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RN tenta superar obstáculos para explorar potencial da energia eólica


Posicionado na chamada “esquina do continente”, o Rio Grande do Norte é responsável pela maior produção de energia eólica do Brasil, pouco mais de 30% do total, mas ainda patina nas tentativas de aproveitar todo o seu potencial e colocar a eletricidade gerada a partir dos ventos como alternativa real no país — uma oportunidade reforçada após o apagão da última semana.

Investidores do setor alegam que o atraso na construção de linhas de transmissão e uma estrutura melhor no porto de Natal para escoar equipamentos que compõem os parques eólicos são empecilhos para o desenvolvimento.

O RN possui 67 parques eólicos, que produzem comercialmente 1,79 gigawatts de energia, segundo levantamento do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energias Renováveis (Cerne). Dos mais de 130 gigawatts produzidos no país, a imensa maioria vem de hidrelétricas e termelétricas. Os parques eólicos no Brasil inteiro ainda respondem por uma parcela de 3,5%, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Na Dinamarca – país tido como referência no setor – esse índice chega a 43%. A meta do país, de acordo com a Agência de Energia Dinamarquesa, é chegar a 2050 produzindo somente energia e calor limpos, eliminando as emissões de dióxido de carbono. Lá, o problema das linhas de transmissão foi resolvido com a construção de cabos subterrâneos.

O Brasil planeja aumentar a produção de energia por fontes renováveis. Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia 2023, do Ministério de Minas e Energia, as energias eólica e solar devem registrar crescimento de 8% nos próximos anos.

Vantagens ambientais

Hugo Alexandre, diretor executivo da Bioconsultants, empresa que presta consultoria ambiental para empresas de energia eólica, diz que termelétricas e hidrelétricas de fato geram mais eletricidade. Mas o diferencial da energia gerada a partir dos ventos está atrelado aos impactos ambientais.

“Toda e qualquer atividade vai gerar impacto, principalmente se for na geração de energia. O importante é sempre tentar casar a geração de energia com a nova política mundial colocada, que é a política da sustentabilidade”, afirma Hugo Alexandre. Com base nessa ideia, ele compara a geração de energia eólica com as demais fontes da matriz energética.

Alexandre detalha que os parque eólicos ocupam uma média de 30% a 40% das terras em que são instalados, não geram resíduos e causam pouco desmatamento se comparado às demais fontes da matriz energética. “A eólica convive com outras atividades como pecuária, agricultura e preservação do meio ambiente. É comum você ter em cima as torres gerando em cima e as plantações embaixo. A comunidade e o proprietário da terra podem utilizar a área tranquilamente”, conta.

Bacia dos ventos

A vocação natural do RN se explica pela localização na “esquina do continente”. O diretor-presidente do Cerne, Jean-Paul Prates, explica que o estado fica no caminho de uma bacia de ventos e é provavelmente um dos melhores lugares do mundo para a energia eólica. “É uma formação regular de ventos que vêm do Atlântico Sul, batem na costa africana e acabam na ponta do Brasil, onde o RN está”, observa.

Especializada em energias renováveis, a empresa francesa Voltalia foi uma das que aterrissou no Rio Grande do Norte para explorar os ventos. Com 15 projetos contratados por meio de leilões organizados pelo governo federal, o diretor geral da empresa, Robert Klein, afirma que os investimentos não devem parar por aí.

“Já investimos cerca de R$ 400 milhões e no conjunto de todos os projetos devemos chegar a um valor entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2 bilhões. Queremos ampliar os parques e estamos estudando participar de novos leilões”, afirma.

Voltalia iniciou operação do parque eólico de Areia Branca no fim do ano passado (Foto: Divulgação/Voltalia)

A Voltalia iniciou em novembro deste ano a operação comercial de um dos três projetos do complexo eólico de Areia Branca, no litoral Norte potiguar. A empresa já começou a construção de oito parques nos municípios de Serra do Mel e São Miguel do Gostoso, também no litoral Norte. Outras quatro usinas estão contratadas para serem implantadas em Serra do Mel.

