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Brasil tenta proteger os direitos adquiridos na atualização das regras de geração distribuída

O Parque Solar Fotovoltaico em Inés Indart, na Argentina, foi realizado no âmbito do Programa de Geração Distribuída Renovável promovido pela Proinged. Fonte: Cooperativa Limitada de Consumo de Energia Elétrica da Salto.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), apoiada pela ABSolar, reafirma o compromisso do regulador de preservar os direitos adquiridos dos consumidores que já possuem uma instalação fotovoltaica de geração distribuída.

Durante o debate sobre a geração distribuída no Brasil, Daniel Vieira, assessor da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), ele reafirmou o compromisso do regulador para preservar os direitos adquiridos dos consumidores que já têm um sistema fotovoltaico geração distribuída.

Segundo Vieira, a atualização da Resolução Normativa nº 482 da ANEEL, que permite aos consumidores gerar e consumir energia própria a partir de fontes renováveis ​​com maior liberdade e economia, só entrará em vigor quando o Brasil atingir um nível mínimo de participação. a geração distribuída na matriz elétrica nacional.

"Mudanças nas regras de geração distribuída no Brasil, deverá ser publicado no segundo semestre deste ano, só será válida para novas conexões no Brasil, garantindo assim a segurança jurídica e contratos dos pioneiros que acreditaram nesta tecnologia "Vieira disse durante uma reunião convocada pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar) em São Paulo na semana passada. Um dos temas centrais da discussão foi o modelo de valoração da eletricidade e os benefícios da microgeração e da minigeração solar fotovoltaica distribuída para o setor elétrico, a sociedade brasileira e o desenvolvimento sustentável do país.

Ao longo do processo de debate regulatório, a ABSolar orientou a discussão sobre microgeração e microgeração solar fotovoltaica distribuída a partir de uma avaliação de alto nível, focada nos benefícios proporcionados à sociedade brasileira como um todo. "Na última audiência pública, as equipes técnicas da Aneel incorporaram corretamente vários dos atributos positivos da geração distribuída na metodologia de análise, comparando esses atributos com os possíveis custos existentes", lembrou o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia. Segundo ele, apesar de ser um bom começo, o projeto continua incompleto. "Há uma necessidade de melhorias, como ajustar premissas importantes e incorporar os outros benefícios relevantes que a geração distribuída adiciona ao país que ficaram de fora da análise", explicou.

Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSolar, lembrou que embora a geração distribuída esteja finalmente começando a crescer no país, o Brasil está muito atrás do mundo. "Portanto, ainda é cedo demais para qualquer mudança na norma. A geração solar fotovoltaica distribuída trouxe liberdade e escolha para menos de 75.000 usuários dos mais de 84 milhões de consumidores que ainda dependem de distribuidores. Em outras palavras, não representa nem metade de uma gota em um oceano de brasileiros cada vez mais pressionados por altas tarifas ”, disse Koloszuk.

De acordo com Barbara Rubim, vice-presidente de Geração Distribuída ABSolar, atualizar o marco regulatório deve considerar amplamente, energia, benefícios elétricos, econômicos, sociais e ambientais. "Além de reduzir as perdas na transmissão e distribuição e reduzir a capacidade, é necessário considerar, por exemplo, adiando investimentos em transmissão e distribuição de energia eléctrica, efeito bairro rede de alívio, gerando empregos, diversificação da matriz elétrica e redução das emissões de gases de efeito estufa, entre outros ", concluiu.

sistemas fotovoltaicos instalados no Brasil sob o quadro regulamentar para a geração distribuída, que inclui todas as instalações que não excedam 5 MW em tamanho, alcançou 501,9 MW no final de dezembro de 2018, de acordo com estatísticas publicadas pelo ABSolar .

Recife tem 1º posto de combustível do país a utilizar energia solar

Para instalar a central, o dono contou com o crédito de R$ 300 mil adquirido junto ao programa Pernambuco Solar do Governo do Estado.

Foto: Rádio Jornal

A energia elétrica figura entre um dos principais vilões no orçamento do brasileiro em tempos de crise econômica. Mas, como baixar a conta se nem sempre é possível diminuir o consumo? Uma das soluções para as empresas é substituir a fonte de energia elétrica pela a solar, como fez o proprietário de um posto de combustíveis na Zona Norte do Recife. 

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o estabelecimento é o primeiro do país a ser alimentado por esse recurso. Para instalar a central, o dono contou com o crédito de R$ 300 mil adquirido junto ao programa Pernambuco Solar do Governo do Estado. O investimento deve ser pago em oito anos. 

A partir de agora, a conta de energia do posto, que antes chegava a R$ 4 mil, pode zerar dependendo da captação. O empresário, Fábio Lucena, relata os atrativos que o fizeram aderir a este empreendimento. “O que mais me atraiu, além da consciência socioambiental, é o fato econômico. Hoje, o nosso projeto traz mais retorno do que o gasto com ele em si”, destacou. 

O programa Pernambuco Solar inaugurado no ano passado tem R$ 5 milhões disponíveis em créditos para empresas dos setores industrial, agroindustrial, comercial e de serviços, além de produtores rurais, cooperativas e associações. 

Para o secretário da Micro e Pequena Empresa, Evandro Avelar, em breve vai ter fila de espera para crédito no programa. Informações sobre como solicitar o crédito no www.energia.pe.gov.br.

Aneel converte dívida de R$ 3 bi da Eletrobras em crédito


A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu ontem transformar uma dívida bilionária da Eletrobras em créditos. No lugar da empresa pagar R$ 3 bilhões, a estatal irá receber esse mesmo valor. O dinheiro será pago por um fundo do setor elétrico abastecido com recursos da conta de luz e pelo Tesouro Nacional.

A medida da Aneel se refere a custos embutidos nas tarifas e usados para bancar o gasto com combustível de usinas termelétricas em regiões isoladas do país. No ano passado, o governo editou uma medida provisória (MP) que autorizou a estatal a ter reembolsadas despesas para compra de combustíveis realizadas por sua subsidiária no Amazonas. A MP foi editada em novembro para facilitar a venda dessa e de outras cinco distribuidoras da Eletrobras.

PAGAMENTO ATÉ 2021

Fiscalizações realizadas pela Aneel apontaram irregularidades nos gastos das distribuidorado Amazonas coma compra de combustíveis entre 2009 e 2016. Segundo a Aneel, a Amazonas Energia compro umais combustível do que o recomendado para as usinas e pagou valores mais altos do que os praticados por postos do varejo. Na fiscalização, o órgão regulador mandou a distribuidora devolver R$ 3 bilhões ao fundo setorial.

Para ajudar no processo da venda da Amazonas e atrair investidores, o governo decidiuflexibilizaras normas para permitir o reembolso das despesas, uma parte por meio das tarifas e outra parte por meio do Tesouro Nacional.

Agora, após recálculo da Aneel, a Eletrobras passou a ter o direito de receber R$ 1,6 bilhão do fundo e $ 1,35 bilhão do Tesouro. O índice de correção será discutido entre a Eletrobras e a pasta. O pagamento poderá ser feito até 2021 e de forma parcelada.

Debate sobre geração distribuída e alteração da resolução 482/2012 da Aneel divide setor


Se em uma roda de gaúchos, quando o tema é futebol, o assunto mais acirrado é o Grenal, no setor elétrico o mesmo pode ser dito atualmente sobre a discussão que está sendo promovida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) quanto às normas da geração distribuída (produção de eletricidade para satisfazer o consumo próprio, normalmente através painéis fotovoltaicos).

Se por um lado as distribuidoras de energia defendem que alterações são necessárias para que as concessionárias não sejam prejudicadas, os empreendedores da geração distribuída, especialmente os da área de produção solar, temem que mudanças mais radicais possam refrear esse mercado.

A audiência pública para colher subsídios e informações adicionais para a Análise de Impacto Regulatório (AIR) da revisão da Resolução Normativa nº 482/2012, que trata das regras para micro e minigeração distribuída, foi aberta em janeiro e se estenderá até 19 de abril.

