Inovação e sustentabilidade pautam modelo de negócio da Enel no Brasil

Pensar em produtos e serviços que levem em consideração o impacto de uma empresa no meio ambiente não é bom apenas para sociedade, mas para o negócio.


“Quando direcionamos a inovação para a sustentabilidade buscamos soluções que criam eficiência para empresa e geram desenvolvimento para sociedade”, explica Márcia Massotti, diretora de Sustentabilidade da Enel Brasil.

Ao assumir o controle da Eletropaulo, a Enel se tornou a maior distribuidora de energia elétrica do Brasil, líder também em geração de energia solar e eólica. A empresa quer fazer negócios de maneira diferente, conforme explica Bruno Cecchetti, diretor de Inovação.

“Estamos nos posicionando para construir esse futuro em que o carros são elétricos e a gente reduz o uso petróleo e gás e passa a usar energia elétrica limpa e renovável. Se essa energia vem do sol e do vento, esses carros são muito mais limpos.

A inovação e a tecnologia são fundamentais para o futuro da energia, para criar novos modelo de negócios e de uso digitais para satisfazer as novas demandas dos clientes e da sociedade “.

Márcia concorda e acrescenta que o setor elétrico mudou muito pouco nos últimos 30 anos, mas vai precisar mudar muito nos próximos cinco anos.

Para se manter na liderança dessas mudanças, a Enel direciona seu modelo de negócio para juntar inovação e sustentabilidade em um único conceito: a inovabilidade.

“Quando direcionamos a inovação para a sustentabilidade buscamos soluções que criam eficiência para empresa e geram desenvolvimento para sociedade”, explica Márcia Massotti, diretora de Sustentabilidade da Enel Brasil.



Cenário mais complexo

Bruno explica que o setor elétrico hoje está passando por uma guinada em seu modelo de negócios, tornando o cenário no Brasil e no mundo muito mais complexo.

“Antes a geradora gerava energia, a transmissora levava para os centros de consumo e a distribuidora levava aos consumidores. Ao final, o cliente pagava a conta e cada um ganhava sua fatia”, resume.

A geração de energia renovável é um desses elementos mais complexos e inovadores. A disponibilidade da energia eólica e solar depende de questões climáticas, o que exige mecanismos de tecnologia, armazenamento, previsão e inteligência para que a rede de energia seja capaz de lidar com essa complexidade.

A plataforma mínima para iniciarmos essa transformação é pelo medidor inteligente que permitirá muito mais informação do cliente sobre seu consumo e geração própria como também outras formas tarifárias para atender suas necessidades, explica Bruno.

“A disseminação da energia solar e eólica tem a tendência de reduzir o custo da energia. Como estratégia de grupo, passamos a perseguir outros modelos de negócios, incentivando a mobilidade elétrica, que aumenta a quantidade de consumo de energia elétrica. É preciso estar muito antenado com o que o cliente quer, com o que é possível ofertar e se posicionar gerando novas soluções tecnológicas ou novos modelos de negócios”, diz Bruno.

Inovabilidade e sociedade

A inovação com sustentabilidade passa também pelo desenvolvimento social.

“Cada vez mais, a cidadania passa pelo acesso à internet e pela digitalização. Para ter acesso à internet, precisamos de acesso à eletricidade. Nós temos um encontro entre os megawatts e os megabytes”, diz Bruno.

Por isso, conta Márcia, a Enel trabalha para oferecer energia limpa e acessível para cada vez mais pessoas. Não basta apenas universalizar o acesso e o cliente não ter capacidade de pagamento.

Não queremos gerar receita a todo custo”, diz. Bruno concorda e acrescenta que a redução no preço vai significar mais acesso aos clientes de baixa renda e a melhora no desenvolvimento no país.

Carros elétricos e compartilhados

Outro exemplo de inovabilidade é o compartilhamento de carros elétricos. A Enel foi a primeira a desenvolver, em 2016, o primeiro serviço de compartilhamento de carros elétricos no Brasil. A cidade de Fortaleza, no Ceará, foi escolhida para receber a iniciativa que une preservação ambiental e inovação.

São vinte carros elétricos e doze estações de recarga espalhadas pela cidade. “O uso de carro compartilhado permite redução significativa no tráfego e o carro elétrico reduz o impacto das emissões de carbono”, diz Bruno.

A Enel Distribuição Ceará é responsável pela plataforma de medição e acompanhamento do processo de carga nas estações, integrado ao sistema de faturamento de sua distribuidora de energia.

Para usar os carros, o usuário precisa apenas baixar o aplicativo “Vamo” para smartphone. Depois do cadastro e do pagamento de uma taxa de uso, ele pode escolher o veículo de acordo com a disponibilidade de cada estação.

Como devem ser limpos os painéis solares?

O facto de os painéis solares precisarem de ser limpos, de tempos em tempos, cria uma espécie de debate entre os proprietários dos painéis solares.


A maioria dos sistemas solares montados nos telhados das casas tem uma sistema de auto limpeza que, com a ajuda da água da chuva, conseguem limpar a maior parte da sujidade da superfície.

Enquanto a maioria dos equipamentos precisam de sofrer manutenção, a maioria dos sistemas solares fotovoltaicos não têm partes móveis, têm uma vida útil de décadas e requerem muito pouca manutenção. A maior parte da manutenção que terá de fazer aos seus painéis solares é assegurar que os painéis solares ficam livres de obstruções e sombras e fazer uma inspeção de rotina para se assegurar que não têm danos.

Quantas vezes devo limpar os meus painéis solares?

Esta decisão deve ficar a seu encargo. Se os seus painéis solares estão sujeitos a mais poeira, sujeira ou excrementos de pássaros deve fazer uma inspeção e uma limpeza mais frequente para conseguir manter a potência máxima.

Em condições normais, os painéis solares tendem a precisar de limpeza uma ou duas vezes por ano. Tenha sempre em atenção que deve evitar danificar os painéis solares.

O que devo usar para limpar os meus painéis solares?

Na maioria dos casos, os painéis solares podem ser simplesmente enxaguados com uma mangueira de cima para baixo. Para limpar uma sujidade mais persistente use uma escova macia, uma esponja ou um pano. Enxaguando e fazendo pequenos movimentos circulares deve ser suficiente para limpar essa sujeira.

Nunca use abrasivos!! A maioria dos painéis solares tem um revestimento que é suscetível a arranhões e remover esse revestimento vai significar mais poeira e sujidade no futuro.

Em caso de dúvida nos produtos de limpeza que deve utilizar consulte sempre o fornecedor ou então use apenas água.

Certifique-se sempre de enxaguar abundantemente os produtos de limpeza que usa de forma a evitar a acumulação, e o ideal era depois de enxaguar os painéis solares secá-los com um pano macio para evitar qualquer sal ou acumulação de cálcio a partir da água.

Considerações de segurança:
  • É sempre melhor manter os pés no chão, por isso, opte por usar uma vassoura de cabo extensível em vez de subir ao telhado, onde pode dar um pequeno passo em falso danificando o equipamento ou resultando numa queda que pode aleija-lo ou, até mesmo, matá-lo;
  • Verifique as recomendações de manutenção do fornecedor para determinar quais os produtos de limpeza que deve usar;
  • Não limpe os seus painéis solares enquanto eles estão ou estiveram sob luz solar direta, como eles estão muito quentes ao jogar água fria pode provocar uma racha no painel.
  • Preciso desligar os meus painéis solares para os limpar?