Expansão

As empresas que atuam no Rio Grande do Norte planejam se expandir no estado. Levando em conta a operação de todos os projetos, está prevista para os próximos anos a geração de mais de 4 gigawatts, segundo previsão da Aneel.

Atualmente, o destaque fica por conta da região do Mato Grande, onde estão os municípios de João Câmara e Parazinho, cidades com a maior parte dos projetos funcionando comercialmente, além dos parques em construção e contratados.

Fora as regiões localizadas no litoral ou próximas dele, o estado também possui projetos em construção em regiões serranas, onde a força e constância dos ventos são influenciadas não pela proximidade do mar, mas sim pela altitude. A região chamada de Serra de Santana, onde estão as cidades de Lagoa Nova, Bodó, Santana do Matos, Florânia e Tenente Laurentino Cruz, também aparece no mapa eólico do estado.

O processo

Toda a energia produzida, independente da fonte, vai para as redes do Sistema Interligado Nacional. O diretor de Energia Eólica do Cerne, Milton Pinto, costuma fazer uma analogia para explicar a distribuição da energia no país.

“É semelhante a uma grande piscina em que as fontes jogam água. Cada uma joga um tipo de água. A água da piscina será um mistura de cores que representa energia elétrica consumida no final”, diz.

O processo de geração de energia eólica começa quando o vento atinge o aerogerador. De acordo com o professor Alexandro Vladno, coordenador do curso de energias renováveis do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), o fluxo de ar faz as pás girarem, gerando um movimento mecânico.

Rocha acrescenta que um gerador transforma a energia mecânica em elétrica. A eletricidade então segue para o transformador e é adequada para entrar na rede elétrica. Na subestação, o nível de tensão é adaptado para chegar ao consumidor.

Atrasos em linhas de transmissão

Dono da maior potência eólica instalada em todo o país, o Rio Grande do Norte tem como principais concorrentes para atrair projetos os estados da Bahia, Ceará e Rio Grande do Sul. A presidente da Associação Brasileira Energia Eólica, Elbia Melo, explica que os leilões têm se tornado cada vez mais competitivos e que a questão da infraestrutura tem pesado.

No caso do RN, a perda de espaço em alguns leilões tem uma causa específica apontada por especialistas: o atraso na entrega das linhas de transmissão – responsáveis por levar a energia gerada nas usinas para as redes distribuidoras da eletricidade.

Embora acredite que a demora na entrega das linhas tenha sido um fator de desequilíbrio em leilões pontuais, a presidente da Abeeólica não acha que os dados sejam tão relevantes.

“Os leilões estão extremamente competitivos. Vencem os que possuem melhores condicões de infraesturura, onde entram as linhas de transmissão. Esse atraso colocou o Rio Grande do Sul um pouco a frente dos estados do Nordeste em alguns leilões porque lá as linhas de transmissão já estavam construídas”, analisa Elbia Melo.

Logística

A infraestrutura do Rio Grande do Norte para receber os projetos também é um dos alvos de questionamentos nas discussões sobre energia eólica. O material usado na construção dos parques chega em navios e é transportado em carretas, que acompanhadas pela escolta de batedores, chegam até os empreendimento para serem montados. Por serem equipamentos pesados, as torres e pás usadas nos aerogeradores precisam de espaço para serem escoados. É aí onde, segundo investidores, reside um dos problemas.

Por estar localizado em um bairro de ruas estreitas como a Ribeira, na Zona Leste da capital, o porto de Natal exige uma logística mais complexa para o transporte dos equipamentos.

“É um porto confinado por terra”, afirma o diretor geral do Cerne, Jean-Paul Prates. A falta de espaço também impede o desenvolvimento da cadeia produtiva no entorno, como acontece nos portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco, constantemente escolhidos como pontos de transporte de carga dos parques eólicos instalados no RN.