Quem adota a geração distribuída pode jogar na rede elétrica o excedente do que foi produzido em relação ao seu consumo próprio e depois obter créditos com a sua distribuidora para abater da sua conta de luz, nos momentos que utiliza a energia da concessionária.

Atualmente, 100% da energia que o minigerador joga na rede pode ser compensada da sua conta. No entanto, para as distribuidoras, esse modelo não representa uma remuneração adequada da rede de distribuição, e, para os minigeradores, é preciso que o sistema atual seja mantido para consolidar o mercado.

Empreendedores da área solar temem que mercado seja prejudicado

Em princípio, a Aneel está analisando hipóteses como manter as regras atuais ou diminuir o percentual de compensação de energia injetada na rede (os índices sugeridos para possíveis compensações, inicialmente, são de 100%, 72%, 66%, 59%, 51% e 37%).

A mudança seria feita a partir de “gatilhos”, quando os sistemas locais de geração distribuída (onde a produção é feita na própria unidade consumidora) atingir 3,4 mil MW instalados e a geração remota (o sistema gerador está instalado em local distinto do lugar de consumo) 1,25 mil MW.

Atualmente, conforme dados da Aneel, a geração remota representa 178 MW instalados, e a local, 558 MW (somados esses números, representam uma potência equivalente a duas usinas como Candiota 3).

O advogado Frederico Boschin, da Souza Berger Advogados e especialista na área de energia, atesta que as concessionárias veem a geração distribuída como uma remuneração equivocada.

Na ótica dessas empresas, quem gera a sua própria energia paga uma tarifa mínima que não cobre o custo da concessionária que tem que disponibilizar a rede de distribuição. Boschin reforça que as distribuidoras estão pressionando a agência reguladora para que seja aplicada uma taxa extra sobre quem faz a sua própria geração.

A geração distribuída do ponto de vista regulatório e nanceiro, ressalta o advogado Frederico Boschin, é um dos melhores investimentos que podem ser feitos.

Uma prova disso é o crescimento do número de conexões. De acordo com a Aneel, de 2012 para cá, já foram implantadas mais de 60 mil unidades produtoras de energia, dentro do segmento de geração distribuída.

Boschin admite que as mudanças das regras, aceitando um maior ressarcimento para as distribuidoras, pode atrapalhar o retorno do investimento, mas sustenta que não acabará com a viabilidade da geração distribuída e, por consequência, a instalação de painéis fotovoltaicos.

“O que pode ocorrer é aumentar o prazo de retorno do investimento em um ou dois anos”, salienta. O advogado acrescenta que as tarifas de energias têm uma tendência de crescimento contínuo, ou seja, o preço da eletricidade sempre aumentará tornando atrativa a geração própria. Boschin destaca, como outro ponto favorável, os custos dos equipamentos que vêm caindo.

O advogado salienta que é provável que as alterações nas regras devam vigorar a partir do próximo ano, com os contratos antigos sendo respeitados.

“Por isso, há uma tendência de uma aceleração muito grande no mercado para aproveitar a regra velha até o m de 2019″, enfatiza. O diretor da Comerc ESCO, Marcel Haratz, acredita que, tecnicamente, o crescimento da geração distribuída, particularmente com a fonte solar, poderá implicar alguma complexidade para as distribuidoras, mas não agora.

“Talvez, quando esse tipo de geração atingir 10% ou 15% do total da matriz elétrica brasileira, poderá trazer algum impacto para o sistema”, projeta.

Porém, Haratz ressalta que a energia solar tem vantagens, como poder car perto do centro de carga e seu ápice de geração encontra-se no momento de maior consumo, quando a incidência solar está mais forte.

Por isso, o diretor da Comerc ESCO considera os reexos da geração distribuída como sendo mais positivos do que negativos. Haratz julga que o pleito das distribuidoras será “mais do que um freio no mercado, será uma pancada muito forte”. Contudo, a energia solar e a geração distribuída continuarão a crescer e ter papéis relevantes, aposta o executivo.

Um dos argumentos utilizados pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) para defender a mudança nas regras da geração distribuída é o ônus que a prática implica para os demais consumidores de energia.

Conforme o diretor da Abradee Marco Delgado hoje existe uma espécie de subsídio cruzado, que está implícito e é arcado pelos demais clientes das concessionárias. “Como agora a geração distribuída tem escala, tem competição, tem preço, não precisa mais de subsídio, pode se desenvolver de uma maneira sadia”, frisa o executivo.

O presidente da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica (ABCE), Alexei Vivan, detalha que o pedido das distribuidoras é serem remuneradas pelo uso total da rede, e não apenas pela diferença da geração e do consumo de quem pratica a geração distribuída.

Essa utilização da rede, explica o dirigente, demanda manutenção e investimentos, e a distribuidora não está sendo remunerada por esse uso. Esse custo, explica Vivan, para que a empresa não tenha um desequilíbrio nanceiro, é cobrado na conta de luz das distribuidoras, rateado pelos demais consumidores.

O dirigente atribui razão às distribuidoras quanto ao argumento que os consumidores que geram sua própria energia usam duas vezes a rede das concessionárias, para consumir e injetar essa eletricidade.

“Eles até pagam a rede para injetar, mas, com a regra como está hoje, só pagam a diferença entre o que injetam e o que consumem”, comenta. O presidente da ABCE reforça que o pleito das distribuidoras é serem remuneradas pelo uso total da rede e não apenas pela diferença da geração e do consumo.

De acordo com cálculos da Abradee, esse subsídio cruzado da geração distribuída onerou as concessionárias e outros consumidores em 2018 na ordem de R$ 270 milhões, e, se não houver alterações nas regras, esse montante, em 2020, chegará a mais de R$ 1 bilhão.

Delgado recorda que a Resolução Normativa nº 482/2012, que possibilitou a criação do mercado de geração distribuída no País, já nasceu com um artigo que apontava a necessidade de revisão da norma.

Conforme Delgado, o custo para instalar equipamentos de geração distribuída, como painéis fotovoltaicos, vem caindo com o passar do tempo, e o setor está chegando à sua maturidade.

“Por isso, nessa revisão, é um momento oportuno de se colocar uma tarifação mais adequada, que remunere os serviços efetivamente prestados pelas redes elétricas”, defende o dirigente.

Absolar chama a atenção para benefícios proporcionados pela atividade

No momento de avaliar a alteração das regras da geração distribuída, é preciso levar em conta os benefícios que essa atividade proporciona, defende o presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia.

Entre as vantagens dessa prática, o dirigente cita a possibilidade de evitar a ativação de termelétricas e a importação de energia, gerações mais caras. Também cria empregos e permite uma economia de gastos para quem investe na área.

Sauaia enfatiza que o Brasil ainda está atrasado em relação ao uso da geração distribuída e, por isso, é importante ter esse debate com muita cautela e calma, para se tomar decisões regulatórias bem retidas.

O dirigente recorda que a discussão dentro da Aneel, nessa primeira fase, irá até abril, e um texto com propostas deve ser apresentado no segundo semestre. O presidente executivo da Absolar alerta que uma grande mudança na metodologia da compensação dos créditos, neste momento, poderia ter um impacto prejudicial no desenvolvimento do mercado.

Para Sauaia, o crescimento da geração distribuída não acarreta uma transferência de custo para outros consumidores maior do que os benefícios que a ação traz para o sistema elétrico.

“A Aneel fez um levantamento de custos e benefícios, e a conclusão preliminar da agência é que, no modelo atual, existem mais custos do que benefícios, e esse não é o nosso entendimento”, frisa.

O presidente da ABCE, Alexei Vivan, concorda que, do ponto de vista técnico, a geração distribuída, desenvolvendo-se ainda mais, será vantajosa para o setor elétrico, pois acabará injetando energia em vários pontos da rede. Essa característica diminui as perdas de energia, pois a geração está perto da área de consumo, evitando o transporte de energia por longas distâncias.

