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Brasil pode se tornar o único país do mundo a cobrar royalties pelo vento

Criticado por associação, projeto aprovado na CCJ da Câmara propõe a cobrança de royalties pela produção de energia eólica; setor vem crescendo e já chega a fornecer metade da energia consumida em um dia no Nordeste.

Parque de geração de energia eólica de Marcolândia, no Piauí: setor não emite CO2 e está em expansão no Brasil

Uma proposta de emenda constitucional aprovada neste mês na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara pode tornar o Brasil o primeiro país do mundo a cobrar royalties pela produção de energia eólica.

O autor do projeto, deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), justifica o pedido de cobrança alegando que a exploração da energia eólica “gera significativas alterações nas áreas próximas às fazendas destinadas a essa atividade, de modo a limitar a realização de outras atividades econômicas”. Entre as atividades econômicas “limitadas” pela geração de energia aproveitando o vento , o deputado destaca o turismo.

“Em especial no litoral brasileiro, a exploração de energia limita especialmente o turismo, alterando as paisagens naturais e impedindo o acesso aos locais próximos às referidas fazendas”, destacou o relator do projeto na CCJ da Câmara, deputado Tadeu Alencar (PSB-PE), em em seu voto favorável à PEC.

“As limitações e restrições impostas pela exploração de energia eólica afetam todo o povo brasileiro, tornando necessário que os responsáveis por tais atividades compensem os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e a União, o que deve ocorrer através de justa participação no resultado econômico auferido, tal como ocorre com a exploração de petróleo ou gás natural e de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica”, completa.

O Brasil tem hoje capacidade de gerar 12,64 GW de energia por meio de seus 503 parques eólicos já instalados, sendo que há ainda outras 211 estações previstas para entrar em operação até 2020, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). O setor está em franca expansão: segundo relatório do Ministério de Minas e Energia, a produção desse segmento no País cresceu 33% somente no período entre 2016 e 2015.

Projeto ameaça setor, diz associação

Em nota, a presidente da Abeeólica, Élbia Gannoum, afirmou que a proposta em tramitação na Câmara representa uma ameaça à competitividade dessa fonte em relação aos demais setores geradores de energia (hidrelétrica, solar, termelétrica, etc.)

“A eólica está salvando o Nordeste do racionamento de energia uma vez que estamos vendo uma condição hídrica desfavorável na região. Com a taxação extra que está sendo proposta na PEC, há um grande risco de vermos a competitividade ser reduzida e com isso corre-se o risco de que se perca a disputa no leilões para outras fontes localizadas em outras regiões, o que é ruim para o Nordeste como um todo, pois a região perderia esses investimentos, afinal os aportes dependem dos investidores saírem bem sucedidos nesses certames”, afirmou a presidente da associação, Élbia Gannoum.

A preocupação especial com Nordeste se dá ao fato de que 67% da produção de energia eólica no Brasil está concentrada naquela região. A importância das eólicas para os nordestinos pode ser mensurada pelo recorde atingido no dia 14 de setembro deste ano: naquela data, o setor foi o responsável pelo fornecimento de 64% da energia consumida em todos os estados da região.

A proposta que sugere a cobrança de royalties pelo vento no Brasil já está pronta para ir ao plenário da Câmara, mas isso ainda não tem data para acontecer. O relator apontou em seu parecer que, caso a proposta venha a ser aprovada, a distribuição dos recursos arrecadados com a cobrança de royalties do setor gerador de energia eólica deverá ser definida por meio de outro projeto de lei.

Fonte: Economia – iG

Dessalinizador que usa energia solar torna 16 litros de água salobra em potável e ganha prêmio nacional

Projeto da UEPB já beneficia 37 famílias do Seridó paraibano onde não chove desde setembro.
Dessalinizador de água da UEPB ganha prêmio nacional (Foto: Reprodução/Fundação Banco do Brasil)

Um dessalinizador de baixo custo, desenvolvido a partir da captação de energia solar foi premiado nacionalmente no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2017. O projeto beneficia 37 família em três cidades da Paraíba onde, de setembro a dezembro deste ano, não choveu na região, segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado (AESA).

Custando até R$ 1 mil para produzir o dessalinizador, a fase de experiência da implementou 28 unidades em três assentamentos em Pedra Lavrada, Cubati e São Vicente do Seridó. O professor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Francisco Loureiro, que capiteaneou o projeto, recebeu o prêmio em 23 de novembro.

O equipamento transforma água salobra em potável e foi produzido a partir de uma experiência envolvendo alunos do curso de Agroecologia e membros da Cooperativa de Trabalho Múltiplo de Apoio às Organizações de Autopromoção (COONAP), no campus II da UEPB, na cidade de Lagoa Seca, na região do Agreste da Paraíba.

Segundo Francisco, o dessalinizador foi projetado a partir de um trabalho de construção participativa, envolvendo alunos e agricultores da região. A ideia surgiu diante da necessidade de facilitar o acesso à água potável para as famílias que vivem em regiões com escassez de água.

Os assentamentos Belo Monte I, em Pedra Lavrada, Belo Monte II, na cidade Cubati, e Olho D’Água, em São Vicente do Seridó foram os ambientes beneficiados com os equipamentos.

O professor credita à escassez da chuva na região o incentivo para criar o dessalinizador e fazer com que as famílias continuem sobrevivendo de suas terras, a partir de alternativas ecológicas e técnicas.

Ainda de acordo com ele, a procura pelo projeto tem sido grande por se tratar de um método simples, de baixo custo e manutenção. O desejo dele é transformar essa iniciativa em um projeto de política pública, igual aconteceu com a construção de cisternas.

Projeto utiliza energia solar e transforma 16 litros de água salobra em potável por dia 
(Foto: Reprodução/Fundação Banco do Brasil)

Quem desejar conhecer o projeto pode procurar a COONAP ou fazer o contato direto com o campus da UEPB, que está à disposição para contribuir. Ele diz que tem um trabalho de orientação com cartilhas explicativas, o que facilita a compreensão das pessoas que procuram a tecnologia.

Atualmente, segundo o professor, estão sendo implementados 70 novas unidades do equipamento no município de Caraúbas, no Cariri paraibano.

Dessalinizador

O modelo do dessalinizador foi projetado em uma caixa construída com placas pré-moldadas de concreto, com uma cobertura de vidro, que possibilita a passagem da radiação solar.

Os processos de dessalinização e desinfecção da água, segundo o professor, ocorrem quando a alta temperatura no interior do dessalinizador provoca a evaporação da água, que entra em contato com a superfície resfriada e faz o condensamento, retirando os sais antes existentes.

O método também elimina bactérias que podem causar doenças. Cada unidade do dessalinizador produz um volume de água potável de 16 litros por dia.

Premiação

O prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social contemplou sete projetos, com troféus de vencedores e o valor de R$ 50 mil para cada experiência, destinados à expansão, aperfeiçoamento ou reaplicação da metodologia. Foram inscritos no processo o total de 735 projetos, com 18 finalistas nas categorias nacional e três na internacional.

Os outros projetos premiados durante o concurso foram desenvolvidos nos estados de São Paulo, com duas experiências; Bahia, Ceará e o Distrito Federal. Na categoria internacional, o projeto vencedor foi produzido na Argentina.

