adubo sólido para plantas, inodoro, rico em macro e micronutrientes essenciais para as plantas.

Em breve, o húmus produzido pelo minhocário do colégio também poderá ser enviado para as famílias dos alunos para que utilizem o adubo também nas plantas de casa.

Lixo Eletrônico

O novo modelo de consumo da sociedade produz ainda o lixo eletrônico. O Renascença firmou parceria com a Coopermiti, cooperativa especializada na reciclagem desse tipo de material, e terá agora um container permanente para coletar objetos eletrônicos quebrados ou sem uso – desde brinquedos, como videogames, até utensílios domésticos, como torradeiras, secadores de cabelo, pilhas ou baterias.

A Cooperativa montou um museu na escola que contou com objetos que a maioria nunca havia entrado em contato – como máquinas de datilografia, vitrolas, discos de vinil, Atari, entre outros. Na ocasião, além do resgate da memória houve discussão voltada à conscientização ambiental, na direção do descarte incorreto de resíduos eletroeletrônicos. Esses materiais podem liberar substâncias como Mercúrio, Cádmio, Cobre, Cromo, entre outros que, caso dispostos em aterros não licenciados e controlados, podem contaminar o solo e atingir o lençol freático, causando grande impacto à natureza.

FONTE: Redação CicloVivo

Empresas reduzem conta de luz com geração própria de Energia Solar

De pequenas a grandes companhias, como Honda, Oi e MRV, criam soluções para driblar o aumento de custo da energia elétrica e garantir um modelo sustentável de operação.
Painéis solares instalados no alto dos prédios do Residencial Spazio Parthenonm da construtora MRV, em Belo Horizonte, garantem economia para os moradores - (foto: MRV/Divulgação)

A tranquila cidade de Xangri-Lá, no litoral gaúcho, com seus 14.650 habitantes, ganhou uma atração que vai além das praias, dos resorts ou dos passeios no calçadão à beira-mar. É lá que funciona o maior parque eólico privado do Brasil, administrado pela Honda Energy, subsidiária da montadora japonesa Honda.

Desde que entrou em operação, em janeiro de 2015, seus nove cataventos gigantes – que alcançam uma altura de 150 metros e pesam cerca de 15 toneladas cada – geraram 221 mil MWh, eletricidade equivalente à produção de 403 mil carros da montadora japonesa na fábrica de Sumaré, no interior de São Paulo.

Com a força dos ventos gaúchos, a Honda supriu também a demanda do Centro de Pesquisa & Desenvolvimento de Automóveis, do escritório administrativo da empresa na capital paulista e do centro logístico em Paulínia (SP). Além de reduzir quase pela metade seu custo de energia, a Honda transformou a operação brasileira em uma das mais sustentáveis do mundo, já que as atividades do parque evitaram a emissão de 19 mil toneladas de CO2 ao meio ambiente.

“Esse é nosso primeiro parque eólico no mundo e tem sido um aprendizado diário”, diz Carlos Eigi, presidente da Honda Energy do Brasil. “Além do indiscutível ganho econômico, estamos orgulhosos de ver os nossos automóveis serem produzidos a partir do uso de energia 100% limpa e renovável.”

O investimento da Honda faz parte de um movimento crescente na estratégia de empresas de diferentes setores, da indústria ao comércio, passando pela prestação de serviço. Entre as que optaram por alternativas energéticas estão, por exemplo, Magazine Luiza, Ambev e Vivo.

30% DE ECONOMIA - A operadora de telefonia Oi adotou uma ousada política de autogeração, com o objetivo de aliviar o peso da eletricidade em seus balanços. A companhia está investindo R$ 30 milhões para criar fazendas solares, que poderão fornecer eletricidade para 8 mil unidades consumidoras, como antenas de transmissão, torres de telecomunicação ou mesmo para os escritórios da empresa em todo o Brasil.