“Precisa se achar um meio termo entre o que está sendo demandado da rede e o que a benecia. Eu acho que ainda a rede está sendo mais demanda do que beneficiada, então tem que ter um pagamento adicional”, pondera. Entretanto, Vivan reitera que é preciso considerar os benefícios dessa adição de energia no sistema elétrico no momento de onerá-la.

Aneel avalia reduzir benefícios à produção de energia solar em casa a partir de 2020

Agência abriu audiência pública sobre novas regras, que opõem distribuidoras e geradores solares.

A diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) abriu nesta terça-feira (22) uma audiência pública sobre proposta que prevê mudanças a partir de 2020 nas regras da chamada geração distribuída, modelo em que consumidores têm sua demanda atendida por painéis solares ou outras formas de geração própria.A revisão nos regulamentos, que já era prevista, acontece em meio a um acelerado crescimento dessa modalidade de geração, que saiu quase do zero em 2012, quando as regras foram introduzidas, para mais de 660 megawatts atualmente, ou 53,5 mil sistemas instalados pelo país.

A geração distribuída (GD) tem atraído investimentos de grandes elétricas no Brasil, como Engie, AES e CPFL, da chinesa State Grid, entre outras, e movimentado ainda uma série de pequenos instaladores e vendedores de sistemas de geração, principalmente com placas solares.1 5Como funciona a geração distribuída de energia. 

Mas a modalidade sofre críticas das distribuidoras de energia, que alegam que os incentivos dados à tecnologia geram custos para elas e os demais consumidores.

"Em grandes linhas, o sinal (que queremos dar) é de que a geração distribuída é inexorável... estamos atentos ao que está acontecendo no mundo, e a realidade é que não podemos impedir seu avanço no Brasil. 

Pelo contrário, nós como agência reguladora estamos aqui para dar os sinais corretos", defendeu o diretor-geral da Aneel, André Pepitone."Temos que fazer isso com equilíbrio, para que não ocasione sobrecustos ao consumidor... para permitir o avanço da GD aliado ao sinal econômico correto para o segmento de distribuição de energia", acrescentou.Pela regra atual, toda energia gerada pelas instalações de geração dos consumidores é descontada da conta de luz.

A proposta da Aneel, apresentada pelo diretor Rodrigo Limp, é de que a partir de determinados patamares em termos de sistemas instalados a regra mude e alguns custos gerados pela geração distribuída sejam abatidos dos créditos gerados pelos consumidores, de forma a evitar custos maiores para os clientes que não adotaram a tecnologia.Nesse modelo, haveria "gatilhos" que acionariam o novo e menos generoso cálculo para as compensações.No caso de instalações de geração no mesmo endereço do consumidor, como placas solares em telhados, a regra mudaria a partir do atingimento de certa capacidade em sistemas na rede de uma mesma distribuidora.

Em instalações remotas, como fazendas solares construídas para atender clientes, também seria mantido o atual modelo até certo patamar em cada distribuidora, com a regra ainda endurecendo novamente no futuro após registrada uma segunda marca.O objetivo, segundo Limp, seria permitir que a tecnologia se consolide antes da aplicação das regras mais severas --ele afirmou que deve ser possível ao Brasil chegar a 3,365 gigawatts em capacidade em sistemas de geração em telhados e 1,25 gigawatt em sistemas remotos antes de qualquer mudança prática.

Investidores do setor de energia solar pediam que não houvesse qualquer alteração nas normas, mas o diretor defendeu que manter o atual regulamento no longo prazo geraria custos bilionários para os consumidores que não possuem geração própria."Essa proposta não é de forma alguma uma proposta final da agência, muito pelo contrário, é o início de um debate", afirmou Limp.

A audiência pública sobre as regras ficará aberta até 19 de abril. Ela faz parte de um processo já previsto desde 2015, segundo o qual as normas passariam por uma revisão "com foco no aspecto econômico" até o final de 2019.Os diretores da Aneel também ressaltaram que eventuais mudanças não impactarão clientes que já instalaram sistemas de geração distribuída, mas apenas para aqueles que o fizerem após a formalização das novas regras, a partir de 2020.

DISTRIBUIDORAS RECLAMAM
As distribuidoras de energia, principais opositoras de um crescimento mais acelerado na geração distribuída, alegaram que regras mais restritivas poderiam reduzir a velocidade, mas não impediriam o crescimento da tecnologia.O diretor da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia (Abradee) Marco Delgado argumentou que alguns investimentos em GD têm se pago em até três anos e apresentado taxa interna de retorno de 20 por cento, enquanto mesmo o cenário menos generoso em incentivos aumentaria o prazo de payback em 2,5 anos e levaria o retorno a 12 por cento."Em nenhum cenário há estagnação (da tecnologia), o que estamos falando aqui é da velocidade (com que ela irá se desenvolver)", disse.

ASSISTAM A EXPLICAÇÃO DA ANEEL:

Regulador de energia brasileiro recomenda manter incentivos para energia sola

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) recomendou manter as regras atuais para geração distribuída em uma consulta pública que lançou sobre uma revisão planejada das regras de geração distribuída, que no Brasil se aplicam a todos os geradores com sistemas de até 5 MW em escala.


Em seu comunicado, o regulador disse que as tarifas concedidas sob o regime de medição líquida devem permanecer inalteradas até que a capacidade instalada de micro e mini sistemas de energia distribuída atinja um certo nível. “Estudos, no entanto, indicam que manter as regras atuais indefinidamente pode levar a altos custos para os demais usuários da rede, que não instalaram sua própria geração. Nesse sentido, seria necessário modificar as regras após a consolidação do mercado de geração distribuída ”, acrescentou a ANEEL.

O diretor-geral da ANEEL, André Pepitone, disse que, quando novas regras forem aprovadas, elas serão aplicadas apenas aos novos entrantes no negócio de geração distribuída. Para aqueles que já estão gerando energia sob medição líquida, as regras atuais serão mantidas. “Temos estabilidade regulatória, regulamentação para o futuro, para novos entrantes”, disse ele, referindo-se ao crescimento da geração distribuída como um “movimento inexorável que permite o empoderamento do consumidor”.

Empresas de energia temem avanço da DG

Em meados de novembro, a ABSOLAR, associação brasileira de energia solar, alertou contra pedidos de distribuidores brasileiros para mudar as regras para que os consumidores com geração distribuída pagassem mais pelas redes de distribuição. A motivação é puramente financeira, disse ABSOLAR, acrescentando: “Ao capacitar os consumidores, tornando-os produtores ativos de sua própria energia renovável e independente, a geração solar fotovoltaica distribuída ameaça as receitas e lucros de distribuidores que não se adaptam à nova realidade do mercado. mercado.”

A associação citou dados da ANEEL indicando que a redução da receita média das distribuidoras que seria causada pelo crescimento da geração distribuída para 150.000 unidades consumidoras até 2020 seria inferior a 0,1%, e o impacto médio nas tarifas dos consumidores seria inferior a 1%.

No ano passado, a geração distribuída solar aumentou em seu ritmo mais rápido, com 371,9 MW de nova capacidade instalada.

O que o presidente Bolsonaro vai decidir sobre o futuro da energia solar residencial e comercial e industrial é um desconhecido. A editora da revista Pvm, Latam, Pilar Sánchez Molina, compilou as promessas do setor de energia feitas pelo novo presidente durante sua campanha eleitoral . De sua análise, parece provável que ele manterá um foco em energia hidrelétrica, gás e combustíveis fósseis, apesar de sua intenção declarada de aproveitar o grande potencial da energia solar e eólica no nordeste do Brasil.

fonte: O Petróleo

Aneel analisa outorga para 9 parques solares no Piauí


A Superintendência de Concessões e Autorizações de Geração, vinculada à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), recebeu o requerimento de outorga para nove parques solares no Piauí (denominado de Garapa do 1 ao 9), com 220 kw de potência instalado no total, pela empresa Sol Energia, no município de São João do Piauí.

