Vender uma moto e escolher entre comprar um carro novo ou investir no futuro. Para muitos jovens, a vontade de ter um carro do ano fala mais alto. Mas esse não foi o caso do estudante Vitor Souza, de 23 anos. Ele cursa o terceiro ano de Tecnologia em Mecatrônica no IFSB (Instituto Federal de São Paulo) em Birigui, mas antes disso, fez um curso técnico em Eletrotécnica.
O futuro de Vitor, mencionado no começo da reportagem, é o investimento que ele fez para construir um climatizador movido a energia solar. Tudo foi feito na casa dele, no bairro Concórdia, em Araçatuba. O protótipo está em constante desenvolvimento e já custou R$ 5 mil. A ideia de Vitor é terminar o processo de patente e produzir o climatizador em larga escala.
O climatizador funciona, basicamente, com duas placas de energia solar, instaladas no teto da casa dele, duas baterias, dentro do imóvel e uma grande caixa com um ventilador.
Também é usada água, que é evaporada no processo.
Segundo o estudante, a temperatura do ambiente, usando o climatizador, atinge a 22ºC, temperatura considerada agradável para uma cidade como Araçatuba. Ainda segundo ele, outro benefício, fora o de não gastar energia elétrica, é que a água evaporada no processo ajuda quem tem problemas respiratórios, diferentemente de um aparelho de ar-condicionado.
O motor foi o próprio Vitor quem fabricou. A reportagem conheceu a engenhoca e constatou que praticamente não emite nenhum ruído. E o ambiente fica mesmo com uma temperatura baixa.
Vitor contou que todo o processo de fabricação do climatizador durou seis meses, mas ele está em constante modificação. A ideia é que ele funcione por meio de aplicativo de celular e não só por controle remoto. Isso porque os controles são frágeis e muitas vezes se quebram. “Pelo celular acaba sendo mais fácil, até pela inclusão. A pessoa abre o aplicativo, liga, desliga, muda a temperatura, a velocidade. Fica bem mais prático”, afirma.
Projeto personalizado
Todavia, apesar do tamanho do motor, o estudante disse que ele pode ser menor ou até maior, dependendo da necessidade. “Já fiz um projeto pra oito adaptações dele. Ou seja, com oito tamanhos, mas o ideal é o uso comercial dele, em lojas, supermercados, indústrias. O uso em casa acaba não sendo viável”, relata.
As duas placas de energia solar que ele utiliza para funcionar o climatizador são de 275 watts cada uma. Os climatizadores que existem no mercado atualmente consomem, em média, 1 kilowatt (ou mil watts). No entanto, segundo ele, não existe hoje para venda climatizadores que utilizam a energia solar fotovoltaica, somente por energia elétrica, o que acaba gerando alto custo.
Conforme o estudante, a climatização de ambientes é uma das coisas que mais custam para as casas e empresas. Ele exemplificou o uso de ar-condicionado, que dependendo da potência e continuidade, pode gerar um gasto de, em média, R$ 100 a mais em uma casa. Contudo, em uma loja esse custo chega a R$ 300 a mais. “Com um climatizador desse, o custo é zero. Só mesmo o do investimento pra comprar”, acrescenta.
Sobre valores, Vitor contou que equipamentos similares hoje são encontrados entre R$ 10 mil e R$ 12 mil, em média e ainda vão consumir energia elétrica. Se produzido em larga escala, o climatizador projetado por ele pode custar até menos.
Ademais, o processo para patentear o projeto já começou, mas pode demorar vários anos. No entanto, até que ele seja concluído, o direito fica “reservado” ao estudante. Assim, se alguém tentar patentear algo semelhante, não vai conseguir porque Vitor entrou com o pedido primeiro. Ele contou que, tendo o investimento, material e a tecnologia, é possível fabricar um climatizador por dia. “Consigo montar uma linha de produção para fazer bem mais, pois já trabalhei controlando processos. Eu fiz este pensando na montagem fácil e rápida”, conclui.
Fonte: Portal UDOP – Folha da Região – Araçatuba/SP
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