Inicialmente, até setembro deste ano, a Oi colocará em funcionamento duas microusinas, em Capitão Enéas e em Januába, ambas no interior de Minas Gerais. A capacidade de geração de cada uma é de 5MWh. O plano da companhia é ter, nos próximos 12 meses, 15 usinas. Em operação, elas reduzirão em 30% os custos de energia, atualmente em R$ 750 milhões por ano. “Quando todas as fazendas solares estiverem funcionando, poderemos chegar a uma economia de até R$ 550 milhões”, afirma o diretor de patrimônio e logística da Oi, Marco Antonio Vilela. “Vamos avaliar projetos eólicos, pequenas centrais hidrelétricas, as PCHs, e até geração por biogás.”

CONTA NAS ALTURAS - Pelos cálculos da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), o custo da energia para a indústria subiu 20 pontos percentuais acima da inflação em 12 meses. Em uma perspectiva mais longa, a situação é ainda mais alarmante. No acumulado de 2014 a 2017, a tarifa média acumulou alta de 31,5% no país.

Até o fim de 2018, estima-se que o encarecimento chegue a 44%. Como comparação, a inflação acumulada no período de quatro anos é de 28,86%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). “O Brasil passou a ter o segundo maior custo de energia para a indústria no mundo e o quarto no segmento residencial”, afirma o presidente da Abrace, Edvaldo Santana (leia mais na entrevista ao lado). “A saída tem sido cada um procurar formas de gerar sua própria energia”.

É nesse cenário de forte alta da energia que a construtora mineira MRV enxergou uma oportunidade. A empresa está instalando no telhado de seus prédios placas fotovoltaicas de geração de energia. Além de ajudar a cobrir a demanda de eletricidade de sua operação, a tecnologia garantirá uma economia na conta de luz de cerca de R$ 90 por mês para cada morador.

DESDE A PLANTA - Cada projeto de geração fotovoltaica em um conjunto habitacional terá um investimento médio de R$ 1,5 milhão, mas o plano total prevê um orçamento de R$ 800 milhões nos próximos quatro anos, com a construção de cerca de 220 mil apartamentos quase autossuficientes. Até o fim deste ano, 60% do total de empreendimentos lançados, cerca de 75, serão equipados com placas solares. O objetivo é que todos os lançamentos da companhia tenham a tecnologia a partir de 2019. “Não é uma política temporária, mas uma mudança importante do modelo de operação”, garante Rafael Menin, copresidente da MRV.

Tanto sob a ótica ambiental quanto sob a perspectiva financeira, o Brasil tem um gigantesco potencial de autogeração para todos os portes de empresas e residências. A mais recente estimativa da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostra que, desde 2012, o setor privado investiu no mercado de geração própria de energia.

“O Brasil tem umas das melhores condições em incidência de luz para geração de energia e um custo elevado de energia, combinação que leva as empresas a buscar cada vez mais a geração solar para alimentar suas instalações”, diz Victor Kodja, presidente do Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE).

Essa afirmação é endossada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Desde junho de 2013, o número de conexões de microgeração de energia subiu de 23 mil para 30,9 mil. Um terço desse total responde por instalações de pequenas e médias empresas.

Entrevista/Evaldo Santana – presidente da Abrace

“É preciso uma profunda reforma no setor elétrico”

Com hidrelétricas que há pelo menos quatro anos não têm condições de atender à demanda por energia, a alternativa nos últimos anos tem sido complementar o abastecimento com as termelétricas. Essa decisão reflete no encarecimento do custo de geração, que é repassado aos consumidores. Edvaldo Santana, presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), diz que problemas como esse têm levado indústrias para países vizinhos, como o Paraguai, e afugentado investimentos. Na sua opinião, o país precisa com urgência de uma “postura agressiva de redução dos custos de energia e de aprimoramento da eficiência energética”. Do contrário, continuará a perder competitividade.

Por que o Brasil tem hoje um das tarifas de energia mais caras do mundo?