O pedido foi formalizado na sexta-feira, 08 de fevereiro, com a publicação no Diário Oficial da União. No início de 2019, o Piauí mostra uma força ainda mais latente no setor de energias limpas, nisso, a Enel Green Power iniciou recentemente a construção do parque eólico Lagoa dos Ventos (PI-716 MW), nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí, Queimada Nova e Dom Inocêncio. 

Lagoa dos Ventos, que deve entrar em operação em 2021, é o maior parque eólico atualmente em construção na América do Sul e o maior parque eólico da EGP no mundo. Os investimentos para a construção da planta vão totalizar cerca de R$ 3 bilhões, o equivalente a mais de € 700 milhões à taxa de câmbio atual, em linha com o Plano Estratégico da Enel para o período 2019-2021 e financiado por recursos próprios do Grupo.

Governo do Piauí

Em tal âmbito, segundo com Antonio Cammisecra, Responsável pela Enel Green Power, o início da construção dessa eólica no Brasil é um grande marco da presença da EGP no país, que continua sendo um dos mercados mais proeminentes para a EGP. O executivo conta que Lagoa dos Ventos vai estabelecer um novo e mais elevado padrão na construção de grandes infraestruturas de energia sustentável, contribuindo ainda mais para a diversificação da matriz energética do Brasil.

O parque é composto por 230 turbinas eólicas e quando estiver em plena operação, será capaz de gerar mais de 3,3 TWh por ano, evitando a emissão de mais de 1,6 milhão de toneladas de CO2 na atmosfera. Da capacidade instalada total da planta, 510 MW foram conquistados pela EGP no leilão A-6 de 2017 e estão apoiados por contratos de fornecimento de energia de 20 anos para um pool de distribuidoras que operam no mercado regulado, enquanto a produção dos 206 MW restantes será fornecida ao mercado livre para venda a clientes comerciais, alavancando a presença integrada da Enel no país.

O crescimento da energia solar fotovoltaica – impedimentos


A fonte solar fotovoltaica vive um crescimento considerável no Brasil, com benefícios econômicos, sociais e ambientais cada vez mais importantes à nossa sociedade. O País possui uma potência instalada de mais de 1,6 gigawatts (GW), total alcançado por menos de 30 países no mundo. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projeta que a fonte deverá representar mais de 10% da matriz elétrica em 2030, enquanto hoje representa menos de 1%.

Na geração distribuída solar fotovoltaica, o Brasil acaba de ultrapassar 350 megawatts (MW). São 37 mil sistemas conectados à rede, que trouxeram mais de R$ 2,5 bilhões em novos investimentos desde 2012, proporcionando economia e sustentabilidade ambiental a 44 mil residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos, como escolas e hospitais.

Pressionados pelos custos da energia elétrica, os consumidores buscam opções para enfrentar os pesados aumentos nas tarifas. A geração distribuída solar fotovoltaica se destaca como uma solução competitiva e sustentável: os preços dos sistemas caíram 75% na última década e o tempo de retorno sobre o investimento diminuiu, trazendo reduções de até 90% nas contas de energia elétrica.

A geração distribuída solar fotovoltaica começa, porém, a incomodar grandes grupos econômicos, tradicionais e conservadores no setor elétrico. Um forte lobby, encampado por entidades que representam as distribuidoras, tem pressionado autoridades para alterar importantes regulamentações que dinamizaram o mercado. Em especial, a bem-sucedida compensação de créditos de energia elétrica para sistemas de microgeração e minigeração distribuída tem sido alvo de pesadas investidas. 

O motivo é financeiro: ao empoderar os consumidores, tornando-os produtores ativos de sua própria energia renovável e mais independentes, a geração distribuída solar fotovoltaica ameaça as receitas e lucros de distribuidoras que não se adaptarem à nova realidade do mercado.

A intenção do lobby é de mudar as regras, para que consumidores com geração distribuída paguem mais pelas redes de distribuição, sob a alegação de que o impacto tarifário de supostos subsídios cruzados seria de 0,1% para cada 50 mil unidades consumidoras. Os números, no entanto, não batem.

Os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicam que a redução de receita média para as distribuidoras, com o crescimento da geração distribuída para 150 mil unidades consumidoras até 2020, seria inferior a 0,1%. Já o impacto médio nas tarifas dos consumidores seria de menos de 1%, considerando todo o acumulado no período de 2015 a 2020.

Os valores são irrisórios quando comparados aos reajustes tarifários cobrados anualmente dos consumidores pelas distribuidoras. Em 2017, o reajuste médio anual das tarifas das distribuidoras foi superior a 10%, frente a uma inflação de 2,95%. Para 2018, a previsão é ainda pior: o aumento ficará entre 10% e 15% em média, pesando no bolso da sociedade brasileira.

Todo consumidor com geração distribuída já paga pelo custo de disponibilidade da rede de distribuição, responsável pelo rateio de custos da infraestrutura das distribuidoras, conforme regulamenta a Aneel. Esse pagamento também é feito no caso de projetos de médio porte conectados em média tensão, via pesados custos de demanda sobre as usinas de geração distribuída. Por vezes, os empreendedores de geração distribuída arcam, inclusive, com uma parte dos custos de reforço da rede, doando posteriormente estes reforços para as distribuidoras.

Ainda é muito cedo, portanto, para qualquer alteração na compensação de energia elétrica da geração distribuída. Faltam estudos da Aneel, transversais, quantitativos, qualificados, aprofundados e isentos, que avaliem os benefícios (ambientais, econômicos, sociais e elétricos) e eventuais custos da geração distribuída para a sociedade brasileira. Só a partir desta análise teremos dados para propor aprimoramentos regulatórios com propriedade.

Na Califórnia (EUA), por exemplo, os investimentos da população em geração distribuída e eficiência energética trouxeram uma economia de US$ 2,6 bilhões aos californianos, com o cancelamento de 20 projetos de transmissão e redução de 21 projetos de reforço de rede. Ambos seriam necessários, caso a energia elétrica fosse trazida de fora das cidades para atender os consumidores, porém a geração distribuída solar fotovoltaica instalada pelos consumidores supriu grande parte da nova demanda por eletricidade e evitou ou aliviou estes custos para todos os consumidores.

Também é falso dizer que energia solar fotovoltaica é tecnologia apenas para os ricos, muito pelo contrário. A fonte – ainda em processo de desenvolvimento no País – é uma das mais democráticas e socialmente acessíveis para consumidores de todas as classes sociais. Por isso, a tecnologia tem sido incorporada em casas populares, como nos programas habitacionais do CDHU-SP, AGEHAB-GO e no Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, aliviando os custos da população mais vulnerável, para que possam melhorar a alimentação, saúde, educação, transporte e qualidade de vida.

A geração distribuída solar fotovoltaica coloca o consumidor no centro das decisões. Por isso, nove em cada dez brasileiros quer gerar energia renovável em sua residência, conforme atesta pesquisa do Ibope Inteligência de 2018. É dever dos líderes públicos atender aos anseios da sociedade brasileira. O crescimento sustentável do Brasil será potencializado pelo uso da energia solar fotovoltaica como política pública estratégica para o desenvolvimento econômico, social e ambiental, contribuindo para diversificar a matriz elétrica, gerando milhares de empregos, reduzindo a queima de combustíveis fósseis, ampliando a liberdade do consumidor, estimulando a cadeia produtiva, reduzindo perdas e trazendo economia para os cidadãos, as empresas e os governos.

fonte: Portal Solar

A Absolar cria um canal de denúncias contra distribuidores

De Stock: América Central forte internacional / luz do sol.

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica acaba de lançar um serviço para denunciar distribuidores de energia que quebram as regras e dificultam o acesso dos consumidores à geração distribuída.

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) acaba de lançar um serviço para denunciar distribuidores de energia que quebram as regras e dificultam o acesso dos consumidores à geração distribuída.