Fonte: G1

Brasileiros poderiam ter economizado R$ 2 bi com energia solar


A Associação Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR), em meio a outra crise do setor elétrico nacional, revelou um estudo que avalia os impactos causados pela inserção planejada da fonte solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira, tomando por base o período histórico entre janeiro de 2013 e maio de 2017, que indica que caso a fonte tivesse sido implantada antes no país, os brasileiros poderiam ter economizado cerca de R$ 2 bilhões nas contas de energia.

O estudo da ABSOLAR foi baseado na análise dos dados publicados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A iniciativa integra as recomendações da entidade para o estabelecimento, pelo governo federal, de um programa nacional para o desenvolvimento do setor solar fotovoltaico brasileiro.

Ainda, o estudo revela que se as primeiras usinas solares tivessem entrado em operação em 2013, a necessidade por termelétricas poderia ter sido reduzida consideravelmente, estimada em até 8 bilhões de reais, reduzindo também as emissões de gases de efeito estufa, que com a redução de seu uso entre 2013 e 2017, e a utilização da fonte solar, evitaria a liberação de 15,4 a 17,9 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, e com isso, o Brasil também cumpriria suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, acordadas em Paris, durante a COP21, em 2015. 

Parque Solar de Ituverava, em Tabocas do Brejo Velho na Bahia.

Segundo o Presidente da ABSOLAR , Rodrigo Sauaia, a população Nordestina se beneficiaria por conta dos longos períodos de estiagem que castigam os reservatórios de suas hidrelétricas, pois têm a maioria da sua energia vinda das usinas termelétricas, de funcionamento mais caro, acarretando na elevação do custo da energia para o consumidor.

Nestes últimos anos, as termelétricas foram reativadas em virtude da escassez de água nos reservatórios das hidrelétricas, principalmente na região Nordeste e Sudeste. Ainda este ano, o país anunciou o estabelecimento da bandeira tarifária vermelha de patamar 2, maior nível tarifário do setor, o que também indica o aumento da utilização das termelétricas para suprir a demanda do país.

A medida, foi retomada em 2017 visando evitar um novo apagão, sendo também reajustados os valores das bandeiras em razão da demanda energética. Como resultado, os consumidores brasileiros terão de pagar uma conta extra que já soma centenas de milhões de reais para cobrir os custos mensais de operação.

Além da economia, é importante entender que a energia solar está cada vez mais em expansão, e, além disso, é uma fonte de energia limpa e inesgotável, não agride o meio ambiente, tornando-se assim, mais vantajosa em relação as outras. Economize energia e reduza sua conta em 95%.

Chint apresenta projeto para instalação de fábrica de painéis solares no RN

Mais um passo importante foi dado para a instalação da fábrica chinesa de painéis fotovoltaicos no Rio Grande do Norte. Na última quinta-feira (09), o governador Robinson Faria participou da apresentação do projeto para a implantação da empresa no município de Extremoz.


O planejamento foi mostrado pelo diretor da Chint na América Latina, Jackie Xiang. Na primeira fase, o investimento da multinacional no RN será de R$ 112 milhões e ofertará 1.300 empregos diretos e indiretos. A fábrica será instalada numa área de 25 hectares e vai gerar por ano cerca de 200 MW. Durante a apresentação, Robinson destacou que a chegada da Chint representa a abertura de uma nova cadeia produtiva para o estado. “Hoje é mais um passo importante que concretiza nossa missão à China no início deste ano. Fomos em busca de investimentos para o Rio Grande do Norte e em breve uma das maiores empresas do mundo de energia solar iniciará a construção em nosso estado. A partir da Chint, novos investidores e empresas chegarão, gerando cada vez mais emprego e renda para os potiguares”, afirmou o governador.

O diretor da Chint, Jackie Xiang, informou os investimentos iniciais no projeto, o modelo da fábrica, os custos da construção e os equipamentos que serão adquiridos. Além disso, Xiang ainda ressaltou o ponto estratégico onde a empresa será instalada. “A localização é próxima à BR e ao aeroporto, o que vai facilitar o transporte de materiais, logística e a vinda de visitantes e clientes a fábrica”. Sobre os prazos, o diretor da Chint comunicou que “as obras serão iniciadas até o mês de fevereiro e a previsão para começar a produção é para novembro de 2018”.

O secretário de Desenvolvimento econômico do RN, Flávio Azevedo, enfatizou que “o estado proporciona um ambiente apropriado para novos investimentos e com a vinda da Chint, o Rio Grande do Norte inicia um novo processo na produção de energias renováveis, já que o estado potiguar é o maior produtor de energia eólica do país e agora, terá uma empresa que produz os equipamentos necessários para esse setor”.


“A Chint vai mudar a economia de Extremoz e proporcionar empregos para os moradores”, disse o prefeito do município, Joaz Oliveira.

No Nordeste, cresce investimento em energia renovável

Da Bahia ao Maranhão, projetos de fontes alternativas de energia elétrica ganham espaço e investimentos.

por Roberto Rockmann 

Foto: Stuckert
Parque de energia eólica
Parque eólico em Marcolândia, no Piauí. O Nordeste concentra a maior capacidade eólica do Brasil
Centenas de operários trabalham em ritmo acelerado para colocar em operação o primeiro complexo eólico do Maranhão. Localizado entre os municípios de Barreirinhas e Paulino Neves, com investimento de 1,5 bilhão de reais da Ômega Energia, os 96 aerogeradores, com potência de 220 megawatts, deverão marcar o início de uma série de projetos do setor no estado.
Outros dois complexos eólicos deverão ser erguidos em breve no Maranhão, cujo governo busca atrair fornecedores de equipamentos, com destaque para a montagem de painéis fotovoltaicos, de olho no interesse de investidores em potencial.
Para aproveitar a linha de transmissão construída para escoar a energia do parque eólico, em área de 100 hectares, várias empresas têm estudado a instalação do primeiro parque solar do estado, que poderá somar mais de 500 milhões de reais em investimentos, destaca o secretário maranhense de Indústria, Comércio e Energia, Simplício Araújo.
Em um momento de crise aguda, o investimento pode responder por mais de mil empregos.
Quem percorre de carro o interior e o litoral dos estados nordestinos depara-se com dezenas de parques eólicos e solares.
Energia
Parque de energia solar na Bahia (Foto: Carla Ornelas/GovBA)
Juntos, eles vão representar mais de 30 bilhões de reais em investimentos até o fim da década e posicionarão o Brasil entre os dez maiores geradores eólicos do mundo. A força dos ventos e do sol tem criado empregos, se convertido no maior vetor de investimentos da região e ampliado a segurança no abastecimento energético, essencial em decorrência da seca prolongada.
Em julho, a produção eólica respondeu por 12,6% de toda a energia demandada ao Sistema Interligado Nacional. No Nordeste, bateu-se um recorde: 64,2% da energia consumida na região, no último dia 30 de julho, foi proveniente dos ventos. Até 2008 e 2009, o suprimento energético era feito pelas fontes hidrelétricas, oriundas de usinas localizadas na Bacia do Rio São Francisco.
“O resultado tem sido excepcional, até porque a região é atingida por ventos excepcionais e razoavelmente constantes, o que proporciona capacidade de geração que se situa entre as melhores do mundo”, destaca Luiz Eduardo Barata, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema.