O setor elétrico brasileiro tem um sério problema estrutural. Nossa principal matriz energética, a hidrelétrica, não atende à demanda desde 2014. Isso faz com que sejam ligadas as termelétricas, que têm alto custo de operação. O gás natural é caro demais e está nas mãos do monopólio da Petrobras.

E as alternativas de geração solar e eólica?

Ambas são opções, mas geram apenas 50% do tempo. Não há vento nem luz o dia todo. Precisaríamos ter mais hidrelétricas com grandes reservatórios, mas isso tem ficado cada vez mais difícil no Brasil.

Esse cenário tem afugentado investimentos?

Com certeza. Não só afugentado, como está fechando empresas e empurrando importantes setores produtivos para países vizinhos, como o Paraguai. A fabricante de alumínio Alcoa, por exemplo, fechou uma fábrica em Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais, e outra unidade no Maranhão. Mais de 5 mil pessoas perderam o emprego.

Mas o setor elétrico não é altamente regulado?

Sim. Mas, curiosamente, a energia regulada é mais cara do que a energia livre. O custo chega a ser 25% menor. Trata-se de uma contradição que tem prejudicado demais as empresas e incentivado a busca por aquisição de energia no mercado livre.

O governo está consciente dessa situação?

O governo reconhece o problema, mas não está reunindo condições para resolver o problema. A solução dessa questão afeta interesses já consolidados e, aparentemente, o governo está evitando o embate.

O que dizem os pré-candidatos à Presidência?

Até agora, nada. Nenhum pré-candidato apresentou um discurso sobre o grave problema do setor elétrico. Nos últimos anos, o Brasil passou a ter o segundo maior custo de energia para a indústria no mundo e o quarto no segmento residencial. A saída tem sido cada um procurar formas de gerar sua própria energia.

Qual é a saída?

Não existe uma solução fácil. Ou o Brasil adota uma postura agressiva de redução dos custos de energia e de aprimoramento da eficiência energética, ou continuará perdendo investimento, perdendo empresas e condenando o crescimento da economia a patamares baixos.

Fonte: em.com.br

Energia solar abastecerá rede de farmácias Drogaria Araújo


Reconhecida pelo seu pioneirismo e inovação, a Drogaria Araújo, foi a primeira farmácia a criar o plantão 24 horas, o serviço de telemarketing do Brasil e o Drive Thru. Atualmente a empresa direcionou seu olhar para o consumo de energia eficiente, e está investindo na energia solar.

A rede de farmácias que está entre as 5 maiores da categoria no Brasil, em parceria com AES Tietê, receberá energia elétrica gerada por meio do sol para alimentar suas unidades. A energia virá da locação de uma planta solar de 5MW de potência, situada na divisa de Minas Gerais com São Paulo, próxima à usina de Água Vermelha, e deve entrar em operação no último trimestre de 2018.

Ao todo, serão instalados cerca de 16 mil módulos fotovoltaicos, com geração média mensal de aproximadamente 930 MWh de energia limpa, que será injetada na rede elétrica local, gerando créditos que atenderão as 145 unidades da rede de farmácias.

“O projeto possibilita a geração própria de energia para nossas lojas. Isso permite que a Drogaria Araujo reforce seu compromisso com os clientes e comunidade, colaborando para um futuro mais sustentável, priorizando como benefício a energia renovável. O resultado é uma solução de consumo responsável aliada à redução de custos”, defende Modesto Araujo, presidente da Drogaria Araujo.

Não é a primeira vez que a rede de farmácias procura por alternativas em energia. Segundo o executivo, em 2010, adotou-se a iluminação LED em todas as suas lojas, que tem metragens acima de 400 m² (o dobro da média do setor). “Investir em um projeto de geração distribuída é mais uma iniciativa importante para nosso negócio. Junto com a AES Tietê, vamos garantir um consumo mais eficiente, reduzir custos e contribuir com a produção de energia renovável”, diz Araújo.