A entidade criou uma espécie de Ouvidoria on-line para que as empresas do setor possam relatar oficialmente os problemas encontrados pelas empresas durante todo o processo de conexão dos clientes à rede de distribuição de energia local. O endereço do novo serviço da entidade é http://www.absolar.org.br/ouvidoria.

Entre as queixas mais frequentes estão os atrasos na fiscalização e homologação do sistema instalado - muito além dos prazos estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a cobrança excessiva de valores em obras para a conexão com a rede e a exigência de documentos não autorizados pela Aneel.

"São reclamações recorrentes no país, tanto das empresas instaladoras quanto dos próprios consumidores", alerta Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar. "Os distribuidores de energia ainda não perceberam que os tempos mudaram e que os clientes não podem mais tolerar o tratamento", acrescenta.

Segundo Koloszuk, o setor de energia está passando por um momento muito semelhante ao da telefonia há vinte anos. "Hoje em dia, a telefonia evoluiu, é digital, o consumidor tem a liberdade de escolher quem comprar o serviço e não está atrelado ao monopólio de uma empresa", afirma.

Segundo a pesquisa exclusiva do Portal Solar, o maior mercado da cadeia de geração de energia solar distribuída no país, os atrasos na aprovação de sistemas fotovoltaicos em residências, empresas e indústrias já geraram perdas de 200 milhões de dólares para os consumidores.

Segundo o estudo, os distribuidores levam em média quatro meses para aprovar cada instalação de um sistema fotovoltaico distribuído, período que deve durar no máximo uma semana. Esse atraso gera cobranças e impede que os consumidores usem os créditos de energia das concessionárias públicas de energia.

Em novembro passado, as distribuidoras brasileiras solicitaram a alteração do regulamento para geração distribuída. Segundo novas estatísticas publicadas pela Absolar, a geração distribuída de energia solar chega a 500 MW no Brasil.

ANEEL fará audiência pública para debater regras de microgeração


A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira (22) a abertura de audiência pública para discutir alterações nas regras da mini e microgeração de energia elétrica, a chamada geração distribuída. Por esse modelo, o consumidor é quem produz a própria energia, a exemplo do uso de painéis solares. A audiência pública ocorrerá entre os dias 24 de janeiro e 19 de abril.

Pelas regras atuais, quem produz a própria energia pode injetar a energia excedente gerada na rede da distribuidora. Essa energia pode ser utilizada para abater até a totalidade da conta de luz de uma ou mais unidades do mesmo titular.

No modelo atual, os consumidores não pagam pelo uso da rede de fios das distribuidoras de energia. De acordo com a Aneel, a audiência tem por objetivo analisar diferentes alternativas para “o Sistema de Compensação de Energia Elétrica, previstos na Resolução Normativa 482/2012, tendo em vista a necessidade de definir uma forma de valoração da energia injetada na rede que permita o crescimento sustentável da geração distribuída no Brasil.”

Dados da Aneel mostram que, atualmente, há mais de 53 mil unidades consumidoras usando o sistema de micro ou minigeração distribuída e gerando um total de 660,13 MegaWatts (MW) de energia, a maior parte delas usam placas solares para gerar energia.

A distribuidora guarda essa sobra da energia para ser usada em momentos que o sistema não está gerando energia. Assim, a energia injetada na rede pelo micro ou minigerador acaba sendo valorada pela tarifa de energia elétrica estabelecida para os consumidores.

A proposta da Aneel é que as regras atuais sejam mantidas até que a potência de micro e minigeração distribuída instalada em cada distribuidora alcance determinado nível, tanto para sistemas remotos como locais (quando a compensação ocorre no mesmo endereço onde a energia é gerada).

Segundo a agência, “a manutenção das regras atuais indefinidamente pode levar a custos elevados para os demais usuários da rede, que não instalaram geração própria. Nesse sentido, seria necessária uma modificação nas regras após uma maior consolidação do mercado de geração distribuída.”

O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, disse que as novas regras valerão para os novos usuários na geração distribuída. Para quem já está no mercado, valem as regras atuais. “Temos estabilidade regulatória, a regulação é para o futuro, para novos entrantes”, disse Pepitone para quem o crescimento da geração distribuída é um “movimento inexorável, que permite o empoderamento do consumidor”.

A revisão nos regulamentos terá sessões presenciais no dia 21 de fevereiro, em Brasília, e em 14 de março, em São Paulo. Uma terceira reunião será realizada em Fortaleza (CE), em 11 de abril.


Aneel abre audiência para analisar de regras para geração distribuída

Agência quer colher subsídios para encontrar alternativa de cobrança para o uso da rede de distribuição por microgeradores, os consumidores que produzem sua própria energia. foto: Rodrigo Nunes/Esp. CB/D.A Press

Como quem produz a própria energia, por meio de painéis fotovoltaicos ou outras fontes, utiliza a rede elétrica pagando pelo uso do fio o mesmo que os consumidores convencionais, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou, nesta terça-feira (22/1), a abertura de audiência pública para colher subsídios que permitam uma alteração regulatória na Resolução Normativa 482/2012, que trata das regras para micro e minigeração distribuída. 

As distribuidoras temem que, com o aumento exponencial de consumidores que geram a própria energia, o negócio das concessionárias seja prejudicado, com aumento de custo e, consequente, reflexo na tarifa rateada entre todos os brasileiros. Isso, porque a micro e a minigeração distribuída (realizadas por consumidores que também são produtores) utilizam a rede elétrica nas duas direções: tanto para consumir energia, quando não gera, quanto para injetar o excedente na rede. O pagamento pelo uso do fio, no entanto, é pela tarifa convencional.

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Desde o ano passado, o diretor geral da Aneel, André Pepitone, vem afirmando que a revisão da regulação sobre o tema é necessária que seria realizada em 2019. Hoje, a diretoria da agência deu o primeiro passo: abriu uma consulta pública. A audiência ocorrerá entre 24 de janeiro e 19 de abril deste ano, com sessões presenciais em 21 de fevereiro, em Brasília (DF) e, em 14 de março, em São Paulo (SP). Uma terceira reunião será realizada em Fortaleza (CE), em 11 de abril.

Alternativas

Segundo a Aneel, o “objetivo da tomada de subsídios é analisar diferentes alternativas para o sistema de compensação de energia elétrica, tendo em vista a necessidade de definir uma forma de valoração da energia injetada na rede que permita o crescimento sustentável da geração distribuída no Brasil”.

“Os estudos, porém, indicam que a manutenção das regras atuais indefinidamente pode levar a custos elevados para os demais usuários da rede, que não instalaram geração própria. Nesse sentido, seria necessária uma modificação nas regras após uma maior consolidação do mercado de geração distribuída”, afirmou o órgão regulador.

Pepitone destacou que, quando forem aprovadas, as novas regras valerão para os novos entrantes na geração distribuída. Para quem já está no mercado, valem as regras atuais. “Temos estabilidade regulatória, a regulação é para o futuro, para novos entrantes”, disse. Por conta disso, o crescimento de novos micro e minigeradores vem sendo exponencial desde o ano passado.

Aneel começa debate para mudar regras sobre geração distribuída a partir de 2020

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abriu nesta terça-feira uma audiência pública sobre proposta que prevê mudanças a partir de 2020 nas regras da chamada geração distribuída, modelo em que consumidores têm sua demanda atendida por painéis solares ou outras formas de geração própria.

Linhas de transmissão de alta tensão em Brasília 31/08/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino Foto: Reuters

A revisão nos regulamentos, que já era prevista, acontece em meio a um acelerado crescimento dessa modalidade de geração, que saiu quase do zero em 2012, quando as regras foram introduzidas, para mais de 660 megawatts atualmente, ou 53,5 mil sistemas instalados pelo país.