Em termos gerais, os painéis solares não podem ser “desligados” durante o dia. Mesmo um painel solar desconectado num dia nublado consegue provocar um choque. No entanto, quaisquer componentes eletrônicos devem ser selados dentro do painel solar tornando-o assim seguro para limpar. Em caso de dúvida deve sempre contatar o seu fornecedor.

E sobre o inversor?

O inversor do painel solar tem uma vida média de cerca de 10-15 anos e pode ser, muito provavelmente, a primeira coisa a precisar de substituição ou reparação. Enquanto pode pensar que é a sua oportunidade para aprender alguma coisa experimentando, o inversor é uma caixa cheia de fios e placas de circuito e se não sabe realmente o que vai fazer aconselhamo-lo a deixar isso para os profissionais. Se acha que o desempenho do sistema está diferente, tente anotar a saída do medidor da produção em intervalos regulares e depois entre em contato com o fornecedor e apresente-lhe esses dados. O custo médio de um inversor de substituição é de cerca de 500-1000 €.

Painel solar de alto desempenho: pesquisas inovam a tecnologia

O painel solar de alto desempenho permite até mesmo a geração de energia durante à noite. A tecnologia foi desenvolvida por meio de uma parceria entre japoneses e chineses. O segredo para esse verdadeiro “milagre” foi uma aposta em um alto incremento de desempenho dos painéis solares.

Quando se trata de inovação tecnológica, sabemos que os japoneses e chineses sempre estão um passo à frente do resto do mundo. Quando o assunto é, então, a tecnologia solar fotovoltaica, por ambos serem grandes adeptos e difusores, esta é tema de diversas pesquisas acadêmicas e científicas.

Todos estes estudos são feitos com o intuito de melhorar a tecnologia, afim de criar um painel solar de alto desempenho, aumentando a já grande geração de energia que eles entregam aos consumidores do mundo todo.

Agora, com a recente divulgação de duas dessas pesquisas, esse painel solar de alto desempenho está ainda mais perto do nosso alcance.

A recuperação de energia é essencial no tratamento de resíduos não recicláveis

Por ocasião da publicação do pacote climático “Fit for 55”, a ESWET reafirmou a contribuição essencial da recuperação de energia para a gestão de resíduos


Por ocasião da publicação do pacote climático “Fit for 55” , a ESWET reafirmou a contribuição essencial da recuperação de energia (Waste-to-Energy) para a gestão de resíduos na Europa. A Waste-to-Energy já contribui para a descarbonização do setor, desviando os resíduos não recicláveis ​​dos aterros e recuperando energia e matérias-primas secundárias.

Reduzir aterros sanitários significa, antes de tudo, reduzir as emissões de metano, um gás até 84 vezes mais potente que o CO2 em 20 anos. Além disso, a recuperação de energia (eletricidade, calor e vapor) e de matérias-primas secundárias economiza recursos virgens e melhora o consumo de energia e materiais na Europa.

Dois arquivos incluídos no pacote climático “Fit for 55” estão diretamente relacionados às operações de transformação de resíduos em energia: a Diretiva de Energia Renovável (RED) e o Sistema de Comércio de Emissões (ETS). Em ambos os casos, as revisões propostas pela Comissão Europeia preservam a contribuição positiva de Waste-to-Energy para o tratamento seguro de resíduos não recicláveis.

Em primeiro lugar, a revisão proposta da Diretiva de Energia Renovável (RED) aborda precisamente a urgência de aproveitar todas as fontes de energia renováveis ​​disponíveis , incluindo eletricidade, vapor, aquecimento e resfriamento gerados a partir de não-resíduos. Na verdade, cerca de 50% da produção de energia das usinas de transformação de resíduos em energia é renovável, pois provém da fração biodegradável dos resíduos.

No que diz respeito à revisão do ETS, a decisão de manter todo o setor de gestão de resíduos sob o Regulamento de Compartilhamento de Esforços é uma avaliação cuidadosa. Incluir a incineração de resíduos municipais apenas no ETS da UE, sem qualquer avaliação de impacto inicial anterior, causaria efeitos colaterais, como maior custo de reciclagem, taxas adicionais para os municípios e um aumento de resíduos não recicláveis ​​enviados para aterros legais e ilegais.

O próximo passo para reduzir ainda mais as emissões de GEE de resíduos não recicláveis ​​é apoiar a implementação de captura e armazenamento de carbono (CCS) em usinas de transformação de resíduos em energia . O setor pode se tornar neutro em carbono ou mesmo negativo em carbono, como demonstrado por vários projetos-piloto na Europa.

"A Comissão Europeia estabeleceu um ambicioso conjunto de medidas para reduzir drasticamente as emissões das indústrias europeias", disse Patrick Clerens, Secretário Geral da ESWET . "Os fornecedores de transformação de resíduos em energia estão empenhados em tomar as medidas necessárias para alcançar a neutralidade de carbono com o apoio da União Europeia."

Devido à complexidade da questão, a ESWET acredita que as reformas que abrangem o setor de gestão de resíduos devem sempre avaliar cuidadosamente as consequências ambientais e econômicas , levando em consideração o amplo impacto em toda a cadeia de gestão de resíduos e fornecimento de energia.

Mais de duas mil famílias recebem placas fotovoltaicas para a geração de energia solar

Foto: TV Brasil

Famílias que moram no pantanal recebem placas fotovoltaicas para a geração de energia solar

Moradores do Pantanal Sul-mato-grossense estão felizes com a chegada de energia nas suas residências, um sonho que se parecia muito distante. As casas dessas pessoas receberão energia limpa e renovável vindas de placas fotovoltaicas. A energia solar será captada durante o dia e armazenada em baterias para uso posterior e em dias nublados.

O investimento faz parte do projeto Ilumina Pantanal, do Programa de Eletrificação Rural do Governo Federal. O projeto ocorre com parceria do Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Eletrobrás, Grupo Energisa e governo do Mato Grosso.

O programa tem como objetivo levar energia para pessoas que vivem em lugares isolados daquela região. A expectativa da iniciativa é que cerca de 2.090 famílias receberão o modelo para a geração de energia solar. O investimento no projeto será de R$ 127 milhões, sendo que R$ 73 milhões da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e R$ 51 milhões da Energisa.

“Mudou muito as coisas para a gente. Precisava de uma água gelada, guardar uma carne para ficar fresquinha, a gente sempre precisava disso. Mas agora, Graças a Deus, nós temos a luz”, destacou a moradora Naurina Silva, que recebeu o projeto.

Nesta semana, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, visitou nesta semana a Fazenda Porto São Pedro, onde conheceu famílias ribeirinhas que moram no pantanal Sul-mato-grossense. “Eu pude ver, não só a eficácia desse programa numa região como é o Pantanal [sul] mato-grossense, mas também a inclusão social que ele oferece para as pessoas que são atendidas por esse programa, levando dignidade, cidadania e perspectiva novas nas suas vidas

A energia limpa vinda da energia eólica é algo que será fundamental para a retirada de brasileiros da escuridão em lugares isolados do Brasil. Como se trata de uma alternativa de energia limpa barata, a sua implementação em larga escala se torna mais fácil.