A energia solar já está no centro dos negócios e tem se tornado mais atrativa por causa do barateamento de sua tecnologia, do aumento das tarifas de energia elétrica e dos avanços regulatórios da Aneel. Além disso, a escolha por produzir sua própria energia gera diversas vantagens, tanto para o consumidor, quanto para o meio ambiente, através da redução da fatura de energia, da valorização do imóvel e da diminuição da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera.

Energia renovável terá o primeiro Arranjo Produtivo Local do Brasil


O subsecretário de Energia Renováveis da Secretaria de Energia e Mineração de São Paulo, Antonio Celso de Abreu Jr, participou nesta segunda-feira, 25 de junho, na sede do Ciesp de Sorocaba, do lançamento do primeiro Arranjo Produtivo Local (APL) voltado para as energias eólica e solar.

A formalização deve acontecer em agosto com a constituição da instituição privada.

O objetivo desse novo APL é reunir as empresas de Sorocaba no setor de renováveis e reforçar a articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.

Sorocaba é um dos principais polos de empresas multinacionais voltadas para os setores de energia eólica e solar, além de toda uma cadeia produtiva de componentes.

Cerca de 25 empresas da cidade irão fazer parte do APL, entre elas estão a Canadian, uma das maiores do mundo na produção de painéis fotovoltaicos, a Wobben Windpower, que produz componentes e aerogeradores, e a Tecsis fabricante de pás eólicas, ambas do setor de energia eólica, como também a Prysmian que produz cabos e ABB fabricante de componentes e sistemas.

A cidade de Sorocaba conta atualmente com 98 instalações que produzem energia solar com potência de 482 quilowatts (kW).

A primeira reunião do grupo multisetorial para incentivar as energias renováveis aconteceu em abril de 2016 na sede da Investe São Paulo, quando o secretário de Energia e Mineração, João Carlos Meirelles, e o deputado federal, Vitor Lippi, reuniram as principais empresas e instituições da região.

Um mês depois aconteceu a primeira reunião de trabalho do grupo na sede da empresa Flex, em Sorocaba. O grupo de trabalho para a criação do APL já realizou 22 reuniões.

Incentivo ao setor

Em agosto de 2015, o Governo de São Paulo publicou dois decretos que incentivam a produção de energia elétrica por micro e minigeradores e de peças para os setores de energia solar e eólica.

O decreto nº 61.439/2015 concede isenção de ICMS sobre a energia elétrica fornecida para microgeradores e minigeradores na quantidade correspondente à energia elétrica injetada na rede de distribuição.

Já o decreto nº 61.440/2015, concede isenção de ICMS para a produção de equipamentos destinados a geração de energia eólica e solarimétrica.

A medida isenta o ICMS das partes e peças de aerogeradores, geradores fotovoltaicos e torres para suporte de energia eólica.

Também estão contemplados pela medida os conversores de frequência de 1.600 kVA e 620 volts; fio retangular de cobre esmaltado de 10 por 3,55 milímetros e barra de cobre 9,4 por 3,5 milímetros.

Energia solar em São Paulo

São Paulo vem ampliando sua importância na geração de energia fotovoltaica. A capacidade instalada de energia solar no Estado é de aproximadamente 60 MW.

A primeira usina do Estado é a de Tanquinho, no município de Campinas, com potência de 1.082 KWp e capacidade de gerar 1,6 GWh por ano.

Essa energia é suficiente para suprir cerca de 1.300 residências com consumo de 100 KWh/mês cada.

Existem ainda outros empreendimentos cadastrados no Estado com destaque para as instalações na Cidade Universitária e no Parque Villa-Lobos, ambos na capital.

Estão conectados também ao sistema em São Paulo, cerca de 6 mil empreendimentos de micro e mini geração distribuída com potência instalada de mais de 37 MW.

Fonte: Ambiente Energia

Movido a energia solar, cinema de Socorro-SP se destaca unindo tradição e tecnologia

História do cinema da cidade mostra como administração familiar e paixão ajudaram a superar crises no mercado. Energia solar faz parte de projeto pioneiro.