Para a presidente da Abeeólica, Elbia Melo, a questão portuária é o que falta para um salto ainda maior do Rio Grande do Norte no setor. “Não é um porto adequado para este tipo de operação. São máquinas grandes, pesadas e que requerem um cuidado especial. A logística é um ponto muito importante. Tanto que os portos maiores atraem muitos fabricantes de equipamento. O porto de Natal não tem condições físicas para receber o tipo de carga que um empreendimento eólico movimenta”, opina.

Fonte: Canal BioEnergia

O que é Energia Eólica


A energia eólica diz respeito à transformação da energia do vento em energia útil, é uma forma de obter energia de forma renovável e limpa, uma vez que, não produz poluentes.

A energia eólica é uma fonte de energia que está permanentemente ao dispor do Homem.

O vento consiste num fluxo de gases em grande escala, proporcionando variações significativas ao longo do ano. Este movimento do ar em decorrência do aquecimento irregular da atmosfera pela radiação solar pode ser transformado em energia útil.

Este processo é conhecido como energia eólica e é usado para produzir energia mecânica através de moinhos de vento, produzir eletricidade ou impulsionar os veleiros através de velas. A energia eólica é renovável, limpa e é uma alternativa aos combustíveis fósseis, estando permanentemente disponível em qualquer região no Mundo.

A energia eólica “surgiu” com a crise do petróleo, nos anos 70. Um pouco por toda a Europa foi-se sentindo medo devido à escassez do petróleo, o que levou a procurar outras fontes de energia. No entanto, a origem da energia eólica não se situa exatamente na década de 70.

A origem da energia eólica é muito mais remota. Desde a antiguidade que se percebeu a força do vento. O vento era aproveitado nos barcos que se moviam impulsionados por este através de velas.

Os próprios moinhos trabalhavam graças à força do vento. Bombear água ou moer grãos para obter farinha eram conseguidos graças à energia do vento.

Como funciona a energia eólica

A energia do vento é transformada em energia elétrica através de um equipamento chamado turbina eólica (ou aerogerador), os quais incluem hélices que se movimentam com a velocidade do vento.

Um sistema eólico pode ser usado em três sistemas diferentes:
  • Sistema isolado: sistemas que se encontram privados de energia elétrica proveniente da rede pública, sendo utilizados para abastecer certas regiões;
  • Sistema híbrido: sistemas que produzem energia elétrica em simultâneo com mais de uma fonte, nomeadamente painéis fotovoltaicos ou turbinas eólicas;
  • Sistema interligado à rede: sistemas que inserem a energia produzida por eles mesmos na rede elétrica pública.
A energia do vento pode, portanto, ser aproveitada e transformada em energia elétrica e mecânica.

Hoje em dia, a energia do vento é essencialmente aproveitada para produzir eletricidade. Esta transformação é conseguida através de aerogeradores. Os aerogeradores são colocados estrategicamente em zonas ventosas, que normalmente são em zonas de maior altitude.

O vento forte é capaz de rodar as pás de uma turbina. Um aerogerador comunica com um eixo central e este, por sua vez, é acoplado a uma caixa multiplicadora (Gearbox) onde a velocidade de rotação é incrementada, segundo características específicas de cada fabricante.

Os aerogeradores possuem um sistema capaz de controlar a velocidade do rotor de forma a manter uma velocidade estável com a variação da velocidade do vento. os mais elevados e for demasiado forte, impede a rotação muito rápida do aerogerador. O gerador ligado ao transmissor mecânico produz energia elétrica.

Uma concentração ou aglomerado de aerogeradores denomina-se de parque eólico, sendo utilizados para produzir energia elétrica, geralmente para alimentar localidades remotas e distantes da rede de transmissão.

Existem dois tipos de parques eólicos, onshore e offshore, os parques eólicos onshore encontram-se localizados em terra ao largo da costa marítima ou no interior. 

Os parques eólicos offshore são parques onde os aerogeradores são instalados no mar. 