R$ 7 milhões serão investidos na construção de uma nova fábrica para atender o mercado de geração de energia solar, no Espírito Santo

Fábrica da Brametal/ Fonte: Divulgação Brametal
A nova fábrica com produção focada em equipamentos de energia solar, será construída pela Brametal, em Linhares, no estado do Espírito Santo

A Brametal irá realizar um investimento de R$ 7 milhões para a construção de uma nova fábrica no complexo de Linhares, no estado do Espírito Santo. A nova unidade terá como foco a linha de produção para atender o mercado de geração de energia solar fotovoltaica. A empresa já possui uma fábrica na cidade do norte do estado, além de outra unidade em Criciúma, Santa Catarina, totalizando uma capacidade produtiva de até 200.000 toneladas/ano. 

Investimentos na nova fábrica, no estado do Espírito Santo

Além da construção da nova fábrica dedicada à produção de itens para o mercado de geração de energia solar fotovoltaica, a companhia ampliou seu portfólio e está lançando dois novos produtos: o Brafix 3.0 e o Tracker bifileira (estruturas para geração de energia solar).

Marcos Bercht, diretor industrial da Brametal, diz que além do investimento na nova fábrica, serão aplicados mais R$ 5 milhões para o desenvolvimento do setor de engenharia e novos produtos, ampliando assim nossa capacidade produtiva com a nova planta. Com isso, conseguiremos reduzir o tempo de entrega, teremos estoque de matéria-prima e produtos acabados de toda a linha para atender as demandas do mercado, diz o diretor.

A empresa já tem projetos no segmento de energia solar

Recentemente, a EDP entregou uma das maiores usinas solares do Espírito Santo – localizada em Linhares (onde será construída a nova fábrica), para a Brametal. A usina solar é composta por 3.780 módulos fotovoltaicos distribuídos em uma área de cerca de 40 mil metros quadrados, aproximadamente o tamanho de seis campos de futebol, e conta com tecnologia de tracking, na qual os módulos se movem de acordo com as mudanças no ângulo dos raios solares para um maior aproveitamento da irradiação.

Após a assinatura de um memorando de entendimento com o Governo do Ceará, a empresa catarinense Renovigi Energia Solar espera iniciar as operações de sua nova fábrica no estado até o final deste ano. Segundo Gustavo Martins, presidente da Renovigi, o investimento total é de R$ 150 milhões, valor que inclui a instalação da linha de montagem (R$ 12,5 milhões), além da aquisição da matéria-prima, capital de giro, equipamentos, investimentos na distribuição, dentre outros.

A Renovigi promete realizar investimentos de R$ 12 milhões na construção ou locação de dois galpões industriais – para abrigar a fábrica de montagem dos painéis de energia solar e outro para um Centro de Distribuição dos produtos. Os imóveis estão sendo locados pela Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A), que administra o chamado Complexo do Pecém, incluindo o porto marítimo e a ZPE.

O investimento para a implantação de sua fábrica montadora de painéis de energia solar e de seu centro de distribuição é, aparentemente, pequeno, mas a Renovigi Energia Solar estima que mobilizará R$ 250 milhões em capital de giro e que seu faturamento anual, que a partir de 2022 chegará a R$ 2 bilhões.

Governo do Ceará assina memorando para instalação de fábrica de geradores de energia solar no Complexo do Pecém

Unidade viabilizará a geração de energia com o uso de fontes renováveis e mais empregos no Ceará


O governador Camilo Santana assinou, na manhã desta sexta-feira (25), o memorando de entendimento com a empresa catarinense Renovigi Energia Solar para instalação de uma unidade de fabricação de geradores de energia solar no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, em São Gonçalo do Amarante. Estiveram presentes na solenidade de assinatura a vice-governadora Izolda Cela, o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Maia Júnior, a secretária da Fazenda do Ceará, Fernanda Pacobahyba, e o presidente da Renovigi, Gustavo Martins.

“A empresa está entre as maiores fabricantes de sistemas fotovoltaicos do Brasil, com mais de 1 milhão de painéis solares já instalados no País. Atrair investimentos para o estado e ampliar a geração de empregos aos cearenses é nossa prioridade”, afirmou Camilo Santana, em publicação nas redes sociais.


A assinatura do memorando releva o interesse do Governo do Ceará em fomentar o desenvolvimento local de uma cadeia de geração de energia com o uso de fontes renováveis. Além da instalação do complexo de fabricação de geradores de energia solar, também será implementada uma unidade produtora de sistemas fotovoltaicos e um centro de distribuição.

O investimento orçado para o projeto é da ordem de R$ 12,4 milhões e será executado integralmente com recursos próprios da empresa. “A escolha do Ceará foi estratégica para a Renovigi tanto pelos programas de incentivo aos renováveis deste estado como também pela infraestrutura. A unidade produtiva ficará dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, o que facilitará que a matéria-prima chegue da Ásia pelos navios que devem atracar no porto. Estamos muito felizes em celebrar essa parceria e temos certeza que vamos contribuir muito para o desenvolvimento do estado”, disse o presidente da Renovigi, Gustavo Martins.


O número de unidades geradoras de energia solar no território cearense mais que dobrou em 2020. No ano passado, o estado registrou mais de 10 mil micro e mini unidades geradoras desse tipo, com crescimento de 130,8% em relação ao ano anterior. O Ceará tem 170,9 megawatts (MW) em operação nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.

Unidade do Complexo do Pecém

Segundo a Renovigi, a unidade do Complexo do Pecém será a terceira da empresa no País. As outras duas fábricas estão localizadas em Louveira (São Paulo) e outra em Itajaí (Santa Catarina). A escolha da localização no Ceará mira o potencial de crescimento dos negócios na região Nordeste, onde a empresa possui 535 credenciados, que são os parceiros e integradores da empresa na venda direta aos clientes. E a instalação da unidade produtiva facilitará a logística da fabricante catarinense de kits de geração de energia solar fotovoltaica.

O projeto estima a produção de cerca de 600 sistemas de geração por mês, significando 7.200 sistemas anualmente. A comercialização dos sistemas se dará, preponderantemente, nos estados da região Nordeste, mas em escala menor deverá atender também à região Norte. As duas regiões representam hoje 22% das vendas da companhia. A expectativa é que passem a responder por 30%.

Larissa Falcão – Ascom Casa Civil – Texto
Carlos Gibaja – Fotos

ALTA TAXA DE CRESCIMENTO PROJETADA PARA A INDÚSTRIA DE RESÍDUOS PARA ENERGIA

A indústria de resíduos em energia (WtE) está vendo um potencial de crescimento significativo. Algumas estimativas de crescimento previsto indicam que a indústria crescerá a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de mais de sete por cento até 2024.


Outros mostram um CAGR estimado de cerca de cinco por cento até 2028. Apesar disso, o crescimento do WtE está previsto para ser alto e terá um impacto contínuo na indústria de resíduos e reciclagem.

Potencial de crescimento

As tecnologias WtE atuais destroem ou capturam toxinas do lixo, incluindo chumbo, mercúrio, compostos orgânicos voláteis, halogênios e outros poluentes, filtram produtos químicos prejudiciais, eliminam o odor do aterro sanitário e destroem resíduos contaminados.