 Cinema em Socorro, no Circuito das Águas Paulista, funciona com energia solar (Foto: André Marchese)

Longe do alcance dos olhos do público, 57 painéis instalados no telhado convertem energia solar em eletricidade e fazem rodar os filmes no Cine Cavalieri Orlandi, em um projeto pioneiro no país. O cinema de Socorro (SP) é uma das poucas salas independentes em funcionamento em cidades brasileiras com menos de 50 mil habitantes. Ao unir tecnologia e elementos originais da década de 40, ele se destaca e ganha admiradores.

O investimento foi a estratégia usada pela Família Orlandi para manter as portas abertas. E tem dado certo. Lançamentos mundiais são exibidos simultaneamente com os grandes centros urbanos, em 2D e 3D, e salas de poltronas confortáveis e adaptadas com o mais avançado sistema digital de som e imagem foram algumas das inovações.
“Sabíamos que, se não acompanhássemos a evolução tecnológica, não sobreviveríamos”, diz André Marchese, neto do fundador João Della Maggiori Orlandi.
A cidade foi a primeira do Circuito das Águas Paulista e arredores a contar com a tecnologia digital e a exibir filmes em 3D em uma sala no formato “stadium”, semelhante a um teatro, inaugurada em 2012.

Passado e presente juntos

O passado e o presente se misturam na linha do tempo que guarda a história do cinema. É inevitável cruzar o quarteirão da Rua Dr. Campos Salles, no Centro de Socorro, sem reverenciar o prédio número 63, que ostenta a maior parte da sua arquitetura original.

Atrás das paredes de cor salmão, terceira e quarta gerações dos Orlandis flertam com o desafio de manter viva a tradição da família, que acaba de completar 76 anos. O Cavaliere Orlandi foi inaugurado em 24 de junho de 1942 em plena ascensão da Segunda Guerra Mundial. Na época tinha 540 lugares.

Com instinto empreendedor nas veias, André Marchese se mostra determinado em manter distantes as diversidades ameaçadoras do mercado e da economia. Ao lado das irmãs, assumiu a direção do cinema em 2006 e em 12 anos promoveu mudanças, que certamente, deixaria o avô orgulhoso.

Equipamento antigo de projeção cinematográfica recepciona público na entrada do cinema em Socorro (Foto: André Marchese)

R$ 1,2 milhão

Os investimentos feitos pela família para que a cidade mantenha a tradição de ostentar a fama de ter o melhor cinema do Circuito das Águas Paulista e arredores ultrapassa a R$ 1,2 milhão.

O sistema de som de 11.1 canais é o que, na época, havia de melhor. Poltronas confortáveis e acessíveis para pessoas com deficiência e obesas, a chegada imediata de lançamentos da indústria cinematográfica e a possibilidade da compra de ingressos on-line reforçaram os diferenciais durante esse período de reestruturação. Atualmente são duas salas, com 170 e 98 lugares.

Quem entra e passa pelo hall, e observa em exposição a antiga máquina de projeção e as duras cadeiras de madeira, logo percebe que o cinema passou por uma profunda reformulação.
“Me lembro das conversas em família e a incerteza do resultado, mas o mundo havia mudado. Tínhamos que investir antes da concorrência. Falei com pessoas, procurei parceiros até fora de Socorro. Muitos me consideravam louco. Então, fui aos bancos, entrei em financiamentos, tudo com o apoio da família”, conta Marchese.
O investimento trouxe retorno imediato. Filmes de qualidade, tecnologia de ponta e conforto trouxeram filas e salas lotadas.
“Muita gente de fora vem a Socorro para assistir aos grandes lançamentos”, explica o empresário.
Atualmente o cinema se sustenta, mas economizar para investir é o lema dos Orlandis.

Andre Marchese e a filha Gabriela, administradores do cinema de Socorro (Foto: Andreia Pereira/Divulgação)

Economia necessária

Em 2017, com a despesa de energia elétrica mensal na casa de R$ 2 mil, o Cine Cavalieri recebeu a tecnologia fotovoltaica, que converte diretamente a energia solar em eletricidade. O gasto foi reduzido a 10%, R$ 200 por mês.

