ABEEulos avalia que o Brasil precisa de uma política de longo prazo para a energia eólica

China teve expansão acelerada da base eólica instalada, permitindo atração de investimentos àquele país, observa Pedro Perrelli.


O Brasil ainda precisa de uma política clara e de longo prazo para a geração eólica, que sinalize um horizonte de negócios para a fonte energética, a fim de consolidar a participação no mercado de energia nacional, na avaliação da Associação Brasileira de Energia Eólica. Segundo o especialista Pedro Perrelli, da ABEEólica, foi por esse caminho que outros países atraíram investimentos e desenvolveram a fonte eólica, como China, Índia e países europeus. Perrelli destacou dados do Global Wind Energy Council, segundo os quais a China aparece em quarto lugar no ranking dos dez países com maior capacidade eólica instalada.

O país asiático possui 12.210 MW, atrás apenas dos Estados Unidos (25.170 MW), Alemanha (23.903 MW) e Espanha (16.754 MW). Além disso, destacou, a China foi o segundo país em outra lista, na qual figuram os países com maior expansão eólica em 2008 – em outras palavras, países com usinas instaladas em 2008. "Há cinco anos a China tinha menos de 1 mil MW instalados", observou Perrelli. "É o primeiro ano na história que entre os três primeiros com maior capacidade eólica estão países de fora da Europa", completou.

Perrelli salientou que a definição de uma política clara de uso da geração pelos ventos pode dar escala à indústria como um todo, que inclui fabricantes de equipamentos, projetistas, geradores e consumidores. Na Espanha, explicou, o maior volume de produção significou redução do custo do MWh. Para o executivo, uma das necessidades está na formulação mais adequada de uma metodologia de equiparação do custo do MW instalado com outras usinas.

Apesar dos entraves, o executivo observa que o país encontra-se em fase de consolidação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, considerado pioneiro no estímulo à geração limpa. O programa, analisa, permitiu que o país redescobrisse o potencial das pequenas centrais hidrelétricas e incentivasse o uso da biomassa do bagaço de cana, além de permitir a inserção das eólicas na matriz. A questão eólica foi tema de audiência na Comissão Especial de Fontes Renováveis de Energia da Câmara de Deputados, da qual Perrelli participou e que contou com a presença o secretário-executivo do Conselho Global de Energia Eólica, Steve Sawyer.

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