De acordo com Megan Wilson, vice-presidente de desenvolvimento corporativo e relações com investidores da Babcock & Wilcox, o crescimento da indústria de transformação de resíduos em energia é impulsionado por vários fatores, e esses fatores podem diferir por região. Na Europa, especialmente no Reino Unido, Escandinávia e outros países da UE, as ações regulatórias têm incentivado menos dependência de deposição de resíduos urbanos em aterros até e incluindo a proibição de novos aterros.

Há um forte senso de responsabilidade social em alguns países que impulsiona os esforços de reciclagem e conservação do solo.

“As usinas de transformação de resíduos em energia se encaixam bem com essa ética porque incentivam a reciclagem e colocam os resíduos não recicláveis ​​em uso benéfico na geração de energia de base e, ao mesmo tempo, protegem o meio ambiente”, disse Wilson. As usinas de transformação de resíduos em energia que a Babcock & Wilcox construiu para seus clientes apresentam controles de poluição de última geração, permitindo que essas usinas gerem energia de base ou forneçam aquecimento urbano, ou ambos, e o façam enquanto controlam as emissões ambientais.

Nos Estados Unidos, existem cerca de 70 plantas WtE atualmente em operação, o que é muito menos do que na Europa. Como Wilson explicou, nos Estados Unidos, os aterros sanitários são mais abundantes e o custo econômico dos resíduos do aterro (sem contar o custo ambiental) é muito menor do que na Europa.

“Ao mesmo tempo, também estamos vendo uma resistência contra a construção de novos aterros nos Estados Unidos porque o público está se tornando mais preocupado com o impacto de longo prazo de enterrar o lixo no solo e uma sensação cada vez maior de que podemos fazer um trabalho melhor de reduzir a quantidade de resíduos que produzimos, reciclando, reutilizando e colocando os resíduos que geramos em um uso benéfico ”, disse Wilson.

Os EUA estão vendo uma discussão cada vez maior por legisladores e legisladores sobre as emissões de metano de aterros sanitários e outras fontes. “O metano é freqüentemente ignorado porque tem vida mais curta na atmosfera do que o dióxido de carbono; no entanto, tem um impacto poderoso ”, disse Wilson. “De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas, o metano tem aproximadamente 84 vezes o Potencial de Aquecimento Global (GWP) do dióxido de carbono em 20 anos. Em termos de Potencial de Aquecimento Global, o metano é responsável por quase um quarto das emissões dos EUA. Aproximadamente um quinto do total das emissões de metano dos EUA provenientes da atividade humana é gerado a partir de aterros sanitários. Não podemos lidar com a mudança climática sem lidar com o metano dos aterros. ”

De acordo com a EPA, há mais de 2.600 aterros sanitários municipais ativos e 3.200 inativos nos EUA. Esses locais emitem coletivamente metano que soma mais de 330 milhões de toneladas de GWP com base em 20 anos a cada ano - aproximadamente igual às emissões de 70 milhões de carros .

“Este problema continua a crescer à medida que mais 140 milhões de toneladas de resíduos são adicionadas aos aterros sanitários anualmente”, disse Wilson.

Como David Roeder, diretor de transição de resíduos da Ecofin explicou, há movimentos pró-reciclagem e anti-aterro em ação simultaneamente.

“Embora tenhamos feito reciclagem e outras iniciativas de redução de resíduos nos EUA por décadas, a força motriz por trás dos esforços crescentes nessas áreas nos últimos anos (e daqui para frente) é o cumprimento das metas de descarbonização e redução de emissões de GEE”, Roeder disse. Simplificando, os resíduos podem ser transformados em uma fonte de energia renovável com menor intensidade de carbono do que os combustíveis fósseis, com emissões reduzidas de GEE. E, há uma confluência de fatores que contribuem para o crescimento deste setor.

Como Roeder apontou, há vários mandatos governamentais em jogo que estão afetando a mudança em direção a mais instalações WtE, incluindo: Padrões federais para combustíveis renováveis ​​feitos de resíduos; processos de licenciamento cada vez mais difíceis para aterros novos ou ampliados; proibições estaduais e locais sobre a introdução de orgânicos em aterros sanitários em um esforço para reduzir a produção de metano do aterro; e padrões de portfólio renováveis ​​exigidos pelo estado para serviços públicos.

“As melhorias tecnológicas também tornaram a transformação de resíduos em energia mais prática e econômica em escala para muitos tipos diferentes de resíduos orgânicos, incluindo resíduos agrícolas, alimentares e florestais”, disse Roeder. Há uma forte demanda por energia derivada de resíduos de clientes governamentais e comerciais, principalmente como forma de reduzir as emissões de GEE das frotas de transporte, bem como de clientes varejistas. Além disso, existem fortes incentivos de crédito de combustível em vigor que fornecem receitas significativas para estimular ainda mais a produção de energia a partir de resíduos.

“Finalmente, as melhorias tecnológicas ampliaram significativamente a energia produzida, do que era simplesmente eletricidade - da incineração de lixo (também conhecido como dinheiro para o lixo) - para uma ampla variedade de energias renováveis, como gás natural renovável, diesel renovável, combustível de aviação sustentável , pellets de madeira renováveis ​​e hidrogênio renovável ”, disse Roeder. “Com mais aplicações potenciais para energia renovável, há um apetite maior para converter resíduos em energia. E essas aplicações adicionais ampliaram o setor de resíduos em energia muito além de projetos meramente localizados em aterros sanitários, para projetos autônomos que evitam que os resíduos cheguem a um aterro.”

Roeder acrescentou um comentário adicional: “As próprias ambições das corporações de reduzir a quantidade de resíduos que vão para o aterro para obter um desempenho ESG mais alto e seus clientes que exigem menos resíduos desnecessários estão desviando os resíduos do aterro para WtE. Essa tendência ainda está em seus estágios iniciais e tem um longo caminho para o crescimento da WtE. ”

Impactos na indústria de reciclagem

Uma coisa sobre a transformação de resíduos em energia que costuma ser esquecida é como ela complementa os programas de reciclagem. As comunidades dos Estados Unidos com instalações de transformação de resíduos em energia realmente veem as taxas de reciclagem aumentar, enquanto a dependência de aterros sanitários diminui.

“Isso porque as tecnologias de combustão de resíduos em energia podem usar resíduos que de outra forma não poderiam ser reciclados - entulhos de construção, plásticos não recicláveis, resíduos perigosos, destroços de tempestades de furacões, madeira e outros materiais - e usá-los como combustível”, Wilson disse. “Os metais podem ser recuperados do processo de transformação de resíduos em energia e os subprodutos desse processo também podem ser reaproveitados, como o asfalto para a construção de estradas. A conversão de resíduos em energia apoia a reciclagem e a economia circular. ”

Robert Laswell, um especialista em energia renovável e sustentabilidade com mais de 10 anos de experiência no espaço de energia solar e renovável, disse que a WtE deve ter um impacto positivo, pois a iniciativa WtE fornece outra alternativa para a indústria de energia, onde grandes investimentos são feitos para para reduzir nossas emissões de GEE.

“O desenvolvimento da tecnologia do conceito WtE e a reciclagem serão a razão de grandes passos na direção de onde podemos reutilizar e converter os resíduos em uma forma utilizável de bens”, disse Laswell. “Essas duas técnicas de gestão de resíduos não têm impacto uma sobre a outra simplesmente porque podem usar diferentes tipos de resíduos.”