Diretora-executiva da empresa de Salvador (BA) que executou o serviço, Izabella Dantas afirma que o projeto no cinema é pioneiro no Brasil. “Acompanhamos o mercado e a concorrência e posso cravar que o cinema de Socorro foi o primeiro no país a receber a tecnologia fotovoltaica”, comenta.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil ainda está ao menos 15 anos atrasado em relação a outros países na adoção da energia solar, mesmo assim, pesquisas apontam que em cinco anos a instalação de painéis fotovoltaicos cresceu 81.000% no país.

A economia permite novos planos para o espaço, e Marchese pretende, em breve, instalar dispositivos que favoreçam a presença de deficientes visuais e auditivos nas salas do cinema.

“Acessibilidade é algo importante e nós nos mantemos atentos às regras e evoluções do mercado. Assim que critérios e equipamentos forem definidos, vamos adaptar nossas salas”, promete.

Prédio conservado do cinema de Socorro é uma das atrações da cidade (Foto: André Marchese)

Superação

Ao longo de 76 anos de história, o cinema de Socorro superou períodos sombrios. Em tempos em que as pornochanchadas nacionais já não despertavam interesse e diante de problemas estruturais encontrados no prédio e desgaste de equipamentos, as bilheterias caíram.

Sem encontrar alternativas, a segunda geração dos Orlandis, resolveu fechar as portas do cinema. A tradicional casa fundada por João Della Maggiori Orlandi, e tão bem cuidada durante décadas por Antônio Calafiori – amigo da família que chegou a ter um cinema sem sucesso -, parecia ter perdido a finalidade.

Entre 1983 e 1996, 13 anos se passaram até que a Empresa Cinematográfica São Luís, com sede em São Paulo, em parceria com o departamento municipal de Cultura de Socorro e com o então locatário reabriram o cinema. O prédio passou por ampla remodelação.

Mesmo assim, foram mais dez anos de altos e baixos, assombrados pela possibilidade de se ter em casa a chance de assistir filmes em DVDs ou home theaters. A caminho de uma nova paralisação das atividades, a terceira geração da Família Orlandi se uniu em 2006 e reassumiu a direção do cinema, com o investimento que o colocou em destaque novamente na história da cidade.

Fonte: G1

SP incentiva energia solar para depender menos de outros estados

Parceria entre órgãos públicos estaduais quer facilitar financiamento a projetos de geração de energia solar fotovoltaica de pequenas e médias empresas.

Incentivo é voltado para sistemas de mini e microgeração distribuída e de energia fotovoltaica (foto: asharkyu/shutterstock)

A Secretaria de Estado de Energia e Mineração e a Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista anunciaram um acordo para incentivar empresas de pequeno e médio porte a fazerem projetos para geração de energia solar. A intenção da parceria é facilitar o acesso ao financiamento de longo prazo para empresas de São Paulo.

As empresas deverão enviar os projetos de implantação de sistemas de mini e microgeração distribuída e de energia fotovoltaica para a Desenvolve SP, que enviará para uma curadoria da Secretaria de Energia responsável pela avaliação e orientação técnica dos projetos.

Com a medida, o governo paulista espera reduzir a demanda de importação de energia para consumo, que atualmente chega a 60%, segundo dados da Secretaria de Energia e Mineração. A Desenvolve SP também conta com outras linhas de financiamento, como a Economia Verde, que também permite crédito para compra e instalação de placas solares, aerogeradores e outros equipamentos para geração energia limpa.

Fonte: AECweb

Novo material pode revolucionar geração de energia solar


Grupo internacional, com participação de pesquisadores da Unicamp, obtém novo material a partir de minério de ferro com aplicação como fotocatalisador

Após o isolamento do grafeno, em 2004, iniciou-se uma corrida para se conseguir sintetizar novos materiais bidimensionais – como são chamados materiais com espessura de um átomo até alguns poucos nanômetros (da bilionésima parte do metro). Tais materiais possuem propriedades únicas ligadas à sua dimensionalidade e podem ser protagonistas do desenvolvimento da nanotecnologia e da nanoengenharia.