Com ventos contínuos e intensos, as usinas eólicas nordestinas chegam a operar em boa parte do tempo com fator de capacidade superior a 60%, o dobro da média mundial. Por várias décadas, o Ceará importava energia do sistema interligado. Com a construção de usinas eólicas nos últimos anos, o segmento passou a responder por um terço da matriz elétrica estadual e possibilitou ao estado exportar energia. Mas não é um caso isolado.
A capacidade instalada em energia eólica no Brasil alcança, atualmente, 11,7 gigawatts, perto de 7,5% da matriz nacional. Pouco mais de 80% dessa potência (9,6 gigas) está localizada em projetos no Nordeste. O Rio Grande do Norte, a Bahia e o Ceará produzem 7 gigawatts por meio de usinas instaladas. O volume só tende a crescer.
No momento, os parques em construção ou contratados no Brasil somam 6,31 gigas, e mais de 90% dessa carga sairá de projetos nordestinos, com destaque para a Bahia, com 3,4 gigas de usinas a serem instaladas nos próximos anos. Até 2020, o estado se tornará o mais produtor de energia eólica do País.
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Zorzoli, da Enel. Transferência de tecnologia é um caminho a seguir
Uma das maiores empresas do setor, a CPFL Renováveis tem 2,1 gigawatts de capacidade instalada em projetos de energia elétrica. Desse total, 1,3 giga provém de usinas eólicas com mais de 85% instalados no Ceará e Rio Grande do Norte. Em carteira são outros 2 gigas no Rio Grande do Norte, em Pernambuco e na Bahia. Cerca de 600 megawatts em projetos solares na Bahia também estão em carteira.
A empresa aguarda os detalhes do leilão de energia solar para analisar sua participação. Hoje, a concessionária tem um projeto piloto de 1 megawatt instalado em São Paulo. “Há mais incertezas em energia solar do que na eólica.
Temos um fabricante de painéis fotovoltaicos no Brasil, então precisamos estudar o financiamento, se é feito aqui ou no exterior, e como reduzir a volatilidade cambial”, aponta Gustavo Sousa,  diretor-presidente da companhia.
O novo cenário de aperto fiscal e a nova política de financiamento do BNDES deverão levar as empresas a buscar outras opções de crédito. Um dos instrumentos podem ser as debêntures de infraestrutura. A CPFL Renováveis emitiu 250 milhões de reais em julho, pela primeira vez, com prazo de cinco anos, voltadas para investidores qualificados. “O mercado de capitais terá de ser mais acionado”, destaca Sousa.
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Araújo, secretário de Indústria do Maranhão. Estado deve ter em breve seu primeiro parque solar
A empresa também conversa com bancos sobre a emissão de debêntures incentivadas no mercado solar, preparando-se para quando ingressar com mais firmeza no segmento, mas ainda há pouco conhecimento sobre a fonte.“Falta o histórico de desempenho, qual o fator de capacidade dos projetos, pois a energia solar dá os primeiros passos, enquanto as usinas eólicas têm conhecimento extenso entre os financiadores.”
A Casa dos Ventos cadastrou 214 projetos eólicos para os leilões de energia nova “A-4” e “A-6”, com perto de 6,2 gigawatts em empreendimentos situados nos estados da Bahia, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, onde estão os recursos eólicos mais competitivos, de acordo com a companhia.
A empresa atuará como desenvolvedora, por meio de parcerias com investidores, para a maioria dos projetos cadastrados, bem como analisa a sua participação isoladamente em um empreendimento. “Continuamos fornecendo projetos competitivos para os principais players do mercado, ao mesmo tempo que buscamos expandir a nossa base de ativos operacionais por meio de investimentos proprietários”, afirma Lucas Araripe, diretor de Novos Negócios.
O potencial ainda é grande. Até 2026, segundo projeções da Empresa de Pesquisas Energéticas, órgão estatal de planejamento do setor elétrico, essa matriz terá expansão de 41 gigawatts, com predomínio das usinas eólicas e solares, que deverão responder por quase 19 gigas.
No início da década passada, um estudo apontou que o Brasil poderia chegar à potência instalada de 143 gigawatts em energia eólica, dez vezes mais do que a capacidade da usina de Itaipu, uma das maiores do mundo. Mas a medição baseava-se no uso de aerogeradores com altura inferior a 50 metros. Hoje são empregados equipamentos com mais de 100 metros. Quanto maior a altura, maior a velocidade dos ventos, o que amplia as possibilidades de exploração.
Novas tecnologias têm transformado o interior do Nordeste. Em setembro de 2015, em Tacaratu, no sertão de Pernambuco, um projeto pioneiro começou a gerar energia por meio da combinação de vários fatores: um parque híbrido explora turbinas eólicas, que podem gerar 80 megawatts, e placas fotovoltaicas, com potência instalada de 11 megawatts, o maior em operação no País. Juntas, as usinas, que consumiram mais de 600 milhões de reais, são capazes de gerar energia suficiente para abastecer 250 mil residências.
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Sousa, da CPFL Renováveis. Volatilidade do câmbio afeta energia solar
O governo de Pernambuco, que firmou convênios com a concessionária local e o Banco do Nordeste, pretende estimular a microgeração distribuída a pequenos negócios, selecionando fornecedores de equipamentos para as empresas interessadas em investir em painéis fotovoltaicos, que, por sua vez, poderão abater sua própria geração da conta de luz emitida pela companhia elétrica estadual. “Isso é uma garantia que reduz o risco de crédito e abre um enorme potencial”, acredita Luiz Cardoso Ayres Filho, secretário-executivo de Energia de Pernambuco.
O maior projeto brasileiro de energia solar é tocado pela italiana Enel, responsável por três parques solares na região. Em junho, o grupo deu início à operação do parque solar Lapa, na Bahia, com dois meses de antecipação em relação ao prazo estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica. O empreendimento, que soma 158 megawatts de potência, é o maior em operação. No leilão de energia de reserva de 2015, foram contratados os projetos Horizonte (103 megas) e Nova Olinda (292 megas), atualmente em fase final de construção.
“Apoiamos a transferência de tecnologia de parceiros europeus com fabricantes nacionais para desenvolvermos alguns equipamentos que não existiam aqui, impusionando a cadeia de suprimento, antes incipiente. No médio prazo, com o mercado crescendo, esses fabricantes poderão vir aqui e isso contribuirá para a queda dos preços dos equipamentos”, explica Carlo Zorzoli, presidente da Enel.
A partir de 2020, prevê-se a instalação de mil megawatts-pico, potência usada para a fonte, por ano. Em 2026, o País poderia deter 10 gigawatts-pico de centrais solares e 3,5 gigas de geração distribuída solar, de acordo com estimativas do Plano Decenal, ainda em fase de elaboração. “O Brasil tem um potencial muito grande em energia solar. Mas países como Alemanha e China têm mais de 10 gigawatts instalados e aqui não chega a 10% desse total”, observa Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira da Energia Solar.
No início de agosto, os empresários do setor receberam boa notícia de Brasília. O governo estuda criar uma portaria para que as unidades a serem lançadas no programa Minha Casa Minha Vida nos próximos anos incorporem sistemas de energia solar. A expectativa é de que a portaria seja divulgada em breve.
Com entrega prevista de 400 mil unidades por ano de imóveis para a baixa renda, um mercado anual de 1,6 bilhão de reais poderá ser criado e contribuir para o adensamento da cadeia do segmento. “O Brasil tem capacidade para produzir inversores e módulos, mas microinversores ainda são importados e estão centrados nos Estados Unidos, Ásia e Israel. Assim, esses investimentos poderão contribuir para a atração de investimentos”, afirma Sauaia.
O País, que hoje tem pouco mais de 10 mil ligações de microgeração em residências e comércio, deverá ter mais de 800 mil daqui a uma década. O crescimento está no radar da SolarGrid, que tem participado de concorrências privadas de redes de educação e saúde interessadas em investir na instalação de painéis fotovoltaicos para produzir sua própria energia e reduzir a conta de luz.
No primeiro semestre de 2018, a empresa deve concluir 25 milhões de reais em investimentos para construir três plantas solares no norte de Minas Gerais, para abastecer cerca de 90 farmácias de uma rede de drogarias.
“Há outras concorrências que começam a surgir, como a de agências bancárias, e esse movimento deve se acelerar. Temos algumas concorrências de empresas no Nordeste”, diz Diogo Zaverucha, sócio da empresa. Se neste ano a movimentação do mercado corporativo ficar em 10 megawatts-hora-pico, em 2018 a capacidade pode ser dez vezes maior. O avanço das fontes eólica e solar, intermitentes, coincide com a mudança da matriz elétrica.
Enquanto isso, o governo sugere a privatização da Eletrobras, com destaque para a Chesf, que atua no Nordeste. Entre 2013 e 2018, é prevista a entrada de 20 mil megawatts de capacidade hídrica no sistema. Desses, 99% serão produzidos em usinas sem reservatórios. Os benefícios de investimentos do setor para outros segmentos, como navegação de rios, a captação de água ou a irrigação em bacias, ficarão mais restritos.