A geração distribuída (GD) tem atraído investimentos de grandes elétricas no Brasil, como Engie, AES e CPFL, da chinesa State Grid, entre outras, e movimentado ainda uma série de pequenos instaladores e vendedores de sistemas de geração, principalmente com placas solares.

Mas a modalidade sofre críticas das distribuidoras de energia, que alegam que os incentivos dados à tecnologia geram custos para elas e os demais consumidores.

"Em grandes linhas, o sinal (que queremos dar) é de que a geração distribuída é inexorável... estamos atentos ao que está acontecendo no mundo, e a realidade é que não podemos impedir seu avanço no Brasil. Pelo contrário, nós como agência reguladora estamos aqui para dar os sinais corretos", defendeu o diretor-geral da Aneel, André Pepitone.

"Temos que fazer isso com equilíbrio, para que não ocasione sobre custos ao consumidor... para permitir o avanço da GD aliado ao sinal econômico correto para o segmento de distribuição de energia", acrescentou.

Pela regra atual, toda energia gerada pelas instalações de geração dos consumidores é descontada da conta de luz.

A proposta da Aneel, apresentada pelo diretor Rodrigo Limp, é de que a partir de determinados patamares em termos de sistemas instalados a regra mude e alguns custos gerados pela geração distribuída sejam abatidos dos créditos gerados pelos consumidores, de forma a evitar custos maiores para os clientes que não adotaram a tecnologia.

Nesse modelo, haveria "gatilhos" que acionariam o novo e menos generoso cálculo para as compensações.

No caso de instalações de geração no mesmo endereço do consumidor, como placas solares em telhados, a regra mudaria a partir do atingimento de certa capacidade em sistemas na rede de uma mesma distribuidora.

Em instalações remotas, como fazendas solares construídas para atender clientes, também seria mantido o atual modelo até certo patamar em cada distribuidora, com a regra ainda endurecendo novamente no futuro após registrada uma segunda marca.

O objetivo, segundo Limp, seria permitir que a tecnologia se consolide antes da aplicação das regras mais severas --ele afirmou que deve ser possível ao Brasil chegar a 3,365 gigawatts em capacidade em sistemas de geração em telhados e 1,25 gigawatt em sistemas remotos antes de qualquer mudança prática.

Investidores do setor de energia solar pediam que não houvesse qualquer alteração nas normas, mas o diretor defendeu que manter o atual regulamento no longo prazo geraria custos bilionários para os consumidores que não possuem geração própria.

"Essa proposta não é de forma alguma uma proposta final da agência, muito pelo contrário, é o início de um debate", afirmou Limp.

A audiência pública sobre as regras ficará aberta até 19 de abril. Ela faz parte de um processo já previsto desde 2015, segundo o qual as normas passariam por uma revisão "com foco no aspecto econômico" até o final de 2019.

Os diretores da Aneel também ressaltaram que eventuais mudanças não impactarão clientes que já instalaram sistemas de geração distribuída, mas apenas para aqueles que o fizerem após a formalização das novas regras, a partir de 2020.

DISTRIBUIDORAS RECLAMAM

As distribuidoras de energia, principais opositoras de um crescimento mais acelerado na geração distribuída, alegaram que regras mais restritivas poderiam reduzir a velocidade, mas não impediriam o crescimento da tecnologia.

O diretor da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia (Abradee) Marco Delgado argumentou que alguns investimentos em GD têm se pago em até três anos e apresentado taxa interna de retorno de 20 por cento, enquanto mesmo o cenário menos generoso em incentivos aumentaria o prazo de payback em 2,5 anos e levaria o retorno a 12 por cento.

"Em nenhum cenário há estagnação (da tecnologia), o que estamos falando aqui é da velocidade (com que ela irá se desenvolver)", disse.

ANEEL abre discussão sobre subsídios à energia solar

Proposta estende o incentivo até que placas solares atinjam o marco de 3,365 GW para sistemas locais e de 1,25 GW para sistemas remotos.

Energia solar: Associação pretende rever sistema de subsídios (Feng Li/Getty Images)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs a manutenção dos subsídios para consumidores que instalam painéis solares até que a fonte atinja um determinado marco no setor elétrico. A discussão sobre o tema, que ficará em audiência pública entre os dias 24 de janeiro e 19 de abril, gerou polêmica dentro da Aneel e deve movimentar o setor elétrico.

A regra atual, criada em 2012 para incentivar a geração distribuída, confere redução de 80% a 90% nas contas de luz desses consumidores. Para isso, basta ter espaço e dinheiro – um sistema residencial custa de R$ 15 mil a R$ 25 mil. Parte dessa economia é repassada para as tarifas de energia dos demais usuários que não fazem esse investimento.

A proposta para o futuro, antecipada pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), estende o subsídio para consolidação da tecnologia até que as placas solares atinjam 3,365 GW para sistemas locais e de 1,25 GW para sistemas remotos – com distribuição desse volume proporcionalmente ao mercado de cada distribuidora no País.

Para aqueles que já realizaram os investimentos, as regras atuais permaneceriam por 25 anos, e para os que fizerem a partir da vigência da nova regra e até o gatilho, o subsídio seria mantido por 10 anos.

A diretora Elisa Bastos Silva levantou 17 questionamentos à proposta apresentada pelo relator, diretor Rodrigo Limp, principalmente no que diz respeito aos custos com que os demais usuários sem painéis solares teriam que arcar. “Sou favorável à geração distribuída, mas com equilíbrio”, disse. “A manutenção soa injusta, pois imputa aos usuários sem geração distribuída o custo da tecnologia e dos consumidores com acesso ao recursos financeiros a financiamentos”, afirmou.

Elisa destacou o fato de que a maior barreira ao crescimento da geração distribuída era o custo, o que foi resolvido por meio de financiamentos de bancos públicos. A diretora lembrou, no entanto, que a maior parte de usuários está no Sudeste (41%) e no Sul (28%), regiões onde a renda é maior. O Nordeste, onde a incidência solar é muito maior, concentra apenas 17% dos usuários.

“Não é razoável que no Nordeste tenhamos menos usuários do que no Sul. Ou seja, a regra atual não elimina barreiras onde a tarifa é elevada e a renda é deprimida. É preciso investigar o porquê disso. Onde há maior renda e atividade econômica, há mais micro e minigeração.”

O voto de Limp, que propôs a manutenção da política atual até um determinado marco, acolheu a proposta da área técnica. Outra nota técnica da agência reguladora, a respeito da tarifa binômia (que separa o custo da energia da remuneração das redes), avalia que a questão deve ser tratada de imediato devido aos impactos dos subsídios aos demais consumidores.

Limp, disse que o prazo para manutenção da atual política pode ser revisto para algo intermediário e que valha para todos. Sobre o impacto aos demais consumidores, ele disse que o custo ainda é pequeno. “Temos cerca de 50 mil unidades consumidoras num universo de 83 milhões de consumidores. Estamos levantando esse valor”, disse. “Hoje o impacto é mínimo”, acrescentou.

Para discutir o assunto, a Aneel fará audiências públicas presenciais no dia 21 de fevereiro em Brasília, em 14 de março em São Paulo e em 11 de abril em Fortaleza.

O presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, disse que mudanças na regra vigente podem impedir o desenvolvimento da geração distribuída. “Ainda somos meia gota no oceano”, disse.

Já o diretor da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marco Delgado, afirmou que a manutenção da política atual da geração distribuída é insustentável para o setor. Ele disse que, mesmo com a remuneração das redes das concessionárias, o investimento continuaria atrativo para os usuários. Hoje, o retorno do investimento é da ordem de 20% ao ano. Com o pagamento das redes, o retorno se daria em cerca de 12% ao ano, acima da poupança e dos títulos do Tesouro Direto.

Contexto

Atualmente, o País conta com 53 mil sistemas conectados, com potência instalada de 661,3 megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade como Curitiba (PR), com cerca de dois milhões de habitantes. Há apenas um mês, eram 48 mil conexões e 592 MW, um crescimento de mais de 10%. Quanto maior o número de usuários com painéis solares, maior a conta dos demais consumidores.