Roeder disse que, a curto prazo, para aterros mais antigos e maiores que já produzem quantidades significativas de metano a partir de produtos orgânicos em decomposição, eles podem obter fluxos de receita de royalties com a conversão do metano capturado em eletricidade ou gás natural renovável para venda.

“Esses são frequentemente acordos de 10 a 20 anos que fornecem uma fonte adicional de estabilidade financeira de longo prazo para o aterro sanitário participante”, disse Roeder. A longo prazo, espera-se que a tonelagem do aterro seja adversamente impactada por várias iniciativas atuais, como proibições de introdução de produtos orgânicos, redução do conteúdo de embalagem e estratégias de desvio de resíduos.

Como uma compensação parcial para diminuir a tonelagem de entrada em uma base relativa, Roeder apontou que é amplamente esperado que haverá muito menos licenças de aterro emitidas, o que deve aliviar parte do risco competitivo de base geográfica atual.

“Para empresas de reciclagem que atualmente se concentram em papel, plásticos e metais, existem oportunidades para ampliar suas operações de processamento de resíduos para lidar com resíduos que serão desviados para o setor de energia”, disse Roeder. “Acreditamos que é um cenário realista ver uma consolidação e integração na indústria de gestão de resíduos, em que grandes players oferecem uma gama completa de serviços para empresas e municípios, ou seja, reciclagem, transformação de resíduos em energia e aterro, em vez de se concentrar apenas em uma saída para resíduos. ”

O maior desafio para a reciclagem de resíduos sempre foi como conseguir um processo eficiente de separação e coleta, ao mesmo tempo em que superava os problemas de contaminação. Isso também desempenha um papel nos processos WtE. “Tão verdadeiro quanto isso tem sido para vidro, garrafas de plástico e latas de alumínio, também será verdade - talvez ainda mais - para orgânicos como resíduos relacionados com alimentos, resíduos de madeira e resíduos verdes / de jardim, que coletivamente respondem por quase 60 por cento de resíduos depositados em aterros nos EUA de acordo com a EPA ”, disse Roeder. “Um processo separado e único provavelmente será necessário para lidar com esses resíduos orgânicos de forma eficaz.”

Outra parte crucial da iniciativa WtE é educar as pessoas e as indústrias sobre qual é a forma mais eficiente de descarte de resíduos. Laswell disse que coletar os resíduos separadamente é o primeiro passo crucial que deve ser alcançado. Assim que todas as indústrias e famílias começarem a estar cientes da importância da coleta seletiva, toda a iniciativa terá sucesso.

“A educação nesse assunto específico lhes dará conhecimento, porque todos nós temos que nos preocupar com nossos resíduos”, disse Laswell. “Temos que começar com as indústrias que mais geram resíduos, que receberão um plano de gerenciamento de resíduos exato e como cada resíduo deve ser tratado. Simultaneamente, as pessoas também devem estar perfeitamente cientes de como seus resíduos devem ser descartados para obter os benefícios deles. ”

Progresso contínuo

Wilson vê um enorme potencial de crescimento em energia renovável, incluindo transformação de resíduos em energia. Babcock & Wilcox está atualmente buscando oportunidades de WtE nos Estados Unidos, Caribe, América do Sul, América Latina, Ásia, Europa e Oriente Médio.

“Além da combustão de resíduos para geração de calor e energia, também vemos um crescente potencial de mercado futuro para combustíveis derivados e sintetizados criados a partir de resíduos sólidos urbanos, como gás de síntese, etanol ou hidrogênio, que podem ser usados ​​para gerar energia, abastecer veículos e aplicações industriais ”, Disse Wilson.

O especialista em materiais sustentáveis ​​da PA Consulting, Tony Perrotta, disse que será necessário prestar muita atenção ao cenário regulatório em mudança, bem como à fronteira de tecnologia enfrentada pela indústria de WtE. Por exemplo, há um interesse crescente em combustíveis sintéticos e processos de resíduos em combustíveis, mas o envolvimento do governo será fundamental nessas áreas.

“Uma série de alavancas globais estão se combinando para mostrar suporte para o crescimento do segmento WtE”, disse Perrotta. “Você tem uma quantidade sem precedentes de resíduos compostos por uma infraestrutura de reciclagem levada ao limite. Combine isso com uma aversão crescente pela exportação de resíduos e uma sede quase infinita por energia e o crescimento faz sentido. ”

No momento, a maioria das plantas WtE dos EUA está localizada ao longo da costa leste, especialmente nos estados da Flórida e da Nova Inglaterra, onde os resíduos de aterro são mais caros ou ambientalmente problemáticos.

“Achamos que pode haver um mercado para transformação de resíduos em energia em todo o país”, disse Wilson. “Em nossas conversas com os legisladores, enfatizamos que, como parte de uma política abrangente de energia limpa, o governo dos EUA deve tomar medidas para incentivar a redução das emissões de metano dos aterros, construindo novas usinas WtE e apoiando a reciclagem.”

por MAURA KELLER da American Recycler

EUA identifica aterros “superemissores”


Pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato e Aviação Científica da NASA descobriram que alguns aterros sanitários dos Estados Unidos vazam metano a taxas seis vezes maiores que as estimativas da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).

Os aterros sanitários podem causar muito mais danos ao planeta do que as agências reguladoras estão cientes, de acordo com uma pesquisa aérea de anos encomendada pelos reguladores de qualidade do ar da Califórnia. Uma pesquisa realizada por pesquisadores do Jet Propulsion Laboratory da NASA e da empresa de detecção de vazamentos Scientific Aviation descobriram que os chamados aterros “superemissores” eram responsáveis ​​por 43% das emissões medidas do potente gás de efeito estufa – metano – ultrapassando os setores de combustível fóssil e agrícola, vazando metano a taxas de até seis vezes as estimativas em nível de instalação da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. Os dez maiores aterros emissores de metano bombeiam o gás a taxas médias de 2,27 vezes as estimativas federais, que são produzidas por empresas de resíduos que usam a metodologia EPA.

A pesquisa dos EUA pode ter implicações globais de amplo alcance, mostrando que o aterro sanitário está desempenhando um papel maior na aceleração da mudança climática do que os reguladores anteriormente acreditavam. As pesquisas também podem revelar que as diretrizes das Nações Unidas para estimar as emissões de metano que são seguidas pelos principais governos, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, que tiveram que ser adaptadas. O Painel Internacional das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC) emitiu diretrizes para os estados em 2006 sobre como estimar as emissões de metano de aterros sem medições diretas, como levantamentos aéreos. As diretrizes sugerem fazer estimativas usando fatores como a quantidade e o conteúdo dos resíduos armazenados no local e as taxas assumidas de decomposição dos resíduos.

As concentrações de metano na atmosfera têm aumentado rapidamente nos últimos anos, alarmando os governos mundiais que buscam limitar o aquecimento global sob o Acordo de Paris de 2015. A questão preocupante: o metano retém muito mais calor na atmosfera do que o dióxido de carbono, embora por um período de tempo mais curto. Uma tonelada de metano causa cerca de 25 vezes mais danos ao clima em um período de 100 anos do que uma tonelada de dióxido de carbono, de acordo com a EPA. Medir essas concentrações na atmosfera é relativamente fácil, mas rastrear as fontes das emissões é difícil. Essa dificuldade se tornou um grande obstáculo para os formuladores de políticas globais que desejam conter o problema.