Paulo Câmara destaca produção de energia limpa no Fórum NE 2017


O governador Paulo Câmara participou, na manhã desta segunda-feira (25), da abertura do Fórum Nordeste 2017, que debate, em sua décima edição, iniciativas na produção de energia limpa e oportunidades no setor de biocombustível.

Na ocasião, o chefe do Executivo estadual destacou que a importância do evento para a construção de estratégias que dialoguem com as demandas de um futuro mais sustentável. “O nosso País precisa de ações e iniciativas que busquem, cada vez mais, o equilíbrio entre as formas de produção, o meio-ambiente e a geração de emprego e renda. Esse é um espaço que nos permite aprofundar esse debate”, frisou, Paulo, que foi agraciado com o Prêmio Fórum Nordeste 2017 pelas suas contribuições ao desenvolvimento do setor.

O Fórum Nordeste 2017 reuniu empresários, representantes da administração pública, e especialistas em energia limpa e biocombustíveis. A décima edição do evento tem o objetivo principal de elaborar, em conjunto com seus debatedores e público, o mapeamento de novos polos industriais na região, avaliar a evolução da produção e comercialização do etanol e novas alternativas em biocombustível.

Entre os temas abordados no evento estão: RenovaBio – Uma Nova Política de Biocombustíveis para o Brasil; Eletrificação e Desenvolvimento: o Papel dos Biocombustíveis; O Setor Sucroenergético e a Implementação do Acordo de Paris; Planejamento Energético Nacional: Perspectivas de Demanda e Oferta de Etanol, Gasolina, Biodiesel e Diesel.

“É com muito debate e com a troca de experiência que podemos alcançar as melhores soluções para o futuro que queremos. O Governo de Pernambuco está sempre aberto para discutir parcerias e mecanismos inovadores. É nosso dever estar atento e estimular debates como esse de hoje”, concluiu o governador Paulo Câmara.

ENERGIA EÓLICA – Em junho deste ano, o Governo de Pernambuco inaugurou um dos maiores complexos eólicos da América Latina. Com investimento de R$ 1,8 bilhão, o complexo Ventos do Araripe III foi instalado na Chapada do Araripe, entre Pernambuco e Piauí, e tem capacidade de gerar 359 MegaWatt, podendo abastecer até 400 mil casas. Ao todo, a instalação do complexo foi responsável pela geração de 1,5 mil postos de trabalho, com prioridade da mão de obra local.

Brasil constrói ponte para a eficiência com novas usinas solares

Em 2017, o Brasil deve ter a capacidade de produzir seu primeiro gigawatt de energia solar fotovoltaica, estima a ABSolar (associação do setor).

O montante seria suficiente para atender a cerca de 800 mil residências, de acordo com Rafael Kelman, diretor da consultoria PSR.

Se confirmado, o marco vai representar um salto gigantesco sobre os 84 MW (megawatts) registrados em 2016 pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), do Ministério de Minas e Energia. O número, contudo, continua tímido se comparado aos 9,65 GW de capacidade das usinas hidrelétricas em 2015, último dado disponível.

Reforço para o segmento, a EGPB (Enel Green Power Brasil), subsidiária da italiana Enel, deve colocar em funcionamento neste ano quatro parques solares, adicionando 807 MW à capacidade instalada no país.

Três das estações ficam na Bahia e uma no Piauí. As plantas de Nova Olinda (PI), com 292 MW, e Ituverava (BA), de 254 MW, serão, segundo a empresa, as maiores da América Latina. A EGPB estima que, juntas, as quatro plantas serão capazes de gerar o suficiente para atender ao consumo anual de 845 mil famílias.

A empresa venceu leilões em 2014 e 2015 e investiu cerca de US$ 980 milhões nos projetos. “A vantagem do Brasil em relação à Europa é que o maior potencial solar está em áreas semiáridas do Nordeste não aproveitáveis para agricultura”, diz Carlo Zorzoli, presidente da Enel no Brasil.

DESAFIOS

O Brasil assumiu objetivos ambiciosos dentro do Acordo de Paris, ratificado no ano passado. A contribuição do setor energético inclui expandir a participação de energias renováveis na geração elétrica, além da hídrica, para pelo menos 23% até 2030. Em 2015, a oferta hídrica representava 64% da matriz brasileira; a solar não passava de 0,01%.

Ítalo Freitas, presidente da AES Tietê, diz que a empresa tem um investimento pronto para uma planta solar de 150 MW em Ouroeste (interior de São Paulo), mas que está em espera. Isso porque o governo cancelou o leilão para energia de reserva em dezembro último, após a EPE concluir que não havia necessidade.

“Com a entrada de megaprojetos e o derretimento da demanda pela crise, o governo pode esperar para avançar com novos leilões, o que desanima o mercado no curto prazo”, diz Kelman, da consultoria PSR.

Rodrigo Sauaia, presidente da ABSolar, ressalta que a manutenção dos leilões é fundamental. “Sem eles, nada vai avançar. É preciso ter um calendário que planeje o setor por, pelo menos, cinco a dez anos.”

Em nota, o Ministério de Minas e Energia disse que está sendo estudada a realização de um leilão de reserva de fontes renováveis ainda neste ano.