Energia eólica no Brasil

O Brasil apresenta uma grande potencial eólico, sobretudo nas regiões sudeste, nordeste e sul do país. Infelizmente, o aproveitamento do seu potencial é pequeno, mas representa uma importante fonte de complementação à energia hidroelétrica, da qual o Brasil é fortemente dependente.

Com a criação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) em 2002, o setor elétrico no Brasil apresentou um rápido crescimento. Este incentivo proporcionou a instalação de novos geradores em diversas locais e, no final de 2006, o país já tinha uma capacidade de produção de 237 MW.

No ano 2013, o Brasil encontrava-se na 13ª posição no ranking dos países com maior produção de energia eólica, tendo obtido uma capacidade de 1000 MW em 2011, suficiente para abastecer 400 mil habitações.

A grande expetativa no Brasil é que, em 2020, possam ser extraídos cerca de 20 GW.


Um dos grandes inconveniente a apontar à energia eólica é a poluição sonora. As turbinas não são de todo silenciosas e o desconforto pode fazer-se sentir, mesmo a grandes distâncias. Mas até esta desvantagem está a ser minimizada pela tecnologia, com uma diminuição do ruído provocado pelos aerogeradores de última geração.

A poluição visual é uma outra desvantagem apontada apenas por alguns. Não é portanto um ponto unânime. Há quem considere que um parque eólico tem grande impacto visual e há quem não considere.

Vantagens da energia eólica
  • Diminuição da dependência de combustíveis fósseis
  • Redução da emissão de dióxido de carbono na atmosfera
  • É inesgotável
  • Ótima rentabilidade de investimento (em cerca de 6 meses recupera a energia gasta com a instalação e manutenção)
  • Geração de emprego nas regiões

Desvantagens da energia eólica
  • Poluição visual, visto que parques eólicos são instalados em áreas livres para aproveitar da melhor forma os ventos
  • Poluição sonora proveniente do funcionamento dos equipamentos pode ser perturbador para a população local
  • Impactos sobre a fauna, nomeadamente a colisão de morcegos e aves
  • Variações significativas da velocidade do vento ao longo do ano, ou seja, nem sempre o vento sopra quando a eletricidade é necessária em determinado local


Perante as metas ambientais traçadas para cada país são cada vez mais os países que apostam em energias renováveis, sendo a eólica alvo de grande atenção. Esta forma de energia renovável apresenta um crescimento superior a 25% por ano, a nível global.

Mas não é só a Europa que aposta na energia eólica. São mais de 80 países que contam já com a energia do vento para produzir parte da eletricidade de cada nação.

Geração de energia eólica cresce 154% em relação a julho de 2013

As fontes de energia renováveis registraram nova expansão dentro da matriz energética nacional. No mês de julho, as usinas eólicas responderam pela geração de 2,75% do total gerado no Sistema Interligado Nacional (SIN): 1.594 MW médios. O crescimento é de 154% em relação a julho do ano passado.

Além das eólicas, tiveram destaque no mês as térmicas a óleo e bicombustíveis, que geraram 2.601 MW médios, representando 368,8% de acréscimo na variação anual (entre julho de 2013 e julho de 2014). Se comparada com junho, a produção dessas usinas apresentou alta de 13% .

Os dados constam do Boletim de Operação das Usinas, publicação mensal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) que apresenta os principais resultados de capacidade, garantia física e produção das usinas elétricas do País.

INVESTIMENTOS

De acordo com declarações recentes do presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica), Elbia Melo, o setor de energia eólica vai investir cerca de R$ 15 bilhões em 2014 e a perspectiva é manter este patamar de investimentos nos próximos anos, incluindo a participação nos leilões de energia promovidos pelo governo. 

Em dez anos, a energia eólica deve corresponder a 11% da matriz energética brasileira, segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Fonte: Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

Alstom inicia terceiro turno em fábrica na Bahia


Com a mudança, a capacidade local de fabricação e montagem subirá de 600 MW para 900 MW por ano.