A maior parte do subsídio é dada na taxa de uso da rede. Esses consumidores, também chamados de “prosumidores”, têm acesso a um sistema de compensação: a energia que geram cria créditos, que são descontados do consumo efetivo. Nos sistemas remotos, é possível gerar energia em uma fazenda e usar os créditos no local e em um apartamento a quilômetros de distância, por exemplo.

Por mais que gerem toda a energia que consomem, os prosumidores dependem das distribuidoras, cujas redes funcionam, na prática, como armazenadoras do volume gerado e não consumido. Para injetar a energia gerada pelos painéis de dia, é preciso utilizar a rede de postes e a fiação das empresas, assim como para receber eletricidade à noite.

O valor pago por esses consumidores às distribuidoras corresponde ao consumo líquido – ou seja, a diferença entre o que foi gerado e o que foi consumido. Quem gera mais do que consome paga às empresas apenas uma taxa de disponibilidade da rede, de cerca de R$ 50,00 mensais, valor menor do que a remuneração que deveria ser paga pelo uso das redes. Esses usuários, caso gerem no mínimo o que consomem, também não pagam os subsídios do setor elétrico, conta de R$ 20 bilhões embutida nas tarifas de usuários de todo o País. Em ambos os casos, os demais clientes pagam a parte dos prosumidores.

A redução do custo dos painéis fotovoltaicos, aliada à política de financiamento de geração distribuída de bancos públicos e aos reajustes da conta de luz acima da inflação, gerou uma corrida de clientes à nova tecnologia. Empresas que fazem a instalação dessas placas em residências afirmam que o retorno do investimento se dá em um prazo médio de cinco anos. O BNDES, por exemplo, financia até 100% do investimento, com prazo de pagamento de 120 meses, carência de dois anos e juros a TLP ou Selic.

Por Estadão Conteúdo

VENÂNCIO É O SEGUNDO MUNICÍPIO DO RS COM MAIOR POTÊNCIA INSTALADA DE ENERGIA SOLAR


O aumento de placas fotovoltaicas em telhados de empresas e residências de Venâncio Aires, ao longo dos últimos anos, não é mera impressão.

O município já é o segundo do Rio Grande do Sul com maior potência instalada na geração de energia solar, atrás, apenas de Santa Cruz do Sul.

Placas com células fotovoltaicas instaladas em casas e usinas como a inaugurada, nesta semana, pela família Schuh, em Linha Barbosa, já têm capacidade de gerar 3.053,10 quilowatts – quase 4% do total da energia solar produzida no estado, conforme relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Para o sócio-proprietário da Nettelin Energia Solar e Engenharia, Paulo Ricardo Coutinho, a utilização de energia solar é uma tendência e garante benefícios ambientais e financeiros. ‘O mercado desse segmento se aqueceu nos últimos anos e esse é o futuro’, considera.

A empresa venâncio-airense iniciou as atividades em 2012, com foco em instalação elétrica predial, mas, há 3 anos, voltou-se ao segmento de energia solar. Coutinho observa que, entre as fontes de energia limpa e renovável, essa é a mais viável de ser implementada.

‘A geração de energia eólica demanda uma estrutura muito grande e é inviável para residências, por exemplo. Além disso, na nossa região, a energia solar é a mais adequada, pois o sistema pode ser instalado tanto em telhados como em campos’, comenta.

Sócio-proprietário e diretor técnico da Nettelin, Dyaronan Alves Model compara o investimento em um sistema de energia solar a uma antecipação da conta de luz. ‘Em média, em 4 anos, tira-se o investimento. Quanto maior o sistema, mais rápido ele se paga. Em uma casa isso demora mais, mas em uma indústria, que consome muita energia, logo o investimento se paga’, destaca, ao lembrar que as placas têm 25 anos de garantia de rendimento. ‘Daqui a 25 anos, elas estarão gerando até 80% da capacidade com a qual começaram’, cita. 

247 é o número de Unidades Consumidoras que recebem os créditos pela geração de energia em Venâncio Aires, a partir de placas fotovoltaicas, conforme a Aneel. Foto: Juliana Bencke / Folha do Mate

Como funciona o sistema

1. Qualquer pessoa física ou jurídica com uma conta de energia elétrica pode implantar um sistema de energia solar. O projeto deve ser elaborado por uma empresa especializada, com base no consumo do cliente.

2. À base de silício, as placas fotovoltaicas captam luminosidade e as transformam em energia de corrente contínua.

3. Depois disso, o inversor transforma a energia em corrente alternada para que seja encaminhada à rede elétrica.

4. Nos locais onde há sistema de energia fotovoltaica, utiliza-se um relógio bidirecional. Além de medir o consumo, ele controla o quanto de energia é gerada.

5. Quando a quantidade de energia gerada é maior do que a consumida, ela se transforma em créditos junto à empresa concessionária de energia. Assim, é possível descontar o valor em um período quando não é possível gerar a quantidade necessária de energia, como no inverno, quando a luminosidade é menor.

Linha de crédito

Com uma linha de financiamento voltada a sistemas de energia solar, a Cooperativa Sicredi Vale do Rio Pardo pretende fechar 2018 com R$ 35 milhões em crédito para produção de energia. Em toda a região, 367 pessoas físicas e jurídicas já acessaram a linha de crédito, entre as quais 79 são de Venâncio Aires.

De acordo com o diretor executivo da Sicredi Vale do Rio Pardo, Márcio Algayer, o objetivo do financiamento é fomentar a valorização e a geração de energia limpa e renovável, fortalecendo a preservação ambiental. ‘Não existe tamanho mínimo exigido para o sistema, porém, o recomendável é sempre que o projeto contemple o atendimento de seu consumo. O financiamento é realizado sempre com base no projeto apresentado, podendo ser financiado até 100% do valor, com prazo para pagamento de até 120 meses’, explica.

Folha do Mate

Ministério da Fazenda defende fim de subsídios para energia eólica e solar

Avaliação é que essas fontes já estão competitivas.
Campo de energia eólica em Catité, no sertão da Bahia. Foto: Pablo Jacob / O Globo

Em documento que será encaminhado à equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, o Ministério da Fazenda defende o fim dos incentivos para a construção de usinas de geração de energia solar , eólica e pequenas hidrelétricas . A medida é apontada como uma maneira de reduzir os subsídios que pesam nas tarifas de energia, um dos principais responsáveis pela alta das contas de luz.

Atualmente, as fontes de energia solar e eólica recebem um desconto mínimo de 50% nos encargos de transmissão e distribuição de energia, que compõem a tarifa final. O valor é superior a esse percentual para alguns casos por razão de uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O desconto acaba sendo coberto por todos os consumidores de energia do país por meio da conta de luz.

O trabalho, da Secretaria de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loterias (Sefel) do Ministério da Fazenda, defende a revisão desses incentivos. O argumento é que as fontes de energia limpa, como solar e eólica, já são competitivas. Por isso, não seria necessário manter os incentivos. A medida seria limitada a novos projetos.

O documento da Fazenda, intitulado “Energia – Diagnóstico e propostas para o setor”, recomenda cortar outros subsídios do setor elétrico que pesam nas contas de luz. Esses incentivos estão reunidos na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), embutida nas tarifas.

A Fazenda também defende rever os desconto aplicados nas contas de serviços públicos de água, saneamento e esgoto; consumidores rurais, irrigação e aquicultores. Eles representaram, em 2017, despesa da ordem de R$ 4,04 bilhões.

O trabalho também pede a criação de um teto para as despesas da CDE, de maneira a conter a escalada de benefícios associados à conta.

Fonte: O Globo - Martha Beck e Manoel Ventura

Microgeração de energia distribuída supera 17 mil conexões

Gerar a própria energia se tornou um grande negócio nos últimos anos. Atualmente, o Brasil apresenta 17.408 conexões, segundo a ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica). Dentre as classes de consumo (comercial, iluminação pública, industrial, poder público, residencial, rural e serviço público) o consumo residencial é o que mais se destaca, superando 13 mil conexões.