Brasil

No Brasil, em 2020, foram gerados 79,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos, e segundo a ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), a geração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no país apresenta uma curva ascendente e tem registrado aumento tanto nas quantidades totais, quanto nos valores per capita.

Em 2019, o setor de resíduos respondeu por 4% [1] do total de emissões de gases de efeito estufa no Brasil, o que corresponde a 96 milhões de toneladas de CO2 eq emitidas. Ao considerar o ano de 2010 como um referencial, registramos um aumento de 23% nas emissões, com dois terços destas sendo provenientes de atividades de disposição final, incluindo aterros sanitários, aterros controlados e lixões.

No Brasil, os sistemas de captura e aproveitamento do biogás em aterros sanitários ainda não são uma realidade em todas as unidades. De acordo com a plataforma da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Clima [2], existem 49 projetos de recuperação de biogás registrados no país. A ausência de um sistema de coleta de gás resulta na emissão de 1.170 kg CO2 eq/ton, ou 47 kg CH4/ton (28 vezes mais potente do que o dióxido de carbono), enquanto sua presença resulta na emissão de 819 kg CO2 eq/ton, ou 33 kg CH4 /ton [3]. Como vimos, o encerramento das áreas de disposição inadequada é urgente e deve ser priorizado sob todos os aspectos, entretanto, a transição para os aterros sanitários deve ser acompanhada de medidas de mitigação de emissões, combinadas com projetos de valorização prévia dos resíduos sólidos conforme determina a PNRS.

De acordo com a gravimetria, a fração orgânica responde por cerca de 45% de todos os resíduos gerados no país, isto é, pouco mais de 36 milhões de toneladas de restos de alimentos e resíduos de poda, as quais são, majoritariamente, enviadas para disposição final e, logo, fonte de emissões de GEE.

Alternativamente, processos como digestão anaeróbica, tratamento mecânico biológico com recuperação da fração orgânica, e a própria compostagem, evitam emissões em uma proporção de 2,3 kg CH4/ton a partir da digestão anaeróbica e 3 kg CH4/ton por meio da compostagem.

O setor de resíduos é, portanto, transversal a diversas questões ambientais, sociais e econômicas e, apesar do impacto subestimado, sua contribuição para mitigação das mudanças climáticas é considerável, além de ser um potencial contribuinte para compensação junto a outros setores.

[1] Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), disponível em: https://seeg-br.s3.amazonaws.com/Documentos%20Analiticos/SEEG_8/SEEG8_DOC_ANALITICO_SINTESE_1990-2019.pdf.


[3] Informação disponível na “Estratégia para desvio dos resíduos orgânicos- coleta, tratamento, reciclagem e os desafios e oportunidades para a cidade de São Paulo”.

Fonte: WMW – Waste Management World.
Traduzido e adaptado por Renata Mafra

Quanta energia renovável há disponível na Terra?

Toda a energia da Terra é, em última instância, irradiada para o espaço - é por isso que há tanto interesse no chamado resfriamento radiativo, ou refrigeração passiva. [Imagem: NASA]

Fluxos de materiais e fluxos de energia

Que a Terra tem seus limites em termos de energia, é algo sobre o que já temos uma noção muito firme.

É por isso que governos e instituições em todo o mundo estão defendendo o conceito de economia circular. Ao fechar os ciclos dos materiais, os impactos ambientais associados à extração de matérias-primas podem ser evitados e o problema dos resíduos pode ser resolvido em grande medida.

Essa abordagem, no entanto, não é por si só suficiente para construir uma sociedade sustentável, uma vez que deixa em aberto a questão de quanto e com que rapidez os materiais podem ser reciclados e quanta energia é usada para alimentar esses ciclos.

Afinal, em uma sociedade verdadeiramente sustentável, não apenas os fluxos de materiais, mas também os fluxos de energia devem permanecer dentro dos limites estabelecidos pelo nosso planeta.

A questão-chave é, portanto: Há energia renovável suficiente disponível na Terra para gerenciar de forma sustentável os fluxos de materiais sem violar os limites planetários?

Esta questão está sendo investigada por uma equipe liderada pelo professor Harald Desing, do Laboratório de Tecnologia e Sociedade, ligado ao EMPA, na Suíça.

Esquema para quantificação do estoque de energia renovável da Terra.
[Imagem: Harald Desing et al. - 10.3390/en12244723]

Energia limpa sem limites?

Se olharmos para a Terra como um sistema, ela só troca energia com o espaço. De longe, a maior parte da energia trazida para o sistema terrestre é a radiação solar, complementada por pequenas contribuições do movimento planetário e da energia geotérmica. Esses fluxos de energia sempre foram usados inteiramente pela própria Terra, alimentando seus vários subsistemas, como os oceanos, a atmosfera e as florestas, bem como a geração das superfícies de gelo reflexivas.

A maioria desses subsistemas converte a energia recebida em fluxos de energia renováveis adicionais, por exemplo, as correntes de vento e água ou a produção de biomassa. Nessas conversões, a energia livre, chamada exergia, é extraída dos fluxos de energia que chegam.

À medida que a humanidade desvia cada vez mais fluxos de energia renovável para suas atividades, as partes disponíveis para o sistema terrestre são reduzidas. O sistema terrestre pode compensar esses desvios até certo ponto. No entanto, se eles forem muito grandes, aumenta o risco de ultrapassar os chamados "pontos de inflexão". Isso resultaria em mudanças rápidas e irreversíveis no sistema terrestre, como o derretimento das calotas polares, o que por sua vez aceleraria as mudanças climáticas.

A fim de não exceder esses pontos de inflexão, a área de terra ocupada pela tecnosfera não deve exceder um determinado limite planetário - que não sabemos ainda qual é. Contudo, além da escala, a forma como a terra é usada também é crucial: Usinas de energia solar, em vez de florestas, por exemplo - é apenas um exemplo, já que não há propostas de derrubar florestas para instalar painéis solares - atrapalhariam a biodiversidade, a evaporação e, portanto, o ciclo da água, a irradiação de calor de volta ao espaço e muito mais.

Esses limites máximos para ocupação da terra não se aplicam apenas ao uso direto da energia solar, mas também à colheita da chamada energia química - isto é, à agricultura e silvicultura, que produzem alimentos e forragens, materiais de aquecimento, combustíveis e materiais de construção. Aqui, a produção de energia para uso humano, incluindo os biocombustíveis, já compete com a produção de alimentos em muitas áreas.

Há muita energia na Terra, mas apenas uma parte pequena dela pode ser desviada da manutenção do próprio sistema planetário. [Imagem: Harald Desing et al. - 10.3390/en12244723]

Eletricidade como moeda universal

Para poder comparar ou somar os diversos potenciais de energias renováveis, os pesquisadores os converteram em equivalentes de energia elétrica.

Para fazer essa conversão, foram levadas em consideração as eficiências das tecnologias das usinas disponíveis hoje, já que faz diferença se a eletricidade é gerada a partir de energia solar, queima de madeira ou carvão ou energia hidrelétrica. Essas perdas de conversão reduzem a possível colheita de alguns potenciais de forma significativa.

O resultado do estudo é surpreendente: 99,96% da energia que chega à Terra vinda do espaço é necessária para alimentar o próprio sistema terrestre e a produção de alimentos - portanto, apenas 0,04% pode ser usado tecnicamente.