A Alstom anunciou a adoção do terceiro turno em sua fábrica localizada em Camaçari (BA), voltada ao atendimento da demanda proveniente da instalação de novos projetos eólicos no País. Com isso, a capacidade local de fabricação e montagem subirá de 600 MW para 900 MW por ano. A fábrica foi inaugurada em 2011, com capacidade de produção de 300 MW, mas já no ano seguinte dobrou o ritmo de trabalho.

A Alstom prevê investimento adicional de 3 milhões de euros na adequação das operações em Camaçari ao longo dos próximos quatro meses. O ritmo das atividades da fábrica da Alstom acompanha a evolução da geração de energia a partir de complexos eólicos, reflexo do êxito desses projetos nos leilões de energia realizados nos últimos anos.

Ao final do mês passado, eram 153 as usinas eólicas em operação no Brasil. Em agosto de 2013, o País possuía 85 usinas eólicas em operação, segundo boletim mensal divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).A capacidade instalada de energia eólica no Brasil, incluindo projetos que ainda não estão em operação em função de problemas com linhas de transmissão, deve atingir a marca de 7 GW até o final do ano, conforme projeções da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).


O número é praticamente o dobro da capacidade instalada no País ao final de 2013.

"Esta expansão demonstra o compromisso da Alstom em construir um cluster eólico no estado da Bahia e em ajudar o mercado brasileiro a ter uma matriz energética sustentável e ecologicamente correta", destacou em nota o vice-presidente responsável pela energia eólica da Alstom na América Latina, Pierre-François Chenevier.

A Alstom, além do complexo baiano, inaugurou no ano passado sua primeira fábrica de torres eólicas na América Latina, na cidade de Canoas (RS).

A expectativa da Alstom é gerar aproximadamente 50 postos de trabalho com a criação do terceiro turno em Camaçari, onde são produzidos naceles e hub, equipamentos utilizados na confecção dos aerogeradores.

Eólica faz Brasil dobrar redução de CO2 em 2014


A geração de energia eólica no Brasil evitou a emissão de um milhão de toneladas de CO2 na atmosfera no primeiro semestre de 2014 e contribuirá para que o país chegue ao final do ano com um recorde de 3,25 milhões de toneladas mitigadas - duas vezes mais do que o total reduzido em 2013 (1,6 milhão de toneladas). Os dados são da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).

A estimativa do setor é que a redução da poluição do ar graças à energia eólica se intensifique nos próximos anos porque o país está investindo pesadamente no setor. Em média, são R$ 15 bilhões anualmente na construção de parques eólicos, expandindo de forma significativa a geração desse tipo de energia e contribuindo para reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera.

“O Brasil é um dos países que mais está expandindo sua capacidade eólica no mundo”, observa Élbia Melo, presidente da Abeeólica. Com o aumento do investimento, o mercado brasileiro está se tornando cada vez mais atraente a investidores externos. “Até 2018, deveremos gerar 120 mil postos na cadeia produtiva como um todo, desde a fabricação até a instalação dos aerogeradores”, afirma Élbia.

As regiões brasileiras com melhores condições para receber parques eólicos são o Nordeste e o Sul.


Energia eólica tem futuro promissor no Nordeste


Roberto Temperini - Região que registra ventos fortes e constantes, o Nordeste brasileiro tem um futuro promissor na oferta de energia eólica. Abrigando mais de 70% da potência instalada em operação da fonte, outros 2.796 MW - quase uma usina de Santo Antônio, no rio Madeira - estão em construção.
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A transmissão vinha sendo o calcanhar de aquiles do desenvolvimento eólico na região. Um descasamento no cronograma de obras que iriam escoar energia eólica para o sistema interligado nacional criou a estranha situação de se ter parques eólicos prontos para funcionar, mas sem ter como transmitir a energia. Mas isso é passado.

"A entrada da SE Igaporã no último dia 29 foi um grande passo para resolver essa questão. Em 2013, o governo mudou a metodologia do leilão, transferindo a responsabilidade da transmissão para os donos dos parques e esse descasamento não vai mais ocorrer", comemora a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Élbia Melo.