Fonte: O Estado de São Paulo | Bruno Benevides e Anaís Fernandes

Energia Eólica - Uma fonte de Energia Renovável


O vento forte que não para de soprar fez da pequena Icaraí de Amontada, na costa oeste do Ceará, uma ilha de usinas eólicas. Elas geram energia elétrica usando a força dos ventos. Ali, para qualquer lado que se olhe, modernas e gigantescas torres de quase 150 metros de altura – do tamanho de um prédio de 42 andares – destoam do cenário rústico da antiga vila de pescadores, com suas dunas, praias e lagoas. Reduto de atletas estrangeiros praticantes de kitesurf e windsurf, a comunidade, de 2,4 mil habitantes, entrou para a lista dos melhores ventos do Brasil e ajudou a elevar a participação da energia eólica para mais de 30% do consumo do Nordeste.

Os parques instalados na região de Amontada estão entre os mais eficientes do planeta. Enquanto no mundo, as usinas eólicas produzem, em média, 25% da capacidade anual, no Complexo de Icaraí esse porcentual é mais que o dobro. As 31 torres que compõem o parque produzem 56% da capacidade anual. Para ter ideia do que isso significa, nos Estados Unidos, esse indicador é de 32,1%; e na Alemanha, uma das maiores potências eólicas do mundo, de 18,5%. “O vento no Nordeste é muito diferenciado”, afirma Luciano Freire, diretor de engenharia da Queiroz Galvão Energia, dona do complexo eólico de Icaraí.

É por causa da qualidade desse vento – forte e constante – que o Nordeste despontou como uma das maiores fronteiras eólica do mundo. Hoje, os parques em operação na região são responsáveis pelo abastecimento de boa parte da população local de 56 milhões de pessoas. Em 17 de abril deste ano, por exemplo, quando os nordestinos iniciavam mais uma jornada de trabalho, às 9h06, as eólicas produziram 50% da energia consumida naquele momento. Por períodos mais longos, como um dia inteiro, os parques – que até bem pouco tempo eram incipientes no Brasil – chegaram a produzir 35% da carga média do Nordeste, recorde alcançado no dia 19 de maio.

Não é difícil entender a rápida expansão das eólicas no Brasil. Em 2008, com a crise internacional, o consumo mundial de energia despencou, paralisou uma série de projetos e deixou as fábricas ociosas. Em busca de demanda, elas desembarcaram no Brasil – onde o uso da energia crescia a taxas de dois dígitos – e derrubou o preço das eólicas, até então caras por aqui. A partir de 2009, com leilões dedicados à essa fonte de energia, os investimentos decolaram.


De lá pra cá, o setor recebeu R$ 67 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Esse montante colocou o País na 10ª posição entre as nações com maior capacidade instalada do mundo. Foi um grande avanço. Até 2008, a potência do parque eólico brasileiro era de 27 megawatts (MW). No mês passado, alcançou a marca de 9,7 mil MW, volume suficiente para abastecer mais de 45 milhões de habitantes. No total, são 5.141 turbinas instaladas Brasil afora. Cerca de 82% delas estão no Nordeste.

Segundo a presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, até 2020, a participação da energia do vento na matriz elétrica brasileira vai saltar dos atuais 6% para 20% da capacidade instalada. No Nordeste, essa participação será ainda maior, de 30%. Em termos de consumo, a fonte será capaz de atender cerca de 70% da carga da região em alguns momentos do dia.

Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará são os Estados com maior número de empreendimentos em construção ou com capacidade já contratada.

Segundo a Abeeólica, no Nordeste, a construção das usinas envolveu mais de 2 mil famílias. No Brasil inteiro, a construção dos parques gera R$ 10 milhões por mês de renda para as famílias que arrendaram suas terras.

(Fonte: Estadão)

Coema aprova licença para quatro usinas de energia solar em Russas (CE)

O Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) aprovou, nesta quinta-feira (9), o parecer da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) favorável ao licenciamento (prévio) do complexo de usinas de energia fotovoltaica Solar Res Moreira, do consórcio Russas Energia Solar SPE Ltda. O complexo formado por quatro unidades deverá ser instalado no município de Russas, numa área de 337 hectares.


Quando estiverem em funcionamento, as usinas gerarão juntas 114 megawatts de energia, o equivalente à demanda de 50 mil casas.Uma das vantagens apresentadas pelo consórcio é a localização do empreendimento, em Caraúbas, na margem da BR-116, a cinco quilômetros da sede e a seis da subestação da Chesf. 

Outro aspecto positivo apontado é a taxa de insolação, satisfatória para dar sustentabilidade econômica ao empreendimento, mesmo em períodos de chuva. Segundo estudos da empresa, 600 empregos serão gerados na fase de instalação, podendo beneficiar direta e indiretamente os 370 moradores das seis comunidades da área de influência das usinas.

Empresa produz primeiro painel fotovoltaico do Nordeste



A Pure Energy, empresa instalada em Alagoas, produziu na última semana, o primeiro painel fotovoltaico do Nordeste. A fábrica, voltada para o mercado sustentável, fica localizada no Polo Industrial de Marechal Deodoro e planeja figurar entre as maiores indústrias de energias limpas do mundo.

A unidade fabril possui capacidade de produção de 30 placas por hora, cada painel produzido pode armazenar a voltagem de 265 watts a 315 watts, podendo ser utilizado em pequenas residências e até em grandes indústrias.

“Estamos entrando em um mercado novo pouco explorado no Brasil, e aos poucos, vamos atendendo ao público consumidor. Com essa produção partindo de Alagoas, vamos atender desde pequenas residências a grandes indústrias”, afirmou Gelson Cerutti, diretor da Pure Energy no Brasil.

Fonte: AmbienteEnergia

GRUPO ESTRANGEIRO COMPRA USINAS EÓLICAS NO NORDESTE


A Cubico, uma empresa formada pelo Banco Santander e dois fundos de pensão canadenses, fechou a compra de duas usinas eólicas no Nordeste do Brasil por R$ 2 bilhões, incluindo assunção de dívidas.

Segundo o chefe da companhia para o Brasil, Eduardo Klepacz, o negócio envolve 392 megawatts de parques em Pernambuco e no Piauí, que já estão em operação e foram negociados junto à desenvolvedora Casa dos Ventos.

A Cubico, criada no ano passado para investir em energia renovável e saneamento na América Latina e na Europa, herdou ativos de energia do Santander, o que faz com que a transação leve a companhia a um portfólio total no Brasil de 615 megawatts em usinas eólicas, todas já em funcionamento.

Klepacz disse a jornalistas que o foco da companhia será o investimento em novos projetos, com participação em leilões de energia promovidos pelo governo federal, e em aquisições pontuais, como a fechada com a Casa dos Ventos.

No alvo da empresa estão empreendimentos eólicos, principalmente, mas também solares e de pequenas hidrelétricas - todas fontes com as quais o Santander já trabalha ou trabalhou em outras oportunidades.

O chefe da Cubico para o Brasil destacou que os três sócios da companhia possuem força financeira, o que será "um diferencial" no atual momento do mercado brasileiro de energia elétrica, em que as empresas sofrem com dificuldades para captar recursos.
"Estamos fazendo uma aposta de longo prazo", disse.

Além do Santander, a companhia tem como acionistas o fundo de pensão dos professores de Ontario e o administrador de fundos de pensão do Canadá.