Embora pareça pouco, esse potencial ainda é cerca de dez vezes maior do que a demanda global de energia de hoje.

Um outro resultado, por outro lado, não é surpreendente quando olhamos para as perdas de conversão: Devemos preferir colher e usar a energia disponível por meio da conversão direta da energia solar. Afinal, quase todos os recursos de energia renovável - incluindo eólica, hidrelétrica e produção de biomassa - são, em última análise, movidos a energia solar. O uso direto de energia solar, portanto, significa menos etapas de conversão e, desta forma, menos perdas.



Outra tecnologia em desenvolvimento a ser considerada em futuros estudos inclui as células termovoltaicas, que geram eletricidade à noite aproveitando o frio do espaço. [Imagem: Masashi Ono]

Fotovoltaicos em todas as superfícies feitas pelo homem

Grande parte da energia do Sol poderia ser colhida de uma pequena porção dos desertos da Terra, mas isso é técnica e logisticamente problemático.

Assim, a equipe propõe que a energia solar deve ser colhida em superfícies já "tampadas" em todo o mundo, o que inclui telhados e fachadas, mas também estradas, ferrovias e estacionamentos. Essa área seria suficiente para alimentar uma sociedade global com o consumo de energia dos países desenvolvidos.

No entanto, se o interesse for elevar a demanda global de energia ao nível da demanda per capita atual na Suíça, será necessário usar áreas desérticas. Todos os outros potenciais de energia (por exemplo, eólico ou biomassa) são ordens de magnitude menores do que o uso direto de energia solar - e alguns recursos já estão sendo usados em demasia. No entanto, eles podem desempenhar um papel significativo localmente, especialmente porque podem reduzir a necessidade de capacidade de armazenamento de energia, um problema que não foi considerado neste estudo - a coleta de energia solar pela tecnologia fotovoltaica é ótima para o dia, mas não funciona à noite.

Então o caminho para uma sociedade sustentável em termos energéticos é tão simples quanto construir usinas solares em massa? Não é tão simples, é claro.

A equipe analisou apenas a primeira etapa - calcular o potencial de energia disponível. A quantidade real de energia disponível será menor: Os fatores limitantes incluem a disponibilidade de matérias-primas, mas também capital humano e financeiro, impactos ambientais durante a extração ou produção de matérias-primas, operação e descarte das usinas e a necessidade de infraestrutura adicional para distribuição e armazenamento de energia.

Os pesquisadores estão analisando agora como pode ser esse caminho para nos levar de uma sociedade baseada em combustíveis fósseis para uma sociedade solar. O sistema de energia solar não deve apenas ser grande o suficiente para atender à demanda global, mas também deve ser capaz de substituir o sistema de combustível fóssil com rapidez suficiente para evitar a catástrofe climática a tempo, adiantam eles.

Bibliografia:

Artigo: Powering a Sustainable and Circular Economy-An Engineering Approach to Estimating Renewable Energy Potentials within Earth System Boundaries
Autores: Harald Desing, Rolf Widmer, Didier Beloin-Saint-Pierre, Roland Hischier, Patrick Wäger
Revista: Energies
DOI: 10.3390/en12244723

Londrina está entre as regiões metropolitanas com maior potencial de geração de energia através do seu lixo urbano do brasil



A região metropolitana de Londrina aparece num levantamento realizado pela ABREN-Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos entre as capitais com maior potencial de geração de energia do seu lixo urbano.

De acordo com o último senso de 2019 a RM de Londrina tem em torno de 1.120 milhão de habitantes. Cada habitante gera por dia uma média de 820 gramas de lixo. Isso significa que a cidade produz por dia 920 toneladas de lixo por dia e perto de 382.000 toneladas por ano.

A cidade tem com esse volume um custo ambiental passa de 25 milhões de reais por ano com a saúde pública.

Esses números apontados no levantamento da ABREN mostram que a região metropolitana de Londrina é uma região com capacidade para receber a instalação de 2 plantas geradoras de energia com a transformação desses resíduos.

Essas plantas juntas poderiam gerar mais de 22 MWe de potência instalada, totalizando a produção de quase 179.000 MWh/Ano de energia elétrica. A cidade contaria ainda com investimentos de R$ 359 milhões por planta e a geração de 150 empregos diretos nas obras e prosseguimento implantado.

Produtores rurais miram na economia de energia e investem em painéis solares

Energia solar é econômica, segura e de fácil instalação. Maior vantagem é a economia de até 95% nos gastos com a conta de luz.

Produtores rurais miram na economia de energia e investem em painéis solares
Foto: Reprodução/TV TEM

A conta de energia cara, na cidade ou no campo, é uma preocupação constante. Por isso, na zona rural, muitos produtores estão tentando diminuir esse gasto investindo em painéis de energia solar.

A energia solar é econômica, segura e de fácil instalação A maior vantagem é a economia de até 95% nos gastos com a conta de luz.

O investimento deu tão certo que o produtor rural Osmair Ferazin quer ampliar a usina. Afinal, o maior consumo de energia na propriedade é relacionado a irrigação.

A energia gerada pelo sistema é fornecida para a rede da concessionária, que, por meio de um relógio, mede a relação entre consumo e geração de eletricidade. É a partir daí que se dá um esquema de compensação de crédito.


Desde outubro do ano passado, o produtor rural Flávio Manzatto também decidiu apostar nesse tipo de energia e viu uma oportunidade de economizar.

Produtores rurais miram na economia de energia e investem em painéis solares

Ele criou gado de leite por mais de 30 anos, mas este ano decidiu ficar só com os animais para corte. A energia elétrica é usada neste equipamento para triturar o milho e em várias outras atividades, no campo e na casa. Ele mora em Araçatuba (SP) e todo fim de semana vai para a propriedade da família.

O investimento de pouco mais de R$ 40 mil foi parcelado em 40 vezes. Hoje ele paga R$ 1.070 por mês, um valor bem abaixo do que gastava com a conta de energia.

Para quem é produtor e não possui o dinheiro necessário para começar a investir, existem soluções de crédito por meio de linhas de financiamento, como a de Flávio e a de Osmair.

A energia solar fotovoltaica garante um retorno de investimento entre quatro e seis anos e 25 anos de durabilidade nos painéis solares.

O produtor tem sempre que procurar soluções para reduzir os custos, fazer os cálculos e ver o que realmente compensa de acordo com a realidade de cada um.

Por Nosso Campo, TV TEM

Shenzhen inaugurará em 2020 a maior usina do mundo que transforma resíduos em energia

Escrito por Eric Baldwin | Traduzido por Camilla Sbeghen

A maior usina de geração de energia a partir de resíduos, de Schmidt Hammer Lassen e Gottlieb Paludan, deve ser inaugurada no ano que vem, nos arredores de Shenzhen, na China. A nova fábrica é feita para lidar com 5000 toneladas de resíduos por dia dentro de uma estrutura simples, limpa e icônica. Ela irá incinerar resíduos e gerar energia enquanto ensina os residentes sobre o ciclo de desperdício de energia. O projeto visa mostrar novos empreendimentos no setor de resíduos para energia da China e compartilhá-los com o mundo.