Outra questão que foi alvo de discussão foi o meio ambiente. Apesar de ser uma fonte limpa e renovável, a energia eólica sofreu restrições ambientais sobretudo para instalação em regiões litorâneas, rota migratória de aves. Em razão disso, as usinas estão indo para o interior, onde os ventos são tão bons ou até melhores do que os do litoral.

A ida para o interior nordestino, para áreas geralmente pouco desenvolvidas economicamente, está levando investimentos para lá. A construção dos parques exige toda uma cadeia de suprimento e de mão de obra que está rendendo dividendos para essas regiões. "A interiorização das eólicas é bem vinda", avalia Adão Linhares, presidente da Câmara Setorial de Energia Eólica do Ceará.

Fabricantes de equipamentos, transporte, refeição, operação e manutenção dos parques, escolas técnicas, tudo isso traz desenvolvimento às regiões onde as eólicas são instaladas, sobretudo empregos. "Cada megawatt produzido pode abastecer com energia até mil famílias, gera dez empregos diretos e 15 indiretos na fase de construção e gera de 2 a 3 empregos diretos e indiretos nas fases de operação e manutenção dos parques", mostra o diretor-geral do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates, que calcula que o segmento já tenha gerado 50 mil empregos no país e que vai gerar mais 3 a 4 mil ao ano.

Para continuar levando desenvolvimento às regiões, entretanto, alguns gargalos precisam ser resolvidos. Um deles é a infraestrutura. Estradas sem capacidade de receber equipamentos de grande porte ou mal conservadas, pontes estreitas e falta de ferrovias são fatores que encarecem os projetos, pois exigem soluções alternativas.

A Abeeólica montou um grupo de trabalho para pensar essas questões e trazer soluções. A associação espera apresentar em três meses um estudo sobre os custos e a competitividade da cabotagem para transporte de equipamentos eólicos. Outras questões também são analisadas. "Na Bahia identificamos que não havia escolta pública suficiente para acompanhar o transporte dos equipamentos. O governo da Bahia então permitiu o uso de escoltas privadas, agilizando o processo", conta Élbia.

As 105 usinas em construção na região estão localizadas na Bahia, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Pernambuco. A maior parte é de usinas de alta ou média viabilidade, segundo o relatório de fiscalização mensal da Agência Nacional de Energia Elétrica. Isso significa que esses projetos estão com questões cruciais como início das obras e licença ambiental equacionadas ou com obras não iniciadas ou licenciamento ambiental em andamento, respectivamente.

O Estado que abriga a maior potência instalada em empreendimentos eólicos em construção é o Rio Grande do Norte, com 1.300 MW, distribuídos em 43 projetos. Conta com outros 1.200 MW em funcionamento e é também o primeiro nesse quesito. "Somos a maior matriz eólica do Brasil, com 45,49% da energia produzida a partir da fonte", diz Prates.

Os potiguares também têm os dois maiores parques do país - Santa Clara e Ventos Potiguares, com 188 MW e 169,6 MW, respectivamente - mas devem perder esse posto entre julho e agosto para um parque da Renova, na Bahia, de 294,6 MW.

A Bahia também tem se destacado e disputa com o Rio Grande do Norte a liderança no segmento. O Estado tem o maior número de projetos inscritos no leilão A-5 - entrega da energia cinco anos à frente - que o Ministério de Minas e Energia vai promover no dia 12 de setembro. São 255 eólicas, uma capacidade de 6.291 MW. O Rio Grande do Norte, 3.427 MW. Esses projetos ainda vão passar pelo crivo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

O ambiente do segmento eólico é muito competitivo, tanto entre os investidores quanto entre os Estados. Nesse último caso, a fórmula que deu certo foi a atuação do governo estadual no sentido de resolver os principais gargalos.

GERAÇÃO EÓLICA TEM AUMENTO DE 7,8% EM FEVEREIRO DE 2014

O Brasil gerou mais de energia eólica do que o registrado no mesmo mês de 2013.