Um grupo internacional, com a participação de pesquisadores vinculados à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), conseguiu dar origem a um novo material com essas características.


Os cientistas conseguiram extrair de um minério de ferro comum, como os explorados por muitas mineradoras no Brasil, um material chamado hemateno, que tem três átomos de espessura e propriedades fotocatalíticas incomuns.

O novo material foi descrito em um artigo publicado na revista Nature Nanotechnology. A pesquisa foi feita no Centro de Engenharia e Ciências Computacionais (CECC) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP – e em um estágio de pesquisa no exterior, realizado também com Bolsa da FAPESP.

“O material que sintetizamos pode atuar como fotocatalisador – para dividir a água em hidrogênio e oxigênio – e permitir a geração de energia elétrica a partir de hidrogênio, por exemplo, além de ter diversas outras aplicações”, disse Douglas Soares Galvão, pesquisador do CECC e um dos autores do estudo, à Agência FAPESP.

O novo material foi extraído da hematita – mineral que é a principal fonte de ferro e o mais comum, barato e importante dos metais, usado em vários produtos, principalmente ao ser transformado em aço.

Ao contrário do carbono e de sua forma bidimensional (grafeno), a hematita é um material não van der Waals, como se chamam aqueles mantidos unidos por redes de ligações tridimensionais, em vez de interações atômicas não covalentes – em que não há compartilhamento de um ou mais pares de elétrons entre os átomos participantes na ligação – e, comparativamente, mais fracas do que as dos materiais van der Waals.

Por ser um mineral que ocorre naturalmente, ser um material não van der Waals e ter cristais grandes e altamente orientados, os pesquisadores levantaram a hipótese de que a hematita poderia atuar como um excelente precursor para obtenção de um novo material bidimensional não van der Waals.

“A maioria dos materiais bidimensionais sintetizados até hoje foi derivada de amostras de sólidos de van der Waals. Materiais bidimensionais não van der Waals, com camadas atômicas altamente ordenadas e grãos grandes, ainda são raros”, disse Galvão.

A fim de obter a partir da hematita um material com tais características – o hemateno –, os pesquisadores utilizaram a técnica de esfoliação líquida em um solvente orgânico, a N-dimetilformamida (DMF). Por meio de microscopia eletrônica de transmissão, eles conseguiram confirmar a esfoliação e a formação do hemateno em folhas soltas de três átomos de ferro e de oxigênio (monocamada) e em folhas soltas empilhadas aleatoriamente (bicamada).

Com ensaios e cálculos matemáticos foram estudadas as propriedades magnéticas do hemateno. Por meio desses cálculos e testes, os pesquisadores descobriram que as propriedades magnéticas do hemateno diferem daquelas da hematita.

Enquanto a hematita é tipicamente antiferromagnética – seus dipolos magnéticos estão dispostos antiparalelamente –, os testes mostraram que o hemateno é ferromagnético, como um ímã comum.

“Nos ferromagnetos, os momentos magnéticos dos átomos apontam na mesma direção. Nos antiferromagnetos, os momentos nos átomos adjacentes se alternam”, explicou Galvão.


Fotocatalisador eficiente

Os pesquisadores também avaliaram as propriedades fotocatalíticas – de aumentar a velocidade de uma fotorreação pela ação de um catalisador – do hemateno. Os resultados das análises também demonstraram que a fotocatálise do hemateno é mais eficiente do que a da hematita, que já era conhecida por ter propriedades fotocatalíticas, mas não suficientemente boas para serem úteis.

Para um material ser um eficiente fotocatalisador, ele deve absorver a parte visível da luz solar, por exemplo, gerar cargas elétricas e transportá-las à superfície do material de modo a realizar a reação desejada.