A opção por energia fotovoltaica – seja instalação comercial ou industrial – tem aumentado constantemente em todo território nacional. Os dados são atualizados constantemente pela ANEEL. Segundo a pesquisa, os estados que mais se destacam são:
  • 1° Minas Gerais - 3.858
  • 2° São Paulo - 3.363
  • 3° Rio Grande do Sul - 2.061
  • 4° Rio de Janeiro - 1.385
  • 5° Paraná - 1.300

Os estados com menos instalação do sistema de energia fotovoltaica são Amazonas com 7 conexões, Amapá com 8 e Acre com 10.

De acordo com Anaibel Novas, gerente da Unidade de Negócio de Energia Solar da multinacional austríaca Fronius, a população tem investido cada vez mais em energia sustentável devido a diversos fatores como: constantes secas, crise hídrica e aumentos das tarifas de energia elétrica.

O que falta para o Brasil

O país apresenta um grande potencial para a energia solar, mas ainda os pensamentos são direcionados para usinas hidrelétricas e termelétricas. “ O Brasil é um país rico em bases hídricas, diferente de outros países da Europa, por exemplo. Por esse motivo, as hidrelétricas são bem exploradas”.

A especialista conta que ainda faltam incentivos do governo em relação ao uso, conhecimento da população em energias alternativas e os benefícios da utilização da energia renovável que são incontáveis. “A Fronius tem realizado campanhas de conscientização sobre os benefícios da energia solar fotovoltaica e acredita que é possível um mundo totalmente abastecido por energias renováveis” explica.

Um grande exemplo disto, é que recentemente a Alternative Technology Association apontou que a Austrália deve transitar para uma rede elétrica 100% renovável até 2030, pois além de mais seguro, é muito mais rentável e sustentável. Infelizmente, neste quesito, o Brasil caminha a passos lentos. Atualmente a energia solar representa apenas 1% da matriz energética brasileira.

Muitas pessoas ainda questionam se o investimento vale a pena. Para Anaibel não há dúvidas. “Além de trazer redução de custos na conta elétrica, é comprovado que há valorização do imóvel, baixo impacto ambiental, energia inesgotável e redução das emissões de fases dos efeitos estufa. O investimento de R$ 12 mil em todo sistema fotovoltaico em uma residência é revertido em torno de sete a oito anos”, ressalta.

O Brasil tem um grande potencial para instalar desde pequenas e grandes redes de energia solar fotovoltaica. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) até 2024 cerca de 1,2 milhões de geradores de energia solar ou mais deverão ser instalados em casas e empresas em todo o Brasil, representando 15% da matriz energética brasileira e até o 2030 o mercado de energia fotovoltaica deverá movimentar cerca de R$ 100 bilhões. 

O país possui um grande potencial para movimentar este segmento. A radiação solar na região menos ensolarada é 40% maior do que na região mais ensolarada da Alemanha, por exemplo, que é um dos líderes no uso de energia fotovoltaica.

A energia solar fotovoltaica é agora, depois de hidráulica e eólica, a terceira mais importante fonte de energia renovável em termos de capacidade instalada no mundo. Mais de 100 países utilizam energia solar fotovoltaica. A China, Japão e Estados Unidos, atualmente, são os mercados de energia fotovoltaica, contribuindo com quase 6% de sua demanda de eletricidade. A Alemanha é o maior produtor, mas estima-se que em breve será superado pela China.

Fonte: Jornal Dia Dia

Energia solar: mercado cresce diante dos aumentos das tarifas de luz

De janeiro até julho de 2018, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já aprovou reajustes e revisões tarifárias de diversas distribuidoras de energia de todas as regiões do país. Os impactos nas contas de milhões de brasileiros variam de 5% a 25,87%. Esse é um dos fatores que tem impulsionado o crescimento do setor de energia solar, que além de gerar economia no bolso, também contribui para o meio ambiente, com a redução de gases do efeito estufa.

As residências lideram o ranking de instalações solares, no entanto, comércios, indústrias e prédios públicos também fazem parte e contribuem para essa expansão. De acordo com dados da Aneel, estima-se que, até 2024, mais de 1 milhão de geradores de energia solar estarão instalados em residências e empresas em todo o Brasil.

De acordo com as projeções da Bloomberg New Energy Finance (2016b) apontadas em um estudo realizado pelo Sebrae, juntamente com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Organização dos Estados Iberoamericanos (OEI), a energia fotovoltaica representará por volta de 32% da matriz elétrica brasileira, passando da fonte com menor representatividade na matriz em 2016 para a fonte com a maior representatividade em 2040, com capacidade instalada entre 110 e 126 gigawatt. Em termos globais, a energia solar fotovoltaica representará mais de 25% da matriz elétrica.

Com 8% do mercado nacional de geração distribuída, a Ilumisol, empresa cuja matriz está localizada na cidade de Cascavel, oeste do Paraná, tem expandido sua área de atuação e já conta com 34 unidades físicas distribuídas em todo o território nacional. A empresa já tem em seu portfólio mais de 1.400 obras realizadas, somando mais de 37 MWp de potência instalada, contabilizando mais de 115 mil módulos instalados, gerando mais de 4.4 Gigawatts mensalmente. A energia gerada pelos sistemas da Ilumisol possibilita uma economia aos seus clientes de mais de R$ 2,5 milhões por mês.

Redução na conta de luz

Investir na produção de energia solar pode fazer com que a conta de energia elétrica fique até 95% mais barata. E foi pensando nisso que a cooperativa de saúde Unimed Cascavel investiu na instalação de 190 módulos solares e dois inversores que produzem mais de sete mil quilowatts por mês. Segundo o diretor da Controladoria da Unimed Cascavel, Erwin Soliva Junior já nas primeiras semanas de funcionamento do sistema de geração de energia solar foi possível perceber uma economia de R$ 4 mil. “Optamos em implantar o sistema para reduzir custos com energia e também contribuir para a redução da emissão de carbono no meio ambiente”, acrescenta Erwin.

Boa parte do volume de instalações dos sistemas de energia solar são em residências, como é o caso do gerente de farmácia Gilmei Raul Rigo, que investiu na instalação de 14 módulos solares em sua casa, isso fez com que a conta de luz reduzisse de R$ 250 para cerca de R$ 60. “Reduzir custos no orçamento da família e poder contar com uma fonte de energia renovável, foi que me levou a investir em um sistema de energia solar”, comenta Gilmei.

De acordo com o gerente de expansão da Ilumisol, Julio Cesar, o crescimento do setor vem aumentando também devido aos incentivos com a oferta de linhas de financiamentos com juros e formas de pagamentos facilitados. “Existem linhas de financiamentos em que a parcela pode ser paga com o valor da economia que é feita na conta de luz no final do mês”, destaca Julio, ao acrescentar que em um período de 4 a 5 anos o investimento já estará pago e os módulos solares têm uma garantia de 25 anos de geração de energia. 

Segundo o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, somando os segmentos de mercado de geração distribuída e centralizada, os investimentos acumulados no Brasil neste setor fecharam 2017 com R$ 6 bilhões, e este ano devem atingir aproximadamente R$ 20 bilhões até final de 2018.

Além de gerar economia e contribuir com a redução de gases do efeito estufa, com a instalação de um sistema de geração de energia solar, caso não consuma toda a energia produzida, é possível usar o crédito excedente para abater o consumo de outros imóveis cuja titularidade esteja no mesmo CPF ou CNPJ da unidade geradora, em qualquer território de abrangência da companhia de distribuição de energia da região. O valor excedido pode ser consumido em um prazo de até 5 anos. E mais: o imóvel se torna mais valorizado para venda ou aluguel.

A capacidade solar do Brasil, junto ao constante crescimento, pode levar o país a ser uma referência mundial neste segmento.

Fonte: Exame