O Brasil gerou, em fevereiro, 7,8% a mais de energia eólica do que o registrado no mesmo mês de 2013, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Dos 734 megawatts (MW) gerados a partir do vento pelas 91 usinas desse tipo em operação no país, 71% (ou 521 MW médios) têm como origem no Nordeste. A Região Sul está em segundo lugar, com 28% de participação na geração (203 MW médios).

Desde fevereiro de 2013, foram agregadas mais 12 usinas eólicas às 79 que operavam no Sistema Interligado Nacional. Com isso, a capacidade total instalada desse tipo de fonte energética apresentou crescimento de 17,3% no período, chegando a 2.250 MW.

As eólicas brasileiras têm um fator de capacidade médio (proporção entre a geração efetiva e a capacidade total) de 33% – mesmo índice obtido pelos Estados Unidos, considerado bom por se tratar de uma fonte de menor estabilidade. Na China, a média registrada é 18%; na Alemanha, 19%; e na Espanha, 24%. Em nota, a CCEE informa que esses números colocam o Brasil “à frente de países com grande potencial na modalidade”.

O Nordeste foi a região brasileira que apresentou maior crescimento anual da capacidade instalada para essa fonte energética: 1.461 MW – um salto de 20,2% em comparação a fevereiro de 2013. Os estados com maior participação na geração média em fevereiro são o Ceará (243 MW médios), o Rio Grande do Sul (150 MW médios), o Rio Grande do Norte (143 MW médios), a Bahia (105 MW médios) e Santa Catarina (50 MW médios).

Fonte: Ambiente e Energia

ABEEulos avalia que o Brasil precisa de uma política de longo prazo para a energia eólica

China teve expansão acelerada da base eólica instalada, permitindo atração de investimentos àquele país, observa Pedro Perrelli.


O Brasil ainda precisa de uma política clara e de longo prazo para a geração eólica, que sinalize um horizonte de negócios para a fonte energética, a fim de consolidar a participação no mercado de energia nacional, na avaliação da Associação Brasileira de Energia Eólica. Segundo o especialista Pedro Perrelli, da ABEEólica, foi por esse caminho que outros países atraíram investimentos e desenvolveram a fonte eólica, como China, Índia e países europeus. Perrelli destacou dados do Global Wind Energy Council, segundo os quais a China aparece em quarto lugar no ranking dos dez países com maior capacidade eólica instalada.

O país asiático possui 12.210 MW, atrás apenas dos Estados Unidos (25.170 MW), Alemanha (23.903 MW) e Espanha (16.754 MW). Além disso, destacou, a China foi o segundo país em outra lista, na qual figuram os países com maior expansão eólica em 2008 – em outras palavras, países com usinas instaladas em 2008. "Há cinco anos a China tinha menos de 1 mil MW instalados", observou Perrelli. "É o primeiro ano na história que entre os três primeiros com maior capacidade eólica estão países de fora da Europa", completou.

Perrelli salientou que a definição de uma política clara de uso da geração pelos ventos pode dar escala à indústria como um todo, que inclui fabricantes de equipamentos, projetistas, geradores e consumidores. Na Espanha, explicou, o maior volume de produção significou redução do custo do MWh. Para o executivo, uma das necessidades está na formulação mais adequada de uma metodologia de equiparação do custo do MW instalado com outras usinas.

Apesar dos entraves, o executivo observa que o país encontra-se em fase de consolidação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, considerado pioneiro no estímulo à geração limpa. O programa, analisa, permitiu que o país redescobrisse o potencial das pequenas centrais hidrelétricas e incentivasse o uso da biomassa do bagaço de cana, além de permitir a inserção das eólicas na matriz. A questão eólica foi tema de audiência na Comissão Especial de Fontes Renováveis de Energia da Câmara de Deputados, da qual Perrelli participou e que contou com a presença o secretário-executivo do Conselho Global de Energia Eólica, Steve Sawyer.