FONTE: PORTAL G1

Grafiteiro cria obra em turbina eólica sobre 'esperança nos tempos de seca'

Em meio a mais de 100 torres, obra com 20m de altura foi criada em Caetés. 'Todo grafiteiro sonha', diz Cadumen, de São Paulo, sobre altura do projeto.

Grafite em turbina eólica integra parque em Caetés, no Agreste de Pernambuco 
(Foto: Divulgação)

O grafiteiro Cadu Mendonça, conhecido como "Cadumen", criou uma obra de 20 metros de altura em uma turbina eólica de Caetés, no Agreste pernambucano. A arte faz referência à energia limpa e passa a integrar o "corredor" com mais de 100 torres que compõem a paisagem do complexo eólico Santa Brígida.

O desenho feito no equipamento destaca a figura feminina, com elementos da natureza da região. "A mulher brasileira forte, lutadora, que tem no cabelo uma flor de mandacaru, que significa esperança nos tempos de seca, já que ela floresce antes das chuvas. O manto de peixes representa fartura. O galo de campina sob o mandacaru representa a beleza e alegria", diz o artista.

Obra de arte em turbina eólica no Agreste de PE
(Foto: Pedro Alves/ Divulgação)

Para o artista de São Paulo, a experiência foi gratificante. "Todo grafiteiro sonha em colocar o trabalho dele num suporte bem grande, alto. Porque quanto maior e quanto mais alto ele é, mais visto", relatou ao G1.

A obra realizada possui 20m de altura por 4m de largura, tomando a base da torre eólica. Em função da complexidade do projeto, após a grafitagem a instalação foi feita com adesivos, uma vez que a pintura no local não seria possível por causa da força dos ventos.

Acostumado a fazer arte em vários tipos de suportes, Cadu destacou a visibilidade que se tem ao produzir uma obra nesta dimensão. "Por isso que é incrível. Por mais que a gente já tenha pintado grandes suportes - já pintei prédios, já pintei carro, várias coisas - uma turbina eólica com uma arte de 20 metros de altura é algo incrível. É o sonho de qualquer grafiteiro", pontua o artista, que passou sete dias para concluir o trabalho.

FONTE: G1 Caruaru

BNDES financia R$ 254 mi para usinas eólicas no Ceará


Os municípios cearenses de São Gonçalo do Amarante e Amontada deverão receber a construção de cinco novas centrais geradoras de energia eólica. Isso deverá ocorrer em breve, pois o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já aprovou um financiamento de R$ 254 milhões para aa obras civis. As usinas – que serão controladas pela Ventus Energia Renováveis S.A, vencedora do leilão de energia de reserva de 2009 –, têm capacidade instalada de 121,8 MW. O BNDES financiará 50,2% do valor total dos investimentos, de R$ 503 milhões, e os recursos movimentarão de maneira significativa as economias dos dois municípios e, até mesmo, do Estado.

Os cinco parques eólicos contarão com 58 aerogeradores, fornecidos pela Suzlon Energia Eólica do Brasil, e são divididos em dois complexos: o Complexo Icaraí (Central Geradora Eólica Icaraí I S/A e Icaraí II S/A) e o Complexo Taíba (Central Geradora Eólica Taíba Águia S/A, Central Eólica Geradora Taíba Andorinha e Central Geradora Eólica Colônia S/A). Além do grande volume de recursos que estarão circulando nas áreas onde as usinas serão instaladas, haverá a geração de centenas de postos de trabalho, muitos deles qualificados.

CAPACIDADES


O Complexo Icaraí, em Amontada, tem capacidade geradora de 61,5 MW e o Taíba, localizado em São Gonçalo do Amarante, de 57,6 MW. Ambos estão conectados ao sistema de distribuição da Companhia Hidro E létrica do São Francisco (Chesf). Com o apoio, o BNDES contribui para a diversificação da matriz energética brasileira, com uma fonte limpa e renovável, e para a redução das emissões de gases de efeito estufa por MW/h de energia gerada no sistema interligado. Além disso, os investimentos trazem benefícios econômicos e sociais aos municípios cearenses, estimulando o desenvolvimento da região.

CARTEIRA

O BNDES possui, atualmente, uma carteira com 51 projetos de financiamento de geração eólica, totalizando 5,5 mil MW e investimentos totais da ordem de R$ 25 bilhões. Trata-se de um setor prioritário para a diretoria de assuntos estratégicos do banco. O aumento de seu peso na matriz energética brasileira tem contribuído para a instalação de uma indústria de fornecedores nacionais de aerogeradores, além de permitir aumento da oferta de energia, a partir de fonte renovável e limpa, contribuindo de maneira significativa para o meio ambiente.

Nordeste, Sudeste e Sul concentram projetos de energia eólica


EM DEZ ANOS, A ENERGIA EÓLICA DEVE CORRESPONDER A 11% DA MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA. FOTO: DIVULGAÇÃO

Os parques e projetos de parques eólicos concentram-se nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. De acordo com Eduardo Tosta, especialista em Projetos de Competitividade Setorial da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), os motivos são o transporte, além da quantidade e qualidade dos ventos nos estados dessas regiões.

"A tendência é gerar uma cadeia produtiva perto de onde vai ser instalado o parque eólico, onde estão os potenciais, as regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Então, a cadeia produtiva de torres, de pás e de outros componentes de grande porte tende a se formar perto dos fabricantes que estão próximos de parques para reduzir os custos de transportes, já que não é tão fácil isso no Brasil", disse à Agência Brasil.

Eduardo Tosta apresentou na quarta-feira (27) no 5º Brazil Windpower, encontro que reúne, no centro de Convenções Sul América, no centro do Rio, representantes das principais empresas da cadeia produtiva da indústria de energia eólica e é promovido anualmente pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), pelo Conselho Global de Energia Eólica (Gwec) e pelo Grupo CanalEnergia, o mapeamento da cadeia produtiva da indústria eólica no Brasil, feito pela ABDI.

Tosta informou que o trabalho indicou que é preciso haver uma parceria maior entre as políticas energética e industrial, mais colaboração entre os fornecedores das montadoras de equipamentos com os fornecimentos em contratos de longo prazo e mudança na metodologia na aquisição de energia para não criar gargalos produtivos.

De acordo com Tosta, o mapeamento apontou ainda que há segmentos no setor que registram ociosidade de até 50%. "Existe hoje uma ociosidade. Em alguns setores existe a sobrecapacidade, mas em outros, nós visitamos fornecedores que disseram que hoje não há pedidos suficientes. Este tipo de ajuste é feito pelo próprio mercado", explicou.

Este problema também foi apontado pelo presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Veloso. "Hoje temos esta questão, por um lado existe uma demanda muito grande que os fabricantes não vão suportar e, por outro, temos fabricantes sem encomenda. Problemas pelo caminho nós vamos ter. Estamos desenvolvendo uma nova indústria. Não se desenvolve uma nova indústria da noite para o dia", analisou.

Em dez anos, a energia eólica deve corresponder a 11% da matriz energética brasileira, segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Neste ano, o setor vai investir R$ 15 bilhões e, segundo a presidenta da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Melo, a perspectiva é manter este patamar de investimentos nos próximos anos.