Com uma população de 20 milhões, Shenzhen produz 15.000 toneladas de lixo por dia, um número que está aumentando aproximadamente 7% ao ano. Para neutralizar isso, a nova usina da Shenzhen Energy não somente usa os processos tecnológicos mais avançados na incineração de resíduos, mas também atua como uma fonte de educação para os cidadãos. Em um único dia, a usina vai lidar com cerca de um terço dos resíduos gerados pelos habitantes de Shenzhen.


Os visitantes são convidados a acessar a fábrica por meio de um parque, cruzando uma ponte de entrada que se eleva até um hall e um centro de visitantes com vista para a maquinaria da usina.

O edifício apresenta uma forma circular para controlar o impacto da estrutura e a quantidade de escavação necessária para construir no local. O projeto organiza toda a fábrica, incluindo edifícios auxiliares, em um volume - quebrando o tradicional layout retangular das instalações industriais. O telhado de 66.000 m2 foi projetado para ser coberto por até 44.000 m2 de painéis fotovoltaicos, oferecendo a oportunidade para a fábrica não apenas fornecer uma maneira mais limpa de lidar com os resíduos da cidade, mas também contribuir para a provisão de energia renovável.

O trabalho de detalhamento do projeto começou no início de 2016 e a fábrica está programada para entrar em operação em 2020.

Prefeito de Ribeirão das Neves pede ajuda a Zema para abrir aterro e receber o lixo de 40 cidades

Romeu Zema (Novo) e Junynho Martins (DEM) | Crédito: Gil Leonardi/Imprensa MG

Dia 21 de maio, data em que o prefeito de Ribeirão das Neves, Junynho Martins (DEM), publicou nas redes sociais a imagem de uma carta entregue ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), para solicitar “atenção no tocante à liberação do novo aterro sanitário, situado na BR 040 – KM 505, divisa de Ribeirão das Neves com Esmeraldas, que aguarda licenciamento”.

O pedido de “autorização para o início das operações” do aterro sanitário que beneficiaria 40 cidades, feito pelo prefeito, indignou o movimento social “Acorda Neves”, o qual foi criado para a fiscalização do trabalho do executivo e do legislativo do município.

Carta postada nas redes sociais do Prefeito de Ribeirão das Neves | Fonte: Instagram

De acordo com um dos advogados do “Acorda Neves”, Gabriel Wirz, o movimento reconhece a necessidade de que cada município precisa dar destinação adequada a seus resíduos e que a possibilidade de um aterro controlado, dentro de todos os parâmetros, é útil.

Porém, quando o prefeito dá o aceite na carta para que o novo empreendimento de Parceria Público-Privada (PPP) seja responsável por receber o lixo de 40 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a pauta foge do interesse do cidadão.

Na postagem das redes sociais, o prefeito Junynho Martins (DEM) informa que “fazer de Ribeirão das Neves a cidade do desenvolvimento é a minha missão, e todas as oportunidades de buscar visibilidade e investimentos para a cidade, serão aproveitadas. Assim, vamos construindo um futuro promissor para o nosso município“.

Histórico de luta contra o aterro de Ribeirão das Neves

Desde 2014, a população, inspirada pelo movimento “Acorda Neves”, luta contra a possibilidade de um novo aterro nessas proporções, situado na divisa com a cidade de Esmeraldas. À época, houve o veto da ex-prefeita Daniela Corrêa ao Projeto de Lei 039-C/2015, de autoria do ex-vereador Juarez Carvalho, o qual autorizava o empreendimento.

Projeto de Lei do ex-vereador Juarez Carvalho | Fonte: Acorda Neves

Contudo, em março de 2016, os vereadores ativos da casa derrubaram o veto da ex-prefeita, o que abriu a oportunidade do município receber o lixo de estabelecimentos privados de gerenciamento de resíduos sólidos, desde que em local fora da região urbana e licenciado.

Antes das eleições de 2016, o próprio prefeito Junynho Martins (DEM) se dizia contrário em trazer o lixo de outros municípios para a cidade, e que somente entenderia como viável caso existisse alguma compensação do Estado.

Em 02 de maio de 2016, a prefeita Daniela Corrêa revogou e deu outras providências sobre a Lei Municipal 3.748, que dispunha sobre os resíduos sólidos no município de Ribeirão das Neves.

Uma dessas providências foi reestabelecer o vigor da Lei Municipal 3.106/2008 (efeito repristinatório), que proibia o “recebimento de resíduos de natureza domiciliar e/ou residencial proveniente de outros Municípios”.

Em 2019, o aterro controlado do Bairro Viena, em Justinópolis, foi desativado e o prefeito Junynho (DEM) ainda dizia, em entrevista a uma rádio local (Sintonia Neves), que não pretendia receber em um novo aterro o lixo de 30 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Entretanto, na última carta entregue à assessoria do governador Romeu Zema (Novo), o prefeito de Ribeirão das Neves assina que “com essa mudança, mais de 40 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte serão beneficiadas”.
O que mudou sobre o aterro de Ribeirão das Neves?

As justificativas do prefeito de Neves para o pedido de celeridade na liberação do empreendimento, que é proveniente da Parceria Público-Privada (PPP), são a redução dos custos aos cofres públicos (em torno de R$ 800 mil mensais) e o fomento de um meio ambiente mais sustentável e equilibrado para o município.

Conforme documento disponibilizado pelo advogado do movimento “Acorda Neves” e presente no portal de parcerias do governo, a concessionária envolvida no PPP, mediante contrato, é a Empresa Metropolitana de Tratamento de Resíduos S/A – EMTR.

A concessionária teria 30 anos de “concessão administrativa para a exploração dos serviços de transbordo, tratamento e disposição final de resíduos sólidos urbanos nos municípios convenentes da Região Metropolitana de Belo Horizonte e colar metropolitano, em conformidade com o disposto no edital de concorrência nº 02/2013 – Sedru”.

O Jornal Norte Livre buscou informações com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) sobre o processo de licenciamento na pasta, mas obteve a seguinte resposta:

“A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informa que não há processo de licenciamento protocolado para o município de Ribeirão das Neves na Superintendência de Meio Ambiente Central metropolitana (Supram Central) para a atividade indicada. A carta indica uma Parceria Público-Privada (PPP), porém sem nome de empreendedor ou outra referência que nos permita melhor avaliação.
Assim, sendo disponibilizadas outras informações, a demanda poderá ser atendida de forma mais adequada”.

A demanda foi detalhada e reenviada para a Semad, a qual ainda apura informações sobre os dados do contrato fornecido.

A matéria será atualizada com a nova resposta assim que entregue pela pasta.

EM TEMPO (23/06/2021): Nota enviada pela Semad

“Consta, no Sistema Integrado de Informação Ambiental (Siam), processo para a Empresa Metropolitana de Tratamento de Resíduos S/A – EMTR, com licença de operação concedida (LO) para o empreendimento operar o aterro com validade até 24/01/2029, conforme arquivo em anexo. Há, nos processos, documentos que comprovam a entrega de relatórios de atendimento às condicionantes impostas”.

O Jornal Norte Livre questionou, também, a Prefeitura de Ribeirão das Neves. Porém, desde o envio do e-mail, no dia 15 de junho, e sucessivas ligações, não obteve resposta para a demanda.

A assessoria da prefeitura retornou uma das ligações no dia 21 de junho e informou a tentativa de retorno na mesma data. Contudo, ainda não enviou respostas