A hematita, por exemplo, absorve a luz do sol da região ultravioleta à amarelo-alaranjada, mas as cargas produzidas são de vida muito curta. Como resultado, elas se extinguem antes de chegar à superfície.

Já a fotocatálise do hemateno é mais eficiente, uma vez que os fótons geram cargas negativas e positivas dentro de poucos átomos da superfície, compararam os pesquisadores. E, ao emparelhar o novo material com matrizes de nanotubos de dióxido de titânio – que fornecem um caminho fácil para os elétrons deixarem o hemateno –, eles descobriram que poderiam permitir que mais luz visível fosse absorvida.

“O hemateno pode ser um eficiente fotocatalisador, especialmente para dividir a água em hidrogênio e oxigênio, mas também pode servir como um material magnético ultrafino para dispositivos baseados em spintrônica [ou magnetoeletrônica]”, disse Galvão.

O grupo tem investigado outros materiais não van der Waals por seu potencial para dar origem a outros materiais bidimensionais com propriedades exóticas. “Há uma série de outros óxidos de ferro e seus derivados que são candidatos a dar origem a novos materiais bidimensionais”, disse Galvão.

O artigo Exfoliation of a non-van der Waals material from iron ore hematite (doi: 10.1038/s41565-018-0134-y), de Pulickel M. Ajayan e outros, pode ser lido na revista Nature Nanotechnology.

Fonte: Jornal do Brasil

Total compra usinas solares em São Paulo. Veja o mapa da energia solar


A Total Eren – parceria entre as francesas Total e Eren – fechou a aquisição de 100% das usinas solares fotovoltaicas Dracena I, Dracena II e Dracena IV, todas operadas pela Cobra do Brasil e para serem instaladas na cidade de Dracena, no interior do estado de São Paulo. Cada usina tem capacidade instalada prevista para 30 MW.

A operação já tem parecer favorável do Cade e será feita por uma empresa de propósito específico batizada como Eren Dracena. “Conforme as Requerentes, a Operação representa uma oportunidade para Total Eren expandir seu negócio de geração de energia elétrica no país”, diz o parecer técnico do Cade, que recomenda a aprovação do negócio.

A Total Eren possui mais de 900 MW instalados ou em instalação em energia eólica, solar e hidrelétrica no mundo. No Brasil, a empresa possui apenas 40 MW em projetos solares, atualmente em construção, contra 90 MW das usinas que estão sendo compradas.

Este é não é o primeiro investimento de petroleiras estrangeiras em energia solar no Brasil. Em outubro do ano passado, a Equinor (novo nome da Statoil) comprou 40% da participação da Scatec Solar na usina de energia solar Apodi, de 162MW, no município de Quixeré, no Ceará, por US$ 25 milhões. O projeto vai fornecer energia para cerca de 160 mil residências. 

As duas empresas também acordaram uma cooperação exclusiva para desenvolver, em conjunto, futuros projetos de energia solar no Brasil. A Equinor também irá adquirir 50% de participação na empresa que irá executar o projeto, permitindo-a participar da elaboração e realização de novos projetos em energia solar no futuro.

“O Brasil é e continua sendo um país estratégico para a companhia. Temos aqui projetos de longo prazo, com duração de pelo menos 40-50 anos. As recentes transações da Statoil no Brasil corroboram seu compromisso de desenvolvimento de negócios de maneira segura e sustentável no mercado de energia”, diz o presidente da empresa por aqui. 

E por que investir em renováveis?

A decisão de as petroleiras partirem para energias renováveis e se tornarem empresas de energia não é em vão. O Banco Mundial, por exemplo, anunciou que vai deixar de financiar a exploração e extração de petróleo e gás a partir de 2019, ao mesmo tempo que aumentará empréstimos a projetos que ajudem a reduzir o aquecimento global.

O fundo soberano da Noruega poderá deixar de investir em ações de empresas do setor do petróleo e gás para proteger o país da volatilidade dos preços. O ministro das Finanças norueguês anunciou que a decisão final será tomada ainda em 2018.