PARAÍBA PERDE ESPAÇO EM ENERGIA EÓLICAS

A imagem pode conter: céu, oceano, atividades ao ar livre e natureza

Sem atlas do potencial eólico concluído, a Paraíba perdeu espaço na captação de investidores para a construção de parques de energia gerada por vento. O leilão para a construção de parques eólicos, que acontece às 10h de hoje na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo, teve apenas o segundo menor número de investidores interessados, segundo a lista de projetos habilitados pela Empresa de Pesquisa Enérgica (EPE) para o leilão de reserva.

De um total de 377 empreendimentos habilitados tecnicamente pela EPE, somente nove projetos serão da Paraíba, que terão a capacidade de produção de 264 megawatts (MW). É o segundo menor número e ficou à frente apenas do Estado do Maranhão, que teve dois projetos habilitados. Em primeiro lugar ficou a Bahia, com 123 projetos habilitados. Em seguida o Rio Grande do Sul, com 94. O terceiro lugar ficou para o Ceará, com 63 investidores. Completam a lista o Rio Grande do Norte (41), Piauí (31) e Pernambuco (14).

Com preço inicial de R$ 117 por megawatts/hora (MWh), serão escolhidos os projetos dos empreendedores que ofertarem o menor preço de venda da energia. Estes firmarão Contratos de Energia de Reserva (CER), com início de suprimentos em 1º de setembro de 2015. A quantidade de investidores escolhida vai depender da demanda de cada região, número não divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Por exemplo: se determinado Estado demanda 100 MW de energia, será leiloada a empresa que forneça o menor valor pelo volume de energia demandado. Caso um empreendimento não atinja o quantitativo, serão escolhidas duas empresas que abasteçam 50 MW de energia cada, somando o número necessário naquele Estado. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é quem regula a distribuição da energia no país.

PB é referência

Apesar da baixa demanda em projetos, a Paraíba é um dos Estados com maior número de empreendimentos deste segmento de energia. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), são 13 usinas em operação, destas, 12 localizadas no município de Mataraca e uma em Alhandra. 

Somadas, as usinas têm capacidade para produção de 58.800 MW de energia.

De acordo com o professor Gilberto Augusto Moreira, do Centro de Energia s Alternativas e Renováveis (Cear), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a baixa procura no leilão que acontece hoje pelo governo federal pode ser explicado pela especulação econômica dos investidores.

"A Paraíba ficou de fora da análise do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro. Isso pode deixar o investidor inseguro para apostar no Estado. Como outras regiões foram analisadas, o investidor prefere enviar projetos para onde já tem um conhecimento prévio, para não perder dinheiro", explicou.

O projeto Atlas do Potencial Eólico da Paraíba, lançado desde fevereiro de 2010 pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), em parceria com Eletrobras, Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e Associação Técnico Científica Ernesto Luiz de Oliveira Junior (Atecel), seria uma das alternativas para mostrar aos investidores o potencial eólico da Paraíba.

OUTRO LADO

O coordenador do Atlas do Potencial Eólico da Paraíba e professor de Engenharia Elétrica da UFCG, Maurício Beltrão, confirmou que a publicação deveria ser concluída no ano passado, entretanto, sofreu contratempos e atrasos no cronograma devido a "um somatório de fatores" que incluem a cessão de terrenos, autorizações e licenças dos órgãos públicos para a instalação das seis torres de medição da velocidade do vento em diversas regiões do estado. "As torres já estão instaladas, mas agora será necessário um ano de estudo para concluir as pesquisas [que serão a base para a confecção do atlas]", declarou Maurício, que vai precisar de pelo menos mais um ano para concluir o estudo e não quis informar onde as torres estão localizadas.

Contudo, o coordenador do atlas na Paraíba negou que a ausência da conclusão deste impeça a captação de novos investimentos no Estado para a construção de novos parques eólicos. "Outros parques foram construídos na Paraíba como os de Mataraca e Alhandra sem a necessidade do atlas. A decisão de atrair investidores e projetos de parques eólicos depende de outros fatores como custo, logística para trazer aerogeradores [turbinas] aos locais e pesquisa in loco dos investidores. O atlas funciona apenas como uma orientação e facilitador, mas é o único para atrair investimentos", revelou. Ele informou que outros estados do Nordeste como Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco já possuem atlas eólico.

ATLAS DEVERIA TER SIDO CONCLUÍDO NO ANO PASSADO

Em nota, a Eletrobras informou que a previsão inicial para conclusão era outubro de 2012. Devido a atrasos ocasionados pela montagem das torres anemométricas, atrasou-se também o início das medições. O problema foi registrado nos relatórios de acompanhamento e fiscalizado pelo órgão, com o apoio da Chesf. Este cenário levou à necessidade de um aditivo ao convênio, estendendo o prazo para entrega dos resultados para outubro de 2014.

De acordo com a nota, a Eletrobras investiu R$ 2,346 milhões em recursos financeiros, enquanto a UFCG e Atecel investiram R$ 186 mil e R$ 90 mil, respectivamente, em contrapartidas não-financeiras. Já a Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) atua apenas como interveniente.

O coordenador do Atlas do Potencial Eólico da Paraíba, Maurício Beltrão, revelou que não houve atraso dos investimentos previstos para o projeto de confecção do atlas pela Eletrobras, principal financiadora do projeto.

O Atlas Eólico da Paraíba vai identificar locais ou regiões com ventos com velocidade média para a instalação de novos parques eólicos.

Fonte: Jornal da Paraíba

Energia eólica tem futuro promissor no Nordeste


Roberto Temperini - Região que registra ventos fortes e constantes, o Nordeste brasileiro tem um futuro promissor na oferta de energia eólica. Abrigando mais de 70% da potência instalada em operação da fonte, outros 2.796 MW - quase uma usina de Santo Antônio, no rio Madeira - estão em construção.
Nenhum texto alternativo automático disponível.
A transmissão vinha sendo o calcanhar de aquiles do desenvolvimento eólico na região. Um descasamento no cronograma de obras que iriam escoar energia eólica para o sistema interligado nacional criou a estranha situação de se ter parques eólicos prontos para funcionar, mas sem ter como transmitir a energia. Mas isso é passado.

"A entrada da SE Igaporã no último dia 29 foi um grande passo para resolver essa questão. Em 2013, o governo mudou a metodologia do leilão, transferindo a responsabilidade da transmissão para os donos dos parques e esse descasamento não vai mais ocorrer", comemora a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Élbia Melo.

Outra questão que foi alvo de discussão foi o meio ambiente. Apesar de ser uma fonte limpa e renovável, a energia eólica sofreu restrições ambientais sobretudo para instalação em regiões litorâneas, rota migratória de aves. Em razão disso, as usinas estão indo para o interior, onde os ventos são tão bons ou até melhores do que os do litoral.

A ida para o interior nordestino, para áreas geralmente pouco desenvolvidas economicamente, está levando investimentos para lá. A construção dos parques exige toda uma cadeia de suprimento e de mão de obra que está rendendo dividendos para essas regiões. "A interiorização das eólicas é bem vinda", avalia Adão Linhares, presidente da Câmara Setorial de Energia Eólica do Ceará.

Fabricantes de equipamentos, transporte, refeição, operação e manutenção dos parques, escolas técnicas, tudo isso traz desenvolvimento às regiões onde as eólicas são instaladas, sobretudo empregos. "Cada megawatt produzido pode abastecer com energia até mil famílias, gera dez empregos diretos e 15 indiretos na fase de construção e gera de 2 a 3 empregos diretos e indiretos nas fases de operação e manutenção dos parques", mostra o diretor-geral do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates, que calcula que o segmento já tenha gerado 50 mil empregos no país e que vai gerar mais 3 a 4 mil ao ano.

Para continuar levando desenvolvimento às regiões, entretanto, alguns gargalos precisam ser resolvidos. Um deles é a infraestrutura. Estradas sem capacidade de receber equipamentos de grande porte ou mal conservadas, pontes estreitas e falta de ferrovias são fatores que encarecem os projetos, pois exigem soluções alternativas.

A Abeeólica montou um grupo de trabalho para pensar essas questões e trazer soluções. A associação espera apresentar em três meses um estudo sobre os custos e a competitividade da cabotagem para transporte de equipamentos eólicos. Outras questões também são analisadas. "Na Bahia identificamos que não havia escolta pública suficiente para acompanhar o transporte dos equipamentos. O governo da Bahia então permitiu o uso de escoltas privadas, agilizando o processo", conta Élbia.

As 105 usinas em construção na região estão localizadas na Bahia, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Pernambuco. A maior parte é de usinas de alta ou média viabilidade, segundo o relatório de fiscalização mensal da Agência Nacional de Energia Elétrica. Isso significa que esses projetos estão com questões cruciais como início das obras e licença ambiental equacionadas ou com obras não iniciadas ou licenciamento ambiental em andamento, respectivamente.

O Estado que abriga a maior potência instalada em empreendimentos eólicos em construção é o Rio Grande do Norte, com 1.300 MW, distribuídos em 43 projetos. Conta com outros 1.200 MW em funcionamento e é também o primeiro nesse quesito. "Somos a maior matriz eólica do Brasil, com 45,49% da energia produzida a partir da fonte", diz Prates.

Os potiguares também têm os dois maiores parques do país - Santa Clara e Ventos Potiguares, com 188 MW e 169,6 MW, respectivamente - mas devem perder esse posto entre julho e agosto para um parque da Renova, na Bahia, de 294,6 MW.

A Bahia também tem se destacado e disputa com o Rio Grande do Norte a liderança no segmento. O Estado tem o maior número de projetos inscritos no leilão A-5 - entrega da energia cinco anos à frente - que o Ministério de Minas e Energia vai promover no dia 12 de setembro. São 255 eólicas, uma capacidade de 6.291 MW. O Rio Grande do Norte, 3.427 MW. Esses projetos ainda vão passar pelo crivo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

O ambiente do segmento eólico é muito competitivo, tanto entre os investidores quanto entre os Estados. Nesse último caso, a fórmula que deu certo foi a atuação do governo estadual no sentido de resolver os principais gargalos.

GERAÇÃO EÓLICA TEM AUMENTO DE 7,8% EM FEVEREIRO DE 2014

O Brasil gerou mais de energia eólica do que o registrado no mesmo mês de 2013.


O Brasil gerou, em fevereiro, 7,8% a mais de energia eólica do que o registrado no mesmo mês de 2013, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Dos 734 megawatts (MW) gerados a partir do vento pelas 91 usinas desse tipo em operação no país, 71% (ou 521 MW médios) têm como origem no Nordeste. A Região Sul está em segundo lugar, com 28% de participação na geração (203 MW médios).

Desde fevereiro de 2013, foram agregadas mais 12 usinas eólicas às 79 que operavam no Sistema Interligado Nacional. Com isso, a capacidade total instalada desse tipo de fonte energética apresentou crescimento de 17,3% no período, chegando a 2.250 MW.

As eólicas brasileiras têm um fator de capacidade médio (proporção entre a geração efetiva e a capacidade total) de 33% – mesmo índice obtido pelos Estados Unidos, considerado bom por se tratar de uma fonte de menor estabilidade. Na China, a média registrada é 18%; na Alemanha, 19%; e na Espanha, 24%. Em nota, a CCEE informa que esses números colocam o Brasil “à frente de países com grande potencial na modalidade”.

O Nordeste foi a região brasileira que apresentou maior crescimento anual da capacidade instalada para essa fonte energética: 1.461 MW – um salto de 20,2% em comparação a fevereiro de 2013. Os estados com maior participação na geração média em fevereiro são o Ceará (243 MW médios), o Rio Grande do Sul (150 MW médios), o Rio Grande do Norte (143 MW médios), a Bahia (105 MW médios) e Santa Catarina (50 MW médios).

Fonte: Ambiente e Energia

O Fogão Solar muda a vida do agricultor


O ex-agricultor Francisco Martins de Oliveira, 25 anos, conhecido por Bibi, não poderia estar mais satisfeito. Ele é o responsável pela oficina comunitária de fogão solar, em Uiraúna, no sertão da Paraíba e está com tantas encomendas que há fila de espera.

A engenhoca chama a atenção entre as casas de barro espalhadas pela caatinga. Uma espécie de parabólica, como as que captam sinais de tv, revestida com lâminas espelhadas que refletem a luz do sol são como um tesouro para os sertanejos e tem muita utilidade. É o fogão solar, feito com tecnologia alemã, que trouxe economia para as famílias rurais e está ajudando a preservar o pouco que sobrou das matas do sertão.

No começo, o fogão foi recebido com desconfiança. Dona Maria da Conceição, de 78 anos, fiel ao fogão a lenha achou aquela invenção estranha demais. "Eu pensei que nunca ia cozinhar num fogão desses", imaginava. Mas hoje, cozinha feijão e assa bolo. A vantagem é que não precisa de gás de cozinha, nem de queimar a caatinga. É só virar o fogão em direção ao sol, para que a panela colocada no centro da parabólica, possa direcionar o calor para o alimento.

Em dois minutos é possível fritar um ovo. Em 40 minutos uma panela de feijão é cozinhada. Quanto maior a intensidade do sol, menor tempo é gasto para preparar a comida. 

A tecnologia foi trazida da Alemanha pelo padre Cleides Claudino que procurava uma alternativa para desenvolver a economia da comunidade. Além de beneficiar os moradores com o fogão, ele conseguiu doações para construir uma oficina comunitária de fogão solar. Aos poucos, as vantagens do fogão que poupa a natureza e não consegue gás de cozinha foram propagadas e as encomendas não pararam mais.

Francisco Martins, o encarregado da oficina e mais dois auxiliares foram treinados por técnicos alemães que passar uma temporada no sertão da Paraíba até montar a pequena fábrica. Eles conseguem produzir 30 unidades por mês, que estão sendo vendidas por 250 reais. As encomendas vêm de áreas rurais de todo o país.

Para os funcionários, a fábrica trouxe uma mudança de vida. Os tempos difíceis à espera de chuva para plantar ficaram no passado. O pesadelo de deixar a terra em busca de trabalho também deixou de ameaçar os ex-agricultores. “Se não fosse esta fábrica eu não estaria aqui, porque a nossa agricultura é só de subsistência. Eu estaria em outro lugar por aí procurando emprego”, reconhece Francisco.

Postado por Anny Carolline
Fonte: nordesterural.com.br

RECENTEMENTE FIZERAM UMA MATÉRIA SOBRE OS FOGÕES SOLARES EM UIRAÚNA-PB: